roteiro barragens

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  • 8/3/2019 roteiro barragens

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 1ITEM: CAPA

    ROTEIRO DE AUDITORIA

    BARRAGENS

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 2ITEM: APRESENTAO

    APRESENTAOConsoante a prioridade do Ministro-Presidente Humberto Guimares Souto em

    aprimorar os mecanismos de controle externo, especificamente em obras pblicas, foi promovidopelo Tribunal, em parceria com a Universidade de Braslia, a ps-graduao latu sensu Curso deEspecializao em Auditoria de Obras Pblicas.

    Este roteiro de auditoria um dos produtos deste curso e foi elaborado tanto para provero Tribunal de um procedimento especfico de auditoria em obras de barragem como para cumprir anecessidade de elaborao de uma monografia de concluso do curso de especializao.

    No mbito do Tribunal, este documento pretende fornecer melhores subsdios aosanalistas no desempenho de suas funes tcnicas, visando ao contnuo incremento de qualidade,objetividade e homogeneidade dos trabalhos desenvolvidos.

    A expectativa de que aliado ao auxlio e contribuio de todos os que vierem a seutilizar deste valioso instrumento de controle, oferecendo crticas e sugestes para o seu contnuoaperfeioamento mais um importante passo esteja sendo dado no caminho da consolidao deuma metodologia eficaz de controle.

    Por fim, agradecemos em especial ao Professor Andr Pacheco de Assis, PhD,integrante do corpo docente do curso de especializao, em face de sua importante a orientao para

    elaborao deste trabalho e enfatizamos o grande proveito para o Tribunal de Contas da Unio darealizao de cursos especializados com a finalidade de promover o constante aperfeioamento deseus funcionrios.

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 3ITEM: SUMRIO

    SUMRIO

    1. INTRODUO..............................................................................................................................................................5

    2. ROTEIRO DE VERIFICAO...................................................................................................................................6

    2.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA................................................................................................................... ...6

    2.1.1 Cadastro Bsico................................................................................................................................................62.1.2 Pesquisa de Fiscalizaes Anteriores...............................................................................................................62.1.3 Pesquisas em Sistemas Informatizados.............................................................................................................62.1.4 Solicitao de Documentao...........................................................................................................................62.1.5 Aquisio de Conhecimento Especfico.............................................................................................................7

    2.1.5.1 Conceitos bsicos.......................................................................................................................................................7

    2.1.5.2 Fases de projeto........................................................................................................................................................122.2 EXECUO DA AUDITORIA..............................................................................................................................15

    2.2.1 PROJETO BSICO.........................................................................................................................................152.2.1.1 Orientaes Preliminares..........................................................................................................................................15

    2.2.1.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................15

    2.2.1.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................16

    2.2.1.4 Custos.......................................................................................................................................................................18

    2.2.2 PROJETO EXECUTIVO.................................................................................................................................202.2.2.1 Orientaes Preliminares..........................................................................................................................................20

    2.2.2.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................20

    2.2.2.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................20

    2.2.3 LICITAO.....................................................................................................................................................212.2.3.1 Orientaes Preliminares..........................................................................................................................................21

    2.2.3.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................21

    2.2.3.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................22

    2.2.4 CONTRATOS...................................................................................................................................................242.2.4.1 Orientaes Preliminares .........................................................................................................................................24

    2.2.4.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................24

    2.2.4.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................25

    2.2.5 CONVNIOS...................................................................................................................................................26

    2.2.5.1 Orientaes Preliminares .........................................................................................................................................26

    2.2.5.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................26

    2.2.5.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................27

    2.2.6 EXECUO FSICA DA OBRA......................................................................................................................272.2.6.1 Orientaes Preliminares .........................................................................................................................................27

    2.2.6.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................27

    2.2.6.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................31

    2.2.7 EXECUO FINANCEIRA/ORAMENTRIA..............................................................................................322.2.7.1 Orientaes Preliminares .........................................................................................................................................32

    2.2.7.2 Verificaes Bsicas.................................................................................................................................................33

    2.2.7.3 Verificaes Complementares..................................................................................................................................33

    2.2.8 RECEBIMENTO DA OBRA............................................................................................................................33

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 5ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    1. INTRODUO

    Este roteiro de auditoria tem por finalidade especfica subsidiar os analistas desteTribunal com um instrumento til, simples e objetivo para o melhor desenvolvimento dostrabalhos relativos a auditorias em obras de barragens, buscando homogeneizar os

    procedimentos, tcnicas, relatrios e processos.

    de se ressaltar que este material dever ser, quando oportuno, utilizado em conjuntocom os procedimentos de auditoria de licitaes, contratos e convnios (PAs 03, 04 e 01,respectivamente) deste Tribunal.

    O roteiro est estruturado da seguinte forma:

    recomendaes para a fase de planejamento da auditoria;

    itens de verificaes bsicas e complementares a serem observados durante a fase deexecuo da auditoria;

    recomendaes para estruturao do relatrio;

    relao da documentao bsica e complementar que deve compor o processo;

    glossrio;

    relao da legislao, smulas e decises do Tribunal com relao licitao,contratao e fiscalizao de obras pblicas, bem como das principais normastcnicas da ABNT aplicveis a barragens; e

    bibliografia.

    Todas as etapas de verificaes, relacionadas com a fase de execuo da auditoria,esto divididas em bsicas e complementares, sendo as bsicas destinadas a levantamentos deauditoria, ou seja, a auditorias mais expeditas, cujos prazos de execuo so curtos (Fiscobras); eas complementares destinadas a auditorias mais complexas que demandam anlises maisespecficas. So abordados tanto aspectos legais de licitao, contratos e convnios, quantoaspectos tcnicos de engenharia.

    Das verificaes relativas a licitao, contrato e convnios, o usurio notar quealgumas das aqui elencadas esto presentes tambm nos PAs 01, 03, 04. Tal medida foi tomada

    para que as verificaes especficas de obras estivessem aqui contempladas, de modo a no seperder a seqncia lgica dos trabalhos.

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 6ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    2.ROTEIRO DE VERIFICAO

    2.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

    2.1.1 Cadastro Bsico

    A fim de facilitar o registro das informaes bsicas de cada obra, a equipe poder enviar,previamente ao incio dos trabalhos de campo, o formulrio sugerido no Apndice (6.5 Modelo deCadastro)ao gestor do(s) contrato(s). Tal procedimento visa otimizar o tempo dos auditores, poisem vez de buscar esses dados nos documentos (contratos e convnios, principalmente), j os

    encontraro registrados, bastando, portanto, conferir sua fidedignidade.Vale ressaltar que o formulrio sugerido contm as principais informaes a serem

    inseridas no sistema Fiscobras.

    2.1.2 Pesquisa de Fiscalizaes Anteriores

    A equipe dever pesquisar no mbito do Tribunal de Contas da Unio e, sempre quepossvel, da Secretaria Federal de Controle Interno e de outros Tribunais de Contas, a existncia defiscalizaes anteriores relativas mesma obra, a fim de levantar informaes que subsidiaro adefinio do escopo da auditoria.

    2.1.3 Pesquisas em Sistemas Informatizados

    A equipe dever efetuar pesquisas nos sistemas Siafi e Siasg, a fim de levantarinformaes bsicas referentes ao volume de recursos orados, empenhados e liquidados; contratose convnios com seus respectivos termos aditivos; empresas contratadas para execuo da obra;unidades gestoras e oramentrias envolvidas; beneficirios das notas de empenho e das ordens

    bancrias etc.

    2.1.4 Solicitao de Documentao

    Previamente ao incio da fase de execuo da auditoria, a equipe dever elaborar assolicitaes dos documentos necessrios definidos pelas pesquisas anteriores e, se julgar oportuno,

    j encaminh-las aos rgos responsveis, a fim de que sejam disponibilizados a partir do primeiro

    dia da fase de execuo da auditoria, com o objetivo de otimizar o tempo disponvel para realizaodos trabalhos.

    De forma geral, os documentos bsicos a serem solicitados so:

    Processo licitatrio completo, conforme o disposto do art. 38 da Lei n 8.666/93(inclusive documentao relativa ao estudo de viabilidade, projeto bsico e projeto executivo);

    Caso seja inexigvel ou dispensvel a licitao, os documentos relativos aoprocedimento respectivo;

    Caso no tenha sido iniciado o procedimento de licitao, todos os documentosrelativos ao estudo de viabilidade e ao projeto bsico, conforme disposto no inciso IX do art. 6 da

    Lei n 8.666/93;

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 7ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    2.1.5 Aquisio de Conhecimento Especfico

    2.1.5.1 Conceitos bsicosPreliminarmente ao roteiro, de fundamental importncia que se apresente conceitos

    bsicos de obras de barragens a fim de que a equipe de auditoria tenha conhecimento do cenrioque ir encontrar quando da realizao dos trabalhos.

