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Fechamento: 23/05/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.863 Terça-feira, 24 de maio de 2016 Insustentável no governo ilegíti- mo, temporário e golpista de Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB- RR) pediu ontem para se licenciar do Ministério do Planejamento, após a divulgação de áudio de conversas em que ele aparece afirmando que o gol- pe contra a presidenta eleita, Dilma Rousseff, é o caminho para “estancar a sangria” da Operação Lava-Jato. Os diálogos de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foram divulgados nessa segunda-feira (23) pelo jornal Folha de S.Paulo. O presidente golpista chegou a cogitar a permanência de Jucá à frente do ministério, mas ao longo do dia a repercussão das conversas tornou a situação insustentável. Os áudios comprovam que o combate à corrupção nunca foi o objetivo dos golpistas ao promover o impeachment, mas, sim, a necessidade de impedir a continuidade das investigações da Lava-Jato. Romero Jucá se torna, assim, o ministro que ficou menos tempo no posto, apenas 11 dias. Seu afastamento, longe de ser um fato isolado, engrossa a lista de fatos que comprovam que o golpe contra Dilma, entre outros objetivos incon- fessáveis, busca contornar as investigações de casos de corrupção no País que envolvem os articuladores do impeachment. Além de Jucá, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) derivado da Lava-Jato por suposto recebimento de propina, outros ministros da equipe do governo golpista também são alvo de investigações na mesma operação, confirmando a trama do golpe como revelou a Folha de S. Paulo. Romero Jucá revela DNA do golpe e é a primeira baixa do governo ilegítimo de Michel Temer Jucá é exposto com todas as letras, usando de linguagem de baixo calão, ao interlocutor Sérgio Machado. “Tem que mudar essa porra. Tem que mudar o go- verno pra estancar essa sangria”, diz, não deixando dúvidas sobre a iniciativa dos usurpadores do voto popular em aba- far as investigações da Lava-Jato. A conversa de Jucá com Sérgio Machado (que também é investiga- do), ocorrida em março, semanas an- tes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, mostra o auge da tensão e das investidas da oposição contra o governo de Dilma, seja indo ao STF contra a nomeação de Lula para a Casa Civil, seja nas articulações conspiratórias movidas pelo vice-presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, todas em total sintonia com o então presi- dente da Câmara, Eduardo Cunha, também alvo da Lava-Jato. Conversas Conversas Conversas Conversas Conversas – Em um dos trechos, Machado disse a Jucá: “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. [...] Ele acha que eu sou o caixa de vocês”. Para o ex-presidente da Transpetro, novas delações na Lava-Jato não deixariam “pedra sobre pedra”. Jucá concordou que o caso de Machado “não pode ficar na mão desse [Moro]”. Em outros trechos, Jucá afirmou que um eventual governo Temer deveria construir um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”. Romero Jucá confirmou que tem mantido conversas com “ministros do Supremo”, sem citar quais. “Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu?”, afirmou. Revelações bombásticas de Jucá derretem Governo Temer O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence (BA) (BA) (BA) (BA) (BA), avaliou ontem que o áudio divulgado com conversas entre o então ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presi- dente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB-CE) revela a forma ardilosa utilizada pela cúpula do PMDB para derrubar a presidenta Dilma Rousseff e barrar a Operação Lava-Jato da Polícia Federal. O diálogo entre os dois caciques pemedebistas ocorreu semanas antes da votação, na Câmara, da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Essas revelações bombásticas derreteram, definitivamen- te, o governo golpista de Michel Temer. Esse governo, que já nasceu sob a mácula do golpe, acabou”, sentenciou Florence. “Os detalhes revelados nas gravações indicam como o golpe foi planejado. O objetivo claro é retirar direitos dos trabalhadores e parar a investigação sobre corrupção. Ele [Temer], ardilosamente, atacou a democracia, atacou as conquistas do povo brasileiro e tenta se blindar das investigações”, disse Florence, chamando a atenção para o fato de o ex-senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido), em delação premiada, ter atingido de morte os caciques do PSDB e do PMDB. Segundo o petista, há provas sobre isso. Há, conforme apontou o líder do PT, na delação do Delcídio, a figura do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a cúpula do PMDB, represen- tada por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá, além do próprio Michel Temer, que ao lado do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deram um golpe na República. Florence defendeu a apu- ração do episódio, mas, segundo ele, “independentemente do desenrolar dos fatos, está consumada a extinção do governo Temer”. Para Afonso Florence, o governo interino e golpista do PMDB – ao nome- ar Jucá e mais seis ministros denunciados na Operação Lava-Jato – deu a eles o foro privilegiado. “Tudo isso que vem à tona mostra que o governo Temer golpeou a democracia e tenta impedir as investigações contra a corrupção”. JEFFERSONRUDY/AGÊNCIA SENADO

Romero Jucá revela DNA do golpe e é a primeira baixa do ... NA CAMARA-5863- 24-05...Romero Jucá se torna, assim, o ministro que ficou menos tempo no posto, apenas 11 dias. Seu afastamento,

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Page 1: Romero Jucá revela DNA do golpe e é a primeira baixa do ... NA CAMARA-5863- 24-05...Romero Jucá se torna, assim, o ministro que ficou menos tempo no posto, apenas 11 dias. Seu afastamento,

Fechamento: 23/05/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.863Terça-feira, 24 de maio de 2016

Insustentável no governo ilegíti-mo, temporário e golpista de MichelTemer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) pediu ontem para se licenciar doMinistério do Planejamento, após adivulgação de áudio de conversas emque ele aparece afirmando que o gol-pe contra a presidenta eleita, DilmaRousseff, é o caminho para “estancara sangria” da Operação Lava-Jato. Osdiálogos de Jucá com o ex-presidenteda Transpetro Sérgio Machado foramdivulgados nessa segunda-feira (23) pelo jornal Folha de S.Paulo.

O presidente golpista chegou a cogitar a permanência de Jucá à frente doministério, mas ao longo do dia a repercussão das conversas tornou a situaçãoinsustentável. Os áudios comprovam que o combate à corrupção nunca foi oobjetivo dos golpistas ao promover o impeachment, mas, sim, a necessidade deimpedir a continuidade das investigações da Lava-Jato.

Romero Jucá se torna, assim, o ministro que ficou menos tempo no posto,apenas 11 dias. Seu afastamento, longe de ser um fato isolado, engrossa a listade fatos que comprovam que o golpe contra Dilma, entre outros objetivos incon-fessáveis, busca contornar as investigações de casos de corrupção no País queenvolvem os articuladores do impeachment.

Além de Jucá, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF)derivado da Lava-Jato por suposto recebimento de propina, outros ministros daequipe do governo golpista também são alvo de investigações na mesma operação,confirmando a trama do golpe como revelou a Folha de S. Paulo.

Romero Jucá revela DNA do golpe e é a primeirabaixa do governo ilegítimo de Michel Temer

Jucá é exposto com todas as letras,usando de linguagem de baixo calão, aointerlocutor Sérgio Machado. “Tem quemudar essa porra. Tem que mudar o go-verno pra estancar essa sangria”, diz,não deixando dúvidas sobre a iniciativados usurpadores do voto popular em aba-far as investigações da Lava-Jato.

A conversa de Jucá com SérgioMachado (que também é investiga-do), ocorrida em março, semanas an-tes da votação do impeachment na

Câmara dos Deputados, mostra o auge da tensão e das investidas da oposiçãocontra o governo de Dilma, seja indo ao STF contra a nomeação de Lula para aCasa Civil, seja nas articulações conspiratórias movidas pelo vice-presidenteMichel Temer no Palácio do Jaburu, todas em total sintonia com o então presi-dente da Câmara, Eduardo Cunha, também alvo da Lava-Jato.

