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RODRIGO DONADIO LOPES BANHEIRO PRONTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2005

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RODRIGO DONADIO LOPES

BANHEIRO PRONTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental.

SÃO PAULO 2005

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RODRIGO DONADIO LOPES

BANHEIRO PRONTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Prof. Dr. José Rodolfo Scarati Martins

SÃO PAULO 2005

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i

Dedico este trabalho a meus pais pelo carinho e incentivo para a concretização de

meus objetivos.

Aos companheiros e amigos pela força e encorajamento para vencer os obstáculos,

que surgiram em torno do meu crescimento pessoal e profissional.

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ii

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador, Prof. Dr. José Rodolfo

Scarati Martins, pela dedicação e aprofundamento nas reflexões que nortearam o

presente trabalho.

Aos professores que ministraram o curso, contribuindo assim para o enriquecimento

de nossas práticas nessa luta incessante em busca do saber e da qualificação

profissional.

Meu agradecimento especial a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para

a finalização deste estudo, auxiliando-me com suas sugestões e conhecimento

técnico-científico.

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iii

RESUMO

O banheiro é um ambiente de execução complexa e demorada. Envolve um grande número de materiais e componentes de natureza distinta e de origens diversas, impondo uma elevada sobrecarga aos setores internos da obra envolvidos nas negociações de compra, no recebimento, conferência, estocagem, transporte vertical e horizontal dos materiais e um elevado índice de perdas e de sobras. Envolve também uma série de sub-empreiteiros e de profissionais especializados que precisam ser selecionados, contratados, e acompanhados quanto à qualidade do seu trabalho assim como nos prazos de execução de cada etapa dos serviços. A eliminação dessas tarefas e obrigações pode representar, para o construtor, um alívio de tarefas, redução de riscos e de custos indiretos, maior garantia de qualidade, além de ganho na aceleração dos prazos de execução da obra e maior compromisso por parte da construtora quanto à entrega do empreendimento na data correta. Neste estudo iremos apresentar a respeito do sistema desde a sua contratação até a sua execução, suas vantagens e desvantagens, e demonstrar onde e como esta tecnologia se torna viável e porquê. Palavras Chave: Banheiro Pronto

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iv

ABSTRACT Bathroom is an environment of complex and time consuming execution. It evolves a large number of materials and components of discrete nature and diverse origins, imposing a high surcharge on the internal sectors of the building evolved on trade negotiations, receiving, storing, vertical and horizontal transporting of the materials and a high rate of lost and waste. It also evolves a series of subcontractors and specialized professionals that need to be selected, hired and attended in what concerns to work quality as well as to term each execution step of the job. To eliminate those tasks and obligations can represent to the engineer a relief, over expenses and risks reduction, higher quality warranty, plus a gain in the terms and more commitment of the company in delivering the work on time. This study presents the system from its formal agreement until its execution, its advantages and disadvantages and we will demonstrate where and how this technology can be applied and why. Key words: ready bathroom

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v

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 5.1 - Elemento pré-fabricado. 17

Figura 5.2 - Elementos pré-fabricados. 18

Figura 5.3 - Edifícios em elementos pré-fabricados para reconstrução das cidades –

Polônia. 18

Figura 5.4 - Planta baixa de banheiro célula gêmea. 25

Figura 5.5 – Linha de montagem de banheiro de placa de concreto armado unidas

por solda. 26

Figura 5.6 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico. 27

Figura 5.7 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico. 28

Figura 5.8 - Posicionamento da armação no interior do equipamento de

concretagem. 28

Figura 5.9 - Banheiro concretado. 29

Figura 5.10 - Cantoneira L para união das placas. 32

Figura 5.11 - Mesa vibratória com cantoneiras fixadas 32

Figura 5.12 – Tela Q196 da Gerdau 33

Figura 5.13 – Tela M196 da Gerdau 33

Figura 5.14 – Detalhe da solda das placas. 34

Figura 5.15 - Plataforma de montagem com as fôrmas montadas. 35

Figura 5.16 - Corte da tela M196 antes de posicionar na fôrma. 35

Figura 5.17 - Soldagem das chapas metálicas para posterior união das placas na

montagem. 36

Figura 5.18 - Telas preparadas para serem posicionadas nas fôrmas. 36

Figura 5.19 - Fôrma e armação das placas das paredes. 37

Figura 5.20 - Fôrma e armação das placas do piso. 37

Figura 5.21 - Fôrma e armação das placas das paredes. 38

Figura 5.22 - Detalhe do reforço da armação 38

Figura 5.23 - Posicionamento dos tubos guias para passagem da tubulação “PEX”

pelo piso. 39

Figura 5.24 - Posicionamento das caixas de elétrica e da alça para içamento das

placas de teto. 39

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Figura 5.25 - Placas concretadas. 40

Figura 5.26 – Desforma das placas. 40

Figura 5.27 - Placas desformadas para início da montagem. 41

Figura 5.28 - Placas entrando na linha de montagem das células. 41

Figura 5.29 - Início da montagem da estrutura e soldagem das placas. 42

Figura 5.30 - Placas soldadas 42

Figura 5.31 – Acabamento com argamassa na região das soldas. 43

Figura 5.32 – Linha de montagem dos banheiros da empresa Rivoli. 43

Figura 5.33 – Impermeabilização da célula com manta asfáltica de 3mm. 44

Figura 5.34 – Instalação da caixa de descarga no interior do shaft. 44

Figura 5.35 - Vista do shaft entre banheiros. 45

Figura 5.36 - Caixa de descarga fixada no interior do shaft. 45

Figura 5.37 - Colocação dos revestimentos. 46

Figura 5.38 - Colocação dos revestimentos. 46

Figura 5.39 – Banheiro rejuntado. 47

Figura 5.40 - Colocação dos metais. 47

Figura 5.41 – Bacia instalada. 48

Figura 5.42 – Lavatório instalado. 48

Figura 5.43 – Monocomando e chuveiro instalado. 49

Figura 5.44 - Regularização da parte externa. 49

Figura 5.45 - Banheiro com todos os acabamentos instalados e limpo. 50

Figura 5.46 - Banheiro embalado para transporte. 50

Figura 5.47 - Bacia de saída horizontal 51

Figura 5.48 - Caixa de acionamento frontal. 53

Figura 5.49 - Caixa de acionamento de topo. 53

Figura 5.50- Caixa com estrutura metálica para fixação da caixa suspensa. 53

Figura 5.51 -– Instalações das tubulações “PEX” nos banheiros prontos 54

Figura 5.52 – Manifold. 55

Figura 5.53 - Sistema ponto a ponto. 57

Figura 5.54 – Instalação de gás 59

Figura 5.55 – Instalação água quente e fria 59

Figura 5.56 - Banheiros embalados sobre a carreta. 61

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vii

Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63

Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65

Figura 5.59 – Içamento do banheiro com grua. 65

Figura 5.60 - Posicionamento do banheiro no carrinho de transporte. 66

Figura 5.61 - Banheiro posicionado no carrinho. 66

Figura 5.62 - Banheiro sendo posicionado na laje. 67

Figura 5.63 - Banheiro posicionado na laje. 67

Figura 5.64 – Banheiro posicionado na laje. 68

Figura 5.65 - Banheiro acabado com pé direito reduzido para possibilitar locomoção.

69

Figura 5.66 - Desnível do piso. 70

Figura 5.67 - Chapa metálica e neoprene de apoio do banheiro. 70

Figura 5.68 - Batente instalado com complemento em madeira. 71

Figura 6.1 - Fluxograma de fabricação de banheiros pré-fabricados de placas de

concreto. 73

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viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1. Estudo comparativo – Impermeabilização e Piso. 75

Tabela 6.2 - Estudo comparativo – Paredes em Dry Wall. 76

Tabela 6.3 - Estudo comparativo – Forro de Gesso 78

Tabela 6.4 - Estudo comparativo - Instalações: Hidráulica, Elétrica, Louças e Metais.

79

Tabela 6.5 - Estudo comparativo – Furos. 80

Tabela 6.6 - Estudo comparativo – Total. 82

Tabela 7.1 – Comparação dos prazos de execução 85

Tabela 7.2 - Vantagens X Desvantagens - Banheiro Pronto 86

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ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCI Associação Brasileira de Construção Industrializada

BDI bonificações e despesas Indiretas

BNH Banco Nacional da Habitação

GFRC Glass Fiber Reinforced Concrete – Concreto reforçado com

fibra de vidro

HDPE Hight density polyethylene

NGI Núcleo de Gestão e Inovação

PEX Polietileno Reticulado

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x

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................12

2 OBJETIVOS.......................................................................................................14

2.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................14

2.2 Objetivo Específico .................................................................................................14

3 METODOLOGIA DO TRABALHO.....................................................................15

4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................16

5 A EVOLUÇÃO DO PRÉ-FABRICADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................17

5.1 A concepção do banheiro .....................................................................................22

5.1.1 O banheiro executado na obra ........................................................................22

5.1.2 O Banheiro Pronto .............................................................................................22

5.1.3 A célula do Banheiro Pronto ............................................................................24

5.1.4 Placas de concreto armado, unidas por solda..............................................25

5.1.5 Estrutura monolítica de concreto armado ......................................................26

5.1.6 Monobloco de GFRC.........................................................................................29

5.1.7 Células em estrutura metálica .........................................................................30

5.2 Características técnicas do banheiro pré-fabricado em placas de concreto armado..................................................................................................................31

5.3 Produtos específicos utilizados no banheiro pronto. ...................................51

5.3.1 Bacia sanitária de saída horizontal de alto desempenho............................51

5.3.2 Caixas de descarga de embutir.......................................................................52

5.3.3 Tubulação flexível PEX para instalações de água quente, fria e gás. ......54

5.4 Inspeção entrega e instalação na obra..............................................................60

5.4.1 Inspeção e entrega ............................................................................................60

5.4.2 Equipamentos para instalação na obra..........................................................63

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5.5 Algumas interfaces na implantação do Banheiro Pronto.............................68

5.5.1 Complemento do pé direito em gesso acartonado. .....................................68

5.5.2 Desnível do banheiro em relação à laje.........................................................69

5.5.3 Utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a

laje. 70

5.5.4 Complemento de madeira nos batentes das portas, devido a pequena

espessura das paredes de concreto. .............................................................................71

6 ESTUDO DE CASO...........................................................................................72

6.1 Comparativo entre banheiro executado na obra e banheiro pronto .........72

A figura 6.1 ilustra a seqüência da linha de produção de banheiros pré-fabricados

de concreto armado. .........................................................................................................72

6.2 Modelo de estudo de caso para implantação ..................................................74

7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA ..........................................................83

8 CONCLUSÕES..................................................................................................87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................90

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1 INTRODUÇÃO

A constante busca por processos construtivos inovadores, que contribuem para a

melhoria da qualidade e eficiência no processo de produção de edifícios, trouxe

soluções muito importantes na industrialização da construção civil, tanto para esse

setor quanto para a sociedade.