    Fotos: Vista area de barragens

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 8ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    A equipe dever estudar as caractersticas bsicas de obras de construo de barragens,de forma a melhor compreender o objeto da auditoria. Sugerem-se como fontes de estudo ossites da Centrais Eltricas do Brasil S.A. Eletrobras (www.eletrobras.gov.br/atuacao/recursos)e do Comit Brasileiro de Barragens (www.cbdb.org.br) - os principais arquivos encontram-sedisponveis na home-page da Secob. No primeiro, pode-se encontrar, alm de uma descriodetalhada das etapas do planejamento de uma barragem, a descrio dos servios necessrios construo de uma pequena central hidreltrica, que, no tocante s obras civis, so aplicveis aqualquer barragem. No segundo, encontram-se informaes tcnicas sobre diversas barragensconstrudas ou em construo no Brasil. Boa parte do resumo a seguir foi extrado dessas fontes.

    Podemos destacar duas finalidades bsicas desse tipo de obra:

    Barragem de regularizao: regularizao do regime hidrolgico do rio peloarmazenamento de gua nos perodos de afluncia maior do que a demanda a fim de garantirvazes efluentes nos perodos de estiagem superiores s naturais;

    Barragem de reteno: reteno de gua, sedimentos ou outros tipos de resduos,possibilitando o amortecimento de ondas de cheia e, consequentemente, inundaes.

    Nesse contexto, barragem a estrutura que tem a funo de represar a gua,visando, com a elevao do nvel dgua do rio, possibilitar a alimentao da tomada dgua.

    No caso de locais de baixa queda, a barragem tem tambm a funo de criar o desnvelnecessrio produo da energia desejada.

    O tipo de barragem escolhido em funo das caractersticas topogrficas egeolgico-geotcnicas do stio, considerando-se, ainda, a disponibilidade de materiais naturais deconstruo e o processo construtivo a ser utilizado.

    Esse tipo de obra deve ser concebido sob um enfoque sistmico, considerando asinmeras variveis envolvidas: geologia local, disponibilidade de materiais de construo e mo-de-obra, reas de emprstimo, reas que sero inundadas, interferncias com a infra-estruturaexistente (cidades, rodovias, reas indgenas, meio ambiente, etc.).

    Especificamente em relao barragem, podemos destacar duas estruturas bsicas: a do macio e as fundaes. O projeto deve ser concebido de forma a manter asegurana do conjunto, bem como sua estanqueidade passagem de gua pelo macio ou atravs

    da fundao..Com esse objetivo, diversos so os componentes presentes em uma obra desse

    porte: tomada dgua, vertedouro, canal de fuga, filtros. O detalhamento desses conceitos feitono glossrio do presente roteiro.

    A prtica atual em projetos de aproveitamentos hidreltricos tem adotado,preferencialmente, os seguintes tipos de barragem:

    a - BARRAGEM DE TERRA:

    apropriada para locais nos quais a topografia se apresente suavemente ondulada,nos vales pouco encaixados, e onde existam reas de emprstimo de materiais argilosos/arenosossuficientes para a construo do macio compactado.

    http://www.eletrobras.gov.br/atuacao/recursoshttp://www.cbdb.org.br/http://www.eletrobras.gov.br/atuacao/recursoshttp://www.cbdb.org.br/
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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 9ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    Um local considerado adequado para implantao de uma barragem de terradever possuir as seguintes caractersticas: reas de emprstimo e pedreiras localizadas em cotassuperiores s da barragem, visando facilitar o transporte de materiais ou situadas dentro da reado futuro reservatrio, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental; as fundaes devem terresistncia e estanqueidade suficientes; posicionamento do eixo em local mais estreito do rio,visando-se reduzir o volume da barragem; margens do reservatrio estveis, visando-seminimizar escorregamentos.

    importante destacar que, em regra, existem diversas reas de emprstimo, nombito do mesmo empreendimento, selecionadas de acordo com a disponibilidade de material eda distncia desse material ao local em que ser aplicado.

    Esse tipo de barragem pode ser subdividido em: homognea, quando h

    predominncia de um nico material; e zonada, quando h mais de dois tipos de materiaispredominantes.

    O projeto dever prever a proteo dos taludes, para evitar a eroso do materialcompactado no corpo da barragem, bem como a presena de filtros verticais (preveno docarreamento do material no sentido montante e jusante) e de filtros horizontais (preveno docarreamento do material de fundao e promoo da drenagem das guas de percolao por meioda fundao e do macio compactado).

    m2

    1

    borda livre

    NA mx.

    1m1

    Hh

    aterrocompactado

    0,3h

    crista

    proteo com grama

    dreno de p

    m1 = inclinao do talude de montante;m2 = inclinao do talude de jusante;H = altura da barragem (m).

    Obs: as medidas apresentadas so ilustrativas, podendo variar caso a casoFigura 1 Exemplo de seo de barragem homognea

    Caso o material a ser utilizado na compactao apresentar caractersticas de baixapermeabilidade, o projeto consistir em macio homogneo com sistema de drenagem internocom a finalidade de evitar a possibilidade do fluxo atingir o talude de jusante e a formao depiping (eroso regressiva).

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 10ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    NA mx.

    1m1

    m2

    1

    filtros

    cristarip-rap

    argila compactadaargila compactada

    Figura 2 Exemplo de seo de barragem homognea com filtro interno

    Para as barragens zonadas deve haver um ncleo de material terroso impermevelcom zonas de filtro como transio entre os diversos materiais.

    Hh

    NA mx.

    1m1

    m2

    11

    solo permevel solo permevel

    m3

    filtros

    ncleoimpermevel 1

    m4

    transies

    crista

    Obs: as medidas apresentadas so ilustrativas, podendo variar caso a caso

    Figura 3 Exemplo de seo de barragem zonada

    b - BARRAGEM DE ENROCAMENTO:

    apropriada para os vales medianamente encaixados em regies rochosas, nasquais o capeamento de solo muitas vezes no existe ou pouco espesso, onde existam condiesadequadas de fundaes e pedreiras facilmente explorveis a custo competitivo e/ou excesso de

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 11ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    escavaes obrigatrias em rocha. A inexistncia de reas de emprstimo de solos argilosostorna antieconmica a adoo de barragem de terra nesses locais.

    Tem sua implantao adequada em local com as seguintes caractersticas:disponibilidade de material rochoso em quantidade suficiente; possibilidade de utilizao diretado material, sejam os mesmos provenientes da escavao das fundaes das outras estruturas oudas pedreiras; a largura do vale, na cota da crista da barragem, mais estreita no trechoaproveitvel do rio, visando-se reduzir o volume da barragem; e fundaes e as ombreirasresistentes e estanques.

    Quando h predominncia de material rochoso em sua seo, pode-se adotar doistipos de concepo distintos: com membrana externa impermevel (concreto, asfalto, etc) e comncleo impermevel interno (seo mista). A vantagem do primeiro tipo est ligada

    possibilidade de que o trecho de montante da barragem constitua-se na prpria ensecadeira.

    Hh

    NA mx.

    enrocamento

    m2

    1

    m11

    crista

    transio

    face de concreto

    plinto

    Figura 4 Exemplo de seo de barragem de enrocamento com face de concreto

    Hh

    NA mx.

    argilaimpermevel

    1m1 m2

    1m4

    1

    m31

    enrocamento enrocamento

    crista

    transies

    ncleo

    Figura 5 Exemplo de seo de barragem mista

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 12ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    O ncleo impermevel interno constitudo por material terroso impermevel,contido por espaldares de enrocamento, e com zonas de filtro e transio entre o ncleo e oenrocamento. A posio do ncleo pode ser inclinada ou central (simtrica).

    c - BARRAGEM DE CONCRETO, CONVENCIONAL OU COMPACTADO A ROLO(CCR), EM SEO TIPO GRAVIDADE:

    Capaz de resistir, com seu peso prprio, presso da gua do reservatrio e subpresso das guas que se infiltram pelas fundaes. recomendado para vales estreitos,encaixados, em macio rochoso pouco fraturado e com boas condies de fundao. Sua seoda barragem pode incorporar o vertedouro quando as condies topogrficas do local

    dificultarem a concepo de vertedouro lateral.

    b 2b 1

    B

    0 , 3 0

    1 , 0 0

    H

    H v

    N A m x .

