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RIQUEZA E DOMICLIOS DE ESCRAVISTAS E NO ESCRAVISTAS NOS
CAMPOS GERAIS DO PARAN NO SCULO XIX Rogrio Vial1
Fernando Franco Netto2
Introduo
A pesquisa histrica traz aos seus praticantes um sabor especial quando adentram no espao
contido nas fontes. Olh-las, degust-las, sentir o passado roando as mos e os olhos do
pesquisador quando este manuseia sua fonte traz um prazer que apenas quem o faz pode sentir.
Buscar nas fontes uma maneira de tirar os vus que o passado traz consigo se apresenta como uma
tarefa saborosa, mas ao mesmo tempo rdua. No entanto, cabe a ns historiadores essa tarefa, a qual
pretendemos aqui apenas apontar alguns meios para a pesquisa e o que a fonte escolhida pode
propiciar ao pesquisador.
As fontes escolhidas para esse trabalho fazem parte de um acervo do pesquisador as quais
foram buscadas nos arquivos da Casa de Cultura Emilia Erichsen3 e no Museu do Tropeiro4 na
cidade de Castro na regio que conhecemos como Campos Gerais5 do Paran. So documentos
contidos nos processos de inventrios do sculo XIX entre os anos de 1840 e 1860.
Compreendemos que o primeiro passo a ser dado se encaminha para uma breve contextualizao do
que seria Castro e os Campos Gerais nesse perodo entre 1840 e 1860.
Castro, os Campos Gerais e a Provncia do Paran.
A regio dos Campos Gerais constituiu-se como uma importante rea na expanso da
Colnia Lusitana da Amrica a partir de 1704. Este ano ocorre a primeira distribuio de sesmaria 1 Bolsista CAPES/CNPQ e Mestrando do Curso de Histria na Universidade Estadual do Centro Oeste UNICENTRO.
2 Doutor em Histria UFPR, Professor Adjunto na Universidade Estadual do Centro Oeste. 3 Casa da Cultura Emlia Erichsen, doravante grafado apenas como CCEE. 4 Museu do Tropeiro, doravante grafado apenas como MDT 5 A expresso "Campos Gerais do Paran" foi consagrada por MAACK, que a definiu como uma zona fitogeogrfica natural, com campos limpos e matas galerias ou capes isolados de floresta ombrfila mista, onde aparece o pinheiro araucria. Ver em Reinhard Maack, Geografia fsica do Paran (Curitiba: Imprensa Oficial, 2002.
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(LOPES, 2004) na regio que hoje conhecemos por Campos Gerais. Esse fato favorece o incio
oficial da ocupao do territrio onde se localiza a cidade de Castro. A primeira famlia a chegar
oficialmente foi a do Capito-Mor Pedro Taques de Almeida. Foram os primeiros proprietrios
oficiais de terras na regio, e atravs desta famlia outras se instalaram e buscaram explorar os
campos naturais para a criao e engorda de gado. No entanto, somente com a abertura do caminho
entre a Provncia de So Pedro do Rio Grande at os Campos Gerais entre 1728 e 1730, e estes a
Sorocaba no interior de So Paulo, realmente o momento em que toda a regio comea a despertar
interesse comercial (MARTINS, 2011, p. 49). Porm, a freguesia do Iap6 s foi elevada a Vila em
29 de janeiro de 1789, com a instalao da Vila com o smbolo da Justia o Pelourinho, e a
designao para alugar uma casa para que fosse instalada a Cmara Municipal e de Cadeia Pblica7.
Dentre muitos viajantes que passaram pela regio alguns registraram suas percepes e
conseguiram visualizar a importncia econmica dos Campos Gerais. Saint-Hilarie deixou em seus
registros uma breve leitura sobre a geografia e a importncia que essa rea territorial tinha no
contexto da poca;
(...) trata-se de um desses territrios que, independente das divises polticas, se distinguem de qualquer regio pelo seu aspecto e pela natureza de seus produtos e de seu solo; onde deixam de existir as caractersticas que deram regio um nome particular a ficam os limites desses territrios. Na margem esquerda do Itarar comeam os Campos Gerais, regio muito diversa das terras que a precedem do lado nordeste, e elas vo terminar a pouca distncia do registro de Curitiba, onde o solo se torna desigual e as verdejantes pastagens so substitudas por sombrias e imponentes matas. (SAINT-HILARIE, 1978, p. 15)
A regio formada por estas pastagens verdejantes compem um local muito favorvel para
a criao e/ou engorda de gado, atividade econmica que determinou a instalao da vila, e a
consequente explorao econmica de toda uma regio natural. A atividade tropeira colocava os
Campos Gerais dentro da dinmica econmica que envolvia diversos setores e ainda possibilitava
que a regio tivesse o seu domnio poltico e institucional ligado ao Imprio Portugus. Foi
importante para o desenvolvimento da regio, sua localizao, como ponto intermedirio dos
campos do sul e as feiras do interior paulista, para o Imprio sua localizao possibilitou grande
expanso territorial com o domnio se prolongando numa regio at ento pouco povoada e que 6 Iap o primeiro nome da vila que posteriormente viria a ser Castro. 7 CCEE. Livro de Registros de Atas da Cmara de Castro, 1789.