Dentro desse conceito, uma solução que vêm sendo utilizada na construção de

hotéis são os banheiros pré-fabricados, conhecidos comercialmente como “banheiro

pronto”. Com o objetivo de expandir a produção e tornar esse produto mais barato e

viável vêm sendo realizados estudos para a utilização em obras residenciais e

comerciais cujo período de construção costuma ser mais longo. O investimento

nesse tipo de tecnologia só se torna vantajoso se for considerado o ganho em

escala.

No contrato de um banheiro convencional são descriminados de 150 a 250 itens que

têm de ser comprados, checados e instalados. Com esse produto, as atividades são

concentradas na fábrica, eliminando tarefas nos canteiros e otimizando as obras.

Com o banheiro pronto, não se gera uma única lata de entulho e a grande vantagem

para o construtor utilizar o sistema consiste em tirar do canteiro de obra todo o

transtorno que surge na realização de um banheiro convencional, limitando-se a

receber o banheiro já pronto.

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Os ganhos englobam: nível elevado de qualidade; custo e cronograma definidos,

redução de tempo de construção; eliminação de re-trabalho, eliminação de

desperdícios e danos; obra seca; canteiro mais organizado.

Com referência ao custo, o banheiro pronto é mais competitivo do que o

convencional, desde que o levantamento do custo total do banheiro seja feito

considerando todos os gastos diretos e indiretos que incidem sobre a construção e

deixam de existir com a utilização do produto. (KUME, 2001).

Quando se opta pela utilização de banheiros prontos, deve-se ter consciência de

que existem algumas interfaces que ocorrem na implantação do mesmo, tais como:

Transporte vertical e horizontal do banheiro pronto até o seu lugar definitivo,

complemento do pé direito em gesso acartonado, desnível do banheiro em relação à

laje, utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a laje,

complemento de madeira nos batentes das portas devido a pequena espessura das

paredes de concreto, entre outros. Como dito acima todos esses fatores deverão ser

levados em consideração.

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2 OBJETIVOS

Este trabalho possui como objetivo tornar esta opção construtiva e inovadora, em

uma solução mais conhecida e estudada pelas construtoras, onde que, por falta de

conhecimento do produto, acaba por muitas vezes, não cumprindo o prazo previsto

para a entrega da obra.

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é apresentar o conceito, todas as etapas, desde o

estudo para viabilização da execução do Banheiro-Pronto, a decisão mais correta,

passando pela fabricação dos módulos na fábrica até a instalação final na obra, de

um produto que oferece maior qualidade, padronização e prazo necessário para o

cumprimento do cronograma, passando também pelo aspecto de limpeza e

conservação na obra, sempre equalizando com as interfaces na implantação do

banheiro pronto.

2.2 Objetivo Específico

O objetivo específico é demonstrar a praticidade do Banheiro-Pronto, demonstrando

através de sua velocidade de instalação reduzindo significativamente o prazo de

entrega da obra, no intuito de expandir a produção e tornar este produto mais barato

e viável, vem sendo realizado estudos para a utilização em obras residenciais e

comerciais cujo período de construção costuma ser mais longo. O investimento

neste tipo de tecnologia só se torna vantajoso se for considerado o ganho em

escala.

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15

3 METODOLOGIA DO TRABALHO

A metodologia que está sendo adotada nesta monografia terá como base, pesquisas

bibliográficas, que passarão por uma análise critica. Serão feitas pesquisas com

empresas que fabricam o produto, a fim de coletar dados, possibilitando assim

analisar o panorama deste mercado que vem conquistando seu espaço, também de

ilustrar e elaborar um estudo de caso, demonstrando suas vantagens e

desvantagens e às comparando, com base nesses modelos que estão sendo

fabricados sempre se baseando nas Normas Técnicas de pré-fabricados,

argamassas e revestimentos, para a utilização em algumas obras em fase de

construção. Somará também os conhecimentos técnicos obtidos no período do

estágio.

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16

4 JUSTIFICATIVA

A escolha do assunto apresentado nesta monografia surgiu com a oportunidade de

ter acompanhado, durante o período de estágio, algumas obras que estão

substituindo o Banheiro Convencional pelo Banheiro-Pronto, e com a necessidade

de mostrar a comparação entre esses dois métodos construtivos, suas vantagens e

desvantagens: quanto a custo, prazo e outros fatores decisivos para a tomada de

decisão. No Brasil, o banheiro tem sido muito utilizado em obras de hotéis e flats

pelas grandes construtoras. No entanto, essas obras estão saturadas no mercado.

A desaceleração nos investimentos na rede hoteleira resultou na diminuição da

fabricação desses produtos. Como conseqüência, os fornecedores, juntamente com

as construtoras, estão buscando alternativas para firmar o uso do produto em obras

residenciais e comerciais.

.

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17

5 A EVOLUÇÃO DO PRÉ-FABRICADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ao longo da história da construção, muitos materiais foram desenvolvidos. O

principal deles foi o cimento, criado em 1824. Com a consolidação do concreto

armado como material de construção em 1867, surgem os elementos pré-fabricados.

Entre as décadas de 1920 e 1930, a Europa passou por uma grande crise

imobiliária. Os alugueres ficaram congelados, gerando uma falta de estimulo de

novas construções e manutenção das existentes. Nesse período, a construção civil

ficou estagnada.

Com a 2ª Guerra Mundial aliada à crise imobiliária das décadas de 20 e 30, os pré-

fabricados passaram a ser difundidos e melhorados devido à necessidade de

reconstrução rápida das cidades destruídas pela guerra e pelo desestímulo dos

alugueres muito baixos (Fig. 5-1, 5.2 e 5-3). (ALMEIDA, 1969).

Figura 5.1 - Elemento pré-fabricado.

(ALMEIDA, 1969)

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18

Figura 5.2 - Elementos pré-fabricados.

(ALMEIDA, 1969)

Figura 5.3 - Edifícios em elementos pré-fabricados para reconstrução das cidades – Polônia.

(ALMEIDA, 1969)

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19

Com essa “revolução” na construção, o consumo de materiais tornou-se um grande

problema, pois, havia uma enorme escassez de recursos nos países devastados

pela guerra.

Diante dessa crise, a Inglaterra controlava com rigor o que se queria e o que se

podia construir. “Essa fase foi muito importante, pois, fortaleceu a consciência da

necessidade da racionalização dos componentes, e caracterizou-se por uma

impressionante objetividade no uso dos materiais...” Segundo a Associação

Brasileira de Construção Industrializada – ABCI (ABCI, 1986).

Nesse momento, tem-se o início da produção intensiva de componentes ou

elementos pré-fabricados.

Na década de 50, impulsionada pelo Plano Marshall, a Europa teve sua melhor fase

de crescimento. Com os salários aumentando, a mão-de-obra qualificada passou da

“obra” para as indústrias, dando início, assim, à mecanização das funções do

canteiro. Essa mecanização contribuiu para elevar o “nível organizacional dos

critérios de produtividade” (ABCI, 1986). Essa fase de “reconstrução” do pós-guerra

terminou no final da década de 60.

No Brasil, o que fez o sistema pré-fabricado “aparecer” foi a preocupação com a

racionalização e a “industrialização” dos processos construtivos em meados dos

anos 50. Como a população crescia muito rapidamente, em 1966, foi criado o BNH –

Banco Nacional da Habitação e, com ele, uma política de desestímulo à

industrialização, pois, o governo queria estimular o emprego de mão de obra não

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20

qualificada nos canteiros, gerando muitos empregos. Para a população brasileira,

isso significou um enorme atraso tecnológico.

Segundo a Associação Brasileira de Construção Industrializada – ABCI (1980), não

existiu no Brasil uma política de desenvolvimento tecnológico para o setor da

construção industrializada. Assim, o que restou, até o início da década de 90, se

deve ao arrojo dos empresários interessados no avanço da industrialização, que

buscavam redução de custos e maior agilidade no processo de execução.

A partir da década de 90, com o aumento da demanda de hotéis, flats e shoppings

centers, houve o aumento de interesse, por parte dos empresários, em obras com

prazos menores e venda rápida, pois, isso fazia com que seus empreendimentos se

viabilizassem. (Fonte: Revista Projeto Design, 2001).

Segundo Maria Angélica Covelo Silva, do Núcleo de Gestão e Inovação (NGI), esses

sistemas ganharam importância nos últimos 2 anos, período em que começou a

crescer a demanda por empreendimentos que exigem retorno rápido e alerta:

“O uso de pré-fabricados impõe o conhecimento técnico profundo de cada item

empregado e a consciência de que será preciso trabalhar em equipe desde o

desenvolvimento da idéia inicial, para que os projetos de arquitetura, estrutura,

esquadrias, instalações e ar condicionado sejam compatíveis” (Fonte: Revista

Projeto Design, 2001).

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21

Apesar da demanda, existem vários problemas que ainda precisam ser solucionados

para uma maior utilização dos pré-fabricados. Entre eles, a grande disponibilidade

de mão de obra sem qualificação.

A necessidade de utilização de equipamentos pesados como gruas e guindastes

tornam os pré-fabricados inviáveis para muitas empresas pois elevam o custo do

empreendimento, tanto no custo dos alugues destes equipamentos, quanto na

aplicação de recursos para treinamento de pessoal.

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5.1 A concepção do banheiro

Existe no mercado uma gama enorme de sistemas pré-fabricados que vão desde os

painéis de fachada até os banheiros prontos. Esse trabalho enfocará apenas o

banheiro pronto.

5.1.1 O banheiro executado na obra

A construção de banheiros requer um minucioso planejamento de harmonização das

interfaces das várias etapas dos trabalhos, assim como uma rigorosa coordenação

do trabalho das várias equipes, para que essas se revezem em harmonia, evitando

que venham a danificar o trabalho realizado em etapas anteriores.

