Rodovia&Vias Edição 61

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editorialAno 13 - Edio 61 - Janeiro/2012Distribuio dirigida e a assinantes Uma publicao da Rodovias Editora e Publicaes Ltda. CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05

Rua Professor Joo Doetzer, 280 Jardim das Amricas - 81540-190 - Curitiba/PR (41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br [email protected] - Grfica Capital TIragem - 30 mil exemplares A tiragem desta edio de 30 mil exemplares comprovada pela BDO Auditores Independentes.

Diretor-Geral Dagoberto Rupp [email protected] relaes De mercaDo Joo Rodrigo Bilhan [email protected] aDmiNistratiVo Jaqueline Karatchuk [email protected] Paula Santos [email protected] Mnica Cardoso [email protected] comercial (Dec) Paulo Roberto Luz [email protected] Joo Claudio Rupp [email protected] Joo Augusto Marassi [email protected] Rodrigo M. Nardon [email protected] Leandro Dvorak [email protected] rePreseNtao (sP) Iokisa Takau Jr. [email protected] Diana Tabajara [email protected] marketiNG e comuNicao Diretor de Marketing Marco Jacobsen [email protected] Fernando Beker Ronque [email protected] Rafael de Azevedo Chueire [email protected] Dagoberto Rupp Filho [email protected] Fernanda Prodossimo [email protected] Paula Mayara [email protected]

eDitor-chefe Davi Etelvino (SC02288JP) [email protected] eDitor Uir Lopes Fernandes [email protected] ceNtral De JorNalismo Carlos Marassi [email protected] Davi Etelvino [email protected] Uir Lopes Fernandes [email protected] Carolina Gregorio [email protected] Paulo Negreiros [email protected] Leonardo Pepi Santos [email protected] Leonilson Carvalho Gomes [email protected] Estanis Neto [email protected] Marcelo Ferrari [email protected] Oberti Pimentel [email protected] Marcelo C. de Almeida [email protected] Alexsandro Hekavei [email protected] Ricardo Adriano da Silva [email protected] coNselho eDitorial Dagoberto Rupp [email protected] Joo Rodrigo Bilhan [email protected] Carlos Marassi [email protected] Paulo Roberto Luz [email protected] Joo Claudio Rupp [email protected] Joo Augusto Marassi [email protected] Fbio Eduardo C. de Abreu [email protected] Edemar Gregorio [email protected] DiaGramao e iNfoGrafia [email protected] reViso Mirian Sakurada ilustraes Marco Jacobsen [email protected] WebDesiGN Fernando Beker Ronque [email protected] bem-estar Clau Chastalo [email protected] Maria Telma da C. Lima [email protected] Paulo Fausto Rupp [email protected] Janete Ramos da Silva [email protected]

Fazer acontecere que chegada a hora de arregaar as mangas, vestir o capacete e ligar as mquinas para fazer acontecerem as obras que o Brasil precisa em todas suas facetas da infraestrutura, no h mais qualquer dvida. No calor de janeiro, enquanto meras letras garrafais estampadas em veculos de circulao nacional parecem ter o poder de derrubar ministros com a mesma fora de uma canetada presidencial, paira entretanto outra dvida: a de que o descaso poltico perante as necessidades do nosso Pas , ou no, um problema crnico. Provavelmente to crnico quanto o sofrimento do empresariado brasileiro, que rotineiramente acaba includo no rol daqueles que usurpam o dinheiro pblico, sob a acusao de compartilhar uma poltica tributria que mina o desenvolvimento. Ledo engano acreditar que esses, que investem e acreditam no desenvolvimento e no emprego, corroboram uma administrao pblica que sufoca os lucros, achata as margens financeiras, trava a operao, e burocratiza, quase que absurdamente, projetos que poderiam ser hoje empreendimentos cheios de vida em todos os rinces deste Pas que se diz hoje a quinta economia mundial. Tais empreendimentos precisam acontecer e verdade, muitos j esto diante de nossos olhos. o que mostra a positiva realidade advinda das concesses rodovirias no Brasil, um dos vislumbres lcidos de que a iniciativa privada pode caminhar ao lado da administrao pblica para cuidar de setores onde preciso mais rapidez nas tomadas de decises que se traduzem em investimentos o que nosso Caderno Especial Concesses desta edio traz: um panorama dos mais representativos. Um setor relativamente novo no territrio nacional, o das concessionrias, sempre entendeu a relevncia dos projetos e do planejamento, e a Associao Nacional das Empresas de Obras Rodovirias (ANEOR) tambm ganha espao em nossas pginas para reforar essa ideia que parece ainda soar como um sonho distante ao setor pblico de todas as esferas da Federao. E como janeiro para muitos brasileiros um ms de frias, no esquecemos de olhar e porque no contemplar a situao da infraestrutura para o turismo no Brasil, que igualmente aguarda algum sopro revigorante de investimentos para poder liderar um setor que gera bilhes de dlares em empregos e renda.

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[email protected] loGstica Juliano Grosco [email protected] Juvino Grosco [email protected] Alcio Luiz de Oliveira Filho [email protected] Renato da Conceio Filho [email protected] Jackson Thayan [email protected] ateNDimeNto e assiNaturas Mari Iaciuk [email protected] Raquel Coutinho Kaseker [email protected] auDitoria e coNtroller Marilene Velasco [email protected] colaboraDora Angieli Maros

Central de Jornalismo

Artigos assinados no refletem necessariamente a opinio da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.

NDICEDebate 20Painel da InfraBrasil Expo Summit.

obras 26ltimo trecho do Rodoanel Mrio Covas.

CaPa 30Turismo, infraestrutua altura da demanda.

termiNais arEos 34 exclusIva9

termiNais martImos 36 camiNho De asfalto 38 Para todos 40 os gostos IntErNacioNal 49Lies da Itlia, quarta parte.

PlanEjameNto 52jos rICha fIlho, secretrio De estaDo De iNfraestrutura e logstica Do paraN Um pas sem planejamento como uma nau sem rota.

Jos Richa Filho, irmo do governador do Paran, sofreu criticas e acusaes de nepotismo quando nomeado secretrio de Estado de Infraestrutura e Logstica. No entanto a competncia do engenheiro civil vem calando os oposicionistas.

rodovias 56Revitalizao no Tocantins.

coNcesses 61Rodovias&Vias inaugura uma srie de reportagens sobre as principais rodovias concessionadas do Brasil.

em tEmPo No mErCado

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imagem Do ms 86

Na mEdIda InfopgiNa chargE

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nesta edio:

Curta o brasil

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Foto de capa: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

PlanEjameNto

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coNcesses

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56autopista Ferno dias autopista Fluminense autopista litoral sul autopista rgis bittencourt autopista planalto sul ccr ponte novadutra rodovia do ao

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exclusiva

jos richa filhosecretrio de estado de infraestrutura e logstica do paranO eco cadenciado, produzido pelo som dos sapatos sobre o imponente mrmore branco Paran, do modernista Palcio Iguau, denunciou a chegada da equipe de Rodovias&Vias ao centro do poder executivo, na capital paranaense. Com a afabilidade e o sorriso caractersticos, Jos Richa Filho, o Pepe Richa, Secretrio de Estado de Infraestrutura e Logstica, cumprimentou a todos, precisamente no gabinete onde h pouco mais de 25 anos, o ento governador Jos Richa, delineava os rumos que ajudaram o Paran a firmar-se como potncia brasileira. A conversa sobre as atribuies da super secretaria e os grandes desafios que ela representa, voc confere a partir de agora.

Fotos: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

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exclusivaRodovias&Vias: Ao assumir a pasta de Infraestrutura e Logstica o Senhor falou sobre a implantao de novos conceitos. Como funciona esse novo modelo de gesto? Jos Richa Filho: Trata-se de um modelo calcado na integrao entre os diversos modais. Numa programao integrada, isso fundamental. No adianta pensar em investimentos no porto se no tiver clareza nos investimentos em rodovias, ferrovias e aeroportos. Investir na malha para levar toda a produo de gros para o porto, por exemplo, sem preparar os terminais porturios para receberem as mercadorias, significa criar gargalos que trazem prejuzos para a safra, para o estado e para o pas. Por isso o planejamento para as intervenes contempla a intermodalidade. Como est a relao da atual gesto com o governo federal? No h como fazer uma programao de investimentos no Estado, se no houver clareza nos investimentos que

o Governo Federal far. Uma das marcas do governo Beto Richa o dilogo, motivo pelo qual temos conversado sobre projetos que levam em conta a intermodalidade, abrangendo portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Com relao s rodovias estamos pleiteando obras na Boiadeira (BR-487), BR 163, alm da BR 153, Transbrasiliana. Discutimos tambm a implantao da BR 101 no Paran, nico estado em que ela ainda no existe, uma rodovia extremamente importante, principalmente como alternativa ao Porto de Paranagu no caso de interdio da BR-277. Temos acionando com mais freqncia, por exemplo, o CODESUL (Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul) que uma ferramenta espetacular. Ele envolve 4 estados: os trs do sul Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e tambm o Mato Grosso do Sul. Como se d, citando um exemplo, o uso desta ferramenta? Para exemplificar podemos citar duas frentes de trabalho para as ferro-

No adiaNta peNsar em iNvestimeNtos No porto se no tiver clareza nos investimentos em rodovias, ferrovias e aeroportos.

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exclusivavias. Uma o projeto de extenso da Ferroeste, que atualmente possui apenas 250 quilmetros ligando Cascavel a Guarapuava,e que passaria a ter 1.116 km, vindo de Maracaju no Mato Grosso do Sul, passando por Dourados e Mundo Novo, entrando no Paran por Guara e chegando at o porto de Paranagu. A outra frente a Ferrovia Norte-Sul, um projeto do Governo Federal que, segundo o prprio nome sugere, cortaria o pas de norte a sul, mas que atualmente termina em So Paulo. Da a importncia do CODESUL, onde unidos a esses outros estados, temos mais fora para pleitear junto ao Governo Federal que honre o nome dessa ferrovia, incluindo no projeto a extenso at o Sul do pas. Em encontro com a presidente Dilma e representantes do Ministrio dos Transportes, ela nos assegurou que vai honrar este compromisso. Quais os investimentos desta gesto para o transporte ferrovirio? No incio da gesto fui conhecer melhor as instalaes da Ferroeste e fiquei bastante assustado, a situao era desanimadora, um abandono total. Fiz uma vistoria e pude observar tanques rachados, pingando combustvel, alm de problemas na superestrutura que h muitos anos no recebia manuteno adequada. Fizemos parcerias entre a Ferroeste e o DER que ajudou na manuteno e recuperao dessas vias, trazendo mais qualidade, segurana e rapidez. Conseguimos com o DNIT a doao de quatro carretas carregadas com peas para os trens, material pertencente extinta Rede Ferroviria Federal (RFFSA), que representaram economia de R$ 10 milhes. Com isso reconquistamos a confiana da iniciativa privada, afugentada pela gesto passada, que comea a investir novamente. Tambm o projeto de readequao e reestruturao do Porto Seco de Cascavel, empreendimento realizado por meio de uma parceria entre a Codapar e o grupo paraguaio Unexpa, que viabilizou investimentos de mais de R$ 100 milhes.