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deixava uma lacuna entre os territrios centrais e os do sul. Podemos considerar que a primeira
funo que os Campos Gerais realmente tiveram, foi a de estabelecer o domnio portugus neste
caminho entre o centro e o sul da colnia.
O setor econmico obtm importncia significativa devido criao e a engorda de gado.
Podemos observar que Castro e os Campos Gerais obtm do tropeirismo a maior contribuio
econmica para a vila e suas redondezas. A atividade econmica centrada no comrcio de gado
fornecia aos moradores da regio uma alternativa econmica vantajosa, assim, como bem observou
Saint-Hilarie, a inteno de estar dentro do sistema econmico do tropeirismo era enorme, e se no
fazia com que todos fossem em busca de riquezas que poderiam ser geradas pelo comrcio de gado,
boa parte dos moradores buscavam nela juntar algum tipo de lucro.
No se deve pensar, porm, que os habitantes dos Campos Gerais permaneam sempre em sua terra. Homens de todas as classes, operrios, agricultores, no momento em que ganham algum dinheiro partem para o Sul, onde compram burros bravos para revend-los em sua prpria terra e em Sorocaba. (SAINT-HILARIE, 1978, p. 19)
Devemos observar que o viajante condiciona a ida ao sul aos homens, no entanto devemos
resguardar uma desconfiana, pois bem provvel que isso no se manifestava como vontade de
todos, muitos se mantinham em Castro vivendo de servios e de comrcio com outros homens
ligados a atividade. Nossas fontes de pesquisa, os inventrios, demonstram que a riqueza no se
concentrava apenas na cria/engorda de gado, pois encontramos as mais diversas atividades, muito
embora estreitamente ligadas dinmica tropeira. A economia encontrava suporte no tropeirismo,
onde vrias atividades se sustentavam com o comrcio e a prestao dos servios aos tropeiros que
pelos Campos Gerais passavam. Dentro deste contexto havia um nmero razovel de escravos que
pertenciam a proprietrios rurais e a proprietrios urbanos. A concentrao de riqueza destes se
concentrava no apenas no gado ou nas terras, pois os escravos representavam importante soma
financeira dentro da organizao econmica dos Campos Gerais.
Castro se destaca na nova Provncia do Paran, formada em 1853, e o sistema tropeiro
representava a base econmica da sociedade a qual recebe e consolida sua influncia regional com o
apoio econmico obtido no comrcio de gado. Com a formao social e econmica paranaense
gravitando entre os Campos Gerais e Curitiba, e tambm com um movimento econmico ligado ao
litoral, Castro destaca-se como uma das cidades de importncia econmica e poltica da nova
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provncia. bem notvel a importncia das vilas e cidades que esto no caminho das tropas entre as
regies produtoras do sul e a feira de Sorocaba, dentre elas podemos destacar Ponta Grossa e Lapa,
alm de Castro. Tambm, num momento posterior, Guarapuava e Palmas se destacam
principalmente no que diz respeito ampliao do territrio brasileiro. Porm, no nosso objetivo
versar sobre esses outros locais, o que nos interessa analisar Castro e suas caractersticas. Em
especial analisaremos um importante item que fazia parte da sociedade, da economia, da cultura e
de todo o contexto castrense: os escravos. Buscaremos analisar os escravos dentro de um contexto
econmico e poltico interessante que abrange os anos de 1840 a 1860. No entanto, optamos por
realizar uma amostragem com quatro anos em especial; 1841, 1847, 1853 e 1860.
Conjuntura econmica, poltica e militar.
O ano de 1704 demarca a primeira posse de terras atravs da doao da sesmaria da famlia
Taques de Almeida. No entanto em 1853 que todo esse territrio se desmembra da provncia de
So Paulo e torna-se o Paran. Paran que ainda no estava totalmente ocupado e que nem suas
fronteiras estavam bem definidas. No que diz respeito s questes polticas e econmicas a regio,
envolvida na atividade tropeira, inevitavelmente se insere nas disputas que ocorrem no seu entorno,
principalmente no sul, e em tudo que se estabelece no Imprio do Brasil. Alguns aspectos
determinam o contexto e as aes polticas e econmicas que envolvem a regio dos Campos
Gerais.