Torna-se uma área onde terá uma grande quantidade de serviços à ser executados,

Portanto um ponto crítico para qualquer cronograma. (MEDEIROS, 2003)

5.1.2 O Banheiro Pronto

O conceito do banheiro pronto foi desenvolvido na Europa na década de 80 e

envolve a utilização de produtos de concepção moderna, visando atender às mais

rigorosas exigências de desempenho, durabilidade e estética.

Pressupõe o uso de bacias sanitárias de saída horizontal de alto desempenho,

caixas de descarga embutidas de alta vazão, tubulação de água quente e fria em

PEX (polietileno reticulado) com bainhas para facilitar a substituição, e que possa ser

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inspecionadas as instalações hidro-sanitárias, através de portas ou painéis de

acesso aos "shafts". (SABBATINI, 1989)

Os revestimentos de pisos e paredes, o modelo das louças e dos metais sanitários,

as luminárias e os acessórios são de livre escolha do solicitante.

O banheiro pronto simplifica as tarefas de aquisição e administração da obra, diminui

etapas, reduz riscos, abrevia sua execução e elimina os inconvenientes do re-

trabalho durante e após a entrega da obra.

O uso do banheiro pronto permite ao construtor estabelecer com precisão o custo de

cada banheiro, porquanto sua aquisição é feita a preços claramente definidos e sua

instalação em prazos pré-ajustados.

Assim como todos os produtos pré-fabricados utilizados na construção civil, que

pressupõe elementos estandardizados, o banheiro pronto é um produto projetado

para ser produzido em instalações industriais, em conformidade com o projeto

arquitetônico. Seu padrão de acabamento é perfeitamente integrado ao ambiente em

que será instalado.

O banheiro é fornecido acabado, com revestimentos, louças sanitárias, metais

sanitários, espelhos, exaustores e, eventualmente, com secadores de cabelos e

outros acessórios. Uma vez instalado, o banheiro pronto não se distingue dos

banheiros convencionais construídos "in loco”. (SABBATINI, 1989)

Page 26: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

24

5.1.3 A célula do Banheiro Pronto

O corpo do banheiro pronto é constituído por piso, paredes e teto conforme

especificações do projeto arquitetônico, obedecendo a medidas pré-estabelecidas.

Não há, praticamente, limitações de tamanho e de forma, exceto a altura do corpo

do banheiro que deve ser, no mínimo, 15 cm mais baixo que o pé direito do

pavimento, medida necessária para permitir o transporte horizontal do banheiro nos

carrinhos usados para esse fim.

O corpo ou “célula” do banheiro pronto, pode ser fabricado de vários modos, de

maneira a se adaptar às características de cada obra, do equipamento de elevação

vertical disponível na obra, e do seu tamanho.

Banheiros com dimensões superiores às possíveis de serem transportados em

carretas, da fábrica até a obra, podem ser fornecidos em dois segmentos e unidos

no local da instalação definitiva.

Banheiros pequenos, característicos de hotéis econômicos ou de edifícios

comerciais, podem ser projetados e construídos em pares ou em células gêmeas

(figura 5.4), compostas de dois banheiros unidos por um único "shaft". Essa solução

resulta em sensível economia no içamento e instalação do banheiro.

Page 27: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Figura 5.4 - Planta baixa de banheiro célula gêmea.

(Catálogo Rivoli,2002)

Banheiros prontos são construídos de modo a suportar os rigores do transporte

rodoviário e a elevação até o local da instalação definitiva nos vários pavimentos.

No mercado brasileiro da construção civil, as células dos banheiros podem ser

construídas em placas de concreto armado unidas por solda, em concreto armado

monolítico, em monobloco de GFRC (Glass Fiber Reinforced Concrete – Concreto

reforçado com fibra de vidro), ou em estruturas metálicas revestidas de painéis de

gesso acartonado, chapa verde, e placas cimentícias (Dry wall).

5.1.4 Placas de concreto armado, unidas por solda.

Esse tipo de estruturação é o mais fornecido para as obras e é oferecida pela

empresa Rivoli Tecna. (Catálogo Rivoli,2002)

Page 28: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Em função da escassez de produção vinculada às demais estruturações disponíveis,

estarão focando as etapas de produção e interferências somente do banheiro com

placas de concreto armado nos próximos capítulos (figura 5.5).

Figura 5.5 – Linha de montagem de banheiro de placa de concreto armado unidas por solda.

(Acervo do Autor)

5.1.5 Estrutura monolítica de concreto armado

Em relação aos materiais, a estrutura monolítica de concreto armado possui os

mesmos princípios do banheiro de concreto armado. No entanto, a diferença está na

concretagem que utiliza um equipamento especial para moldagem (figura 5.6 a 5.8).

Page 29: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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A estrutura, depois de desformado, é considerada um bloco único composto de

fechamentos laterais e teto (figura 5.9). O piso é soldado através de perfis metálicos

existentes nas laterais das placas de piso.

Esse tipo de estrutura é pouco utilizado, em função do equipamento moldar apenas

banheiros retangulares com dimensão 2,40 x 1,80m e ter baixa produtividade em

conseqüência de concretar um banheiro por vez.

Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Rivoli Tecna e atualmente não está

sendo utilizado em nenhuma obra.

Figura 5.6 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico.

(Acervo do Autor)

Page 30: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Figura 5.7 - Equipamento de concretagem do banheiro monolítico.

(Acervo do Autor)

Figura 5.8 - Posicionamento da armação no interior do equipamento de concretagem.

(Acervo do Autor)

Page 31: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Figura 5.9 - Banheiro concretado.

(Acervo do Autor)

5.1.6 Monobloco de GFRC

A estrutura dos banheiros em G.F.R.C. (Glass Fiber Reinforced Concrete – concreto

reforçado com fibra de vidro) é um monobloco formado por uma peça única que

inclui o piso e as paredes, podendo apresentar diferentes geometrias. A laje de teto,

também de GFRC, é fixada através de acessórios em aço inoxidável e uma junta

colante.

O GFRC é um micro concreto de alta resistência, constituído por cimento de alta

resistência, areia siliciosa, água, aditivos e fibras de vidro álcalis-resistentes. Possui

Page 32: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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grande resistência à tração na flexão e impacto, ao envelhecimento e uma elevada

resistência à compressão.

O compósito de GFRC apresenta, em comparação com o concreto usual, uma maior

resistência química aos agentes agressivos tais como ácidos, dióxido de carbono e

sulfatos, além de peso inferior.

Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Pavi do Brasil e, atualmente, não

está sendo utilizado em nenhuma obra.

5.1.7 Células em estrutura metálica

As paredes são montadas sobre piso de concreto armado de 4 cm de espessura ou

constituído por uma chapa de aço monolítica, revestida de painéis cimentícios

impermeáveis, apoiados sobre perfis metálicos.

A estrutura metálica das paredes e do teto é constituída por perfis de aço

galvanizado, revestido por painéis de gesso acartonado "verdes”, resistentes à

umidade e painéis cimentícios na região dos boxes de chuveiro.

O ‘box’ de chuveiro pode ser dotado de piso elevado com ralo sifonado ou no nível

do piso com ralo simples.

É utilizada na construção de banheiros de dimensões maiores ou em obras que

possibilitem a instalação de elevador tipo cremalheira para transportá-los até o

Page 33: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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andar, devido à fragilidade apresentada pelos perfis metálicos diante de um

içamento. Seu peso é 50% menor que os banheiros em concreto armado.

O banheiro pronto em estrutura metálica é fornecido totalmente acabado

internamente. Já externamente possui perfis e instalações aparentes para

receberem, na obra, acabamento também em gesso acartonado.

Durante a pesquisa não nos foi possível acompanhar a produção de nenhum lote

desse método executivo. No entanto, através das figuras 3.8 a 3.10 demonstra-se a

semelhança com um banheiro de dry wall (estrutura metálica com gesso acartonado)

feito em obra, só que com a vantagem de chegar na obra pronto para ser ligado à

prumada e utilizado.

Esse produto é oferecido no Brasil pela empresa Rivoli Tecna e atualmente não está

sendo produzido em nenhuma obra.

5.2 Características técnicas do banheiro pré-fabricado em placas de

concreto armado.

O piso, paredes e teto são constituídos por painéis pré-moldados de 4 cm de

espessura de concreto armado de alta densidade, formando uma estrutura única.

Para a união dos painéis são utilizadas cantoneiras “L” (figura 5.10).

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Figura 5.10 - Cantoneira L para união das placas.

(Catálogo RIVOLI)

O molde das placas é formado por cantoneiras em “L”, fixadas sobre uma mesa

vibratória, revestida de chapa metálica. Esta recebe uma aplicação de desmoldante

antes da concretagem. A cura das placas concretadas é a vapor (figura 5.11).

Figura 5.11 - Mesa vibratória com cantoneiras fixadas

(Acervo do Autor)

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A tela soldada, utilizada dentro da fôrma, é composta por aço CA-60 de 5mm nos

sentidos longitudinal e transversal. Para as placas de piso e teto são usadas as telas

Q196 da Gerdau, que possuem espaçamento de 10x10cm (figura 5.12).

Figura 5.12 – Tela Q196 da Gerdau

(Acervo do Autor)

Para as placas das paredes são usadas as telas M196 da Gerdau, que possuem

espaçamentos de 10x20cm, foto abaixo. (figura 5.13).

Figura 5.13 – Tela M196 da Gerdau

(Acervo do Autor)

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As telas são fixadas nas cantoneiras para aumentar a estabilidade na hora da

concretagem. O travamento e união dos painéis são feitos através de soldas nas

cantoneiras (figura 5.14). O travamento através de soldagem é necessário para não

haver deformações que danifiquem o banheiro na hora do transporte e içamento. Se

ocorrer alguma deformação, os materiais cerâmicos das paredes e do piso podem

se soltar, assim como os aparelhos instalados no interior do banheiro.

Figura 5.14 – Detalhe da solda das placas.

(Acervo do Autor)

O concreto utilizado é usinado, possui resistência de 30 MPa e é lançado da

betoneira diretamente nas fôrmas. Pode ser desformado em 1 dia, devido à

utilização de cimento ARI e à presença de aditivos para acelerar a pega. Usa-se

brita 0 e slump 8 ± 1.