    N A n o r m a l

    s u p e r f c i e d o

    t e r re n o n a t u r a l

    l m i n a v e r te n t e

    n o t a : d im e n s e s e m m e t ro

    m u r e t a e v e n t u a l

    1 , 0 0

    0 , 5 0

    0 , 1 0

    0 , 7 0

    1

    1

    b 1 = 0 , 1 0 Hb 2 = 0 , 7 0 H

    Obs: as medidas apresentadas so ilustrativas, podendo variar caso a caso

    Figura 6 Exemplo de seo de barragem de concreto

    2.1.5.2 Fases de projeto

    Os estudos relativos ao projeto de barragens exigem aprofundamento necessrio para que no momento da execuo da obra no sejam encontrados fatos no previstos queexigiro adequaes ao projeto inicial e substanciais incrementos de custos, o que pode,

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 13ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    inclusive, inviabilizar a implantao do empreendimento. Para o correto desenvolvimento dessesestudos, podemos subdividi-lo em cinco etapas, consoante se segue:

    1 fase - ESTIMATIVA DO POTENCIAL HIDRELTRICO

    a etapa dos estudos em que se procede a anlise preliminar das caractersticas dabacia hidrogrfica, especialmente quanto aos aspectos topogrficos, hidrolgicos, geolgicos eambientais, no sentido de verificar a vocao da bacia para gerao de energia eltrica.

    Essa anlise, exclusivamente pautada nos dados disponveis, permite efetuar umaprimeira avaliao do potencial, definir prioridades, prazos e os custos dos estudos da etapa

    seguinte.

    2 fase - ESTUDOS DE INVENTRIO HIDRELTRICO

    a etapa em que se determina o potencial hidreltrico da bacia hidrogrfica e seestabelece a melhor diviso de queda, mediante a identificao dos aproveitamentos que, no seuconjunto, propiciem o mximo de energia, ao menor custo e com o mnimo impacto ao meioambiente.

    Essa anlise efetuada com base em dados secundrios, complementados com

    essenciais informaes de campo, e pautado em estudos bsicos cartogrficos,hidrometeorolgicos, energticos, geolgicos e geotcnicos, ambientais e outros usos de gua.Dessa anlise resultar um conjunto de aproveitamentos, suas principais caractersticas, ndicescusto - benefco e ndices ambientais.

    Embora o durao dessa fase possa levar at 4 anos, percebe-se, atualmente, areduo desses prazos, notadamente em funo dos dados j disponveis, visto que a grandemaioria das bacias j tem informaes parciais relativas a estudos de inventrio.

    3 fase - ESTUDOS DE VIABILIDADE

    a etapa em que se define a concepo global de um dado aproveitamento, dadiviso de queda selecionada na etapa anterior, visando sua otimizao tcnico-econmico eambiental e a obteno de seus benefcios e custos associados. Essa concepo compreende odimensionamento do aproveitamento, as obras de infra-estrutura local e regional necessrias asua implantao, o reservatrio, a rea de influncia, os outros usos da gua e as aes scio-ambientais correspondentes.

    Os Estudos de Viabilidade se constituem em documento de suporte tcnico paraos processos de licitao da concesso.

    O perodo de durao dessa etapa depende sobremaneira da qualidade dostrabalhos realizados na fase de inventrio, mas estima-se situar entre 1 e 2 anos.

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS - BARRAGENS PGINA: 14ITEM: ROTEIRO DE VERIFICAO

    4 fase -PROJETO BSICO

    a etapa em que o aproveitamento, concebido nos Estudos de Viabilidade, detalhado de modo a definir, com maior preciso, a segurana das estruturas atravs dodesenvolvimento das caractersticas tcnicas do projeto, as especificaes tcnicas das obrascivis e equipamentos eletromecnicos, bem como os projetos scio-ambientais.

    O tempo estimado para a elaborao do Projeto Bsico situa-se na faixa de 1 a 2anos.

    Em virtude de sua importncia, o conceito de projeto bsico definido, no mbitodas obras pblicas, pelo art. 6, inciso IX, da Lei n 8.666/93, como o conjunto de elementosnecessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio,ou complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dosestudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade tcnica e o adequado tratamento doimpacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e adefinio dos mtodos e do prazo de execuo.

    O detalhamento da anlise desse projeto ser feito em item especfico do presenteroteiro. Porm, verifica-se que a exigncia legal pressupe a existncia dos estudos anteriores(inventrio hidreltrico e viabilidade), ou seja, a definio legal mais ampla que odetalhamento das etapas mencionadas sob o enfoque da engenharia.

    5 fase - PROJETO EXECUTIVO

    a etapa em que se processa a elaborao dos desenhos de detalhamento dasobras civis e dos equipamentos eletromecnicos, necessrios a execuo da obra e a montagemdos equipamentos. Nesta etapa so tomadas todas as medidas pertinentes implantao doreservatrio e dos projetos scio-ambientais

    De acordo com a Lei n 8.666/93, o conjunto dos elementos necessrios esuficientes execuo completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas (ABNT).

    desenvolvido simultneamente execuo da obras (durao de 4 a 6 anos).

    Nessa etapa so desenvolvidos todos os desenhos definitivos que expressam comfidedignidade os servios executados, tambm chamados de as built.

    Esses desenhos so de extrema valia quando da realizao de uma auditoria aposteriori.

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 15ITEM: GLOSSRIO

    2.2 EXECUO DA AUDITORIA

    2.2.1 PROJETO BSICO

    2.2.1.1 Orientaes Preliminares

    A avaliao do projeto bsico uma das etapas mais importantes da auditoria, poisgrande parte das irregularidades encontradas tm sua origem na deficincia do projeto bsico.

    Os diversos elementos que o compem (estudo de viabilidade, estudos geotcnicos eambientais, plantas e especificaes tcnicas, oramento detalhado, etc.) muitas vezesapresentam-se inconsistentes ou mesmo no existem, gerando problemas futuros de significativamagnitude.

    Entre as conseqncias de um projeto bsico deficiente, podem-se destacar:

    - falta de efetividade ou alta relao custo/benefcio do empreendimento, devido inexistncia de estudo de viabilidade adequado;

    - alteraes de especificaes tcnicas, devido falta de estudos geotcnicos ouambientais adequados;

    - alteraes contratuais em funo da insuficincia ou inadequao das plantas eespecificaes tcnicas, envolvendo negociao de preos.

    De se ressaltar que essas conseqncias acabam por frustrar o procedimento licitatrio,dadas as diferenas entre o objeto licitado e o que ser efetivamente executado, o que sugere aconvenincia de se promover audincia do responsvel pela aprovao do projeto bsico, quandoesse se apresenta inadequado.

    O aprofundamento das verificaes a seguir est diretamente relacionado com asdiscrepncias que sero encontradas quando da comparao dos servios executados com os

    previstos inicialmente.

    2.2.1.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Se foi realizado estudo de viabilidade para o empreendimento;

    Se existe projeto bsico para toda a obra;

    Qual a data de sua elaborao;

    Se o projeto bsico possui todos os elementos necessrios;

    Caso necessrio, consultar definio de projeto bsico e relao de seus elementos no glossrio.

    Se existe Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART) do(s) responsvel(is) pela suaelaborao;

    Caso necessrio, consultar definio de ART no glossrio.

    Se a Administrao gestora do empreendimento adotou procedimento no sentido delevantar as condies dos registros profissionais dos autores do projeto bsico, junto ao rgofiscalizador competente, com o objetivo de facilitar a imputao de penalidades administrativas,

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 16ITEM: GLOSSRIO

    civis e penais, no caso de danos causados ao errio pela m execuo dos referidos projetos(Acrdo n 580/2003- TCU - 2 Cmara);

    Qual o valor previsto para execuo da obra;

    Se possui oramento detalhado de custos unitrios;

    Quais as referncias de custo utilizadas pela Administrao para elaborao desteoramento;

    Se o custo da obra est compatvel com valor de mercado;

    Se possui a licena ambiental;

    Caso necessrio, consultar esclarecimentos quanto exigncia de licena ambiental no glossrio.