A Revoluo Farroupilha (1835-1845) influencia diretamente na economia e na poltica dos
Campos Gerais. Muitos homens de Castro partiram para a guerra e lutaram, na grande maioria,
defendendo os interesses do Imprio. A economia, o comrcio de animais, a atividade tropeira e
tudo que est direta ou indiretamente ligado a ela, tambm sofrem com a guerra. O setor
econmico, consequentemente, reflete as dificuldades que esse confronto traz a regio. No entanto,
a emancipao poltica que acontece em 1853, oito anos aps o fim dessa guerra possibilita a regio
de Castro, Curitiba e o litoral a determinar por si s algumas aes a fim de desenvolver
economicamente a provncia.
Em 4 de setembro de 1850 a Lei Eusbio de Queiroz deu um duro golpe na escravido que
nutria de braos escravos as necessidades de mo de obra no sistema escravista brasileiro. A
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proibio de trfico intercontinental de escravos j existia com a primeira Lei em 1831 que na
verdade serviu como meio de troca a fim de obter da Inglaterra o reconhecimento da independncia
do Brasil. J a Lei de 1850 criou de fato grandes dificuldades no trfico negreiro. Essas dificuldades
encareceram a escravido, mas no colocaram um fim nela. Num sistema capitalista que visa o
lucro, o custo de produo de qualquer produto est ligado na mo de obra disponvel, e com o
encarecimento da escravido, certamente os proprietrios de escravos de Castro sentiram os efeitos
desta Lei. importante ressaltar que a Inglaterra j patrulhava o Oceano Atlntico na busca de
navios negreiros com destino ao Brasil e isso j fazia com que o trfico aumentasse os seus custos.
A Quinta Comarca de So Paulo se torna uma provncia em 1853, Zacarias Ges de
Vasconcelos se torna o primeiro Presidente, Curitiba a capital provincial. A economia da regio
trazia frutos principalmente com o comrcio de gado, no entanto, a explorao de erva-mate e seu
beneficiamento comeava a dar resultados e mostrava que a regio poderia deixar de depender
apenas do gado para trazer lucros dentro de suas divisas. A economia gravitava em torno da mo de
obra escrava, ainda que em escala menor que em outras regies do Imprio8, mas que consistia num
item de riqueza importante para a poca.
Esses efeitos e fatos deram a economia da regio dos Campos Gerais um rumo que pode ter
dimensionado para mais ou para menos a importncia do escravo e a sua participao econmica na
sociedade de Castro. Vamos buscar nos inventrios deixados como fontes de pesquisa, uma anlise
sobre a importncia do escravo. Mais precisamente, tentaremos encontrar no preo do escravo, na
sua participao, atravs das mais diversas faixas etrias, do sexo, e do valor avaliado, para
encontrarmos evidncias que permitam entender o conjunto de fatores e sua importncia no
contexto castrense.
Inventrios e suas avaliaes
Nossas fontes so os inventrios contidos no Museu do Tropeiro da cidade de Castro. So
documentos importantes da poca e que aqui podemos relacionar com o recorte temporal que
pretendemos estabelecer. Entendemos que a interrupo do trfico intercontinental determinou
88 Para ver melhor sobre o assunto consultar Emilia Viotti da Costa, Da Senzala a Colnia; Maria Sylvia de Carvalho Franco, Homens Livre na Ordem escravocrata; Zlia Maria Cardoso de Mello, Metamorfoses da Riqueza; entre outros.
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alta nos preos dos escravos. Emilia Viotti da Costa em seu livro Da Senzala Colnia discorre
sobre esse fator:
A interrupo do trfico determinou tambm a alta no preo dos escravos. De 1850 a 1860 o preo dos escravos subiu constantemente, chegando em certos casos a seis vezes o seu valor inicial, a partir de ento os preos de venda de escravos declinaram. Interrompido o trfico externo, a populao de escravos no se reproduziu to rapidamente quanto era necessrio para atender crescente demanda de mo de obra. (COSTA, 1997. P. 33)
Os inventrios constituem numa fonte de pesquisa importante, pois as avaliaes dos bens,
geralmente, eram realizadas por dois ou trs avaliadores, os quais, em suas avaliaes, imprimiam a
importncia de cada item avaliado na sua poca. Pois a comparao entre um escravo de 27 anos em
1841 e a de outro individuo da mesma idade em 1860, provavelmente dar nmeros muitos
distantes. So nesses detalhes que pretendemos alavancar nossa pesquisa.