ConversasConversasConversasConversasConversas – Em um dos trechos, Machado disse a Jucá: “O Janot está a fim depegar vocês. E acha que eu sou o caminho. [...] Ele acha que eu sou o caixa de vocês”. Parao ex-presidente da Transpetro, novas delações na Lava-Jato não deixariam “pedra sobrepedra”. Jucá concordou que o caso de Machado “não pode ficar na mão desse [Moro]”.

Em outros trechos, Jucá afirmou que um eventual governo Temer deveria construirum pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”.

Romero Jucá confirmou que tem mantido conversas com “ministros do Supremo”,sem citar quais. “Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó,só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa,os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu?”, afirmou.

Revelações bombásticas de Jucá derretem Governo TemerO líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Afonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso Florence

(BA)(BA)(BA)(BA)(BA), avaliou ontem que o áudio divulgado com conversas entre o entãoministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presi-dente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB-CE) revela a forma ardilosautilizada pela cúpula do PMDB para derrubar a presidenta Dilma Rousseff ebarrar a Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

O diálogo entre os dois caciques pemedebistas ocorreu semanas antesda votação, na Câmara, da admissibilidade do impeachment da presidenteDilma Rousseff. “Essas revelações bombásticas derreteram, definitivamen-te, o governo golpista de Michel Temer. Esse governo, que já nasceu sob amácula do golpe, acabou”, sentenciou Florence.

“Os detalhes revelados nas gravações indicam como o golpe foiplanejado. O objetivo claro é retirar direitos dos trabalhadores e parara investigação sobre corrupção. Ele [Temer], ardilosamente, atacou ademocracia, atacou as conquistas do povo brasileiro e tenta se blindar

das investigações”, disse Florence, chamando a atenção para o fato deo ex-senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido), em delaçãopremiada, ter atingido de morte os caciques do PSDB e do PMDB.Segundo o petista, há provas sobre isso.

Há, conforme apontou o líder do PT, na delação do Delcídio, a figura dopresidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a cúpula do PMDB, represen-tada por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá, além do próprio MichelTemer, que ao lado do presidente afastado da Câmara, deputado EduardoCunha (PMDB-RJ), deram um golpe na República. Florence defendeu a apu-ração do episódio, mas, segundo ele, “independentemente do desenrolar dosfatos, está consumada a extinção do governo Temer”.

Para Afonso Florence, o governo interino e golpista do PMDB – ao nome-ar Jucá e mais seis ministros denunciados na Operação Lava-Jato – deu a eleso foro privilegiado. “Tudo isso que vem à tona mostra que o governo Temergolpeou a democracia e tenta impedir as investigações contra a corrupção”.

JEFFERSONRUDY/AGÊNCIA SENADO

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Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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O presidente interino e golpista Michel Temer(PMDB) foi recebido ontem no Senado aos gritos de“golpista, golpista, golpista”. Temer entregou ao presi-dente do Senado e do Congresso Nacional, senadorRenan Calheiros (PMDB-AL), a nova proposta de metafiscal do governo golpista.

Antes de entrar no gabinete de Renan, minis-tros de Temer como Geddel Vieira Lima (secretáriointerino de Governo), Eliseu Padilha (interino daCasa Civil), Henrique Meirelles (interino da Fazen-da) e Romero Jucá, que chegou como ministro eanunciou na saída o afastamento do governo pararetomar o mandato de senador, também foram cha-mados de “golpistas” pelos manifestantes.

Antes da chegada de Temer e dos ministros, adeputada Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA) teve um

O líder da minoria na Câmara, deputado JoséJoséJoséJoséJoséGuimarães (PT-CE)Guimarães (PT-CE)Guimarães (PT-CE)Guimarães (PT-CE)Guimarães (PT-CE), afirmou ontem que “a farsado golpe” contra o governo eleito da presidentaDilma está estampada. Para Guimarães, a revela-ção dos diálogos entre Romero Jucá (PMDB-RR) eo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado éum fato muito grave e evidencia para o País “o queestava por trás” de todo o processo ilegal de im-pedimento da presidenta Dilma.

“A revelação é a autópsia do golpe. Fica evi-

Temer é recebido aos gritos de golpista; petistascitam “morte imatura” de governo ilegítimo

cartaz rasgado por um segurança do Senado após sedirigir ao presidente Renan Calheiros e chamá-lo de“golpista”. No cartaz, o seguinte recado:“Delcídio=Jucá. Prisão e Conselho de Ética Já”.

“Os crimes de Delcídio e Jucá são iguais. É claroque ele [Jucá] tem que ter o direito de defesa, mas temque ter o mesmo tratamento. Aliás, o que apareceu nagravação de Romero Jucá é bem mais grave do queestava na gravação de Delcídio. Portanto, está na horado Jucá ser preso também e ser julgado pelo Senadopelas declarações que fez”, defendeu Gramacho.

A deputada denunciou ainda que foi ameaçada porGeddel ao chamá-lo de golpista. Truculento, de dedo emriste, ele afirmou para a deputada: “seu troco lhe doudepois”. A ameaça foi testemunhada por várias pessoas.

Para o deputado Helder Salomão (PT-ES)Helder Salomão (PT-ES)Helder Salomão (PT-ES)Helder Salomão (PT-ES)Helder Salomão (PT-ES), a

manifestação dessa segunda no Congresso aponta paraa “morte prematura” do governo ilegítimo e golpistade Michel Temer, que é alvo de repúdio em todo oPaís. “Estamos percebendo intensa mobilização nasredes sociais e nas ruas. Principalmente agora, que aimprensa revela uma gravação do senador RomeroJucá, na qual ele afirma, com todas as letras, que areal intenção do PMDB e do PSDB com o impeach-ment era travar a Lava-Jato”, argumentou.

“O que falamos durante todo esse processofoi confirmado nas falas de Jucá: esse impeach-ment é golpe! O STF deveria anular as votações naCâmara e no Senado”, disse o deputado ChicoChicoChicoChicoChicoD’ÂngeloD’ÂngeloD’ÂngeloD’ÂngeloD’Ângelo (PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ) . O deputado PPPPPauloauloauloauloauloPimenta (PT-RS)Pimenta (PT-RS)Pimenta (PT-RS)Pimenta (PT-RS)Pimenta (PT-RS) também participou da mani-festação contra o Temer e os ministros golpistas.

José Guimarães: revelação de diálogos é a“autópsia do golpe” e precisa ser tratada com rigor

denciado que este comando do PMDB articulou, pa-trocinou e engendrou o maior golpe na história dademocracia brasileira. Agora, com a farsa do golpeestampada o que a sociedade vai fazer? O que oSupremo vai fazer? E o Senado? Há normalidadeinstitucional no País? Se já não existia antes, ima-gine com as revelações de hoje. Então, temos queter cabeça fria, coração quente para mobilizar oBrasil e dar um basta ao golpe”, disse o petista.

O líder José Guimarães defendeu rigor na inves-

tigação sobre a revelação dos diálogos. “O que acon-teceu é muito grave e não se resolve com licença coisanenhuma. É muito importante para o País, para toda asociedade democrática brasileira que se apure a fun-do esse fato. Não é possível que um fato de tamanhagravidade não abale, infelizmente, a nossa republi-queta. Não que o Brasil seja uma republiqueta, mas oato de afastamento da presidenta foi um ato de umpaís que se iguala às chamadas republiquetas, poisfoi uma injustiça”, ressaltou.