    2.2.1.3 Verificaes ComplementaresVerificar:

    Se o planejamento do empreendimento passou pelas seguintes etapas: estimativa dopotencial hidreltrico, estudos de inventrio hidreltrico, estudos de viabilidade, projeto bsico e projeto executivo (conforme a boa tcnica recomendada pela ANEEL e Eletrobras paraimplantao de um aproveitamento hidreltrico);

    Se foi realizada licitao para elaborao do estudo de viabilidade, caso no tenhasido elaborado pela prpria administrao;

    Se os profissionais responsveis pelo estudo de viabilidade detm capacitao tcnicacompatvel com a complexidade da tarefa;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram coletados, catalogados e analisados osseguintes dados (conforme a boa tcnica prescrita pela Eletrobras para Pequenas CentraisHidreltricas):

    Mapas temticos e imagens de satlites e radar;

    Base cartogrfica, rede de apoio bsico fundamental esuplementar, levantamentos aerofotogramtricos, topogrficos e

    batimtricos;

    Relatrios de planejamento regional, planos diretoresmunicipais, planos setoriais (tais como planos rodoferrovirios ehidrovirios);

    Relatrios de estudos de outros aproveitamentos hidreltricosda bacia hidrogrfica, inclusive os Estudos de Impacto Ambiental;

    Relatrios de Estudo de Inventrio Hidreltrico da bacia emque se insere o aproveitamento, inclusive os estudos ambientais jrealizados;

    Sistema energtico em que se insere o aproveitamento;

    Bancos de dados, relatrios e estudos scio-ambientais; Dados e relatrios de estudos geolgicos, geotcnicos, de

    recursos minerais e de sismicidade;

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 17ITEM: GLOSSRIO

    Dados e relatrios de estudos hidroclimatolgicos ehidrometeorolgicos;

    Relatrios de estudos pedolgicos;

    Relatrios sobre gesto global dos recursos hdricos da bacia,destacando-se a existncia de diagnsticos de bacias na ANEEL e deComits de Bacias;

    reas de preservao ambiental, reas indgenas, reas deremanescentes de quilombos, reas de relevante interesse para o patrimnioarqueolgico, paisagstico e espeleolgico;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizadas inspees de campo com vistas

    a confirmar e detalhar as informaes decorrentes da anlise de que trata o item anterior; Se o estudo de viabilidade definiu a rea de influncia direta e a indireta do

    empreendimento;

    Se o estudo de viabilidade analisou alternativas de aproveitamento, que confirmem oualterem a proposta contida no Relatrio de Inventrio Hidreltrico;

    Se foram elaborados Relatrio de Planejamento dos Estudos Ambientais, Estudo deImpacto Ambiental (EIA) e Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA);

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentosaerofotogramtricos das provveis reas do reservatrio;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentostopobatimtricos, incluindo: amarrao topogrfica das investigaes geolgico-geotcnicas,apoio topogrfico ssmica de reflexo, levantamento topogrfico das reas das fontes potenciaisde materiais naturais de construo, pesquisas topogrficas e levantamentos de eventuais selas nas

    bordas do futuro reservatrio, levantamento topogrfico da rea das vilas residenciais (sehouver) e levantamentos topogrficos de apoio;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentoshidrometeorolgicos, incluindo medies de descarga lquida e slida e instalao e operao deestao evapoclimatolgica;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos geolgicos egeotcnicos, incluindo investigaes manuais, mecnicas e geofsicas, ensaios geotcnicos egeomecnicos e investigaes complementares;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos scio-ambientais, incluindo pedologia e uso do solo, qualidade da gua, limnologia, fauna aqutica,fauna terrestre, cobertura vegetal, unidades de conservao e outras reas de interesse ecolgico,qualidade de vida da populao, organizao territorial, atividade produtivas e organizao da

    produo, organizao social, cultural e poltica da populao, patrimnio cultural, espeleolgicoe arqueolgico, populaes indgenas, populaes remanescentes de quilombos e populao eequipamentos de infra-estrutura na rea de influncia direta;

    Se, quando do estudo de viabilidade, foram realizados levantamentos de custos,incluindo obras civis, equipamentos eletromecnicos e custos scio-ambientais;

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 18ITEM: GLOSSRIO

    Se foi realizada licitao para elaborao do projeto bsico, caso no tenha sidoelaborado pela prpria administrao;

    Se os profissionais responsveis pelo estudo de viabilidade detm capacitao tcnicacompatvel com a complexidade da tarefa;

    Se o projeto bsico foi elaborado de acordo com as Norams da ANEEL sobre oassunto;

    Se foi analisada a possibilidade de adoo de solues alternativas que facultassem areduo de custos;

    Se o projeto bsico prev alguma tcnica construtiva no convencional;

    Caso afirmativo, verificar: se h justificativa tcnica; se esta justificativa tcnica coerente; se foi

    realizada anlise do custo-benefcio e do desempenho tcnico dessa nova tcnica;

    Se o projeto bsico foi aprovado pela autoridade competente;

    2.2.1.4 Custos

    A matria relativa a custos de suma importncia para a anlise da boa e regularaplicao dos recursos na obra.

    Diferentemente de obras de edificao, onde encontramos diversos referencias de custos

    por m2, a aferio do custo de barragens uma tarefa mais delicada, visto haver uma maiordificuldade para a definio de parmetros globais.

    Diversos so os fatores que dificultam a obteno desses parmetros, como por exemploos perfis geolgicos e geogrficos tpicos de cada regio ou as distncias dos grandes centrosfornecedores de matria-prima.

    Dessa forma, fundamental se faz a anlise dos preos unitrios referentes aos principaisservios, por meio da anlise da composio analtica adotada no projeto bsico. Se possvel,compar-los, levando em conta as peculiaridades, aos preos de contratos em obras similares(CODEFASF, DNOCS, etc.).

    Existe, tambm, uma excelente alternativa disponibilizada pela Eletrobras em seu site

    (www.eletrobras.gov.br), que a possibilidade de se efetuar o download de um sistemaespecficos de custos, inclusive com manual explicativo - Sisorh. Transcrevemos abaixo um breveresumo da estruturao desse sistema:

    Para a gerao de oramentos, so cadastrados dados especficos dos projetos que sero orados. Almdesses, so cadastrados, tambm, os dados comuns, que podem ser utilizados por todos os projetos. Esses dadoscomuns constituem a base conceitual, em torno da qual se busca uma unificao dos aspectos relativos ao processooramentrio. Eles podem ser subdivididos em quatro partes:

    definies sobre estruturas oramentrias possveis;

    tecnologias de construo;

    descries dos insumos; e

    listas de preos dos insumos.

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    Para cada parte dessas h um conjunto de classes as quais contm objetos onde as descries gerais,

    independentes dos projetos especficos, so feitas.

    Os dados dos projetos so definidos na classe Projeto, estabelecendo-se referncias aos objetos da baseconceitual e cadastrando-se dados que os particularizam.

    Visando uma maior flexibilidade e modularidade na especificao dos projetos que sero orados peloSISORH, faz-se o uso de uma estrutura hierrquica para a definio do mesmo. Esta estrutura mostrada na figura aseguir.

    Projeto

    Estrutura

    Subestrutura

    Servio

    ComposiesBsicas

    CustosGabarito

    ServiosdeTerceiros

    .

    .

    ....

    .

    .

    ....

    .

    .

    ....

    .

    .

    ....

    Equipa-Materiais ComposiesBsicas

    Associadas

    (param)

    (param)

    (param)

    (param)

    (param)*

    *Obs.: Osparmetrossereferemsomentecomposiobsica

    Mo-de-Obramentos

    InstalaesIndustriais

    Conforme pode ser observado na figura:

    Cada projeto definido como um conjunto de estruturas.

    Cada estrutura composta por um conjunto de subestruturas.

    Cada subestrutura composta por um conjunto de servios.

    Cada servio formado por um conjunto de composies bsicas, um de custos gabarito e um outro deservios de terceiros.

    As composies bsicas refletem as tecnologias de construo. Ao se definir a utilizao de umacomposio, determina-se, indiretamente, a utilizao de insumos (materiais, mo-de-obra, equipamentos einstalaes industriais) e composies associadas, usadas para implementar uma composio maiorsubdividida em outras.

    importante notar que, em alguns nveis da hierarquia, aparece o identificador (param). Ele indica osnveis onde podem ser feitas definies de parmetros de clculo para o projeto. Deve ficar claro que estesparmetros no precisam ser definidos em todos os nveis hierrquicos. Ao se fazer o clculo do oramento para umdeterminado nvel da hierarquia, o sistema procura utilizar os parmetros definidos neste nvel. Caso um parmetrono esteja definido, ele ser procurado no nvel imediatamente superior, e, assim, sucessivamente at que sejaencontrado um valor. Desta forma, por exemplo, quando o SISORH calcula o custo unitrio de uma composio

    bsica, ele procura os parmetros definidos especificamente para ela. Se no os encontrar, passa a procur-los noservio no qual est inserida a composio bsica. Se ainda no encontrar, passa para a subestrutura que contm oservio e assim por diante.