Nosso recorte temporal se explica por um fator de comparao. O ano de 1850 se torna
decisivo para o trfico de escravos e consequentemente para a escravido. Com a dificuldade de
trazer escravos da frica, o mercado interno se aquece e a troca interprovincial de escravos cresce.
Castro est ligada a esse trfico interno, pois como citamos no incio deste artigo, a regio fazia
parte de um corredor comercial entre as regies centrais do Brasil e as regies sulinas, criadoras de
gado e muares. Certamente a carncia de escravos em outras regies de economia mais rentvel,
favorecia a sada de escravos, e se no favorecia a sada, determinaria o aumento dos preos como
forma de manter os plantis de escravos. No tocante dos plantis, buscaremos encontrar um
aumento na participao de infantes, pois o aumento de plantel, depois de 1850, estaria ligado
diretamente produo interna, assim as crianas ganham importncia, e as mulheres em idade
reprodutiva tambm.
Os valores e o apego castrense escravido
Determinar um fator extra que tenha influenciado a economia com dados levantados dentro
de uma localidade apenas sem que haja outra base comparativa no mnimo imprudente. Buscando
diminuir as diferenas vamos traar nessa parte do artigo uma comparao com outros centros
sociais com escravos. Um deles Guarapuava, centro pecurio produtor localizado na borda
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perifrica da ocupao brasileira do continente, mas que mantm algumas semelhanas com Castro.
bom lembrar que a tomada dos Campos de Guarapuava e Palmas tiveram na cidade de Castro a
base de apoio as expedies de conquistas. Castro e Guarapuava, apesar de ligadas pela pecuria,
tiveram diferentes caractersticas na sua ocupao e formao. No entanto, para este trabalho, so
duas localidades que razoavelmente se aparentam, e existem dados pesquisados e estudados quanto
aos preos dos escravos na regio guarapuavana.
Nas regies de produo que necessitavam de grande quantidade de mo de obra, para a
poca, era nas lavouras cafeeiras do sudeste. O avano dos cafezais culminou com a proibio
efetiva do trfico em 1850. Essa interrupo possibilitou, se assim possvel entender, um
tratamento mais humanizado com os escravos. Durante o trfico era relativamente fcil obter
escravos, geralmente chegavam ao Brasil com um valor muito baixo que desencorajava os senhores
a favorecerem uma reproduo interna de seus plantis. Tambm no que tange os tratos com estes
eram mais rudes, pois no se preocupava com a longevidade dos escravos se era fcil obter a preos
baixos. No entanto, com o fim do trfico, os proprietrios se viram obrigados a resolver
internamente a falta de mo de obra escrava e buscaram no trfico interno e na reproduo dos
plantis a garantia de sua fora de trabalho (COSTA, 1997. p. 32).
Os plantis que em geral, em reas novas de produo, eram formados por escravos do sexo
masculino, comearam a concentrar maiores contingentes de mulheres com o intuito de ampliar
seus plantis com a produo interna de escravos. Guarapuava era uma das regies brasileiras em
que a mo de obra feminina se equivalia a mo de obra masculina (FRANCO NETTO, 2011). As
regies cafeeiras buscavam nas outras regies do Imprio os braos escravos que necessitavam para
a sua lavoura lucrativa.
Em 1873, a Assemblia Provincial de So Paulo suprimiu o imposto de duzentos mil-ris que, at ento, recaa sobre cada escravo que entrasse na provncia. De Minas, da Bahia, do Nordeste e at do Rio Grande do Sul vinham levas de homens para as fazendas de caf. Essa migrao interna ir suprir momentaneamente a necessidade de braos. (COSTA, 1997. p. 177)
Certamente Castro e todo o sul do Imprio se viram assediados por compradores de escravos
que ofereciam um bom preo ao escravo sulino a fim de transform-lo em mo de obra cafeeira no
interior paulista. Qual a valorizao dos escravos nesse perodo entre 1840 e 1860? Mesmo com a
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alta no preo e a possibilidade de ganho maior com a venda dos escravos, a sociedade de Castro se
agarrava na escravido como status de riqueza? Que rumo e que importncia tomou a escravido
nos Campos Gerais?
Dentro desse contexto podemos notar que entre os anos estudados, os plantis tinham uma
boa proporo de crianas. Em 1841 o nmero de crianas era relativamente pequeno, apenas 14
crianas entre zero e 13 anos estavam relacionadas nos inventrios. Mesmo assim isso representa
33,33% do total de escravos relacionados, pois contabilizamos 42 escravos sendo 14 crianas.