Farsa do golpe ruiu de vez com revelações sobre Jucá, avaliam petistasParlamentares da Bancada do PT na Câmara

ocuparam a tribuna ontem para reiterar que a far-sa do golpe contra a presidenta eleita, Dilma Rous-seff, ficou evidente com a divulgação dos diálogosentre Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidenteda Transpetro Sérgio Machado.

Para o deputado Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB)Luiz Couto (PT-PB), tratou-sede “mais uma confirmação de que o processo de impe-achment foi uma falcatrua encomendada por setores doPMDB para barrar a Operação Lava-Jato e construir umafalsa paz e falsos políticos no Congresso Nacional”.

O deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS) tambémressaltou a gravidade do teor dos diálogos. “É muitograve, pois deixam claro que o objetivo do impeach-

ment foi, sim, abafar as investigações da Lava-Jato.E é, sim, como tem sido vastamente divulgado, atentativa de retirada de direitos dos trabalhadores,porque querem acabar com a CLT, querem fazer umareforma regressiva da Previdência”, afirmou.

O deputado PPPPPedro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC) afir-mou que o golpe foi denunciado explicitamen-te. “O golpe, segundo Romero Jucá na grava-ção, teve o apoio do STF, da grande mídia e desetores conservadores da sociedade. Golpe àdemocracia, golpe aos direitos sociais, golpeaos direitos trabalhistas, golpe ao voto sobera-no do povo brasileiro”, ressaltou.

O deputado Valmir Assunção (PT-BA)Valmir Assunção (PT-BA)Valmir Assunção (PT-BA)Valmir Assunção (PT-BA)Valmir Assunção (PT-BA) de-

fendeu que o ministro interino seja oficialmenteexonerado do governo ilegítimo de Temer. “É preci-so que o presidente golpista Michel Temer tomeuma posição. Demita o ministro Romero Jucá ofici-almente ou diga que o ministro está lá. Não podeter esse negócio de licença”, disse.

O deputado PPPPPadre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) defen-deu que STF prossiga as investigações sobre AécioNeves. “É muito grave. O senador Aécio já foicitado em várias delações premiadas. (...) Espe-ramos que o ministro Gilmar Mendes retire o bicode tucano, atue como ministro do Supremo, emrespeito ao povo brasileiro, e autorize a investiga-ção do senador Aécio”, reiterou.

PELA DEMOCRACIA

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24/05/201624/05/201624/05/201624/05/201624/05/2016PT NA CÂMARA 3

O vice-líder do PT na Câmara, deputadoPPPPPaulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS), disse em coletiva àimprensa ontem que a divulgação do áudiocom a conversa entre o ministro afastado doPlanejamento, senador Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com-prova que o impeachment da presidenta eleitaDilma Rousseff foi “um golpe com o objetivode proteger políticos investigados na Lava-Jato”. Divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo,o áudio revela a articulação de Jucá para aprovar oafastamento de Dilma como forma de preservar políti-cos do PMDB e do PSDB nas investigações.

“Ninguém tem dúvida de que, tanto na Câma-ra quanto no Senado, o processo de impeachmentfoi movido pelos interesses de uma organizaçãocriminosa que agiu pra proteger envolvidos emcorrupção. Todos os fatos demonstram, de maneirainequívoca e cristalina, a presença dessa organi-zação no impeachment e faz com que o processofique sob suspeição. É importante que possam serestudadas medidas para buscar a nulidade desseprocesso no STF”, informou Pimenta.

Segundo o parlamentar, o áudio demonstra demaneira clara que a única intenção de afastar a presi-

Áudio mostra presença de organização criminosano impeachment e processo fica sob suspeição

denta eleita Dilma Rousseff era promover um grandeacordo para assumir o poder e barrar as investigações.

“Em nenhum momento, o diálogo fala na im-portância do impeachment para melhorar a econo-mia, para o País voltar a crescer, gerar emprego ouaumentar o combate à corrupção. O único argumen-to utilizado foi barrar as investigações e criar umfato político que justificasse um grande acordo noPaís para diminuir a potência das investigações,tentar sensibilizar ministros do STF e reduzir a pres-são da imprensa”, afirmou.

O vice-líder disse ainda que a Procuradoria-Geral da República pode ter prevaricado por não terdivulgado antes o áudio com a conversa. Segundoele, se o material tivesse vindo à tona antes da

votação do impeachment – na Câmara e noSenado – o resultado poderia ter sido outro.

“Existe a possiblidade de essas gravaçõesestarem de posse da PGR desde o mês de mar-ço. Se não tivesse permanecido em sigilo trariaenorme repercussão no impeachment, e os ru-mos do processo poderiam ser outros. E se estainformação (áudio) não foi levada aos minis-tros do STF, e eles votaram as regras (do pro-cesso) sem saber, pode ter havido prevaricação

que comprometeria o próprio procurador-geral da Re-pública (Rodrigo Janot)”, alertou.

PSDBPSDBPSDBPSDBPSDB – Na conversa entre Jucá e Sérgio Macha-do, os dois também afirmam que políticos do PSDBestavam preocupados com as investigações da Lava-Jato. “Eles, inclusive, comentam um esquema de com-pra de voto na eleição do Aécio na Presidência da Câma-ra (em 2001), e que a investigação (Lava-Jato) coloca-ria em risco o esquema do PSDB”, ressaltou Pimenta.

No áudio, Machado afirma que a intenção daLava-Jato é “pegar todo mundo” e que não sabe se “aficha do PSDB caiu”. “Caiu. Todos eles. Aloysio (Nu-nes, senador PSDB-SP), [ministro Relações ExterioresJosé] Serra, Aécio [Neves, senador e presidente naci-onal do PSDB]”, informou Jucá.

Os deputados PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)e Caetano (PT-BA)Caetano (PT-BA)Caetano (PT-BA)Caetano (PT-BA)Caetano (PT-BA) se manifestaram ontemsobre as gravações publicadas pela Folha deS.Paulo entre o ministro afastado do Planeja-mento, Romero Jucá, e o ex-presidente daTranspetro Sérgio Machado que comprovam aintenção de tirar a presidenta Dilma Rousseffpara por um fim às investigações da Lava-Jato.As conversas ocorreram em março passado, e Jucásugeriu que uma “mudança” no governo federal re-sultaria em um pacto para “estancar a sangria” repre-sentada pela Lava-Jato, que investiga ambos.

“Ficou explícito que o objetivo da derrubada deDilma foi paralisar as apurações contra políticos en-volvidos na Operação Lava-Jato. Na conversa, Jucá

“O golpe foi dado pela impunidade e não contra a impunidade”

também falou que Michel Temer é do mesmo grupopolítico de Eduardo Cunha e que a operação estáchegando no candidato à Presidência da Repúblicapelo PSDB, Aécio Neves”, disse Paulo Teixeira.

Na avaliação do deputado, “para quem foi às ruaspara derrubar Dilma, pode agora constatar que tirou umapessoa honesta, sobre quem não há notícia de mal feito,

para colocar um grupo de políticos quequer criar barreiras para impedir o pros-seguimento das investigações”, Segun-do Teixeira, “o golpe foi dado pela im-punidade e não contra a impunidade”.

Para o deputado Caetano, as de-clarações comprovam aquilo queestá sendo falando desde o início

desse processo de impeachment: é um golpe; e seuobjetivo é abafar a Lava-Jato. “Michel Temer nãotem nenhuma legitimidade e nenhuma condição deestar onde está. A ministra Rosa Weber queria saberpor que a presidenta Dilma chama o impeachmentde golpe? A gravação de Jucá é a resposta de Dilma.É um golpe!”, enfatizou Caetano .