reconquistamos a confiana da iniciativa privada, afugeNtada pela gesto passada.Quais as aes e qual a previso de investimentos da Secretaria na Recuperao e Conservao de Estradas? Tenho a satisfao de comunicar que a Secretaria de Infraestrutura e Logstica tem hoje assegurados investimentos de mais de R$ 1,2 bilho para as rodovias paranaenses. Lanamos o Programa Estadual de Recuperao e Conservao de Estradas Pavimentadas (PERC), elaborado tecnicamente para abranger toda a malha rodoviria do Paran. No final do ano montamos os editais de licitao que somam R$ 842 milhes. Liberamos o edital da PR- 445, que liga Londrina BR-376, no valor de 104 milhes. Tambm soltamos a concorrncia para a PR-323 que liga Maring a Guara, na fronteira com o Paraguai, no valor de 48 milhes. Alm disso, temos o Programa de Pontos Crticos, com

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R$ 6 milhes destinados, o programa de recuperao de pontes, que possui 845 mil de verba e a contratao de empresas de consultoria, mais 75 milhes. Ainda sero investidos mais 20 milhes de reais na segurana e sinalizao rodoviria, 7 milhes para a elaborao de projetos e 44 milhes para o Programa de Obras. Outros 36 milhes distribudos entre administrao direta, obras emergenciais e obras diversas. Tambm faz parte das aes da secretaria a entrega aos municpios de equipamentos rodovirios que sero usados pelas prefeituras para obras em estradas vicinais. As patrolas so fundamentais para a manuteno dessas vias, at porque grande parte da nossa produo escoa por elas, antes de chegar s rodovias. H um compromisso do governo de, ao longo da gesto, entregar 60 dessas mquinas, em um investimento de mais de R$ 72 milhes.

Como est a relao com as concessionrias? H uma cobrana muito forte da populao nessa questo. Desde o incio do ano, por uma determinao do governador Beto Richa, dentro desta mxima do governo que o dilogo, voltamos a conversar com as concessionrias. Olhamos para o histrico desta questo. Em um governo a tarifa foi reduzida de forma unilateral, em outro levaram a discusso para a justia e nenhum dos dois teve sucesso. O que de fato a populao necessita que so os investimentos, foram retirados dos contratos em negociaes passadas, caso da duplicao da BR-277 de Medianeira a Cascavel, obra j iniciada. Ficou algum projeto bom como herana do governo passado? Na nossa pasta enfrentamos hoje uma grande dificuldade que a ausncia de uma prateleira de projetos, pro-

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exclusivablema recentemente discutido com minha equipe tcnica. Ao analisar o valor total de uma obra, o projeto representa aproximadamente 3%. Um investimento relativamente pequeno, mas voc no consegue fazer obra nenhuma se no tiver o projeto. Infelizmente o governo anterior ficou conhecido por no ligar muito para projetos, planejamento, e isso hoje nos custa muito caro. Estamos retomando as atividades para elaborao de uma carteira de projetos, inclusive para obteno de financiamentos externos. A que o senhor atribui as sucessivas quebras de recorde do porto de Paranagu? Em primeiro lugar eu diria a credibilidade do governo, foi fundamental para isso. Depois em uma ao aparentemente simples, no incio do governo, fizemos uma dragagem nos beros. At ento os beros, onde os navios atracam para carregar e descarregar, no permitiam aos navios sair com carga plena. Saam s vezes com 40, 50, no mximo 60% da sua carga. Somente essa ao da dragagem dos beros j possibilitou que batssemos recordes. Em abril do ano passado batemos recordes do corredor de exportao, recorde histrico do Porto de Paranagu. Em todo o complexo da soja, hoje, fechamos o ano bem acima do Porto de Santos. Quando falo complexo me refiro a farelo, gro e leo. Ento retomamos uma posio que o porto tinha perdido e batemos diversos recordes de forma que numa movimentao geral, ns tivemos um crescimento de mais de 8%, enquanto outros portos chegaram a no mximo 5%, considerando que alguns tiveram um decrscimo. Alguma ao voltada para os aeroportos? Alm do Plano Aeroporturio que estamos desenvolvendo, temos feito aes pontuais como o caso de Ponta Grossa, em que o aeroporto no tinha iluminao noturna. Tambm no era um aeroporto cercado, ento estamos providenciando iluminao, atravs de uma parceria com a prefeitura, alm das cercas e aparelhos meteorolgicos. Em Castro tambm em uma parceria com a prefeitura, estamos executando melhorias no aeroporto. Toledo est recebendo um reforo na pista para possibilitar o pouso de aeronaves maiores, e em Cascavel, por meio de duas parcerias, est sendo executada ampliao das cabeceiras e duplicao da pista para poder receber aeronaves ainda maiores. E o aeroporto Afonso Pena? Quais os principais entraves para a construo da nova pista? Existe a possibilidade sair at 2014? Para 2014 no, est prevista para 2016, 2018. O Governo Federal deixou claro para ns: no quer misturar as aes que acontecero para atender a Copa do Mundo, que esto sendo feitas no aeroporto Afonso Pena, daquelas que tem que ser feitas para o dia a dia. Entendem que a questo da pista no fundamental para a Copa do Mundo. Para que acontea em 2016, 2018, as aes de desapropriao tm que comear este ano. Por isso corremos para fazer um decreto e estancar o problema da crescente ocupao dos terrenos e construo de benfeitorias que posteriormente encarecem a desapropriao da rea para construo desta pista nova. O Governo Federal no podia contratar um projeto sem saber se a obra realmente aconteceria. O decreto tornou isso possvel, tanto que o projeto j foi contratado, o processo j comeou, uma realidade.

Na Nossa pasta eNfreNtamos hoje uma graNde dificuldade que a ausncia de uma prateleira de projetos, isso hoje nos custa muito caro.

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em tempo

r$ 19 milhes para reurbaNizao de carapicubaO Governador de So Paulo, Geraldo Alckmin, liberou em janeiro mais de R$ 19 milhes para a primeira etapa do projeto de reurbanizao de Carapicuba, regio metropolitana de So Paulo. Os recursos so do Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento FUMEFI. O projeto vai melhorar o trfego e facilitar a circulao de pedestres, com a interligao entre a estao Carapicuba da CPTM, o terminal municipal de nibus, a FATEC (Faculdade de Tecnologia), a ETEC (Escola Tcnica Estadual), o SESI e o Sistema Virio Mrio Covas.

Foto: Divulgao/Jorge Hirata

cresce meNos, mas ainda cresceO mercado de mquinas pesadas e equipamentos para a construo, segundo a Sobratema - Associao Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manuteno -, deve crescer este ano em torno de 5%. O nmero inferior ao registrado em 2011, de 18%, por causa da crise econmica na Europa e Estados Unidos, mas o crescimento tambm puxado para baixo, segundo a associao, por uma estimativa na queda nas vendas de caminhes. Para o consultor britnico Brian Nicholson, que participou da elaborao do estudo de mercado da Sobratema junto com o professor Rubens Sawaya, da PUC SP, as expectativas para 2012 so as melhores, sendo que o Brasil representa 40% das vendas da linha amarela na Amrica Latina.14 RODOVIAS&VIAS

Foto: Divulgao

em tEmPo

requisitos para os radaresA resoluo n 396 de 13/12/2011 do Contran Conselho Nacional de Trnsito est em vigor e dispe sobre requisitos tcnicos mnimos para a fiscalizao da velocidade de veculos automotores, reboques e semirreboques, conforme o Cdigo de Trnsito Brasileiro. Tal medida significa que os equipamentos (os radares) a serem utilizados nessa fiscalizao de velocidade devem seguir alguns padres tcnicos, segundo seus tipos: fixo, esttico, mvel e porttil. A resoluo inclui tambm os redutores eletrnicos de velocidade, conhecidos como lombada ou barreira eletrnica. Atento resoluo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT j anunciou que far a adequao da sinalizao de novos equipamentos.

celular e direo no combinamE para combater esse hbito que prejudica a segurana do trnsito, o Ministrio das Cidades e o Denatran lanaram o aplicativo para telefones celulares Mos no Volante, que uma ferramenta disponvel para smartphones e evita o atendimento indevido de ligaes e informa os remetentes com mensagens automticas. Com o aplicativo instalado, o motorista no poder atender o celular enquanto estiver dirigindo, pois o aparelho no ir tocar. Segundo o Denatran - Departamento Nacional de Trnsito -, as pessoas que ligarem ou enviarem mensagens de texto percebero que a ligao ser cancelada e na sequncia recebero uma mensagem informando que o destinatrio est ao volante. O motorista poder checar as ligaes recebidas no final da viagem.

ciclovias em rodovias federaisUm Projeto de Lei do Deputado Fbio Faria (PSD-RN) tramita na Cmara dos Deputados e ser analisado pelas comisses de Viao e Transportes, de Constituio e Justia e de Cidadania, e, se aprovado, tornar obrigatria a incluso de ciclovias nos projetos e na execuo de obras de construo, ampliao ou adequao de rodovias federais. O deputado lembra que a bicicleta tambm bastante usada para deslocamentos realizados fora de reas urbanas. No interior do Brasil e, particularmente, na regio Nordeste, as pessoas utilizam-se da bicicleta tanto para ir da zona rural at a sede do municpio como para viagens entre localidades prximas, diz Faria.RODOVIAS&VIAS 15

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

asfalto 100% recicladoa soma empresa de prestao de servios ltda. detm a patente de um mtodo e de usina de asfalto para reciclagem total (100%) a quente do produto asfltico fresado, oriundo da fresagem a frio de pavimentos asflticos com problemas. a tcnica, segundo o engenheiro cludio Nasser, da soma, exclusiva da empresa.A inovao tecnolgica permite o reaproveitamento total do material, alm de dispensar a utilizao de material novo, como por exemplo p de pedra, pedra zero e pedra um comumente utilizados na usinagem de asfalto a quente. Outra importante caracterstica da usina inovadora permite o reaproveitamento do p de borracha de pneu, que pode ser usado como agregado mineral na nova capa asfltica (via seca). Essa usina foi desenvolvida para fazer o reuso do fresado como binder ou capa asfltica de rolamento de uma estrada. No h fogo, chama direta sobre o produto asfltico fresado, no h combusto, no h exausto forada dos gases, diminuindo assim a emisso de CO2 e contribuindo para a reduo do aquecimento global. Evita-se a emisso anual de 600.000 milhes de toneladas de CO2 no mundo todo, o que corresponde ao CO2 absorvido do ambiente por uma floresta com 300.000 Km. So perdidos tambm, por ano, 4.000.000 de toneladas de p de pedra, 4.000.000 de toneladas de pedra britada, 1.000.000 de toneladas de areia, 600.000 toneladas de cimento asfltico, 400.000 toneladas de cal hidratada, acrescenta Nasser. Com essa patente, a Soma melhora a eficincia das usinas de asfalto, reduzindo o uso de combustveis fsseis, as emisses de gases e o rudo das mesmas. O mtodo e a usina de reciclagem asfltica estabelecem novas marcas e metas na rea da engenharia rodoviria em relao s usinas convencionais.Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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fora na construo civilsegmento representa 13% do pib brasileiro e prev crescimento de 5,2% para 2012.A 20 FEICON BATIMAT (Salo Internacional da Construo) acontece de 27 a 31 de maro de 2012, no Pavilho de Exposies do Anhembi, em So Paulo, e ser palco de lanamentos e novidades para o setor de infraestrutura e construo civil. Com duas dcadas de existncia, o evento celebra o saldo positivo do setor que encara 2012 com otimismo. Segundo dados divulgados pelo Sindicato da Indstria da Construo Civil do Estado de So Paulo (SindusCon-SP), alm do crescimento previsto para 2012, de 5,2%, h expectativas tambm de aumento do nvel de emprego formal da construo brasileira, que em 2011 cresceu 9,2%, comparado a 2010 (perodo de janeiro a setembro). Para a Diretora da Feira no Brasil, Liliane Bortolucci, a presena dos principais representantes da cadeia produtiva reflete no alto nvel dos itens em exposio na feira. Para a prxima edio j temos 750 marcas expositoras confirmadas que apresentaro lanamentos e novidades, aguardadas por todos do segmento da construo.Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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Qualidade de pesoA tecnologia embarcada nos caminhes cresce a cada ano e a mo de obra precisa se qualificar para operar mquinas cada vez mais modernas. Os caminhes que circulam por nossas estradas so mais do que apenas grandes veculos, so verdadeiros bens patrimoniais, com valores que podem ultrapassar meio milho de reais. A linha 2012 da fabricante mundialmente reconhecida de caminhes e nibus Scania se apresenta como o maior torque do mercado no Pas. Os caminhes da empresa sueca apresentam neste ano evolues no trem de fora,Foto: Divulgao