Nossa opo em adotar a idade de 13 anos como limite entre a infncia e a idade adulta
baseou-se no trabalho de Cristiany M. Rocha que destaca os motivos para tal escolha: (...) a idade
fixada pela primeira lei que proibia a separao de pais e filhos em 1869, ou seja, os filhos at 15
anos no poderiam ser separados, por venda, doao ou herana, dos seus pais (ROCHA, 2004,
p. 115, nota 3). No entanto, optamos por usar a idade de 14 anos como base, pois entendemos que
essa idade correspondia a venda e uso de escravos pelas descries nos inventrios da poca. Com
14 anos encontramos indivduos nos testamentos sendo destinados a diferentes herdeiros,
mostrando que o seu trabalho j est consolidado no meio social de Castro.
J em 1847 com um nmero bem maior de escravos inventariados, total de 110,
encontramos 32 crianas que representam um total de 29,09% dos plantis. Notamos uma leve
diminuio do nmero de escravos crianas. No ano de 1853, j com a proibio efetiva do trfico,
encontramos 24 crianas num total de 88 escravos inventariados, perfazendo um total de 27,27% de
crianas nos plantis. Nova diminuio e no momento seguinte a suspenso do trfico. Se levarmos
em conta que o preo mdio de um escravo do sexo masculino de idade entre 14 e 39 anos em 1847
gravitava em torno de 561$333 ris em Castro e em 1853 o mesmo perfil de escravo havia subido
apenas para 569$047 ris, podemos presumir que as dificuldades de encontrar mo de obra escrava
em Castro no haviam mudado. O valor dos escravos no havia aumentado de maneira que pudesse
ser sentido pelos avaliadores dos inventrios. J em 1860 o preo mdio desse mesmo perfil de
escravo quase triplicou, passando ao valor de 1:477$777 ris. E exatamente em 1860 que
encontramos o maior percentual de crianas nos plantis dos Campos Gerais, dos 87 escravos
avaliados, 33 eram crianas, 37,93% de todos os escravos no tinham 14 anos ainda. Considerando
que em 1853 o valor mdio de uma escrava entre zero 13 anos era de 325$000, e passa para
580$000 em 1860, representando um aumento de 78,5%, podemos sentir que o fim do trfico foi
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realmente sentido no perodo posterior a 1853. Ainda para auxiliar nessa constatao encontramos o
preo mdio dessas mesmas escravas, com o mesmo perfil em 1847 recebendo um valor de
avaliao mdio de 416$315 valor superior ao do ano de 1853, mas ainda assim abaixo do pedido
em 1860. Vejamos abaixo como se comportou o preo dos escravos menores de 14 anos entre 1841
1860: Grfico 1: Variao do valor dos escravos de zero a 14 inventariados em Castro.
Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
O ano de 1847, dentre os escolhidos, aparece como um fator de surpresa, pois no apenas
nesse item, como poder ser visualizado posteriormente, ele sugere algumas mudanas nos padres
de Castro. Tambm notvel a grande variao no brao escravo infante feminino, com oscilaes
grandes no perodo estudado.
Apresentamos inicialmente os dados relativos aos escravos menores de 14 anos, no entanto
devemos apresentar um grfico que esboce a totalidade de escravos inventariados nesse perodo e
como se comportou a sua quantificao. Vejamos: Grfico 2: Relao de indivduos na amostragem dos anos estudados.
0 100 200 300 400 500 600 700
1841 1847 1853 1860
Homens
Mulheres
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Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
Em 1841 e 1847 existe uma igualdade por sexo no nmero de indivduos (1841; 21 homens
e 21 mulheres. 1847; 55 homens e 55 mulheres) o quadro s se modifica em 1853 quando o nmero
de homens supera levemente o nmero de mulheres sendo 47 homens e 41 mulheres (53,4% de
homens e 46,6% de mulheres) e em 1860 quando as mulheres superam o nmero de homens nas
escravarias inventariadas sendo 41 homens e 46 mulheres (47,12% de homens e 52,88% de
mulheres). Mesmo com o aumento dos preos e sabendo que outras reas do sul exportavam
escravos e Castro se mantinha como via de ligao entre as fazendas de caf de So Paulo e os
campos de pecuria do sul, bem provvel que o nmero de escravos do sexo masculino diminusse
com o assdio dos viajantes que poderiam comercializar mulas e homens na sua ida a Sorocaba.
Para uma compreenso maior do que ocorrera no perodo deveramos buscar em outras
fontes e nas que estamos estudando, por indcios que evidenciem as atividades em que os escravos
estavam mais relacionados. No entanto, no temos as condies para responder a esses fatores neste
momento. bom ressaltar que isso poderia averiguar em que tipo de trabalho os escravos estavam
ligados e se nesses locais eram realmente necessrios ou pertenciam a algum tipo de sustentculo de
status que o proprietrio estava ligado. Essa resposta poder aparecer no trabalho que estamos
elaborando dentro da pesquisa de mestrado.