Cada banheiro pesa cerca de 750 kg/m2, variando conforme o tipo de revestimento

interno. Como o peso é relativamente elevado, o concreto armado é utilizado em

banheiros com dimensões reduzidas.

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A seguir um exemplo do processo de montagem de um banheiro executado em

placas soldadas de concreto armado soldadas, realizado pela empresa Rivoli Tecna

Ltda, localizada a Rod. Engenheiro Ermenio Penteado, km 46 – Salto – SP, A Figura

5.15, mostra o preparo das fôrmas sobre a plataforma de montagem vibratória

(figura 5.15).

Figura 5.15 - Plataforma de montagem com as fôrmas montadas.

(Fonte : Acervo do Autor)

Nas Figuras 5.16, 5.17, 5.18, 5.19 e 5.20, temos o preparo das armaduras em

bancadas de montagem e posicionamento no interior das fôrmas (figuras 5.16 a

5.20).

Figura 5.16 - Corte da tela M196 antes de posicionar na fôrma.

(Acervo do Autor)

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Figura 5.17 - Soldagem das chapas metálicas para posterior união das placas na montagem.

(Acervo do Autor)

Figura 5.18 - Telas preparadas para serem posicionadas nas fôrmas.

(Acervo do Autor)

Após as telas serem cortadas no tamanho necessário de projeto, as telas são

levadas para o posicionamento nas formas metálicas, conforme pode ser observado

na figura abaixo. (figura 5.19).

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Figura 5.19 - Fôrma e armação das placas das paredes.

(Acervo do Autor)

Pode-se verificar na figura 5.20, que depois de posicionadas as armaduras nas

formas metálicas, inicia-se o serviço de fechamento das formas, onde deverão ter

medidas precisas. (Figura 5.20).

Figura 5.20 - Fôrma e armação das placas do piso.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.21, pode-se verificar a montagem da forma e armação das placas das

paredes, podemos observar também, na mesma foto, temos as paredes sendo

fabricadas em uma linha de montagem. (figura - 5.21).

Figura 5.21 - Fôrma e armação das placas das paredes.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.22, pode-se observar o detalhe do reforço da armação na área da chapa

metálica, para a união das placas. (figura – 5.22).

Figura 5.22 - Detalhe do reforço da armação

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.23, pode-se verificar o detalhe do posicionamento das passagens para

as instalações elétricas e hidro-sanitárias (figura 5.23).

Figura 5.23 - Posicionamento dos tubos guias para passagem da tubulação “PEX” pelo piso.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.24, verifica-se os posicionamentos das alças para içamento das placas

depois de concretadas e o posicionamento das caixas de elétricas. (figura 5.24).

Figura 5.24 - Posicionamento das caixas de elétrica e da alça para içamento das placas de teto.

(Acervo do Autor)

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Após concretadas, as placas são sarrafeadas com uma régua metálica, curadas a

vapor, desformadas e armazenadas para a montagem (figuras 5.25 a 5.28).

Figura 5.25 - Placas concretadas.

(Acervo do Autor)

Curadas as placas concretadas, começa-se então a desformar as placas, tomando

sempre cuidados para que a placa não seja danificada. Como pode ser verificado na

figura 5.26.

Figura 5.26 – Desforma das placas.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.27, pode-se verificar como são feitos os armazenamentos das placas

após a desforma, às empilhando, sempre obedecendo a uma quantidade máxima,

quantidade essa que irá variar de acordo com a espessura da placa. (Figura 5.27).

Figura 5.27 - Placas desformadas para início da montagem.

(Acervo do Autor)

Após a desforma, as placas são analisadas, para verificar se não estão danificadas,

e somente as que se encontrarem em perfeito estado, entrarão no processo de linha

de montagens das células Estruturação do banheiro com soldas (figuras 5.29 a

5.31).

Figura 5.28 - Placas entrando na linha de montagem das células.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.29, pode-se observar a movimentação das placas para o posicionamento

da mesma, através de equipamentos como guinchos, pórticos entre outros.

Figura 5.29 - Início da montagem da estrutura e soldagem das placas.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.30, tendo como seqüência de execução do serviço, as placas serão

soldadas, mantendo assim seu posicionamento correto.

Figura 5.30 - Placas soldadas

(Fonte: Acervo do Autor)

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Na figura 5.31, verifica-se detalhe do acabamento feito com argamassa na região da

solda, que posteriormente irá receber um acabamento final, podendo ser azulejo,

que esconderá essa mancha observada.

Figura 5.31 – Acabamento com argamassa na região das soldas.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.32, pode-se verificar o posicionamento dos banheiros já estruturados na

linha de montagem para dar início ao acabamento interno.

Figura 5.32 – Linha de montagem dos banheiros da empresa Rivoli.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.33, pode-se verificar a execução da impermeabilização do piso, dos

reforços dos cantos das paredes e instalação da caixa de descarga no interior do

“shaft” (figuras 5.33 a 5.36).

Figura 5.33 – Impermeabilização da célula com manta asfáltica de 3mm.

(Acervo do Autor)

Verificado o serviço de impermeabilização, os banheiros em linha de montagem

começam a receber os equipamentos de hidráulica, como a caixa de descarga,

tubulação de esgoto e eletrodutos. (figuras 5.34 a 5.36)

Figura 5.34 – Instalação da caixa de descarga no interior do shaft.

(Acervo do Autor)

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Figura 5.35 - Vista do shaft entre banheiros.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.36, pode-se observar o detalhe da instalação da caixa acoplada e das

tubulações necessárias. (figura 5.36)

Figura 5.36 - Caixa de descarga fixada no interior do shaft.

(Acervo do Autor)

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Como se pode observar na figura 5.37, depois de concluídos o serviço de

instalações, é dado início aos serviços de acabamento, como seguem abaixo:

assentamento dos revestimentos e rejuntes. (figuras 5.37 e 5.38).

Figura 5.37 - Colocação dos revestimentos.

(Acervo do Autor)

Figura 5.38 - Colocação dos revestimentos.

(Acervo do Autor)

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Na Figura 5.39, pode-se observar a vista do banheiro-pronto já azulejado e

rejuntado, pronto para começar os serviços de instalações de louças e metais.

Figura 5.39 – Banheiro rejuntado.

(Acervo do Autor)

Pode-se observar na figura 5.40, as instalações dos acessórios em geral: louças,

metais, soleiras, molduras, etc e acabamento externo das paredes (figuras 5.40 a

5.44).

Figura 5.40 - Colocação dos metais.

(Acervo do Autor)

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Pode-se observar abaixo, as instalações das louças e metais em geral, tais como:

bacias sanitárias e bancadas; chuveiros e torneiras, e a qualidade do serviço

executado. (figuras 5.41 a 5.44).

Figura 5.41 – Bacia instalada.

(Fonte: Acervo do Autor)

Figura 5.42 – Lavatório instalado.

(Acervo do Autor)

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Figura 5.43 – Monocomando e chuveiro instalado.

(Acervo do Autor)

Figura 5.44 - Regularização da parte externa.

(Acervo do Autor)

Depois de executadas todas as fases do processo de produção, o banheiro recebe

uma limpeza, regularização das paredes externas para posterior acabamento na

obra e é embalado para transporte, conforme constatado na figura 5.45. (figura 5.45

e 5.46).

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Figura 5.45 - Banheiro com todos os acabamentos instalados e limpo.

(Acervo do Autor)

Na figura 5.46, pode-se verificar o término do processo de fabricação do banheiro

pronto, este é embalado, e já está pronto para ser entregue na obra.

Figura 5.46 - Banheiro embalado para transporte.

(Acervo do Autor)

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5.3 Produtos específicos utilizados no banheiro pronto.

O banheiro pronto tornou-se viável com a utilização de vários produtos

desenvolvidos harmonicamente para esse fim. São eles:

5.3.1 Bacia sanitária de saída horizontal de alto desempenho

As bacias sanitárias de saída horizontal se distinguem das bacias convencionais por

dirigirem horizontalmente a saída da descarga, possibilitando a instalação da

tubulação de esgoto no interior da parede do banheiro, acima do nível do piso, até o

tubo de queda no "shaft" vertical. Elas podem ser apoiadas no piso ou suspensas

(figura 5.47).

Figura 5.47 - Bacia de saída horizontal

(ALMEIDA,1969)

Bacias sanitárias suspensas são fixadas às paredes, através de estruturas metálicas

próprias para esse fim, supridas pelos fabricantes das caixas de descarga de

embutir. Podem ser instaladas em altura padrão, assim como na altura do assento

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das cadeiras de rodas usadas por portadores de deficiências locomotoras ou

convalescentes, em hospitais e clínicas.

5.3.2 Caixas de descarga de embutir

Caixas de descarga de embutir, projetadas para instalação em paredes de alvenaria

convencional, gesso acartonado e concreto ou em bancadas técnicas em gesso

acartonado (“dry wall”).

Instaladas em posição elevada, as caixas de descarga embutidas proporcionam

descargas de alta vazão perfeitamente harmonizadas com as bacias de saída

horizontal, assegurando alto desempenho do conjunto.

Por serem embutidas no interior das paredes, essas caixas permitem a instalação

das bacias sanitárias mais próximas da parede, resultando em um ganho de espaço

útil no banheiro. Da mesma forma (embutidas no interior das paredes ou de

bancadas técnicas), elas têm seu mecanismo interno protegido contra vandalismo,

sendo ideais para uso em escolas, hospitais, hotéis, clínicas, centros esportivos, etc.

Estão disponíveis em 2 modelos básicos:

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• De acionamento frontal para instalação em paredes. (figura 5.48)

Figura 5.48 - Caixa de acionamento frontal.

(ALMEIDA, 1969)

• De acionamento de topo para instalação em bancada técnica. (figura 5.49)

Figura 5.49 - Caixa de acionamento de topo.

(ALMEIDA, 1969 )

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Para instalação associada a bacias sanitárias suspensas, as caixas de descarga são

montadas em estruturas metálicas capazes de permitir a fixação das bacias

suspensas. Essas estruturas de fixação, assim como as bacias sanitárias

suspensas, são projetadas e fabricadas para suportar cargas estáticas de até 400

kg. (figura 5.50)

Figura 5.50 - Caixa com estrutura metálica para fixação da caixa suspensa.

(ALMEIDA, 1969).