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    2.2.2 PROJETO EXECUTIVO

    2.2.2.1 Orientaes PreliminaresO projeto executivo detalha os elementos construtivos do projeto bsico, como, por

    exemplo, detalhes da fixao de equipamentos na casa de fora (conforme as dimenses doequipamento fornecido), detalhamento da seqncia de servios de terraplenagem, etc.

    fundamental que se apresente coerente com o projeto bsico, de modo que sejarespeitado o vnculo do objeto com o processo licitatrio. Alteraes significativas entre as fasesde projeto bsico e projeto executivo indicam alta possibilidade de deficincia no primeiro.

    De qualquer forma, alteraes procedidas no projeto executivo (em relao ao projetobsico) devem estar tecnicamente justificadas e aprovadas pela autoridade competente.

    Conforme j mencionado neste roteiro, no projeto executivo que so desenvolvidostodos os desenhos definitivos que expressam com fidedignidade os servios executados, tambmchamados de as built. Esses desenhos so de extrema valia quando da realizao de umaauditoria a posteriori.

    2.2.2.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Se o projeto executivo compatvel com o projeto bsico;

    Caso necessrio, consultar definio de projeto bsico e relao de seus elementos no glossrio.

    Se o projeto executivo abrange toda a obra; Qual a data de sua elaborao;

    Se o valor previsto no projeto executivo para execuo da obra compatvel com ovalor previsto no projeto bsico;

    Caso no seja, verificar: se h justificativa tcnica; se esta justificativa tcnica coerente.

    Se o projeto executivo foi (ou ser) realizado pela contratante, pela contratada paraexecuo da obra ou por terceira parte;

    Se existe ART do(s) responsvel(is) pela sua elaborao;

    Se a Administrao gestora do empreendimento adotou procedimento no sentido delevantar as condies dos registros profissionais dos autores do projeto executivo, junto ao rgofiscalizador competente, com o objetivo de facilitar a imputao de penalidades administrativas,civis e penais, no caso de danos causados ao errio pela m execuo dos referidos projetos(Acrdo n 580/2003- TCU - 2 Cmara).

    2.2.2.3 Verificaes Complementares

    Verificar:

    Se o projeto executivo contm todos os elementos necessrios completa execuo daobra;

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    Se o projeto executivo foi realizado antes da licitao ou se foi autorizado pelaAdministrao o seu desenvolvimento concomitante com a execuo da obra;

    Se as tcnicas de construo previstas e os materiais especificados no projetoexecutivo so os mesmos previstos no projeto bsico;

    Caso negativo, verificar: se h justificativa tcnica para essa modificao; se esta justificativa tcnica coerente; se foi realizada uma anlise do custo-benefcio e do desempenho tcnico dessa nova tcnica;e qual a implicao da utilizao dessa nova tcnica no custo da obra.

    Se o projeto executivo foi aprovado pela autoridade competente;

    Se o projeto as builtvem sendo elaborado conforme o contrato.

    2.2.3 LICITAO2.2.3.1 Orientaes Preliminares

    A documentao concernente licitao merece anlise bastante criteriosa, visto quedecises tomadas nessa fase influenciaro sobremaneira a conduo do empreendimento at suaconcluso.

    Alguns aspectos merecem especial ateno, podendo-se destacar os descritos a seguir.

    - Parcelamento da obra em etapas, de modo a aumentar a competitividade sem perder,no entanto, as condies para economia de escala. No caso de barragens, o parcelamento no

    procedimento usual. Geralmente, a execuo da obra fica confiada a um consrcio de empresas,composto por uma empreiteira de obras civis, uma empresa especializada em projetos, efornecedores de equipamentos eletromecnicos, sistemas de elevao de tenso, sistemas decontrole, material hidrulico pesado, etc. Quando a soluo adotada no for essa, ou seja, quandose optar pelo parcelamento da obra, a equipe de auditoria deve estar atenta definio deresponsabilidades por cada servio.

    - Cronograma fsico-financeiro compatvel com o do projeto bsico. Alguns proponentes procuram aumentar os valores das etapas iniciais da obra, o que configuraantecipao de pagamento com riscos para a administrao pblica.

    - Custos unitrios compatveis com os do projeto bsico. Distores significativas podem gerar prejuzos Administrao Pblica (acrscimo de servios com preo unitrioelevado e reduo daqueles cujos preos unitrios esto baixos).

    Quanto aos aspectos legais, o TCU possui PAs de licitao e contratos que devem serconsultados. Neste roteiro, esto explicitados apenas os pontos mais relevantes para uma auditoriade obra de barragem.

    2.2.3.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Qual foi (ou ser) a data da abertura da licitao;

    Qual foi a data de homologao da licitao;

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    Se a modalidade de licitao adotada compatvel com o disposto nos arts. 22 e 23 daLei n 8.666/93;

    Se a obra foi dividida em parcelas;

    OBS.: Caso positivo, verificar se foi respeitada a modalidade de licitao pertinente para a execuototal da obra.

    Se o tipo de licitao adotado adequado;

    Se houve dispensa de licitao;

    OBS.: Caso positivo, verificar se h justificativa; se a justificativa compatvel com as disposies dosarts. 24 e 26 da Lei n 8.666/93.

    Se a licitao inexigvel;

    OBS.: Caso positivo, verificar se h justificativa; se a justificativa compatvel com as disposies dosarts. 25 e 26 da Lei n 8.666/93.

    Se houve a devida publicidade de todas as etapas da licitao;

    Se h conformidade da proposta vencedora com os requisitos do edital e, conforme ocaso, com os preos correntes do mercado ou fixados por rgo oficial competente, ou ainda comos constantes do sistema de registro de preos, conforme dispe o art. 43, inciso IV da Lei n8.666/93 (consulte o anexo especfico neste relatrio que trata da questo preo);

    Se houve exigncias desnecessrias de carter restritivo no edital, especialmente noque diz respeito capacitao tcnica dos responsveis tcnicos e tcnico-operacional das

    empresas interessadas; Se os cronogramas fsico-financeiros propostos pelo licitante vencedor ou pelas

    demais empresas que participaram da licitao so adequados;

    OBS.: Este o caso em que h uma manipulao dos preos unitrios de forma que os servios iniciaisdo contrato ficam muito caros e os finais muito baratos. Tal artifcio permite uma maior capitalizaoda contratada nos primeiros perodos da obra devido antecipao de recursos.Como no h certeza daaplicao dos recursos antecipados na prpria obra, nas fases subseqentes poder haver dificuldadespor parte da empresa na execuo do objeto contratado.

    2.2.3.3 Verificaes Complementares

    Verificar:

    Se houve participao, direta ou indiretamente, na licitao do autor do projeto, bsicoou executivo, pessoa fsica ou jurdica;

    OBS.: A Lei n 8.666/93, em seu art. 9, 1, apenas permite a participao do autor do projeto nalicitao, ou na execuo da obra, como consultor ou tcnico, nas funes de fiscalizao, supervisoou gerenciamento, exclusivamente a servio da Administrao interessada.

    Se h indcios de direcionamento da licitao;

    OBS.: Das informaes contidas nas atas do procedimento licitatrio, deve-se atentar para os casos de:reduzido nmero de empresas participantes no certame licitatrio (entre uma e quatro); a pacfica

    participao nos trabalhos de anlise das propostas pelas empresas interessadas no certame,caracterizada pelo pequeno ou nulo registro de consignaes nas atas; a realizao de procedimentoslicitatrios integrais (da publicao at a adjudicao) em tempo extremamente reduzido; a pequena

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    divergncia de preos globais propostos pelas empresas licitantes; a proporcionalidade de preos entreas propostas das empresas licitantes.

    Se os critrios de medio e pagamento previstos no edital so usuais e se esto emconformidade com o disposto nos arts. XX da Lei n 4.320/64;

    A previso, no instrumentos convocatrio, de clusulas que expressemminuciosamente as penalidades administrativas, civis e penais a serem aplicadas aos responsveis

    pelos erros porventura constatados na elaborao do projetos bsico e executivo (Acrdo n580/2003- TCU - 2 Cmara).

