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Romantismo no Brasil: 1ª geração Literatura brasileira – 2ª EM Prof.: Flávia Guerra

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Romantismo no Brasil: 1ª geração

Literatura brasileira – 2ª EM

Prof.: Flávia Guerra

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O discurso da nacionalidade

• Na primeira metade do século XIX, várias missões estrangeiras vieram ao Brasil.

• Foram os estrangeiros que apontaram os índios e a natureza exuberante como elementos representativos da identidade brasileira.

• As ideias liberais e nacionalistas que estavam em moda na Europa foram divulgadas.

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O resgate do “território sagrado”

”Após pôr-me a caminho, subi durante algum tempo, atravessando florestas virgens da mais bela vegetação e cheguei ao pé de uma montanha inacessível que, mais alta que todas as outras, apresenta a forma aproximada de um pão de açúcar e cuja vegetação magra e rasteira contrasta com as matas vigorosas dos montes vizinhos. [...] Comecei a descer, e logo o mais majestoso espetáculo se ofereceu aos meus olhos. Ao redor de mim altas montanhas, cobertas de espessas florestas, dispunham-se em semicírculo. Abaixo da cadeia minha vista mergulhava-se numa imensa extensão de colinas onde as matas são entremeadas de plantações; à esquerda avistei quase toda a baía do Rio de Janeiro e uma parte das ilhas; enfim, à entrada da baía via a montanha pitoresca chamada Pão de Açúcar e, apesar de não poder distinguir a cidade reconhecia sem dificuldade o ponto onde se acha situada. O céu mais brilhante e os efeitos de luz mais variados aumentavam a beleza dessa vista imensa. Não pude, confesso, contemplá-la sem profunda emoção. Viagem pelo distrito dos diamantes e pelo litoral do Brasil (1941) Por: Auguste de Saint-Hilaire

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A “gênese” do povo brasileiro

• A ideologia romântica em voga na Europa ensinou a Carl Von Martius que somente aquilo que é nativo pode ser entendido como nacional.

• Os elementos verdadeiramente nativos do Novo Mundo seriam os povos indígenas. O índio representava a essência da nacionalidade.

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O manifesto romântico brasileiro

• “Tudo pelo Brasil, e para o Brasil”.

• Produção literária limitada a importar temas, formas e valores portugueses. (cavalaria?)

• Gonçalves de Magalhães > traços de nacionalidade na literatura.

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A poesia indianista

• “Cada povo tem sua literatura própria, como cada homem seu caráter particular, cada árvore seu fruto específico”. G. de Magalhães

• A intenção dos poetas era divulgar uma identidade nacional, que além de promover o sentimento de amor à pátria, também nos libertasse das influências literárias portuguesas.

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Tome nota

Os textos literários escritos para divulgar a imagem do índio e da natureza americana como elementos definidores da identidade brasileira são conhecidos como nativistas ou indianistas. Os mais importantes autores românticos indianistas são o poeta Gonçalves Dias e o romancista José de Alencar.

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Projeto literário da poesia da primeira geração

• Afirmação da identidade brasileira.

• Resgate do índio e da natureza exuberante como símbolos da nacionalidade.

• Contexto de produção? Circulação? Público leitor?

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Linguagem: imagens e ritmos

• Os versos indianistas não exploram a liberdade formal característica do Romantismo. Eles são marcados pelo controle da métrica e rimas.

• Ritmo = toque dos tambores dos índios.

• Imagens da natureza são usadas para expressar o sentimento dos índios.

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I-Juca Pirama (“o que há de ser morto, e que é digno de ser morto.”)

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Gonçalves Dias: os índios, a pátria e o amor

• Antônio Gonçalves Dias abordou os grandes temas românticos: natureza, pátria e amor.

• O casamento entre a expressão dos sentimentos individuais, a idealização, o amor e a natureza mostram a força da vinculação do poeta ao arrebatamento romântico.

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Os bravos índios brasileiros

O Canto do Guerreiro I Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. - Ouvi-me, Guerreiros. - Ouvi meu cantar.

II Valente na guerra Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? - Guerreiros, ouvi-me; - Quem há, como eu sou?

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Análise

Na pergunta feita pelo guerreiro, podemos identificar uma outra, implícita: quem há como os brasileiros, descendentes de seres tão nobres? O cenário é a selva, composta por uma natureza intocada pelos colonizadores. O eu lírico relata feitos de guerra e caçadas. As características dos indígenas são sempre positivas e enaltecedoras: bravura, honra, lealdade.

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Com a popularidade alcançada pelos poemas de G. Dias, o projeto literário da 1ª geração ganha força. Como ancestrais, os índios que lutaram contra os conquistadores portugueses se moldam perfeitamente ao papel literário que lhes cabe: delinear os contornos da nacionalidade a partir de traços positivos, como honra e coragem.

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Além do poema indianista...

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A força da poesia lírica de G. Dias pode ser reconhecida nesses versos. A natureza se transfigura para expressar as emoções do eu lírico. O leito de folhas é, ao mesmo tempo, símbolo da esperança e da desilusão que movem essa mulher. A obra de G. Dias é muito importante no quadro da literatura nacional. Sua poesia indianista consolida o índio como símbolo da identidade nacional. Seus versos líricos dão forma à mentalidade romântica que começa a se manifestar no Brasil. A “Canção do exílio” inaugura uma tradição de desenvolvimento do olhar nacionalista. Seus versos contribuíram para tornar mais firmes os primeiros passos da nossa independência literária.