5.3.3 Tubulação flexível PEX para instalações de água quente, fria e gás.

Os sistemas hidráulicos de água fria e quente mais utilizados nos banheiros pré-

fabricados são os do tipo flexível ou comercialmente conhecidos como “PEX” (figura

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5.51), que são tubulações de alma de alumínio, revestidas com polietileno reticulado

flexível, e compostas por tubos condutores (tubo-guia) e conexões metálicas

rosqueáveis.

Figura 5.51 -– Instalações das tubulações “PEX” nos banheiros prontos

(Catálogo Rivoli, 2002)

O processo de reticulação desses tubos ocorre na fabricação que transforma um

tubo de polietileno de alta densidade (HDPE – Hight density polyethylene) em tubo

de polietileno reticulado (PEX). A diferença entre um tubo HDPE e um PEX é que, no

primeiro caso, as cadeias de moléculas estão livremente arranjadas, enquanto no

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56

segundo, essas cadeias se encontram ligadas entre si, sendo essa característica

que o torna um tipo de plástico superior aos outros, aliando flexibilidade e alta

resistência térmica e mecânica. A resistência térmica desses tubos é de até 95ºC

continuamente e até 110º, em picos de temperatura. Essa resistência tem uma leve

perda com os passar dos anos.

Sua forma de instalação possui o mesmo conceito de uma instalação elétrica: o tubo

PEX é introduzido dentro de um tubo guia, desde a caixa de distribuição onde se

localiza o manifold (figura 5.52) até o ponto de consumo. O manifold é um tipo de

distribuidor, de latão ou cobre, que pode ter até quatro saídas. Ele é a central de

distribuição do sistema, podendo ser associado a outros manifolds ou ligado

diretamente na prumada.

Figura 5.52 – Manifold.

(Catálogo Rivoli, 2002)

A água corre por um sistema de tubos extremamente flexíveis e resistentes, ausente

de conexões intermediárias, denominado sistema ponto a ponto (figura 5.53), o que

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57

permite a inspeção, troca e manutenção sem quebra de revestimentos e paredes.

Uma instalação em PEX, de água fria ou quente, poderá ser feita também no

sistema convencional, que se baseia no mesmo princípio dos projetos de tubulações

rígidas de PVC, utilizando ramais, sub-ramais, conexões em “T” , reduções e

cotovelos.

No caso dos banheiros prontos, utiliza-se somente o sistema ponto a ponto devido à

facilidade da manutenção.

Figura 5.53 - Sistema ponto a ponto.

(Fonte: Catálogo Rivoli, 2002)

Principais vantagens do uso do sistema PEX:

• Condutividade térmica : 0,45 W/m . K , aproximadamente 1/100 do tubo de

aço;

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• Resistência à corrosão : Em temperatura normal, não dissolve em qualquer

solução conhecida e é resistente a ácidos, base alcalina, sal e outras

substâncias;

• Higiene : O PEX é totalmente higiênico, não tóxico, livre de ferrugem e livre de

crescimento de microorganismos, evitando assim a contaminação da água;

• Temperatura excessiva, pressão e vida útil : utilizando-se pressões abaixo

das condições normais de pressão, o PEX pode ter uma vida útil de

funcionamento de mais de 50 anos;

• Resistência a chamas : o PEX é composto por uma estrutura de alta

resistência a chamas;

• Função hidráulica : fluxo livre da água ou fluido evitando assim perda de

carga normais nos outros sistemas. Devido a sua flexibilidade natural, o

sistema evita golpes de ariete e conseqüente ruído na tubulação;

• Instalação : facilmente dobrável, esse sistema elimina uma série de conexões

comparadas às instalações tradicionais, sendo também de fácil instalação,

diminuindo muito o tempo total de mão-de-obra necessária;

• Sistema de gás encanado : a camada mediana do PEX confere alta

resistência a pressão de trabalho em redes de gás ou oxigênio e é também

largamente utilizado em redes de ar comprimido e outros gases (figura 5.54).

Page 61: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Figura 5.54 – Instalação de gás

(Catálogo Rivoli, 2002)

• Sistema de água quente e fria : devido à ausência de rugosidade interna, o

sistema evita incrustações, conferindo 30% de maior eficiência na condução

de líquidos em comparação a tubos de aço (figura 5.55).

Figura 5.55 – Instalação água quente e fria

(Catálogo Rivoli, 2002)

Page 62: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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A adequação do sistema PEX, deve ser prevista desde a concepção do projeto,

prevendo medidas que facilitem seu emprego na obra.

5.4 Inspeção entrega e instalação na obra.

A responsabilidade da inspeção do banheiro pronto, desde o recebimento dos

materiais até a chegada na obra, é da empresa fornecedora contratada, e da

instalação na obra é de responsabilidade da construtora, porém terá sempre o

acompanhamento de um técnico responsável, da contratada, que irá acompanhar e

orientar a construtora.

5.4.1 Inspeção e entrega

Para o recebimento dos materiais são feitos controles de quantidade e aspectos

físicos em geral.

Durante a fabricação do banheiro, são usadas fichas de controle de serviços,

anexadas nas laterais dos banheiros. Essas fichas indicam o responsável pela

execução de cada etapa ao longo da linha de produção.

Após concluídas todas as etapas de fabricação e antes de ser embalado para

transporte, o banheiro recebe uma inspeção de qualidade final realizada pelo

fornecedor, juntamente com o cliente.

O banheiro pronto é transportado da fábrica ao canteiro de obra em carretas,

embalado em filme plástico para proteção contra os rigores do transporte e do

Page 63: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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intemperismo (figura 5.56). Entregue na obra, o banheiro é inspecionado novamente,

pelo cliente, ainda sobre o caminhão, para constatar que não houve nenhum dano

durante o transporte. Se for constatado algum dano, esse é avaliado e se houver

possibilidade de repará-lo na obra, o banheiro é descarregado e posicionado no

local definitivo. Caso contrário, é devolvido para a fábrica.

Figura 5.56 - Banheiros embalados sobre a carreta.

(Acervo do Autor)

Na tabela 5.1, pode-se verificar a Ficha para a inspeção na obra, onde cada cliente

adota uma metodologia. Geralmente são usadas fichas de controle de qualidade que

visam garantir o perfeito estado do produto.

Page 64: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Tabela 5 -1 - Ficha de Controle de Recebimento dos Sanitários

CONTROLE DE RECEBIMENTO DOS SANITÁRIOS

CLIENTE: BNH NR: TIPO:

Empreitada Nr. A CONTROLE do SISTEMA Nome do PROFISSIONAL OK CD DATAA1 MONTAGEM

A2 IMPERMEABILIZAÇÃO

A3 SISTEMA ELÉTRICO

A4 SISTEMA HIDRÁULICO e SANITARIO TESTE DE ESTANQUEIDADE TESTE DE CONTINUIDADE TESTE DE PRESSÃO TESTE DE VAZÃO TESTE DE CAIMENTO B CONTROLE ARQUITETONICO B1 MISTURADORES

B2 CHUVEIRO DA DUCHA

B3 DUCHA HIGIÊNICA

B4 CUBA

B5 BACIA SANITÁRIA

B6 ASSENTO DO VASO SANITÁRIO

B7 EXAUSTORES

B8 INTERRUPTORES E TOMADAS

B9 BANCADA

B10 BOX DUCHA

B11 RALO DA DUCHA

B12 REVESTIMENTO DO PISO

B13 REVESTIMENTO DAS PAREDES

B14 SOLEIRA

B15 REJUNTE

B16 SILICONE

B18 LIMPEZA

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5.4.2 Equipamentos para instalação na obra.

O transporte vertical é feito através de guindastes ou gruas que depositam os

banheiros prontos em plataformas fixadas na face externa da estrutura da obra, na

altura de cada pavimento, ou, em casos específicos de acesso, utiliza-se elevadores

cremalheiras.

O transporte horizontal do banheiro pronto até o local de sua instalação definitiva é

feito através de carrinhos especialmente projetados para esse fim (figura 5.57).

Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje.

(Acervo do Autor)

A escolha do tipo de transporte depende da característica da estrutura da obra, das

dimensões e do peso dos banheiros.

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A logística de entrega dos banheiros está vinculada ao cronograma físico da obra,

conforme pode ser visto no modelo da obra Formule 1 DownTown – Construtora

Inpar, que adotou o banheiro pronto.

A operação, desde a retirada do banheiro da carreta até o seu posicionamento final,

é feita com apenas 5 homens, em cerca de 30 minutos.

A responsabilidade de locomoção dos banheiros desde a carreta até a posição final

pode vir à ser do fornecedor, de acordo com o estabelecido no contrato.

O banheiro pode ser locado sobre um rebaixo de 4 cm, para que fique inserido na

laje de concreto e no mesmo nível que o piso do ambiente ou pode ser

simplesmente apoiado sobre a laje com o auxílio de peças de neoprene para nivelar.

(Obra HOTEL HILTON, 2001)

Quando adotado o transporte vertical pela grua, utilizando uma espécie de gancho

para visar à facilidade e principalmente a segurança ao içar o banheiro pronto. Como

observado nesta foto abaixo. (figura 5.58 e 5.59)

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Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua.

(Acervo do Autor)

Figura 5.59 – Içamento do banheiro com grua.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.60, pode-se observar que sobre a plataforma de recebimento situada no

andar, é posicionado um carrinho especial, fornecido pela empresa contratada.

Figura 5.60 - Posicionamento do banheiro no carrinho de transporte.

(Acervo do Autor)

Pode-se observar na figura 5.60, que este carrinho serve para locomoção horizontal

do banheiro no pavimento, desde a plataforma até a posição final na laje. (figuras

5.61 e 5.62).

Figura 5.61 - Banheiro posicionado no carrinho.

(Acervo do Autor)

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Figura 5.62 - Banheiro sendo posicionado na laje.

(Acervo do Autor)

Como se pode observar na figura 5.63, a vista do banheiro pronto já posicionado no

local final, com suas esperas para a tubulação de esgoto, hidráulica e elétrica. (figura

5.63).

Figura 5.63 - Banheiro posicionado na laje.

(Acervo do Autor)

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Na figura 5.64, pode-se observar a vista frontal do banheiro pronto já instalado e

acabado em seu local definitivo. (figura 5.64).

Figura 5.64 – Banheiro posicionado na laje.