Margarida pergunta e responde: “Quem são os patos? Nós somos os patos”A deputada Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)

gravou um vídeo em que apontou a verdadeiracausa do golpe que levou ao afastamento da pre-sidenta Dilma Rousseff do cargo, no último dia 12de maio. “Pois é, então agora está na cara e semdesculpa. Tudo o que tantos de nós dissemos eparecia teoria da conspiração está na voz do sena-dor Romero Jucá. O impeachment foi feito não

para combater a corrupção, mas para impedir ocombate à corrupção”, disse.

Para ela, o principal objetivo do golpe foio de “parar a Lava-Jato, em um grande acordodo governo Temer com o Supremo Tribunal Fe-deral, com o Congresso (...) Pronto, vocês en-tenderem? Quem são os patos? Nós somos ospatos”, resumiu.

“Manipulados pela mídia, manipulados pelosistema político para dar o golpe. Um golpe con-tra a aposentadoria, contra nossos direitos, contraa saúde, contra a educação, contra a cultura. E eupergunto, agora, o Jucá vai ser preso feito o Delcí-dio por obstruir a Justiça, o Jucá vai ser apeado deser ministro feito o Lula? Com a palavra o Supre-mo, e nós, com a boca no mundo.”

PELA DEMOCRACIA

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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O governo temporário de Michel Temer é ilegítimo, de supressão de

direitos sociais e trabalhistas, e nós não podemos aceitá-lo. A

afirmação é do deputado Wadih Damous (PT-RJ), que, em entrevista

exclusiva para o PT na Câmara, fala com franqueza sobre o golpe, a

omissão do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo de

impeachment, os erros do Partido dos Trabalhadores e o caminho

para a democracia. Damous tem convicção de que a Operação Lava-Jato é um instrumento político, seletivo e de perseguição. “Inclui-se aío procurador-geral da República, a força tarefa do Paraná e setoresda Polícia Federal, que hoje instrumentalizam, dando aparência de

Wadih Damous critica conluio do Judiciário, da mídia e do Legislativo no golpe;defende retorno do PT à sua origem e prega povo nas ruas para garantir democracia

legalidade a um golpe de Estado”.Para Damous, não há dúvida também de que o juiz Sérgio Moro é uminstrumento do golpe. “(Ele) Sempre agiu e atuou articulado com agrande mídia, em particular com a Rede Globo de TVGlobo de Comunicação. Não há qualquer dúvida, a Lava-Jato é uminstrumento do golpe de Estado no Brasil”.Sobre o judiciário brasileiro, Damous disse que o que estamos vendohoje é um processo fascista, de linchamento moral, de pré-condenação, onde os jornais condenam, só dão voz à acusação esecundarizam a defesa. Ele alertou que estamos assistindo

GolpeGolpeGolpeGolpeGolpe – O Supremo Tribunal Federal está no golpe,parte por omissão e parte pelo ativismo, como é o caso doministro Gilmar Mendes. O STF vai assistir ao golpe semse meter no mérito do impeachment. Isso vai trazer conse-quências funestas para a democracia brasileira. Não é sóo fato de hoje, é o futuro, porque o que está se chancelan-do aqui é o voto de desconfiança do parlamentarismo nopresidencialismo. Isso que está acontecendo aqui (o im-peachment) é um voto de desconfiança. É um processo deeleição indireta, através de uma maioria eventual, umamaioria forjada, em conluio com a grande imprensa quedestitui um presidente da República num peteleco. Isso éinaceitável politicamente. É um atentado cínico à demo-cracia, em que, em nome do combate à corrupção, oscorruptos destituem do governo uma mulher reconhecida-mente honesta. É isso que está acontecendo.

E porque dizemos que o impeachment da presi-denta Dilma é um golpe? Porque ela não praticounenhum crime de responsabilidade. É golpe porqueestá acontecendo um processo de eleição indireta, ondequem não tem voto, no caso Michel Temer, que não seelege nem síndico do prédio dele, não se elege vere-ador em qualquer cidade brasileira, chega ao governopela via desse golpe. Um golpe branco, sem tanques,sem baionetas, sem armas. Golpe em uma canetadaparlamentar, perpetrada por notórios corruptos. Va-mos ver aí um atentado à democracia tão grave ou aténuma dimensão maior do que foi o golpe de 1964.

CorrupçãoCorrupçãoCorrupçãoCorrupçãoCorrupção – É um processo longo. Primeiro, aOperação Lava-Jato expressa, resume o que tem sidoo chamado combate à corrupção do Brasil. É umoportunismo hipócrita em que corruptos, em nomedo combate a corrupção, golpeiam a democracia edestituem um governo. A UDN [União DemocráticaNacional] era um partido de corruptos, tentou derru-bar o presidente Getúlio Vargas, com sua genialida-de política. O suicídio foi para evitar o golpe, queacabou sendo adiado para 1964. O combate à cor-rupção é falsamente travado por corruptos para ten-tarem destituir um governo. A classe média, que boa

parte sonega impostos, molha a mão do guarda daesquina, pratica suas pequenas criminalidades, in-corpora essa coisa, esse sentimento chamado com-bate à corrupção. Ela que se mobiliza para apoiargolpistas que se dizem combatentes da corrupção.

Lava-JatoLava-JatoLava-JatoLava-JatoLava-Jato – Setores do Poder Judiciário, do Mi-nistério Público e da Polícia Federal incorporaram issoporque dá uma capa de legalidade, de isenção. Desde ojulgamento do mensalão, estamos vendo julgamentossem provas, atitudes seletivas, e agora encarnadas nesteobscuro juiz lá de Curitiba [Sérgio Moro], que, em me-nos de um ano, tornou-se uma celebridade internacio-nal, recebeu prêmios nos EUA, na Time Life, aliás TimeLife é golpista, foi quem criou a Rede Globo no Brasil. Oaparelho de Estado brasileiro servindo de instrumentopara perseguição política, para eliminação de um parti-do político, para perseguição de lideranças desse parti-do político. A Lava-Jato num primeiro momento foisaudada – até mesmo vi com simpatia aquele mo-mento acreditando que finalmente os corruptores seri-am punidos –, mas não, na verdade ou ela nasceucom esse intuito ou ela se desviou no meio do cami-nho. Mais cedo ou mais tarde, a história vai mostrar oque aconteceu, mas a Lava-Jato é um instrumentopolítico, seletivo de perseguição. Inclui-se aí o procu-rador-geral da República, inclui-se a força tarefa do

Paraná, setores da Polícia Federal, que hoje instru-mentalizam dando essa capa de legalidade, essa apa-rência de legalidade a um golpe de Estado.

Sem sombra de dúvida, a Lava-Jato está casadacom o golpe, o juiz Sérgio Moro, é um instrumentodo golpe. [Ele] sempre agiu e atuou articulado coma grande mídia, em particular com a Rede Globo deTV, com o sistema Globo de Comunicação. Não háqualquer dúvida, a Lava-Jato é um instrumento dogolpe de Estado no Brasil (...)

Diversos promotores que participaram da operaçãoMãos Limpas, na Itália, disseram que a Lava-Jato nãotem nada a ver com a Mãos Limpas. Disseram que a LavaJato é um golpe, a Mãos Limpas não foi.