linha 2012 da scania do brasil inova com motores mais potentes e econmicos.com uma plataforma totalmente nova de motores, alm de melhorias no Opticruise, a caixa automatizada da Scania, e no Retarder, o sistema de freios auxiliares da marca. Com operaes em 100 pases e mais de 35 mil empregados, a Scania j vendeu, desde sua fundao, mais de 1,4 milho de caminhes e nibus. Apesar do torque maior, a linha 2012 garante mais economia de combustvel graas aos novos motores de 9 e 13 litros. Alm disso, a Scania apresenta a linha V8 ainda mais forte, com potncias de 560 e 620 cavalos, e o exclusivo caminho com motor a etanol.

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cruzeiros ecolgicos vistacomo a tendncia mundial em busca de reduo de impactos ambientais se alastra para todos os setores da economia, o segmento dos cruzeiros martimos no poderia ficar de fora.Pensando em diminuir consideravelmente as emisses de gases do efeito estufa, o Grupo ABB, lder em tecnologias de energia e automao, presente em mais de 100 pases e com 130 mil funcionrios, fornecer companhia finlandesa Viking Line, um sistema de gerenciamento de energia para um dos cruzeiros mais ecolgicos do mundo. O navio est sendo construdo na STX Yard, em Turku, Finlndia, e, graas ao sistema desenvolvido pela ABB, ter grande economia de combustvel, podendo alcanar a meta de zero emisses no ambiente martimo. O novo cruzeiro mede 218 metros e poder atingir a velocidade mxima de 22 ns, com capacidade para transportar 2.800 passageiros. A rota que ser atendida pela embarcao liga a cidade de Turku (Finlndia) a Estocolmo (Sucia). De acordo com as metas ambientais da Viking Line, a nova gerao de cruzeiros utilizar gs natural liquefeito como combustvel. Para assegurar o uso eficiente de combustvel desde o primeiro dia de operao e com o intuito de gerenciar a energia utilizada no cruzeiro, a Viking Line escolheu o sistema EMMA de gerenciamento de energiaFoto: Divulgao

da ABB, que compara e analisa o histrico operacional do navio, para ento calcular e enviar alertas sobre as reas de melhoria por meio de displays. O EMMA foi desenvolvido com base no software de automao de processos para gerenciamento de energia, utilizado em mais de 60 clientes da indstria. Estvamos buscando uma boa ferramenta de monitoramento que regulasse o consumo de energia de forma automtica e que fosse de fcil operao, explica Kari Granberg, Project Manager da Viking Line Abp.

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debate

painel discute os principais projetos rodovirios do BrasilTrs dos mais importantes dirigentes do setor rodovirio brasileiro estiveram juntos no ltimo dia de janeiro no WTC Expo Center, em So Paulo, participando de um Painel da InfraBrasil Expo Summit.

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Fotos: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

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Nada menos que o diretor-executivo do DNIT, Tarcsio Gomes de Freitas, o superintendente do DER/SP, Clodoaldo Pelissioni, e o diretor-presidente da Dersa (SP), Laurence Casagrande Loureno, participaram de um Painel no segundo dia da InfraBrasil Expo Summit. Presidindo a mesa, estava o jornalista Carlos Marassi, do Conselho Editorial de Rodovias&Vias. Quem assistiu ao Painel teve o privilgio de conhecer os planos desses trs gigantes do rodoviarismo nacional DNIT, DERSA e DER/SP

dnit e o planejamento estratgicoO primeiro a falar foi o diretor-executivo do DNIT, Tarcsio Gomes de Freitas, que surpreendeu a todos mostrando que o rgo finalmente entrou na era do planejamento estratgico. Ele resumiu o plano estratgico de transportes para os prximos 20 anos (20122031), elaborado pelo DNIT, que leva

Jornalista Carlos Marassi, Tarcsio Gomes de Freitas (DNIT), Laurence Casagrande Loureno (DERSA/SP), Clodoaldo Pelissioni (DER/SP).RODOVIAS&VIAS 21

debateem conta estimativas do aumento de produo agrcola e de outras cargas, definindo as prioridades, analisando os atuais gargalos e as necessidades futuras de investimento em infraestrutura e logstica de transportes.

parcerias pblico privadasOutra realidade que poucos conhecem foi apresentada pelo diretor-executivo, a limitada capacidade operacional do DNIT. Segundo ele, em 1987 o DNER tinha 16.000 servidores e cuidava apenas de rodovias. Hoje o DNIT tem apenas 2.695 servidores para atender os setores rodovirio, ferrovirio e aquavirio. Mesmo assim, disse Tarcsio, o rgo conseguiu aumentar o volume de investimentos, saltando de R$ 4 bilhes em 2007 para R$ 11 bilhes em 2011, com previso de investir R$ 12,4 bilhes em 2012. Neste ano, o DNIT far 1.452 km de pavimentao, com gastos de R$ 5,6

bilhes, alm da recuperao e manuteno da malha. Tarcsio revelou tambm que o rgo quer utilizar a Parceria Pblico Privada (PPP) para contratar a conservao de rodovias federais, em substituio aos CREMA que so utilizados atualmente. O rgo j iniciou estudos para viabilizar essas parcerias. O diretor informou tambm que 2013 e 2014 sero os anos em que estaro concludos os principais projetos que hoje esto em andamento, como a BR-163, a BR-156 (no Amap), a BR-448 (no Rio Grande do Sul), a BR-101 Nordeste, a BR-069 e a BR-364.

der-sp e dersa, gigantes do rodoviarismoSo Paulo impressiona sempre pelo gigantismo de suas obras e pelo volume de investimentos. Clodoaldo Pelissione, superintendente do DER paulista,

Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

A previso que o DNIT pavimente 1.452 km em 2012.22 RODOVIAS&VIAS

paiNel Discute os PrInCIPaIs ProjEtos rodovIrIos do BrasIle Laurence Casagrande Loureno, diretor-presidente da DERSA, apresentaram o programa de investimentos do Estado em rodovias, com destaque para o programa de recuperao de vicinais que, ao final, ter 12.000 km de rodovias. Tambm destacaram as obras de duplicao do trecho planalto de 49 km da Rodovia dos Tamoios, com recursos do estado, e os estudos para a duplicao do trecho serra atravs de PPP. vados. Depois que todos os segmentos estiverem conectados, a gua esgotada e a obra finalizada. O tnel imerso ficar a uma profundidade mnima de 21 metros e ter 900 metros de extenso, com 3 pistas em cada sentido, alm de uma pista central para pedestres e bicicletas. O custo previsto da obra de R$ 1,3 bilho, devendo ser iniciada em 2013 e concluda no primeiro semestre de 2016.

rodoanelMas a maior obra ser mesmo a construo do trecho norte do rodoanel, com 44 km de extenso, a um custo estimado de R$ 6,5 bilhes de reais, que sero divididos entre o DER (43%), financiamento do BID (31%) e participao da Unio atravs do PAC 2 (26%). O projeto prev a rodovia margeando o Parque da Cantareira. Nos trechos em que atinge o parque, o rodoanel norte ter sete tneis, num total de 6,6 km de extenso. Esto previstos tambm 21 viadutos. Quando o Rodoanel Mrio Covas estiver totalmente concludo, em 2014, incluindo o trecho leste que j est em obras, ele ter 177 km de extenso, ligando as 10 principais rodovias que chegam a So Paulo.

o tnel imerso ficar a uma profuNdidade mNima de 21 m e ter 900 m de exteNso, com 3 pistas em cada seNtido.

tnel imerso no litoralO diretor-presidente da DERSA, Laurence Loureno, anunciou tambm a deciso do governo paulista de fazer a ligao SantosGuaruj atravs de um tnel imerso, considerado a melhor soluo para transposio seca de canais navegveis. Ser a primeira vez que uma obra desse tipo ser construda no Brasil. Ele semelhante a um grande tubo apoiado no fundo do canal. As peas de ao ou concreto so moldadas fora da gua. Depois de prontas so seladas e transportadas flutuando at o local, onde so afundadas. Sob a gua, os perfis so conectados e tra-

Foto: Dilvulgao

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debate

painel transportesPlanejar e at mais do que isso, executar grandes obras para melhoria do transporte pblico um desafio.

urbanos

Fotos: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

Srgio Avelleda, diretor presidente do Metr de So Paulo, abriu os trabalhos.

projetos soluPara apresentar no painele sobre es estavam Transportes Urbanos alguns dos responsveis pelos caminhos das duas maiores metrpoles brasileiras. Julio Lopes, secretrio de estado de Transportes do Rio de Janeiro, Alexandre Sanso Fontes, secretrio municipal dos Transportes da Cidade do Rio de Janeiro, e Eli Bensoussan Canetti, gerente de

Expanso do Metr do Rio de Janeiro, representaram os poderes estadual e municipal da Cidade Maravilhosa. Srgio Avelleda, diretor presidente do Metr de So Paulo, fez as honras da capital anfitri do evento. Os grandes eventos que acontecero no Brasil em 2014 e 2016 so sim motivo de grande preocupao, mas as discusses perpassam pelo dia a dia da

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populao que utiliza o transporte pblico. Existe a necessidade da expanso de linhas, melhores servios e atendimento. O presidente do Metr de So Paulo aproveitou o momento para cobrar maior celeridade na aprovao dos projetos, cobrou uma maior participao da sociedade, pois existe janela de oportunidades no mercado e, por maior competncia que haja entre os agentes pblicos, cada vez mais se esbarra em burocracias. Avelleda colocou, como desafio para o metr, passar dos atuais 74 Km para 137 Km at 2015, passando a transportar aproximadamente 7 milhes de pessoas. Para Julio Lopes, secretrio de estado de Transportes do Rio de Janeiro, a mobilidade, em um contexto maior at do que os grandes centros urbanos, um desafio de planejamento, com a necessidade de grandes investimentos, mas que na outra ponta precisa contar com uma adeso cada vez maior da populao em sua utilizao. Os grandes eventos daro o impulso necessrio para que as coisas aconteam e a secretaria municipal dos Transportes do Rio de Janeiro trabalha para aproveitar o momento. Alexandre Sanso Fontes, secretrio municipal dos Transportes, acredita na integrao de nibus, trem e metr, como uma forma de democratizar o transporte pblico. Ampliao das linhas, a busca pelo conforto e qualidade no transporte regem os trabalhos da pasta. O responsvel pela rea de Expanso do Metr do Rio de Janeiro, Eli Bensoussan Canetti, apresentou o plano de trabalho para os prximos anos e salientou a importncia dos seminrios para troca de experincias entre os responsveis pelos transportes nas grandes metrpoles.