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    2.2.4 CONTRATOS2.2.4.1 Orientaes Preliminares

    J existe no mbito da administrao federal sistema especfico para o cadastramento detodos os contratos e demais informaes relevantes para o acompanhamento de sua execuo,denominado SIASG.

    Atualmente, apenas a administrao direta e parte da indireta utilizam-se desse sistema,porm, comando inserido na lei de diretrizes oramentrias para o exerccio de 2002 prev aconstituio de grupo de trabalho para a insero de todos os rgos e entidades pertencentes administrao federal. Informaes detalhadas podem ser obtidas no site www.

    planejamento.gov.br.2.2.4.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Se a descrio do objeto do contrato a mesma constante do edital de licitao;

    Qual o nmero identificador do contrato;

    o nmero dado pelo rgo pblico responsvel pela obra.

    Qual o cdigo SIASG do contrato;

    o cdigo fornecido pelo SIASG, composto de: n do contrato no SIASG, ano referente ao contrato,

    cdigo da Unidade de Administrao de Servios Gerais (UASG) que, no caso de obras, coincide como nmero da Unidade Gestora (UG). Caso a obra esteja cadastrada no SIASG (atualmente apenas aadministrao direta e as autarquias), possvel a obteno de quase todas as informaes pertinentesvia sistema.

    Qual a data de assinatura;

    Qual a vigncia inicial do contrato;

    Qual o valor inicial do contrato;

    Qual a data-base do oramento do contrato;

    Verificar se esta data-base, para fins de reajuste, a mesma estabelecida no edital.

    Se o contrato, por meio da anlise de suas clusulas, vincula-se ao edital de licitao(ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu) e proposta do licitante vencedor;

    OBS.: Verificar quais as condies de pagamento, os critrios, data-base e periodicidade doreajustamento dos preos, os critrios de atualizao monetria entre a data do adimplemento dasobrigaes e a do efetivo pagamento.

    Se houve termos aditivos;

    Caso afirmativo, verificar as justificativas tcnicas e os cdigos no SIASG.

    Quais os objetos dos termos aditivos;

    Qual a vigncia atual do contrato;

    Qual o novo valor do contrato;

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    Acrescentar os valores referentes aos aditivos. Verificar se os acrscimos respeitam os limites previstosno art. 65, XX 1, da Lei n 8.666/93, ou, se for o caso, os critrios estabelecidos pela DC 215/99-TCU-

    P.

    Se eventuais alteraes de projeto ou cronograma fsico-financeiro foramcontempladas com aditivos contratuais;

    Se os termos aditivos contemplam acrscimos ou supresses de servios; se essesacrscimos foram devidamente justificados (conforme caputdo art. 65 da Lei n 8.666/93); e serespeitam os limites definidos no 1 do art. 65 da Lei n 8.666/93, ou, se for o caso, os critriosestabelecidos pela DC 215/99-TCU-P;

    OBS1.: Caso tenha havido acrscimo de servios, verificar se esses foram contratados pelos mesmospreos unitrios da planilha oramentria apresentada na licitao, conforme dispe o 1 o do art. 65 daLei n 8.666/93;

    OBS2.: As alteraes de quantitativos podem estar ocorrendo para reduzir quantitativos de servioscotados a preos muito baixos e/ou para aumentar quantitativos de servios cotados a preos muitoaltos. Analisar as justificativas apresentadas para as alteraes de quantitativos para verificar suacoerncia e consistncia.

    Se houve acrscimo de servios cujos preos unitrios no estavam contemplados naplanilha original, e se esses foram fixados mediante acordo entre as partes, conforme dispe o 3o

    do art. 65 da Lei n 8.666/93;

    OBS.: verificar se ficou demonstrado que os preos ajustados so condizentes com os praticados nomercado.

    2.2.4.3 Verificaes Complementares

    Verificar:

    Se as especificaes tcnicas para execuo da obra constantes do contrato so asmesmas estabelecidas no projeto bsico;

    Se o ndice de reajustamento previsto no contrato est compatvel com o objetocontratado;

    OBS1.: A Fundao Getlio Vargas possui servio de esclarecimento sobre a adequao de utilizaode cada um de seus ndices. Pode ocorrer a utilizao de um ndice muito genrico para critrio dereajustamento em detrimento de ndice mais especfico. Geralmente, em obras de barragens, soutilizadas cestas de ndices, de acordo com o servio a executar ou bem a fornecer.

    Se as datas-base adotadas nos termos aditivos so as mesmas do contrato original;OBS1.: Especial ateno deve ser dada s datas-base utilizadas para aplicao dos reajustamentos. Emcontratos muito longos em que h ocorrncia de vrios termos aditivos, podem ocorrer datas-basediferentes das do contrato original para os termos aditivos. Tal ocorrncia mais comum quando halteraes de projeto com criao de servios no previstos no contrato. Nesses casos, observar se estsendo considerada data-base distinta para cada termo, para efeito das medies.

    A previso, no instrumento contratual, de clusulas que expressem minuciosamente aspenalidades administrativas, civis e penais a serem aplicadas aos responsveis pelos errosporventura constatados na elaborao do projetos bsico e executivo (Acrdo n 580/2003- TCU- 2 Cmara);

    Outros Ver P.A. de Contratos.

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    2.2.5 CONVNIOS

    2.2.5.1 Orientaes PreliminaresPela leitura do instrumento de convnio a equipe tomar cincia do objeto do convnio

    (que por vezes extremamente impreciso), bem como das obrigaes das partes. Especialateno deve ser dada aos aspectos tcnicos das prestaes de contas peridicas, dada a co-responsabilidade do convenente, bem como aprovao de alteraes de projeto ou deespecificaes tcnicas por parte deste.

    H que se verificar, ainda, se vm sendo cumpridas as obrigaes do concedente no queconcerne fiscalizao dos trabalhos.

    Ademais, existem casos em que foram firmados dois ou mais convnios (por rgos

    distintos da Administrao Pblica) para o mesmo objeto, o que pode fazer com que oconcedente no detecte um eventual sobrepreo.

    Cabe lembrar a existncia de Procedimento de Auditoria especfico de Convnios (P.A.01), que deve ser consultado para a verificao de aspectos legais do acordo.

    Por fim, importante destacar, quanto ao aspecto formal dos itens de verificao aseguir, que h, em alguns casos, distino entre eles. A maior parte dos aludidos itens necessitade juzo de valor por parte do analista (caso do verificar se...), mas h itens que, de formaimediata, assumem a funo apenas informativa, tipo um cadastro, o que caractertica de vrioscampos do Fiscobras (so os itens tipo: Qual(is) ...).

    2.2.5.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Se consta do termo de convnio a descrio detalhada, clara e precisa do objeto; secoincide com a descrio do objeto da licitao, ou seja, se coincide com a descrio da obra;

    Qual a data de assinatura;

    Quais os rgos concedente e convenente;

    Qual a vigncia inicial do convnio;

    Qual o valor inicial; Qual o nmero do convnio no SIAFI;

    Qual a situao atual do convnio;

    Caso esteja concludo, extinto, rescindido ou suspenso, indicar a data da ocorrncia.

    Se houve termos aditivos e indicar quais os seus nmeros;

    Se o convnio teve seu objeto mantido nos termos aditivos;

    Qual a atual vigncia do convnio;

    Qual o valor atual do convnio; Se no h duplicidade de convnios para o mesmo objeto.

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    2.2.5.3 Verificaes Complementares

    Ver P.A. de Convnios

    2.2.6 EXECUO FSICA DA OBRA

    2.2.6.1 Orientaes Preliminares

    Um dos mais importantes aspectos a observar numa auditoria de obra o que se refere amedies e pagamentos. Medies de servios no executados e superestimativas de volumes deservios realizados tm sido comumente encontradas, especialmente em contratos por preosunitrios, o que ir gerar superfaturamento ou, no mnimo, antecipao de pagamentos.

    Quanto aos aspectos tcnicos, especial ateno deve ser dada ao cumprimento dasespecificaes da obra, pois muito comum a contratada procurar aumentar seu lucro por meioda substituio de materiais por outros de menor custo e pior qualidade.

    Finalmente, convm destacar que o Livro de Ocorrncias (ou Dirio de Obra) umaimportante fonte de consulta do analista quando este desejar analisar o desempenho dafiscalizao da obra naquilo que se refere s questes tcnicas.

    2.2.6.2 Verificaes Bsicas

    A. ASPECTOS GERAIS

    Verificar:

    Qual a situao do empreendimento na data da vistoria;

    Indicar a data da vistoria. Situaes possveis: em andamento, paralisado, no iniciado ou concludo.