Entendemos que necessrio demonstrar alguns dados referentes ao aproveitamento da mo
de obra escrava, e como isso poderia ser representado. Compreendemos que haveria a explorao
do brao escravo nas mais diversas faixas etrias, seja em servios domsticos ou de campo. No
entanto a faixa etria que mais se encaixa no perfil do escravo em auge de fora fsica vai dos 14
0
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50
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1841 1847 1853 1860
Homens
Mulheres
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anos aos 39 anos, faixa etria que a explorao da mo de obra pode produzir mais frutos.
Chamaremos essa faixa etria de idade produtiva. Vejamos;
Grfico 3: Escravos por faixa etria e sexo.
Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
Os dados apontam para uma diviso geral num total de 54 homens e 58 mulheres,
caracterstica que difere de outros estudos principalmente nos que abordam a escravido em outras
regies do Brasil Imprio, zonas cafeeiras e de produo aucareira e mineradora, o que difere nas
regies de explorao semelhante como acima citamos Guarapuava. Se considerarmos que o
nmero total de escravos homens nesses quatro anos de 164 indivduos e de 163 mulheres,
podemos considerar que as mulheres se encontravam em idade produtiva em maior porcentagem
que a de homens na maioria do perodo estudado. No total 35,58% das mulheres escravas se
encontravam dentro da idade produtiva, sendo que 32,92% dos homens estavam em idade
produtiva. Isso demonstra que proporcionalmente as mulheres escravas tinham maior participao
na economia castrense que os homens escravos.
Apenas em 1853 que os homens superam em grande quantia, o nmero de mulheres. Esse
ano representa o pice do aproveitamento de mo de obra masculina, e fornece indivduos para que
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5
10
15
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1841 1847 1853 1860
Homens
Mulheres
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o nmero se aproxime da quantidade de mulheres. Basicamente a mo de obra com idade produtiva
em Castro era de mulheres. Tabela 1: relao idade produtiva X sexo
Escravos Total % Idade produtiva %
Homens 50,15 48,21
Mulheres 49,85 51,79 Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
Vale ressaltar que em todos os anos avaliados tivemos inventrios que continham o escravo,
seu valor, mas no tinha sua idade. Esse fator representa um total de 61 escravos sem idade definida
que deixa uma lacuna na avaliao final do montante de escravos inventariados, e dificulta a
avaliao das condies de cada plantel. Um escravo de 25 anos em 1841 poderia ter seu valor
avaliado em torno de 400$000, mas em 1860 um escravo de 25 anos poderia chegar a 1:900$000.
evidente que essa avaliao levava em conta as suas habilidades, seu perfil corpreo, sua aparncia,
entre outros fatores que aqui no tem grande importncia para a pesquisa, o certo que entender
essa disparidade de preos passa inevitavelmente pelas condies de compra e de ampliao do
plantel.
Esses dados apontam para um inevitvel aumento dos preos de escravos. O Paran comea
a sentir os reflexos da suspenso do trfico e do assdio dos compradores paulistas. No ano de
1867, perodo posterior ao recorte da pesquisa, mas que aponta a real situao do comrcio de mo
de obra escrava e o que isso representava economicamente para a Provncia do Paran, encontramos
no Relatrio da provncia do Paran deste ano a informao de que o imposto arrecadado sobre os
escravos era bem prximo do imposto gerado pela venda de animais, que naquele momento
representava grande parte das rendas provindas das terras do Paran (RELATRIO DO
PRESIDENTE DA PROVNCIA DO PARAN. 1867.). Mesmo entendendo que esse nmero no
representa precisamente a regio dos Campos Gerais, pois so nmeros de todo o territrio povoado
do Paran, e que no litoral o assdio poderia ser maior e o prprio desapego ao brao escravo ser
diferente, no podemos negar a importncia desses nmeros. Castro recebe esses efeitos e reage de
maneira a garantir seus escravos, ou, se no possvel mant-los, que rendessem uma boa quantia
em dinheiro.
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Outras regies tambm sofreram com a elevao dos preos dos escravos. Em Santa Maria
no Rio Grande do Sul, onde a mdia das escravarias tambm era pequena, e a economia girava em
torno do sistema tropeiro, encontramos grandes dificuldades dos criadores de gado em manter ou
ampliar seus plantis.