(Acervo do Autor)

5.5 Algumas interfaces na implantação do Banheiro Pronto

Quando se opta pela utilização de banheiros prontos, deve-se ter consciência de

que existem algumas interfaces que ocorrem na implantação do mesmo, tais como:

5.5.1 Complemento do pé direito em gesso acartonado.

Este complemento é executado entre o banheiro e a laje de cobertura do andar,

devido à necessidade do banheiro ter sua altura menor que o pé direito do andar,

para transportá-lo sobre a laje. A maior dificuldade na execução está no pequeno

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espaço para fixar “in loco” os perfis metálicos sobre o banheiro e abaixo da laje,

outro fator importante é a utilização de perfis metálicos nas juntas entre as paredes

do banheiro e o complemento, pois essa região fica sujeita a apresentar trincas.

Figura 5.65 - Banheiro acabado com pé direito reduzido para possibilitar locomoção.

(Fonte: Acervo do Autor)

5.5.2 Desnível do banheiro em relação à laje.

O desnível existente entre o banheiro e a laje pode ser evitado se for executado um

rebaixo na laje. No entanto, as empresas de banheiro pronto não recomendam esta

solução pois, o banheiro pode não ficar perfeitamente nivelado quando executado

manualmente. Uma das soluções mais utilizadas neste caso é fazer um enchimento,

com, por exemplo, argila expandida em todo o piso, deixando então a cota do

sanitário mais baixo que o piso.

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Figura 5.66 - Desnível do piso.

(Acervo do Autor)

5.5.3 Utilização de neoprene e chapa metálica para apoio do banheiro sobre a laje.

No apoio do banheiro sobre a laje, é necessária a utilização de placas de neoprene

e chapas metálicas, para evitar que o banheiro acompanhe pequenas deformações

da laje e para auxiliar no nivelamento do mesmo sobre a laje.

Figura 5.67 - Chapa metálica e neoprene de apoio do banheiro.

(Acervo do Autor)

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5.5.4 Complemento de madeira nos batentes das portas, devido a pequena espessura das paredes de concreto.

No caso das paredes de concreto a espessura utilizada é de 4 cm. Como o batente

da porta padrão possui espessura superior a 4 cm, costuma-se fazer um

complemento em madeira na lateral do batente. Esse complemento gera um custo

maior para o serviço.

Figura 5.68 - Batente instalado com complemento em madeira.

(Acervo do Autor)

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6 ESTUDO DE CASO

6.1 Comparativo entre banheiro executado na obra e banheiro pronto

Num estudo comparativo entre um banheiro construído na obra, e o mesmo banheiro

construído no pátio da empresa e transportado até a obra, é importante salientar,

além do aspecto econômico, também outros aspectos como qualidade, rapidez,

facilidade na instalação e limpeza da obra.

O método empregado para a execução do banheiro pronto, inovador no campo da

engenharia civil, é o da industrialização fechada e baseia-se na produção em série.

Essa produção caracteriza-se, basicamente, pela divisão das atividades em

diferentes setores, cada qual com seus respectivos funcionários. A linha de

produção em questão assemelha-se muito à de automóveis. Só não são todas

automatizadas, sendo fundamental ainda a presença do fator humano.

A figura 6.1 ilustra a seqüência da linha de produção de banheiros pré-fabricados de

concreto armado.

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Figura 6.1 - Fluxograma de fabricação de banheiros pré-fabricados de placas de concreto.

(Catálogo Rivoli, 2002).

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6.2 Modelo de estudo de caso para implantação

Para a implantação do banheiro pré-fabricado, as construtoras costumam realizar

estudos comparativos de viabilidade entre seu método convencional de alvenaria ou

gesso acartonado (dry wall) e o banheiro pronto.

O estudo foi realizado pela construtora Inpar baseado na obra do hotel Formule 1

Jardins, localizado à Av. Nove de Julho, 3611 – São Paulo. Este hotel foi construído

em 18 meses e possui 26 pavimentos, 399 apartamentos com banheiros em gesso

acartonado (dry wall) executados na própria obra.

Este estudo leva em consideração o fator material e mão-de-obra, não deixando de

considerar a questão “tempo de execução”, “entulho gerado”, desperdício de

material” que gera um custo indireto de grande influência.

A planilha comparativa de preços, onde estão sendo confrontados os custos reais do

banheiro, sendo executado na obra, coluna designada como In Loco, e os custos do

banheiro sendo executado por uma indústria, coluna designada como Pronto, como

uma linha de montagem, banheiro-pronto.

Na Tabela 6.1, verifica-se o estudo comparativo dos itens a serem comprados pela

construtora incluindo o custo da mão de obra de execução, no caso da coluna

referente ao “In Loco“, todos os itens onde aparecem os valores deveram ser

comprados pela construtora, já na coluna referente ao “Pronto”, somente o item de

cerâmica deverá ser comprado pela construtora e enviado para a empresa que irá

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fabricar os banheiros, com isso todos os demais materiais passam a ser de

responsabilidade da empresa contratada para a fabricação dos banheiros, incluindo

quantidades, preços e qualidade do material.

Tabela 6.1. Estudo comparativo – Impermeabilização e Piso. (Construtora Impar, 2004).

COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Preparo de superfície áreas frias: QUANTIDDE

UNID.

PREÇO UNIT.

PREÇO TOTAL

PREÇO TOTAL

PREPARO Á. FRIA MAT

1,000 236,70 m²

Areia média lavada

0,007 1,73 m³ R$ 29,00 R$ 50,11

Cimento CP II 32

0,523 123,84 kg R$ 0,35 R$ 43,35

PREPARO. DE Á. FRIA M.O

1,000 236,70 m² R$ 6,00 R$ 1.420,22

Impermeabilização de áreas frias:

IMP. DE Á. FRIA MAT

1,000 2.146,10 m²

Tela de Poliester

1,100 2.360,71 m² R$ 2,00 R$ 4.721,41

Denverpren primer

0,500 1.073,05 kg R$ 1,30 R$ 1.394,96

Denverpren II

3,500 7.511,33 kg R$ 2,60 R$ 19.529,47

Tarucel

1,050 2.253,40 ml R$ 0,30 R$ 676,02

IMP. DE Á. FRIA M.O

1,000 2.146,10 m² R$ 8,20 R$ 17.597,98

Proteção mecânica:

PROT. MEC. MAT

1,000 236,70 m²

Areia média lavada

0,006 1,44 m³ R$ 29,00 R$ 41,87

Cimento CP II 32

0,208 49,23 kg R$ 0,35 R$ 17,23

PROT. MEC. MO

1,000 236,70 m² R$ 3,75 R$ 887,64

Assentamento de piso cerâmico:

PISO CER. MAT

1,000 520,81 m²

Cimenticola

5,500 2.864,45 kg R$ 0,23 R$ 658,82

Cerâmica 20x20 Portobello

1,050 546,85 m² R$ 13,10 R$ 7.163,72

R$ 7.163,72

Rejunte pronto

0,300 156,24 kg R$ 0,90 R$ 140,62

PISO CER. MO

1,000 520,81 m² R$ 11,30 R$ 5.885,13

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Na Tabela 6.2, pode-se verificar o estudo comparativo dos itens à serem comprados

pelas construtoras incluindo o custo da mão de obra de execução: chapas de Dry

Wall e acessórios. Na coluna designada “In Loco” estão todos os itens a serem

comprados pela construtora para construir os banheiros na obra, no caso da coluna

designada “Pronto” que será a empresa contratada que irá executar na fábrica,

necessita-se apenas de comprar as quantidades de massa para colagem, chapas

brancas e fitas, com isso todos os estes materiais passam a ser de responsabilidade

da empresa contratada para a fabricação dos banheiros, incluindo quantidades,

preços, qualidade do material e aproveitamento destes materiais, sendo que essas

quantidades são fornecidas pela empresa contratada e conferidas pela construtora.

Tabela 6.2 - Estudo comparativo – Paredes em Dry Wall. (Construtora Impar, 2004).

COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA EM GESSO ACARTONADO OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Execução parede em Drywall S col. QUANTIDDE

UNID.

PREÇO UNIT.

PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL

PAR. DW. S/COL MAT

1,000 2.895,38 m²

Massa p/ colagem de chapas

0,900 2.605,85 kg

R$ 1,25

R$ 3.257,31

Chapa Branca

1,050 3.040,15 m²

R$ 5,00

R$ 15.200,77

Fita p/ juntas

1,400 4.053,54 ml

R$ 0,10

R$ 405,35

Massa p/ juntas

0,950 2.750,62 kg

R$ 1,20

R$ 3.300,74

PAR. DW. S/COL MO

1,000 2.895,38 m²

R$ 10,00

R$ 28.953,84

Execução par. em Drywall C/70 - U/70 - S/48

PAR. DW. C/70 MAT

1,000 1.373,22 m²

Pinos

0,020 27,46 ct

R$ 15,00 R$ 411,97

Guias RF 70mm

0,850 1.167,24 ml

R$ 1,35 R$ 1.575,77

Montantes RF 70mm

3,150 4.325,64 ml

R$ 1,45 R$ 6.272,18

Chapa Cimentícea

1,050 1.441,88 m²

R$ 23,00 R$ 33.163,26

Fita p/ juntas

0,700 961,25 ml

R$ 0,10 R$ 96,13

Massa p/ juntas

0,500 686,61 kg

R$ 1,20 R$ 823,93

Parafusos metal-metal

0,002 2,75 mi

R$ 53,50 R$ 146,93

Parafuso p/ chapas cimetíceas

0,008 10,99 mi

R$ 75,00 R$ 823,93

Page 79: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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PAR. DW. C/70 MO

1,000 1.373,22 m²

R$ 9,00 R$ 12.358,98

Execução de par.em Drywall C/70/U - S/70/U - U/70/U - S/70/C - C/70/C

PAR. DW. C/70/U MAT

1,000 3.308,50 m²

Pinos

0,020 66,17 ct

R$ 15,00 R$ 992,55

Guias RF 70mm

0,850 2.812,23 ml

R$ 1,45 R$ 4.077,73

Montantes RF 70mm

4,200 13.895,70 ml

R$ 1,95 R$ 27.096,62

Tábua autoclavada

0,050 165,43 ml

R$ 3,50 R$ 578,99

Parafusos metal-metal

0,002 6,62 mi

R$ 53,50 R$ 354,01

Chapa Cimentícea

1,050 3.473,93 m²

R$ 23,00 R$ 79.900,28

Chapa Verde

1,050 3.473,93 m²

R$ 6,25 R$ 21.712,03

Parafuso p/ chapas

0,008 24,81 mi

R$ 16,00 R$ 397,02

Parafuso p/ chapas cimentíceas

0,008 24,81 mi

R$ 75,00 R$ 1.861,03

Fita p/ juntas

2,800 9.263,80 ml

R$ 0,10 R$ 926,38

Massa p/ juntas

0,500 1.654,25 kg

R$ 1,20 R$ 1.985,10

Cantoneira metálica

0,150 496,28 ml

R$ 0,80 R$ 397,02

PAR. DW. C/70/U MO

1,000 3.308,50 m²

R$ 11,95 R$ 39.536,58

Assentamento de Azulejos:

AZULEJO MAT

1,000 4.589,64 m²

Cimenticola

5,500 25.243,02 kg

R$ 0,70 R$ 17.670,11

Azulejo 20x20 Portobello

1,100 5.048,60 m²

R$ 10,00 R$ 50.486,04

R$ 50.486,04

Rejunte pronto

0,350 1.606,37 kg

R$ 0,90 R$ 1.445,74

AZULEJO MO

1,000 4.589,64 m²

R$ 11,30 R$ 51.862,93

Cantoneira para Azulejos:

CANT. P/ AZULEJOS MAT

1,000 35,20 ml

Cantoneira c/ pint. eletrostática bca

1,000 35,20 ml

R$ 1,70 R$ 59,84

R$ 59,84

CANT. P/ AZULEJOS MO

1,000 35,20 ml

R$ 6,50 R$ 228,80

Na Tabela 6.3, o estudo comparativo para a execução do forro em Dry Wall se torna

simples, pois este quantitativo é somado ao quantitativo do estudo das paredes,

tabela 6.2, portanto no caso do banheiro pronto, todos os itens a serem comprados

pelas construtoras já estão inclusos no quantitativo da tabela 6.2. Porém no caso da

coluna “In Loco” esses itens serão descriminados e controlados para a compra e

recebimento e armazenamento.

Page 80: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Tabela 6.3 - Estudo comparativo – Forro de Gesso (Construtora Impar, 2004).

COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto

Execução de forro em Drywall: QUANTIDDE

UNID. PREÇO UNIT. PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL

FORRO EM DRYWALL MAT

1,000 520,81 m²

Pinos

0,020 10,42 ct R$ 15,00 R$ 156,24

Pendurais

0,020 10,42 ct R$ 0,55 R$ 5,73

Guias p/ teto

3,250 1.692,63 ml R$ 1,20 R$ 2.031,15

Cantoneiras de perímetro

0,250 130,20 ml R$ 1,26 R$ 164,05

Parafusos metal-metal

0,002 1,04 mi R$ 53,50 R$ 55,73

Chapa Verde

1,050 546,85 m² R$ 6,25 R$ 3.417,80

Parafuso p/ chapas

0,008 4,17 mi R$ 16,00 R$ 66,66

Fita p/ juntas

0,700 364,57 ml R$ 0,10 R$ 36,46

Massa p/ juntas

0,450 234,36 kg R$ 1,20 R$ 281,24

FORRO EM DRYWALL MO

1,000 520,81 m² R$ 10,00 R$ 5.208,08 Pintura látex sobre forro de Drywall:

LÁTEX PVA C/ MASSA MAT

1,000 520,81 m²

Massa PVA

0,700 364,57 kg R$ 1,45 R$ 528,62

Lixa

0,400 208,32 uni R$ 0,18 R$ 37,50

Látex PVA duas demãos

0,170 88,54 l R$ 6,55 R$ 579,92

LÁTEX PVA C/ MASSA MO

1,000 520,81 m² R$ 4,00 R$ 2.083,23

Na Tabela 6.4, o mesmo acontece no estudo comparativo dos itens a serem

comprados pelas construtoras incluindo o custo da mão de obra de execução, onde

devido ao grande número de itens a serem instalados, esta tabela terá um alto valor

empenhado em mão de obra, já com relação aos itens como louças e metais

indefere pois a construtora deverá efetuar a compra destes itens e enviar para a

fábrica no caso do banheiro pronto ou receber na obra para instalação no caso do

executado “In Loco”, pois estes itens são escolhidos pelas construtoras de acordo

com as especificações do projeto de arquitetura.

Page 81: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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Tabela 6.4 - Estudo comparativo - Instalações: Hidráulica, Elétrica, Louças e Metais.

(Construtora Impar, 2004).

COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Instalações eletricas - Mão de obra: QUANTIDDE UNID.

PREÇO UNIT.

PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL

INST. ELETRICAS M.O 1,000 260,00 vb R$ 260,00 R$ 67.600,00

Instalações hidráulicas - Mão de obra:

INST. HIDRAULICAS M.O 1,000 260,00 vb R$ 400,00 R$ 104.000,00

Baguete de mármore bco box: INST. DE BAGUETE GR. MAT 1,000 165,12 ml

Argamassa colante 0,350 57,79 kg R$ 1,20 R$ 69,35

Baguete de granito 1,000 165,12 ml R$ 25,00 R$ 4.128,00

R$ 4.128,00

INST. DE BAGUETE GR. MO 1,000 165,12 ml R$ 7,00 R$ 1.155,84

Bancas de mármore lavatório: INST. DE BANCAS GR. MAT 1,000 78,02 m²

Parafusos auto atarrachantes 1.040,00 pç R$ 0,10 R$ 104,00

R$ 104,00

Maõs francesas fixação 520,00 pç R$ 4,50 R$ 2.340,00

R$ 2.340,00

Banca em granito 1,000 78,02 m² R$ 370,00 R$ 28.867,10

R$ 28.867,10

INST. DE BANCAS GR. MO 1,000 78,02 m² R$ 50,00 R$ 3.900,96

Acabamento de mármore bacia: INST. DE BANCAS GR. MAT 1,000 34,34 m²

Parafusos auto atarrachantes pç R$ 0,10

Maõs francesas fixação pç R$ 4,50

Banca em granito 1,000 34,34 m² R$ 370,00

R$ 12.705,06

INST. DE BANCAS GR. MO 1,000 34,34 m² R$ 50,00

Louças e Metais:

BACIA C/CX. DECA RAVENA (SH) 1,000 260,00 pç R$ 131,09 R$ 34.083,40

R$ 34.083,40

Flexível p/ ligação 1,000 260,00 pç R$ 6,05 R$ 1.573,00

R$ 1.573,00

Bolsa canopla DECA CH1 1,000 260,00 pç R$ 3,80 R$ 988,00

R$ 988,00

Conjunto de fixação 1,000 260,00 pç R$ 1,20 R$ 312,00

R$ 312,00

CUBA DE LOUÇA DECA L-41 1,000 252,00 pç R$ 22,36 R$ 5.634,72

R$ 5.634,72

Flexível p/ ligação 2,000 504,00 pç R$ 6,05 R$ 3.049,20

R$ 3.049,20

Válvula p/ lavatório 1,000 252,00 pç R$ 5,05 R$ 1.272,60

R$ 1.272,60

Misturador p/ lavatório DECA C-36 1,000 252,00 pç

R$ 109,06 R$ 27.483,12

R$ 27.483,12

Sifão p/ lavatório 1,000 252,00 pç R$ 17,30 R$ 4.359,60

R$ 4.359,60

LAV. DE LOUÇA C/ COL DECA L-51 1,000 8,00 pç

R$ 86,22 R$ 689,76

R$ 689,76

Flexível p/ ligação 2,000 16,00 pç R$ 6,05 R$ 96,80

R$ 96,80

Válvula p/ lavatório 1,000 8,00 pç R$ 5,05 R$ 40,40

R$ 40,40

Misturador p/ lavatório DECA C- 1,000 8,00 pç R$ R$ 872,48 R$

Page 82: Rodrigo Donadio Lopes©-fabricado.pdf · Figura 5.57 - Carrinho para transporte do banheiro na laje. 63 Figura 5.58 - Retirada dos banheiros da carreta com a grua. 65 Figura 5.59

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36 109,06 872,48

Sifão p/ lavatório 1,000 8,00 pç R$ 17,30 R$ 138,40

R$ 138,40

Conjunto de fixação 1,000 8,00 pç R$ 1,20 R$ 9,60

R$ 9,60

DUCHA DECA BELL 4806-C 1,000 260,00 pç R$ 64,37 R$ 16.736,20

R$ 16.736,20

Misturador p/ chuveiro mono. DECA 1,000 260,00 pç

R$ 146,45 R$ 38.077,00

R$ 38.077,00

Ducha c/ kit flexível DECA 1,000 260,00 pç R$ 36,16 R$ 9.401,60

R$ 9.401,60

Acabto de registro 2,000 520,00 pç R$ 21,50 R$ 11.180,00

R$ 11.180,00

BARRA DESLIZ. DECA MODERNA 1,000 8,00 pç R$ 188,57 R$ 1.508,56

R$ 1.508,56

Na Tabela 6.5, o estudo comparativo a furos nas lajes, mostra que com a opção do

banheiro pronto não haverá necessidade de designar custos para a furação das

lajes e chumbamento dos ralos, contrário a opção do executado em obra. A tabela

6.5 também terá um valor empenhado em mão de obra, no caso da opção

executado “In Loco” . Apenas no item de Tampa Shaft Box que será igual para as

duas opções.

Tabela 6.5 - Estudo comparativo – Furos. (Construtora Impar, 2004).

COMPARATIVO BHO PRONTO X EXECUTADO NA OBRA OBRA: F1 JARDINS In Loco Pronto Furação de lajes e chumb/to de passantes: QUANTIDDE UNID.

PREÇO UNIT.

PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL

FURAÇÃO RALOS 1,000 260,00 uni

Tubo de PVC 50 mm 0,330 85,80 ml R$ 2,60 R$ 223,08

Cola 0,050 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70

MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,30 R$ 598,00

FURAÇÃO BACIA 1,000 260,00 uni

Tubo de PVC 100 mm 0,330 85,80 ml R$ 4,40 R$ 377,52

Cola 0,120 31,20 bs R$ 29,90 R$ 932,88

MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,95 R$ 767,00

FURAÇÃO ESGOTO 1,000 260,00 uni

Tubo de PVC 50 mm 0,330 85,80 ml R$ 2,60 R$ 223,08

Cola 0,050 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70

MO Furação 1,000 260,00 uni R$ 2,35 R$ 611,00

FURAÇÃO PEX 1,000 520,00 uni

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Tubo de PVC 3/4" 0,330 171,60 ml R$ 1,05 R$ 180,18

Cola 0,025 13,00 bs R$ 29,90 R$ 388,70

MO Furação 1,000 520,00 uni R$ 1,80 R$ 936,00

Carenagens e Shafts:

CARENAGEM LAVATÓRIO 1,000 260,00 pç R$ 17,50 R$ 4.550,00

TAMPA SHAFT BOX 1,000 260,00 pç R$ 112,00 R$ 29.120,00

R$ 29.120,00

Na tabela 6.6, pode-se verificar que o banheiro pronto, industrializado, é mais caro

que o banheiro executado na obra, isto ocorre devido ao alto custo da mão de obra

empregado, que para cada 1hora trabalhada de qualquer operário, este valor será

repassado para a construtora em torno de 3,73 vezes maior, levando em conta:

custos com a mão de obra –1,38% somado a I (uma) hora trabalhada, bonificações e

despesas Indiretas (BDI) – 25% ao valor anteriormente somado, impostos – 35% em

cima do BDI. Portanto este fator acaba sendo decisivo ao custo, e o planejamento

da obra de extrema importância, pois ao optar pela execução dos banheiros na obra,

a princípio será mais barato, porém se houver atraso em sua execução a quantidade

de horas gasta com funcionário aumentará e como dito anteriormente esta

proporção é em torno de 3,73 vezes maior para cada hora gasta. Ao escolher por

contratar o banheiro pronto estas quantidades de horas trabalhadas será de controle

e responsabilidade da empresa que irá industrializar os banheiros e tem com

tendência gastar uma menor quantidade de horas, pois sua fabricação é uma linha

de produção.

Itens como limpeza, menor quantidade de operários na obra para controlar e

conservação da obra – pois esta solução não gera entulho, entre outros por

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menores, esta diferença reduz muito, sem contar com a economia de prazo que terá

o empreendimento à ser construído.

Evidente que esses valores são válidos para as condições deste empreendimento,

que é de grande porte, portanto pela quantidade de banheiros prontos que foram

produzidos, os valores unitários dos equipamentos da tabela, ficaram mais baratos,

mas de qualquer forma essa diferença de preços existirá.

Tabela 6.6 - Estudo comparativo – Total. (Construtora Impar, 2004).

Total parcial: R$

1.013.558,39 R$

343.598,21

Custo bho pronto Rivoli: R$

539.500,00

Custo total: R$

1.013.558,39 R$

883.098,21

Rivoli é: R$

(130.460,18) mais barato

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7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA

Pode-se constatar no estudo do capítulo anterior, que o banheiro pronto custa mais

caro, no entanto, também precisa ser levado em consideração neste estudo, custos

indiretos com administração local, planejamento, aquisição, recebimento e

armazenamento de materiais, controle de qualidade, onde esta diferença diminuirá,

porém todos esses fatores também possuem o seu valor, mesmo adicionando todos

esses fatores, o método executivo de banheiro pronto ainda é mais caro, este

método só se tornará economicamente viável quando se tem o fator prazo com risco

de multas aplicadas pelo cliente em caso de atrazo na entrega.

Este estudo foi feito após execução da obra citada para viabilidade de aplicação do

banheiro pronto em um novo empreendimento de hotel Formule 1 que necessitava

de banheiros com paredes de espessura de no máximo 5 cm acabada para garantir

a modulação de apartamentos com 13,18 m² de área privativa conforme padrão

Formule 1 exigido pela Accor Hotels. No caso da obra F1 Jardins, não havia essa

preocupação com a modulação dos apartamentos, pois a área disponível era

suficiente para aplicação do banheiro em dry wall executado “in loco”.

Foi constatado junto à equipe da obra, que os principais problemas estavam

vinculados às interferências em liberação de frentes de trabalho, elevado número de

retrabalhos gerando uma qualidade final inferior à apresentada pelo banheiro pronto.

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84

Há a expectativa de que o banheiro pronto seja superior ao executado na obra nos

aspectos de qualidade e rapidez. Dentre os aspectos qualitativos pode-se citar: a

economia, a tecnologia e o tempo de execução. Dentre os aspectos quantitativos,

pode-se citar a rapidez de montagem, a redução de perdas de material e limpeza da

obra.

O banheiro pronto utiliza menos mão de obra por unidade do que o executado na

obra, devido à linha de produção em série. Sabe-se que o fator mão de obra é muito

significativo, pois, onera muitos custos com encargos sociais conforme comprovado

no estudo de caso, dentre outros fatores.

Com relação à produtividade, segundo a empresa Rivoli Tecna, a produção diária

depende das dimensões e acabamentos escolhidos. Podem ser executados em

média, 8 estruturas de banheiros por dia sendo que, cada célula permanece na

linha de produção por 8 dias.

Os prazos certos e reduzidos do sistema dos banheiros prontos contribuem

sensivelmente na redução do tempo de realização e de entrega, e

conseqüentemente reduzem também os custos operacionais das construtoras. Em

comparação com os banheiros feitos tradicionalmente na obra, o ganho médio é de

33 % em mão de obra. ( tabela 7.1).

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Tabela 7.1 – Comparação dos prazos de execução

(Rivoli, 2005).

Os módulos de banheiro pronto produzido no estabelecimento industrial saem já

prontos para utilização final. Na obra faz-se necessário apenas ligar as instalações

hidráulicas do banheiro pronto na prumada e conectar as instalações elétricas.

Cada módulo do banheiro pronto entregue ao cliente passa através de um

sistemático e rigoroso controle de processo no qual se destaca: atenta analise e

controle de qualidade dos materiais a serem utilizados, produção seguindo os

padrões da norma brasileira (ABNT), fiscalização continua do processo industrial do

banheiro pronto desde a montagem das placas até o carregamento nas carretas,

controle detalhado das etapas de trabalho.

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Na tabela 7.2, pode-se verificar o comparativo referente aos principais aspectos

vantajosos e desvantajosos do método construtivo do Banheiro Pronto.

Vantagens x desvantagens Vantagens: Desvantagens:

execução fora do canteiro de obra. necessita de transporte vertical e horizontal

especial.

ganho no cronograma. desembolso antecipado de verba.

dispensa o gerenciamento da execução do banheiro.

cronograma e logística especial para recebimento e instalação.

número reduzido de fornecedores

Tabela 7.2 - Vantagens X Desvantagens - Banheiro Pronto

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8 CONCLUSÕES

Após a realização desse estudo, chegou-se à conclusão de que, de um modo geral,

o banheiro pronto ainda não é muito utilizado pelas empresas pertencentes ao setor

da construção. Isso ocorre, em princípio, porque nem sempre há um estudo para

viabilizá-lo na obra e, também, por falta de conhecimento e de espírito inovador da

maioria das construtoras.

Sabe-se que um dos pré-requisitos fundamentais para a implantação dos banheiros

prontos é o desembolso de parte da verba destinada à compra dos banheiros num

prazo curto e em uma etapa preliminar da obra, onde normalmente não estão

previstos gastos com este serviço, o que acaba tornando essa opção inviável para

alguns empreendimentos, haverá então a necessidade de planejar o quadro físico x

financeiro da obra. Problemas para realizar a interligação do produto com os demais

sistemas que interagem com ele na obra, também acabam por desestimular as

construtoras.

Outro fator de grande influência na pouca utilização dos banheiros prontos é o fato

de existir um reduzido número de fornecedores no mercado e o baixo incentivo do

governo para consolidar o uso de produtos pré-fabricados na construção, em função

da redução de contratação de mão-de-obra.

No Brasil, o banheiro tem sido mais utilizado em obras de hotéis e flats pelas

grandes construtoras. No entanto, essas obras estão saturadas no mercado. A

desaceleração nos investimentos na rede hoteleira resultou na diminuição da

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fabricação desses produtos. Como conseqüência, os fornecedores, juntamente com

as construtoras, estão buscando alternativas para firmar o uso do produto em obras

residenciais e comerciais.

Mesmo com algumas interferências e dificuldades na sua implantação, o banheiro

pronto traz diversas vantagens em relação ao banheiro feito “in loco”, principalmente

referentes à qualidade, sem contar na economia de tempo no acompanhamento dos

serviços durante a execução.

O banheiro pronto permite a eliminação dos custos indiretos na obra, conseguindo

de fato atender aos seguintes aspectos: evita indecisões no projeto que podem

causar re-trabalho ou posteriores adaptações não previstas, eliminam desperdício de

materiais, devidos a indefinições de projeto das instalações que levam a horas extra

de trabalho, simplificar a contabilidade na obra, anulando recálculos de despesas e

custos, sintetizando em um único fornecedor a administração de 230 itens (metais,

louças,...) e fornecendo todo o conjunto em um único modulo pré-fabricado, o

banheiro pronto reduz os custos da infra-estrutura necessária na obra por abrigar

menor número de funcionários, alem de reduzir o espaço de almoxarifado, evita

multas devidas a entregas atrasadas, impedimentos ou atrasos no cronograma, que

alem de onerar a empresa, acabam por denegrir a sua imagem diante do cliente.

O sistema banheiro pronto fornece à construção civil todas as vantagens da

realização em série e industrial, conseqüentemente a possibilidade de um

planejamento antecipado e preciso. Cada etapa do processo produtivo é

constantemente controlada e fiscalizada. Por isso, todo o processo, desde o projeto

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até a colocação no canteiro de obra, ganha em racionalização e certeza. Além disso,

o sistema banheiro pronto é independente de problemas freqüentes na obra como

falta de energia, dias chuvosos, falta de materiais, etc...

O Banheiro Pronto possui as mais variadas formas, sua arquitetura é definida pelo

projetista ou arquiteto, portanto pode-se obter qualquer forma, serve tanto para sua

arquitetura quanto para o estilo e especificações de acabamento, que também é

definido pelo projetista ou arquiteto. Portanto a partir do projeto de arquitetura que

iniciará o processo de estudo de viabilidade e sua execução.

O sistema construtivo do Banheiro Pronto permite manutenção em todo os seus

aspectos, como de um simples reparo até uma reforma para uma troca de piso ou

reparos na impermeabilização, esta manutenção será executada da mesma forma

de um banheiro construído no sistema construtivo convencional.

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