Julio Lopes, Secretrio de Estado de Transportes do Rio de Janeiro.

Alexandre Sanso Fontes, Secretrio dos Transportes da cidade do Rio de JaneiroRODOVIAS&VIAS 25

obras

um norte para a megalpoleAt 2014, deve ser entregue o ltimo trecho do Rodoanel Mrio Covas, que circundar a maior regio metropolitana do pas So Paulo. A empreitada, que conta com a participao de investimentos dos governos estadual e federal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID fechar o anel virio e abrir novas possibilidades para os deslocamentos e a vida de milhes de pessoas que ou vivem ou passam pela megalpole.

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Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

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obrasTrecho Norte do Rodoanel ter 44 km e, antes mesmo de ver suas obras iniciadas, enfrenta polmicas acerca de seus impactos ambientais, j que passar pela rea da Serra da Cantareira, uma das poucas reservas verdes no entorno da Grande So Paulo, remanescente da Mata Atlntica. Com a entrega desse trecho, o Rodoanel estar completo em seus 177 km de extenso. Por outro lado, no se pode esquecer os impactos positivos que a obra proporcionar mobilidade dos milhes de deslocamentos dirios que precisam atravessar a cidade para

O

atingir seus destinos hoje. Nada menos que dez rodovias de grande movimento de cargas e pessoas desembocam em So Paulo, contribuindo para o congestionamento sem fim que se instalou na metrpole. Alm de desafogar o trfego metropolitano, estimativas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) preveem que meio milho de toneladas de gs carbnico deixaro de ser emitidas anualmente no centro expandido da capital paulista, graas ao novo trecho que concluir o traado completo do Rodoanel.

chegam por estas rodovias, todos os dias, um milho de veculos, que precisam atravessar a cidade.

1 ANHANGUERA 2 bANDEIRANTES 3 CASTELLo bRANCo 4 RAPoSo TAVARES 5 RGIS bITTENCoURT 6 ANCHIETA 7 IMIGRANTES 8 PRESIDENTE DUTRA 9 CARVALHo PINTo AYRToN SENNA TRAbALHADoRES 10 FERNo DIAS

1

2 10

8 3

9

4 5 6 7

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um norte para a megalpole

pronto s em 2014Para desfrutar do alvio a ser proporcionado pelo Rodoanel, obra que figura entre as maiores e mais importantes empreitadas de infraestrutura do Brasil, todos tero de esperar at o final de 2014, data prevista para o trmino das obras do Trecho Norte. O valor total do Trecho Norte ultrapassar os US$ 3 bilhes e seu financiamento ocorrer por trs fontes de recursos: BID, Governo do Estado de So Paulo e Governo Federal (PAC 2). O Rodoanel Mrio Covas, em construo h mais de uma dcada, contribuiu desde o incio para melhorar o trfego de veculos pesados na cidade de So Paulo e na reduo de emisses de gases poluentes. O Trecho Sul, por exemplo, logo aps sua inaugurao, reduziu o trfego de caminhes em 43%, na Avenida dos Bandeirantes, segundo a Companhia de Engenharia de Trfego (CET), um dos principais corredores de acesso ao litoral e ao Porto de Santos a partir da capital.

valor total us$ 3 bilhesBid us$ 1.15 bilho governo so paulo us$ 890 milhes governo federal us$ 980 milhesFontes: BID / Dersa-SP

Esse tipo de benefcio, no entanto, perde seus efeitos com o constante crescimento das vendas de veculos de passeio, pois se de um lado foi possvel retirar o trnsito de cargas da cidade, por outro lado o espao vago vem sendo rapidamente preenchido por novos carros nas ruas todos os meses. Para se ter uma ideia do crescimento desse nmero, segundo dados da Agncia Brasil, de janeiro a novembro de 2011, foram licenciados 3 milhes e 284 mil veculos no pas, 4,8% a mais do que no mesmo perodo de 2010. Ainda assim, o otimismo das estimativas do BID, divulgadas em seu comunicado oficial de repasse dos recursos para a obra, aponta a expectativa de que a mdia de trfego dirio na Marginal Tiet caia 10% no primeiro ano de operao do Trecho Norte (porcentual que chegar a 13% em 2024), e a velocidade mdia dos veculos pode aumentar 17%. Alm disso, estima-se que o Trecho Norte contribuir para reduzir o material particulado emitido pelo trfego de veculos na Marginal Tiet em 18%. Um dos maiores desafios, alm das questes ambientais, ser o do reassentamento. esperada, segundo informaes oficiais do governo paulista, o reassentamento de 2.000 famlias com a obra. Dividida em seis lotes, segundo o edital de pr-qualificao, a construo do Rodoanel trecho Norte tem incio previsto para maro de 2012 e ligar os trechos Oeste do Rodoanel, a partir da avenida Raimundo Pereira Magalhes, antiga estrada Campinas/So Paulo (SP-332), ao trecho Leste, na interseco com a rodovia Presidente Dutra (BR-116). O trecho Norte tambm prev acesso rodovia Ferno Dias (BR-381), mais 3,6 km de pista de acesso ao Aeroporto Internacional Franco Montoro, em Guarulhos. Segundo a Desenvolvimento Rodovirio S.A. (Dersa) o traado ter vrios trechos em obras de arte especiais, incluindo sete tneis, e 111 obras de arte estruturais (pontes e viadutos).

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A natureza foi generosa com o Brasil e conhec-lo faz parte dos planos de brasileiros e estrangeiros. Para que nosso pas possa ser aproveitado, preservado e, ainda por cima, lucremos com isso, a infraestrutura precisa estar altura da demanda.m por Uporpasetropical,oabenoado dos Deus bonito por natureza. No menos que Brasil um

curta o Brasil

vontade de conhecer o brasilO atual ambiente positivo no setor no atrai apenas turistas internacionais. Os prprios brasileiros, que passaram a conceber a atividade turstica como um produto de consumo, esto explorando cada vez mais o pas. A ltima Sondagem do Consumidor/ Inteno de Viagem estudo mensal organizado com consultas a 2.100 famlias em sete regies metropolitanas sobre a inteno de realizar viagens nacionais e internacionais nos prximos seis meses mostrou que 76,3% de todos os entrevistados pretendem visitar destinos tursticos nacionais, enquanto apenas 19,4% querem viajar para fora.

principais destinos tursticos de toda a Amrica. Uma faixa litornea que se estende por mais de sete mil quilmetros, florestas exuberantes, inmeros patrimnios histricos e uma grande diversidade cultural. De acordo com a edio 2011 do UNWTO Tourism Highlights (Destaques do Turismo), publicado pela Organizao Mundial de Turismo, as terras brasileiras receberam, em 2010, 5,2 milhes de turistas internacionais, tornando-se o quinto pas mais visitado do continente durante o perodo. A projeo feita para 2011 ficou prxima a 5,4 milhes de visitantes estrangeiros, nmero que, se confirmado, ser o maior j registrado no Brasil.

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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capaNesse cenrio promissor, no d para negar que a qualidade dos servios est diretamente ligada infraestrutura. Aeroportos, estradas, portos, ferrovias, hotelaria, abastecimento de gua e energia, entre outros pontos, so fundamentais para dar conta da crescente demanda de turistas e, consequentemente, garantir um turismo de qualidade. o que vem se mostrando, sobretudo, pelo fato de o Brasil ter se tornado pas-sede da Copa das Confederaes de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e tambm das Olimpadas e Paraolimpadas de 2016. Tais eventos so, ao mesmo tempo, timas oportunidades para o desenvolvimento do turismo brasileiro e tambm para o fortalecimento da infraestrutura na rea. Para Luciane Neri, professora assistente do Departamento de Turismo da Universidade Federal do Paran, hoje um dos maiores gargalos da infraestrutura turstica brasileira encontra-se no campo dos transportes, onde esto includas a situao das estradas e, principalmente, a quantidade e qualidade dos terminais rodovirios e aerovirios meios de transporte mais utilizados no territrio nacional. A demanda de pessoas viajando aumentou consideravelmente nos ltimos anos, enquanto que a infraestrutura de transporte no cresceu na mesma proporo, ocasionando o caos no sistema de transporte no Brasil, explica a professora. E se o assunto caos, no h como deixar de fora a situao do sistema areo nacional. Enquanto o nmero de passageiros cresceu em mdia 21,25% nos aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (Infraero) em 2010, os problemas ligados infraestrutura ou falta dela no sistema de aviao se mostraram como um fator de impedimento para que esse crescimento fosse ainda maior. De acordo com o diretor de infraestrutura do Ministrio do Turismo (MTur), Neusvaldo Ferreira Lima, no h como negar que grande parte das atenes relacionadas infraestrutura esto voltadas para os aeroportos. Segundo ele, uma forma de melhorar essa situao seria a adeso parceria pblico-privada, com o objetivo de fornecer servios de qualidade populao. Ns temos bons exemplos dessa parceria em algumas rodovias de So Paulo e isso mostra que d certo. E se vivel em rodovias tambm possvel levar a ideia para nossos aeroportos e depois para outros setores.

Ns temos boNs exemplos dessa parceria em algumas rodovias de so paulo e isso mostra que d certo. e se vivel em rodovias tambm possvel levar a ideia para nossos aeroportos e depois para outros setores.

Diretor de infraestrutura do Ministrio do Turismo (MTur)

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Foto: Divulgao

Neusvaldo Ferreira Lima

Curta o brasil

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Ouro Preto (MG) recebe cerca de 500 mil turistas todos os anos.

satisfao garantidaAinda que exista muito a ser feito para melhorar a infraestrutura turstica brasileira, o Perfil da Demanda Turstica Internacional, medido pela Sntese Brasil 2004-2010, mostrou que as visitas feitas ao Brasil superam a expectativa de um em cada trs estrangeiros. O estudo mostra que o percentual dos entrevistados que do a nota mxima para o Brasil atinge os 31,5%. No total, 85% avaliam que a viagem superou ou atendeu plenamente. Quanto aos equipamentos tursticos acredito que o Brasil vai muito bem, pois conta com uma excelente rede de hotis, temos uma tima quantidade e qualidade de restaurantes, agncias de

turismo, transportadoras com frota moderna. O que de fato precisa ser melhorado a infraestrutura de estradas, saneamento, servios de sade, capacitao profissional, entre outros, para melhorar a qualidade do produto turstico existente, insiste a professora Luciane. Para o diretor do MTur, Neusvaldo Lima, ainda que a infraestrutura do turismo tenha falhas e necessite evoluir, existem tambm muitos aspectos positivos que devem ser levados em considerao, sendo o melhor de todos o prprio brasileiro. O povo brasileiro tem uma simplicidade e uma simpatia muito grande, que no h como no gostar. E isso, com certeza, o nosso maior atrativo.