Segundo os dados dos inventrios, a mdia de escravos por estabelecimento pertencente a criadores de 05 cativos, variando, nos processos pesquisados, entre nenhum e treze escravos. O baixo nmero de escravos se deve ao fato das atividades desempenhadas nas estncias (a criao de gado e, eventualmente, tambm a plantao de culturas alimentares e a fabricao de farinha de mandioca) exigirem bem menos mo-de-obra do que a produo de caf ou a fabricao do charque, por exemplo. Alm disso, como j foi dito, tratava-se de uma regio de pecuria pobre, com pouca capacidade para fazer investimentos maiores, tanto mais na poca de encarecimento do preo dos cativos, aps 1850. (FARINATTI, SAD. p. 5)
O reduzido nmero de escravos por mdia de inventrios tambm encontrado nos dados
recolhidos em Castro. Em 1841 foram 14 inventrios com uma mdia de 3 escravos por inventrio.
Metade desses inventrios possua escravos como bens. Se analisssemos apenas esses que
continham escravos a mdia subiria para 6 indivduos por plantel. A maior escravaria desse ano era
composta por 15 escravos e a maioria dos que possuam escravos tinham poucos. Em 1847 no era
muito diferente, a mdia de indivduos por escravarias inventariadas era de 7,85 escravos. Em 1853
a mdia voltava a cair pra apenas 5,17 escravos por inventrio. No entanto tnhamos 14 inventrios
com escravaria e a anlise de apenas esses passaria para uma mdia de 6,28 escravos. E mesmo em
1860 onde encontramos a maior escravaria inventariada com 36 escravos pertencentes Dona Ana
Rodrigues Ferreira, a mdia de todos os inventrios de 8,7 escravos. importante destacar que em
1860 tivemos 10 inventrios e deste apenas seis com escravos, o que daria em mdia 14,5
indivduos. Se retirarmos os 36 escravos de Dona Ana Rodrigues Ferreira, percebemos que a mdia
cai para apenas 8,5 escravos por inventrio. O nmero de inventrios sem escravos no significa
muito, pois apenas 40% dos inventrios no possuam escravos em 1860, j em 1841 metade (50%)
dos inventrios no possuam escravos, dessa forma no podemos afirmar que houve um desapego
ao brao escravo ao logo desses dezenove anos. Vejamos o quadro a seguir com o desempenho
mdio das escravarias por inventrios que continham escravos:
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Grfico 4: Relao de inventrios com e sem escravarias.
Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
O ano de 1847 volta a surpreender com o nmero total de inventrios possuindo escravos.
No entanto podemos notar que nos demais anos estudados os nmeros de inventrios e a mdia
sempre andaram prximos, demonstrando o apego da sociedade castrense pelo brao escravo.
Possuir escravos poderia determinar um padro social melhor do que o restante da sociedade. A
qualidade desses plantis pode ser questionada, pois, como vimos anteriormente, os escravos em
idade produtiva eram poucos, ou representavam um nmero relativamente baixo na porcentagem
geral, mesmo que fossem a maioria. de se esperar que os proprietrios de escravos obtivessem
esses indivduos a fim de operacionalizar melhor suas atividades econmicas, mas o fato que
encontramos um grande nmero de mulheres e de crianas nos plantis. Podemos entender que o
trabalho que esses escravos e escravas eram submetidos era menos penoso que os trabalhos nas
reas de engenhos de cana e nas fazendas de caf, mas que mesmo assim eram indispensveis para
a sociedade de Castro.
Chegamos a um ponto determinante da pesquisa: quanto valia um escravo em Castro? A
evoluo no valor mdio do escravo nos inventrios acompanhou e teve reflexo aos acontecimentos
polticos, econmicos e militares que no inicio do artigo ns apontamos. Vejamos o prximo
grfico:
0
5
10
15
20
1841 1847 1853 1860
Total de Inventrios
Inventrios com escravos
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Grfico 5: Valor mdio dos escravos inventariados.
Fonte: Banco de Inventrios do Museu do Tropeiro em Castro/PR
O grfico acima aponta em mil ris a evoluo do valor mdio dos escravos nos inventrios.
Nesse cenrio o ano que surpreende o de 1853, onde o valor mdio das escravas menor do que
em 1847 e no segue a evoluo do valor dos escravos do sexo masculino. Podemos apontar dois
fatores que possam ter influenciado nesse resultado do ano de 1853: primeiro, pode no ter sido
sentido o fim do trfico intercontinental aqui na provncia do Paran e o seu efeito pode ter sido
tardio, com um abastecimento mais eficiente e rentvel de escravos vindos de Minas e do Nordeste,
a regio dos Campos Gerais no sentiu imediatamente as conseqncias desse fato. Segundo, os
plantis avaliados em 1853 podem, comparativamente, ter sido de inferior qualidade e assim o valor
ter sido jogado para baixo. No temos certeza dessa hiptese, parece-nos mais aceitvel a primeira
sugesto mesmo que no seja exatamente por essas conseqncias bem provvel que os
escravistas dos Campos Gerais sentiram os efeitos da suspenso do trfico s mais tarde como o ano
de 1860 demonstra, com uma elevao muito grande do valor do escravo em Castro.