PPPPPopulismo Populismo Populismo Populismo Populismo Penalenalenalenalenal – Nós chamamos de ativismopolítico, quase partidário, a ação de juízes, promotorese agentes federais no sentido de interferir no jogo polí-tico e julgar, no caso do juízes que adotam o populismopenal como método de manipular o processo, no sentidode condenar sem provas, de atuar midiaticamente, trans-formar o processo penal em espetáculo. Vemos opera-ções policiais em que redes de tevês e jornais já sabemo que vai acontecer, pessoas sendo algemadas e execra-das publicamente. A TV Justiça, que num primeiro mo-

ENTREVIST

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adih Damous critica conluio do Judiciário, da mídia e do Legislativo no golpe;defende retorno do PT à sua origem e prega povo nas ruas para garantir democracia

Para Damous, não há dúvida também de que o juiz Sérgio Moro é uminstrumento do golpe. “(Ele) Sempre agiu e atuou articulado com a

de Globo de TV, com o sistemaGlobo de Comunicação. Não há qualquer dúvida, a Lava-Jato é um

do no Brasil”.Sobre o judiciário brasileiro, Damous disse que o que estamos vendohoje é um processo fascista, de linchamento moral, de pré-condenação, onde os jornais condenam, só dão voz à acusação esecundarizam a defesa. Ele alertou que estamos assistindo

perigosamente à participação de promotores, juízes e policiais, num “processo defascistização do jurídico” e de interferência no sistema político.Nesse momento de rupturas democráticas, segundo Wadih Damous, acreditar nasinstituições, no Judiciário e no Congresso Nacional é acreditar em nada, é acreditarem quem está participando do atentado à democracia. “Nós temos que acreditar éna força do povo organizado. Nós temos que retomar os projetos da fundação doPartido dos Trabalhadores. Temos que recuperar a tradição de luta da esquerda,temos que acreditar que o povo organizado nas ruas é quem garante a democracia.É quem impede o golpe”.

Leia a seguir os principais tópicos da entrevista do deputado.Leia a seguir os principais tópicos da entrevista do deputado.Leia a seguir os principais tópicos da entrevista do deputado.Leia a seguir os principais tópicos da entrevista do deputado.Leia a seguir os principais tópicos da entrevista do deputado.

olícia Federal, que hoje instru-mentalizam dando essa capa de legalidade, essa apa-

Sem sombra de dúvida, a Lava-Jato está casadacom o golpe, o juiz Sérgio Moro, é um instrumentodo golpe. [Ele] sempre agiu e atuou articulado coma grande mídia, em particular com a Rede Globo deTV, com o sistema Globo de Comunicação. Não háqualquer dúvida, a Lava-Jato é um instrumento do

Diversos promotores que participaram da operaçãoMãos Limpas, na Itália, disseram que a Lava-Jato nãotem nada a ver com a Mãos Limpas. Disseram que a Lava

– Nós chamamos de ativismopolítico, quase partidário, a ação de juízes, promotorese agentes federais no sentido de interferir no jogo polí-tico e julgar, no caso do juízes que adotam o populismopenal como método de manipular o processo, no sentidode condenar sem provas, de atuar midiaticamente, trans-formar o processo penal em espetáculo. Vemos opera-ções policiais em que redes de tevês e jornais já sabemo que vai acontecer, pessoas sendo algemadas e execra-das publicamente. A TV Justiça, que num primeiro mo-

mento foi tida como democratização no Poder Judiciário,na verdade faz parte do populismo penal, julgam para aplateia e não de acordo com a prova dos autos. Vimosisso com clareza no julgamento do ‘mensalão’. O popu-lismo penal é um aspecto do fascismo judicial. É umprocesso de linchamento, de execração e que é proibidoem diversos países do mundo. Na Europa, nos EstadosUnidos, você não vê pessoas algemadas sendo filmadas.O único país do mundo em que isso acontece, que trans-mite um julgamento penal é o Brasil. O que estamosvendo hoje no sistema judiciário brasileiro é a fascistiza-ção, um processo fascista de linchamento moral, de pré-condenação, em que os jornais condenam, só dão voz àacusação, a defesa está sempre secundarizada, os advo-gados de defesa sendo execrados, às vezes fisicamente.O que estamos assistindo aqui é perigosamente à parti-cipação de promotores, juízes e policiais, num processode fascistização no nosso sistema jurídico e de interfe-rência no sistema político.

Reforma Reforma Reforma Reforma Reforma – A reforma do Judiciário não vai acon-tecer porque ele é aliado no processo golpista. Existeuma promiscuidade na relação entre o Judiciário eCongresso Nacional. Quando você vê o presidente daCâmara [em referência ao então presidente EduardoCunha], que é réu no Supremo Tribunal Federal, nego-ciando salário com o Poder Judiciário, por aí se tira que

não vai ter reforma coisa nenhuma e, se tiver, serápara piorar o Judiciário.

ResistênciaResistênciaResistênciaResistênciaResistência – Vou lembrar aqui de Mil-ton Nascimento e Ronaldo Bastos: “Tenha féno nosso povo que ele resiste, tenha fé no nos-so povo que ele avança”. Ou nós acreditamosno nosso povo, na nossa juventude, nessa ju-ventude que lotou a Avenida Paulista quase queespontaneamente para defender a democracia,para acusar o golpe, ou acreditamos nisso, ounão temos salvação. Acreditar nas instituições,no Judiciário, no Congresso Nacional é acredi-tar em nada. É acreditar em quem está partici-pando do atentado à democracia. Nós temosque acreditar é na força do povo organizado.Nós temos que retomar os projetos da funda-ção do Partido dos Trabalhadores. Temos querecuperar a tradição de luta da esquerda, te-mos que acreditar que o povo é quem garante ademocracia. É quem impede o golpe, porqueacreditar nessas instituições como elas estãodesenhadas, nós estamos liquidados.

Luta de ClasseLuta de ClasseLuta de ClasseLuta de ClasseLuta de Classe – A luta de classes existe,independentemente das nossas vontades. O PTparece que se esqueceu disso. Porque a direitacontinuou a luta de classes, o PT desenhou umrepublicanismo completamente ingênuo e inefi-caz, que acabou contribuindo para que nós mer-gulhássemos nessa crise, e o próprio PT mergu-lhasse na sua própria crise. Então, a luta declasses existe e vai se intensificar, e obviamentecom a recusa de reconhecimento da legitimida-de do governo Temer/Cunha a repressão vai seintensificar, sem sombra de dúvida.

Nossos governos acabaram por fortalecer o apa-relho repressivo, na ilusão de que precisavam daruma satisfação às classes dominantes. Precisavamdizer, olha, nós podemos governar o País, vocês nãoprecisam temer o PT no governo. Nós acabamos,

nesse aspecto, governando para as classes domi-nantes. E isso trás um preço, e nós vamos acabarpagando por muito tempo.

PPPPPartido dos Tartido dos Tartido dos Tartido dos Tartido dos Trabalhadoresrabalhadoresrabalhadoresrabalhadoresrabalhadores – O PT acaboudando uma guinada no pragmatismo e apostou emuma governabilidade a partir de uma visão ingênuado aparelho de Estado, como se no aparelho deEstado não se travasse a luta de classes. No queesse republicanismo resultou? Em nomeações equi-vocadas, sobretudo no STF, na Procuradoria -Geralda República. Ora, se a Constituição atribui ao pre-sidente da República a nomeação do procurador daRepública, dane-se que a corporação eleja uma lis-ta e avisa que tem que nomear o primeiro da lista.Pega a lista e rasga, você tem que nomear pessoasque estejam afinadas. Não como o ex-presidenteFernando Henrique Cardoso fez, que nomeou umengavetador-geral da República para não permitirque se investigasse o governo dele, não é isso. Énomear pessoas afinadas com seus princípios polí-ticos. Ora, se eu sou contra a pena de morte eu vounomear um procurador que seja a favor da pena demorte? Se eu sou a favor da reforma agrária, eu vounomear um juiz a favor do latifúndio, contra osmovimentos sociais. É nesse sentido que estou di-zendo, não é para nomear partidários do PT ou deoutro partido. É nomear pessoas afinadas com de-terminados valores, com os princípios democráticoscom os quais o presidente está afinado. Não foi issoque o ex-presidente Lula fez. Não foi isso que apresidente Dilma fez. Eles fizeram nomeações equi-vocadas, não só para o STF, reconduziram procura-dores que não deveriam ter sido reconduzidos. Tudoisso em nome de um republicanismo ingênuo, eagora nós estamos pagando o pato. A democraciaestá pagando o pato.