    Qual a data de incio da execuo;

    Se houve paralisao;

    Qual o percentual executado at a data da vistoria;

    Data prevista para concluso;

    A coerncia entre o percentual realizado e o valor estimado para concluso (este valor informado no subitem 2.7.2);

    Se possvel utilizar parcelas j concludas para a finalidade da obra.

    OBS.: No caso de um s edifcio, geralmente no possvel utilizar fases j concludas.

    Se a execuo da obra est sendo acompanhada e fiscalizada por um representante daAdministrao especialmente designado;

    OBS.: permitida a contratao de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes pertinentes aessa atribuio, conforme dispe caputdo art. 67 da Lei n 8.666/93; essa contratao especialmentenecessria quando o contratante no possui engenheiro com experincia no tipo de obra em execuo.

    Se a obra est sendo executada fielmente pelas partes, de acordo com as clusulasavenadas no contrato, conforme dispe o art. 66 da Lei n 8.666/93;

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 28ITEM: GLOSSRIO

    Se os profissionais responsveis pela obra no so aqueles indicados na fase delicitao para fins de comprovao de capacitao tcnico-profissional, e se seus substitutos

    possuem experincia equivalente ou superior, conforme dispe o 1o inciso I do art. 30 da Lei8.666/93;

    Se os materiais aplicados e os servios executados na obra foram inspecionados pelafiscalizao, com vistas a se constatar o atendimento s especificaes, conforme dispe osincisos I e II do art. 78 da Lei n 8.666/93;

    OBS: verificar se eventuais substituies de materiais especificados foram analisadas e aprovadas pelafiscalizao, e se foram mantidos os mesmos padres de qualidade e preo.

    B. MEDIES E PAGAMENTOS

    Verificar:

    A correlao entre o Programa de Trabalho (PT), notas de empenho e ordensbancrias;

    Se h relatrio que demonstre que a fiscalizao procede rigorosa medio dasetapas j concludas, para a liberao de pagamento de parcelas da obra, de modo a evitar

    pagamentos antecipados ou discrepncias entre os servios medidos e pagos, conforme dispe osarts. 62 e 63 da Lei n 4.320/64 e 1o do art. 67 da Lei n 8.666/93;

    OBS.: Atentar apara a competente atestao das faturas.

    Se as medies acumuladas so compatveis com a previso inicial de quantitativos deservios constante do oramento estimativo do projeto bsico;

    Se as medies acumuladas so compatveis com o cronograma fsico-financeiro daobra a fim de verificar eventuais inconsistncias;

    In loco se o volume desta etapa j executado corresponde ao volume medido pelafiscalizao;

    In loco se o percentual de volume j executado coerente com o volume previsto noprojeto bsico e executivo e com o cronograma fsico da obra;

    Se no ocorreu duplicidade de pagamento de um mesmo servio por fontes distintasde recursos;

    C. ASPECTOS TCNICOS

    Alguns cuidados especiais devem ser adotados quando da anlise da execuo fsica deuma barragem. Por vezes, necessria a execuo de barragens sobre solos que apresentamcaractersticas geotcnicas desfavorveis baixa resistncia, elevadas permeabilidade,compressibilidade e colapsibilidade. Nesse sentido, trataremos de quatro situaes distintas:fundaes em solos permeveis, em solos moles, em solos porosos e colapsveis e em rocha.

    a) fundaes em solos permeveis

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 29ITEM: GLOSSRIO

    Duas so as preocupaes nesses casos: evitar que a gua penetre em regioindesejvel e, caso necessrio, facilitar sua sada dessa regio.

    Para o primeiro objetivo adotam-se as seguintes medidas:

    trincheiras impermeveis (cut-offfs): construo de trincheiras vedantes obtidas compactando-se solo impermevel em trincheiras escavadas na fundao permevel de barragem. asoluo mais utilizada para profundidades at 30 m, tendo execuo dificultada quandonecessrio rebaixamento do lenol fretico.

    paredes diafragmas estruturas impermeveis delgadas construdas pelo preenchimento dastrincheira com concreto (plstico) ou solo-cimento, abertas com o auxlio de lama

    bentontica. Atingem maiores profundidades (at 65 m) e tem espessuras situadas na faixa de0,50 a 1,50m.

    cortina de estacas-pranchas cravadas a partir da superfcie do terreno, no havendo anecessidade de substituio do material da fundao;

    injees de impermeabilizao: processam-se por meio de numerosas rupturas hidrulicas que permitem a penetrao da calda no solo arenoso e dificultam a passagem de gua depercolao. O projeto deve compatibilizar as deformaes do conjunto macio-fundao paraque no ocorram trincas indesejveis, visto que as injees tornam mais rgido o trecho defundao tratado.

    Controle de percolao com drenos: possibilita a reduo da subpresso a jusante como dogradiente hidrulico da sada, aumentando a segurana do conjunto.

    Execuo de tapete impermevel a montante: laje de concreto executada ao p do talude demontante, ao longo de toda a extenso da barragem, com o objetivo de aumentar o caminho de

    percolao por sob a barragem, maximizando a eficincia do barramento.

    NA mx.

    argilaimpermevel

    enrocamento enrocamento

    crista

    transies

    ncleo

    cut off

    cortina de injees

    Figura 7 Exemplo de medidas de tratamento de fundao em solos permeveis

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    b) fundaes em solos moles

    A primeira alternativa em relao a esse tipo de solo a de sua remoo total.Porm, em alguns casos, em virtude de aspectos econmicos procura-se conviver com o

    problema. Duas so as preocupaes: ruptura de base (deslizamento de material de fundao dedo aterro) e recalques excessivos.

    As solues adotadas so, em regra:

    remoo do material mole e substituio por aterro compactado: escavao mecnica,remoo por bombas de suco, deslocamento por jatos dgua e deslocamento por peso doaterro;

    lanamento de aterro sobre solo mole: quando for possvel trabalhar com cronograma demaior durao;

    adensamento acelerado: sobrecarregamento da fundao mediante alteamento do aterro, desdeque no haja risco para a estabilidade do aterro.

    c) fundaes em solos porosos e colapsveis.

    Esse tipo de solo tem como caractersticas elevada porosidade e baixo teor deumidade, o que gera solo com baixo grau de saturao. Quando submetidos saturao, semacrscimo de carga, sofrem recalques bruscos.

    Procura-se, nos casos em que essa camada muito espessa para remooeconmica ou constitui tapete impermevel sobre camada permevel, as seguintes solues:

    solo poroso, mas no colapsvel: estudos de recalque devem ser efetuados visando remooparcial do solo;

    Solo poroso e colapsvel: devem ser adotadas medidas para assegurar a ocorrncia derecalques da fundao durante a execuo da barragem.

    d) fundaes em rocha

    A soluo definida em funo da qualidade do material do subsolo. Em geral,a especificao no sentido da remoo de todo o solo at a rocha alterada e apoio do ncleo emrocha s, com superfcie final limpa por meio de jatos de ar e gua.

    Utilizao de concreto dental e recobrimento com argamassa ou concreto: para regularizaode depresses ou eliminao de taludes negativos;

    Tratamento profundo com injees rasas: as profunidades de injeo variam de 4,0 a 10,0 m eas presses em torno de 0,25 Kg/cm2 por metro de profundidade. Visam evitar a migrao do

    materia do ncleo da fundao, reduzir a potencialidade de curto circuito hidrulico por sobrea cortina de injeo e reduzir presses de percolao elevadas no contato fundao-macio no

    p de jusante do ncleo;

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    Tratamento profundo com injees profundas: so realizados furos com espaamentosreduzidos (furos exploratrios, primrios, secundrios) em funo das absores verificadasou critrios de perda dgua. Condicionantes geolgicos e tipo de barragem determinam as

    profundidades dos furos exploratrios, bem como a cortina de injeo.

    No contexto apresentado, existem ocorrncias que s podem ser previstasdurante a execuo da obra.

    O tratamento de fundao profundo, como abordado anteriormente, umexemplo tpico, visto que a definio final s obtida a medida que os servios vo sendoexecutados. Segundo o autor Jos Eduardo Moreira, neste tipo de servios, os projetos devem teruma caracterstica mais conceitual do que determinstica, explicando o porqu, quando e onde

    determinado tratamento deve ser adotado. Por outro lado, a Fiscalizao deve ter uma autoridadede deciso ampla, a fim de obter um produto melhor e em prazo menor.