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A situao da infraestrutura aeroporturia brasileira j parece ter virado assunto demasiadamente repetitivo nos principais veculos de comunicao do pas, daqueles que, de tanto bater na mesma tecla, corre o risco de cair no esquecimento. Mas avanos existem, ainda que lentos demais para um setor que voa a velocidades a jato como o da aviao. Os aeroportos precisam, e j esto em expanso, sobretudo nas capitais que sero sede de jogos da Copa do Mundo de 2014, mas o ritmo precisa ganhar agilidade.

terminais areos

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Terminal de Guarulhos (SP).34 RODOVIAS&VIAS

aeroportostodo perodo de frias deComovez figuram nasosrevistas, jorzembro a janeiro aeroportos mais uma tre dezembro de 2010 e de 2011 e em 21,75% ao serem comparados os dois anos completos.

nais, telejornais e sites, com filas interminveis nos terminais de passageiros, ameaas de greve dos profissionais do setor, e relatos de pilotos e operadores de trfego areo apontando os riscos dos excessos de pousos e decolagens a saturao das pistas pelo movimento intenso graas ao turismo. O Governo Federal j deu o brao a torcer e, ainda que no diretamente, reconheceu: no vai dar conta de melhorar a infraestrutura dos aeroportos do Brasil sem a iniciativa privada. Prova disso foram as novas regras editadas em 2011, flexibilizando e permitindo a participao do setor privado na administrao de aeroportos por meio das concesses. Ainda bem. Se o Executivo demorasse ainda mais para tomar tais decises, os riscos certamente colocariam em xeque o setor. Dados da Agncia Nacional de Aviao Civil ANAC comprovam: No ltimo ms de 2011, a demanda pelo transporte areo domstico cresceu 7,27%. No acumulado de 2011, a expanso foi de 15,72%, com aumento de 194% desde 2002, o que equivale a dizer que a demanda praticamente triplicou na ltima dcada. Outra caracterstica do mercado de transporte areo de passageiros que demonstra mudanas no Brasil o da participao de empresas de menor porte. Atualmente, o mercado dominado por duas principais companhias: TAM e GOL. Juntas, detm participao de 75,52% do mercado domstico, segundo informaes da ANAC. Esse dado significa que a participao de mercado das empresas menores cresceu em 29,75% na comparao en-

concessesEm 2011, foi assinado o primeiro contrato de concesso de aeroporto federal no Brasil. O Aeroporto de So Gonalo do Amarante, localizado em So Gonalo do Amarante, no Rio Grande do Norte (RN), aps o Leilo n 01/2011, realizado no dia 22/08, pela Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC) na BM&FBOVESPA, representa a primeira concesso de um aeroporto federal iniciativa privada pelo lance de R$ 170 milhes. O grupo vencedor foi o consrcio Inframrica, constitudo pela empresa Argentina Corporacin Amrica e pelo Grupo Engevix, controlado pela Jackson Empreendimentos e composto por mais quatro empresas. O grupo ter at trs anos para construir os terminais e um prazo de mais 25 anos para explorao. O contrato de concesso poder ser renovado por, no mximo, mais cinco anos, quando o aeroporto retornar ao poder pblico. Os mais importantes e movimentados aeroportos do pas, o Aeroporto Internacional de Guarulhos Governador Andr Franco Montoro , Viracopos, em Campinas-SP, e o Aeroporto Internacional de Braslia-DF esto na fila para o leilo de concesso, agendados para o incio de fevereiro. Segundo a Secretaria de Aviao Civil (SAC), para o aeroporto de Guarulhos, o valor de outorga (lance mnimo) foi fixado em R$ 3,4 bilhes. Para Campinas, o valor de R$ 1,5 bilho, e para o de Braslia, R$ 582 milhes.

crescimento da demanda pelo transporte areo domsticodezemBro de 2011......................7,27% acumulado em 2011..........15,72% desde 2002................................................194%RODOVIAS&VIAS 35

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Se hoje, considerando somente a demanda nacional, os sistemas j operam no limite em quase todos os setores de transportes, como o Brasil vai encarar a demanda externa que s cresce com a aproximao dos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016?

terminais martimos

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Terminal martimo no Rio de Janeiro.

pesquisa da Segundo uma InternacionalCruise Lines International Association CLIA (Associao de Li-

nhas de Cruzeiros), o Brasil j o quinto maior mercado de cruzeiros do planeta, ficando atrs apenas de Estados Unidos e Canad (que so considerados um nico mercado), Inglaterra, Alemanha e Itlia. Alm disso, o perodo de cruzeiros que comeou em 2011 e encerra agora em maio de 2012 ser o maior, em crescimento, j registrado no pas.36 RODOVIAS&VIAS

O Governo Federal sabe disso e j comeou os trabalhos para garantir um turismo porturio condizente com a demanda crescente. Em 2011, a Agncia Nacional de Transportes Aquavirios ANTAQ promoveu o seminrio Mercado de Cruzeiros Martimos no Brasil, e os nmeros indicam a tendncia positiva (veja infogrficos). O Ministro dos Portos, Lenidas Cristino, no fim de 2011, apresentou Comisso de Viao e Transportes da

portosCmara dos Deputados algumas das medidas que a Secretaria Especial de Portos (SEP) tem adotado para agilizar e fomentar a infraestrutura do setor no Brasil. Dentre as medidas adotadas, o ministro informou o valor de R$ 500 milhes para a implementao do Projeto de Inteligncia Logstica. Segundo Lenidas Cristino, o governo federal tem feito a sua parte. Quando o PIB de um pas cresce, cresce tambm o comrcio e consequentemente a movimentao dos portos. E o governo est atento a isso, declarou o ministro durante o encontro com deputados, de acordo com informaes oficiais. Para a Copa do Mundo de 2014, sete portos foram escolhidos para receberem investimentos prioritrios por suas caractersticas: Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Eles recebero obras de melhorias, construo de reas de estacionamento, urbanizao da rea porturia, integrao com a cidade, disponibilizao de leitos, e infraestrutura para receber navios de turismo.

nmero de passageiros Que viajaram em cruzeiros martimos pelo Brasil800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 27.060 45.1002000/01 2001/02

720.621

521.983

276.374 117.676 175.990 46.2602002/03

290.868

32.3822003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10

Fonte: Antaq

nmero de cruzeiros martimos pelo Brasil450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 442000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10

407

251 248 205

110

146 80 91 94

Fonte: Antaq

temporada 2009/10 cresceu 6.2% com relao a 2008/09 em 10 anos, o Nmero de cruzeiristas cresceu em mais de 825%RODOVIAS&VIAS 37

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Se o turista brasileiro e mesmo o estrangeiro preferir a terra firme, ao invs de voar ou navegar, infelizmente, o cenrio atual no ser dos mais animadores no quesito qualidade de infraestrutura. Como todos os anos, em uma repetio mrbida de fatos, as chuvas de vero causam os mesmos danos malha rodoviria nacional e de diversos estados, sem que o poder pblico consiga dar um basta ao problema crnico.

caminho de asFalto

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Governo mineiro recupera rodovia estadual no interior de Minas Gerais.

dos mais belos e Um Minas Gerais, foi, interessantes estados brasileiros para o turismo, nesse contexto, um dos mais prejudicados. Outra potncia nacional para o turismo, o Rio de Janeiro, tambm. Bahia, idem. Trechos interditados pelas chuvas, segundo relatrio do Departamento Na38 RODOVIAS&VIAS

cional de Infraestrutura de Transportes DNIT, em janeiro de 2012: mais de 60 pontos com problemas, a maioria no Estado de Minas Gerais, alm de Gois, Mato Grosso, Rio de Janeiro, So Paulo e Bahia, e isso apenas referindo-se a rodovias federais, que so de responsabilidade do Departamento.

rodoviasE at o dia 30 de janeiro, segundo o mesmo relatrio, dois trechos tinham interdio total, um no Rio de Janeiro, outro na Bahia. Dentre os principais problemas figuram deslizamentos de talude, entupimento de bueiros, eroso, desmoronamento de parte da pista, alagamentos, transbordamento de rios, crateras, queda de rvores e queda de barreiras. Segundo a Agncia Brasil, mais de 20% do Estado de Minas Gerais foi afetado pelas chuvas de vero, o que fez com que seu secretrio de Obras, Carlos Melles, fosse at Braslia pedir ajuda ao governo federal na reconstruo de estradas e pontes. Segundo informaes oficiais, o secretrio acredita que o ideal garantir R$ 366 milhes, dos quais o governo estadual arcar com 30%. Novamente a pergunta: que turismo rodovirio podemos esperar de cenrios como esses que se repetem a cada ano, mesmo com a disponibilidade de recursos advindos do governo federal para resolver essas questes? O prprio Ministrio do Turismo reconheceu, no ano passado, que a falta de informaes nos pontos tursticos, as dificuldades de acesso ao Brasil e as deficincias na infraestrutura afastam os turistas sul-americanos, em declarao do ento Ministro da Pasta, Pedro Novais. poca, o Ministrio do Turismo instalou o Comit Interministerial de Facilitao Turstica (Cifat), formado por representantes do setor e de 11 ministrios, para ajudar o ministrio a solucionar os gargalos que travam o crescimento do turismo no Brasil. Um dos primeiros desafios atrair mais turistas dos pases vizinhos para a Copa do Mundo de 2014. J o atual Ministro do Turismo, Gasto Vieira, tem planos mais ambiciosos, ao afirmar que o Brasil quer ser lder mundial em turismo, durante a Feira Internacional de Turismo de Madri, que aconteceu no primeiro ms de 2012. Queremos ser lderes do turismo mundial. Para isso, estamos desenvolvendo polticas pblicas importantes, principalmente na rea de qualificao. Temos que trabalhar muito com planejamento e eficincia. Todos querem saber mais sobre os destinos brasileiros e sobre oportunidades para investir no Brasil. A responsabilidade do Ministrio do Turismo diante do futuro que se aproxima imensa, disse Vieira. Aos turistas, vontade de visitar nosso pas no falta, j a infraestrutura para atender a demanda crescente, interna e externa, que ter de responder como pretende encarar o Brasil que figura hoje entre as cinco maiores economias do planeta.

a responsabilidade do ministrio do turismo diaNte do futuro que se aproxima imensaMinistro do Turismo

Gasto Vieira

Foto: Divulgao

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para todos

os gostos

O Estado de Gois possui alguns dos principais destinos tursticos brasileiros. Paisagens belas, rios de guas cristalinas, cachoeiras em meio ao Cerrado, serras de rochas avermelhadas, que brindam os visitantes com um entardecer nico, e um Rio Quente para aquecer as noites com temperaturas amenas de inverno. O que mais um turista pode querer para relaxar? Pois ainda tem mais. Gois pretende tambm ganhar espao no turismo de negcios, de esportes, de natureza e aventura, e religioso. Se depender de sua infraestrutura hoteleira e da variedade de suas atraes, o sucesso est garantido.