LulaLulaLulaLulaLula – Sem sombra de dúvida, o presidenteLula, na visão dos fascistas da Lava-Jato, da Procu-radoria-Geral da República, do Poder Judiciário, éum inimigo a ser abatido.

FOTOS: SULU PARENTE/PTNACÂMARA

ENTREVISTA

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Réu no Supremo Tribunal Federal (STF),o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afas-tado do mandato parlamentar e da Presidên-cia da Câmara, depôs por mais de cinco horasna quinta-feira (19), no Conselho de Ética daCasa, onde responde a processo por quebra dedecoro. Ele é acusado de ter mentido à CPI daPetrobras, em março passado, ao dizer quenão tinha contas no exterior. Cunha voltou anegar ser o titular da conta e diz ser apenasbeneficiário de fundos geridos por trustes (tipo decontrato no qual o dono do recurso transfere para umterceiro a administração dos valores).

Na avaliação do deputado Leo de BritoLeo de BritoLeo de BritoLeo de BritoLeo de Brito(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC), integrante do Conselho, a “estória do trusté uma cortina de fumaça” para esconder o fato daexistência de conta bancária no exterior. “Por maisque Cunha e sua defesa utilizem argumentos técnicose jurídicos para explicar que ele tem trust e não temconta em banco na Suíça, será muito difícil convencerque ele sendo o instituidor do trust, beneficiário dotrust, ele não é o dono dessa conta”, enfatizou.

Leo de Brito destacou que existem pareceres doBanco Central do Brasil, do Banco da Suíça (que tra-tou o deputado Cunha como correntista do banco), doMinistério Público Federal do Brasil e da Suíça e daReceita Federal Brasil que confirmam que Eduardo

Eduardo Cunha conta estórias que nãoconvencem em depoimento no Conselho de Ética

Cunha tem conta naquele país. “São documentos quetêm fé pública, que confirmam essa verdade, portan-to, será uma tarefa ingrata e difícil convencer docontrário”, reforçou.

Leo de Brito questionou Cunha sobre a omissãodo trust e teve como resposta que nunca foi pergunta-do isso a ele. “Já me perguntaram se tenho conta econta eu não tenho”, afirmou. Ele foi rebatido peloparlamentar petista que sustentou que, de algumaforma, ele (Cunha) estava ocultando patrimônio. Leoquestionou: “Do ponto de vista ético, é correto parauma figura pública, que chegou ao posto de presiden-te da Câmara, essa omissão?”

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP)Valmir Prascidelli (PT-SP)Valmir Prascidelli (PT-SP)Valmir Prascidelli (PT-SP)Valmir Prascidelli (PT-SP) tam-bém disse que o caso é de difícil compreensão. “Comoentender que alguém trabalhe e depois doe os recur-sos conquistados a um tal de trust? Como alguém que

tem patrimônio doa sem ganharnada em troca?”.

AfastamentoAfastamentoAfastamentoAfastamentoAfastamento – Leo deBrito fez questão de citar dadosda Ação Cautelar 4.070, queredundou no afastamento deCunha. “A página 102 da açãodiz que V.Exa. recebeu vanta-gens indevidas para aprovar me-dida provisória de interesse do

banco BTG, isso é verdadeiro?”, indagou. E conti-nuou: “Como explica as centenas de mensagens nocelular do empresário Leo Pinheiro, indicando proje-tos de leis de interesse das empreiteiras (redigidospelas próprias empreiteiras) encaminhados para V.Exa.para que, mediante pagamento de propina, fossemapresentados por V.Exa. e seus aliados, conforme pá-ginas 112 e 113 da ação 4.070?”

O deputado do PT do Acre citou ainda o depoi-mento no Conselho de Ética e delação premiada deFernando Soares, o Fernando Baiano, que confirmouter entregue propina no valor de US$ 5 milhões a umfuncionário (de nome Altair) no escritório de EduardoCunha no Rio de Janeiro.

As perguntas ficaram sem respostas. Eduardo Cu-nha disse que só estava ali para fazer a sua defesa noprocesso que o acusa de ter conta no exterior.

O líder da Bancada do PT na Câmara,deputado Afonso FlorenAfonso FlorenAfonso FlorenAfonso FlorenAfonso Florence (BA)ce (BA)ce (BA)ce (BA)ce (BA), e os de-putados petistas PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP) eGivaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES), além das deputadasLuiza Erundina (PSol-SP) e Jô Moraes (PCdoB-MG), entregaram na semana passada ao pro-curador-geral da República, Rodrigo Janot,uma representação criminal contra o presi-dente golpista e interino, Michel Temer, e oministro provisório da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Os dois são acusados no documento de ferirema legislação que regulamenta o funcionamento daEmpresa Brasil de Comunicação Pública (EBC), porterem exonerado o jornalista Ricardo Melo do cargode diretor-presidente da empresa. Pela Lei 11.652/08, o mandato do jornalista terminaria em abril de2020. Além do PT, PCdoB e PSol, a ação conta como apoio do PDT e da Rede.

“Apresentamos uma representação criminal contrao vice-presidente Michel Temer e o senhor Eliseu Padi-lha, por ferirem a independência da EBC e a estruturade comunicação pública de forma ilegal, atacando omandato do diretor-presidente Ricardo Melo, e desres-

PT, PCdoB, PSol, PDT e Rede entregam representaçãocriminal contra Michel Temer e em defesa da EBC

peitando o direito à comunicação e à informação dosbrasileiros e das brasileiras”, explicou Florence.

Representando o PSol, a deputada Luiza Erundina disseque a exoneração de Ricardo Melo é “um claro desrespeitoà sociedade”, representada no conselho curador que admi-nistra a EBC, e que o ato configura um crime de responsabi-lidade cometido pelo governo interino de Temer.

“Entregamos a representação por causa do des-cumprimento da lei que criou a EBC, que prevê aautonomia e a independência da empresa, inclusiveem relação ao governo, e a vigência de um conselhocurador – com representação da sociedade civil –que tem prerrogativa de afastar ou não os dirigentesda empresa”, informou.

“Esse é mais um abuso desse governo in-terino e transitório, que vem se comportando demaneira arbitrária. A liberdade de expressão eo direito humano à comunicação estão sendoferidos e isso é crime de responsabilidade. Seinventaram um crime para afastar a presidenta(Dilma Rousseff), eles (Michel Temer e EliseuPadilha) agora cometem um desrespeito à Cons-tituição e à lei”, destacou Erundina.

A deputada Jô Moraes, representante do PCdoB,disse que espera o acolhimento da ação. “O que estáem jogo é o Estado Democrático de Direito. Existeuma lei que assegura a estrutura da empresa públicae que contribui para a democratização da informação.Estamos confiantes na pronta resposta da PGR, e con-tamos com o apoio da sociedade”, disse.