Um ponto relativamente interessante e que poderia resultar em uma boa pesquisa relativo a
baixa taxa de escravos com mais de 60 anos. Dos 327 escravos que aparecem nos inventrios dos
anos pesquisados, encontramos apenas 3 indivduos com mais de 60 anos. Devemos atentar para o
fato de que a populao do Paran, mesmo que no propriamente como provncia, cresceu pouco
desde 1721 at 1860 e bem provvel que o nmero de escravos com idade acima de 60 anos
0 200 400 600 800
1000 1200 1400 1600
1841 1847 1853 1860
Homens
Mulheres
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tivesse sido bem reduzido9. Tambm carecamos de outras fontes para entender esse fenmeno,
como livro de registro de batismo e bitos de Castro, assim poderamos constatar o grau de
mortalidade de escravos no perodo e traar uma idade de vida que um escravo possua naquela
sociedade. Tambm poderamos relacionar com a lista de manumisses para verificar e, se fosse o
caso, compreender o significado desses atos para os escravos dos Campos Gerais do sculo XIX.
No entanto, essas fontes nos faltam nesse momento, o que impossibilita essa leitura mais refinada.
Consideraes Finais
Castro, em meados do sculo XIX, se caracteriza por ser uma vila/cidade que tem sua
economia baseada no sistema tropeiro de comrcio e servio. A sociedade em si, pelo pouco uso do
brao escravo, no pode ser considerada como sendo uma sociedade escravista. Ela se apresenta
como uma sociedade com escravos, mas que tem pouca populao escrava. Decididamente o item
escravo representa um importante fator na sociedade, mesmo que em nmeros muito baixos. No
entanto o que transparece o apego da sociedade castrense ao escravo, poderia esse escravo ser
mulher ou homem, ter idade mais baixa do que ocorria nas zonas cafeeiras. O status em volto do
escravo que poderia ser maior. A importncia que esse item relegava ao possuidor de escravo
pode ter determinado parte desse apego ao brao escravo.
Uma das constataes que surge nesse estudo que o efeito encarecedor dos escravos
sentido tardiamente nos Campos Gerais. As avaliaes que encontramos em 1853 no apontam para
um encarecimento do escravo. Sabemos das dificuldades de locomoo e transporte da poca
facilitava essa onda tardia sobre o valor do escravo, mesmo assim inevitvel a importncia do
processo proibitivo para o valor dos escravos no Brasil em geral e que diversos historiadores, acima
citados, apontam. Castro se defende, ou aproveita o aumento nos preos de escravos s mais tarde.
em 1860 que encontramos os nmeros mais altos no valor avaliado dos escravos. Esses valores j
estavam espalhados por todo o territrio do Imprio, e representavam os efeitos mais fortes da
suspenso do trfico negreiro.
9 Ver BALHANA, Altiva P & MACHADO, Brasil. P & WESTPHALEN, Ceclia M. Histria do Paran. Curitiba, 1969.
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O que podemos considerar que o brao escravo de Castro consistia em grande quantidade
de crianas e mulheres, e uma populao distribuda por sexo de maneira igual. A idade produtiva
dessa populao no era muito importante no contexto geral, pois os plantis eram formados por
indivduos de todas as faixas etrias e com uma distribuio sexual semelhante. A importncia
desses plantis, provavelmente, estava ligada ao status social do seu proprietrio. Ele, como senhor
de escravos, poderia alcanar dentro da sociedade castrense, um patamar mais elevado. No entanto
um estudo mais profundo, cruzando os dados referentes a ocupao dos escravos, ao ramo
econmico que ele estava diretamente ligado e a posio social do senhor na sociedade castrense
poder reduzir as dvidas quanto a sua importncia social, econmica e poltica para os Campos
Gerais. Isso pretendemos suprir na pesquisa de mestrado que est sendo construda.
Fontes
Museu do Tropeiro, Fundo Inventrios, 1841-1850. Inventrios Gerais. Museu do Tropeiro, Fundo Inventrios, 1851-1860. Inventrios Gerais. Relatrio dos Presidentes da Provncia do Paran (Presidente Horta de Arajo) do ano de 1868, disponvel na internet na pgina eletrnica do Arquivo Pblico do Estado do Paran http://www.arquivopublico.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/rel_1868_a_p.pdf Referncias bibliogrficas
BALHANA, Altiva P & MACHADO, Brasil. P & WESTPHALEN, Ceclia M. Histria do Paran. Curitiba, 1969.
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