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Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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dormir Imagine um cuao som do silncio em acomodaes confortveis e acordar sob azul em um para-

Cachoeira do Abade, Pirenpolis (GO).

so de guas quentes e cristalinas. Ou se preferir, caminhar por trilhas do Cerrado intocado e ser premiado com um banho refrescante em uma cachoeira escondida e de guas cristalinas. Prefere no andar a p? Ento viaje por estradas ladeadas de matas nativas enquanto observa pssaros raros, como tucanos ou ararasvermelhas e azuis, voando livres no horizonte. Aproveite tambm as praias de rios, como o Araguaia ou o Tocantins. Esses so apenas alguns exemplos dos prazeres que o turista encontra em Gois. Atualmente, o principal destino turstico do estado o complexo de guas quentes dos municpios de Rio Quente e Caldas Novas. Hoje a maior capacidade hoteleira do estado de Gois Caldas Novas e Rio Quente, so cerca de 100 mil leitos, s perdemos em capacidade para a cidade de So Paulo, contou em entrevista exclusiva para a Rodovias&Vias o presidente da Agncia Estadual de Turismo de Gois (Gois Turismo), Aparecido Sparapani. A Gois Turismo atua para fomentar a atividade nos segmentos de guas Quentes, Aventura, Cultural, Ecoturismo, Nutico, Negcios e Eventos, Noite e Pesca. Para que todas essas frentes de trabalho ganhem fora, lembra o presidente da Gois Turismo, preciso vencer o desafio da infraestrutura rodoviria, o que j est sendo feito pelo governo estadual. Hoje a maior preocupao do estado, alm de fazer com que nossos destinos tursticos sejam conhecidos, fazer com que o acesso aos destinos mais relevantes para o turismo sejam duplicados, para que isso d uma segurana maior para o turista e uma tranquilidade maior para as viagens rodovirias, comenta Sparapani, e acrescenta: Mas j estamos trabalhando para capacitao e estruturao desses destinos tursticos, e tambm com a Embratur (Ministrio do Turismo) na divulgao nacional e internacional de Gois. Dentre os trajetos mais relevantes, j existem planos de duplicao ligando Braslia (DF) a destinos como Pirenpolis, Cidade de Gois, Alto Paraso, Caldas Novas e tambm Morrinhos - Caldas Novas, conta o presidente da Gois Turismo.RODOVIAS&VIAS 41

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hoje a maior capacidade hoteleira do estado de Gois caldas novas e rio quente, so cerca de 100 mil leitos.

Presidente da Agncia Estadual de Turismo de GoisFotos: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Aparecido Sparapani

copa de 2014Alm dos trabalhos de fomento ao turismo no estado, a Gois Turismo e o Governo do Estado tambm esto trabalhando para a Copa do Mundo de 2014, j que a capital goiana ser Centro de Treinamento (CT) de algumas selees internacionais presentes no pas para o evento. Goinia perdeu um passo importante de no ser sede da Copa de 2014, mas, independente disso, estamos tra-

balhando para trazer, no s para a capital como tambm para o interior, o maior nmero possvel de selees que possam treinar aqui no Estado de Gois. Seria interessante para o Turismo, por atrair a mdia e o pblico para o estado, refora Aparecido Sparapani. E diferentemente de outras capitais, Goinia no apresentar problemas em relao a nmero de vagas na rede hoteleira, garante o presidente da Gois Turismo. Alm disso, outras localidades como Anpolis e Caldas Novas tambm podem receber selees.

Capital no apresentar problemas em relao a nmero de vagas na rede hoteleira.42 RODOVIAS&VIAS

Para todos os gostos

um paraso de guas QuentesAs localidades de Caldas Novas e Rio Quente, alm de serem excelentes lugares para a recepo de selees, so hoje os principais destinos tursticos goianos. O destaque fica para o empreendimento Rio Quente Resorts, um complexo de lazer com praia artificial, paisagens nativas do Cerrado, hotis com acomodaes que vo desde o apartamento padro at altos nveis de luxo e conforto, e um sem fim de atividades, para todas as idades, e gostos.

A empresa Rio Quente Resorts figura entre as maiores e melhores do pas para se trabalhar. Basta conversar com um de seus quase 2 mil funcionrios para perceber isso. O complexo ainda o maior do turismo regional brasileiro e, em 2010, teve recorde de ocupao de 82%, com 1,2 milho de hspedes. O Rio Quente Resorts possui o maior complexo de piscinas com guas quentes correntes naturais do mundo: o Parque das Fontes. Suas 18 nascentes tm vazo de 6,5 milhes de litros de gua por hora a uma temperatura de 37,5 C. Onde o sol brilha praticamente o ano todo, o hspede ainda

Rio Quente Resorts o maior complexo de piscinas com guas quentes correntes naturais do mundo.RODOVIAS&VIAS 43

capaencontra disposio academia, spa, quadras de futebol, restaurantes, bares (inclusive os agradveis bares molhados, dentro das piscinas naturalmente aquecidas), shows noturnos e infantis, e se tudo isso no bastasse, os hspedes tm acesso ao Hot Park, que fica ao lado do resort. So piscinas, toboguas, mergulho ecolgico, tirolesa, caiaque, alm do Bird Land (o maior viveiro de aves free wing da Amrica do Sul), bares, restaurantes e monitores de lazer.

livres para voar e viverO Bird Land uma das atraes mais belas do Rio Quente Resort, seja por sua beleza natural, seja por sua responsabilidade ambiental. um zoolgico diferenciado. Recebemos animais apreendidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis), animais de trfico, que seriam comercializados ilegalmente, e animais que viviam em cativeiros ilegais, sem registro explica para Rodovias&Vias o bilogo que trabalha no local, Sidney Faleiro. Enquanto uma arara- azul sobe em seus ombros, Faleiro segue a entrevista. Temos um centro de triagem que fica fora, onde feita a avaliao comportamental, fisiolgica e morfolgica. A primeira para saber se o animal agressivo ou manso, a segunda para verificar a existncia de doenas, e a terceira para avaliar algum membro afetado. Ainda segundo o bilogo, os animais que no tm condies de voltar para a natureza, ficam no Bird Land, onde tm uma segunda chance. Com vegetao original, enriquecida com rvores frutferas, de modo que aumente a qualidade de vida do animal, o espao permite que as espcies vivam em uma pseudo-liberdade, e podem voar, construir ninhos, e desenvolver sua biologia naturalmente, mais prximo de sua realidade, lembra Sidney Faleiro.44 RODOVIAS&VIAS

Hspedes tem acesso s atraes do Hot Park e Praia do Cerrado artificial.

Fotos: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

Aves recebem carinho especial e at nome prprio no Bird Land.

Para todos os gostos

Animais do Bird Land tem uma segunda chance.

das guas para as serrasFora do complexo das guas quentes, os turistas encontram outras belezas igualmente surpreendentes, como a Serra dos Pireneus, em Pirenpolis. Localizada no Parque Estadual que leva seu nome, fica a apenas 20km da cidade e possui mais de 2.800 hectares. Cachoeiras, mirantes, e a Cidade de Pedra so apenas algumas atraes, e a cidade de Pirenpolis, destino de msticos dos anos 1970 e 1980, abriga agradveis acomodaes e construes histricas do Sculo 18 e 19. E na regio de Alto Paraso, o Vale da Lua figura entre as atraes tursticas mais conhecidas. Prxima cidade est o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com cachoeiras, corredeiras e dois imponentes saltos do Rio Negro, um de 80 metros de altura, outro de 120.

serra dos pirineus fica a apeNas 20km da cidade de pireNpolis

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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itlia lies de histria, lies de vidaQuarta parteeguindo nosso tour pelo pas da bota, pelas letras do jornalista Luiz Salgado Ribeiro, nesta edio, a curiosa e trgica histria de Pompia, arruinada pelo Vulco Vesvio, e as belezas litorneas de Sorrento abrem caminho para a viagem at a Ilha de Capri, que abriga uma das atraes mais belas da regio a Gruta Azul.

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Luiz Salgado Ribeiro

Foto: Luiz Salgado

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pompia, d para imaginar como ela era rica e alegreAs runas de Pompia permaneceram sepultadas por 1.600 anos, at serem encontradas por acaso. A partir da, comearam a ser retiradas as cinzas vulcnicas do Vesvio, que a cobriam desde a grande erupo ocorrida no ano 79 de nossa era. Revelou-se, ento, uma cidade muito rica e alegre. Tinha residncias enfeitadas por grandes painis de mosaicos, majestosos jardins e colunas de mrmore. Tinha termas com gua aquecida a lenha, bares, padarias e um enorme mercado, alm de templos com esttuas de bronze. Segundo os arquelogos ela era o lugar onde os romanos ricos vinham passear ou passar frias. Tinha uns 15 mil habitantes, dos quais 5 mil teriam morrido na erupo. Acredita-se que envenenados por gazes expelidos pelo Vesvio. Seus corpos foram envolvidos

pelas cinzas vulcnicas e se deterioraram completamente. Assim, solidificadas, as cinzas viraram uma espcie de molde. Os arquelogos os encheram de gesso lquido e obtiveram reprodues exatas de como estavam as pessoas no momento em que morreram. So dramticas esculturas de gesso.

sorrento tem um encanto que s indo l pra conhecerA praia no deveria atrair, porque para chegar at ela preciso enfrentar a difcil descida de um precipcio. Alm disso, paga, tem gua muito fria, pouca areia e muita gente, pois inexplicavelmente - vive apinhada. A paisagem no mais bonita que a de outras cidades estabelecidas sobre penhascos junto ao mar. No d para dizer o que Sorrento tem de melhor. preciso ir at l paraFotos: Luiz Salgado

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Itlia lies de histria, lies de vidasentir algumas coisas mgicas que ela tem para encantar as pessoas. Talvez essas coisas mgicas sejam a gentileza de seu povo; a bela opereta Sorrento Musical que o Teatro Tasso apresenta todos os veres; o delicioso sorvete da lanchonete da praa principal ou o passeio de um trenzinho turstico, contornando as encostas e visitando uma tradicional vincola. Seja l o que for, a mgica eficiente, pois as ruas de Sorrento ficam completamente lotadas de turistas durante toda a temporada. Vale a pena ir l para conferir! valem a pena porque so deslumbrantes os poucos minutos na gruta. Dentro dela a escurido quase total. Mas a luz do sol vai bem abaixo da superfcie e propaga-se pela gua cristalina. Chega ao interior da gruta com uma luminosidade azul fosforescente, linda, mgica, impressionante. De resto, a ilha complementa muito bem a beleza da gruta. Tem dois ncleos urbanos: Capri, junto ao mar, e Ana Capri, no meio das montanhas, a 300 metros de altitude. Os ncleos tm histrias e belezas diferentes, mas ambos so encantadores. Na prxima edio, no deixe de conferir um passeio por Etna, Siclia e Palermo.