InfluênciaInfluênciaInfluênciaInfluênciaInfluência – Entre as preocupações dos deputa-dos, está o fato de que a empresa seja aparelhada pelopresidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para o lugar do diretor-presidente afastado, o go-verno interino já anunciou a nomeação do jornalistaLaerte Rímoli, ex-diretor de Comunicação da Câmarados Deputados durante o mandato de Cunha.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA ALEXFERREIRA AGÊNCIA CÂMARA

RÉU NO SUPREMO

AGÊNCIA BRASIL

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O vice-líder da Bancada do PT na Câ-mara, deputado Car los Zarat t in iCar los Zarat t in iCar los Zarat t in iCar los Zarat t in iCar los Zarat t in i(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP),,,,, demonstrou preocupação com osprimeiros dias de desastre que o presiden-te golpista e conspirador Michel Temer pro-vocou nas conquistas sociais, econômicas etrabalhistas do povo brasileiro. “Em ape-nas uma semana, esse governo golpista doTemer já mostrou qual é o seu principalobjetivo”, afirmou Zarattini, elencando asmedidas desastrosas encampadas pelo golpista.

“Esse governo antipopular, antidemocráti-co, apresentou como tarefa principal a reformada Previdência Social, tirando direitos daque-les que já estão contribuindo e propondo des-vinculação do salário mínimo das aposentado-rias, prejudicando, inclusive, os que já estãoaposentados”, afirmou Zarattini, apontando aarbitrariedade que está sendo cometida nos di-reitos adquiridos dessa parcela da população.

Zarattini rechaçou a inciativa do governo pro-visório que propõe a terceirização da mão de obra.“Essa medida liquida com a legislação trabalhis-ta”, alertou o deputado, se referindo à CLT (Con-solidação das Leis do Trabalho), que garante, en-

Este é um governo provisório que está cometendoos maiores desmantelos já visto na história do País.Essa é a avaliação do deputado José GuimarãesJosé GuimarãesJosé GuimarãesJosé GuimarãesJosé Guimarães(PT-CE(PT-CE(PT-CE(PT-CE(PT-CE), ao analisar a decisão do presidente interino egolpista de Michel Temer em acabar com o programa“Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) – maior programahabitacional para família de baixa renda. “Acabar com oprograma é loucura de um governo tresloucado que malcomeçou e já está mostrando de que lado está”.

Para José Guimarães, é uma “malvadeza do tama-nho do mundo” o que está sendo tramado contra apopulação brasileira, “contra aqueles que mais preci-sam e tinham acesso ao mais avançado programa dehabitação popular”. O deputado destacou que somentena terceira etapa do programa estava prevista a constru-ção de 2 milhões de novas moradias até 2018.

O deputado se mostrou preocupado com o retrocessoque o governo temporário de Temer vem promovendo, desdeo primeiro dia que sentou na cadeira da Presidência daRepública, de forma ilegítima e golpista. “Só falta agoraacabar com o Bolsa Família, com a política de valorizaçãodo salário mínimo implementada pela presidenta Dilma.Todas as medidas anunciadas pelo (des)governo Temer,significam um duro golpe nas conquistas sociais que o Brasilteve nos últimos anos”, criticou Guimarães.

“Desastre” do governo Temer será combatidonas ruas e no Parlamento, avisa Zarattini

tre outros direitos, férias remuneradas, salário-mínimo, pagamento de hora extra, 13º salário,licença-maternidade, agora ameaçados.

O deputado do PT de São Paulo fez questão defrisar que para interromper essa caminhada galo-pante de retrocesso é preciso “batalhar nas ruas eno Parlamento para que esse governo não tenha vidalonga e não prejudique o povo brasileiro”.

EBCEBCEBCEBCEBC – O deputado alertou ainda para orisco que a exoneração do presidente da Em-presa Brasileira de Comunicação (EBC), jorna-lista Ricardo Melo, pode acarretar para o direi-to constitucional que estabelece a liberdadede imprensa.

“No campo democrático, demitiram o presi-

dente da EBC, que é uma agência inde-pendente de notícias do governo federal.Com isso, colocaram em risco a liberdadeda imprensa pública. Eles que tanto fala-vam de imprensa livre”, criticou Zaratti-ni, referindo-se à ilegalidade cometidapor Michel Temer, que não respeitou a Lei11.652/08, que estabelece um mandatode quatro anos ao dirigente.

Re lações Ex te r io resRe lações Ex te r io resRe lações Ex te r io resRe lações Ex te r io resRe lações Ex te r io res – O v ice- l í -der da bancada petista fez duras críticas àsações do ministro interino do Ministério de Re-lações Exteriores, José Serra (PSDB-SP). Se-gundo Zarattini, mal ocupou o cargo e o tucanocomeçou a “falar grosso” com os países vizi-nhos do Brasil. “José Serra já chega ameaçan-do países da América Latina e da África, onde oBrasil estabeleceu reinvestigaçãolações, inclu-sive, comerciais”, reclamou Zarattini.

“Ele (Serra) vem com argumento de se terum Itamaraty apartidarizado e logo de cara dápassaporte diplomático a um bispo da igrejaevangélica – o pastor Samuel Ferreira – porquem temos muito respeito, mas o senador JoséSerra tem que ser republicano”, salientou.

A deputada Erika KokayErika KokayErika KokayErika KokayErika Kokay(PT-DF)(PT-DF)(PT-DF)(PT-DF)(PT-DF) reafirmou, em pro-nunciamento no plenário, quediversas conquistas de cida-dania, fruto de muita luta,estão ameaçadas no governoilegítimo de Michel Temer.“Estão ameaçadas porquesem democracia os direitos seenfraquecem. Os direitos sãofundamentais para que a nossa democracia sejade alta intensidade e não de baixa intensidade,para que os direitos e a democracia percorram asdobras, os becos e as ruas deste País. Esses direi-tos são ameaçados quando não há democracia.Houve uma ruptura democrática”, avaliou.

Para Erika Kokay, o governo ilegítimo de Te-mer se estabeleceu sobre os escombros da demo-cracia. “Esse governo é fruto de golpe; um governoque se estabeleceu sob os escombros da democra-cia, num pacto construído nas trevas com segmen-tos fundamentalistas, fascistas. Essas vozes fas-cistas que perdem a vergonha, que homenageiamtorturadores, que falam que a população LGBT temque estar nos armários, destituída do direito de

Ministério do governo Temer é ainstitucionalização do fascismo, avalia Erika

Desmonte do

(des)governo Temer

atinge populaçãoser e de amar. Essas forçasfascistas se articularam nossubterrâneos deste País paraconstruir o pacto das trevas etomar de assalto o poder, ogoverno, e criar um ministé-rio que é a institucionaliza-ção do fascismo, do machis-mo, que lembra os pactos oli-gárquicos”, afirmou.

A parlamentar petista criticou duramente a ex-tinção dos vários ministérios, numa das primeirasações do governo ilegítimo de Michel Temer. “Ese diz que é preciso eliminar a Controladoria-Geral da União, que combate a corrupção, queassegura a ética. Este é o governo que extingue oMinistério das Mulheres, da Igualdade Racial edos Direitos Humanos, como se lugar de direitosda população minorizada neste País fosse o sub-solo da Esplanada dos Ministérios. Este é o Gover-no que extingue o Ministério da Cultura porquenão quer que este País assuma a sua ancestralida-de, porque não quer este País negro, não quer estePaís indígena, não quer este País com sujeitosculturais”, ressaltou Erika Kokay.

PELA DEMOCRACIA

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

SALU PARENTE/PTNACÂMARA

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Em pouco mais de umasemana, desgoverno deTemer adota váriasações contra o Brasil

1. Fim do Ministério da Previdência1. Fim do Ministério da Previdência1. Fim do Ministério da Previdência1. Fim do Ministério da Previdência1. Fim do Ministério da PrevidênciaA mudança significa impor a lógica contábil

e financista a todo sistema de Seguridade Socialdo Brasil. A condução da Reforma da Previdênciapelo Ministério da Fazenda visa também distan-ciar os trabalhadores do debate, com utilizaçãofrequente do argumento de que a Previdência édeficitária.

2. Fim do reajute do salário mínimo2. Fim do reajute do salário mínimo2. Fim do reajute do salário mínimo2. Fim do reajute do salário mínimo2. Fim do reajute do salário mínimoO reajuste do salário mínimo atualmente se ba-

seia em uma fórmula que repõe as perdas salariaisimpostas pelo processo inflacionário. Sem essa obri-gação, os aumentos passam a ser negociados no Con-gresso Nacional, sem a garantia de reposição ou mes-mo de aumento real.

3. Fim da indexação de benefícios3. Fim da indexação de benefícios3. Fim da indexação de benefícios3. Fim da indexação de benefícios3. Fim da indexação de benefíciosA pretexto de “desindexar” a economia e melho-

rar o perfil das contas públicas, não haverá aumentono valor das aposentadorias com base no salário mí-nimo. Os aposentados passam a contar com a boavontade do governo federal em promover reajustes.

4. Maior tempo de contribuiçãoA Reforma da Previdência vai impactar os servi-

dores da ativa ao ampliar o tempo de contribuição e aidade mínima para aposentadoria. A ideia de umanova Previdência apenas para os que integrarem osistema no futuro já foi descartada.

5. Aumento de tributos5. Aumento de tributos5. Aumento de tributos5. Aumento de tributos5. Aumento de tributos“A meta é diminuir o nível de tributação da socie-

Pouco mais de uma semana e o governo do presidente golpista Michel Temer já acumula uma lista com várias medidas que vão impactar negativamente avida das brasileiras e dos brasileiros, especialmente os mais pobres. Para além da inelegibilidade de Temer por oito anos e da escolha de um ministério golpista com setenomes implicados nas investigações da Operação Lava-Jato, a Agência PT identificou dois grandes grupos de ações negativas para o Brasil: as que podem ser chamadas de

burocráticas, como extinção de ministérios; e as ações que mudam, põem fim ou inauguram políticas, ou seja, concretizam planos da gestão ilegítima. As reações aosprimeiros anúncios já provocaram, inclusive, recuos por parte do governo golpista e demonstraram que há muita gente disposta a resistir e barrar o golpe.

Conheça a seguir algumas das medidas da pauta golpista de Michel Temer:

dade. Dito isso, a prioridade hoje é diminuir a dívidapública. Se houver necessidade de um tributo, ele seráaplicado”. A frase do ministro interino e golpista daFazenda, Henrique Meirelles, revela a disposição dejogar a conta para o povo pagar com novos impostos.

6. Fim de direitos trabalhistas6. Fim de direitos trabalhistas6. Fim de direitos trabalhistas6. Fim de direitos trabalhistas6. Fim de direitos trabalhistasO Projeto de Lei 4193/12 prevê que acordos e

convenções coletivas de trabalho podem substituir aCLT. O resultado é a perda da capacidade de negocia-ção dos trabalhadores e redução da proteção estatal.

7. Ministério só de homens7. Ministério só de homens7. Ministério só de homens7. Ministério só de homens7. Ministério só de homensA ausência de mulheres no primeiro escalão des-

nuda a falta de importância que a desigualdade degênero tem para os golpistas. Concretamente, é aredução nos espaços de participação feminina nasesferas decisórias sobre os rumos do país, revertendoa tendência dos governos do PT de ampliar os espaçose o poder de definição que as mulheres devem ter.

8. Fim da Secretaria de Igualdade8. Fim da Secretaria de Igualdade8. Fim da Secretaria de Igualdade8. Fim da Secretaria de Igualdade8. Fim da Secretaria de IgualdadeRac ia lRac ia lRac ia lRac ia lRac ia l

Temer pôs fim à Secretaria de Igualdade Racial,medida que vai impactar diretamente as políticasafirmativas, as ações de redução do preconceito e ocombate à desigualdade entre brancos e negros.

9. Revisão do Bolsa Família9. Revisão do Bolsa Família9. Revisão do Bolsa Família9. Revisão do Bolsa Família9. Revisão do Bolsa FamíliaPor vontade política dos governos do PT, os pro-

gramas sociais como o Bolsa Família são reajustadoscom regularidade. O último reajuste ocorreu no dia 1ºde maio, Dia do Trabalhador. Ao acabar com a inde-

xação, o governo golpista compromete a regularidadedos reajustes. O ministro interino e golpista do De-senvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmouem entrevista que “um pente-fino” no Bolsa Famíliapoderá provocar o desligamento de até 10% dos be-neficiários do programa.

10. Fim da Controladoria-Geral da União10. Fim da Controladoria-Geral da União10. Fim da Controladoria-Geral da União10. Fim da Controladoria-Geral da União10. Fim da Controladoria-Geral da UniãoO argumento dos golpistas é que a criação do

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controlesupre a extinção da Controladoria-Geral da União(CGU). Na realidade, a ação enfraquece a indepen-dência no combate à corrupção, porque o órgão deixade funcionar respondendo diretamente à Presidênciada República.

11. Redução do SUS11. Redução do SUS11. Redução do SUS11. Redução do SUS11. Redução do SUSO ministro interino e golpista da Saúde, Ricardo

Barros, já apresentou um “pacote” de medidas quecolocam em risco o futuro da Saúde no País. Em entre-vista ao jornal Folha de S.Paulo, Barros disse que oEstado não vai “conseguir sustentar o nível de direitosque a Constituição determina”. A frase já é uma enor-me afronta à Constituição brasileira, mas revela algomais perverso: o Sistema Único de Saúde (SUS) seráreduzido e fragilizado, atendendo os interesses priva-dos da saúde.

12. Fim do MDA12. Fim do MDA12. Fim do MDA12. Fim do MDA12. Fim do MDAO fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA), incorporado à pasta Desenvolvimento Social,significa um retrocesso para as conquistas da agricul-tura familiar e da reforma agrária no País.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) criticou asiniciativas do governo ilegítimo de Michel Temer que“começou com erros e muita impopularidade”. Deacordo com Zé Geraldo, o País vive um momentomuito difícil. “Deram um golpe perverso e não sabemo que fazer agora. Todas as medidas vão na linha degerar, sim, mais desemprego, vão na linha de tirar

Michel Temer está fazendo um estrago, desabafa Zé Geraldoganhos do bolso dos trabalhadores e das trabalhado-ras deste País, vão na linha de frear todos os progra-mas sociais. Um verdadeiro desmonte”, afirmou.

Zé Geraldo enumerou, com perplexidade, as di-versas ações contra o Brasil já praticadas pelo governoilegítimo. “Michel Temer quer desmontar a EmpresaBrasil de Comunicação (EBC), que foi construída por

muitas mãos, de forma democrática, independente-mente de partido, de governo, para ser uma empresade comunicação diferente dos meios de comunicaçãoprivados neste País; fechou embaixadas nos paísespobres. Dificilmente, vai fechar embaixadas nos Esta-dos Unidos, na França, na Inglaterra. Planeja umaReforma da Previdência para retirar direitos”, disse.

PELA DEMOCRACIA