em capri, vale tudo para ver a gruta azulAs pessoas no vo a Capri para ver as belezas da cidade pregada nos precipcios de rocha branca, nem para provar sua excelente culinria, ou comprar seu belo artesanato. Vo, mesmo, para ver a Gruta Azul. E um vale-tudo para lograr este objetivo. O desconforto total e recomendvel usar algum remdio contra enjoo. Do Porto de Capri, em uma lancha para umas 20 pessoas, navega-se mais de 2 km, junto a um costo de quase cem metros de altura, at chegar frente de um buraco na rocha, com espao livre menor que 1,5 metro acima da superfcie da gua. a entrada da Gruta Azul. Junto dela j esto aglomerados dezenas de pequenos barcos a remo, que vo disputar os passageiros das lanchas para fazer um passeio de uns trs minutos, no interior da gruta. Passar da lancha para o barco a remo exige um tanto de malabarismo, porque, sobre as ondas, o sobe e desce de ambas as embarcaes nem sempre combinam e grande o risco de se cair ngua. A volta ainda pior, porque a lancha mais alta que o barco e a abordagem dela tem de ser feita mais ou menos como os piratas do Caribe abordavam os galees espanhis: na raa! um salve-se quem puder a entrada na gruta. Dezenas de barcos esto embolados e s h espao para entrar um de cada vez. Todas essas peripcias

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planejar precisoUm pas sem planejamento como uma nau sem rota. Um pas sem planejamento at pode manter a nau em alto mar, mas dificilmente chegar a algum lugar. O planejamento imprescindvel, sobretudo na infraestrutura, cujo setor o que antecede qualquer sucesso econmico e social.

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

BR-101 no Esprito Santo.52 RODOVIAS&VIAS

necessrio fazer urgentemente um ajuste fino na rota brasileira, e esse ajuste precisa ser feito ao mesmo tempo em que os atuais projetos em andamento devem acelerar seu ritmo de execuo. Pois toda a dinmica de desenvolvimento nacional fica comprometida, quando as empresas pblicas e privadas vo cabine de comando da nau Brasil e descobrem que no h carta nutica definida. Pior, descobrem que ao redor da capit esto homens e mulheres freneticamente desenhando e recalculando os rumos, medida que os rumos chegam. O Brasil precisa planejar.

uma empresa para planejar o brasilFoi em busca de um alento para a sociedade brasileira que a Rodovias&Vias garimpou, junto aos agentes do setor produtivo nacional, ideias e solues que pudessem orientar governo e sociedade para uma nova realidade no setor de infraestrutura, em especial o de transportes. Chegou a uma sigla: EBPL. Essa sigla fruto de um amplo debate com todos os atores ligados ao desenvolvimento nacional. Criada e defendida pela Associao Nacional das Empresas de Obras Rodovirias (ANEOR), entidade que representa a construo da infraestrutura brasileira, ela de longe o que de melhor apareceu nos ltimos anos, quando o assunto poltica de planejamento para o setor de transportes. A partir de estudos contratados pela entidade, tcnicos do setor, economistas e juristas elaboraram um conjunto de sugestes ao governo e sociedade brasileira. Desses estudos, nasceu a proposta da Empresa Brasileira de Planejamento e Logstica (EBPL). Com um raciocnio parecido com o da Empresa de Pesquisa Energtica (EPE), que pode ser considerada um case de sucesso do governo anterior, ela ser uma empresa estatal. O presidente da ANEOR, Jos Alberto Pereira Ribeiro, contou a uma das equipes da Rodovias&Vias que ao apresentar o resultado dos estudos e sugerir que a EBPL fosse eminentemente estatal, a

reao dos participantes dos diversos fruns, em que a entidade defendeu o projeto, julgavam tratar-se de uma reestatizao, o que para a maioria dos empresrios sempre visto com ressalvas. Planejar aes de mdio e longo prazo tem que ser uma obrigao do Estado. Somente ele pode fazer investimentos, muitas vezes a fundo perdido, capazes de preparar um grande estoque de projetos, alm de definir, hierarquizar e eleger prioridades, afirma Jos Alberto. Ele aponta tambm a segurana jurdica e institucional que a empresa pblica trar. A retomada dos grandes projetos hidreltricos, como as usinas de Jirau, Santo Antnio e Belo Monte, no seria possvel caso no houvesse a figura da EPE, exemplifica.

Foto: Rodovias&Vias /Leonardo Pepi

Jos Alberto Pereira Ribeiro, presidente da ANEOR.RODOVIAS&VIAS 53

PlanejamentoPara o presidente da ANEOR, o modelo aplicado no setor energtico pode ser aperfeioado, adaptado e aplicado no setor da infraestrutura de transportes. Nos dois setores, a caracterstica central so os projetos de grande escala, longo prazo de maturao, ampla interferncia no meio ambiente e alto risco, assegura ele. Jos Alberto lembra ainda que o setor privado dificilmente absorveria os altos custos e riscos intrnsecos aos projetos dessa envergadura, alm das incertezas de retorno. licitaes duramente atingidas pela crise, eminentemente de gesto do governo federal, que acabou por precipitar outra de ordem poltica no ano passado, que o pas precisa de um instrumento para ordenar os projetos e o planejamento de mais longo prazo, fundamentais para manter um ritmo de crescimento condizente com o que se convencionou chamar de economia emergente. O primeiro ministro ingls, Winston Churchill, dizia sempre que os problemas que vm com a vitria so mais agradveis do que os da derrota, mas igualmente difceis. Em ltima anlise, o Brasil venceu a crise de 2008, at com certo conforto, e, aparentemente se cuidar dos problemas que vm com as vitrias, poder sair da atual crise que afeta as economias da Europa e dos Estados Unidos, sem grandes avarias, em especial se voltar-se para seu mercado interno. O fato que para implantar as bases de um crescimento sustentvel, os governos, em suas diferentes esferas e em especial o governo federal, tero que reunir, em torno de ideias e propsitos comuns, os diferentes agentes da vida produtiva nacional.

exemplos de sucessoNo h como negar que do ajuntamento de projetos nasceu a bem sucedida experincia do Programa de Acelerao do Crescimento. Que apesar das crticas naturais da oposio, deu um incremento muito forte ao setor da construo pesada no Brasil, gerando empregos e melhorando a combalida infraestrutura de transportes nacional. O que se deve pensar agora, alm da retomada das obras e

contriBuio da aneorA sugesto, por parte da ANEOR, da criao de uma empresa voltada a ordenar e eleger as prioridades no setor de transportes, tornou-se uma contribuio importante para a sociedade. A entidade j participou ativamente de outros importantes debates da vida nacional, como as discusses que criaram o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da criao e aprovao da CIDE, conhecida como contribuio sobre combustveis, da criao das Agncias Reguladoras dos Transportes Terrestre e Aquavirio, ANTT e ANTAQ, respectivamente, alm dos fundos FNIT e CONIT.Winston Churchill.54 RODOVIAS&VIAS

Planejar preciso

soluo para intermodalidadeUm dos pontos altos da proposta o fato de ela sugerir que, mais do que uma empresa de governo, torne-se responsvel por uma poltica de Estado para o setor de transportes. Seja capaz de aglutinar em torno de si tcnicos e especialistas, com a misso de integrar os modais de transportes, priorizar os investimentos pblicos no setor e pensar a logstica nacional das prximas dcadas. Da que a sugesto, sada do estudo que balizou a criao da EBPL, prev que a empresa esteja sob a tutela do Ministrio dos Transportes. O sistema de transportes brasileiro j teve uma empresa com o nico foco no planejamento de suas aes, na dcada de 1960, era o chamado GEIPOT. Com a sua extino o setor vive hoje como a nau do incio da nossa matria, sem agulha de marear, a bssola dos antigos navegantes. Todos os modais de transportes devem ser pensados como complementares e no concorrentes. E isso, apesar de bvio, em um pas de dimenses como as nossas, nas ltimas dcadas, pouco avanou nesse sentido. E se o cobertor oramentrio curto, e sempre , esse passa a ser mais um

motivo para a melhora na eficincia, no planejamento e na gesto dos recursos pblicos, ou seja, no planejamento. A consequncia da baixa interao entre os modais de transportes so conhecidas e sentidas pelos setores produtivos nacionais, e, por falta de recursos para atender as demandas individuais, coloca-se em xeque a economia e o crescimento do pas. O Brasil com forte vocao para o modal rodovirio, de tanto em tanto, coloca em grave risco esse bilionrio patrimnio da nossa sociedade. Rodovias sem contrato de manuteno, obras paradas por exigncias ambientais e dos rgos de controle, que ao final e ao cabo custam inmeras vezes mais, so alguns dos exemplos do que ocorre em um setor carente de um planejamento de mdio e longo prazo. Preservar, organizar, integrar e ampliar a capacidade do setor de transportes o resumo da proposta de criao da EBPL. A proposio segue agora para as discusses no poder legislativo federal. Em especial, s comisses de Infraestrutura no Senado e Viao e Transportes da Cmara, alm da Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura. Com a palavra o Congresso Nacional e o Governo Federal.

Foto: Rodovias&Vias /Leandro Devorak

Congresso Nacional, Braslia (DF).RODOVIAS&VIAS 55

revitalizao

no tocantinsFoto: Rodovias&Vias /Alexsandro Hekavei

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT comea 2012 trabalhando para fazer acontecer os primeiros editais de licitao da segunda etapa do PRO-CREMA - Programa de Contratao, Restaurao e Manuteno por Resultados. O programa considerado um dos mais relevantes do setor rodovirio no Brasil e prev, segundo informaes oficiais do prprio DNIT, intervenes no pavimento de 57% da malha rodoviria federal sob sua responsabilidade em todo o pas.

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s principais caractersticas da modalidade de contratos do CREMA 2 so a responsabilidade direta do contratado no projeto, execuo das obras, controle de qualidade e dos servios de manuteno. Os contratos so de 5 anos, com metas de desempenho predefinidas e avaliaes peridicas, permitindo que ocorram servios de manuteno contnua da via ao longo do perodo contratual. Para executar as melhorias em 32 mil quilmetros, do total de 55,6 mil quilmetros de rodovias pavimentadas, sero investidos cerca de R$ 16 bilhes em cinco anos.

A

tocantinsNo Tocantins, as obras da segunda etapa do Programa contaro com investimento de R$ 775,4 milhes e alcanaro 923 quilmetros da malha federal. Alm da restaurao do pavimento, as rodovias vo receber terceiras faixas, melhoria nos acostamentos, nova sinalizao vertical e horizontal e uma gama de outros servios como roada e limpeza de bueiros. Segundo o superintendente regional do DNIT no Tocantins, Amauri Sousa Lima, as rodovias contempladas nesta fase do CREMA so a BR-153, BR-226 e BR-230, mas tambm devero ser recuperadas as rodovias BR-010 e BR-242, atravs de outras aes de profundidade. A grande vantagem do CREMA em relao simples contratao de uma construtora para fazer a recuperao que a empresa obriga-se a fazer a obra com a melhor qualidade e no menor tempo possvel. Se o trabalho for mal feito, o custo de manuteno ser mais elevado nos anos seguintes, reduzindo o lucro da prpria empresa, explica Sousa.Rodovia BR-153.RODOVIAS&VIAS 57

rodovias

Foto: Rodovias&Vias /Alexsandro Hekavei

Superintendente do DNIT no Tocantins, Amauri Sousa Lima.

O Senador Joo Ribeiro (PR-TO) informa que, graas atuao dele junto ao Ministrio dos Transportes, as rodovias federais do Tocantins devero passar por um verdadeiro choque de revitalizao, trazendo mais qualidade de vida para os Tocantinenses e segurana a todos que trafegam pelas vias.

O parlamentar comenta ainda sobre a gesto do Programa. A diretoria do DNIT acertou ao delegar toda a conduo dos processos superintendncia regional no Tocantins, unidade esta que no ano passado obteve o melhor desempenho entre as 23 espalhadas pelo pas, elogia o Senador.

as rodovias federais do tocantins devero passar por um verdadeiro choque de revitalizao. Senador (PR-TO)

Joo Ribeiro

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revitalizao no tocantinsAmauri lembra que as obras j esto com os editais elaborados e sero imediatamente colocados na praa. Nossa pretenso de dar ordem de incio dos servios entre maro e abril, para que pelo menos trs rodovias estejam plenamente recuperadas dentro dos prximos dois anos, ressalta o superintendente. O Superintendente chama a ateno para outras obras do DNIT no estado, essas em fase de concluso. Trata-se das travessias urbanas de importantes cidades tocantinenses como Colinas do Tocantins, Guara, Miranorte e Gurup. Graas aos recursos do PAC e s emendas parlamentares, foi possvel a execuo de obras de duplicao e construo de ruas laterais, viadutos e passarelas de pedestres entre outros importantes dispositivos que vo garantir muito mais segurana e comodidade a todos os usurios e moradores, eliminado os conflitos rodovirio-urbanos, que insistentemente causavam acidentes. parte da populao acaba sendo diretamente atendida. Outro protagonista que refora a presena tocantinense no Senado Federal o Senador Vicentinho Alves (PR-TO). Graas aos seus trabalhos, o senador conseguiu junto ao Oramento da Unio a destinao de R$ 254 milhes para 2012, dos quais R$ 234 so exclusivamente para o Tocantins, o que demonstra seu compromisso com o Estado. So R$ 100 milhes para a construo da Eclusa de Lajeado, R$ 90 milhes para a construo da nova ponte de Porto Nacional, e R$ 44 milhes para a Estrada do Jalapo, adiantou o Senador Vicentinho Alves, durante visita a municpios do estado.

Bancada atuanteO prestgio do Tocantins no fica s na disponibilidade de recursos para as melhorias rodovirias. Muitos municpios do Estado so contemplados com recursos importantes para a infraestrutura local, graas atuao de senadores e deputados que representam a unidade da federao no Distrito Federal. O Primeiro Secretrio da Cmara Federal, deputado Eduardo Gomes (PSDB), conseguiu a liberao de mais de R$ 6 milhes para oito municpios do Tocantins, segundo sua assessoria de comunicao. O recurso foi resultado da execuo de emendas oramentrias de autoria do parlamentar aprovadas em 2010. Eduardo Gomes afirma que procura atender a maioria dos municpios a cada elaborao do Oramento, j que as emendas parlamentares so limitadas, mas o mais gratificante constatar que, com esses recursos, uma grande

Deputado Federal Eduardo Gomes (PSDB/TO).RODOVIAS&VIAS 59

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Rodovias&Vias inaugura aqui uma srie de reportagens sobre as principais rodovias concessionadas do Brasil. Nesta primeira parte, o leitor poder percorrer conosco as principais pistas federais que operam dessa forma. Simultaneamente, do nordeste ao sul, as equipes rodaram milhares de quilmetros, com canetas em punho e lentes focadas na realizao de um trabalho detalhado. Percorrendo as distncias (em muitos casos mais de duas vezes), foi possvel avaliar o que de mais relevante em termos de obras e melhorias est sendo feito, e at mesmo registrar a opinio daqueles que dependem diretamente desses caminhos.

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autopista ferno dias

entre so paulo e Belo horizonteA rodovia BR-381 um eixo econmico nacional. Por ela passa boa parte das riquezas do pas. O fluxo frentico de veculos entre os estados de So Paulo e Minas Gerais tem o apoio da concessionria Autopista Ferno Dias para que cheguem ao destino com mais rapidez e segurana.

Foto: Rodovias&Vias /Marcelo Almeida

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quilometragema rodovia Desde 2008,deSo PauloBR381, entre e Belo Horizonte, responsabi-

alta

lidade da Autopista Ferno Dias, uma das nove concessionrias da OHL Brasil. O trecho concedido tem exatos 562,1 quilmetros e o contrato de concesso vlido por 25 anos. Durante esse perodo, est previsto que a concessionria investir R$ 3,4 bilhes na rodovia.

que ligam so paulo a belo horizoNte

562,1 km

sero iNvestidos Na rodovia duraNte o coNtrato de coNcesso

r$ 3,4 bilhes

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autopista ferno dias movimentao econmicaA Ferno Dias tem um importante papel na rede rodoviria brasileira, pois faz parte do principal corredor rodovirio de interligao dos mais importantes plos econmicos das regies Sudeste e Sul do Brasil e destas com os principais pases do MERCOSUL. Em termos de movimentao de cargas e passageiros, os volumes de trfego so mais altos nos trechos entre Bragana Paulista (SP) e So Paulo, e Igarap (MG) e Belo Horizonte, nos dois sentidos da rodovia. O trfego atual composto por 50% de veculos comerciais, 49% de veculos de passeio e 1% de motocicletas. A Autopista Ferno Dias tambm rota para o turismo rural em Minas Gerais. Ela d acesso a regies histricas, que tm como cenrio cachoeiras e as mais belas montanhas do Brasil. Mendes, eles tiram toda a espinha do peixe e o cliente come sem medo nenhum. Marlon acompanhou toda a evoluo da Ferno Dias, inclusive desde que a rodovia passou a ser concedida. Para ele as mudanas foram sempre muito positivas. A gente s tem a agradecer, porque os benefcios so muitos. O movimento aumentou demais. A pista est muito boa, o que importante para a segurana. A gente que tem comrcio, s margens da rodovia, percebe o apoio da concessionria no atendimento aos usurios. Existe tambm o cuidado ambiental. Tenho clientes que param aqui e elogiam muito.

obrasAs principais aes da concessionria atualmente tm relao com a melhoria do fluxo de veculos e segurana da populao prxima rodovia. Em Betim, na regio metropolitana de Belo Horizonte, uma grande interveno de engenharia ganha porte. O contorno rodovirio da cidade j teve seu primeiro trecho liberado para o trfego. Alm disso, obras em viadutos nos km 10 e 19 tambm facilitam o acesso e a sada da Autopista. Nos pontos de maior concentrao humana, novas passarelas esto em construo.

de frente para a Ferno h 36 anosO empresrio Marlon Mendes trabalha e mora s margens da rodovia h 36 anos. O restaurante Rei da Trara serve, segundo ele, a melhor trara do mundo. Com uma tcnica ensinada pela me de

Foto: Rodovias&Vias /Marcelo Almeida

Restaurante Rei da Trara, 36 anos s margens da Ferno Dias.64 RODOVIAS&VIAS

auto pista fluminense

quilometragem

alta

Autopista Fluminense investe em atendimento e obras para conectar o Rio de Janeiro, Regio dos Lagos e o Esprito Santo.o contrato de Desde que assinou ter o de 2008, concesso, em fevereiro a Autopista Fluminense perodo de 25 anos para investir nada mais nada menos que R$ 2,8 bilhes em 320 quilmetros de rodovia. A empresa do grupo OHL administra e opera toda a extenso da BR-101 que

de niteri para o esprito santoliga Niteri, no estado do Rio de Janeiro, divisa com o Esprito Santo, promovendo a conexo das regies Sul e Sudeste. Sob o ponto de vista econmico, o acesso para o litoral norte fluminense que tem, na Regio dos Lagos, um forte plo turstico e tambm as bacias petrolferas.

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Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

autopista fluminense a rodoviaDos 320 quilmetros da concesso, 261 so em pista simples e 59 em pista dupla. A duplicao foi priorizada nos trechos com maior trfego. Na sada de Niteri, por exemplo, onde a rodovia de pista dupla, o volume dirio mdio de 90 mil veculos. Atualmente a concessionria est trabalhando para aumentar a extenso de pista duplicada. Na altura de Maca, entre os quilmetros 132 e 144, as obras j esto em andamento. Logo a duplicao atingir o trecho entre os quilmetros 84,6 e 144,2, nas regies de Campos dos Goytacazes e Maca. O material utilizado nas obras, tanto de duplicao como de recuperao do pavimento, vem de uma rea industrial, prxima ao km 170.

dos 320 km da coNcesso, 261 so em pista simples e 59 em pista dupla.

rea industrial da autopista flumiNeNse.Fotos: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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atrao de desenvolvimentoAs melhorias na rodovia promoveram o desenvolvimento da regio por onde ela passa e com isso o fluxo de pessoas de um lado para o outro da Autopista tambm aumentou. Em pontos de maior concentrao urbana, esto sendo implantadas ruas laterais e tambm passarelas para pedestres. Para garantir a segurana da comunidade que vive prxima rodovia, foram implantadas pela concessionria 6 passarelas, todas com iluminao noturna.

So 11 ambulncias, nove guinchos, um caminho de combate a incndio e um caminho de apoio para apreenso de animais na pista. Entre os meses de janeiro e setembro de 2011, o ndice de mortes na Autopista Fluminense caiu 11% em relao ao mesmo perodo do ano anterior.

viagem seguraA Autopista Fluminense d acesso a importantes plos tursticos, como Bzios e Cabo Frio. Para que o motorista viaje tranqilo, uma estrutura, com equipamentos modernos e profissionais treinados, est 24 horas em alerta nas sete bases operacionais da concessionria. Diversas equipes, especializadas em resgate na rodovia, esto trabalhando neste momento para garantir a segurana de quem trafega pela Autopista Fluminense.RODOVIAS&VIAS 67

autopista litoral sul

Rodando pela Autopista Litoral Sul possvel atravessar a Serra do Mar e passar pelos pontos mais badalados do litoral catarinense.do contorno Leste de AlmLitoral Sul aresponsvelCuritiba (BR-116), concessionria Autopista pela rodovia em pista dupla que liga Curitiba a Palhoa (SC), prximo a Florianpolis. So 335 quilmetros que, alm de um pavimento impecvel, contam com dois postos de pesagem, nove bases de atendimento ao usurio e uma base de atendimento no tnel, entre Itapema e Balnerio Cambori.

serra, mar e pista dupla

Foto: Rodovias&Vias /Leonilson Gomes

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quilometragem

alta

nmerosDesde que assumiu a concesso, a empresa recuperou o pavimento e a sinalizao de 221 quilmetros em pista dupla. Cerca de 5 mil placas de sinalizao vertical, 40 quilmetros de barreira de concreto e 30 quilmetros