    Com efeito, no tratamento de fundao de barragem por meio de cortinas deinjees, iniciam-se os servios pelos furos primrios, diminuindo-se o espaamento com furosintermedirios (secundrios), a assim sucessivamente, at que as absores de calda sejaminferiores aos limites pr-estabelecidos. A prpria eficincia da cortina aferida por ensaios de

    perda dgua comparando-se as permeabilidades dos furos iniciais com a dos furos finais.

    Outro ponto a ser destacado refere-se aos estudos hidrolgicos que definem oclculo dos volumes hdricos disponveis e das vazes de pico das cheias. Considerando que todosos clculos so probabilsticos, pode acontecer de que as vazes previstas no dimensionamento de

    ensecadeiras e outras obras auxiliares sejam superadas durante a execuo, o que obriga arealizao de servios adicionais para a manuteno da segurana da obra.

    Dessa forma, especial cautela ao analisar aditivos em contratos de obras debarragem.

    2.2.6.3 Verificaes Complementares

    A. ASPECTOS GERAIS

    Verificar:

    Se existe o alvar de construo, conforme legislao municipal; Se existem placas de identificao da obra, conforme dispe o art. 16 da Lei n

    5.194/66 e nas normas do rgo contratante ou concedente;

    Se o responsvel tcnico pela execuo possui, na obra, a Anotao deResponsabilidade Tcnica (ART), do CREA, conforme dispe os arts. 1 e 2 da Lei n 6.496/77;

    Se o contratado mantm preposto, aceito pela Administrao, no local da obra, pararepresent-lo na execuo do contrato, conforme dispe o art. 68 da Lei n 8.666/93;

    Se o cronograma fsico de execuo da obra vem sendo cumprido;

    Caso a obra esteja atrasada, verificar as justificativas que devem constar do processo. Se o representante da Administrao, responsvel pela fiscalizao da obra, mantm

    anotao em registro prprio de todas as ocorrncias relacionadas com a execuo do contrato,

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 32ITEM: GLOSSRIO

    determinando o que for necessrio regularizao das faltas ou defeitos observados, conformedispe o 1 do art. 67 da Lei n 8.666/93;

    Se o representante da Administrao, responsvel pela fiscalizao da obra,encaminhou relatrios autoridade competente, comunicando ocorrncias que poderiam ensejarsanes ao contratado e alteraes de projeto, custo ou prazo da obra, conforme dispe o 2o doart. 67 da Lei n 8.666/93;

    Se a contratada subcontratou partes da obra dentro do limite admitido pelaAdministrao, conforme dispe o art. 72 da Lei n 8.666/93;

    Outros Ver P.A. de Obras

    B. MEDIES E PAGAMENTOS

    Verificar: A compatibilidade das memrias de clculo das medies realizadas pela fiscalizao

    com os critrios definidos no edital;

    OBS1.: Pode haver medies em desacordo com os critrios definidos (p. ex.: a medio do volume deterra para um aterro est prevista nos critrios de medio como sendo por volume aterrado e estsendo medida por volume transportado).

    OBS2.: Poder estar havendo antecipao de medies ou mesmo medio de servios no previstos conta de servios contratuais.

    Verificar se houve antecipaes de medies e/ou pagamentos, relativas aos ltimosmeses do ano;

    OBS.: A impossibilidade de aproveitamento de recursos j inscritos em Restos a Pagarno exerccioseguinte pode induzir a esta prtica. comum encontrar-se um grande volume de Ordens Bancriasemitidas nos ltimos dias do exerccio.

    Se o clculo do reajustamento est correto, de acordo com os critrios previstos nocontrato, conforme dispe o inciso III do art. 55 da Lei n 8.666/93;

    A compatibilidade entre os valores das ordens bancrias emitidas, as faturas atestadaspela fiscalizao e as medies realizadas;

    2.2.7 EXECUO FINANCEIRA/ORAMENTRIA

    2.2.7.1 Orientaes Preliminares

    No que concerne execuo financeira e oramentria, a equipe dever verificara coerncia entre os valores empenhados e liquidados, o percentual j executado doempreendimento e o seu custo, conforme previsto no projeto bsico, e o valor estimado para aconcluso.

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    Especialmente para o Plano Especial de Auditoria de Obras (Fiscobras), essasinformaes so essenciais, pois iro subsidiar a Comisso Mista de Oramento do Congresso

    Nacional na elaborao da lei oramentria do exerccio seguinte.

    2.2.7.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    O ms/ano da primeira dotao;

    As origens dos recursos (Unio, Estados, Municpio, Externo, Privado, outros);

    O crdito pelo qual correr a despesa;

    Calendrio de desembolso; Se o ano da primeira dotao oramentria coincide com o primeiro ano do calendrio

    de desembolso;

    Se h previso de recursos oramentrios que assegurem o pagamento das etapas aserem executadas no exerccio financeiro em curso;

    O valor estimado para concluso;

    Verificar se o valor estimado para concluso compatvel com o valor total orado, obtido a partir dovalor atualizado do projeto bsico ou de informaes do executor, menos as parcelas correspondentesao total executado, ou seja, verificar se o valor estimado para concluso + o valor liquidado

    compatvel com o custo do projeto bsico.2.2.7.3 Verificaes Complementares

    Verificar:

    A conformao das curvas de percentuais de fluxos financeiros simples e acumuladosversus tempo;

    OBS1.: Em geral, a curva de percentuais simples esperada deve ser crescente nos primeiros perodosem funo da mobilizao da empresa. Tomando como referencial uma reta que passa pela origem doseixos e pelo percentual de 100% no ltimo perodo da obra, a curva de percentuais acumuladosesperada dever estar bastante prxima desta nos primeiros perodos.

    Pode ocorrer manipulao dos preos unitrios de forma que os servios iniciais do contrato ficammuito caros e os finais muito baratos. Tal artifcio permite uma maior capitalizao da contratada nosprimeiros perodos da obra devido antecipao de recursos.

    Como no h certeza da aplicao dos recursos antecipados na prpria obra, nas fases subseqentespoder haver dificuldades por parte da empresa na execuo do objeto contratado.

    Outro aspecto o crescente desinteresse do contratado ao longo das demais perodos por conta do baixopreo dos servios remanescentes.

    2.2.8 RECEBIMENTO DA OBRA

    2.2.8.1 Orientaes Preliminares

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    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 34ITEM: GLOSSRIO

    O recebimento da obra uma das fases mais importantes do processo. O contratantedeve proceder minuciosa anlise de todos os servios executados, elaborando check-list das

    pendncias e exigindo da empreiteira a correo das falhas detectadas.

    Quando a auditoria ocorre aps a concluso da obra, de extrema importncia avaliarsua qualidade. A existncia eventual de equipamentos defeituosos ou com potncia nominalexcessiva em relao ao necessrio, vazamentos em juntas, e outros defeitos construtivos podercomprometer a funcionalidade do projeto, bem como gerar despesas futuras para aAdministrao Pblica.

    , portanto, fundamental verificar se o contratante acionou a empresaconstrutora/fornecedora para sanar os problemas surgidos.

    Evidentemente, o fato de a obra estar concluda no exime a equipe de auditoria de

    avaliar os atos do gestor responsvel no decorrer de sua execuo.

    2.2.8.2 Verificaes Bsicas

    Verificar:

    Se houve recebimento provisrio da obra, pelo responsvel por seu acompanhamentoe fiscalizao, mediante termo circunstanciado assinado pelas partes, conforme dispe o art. 73,inciso I, alnea a, da Lei n 8.666/93;

    Se houve recebimento definitivo da obra, por servidor ou comisso designada por

    autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, aps prazo deobservao ou vistoria que comprovasse a adequao do objeto aos termos contratuais, conformedispe o art. 73, inciso I, alnea b, da Lei n 8.666/93;

    Se a Administrao rejeitou a obra, no todo ou em parte, por motivo de execuo emdesacordo com o contrato;

    2.3 RELATRIO DA AUDITORIA

    2.3.1 CONVENCIONAL

    Um relatrio de auditoria abrangente pode ter a seguinte estrutura:

    1. Sumrio;2. Resumo;3. Folha de rosto;

    4. Introduo;5. Captulos sobre os temas principais;5.1. detalhamento das irregularidades encontradas ou anlise dos pontos

    identificados no ato de designao;5.2. outras questes relevantes.

    6. Concluso;7. Proposta de encaminhamento;

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    8. Anexos.

    Partes do relatrio de auditoria:1. Sumario

    O sumrio facilita a localizao de assuntos, porque indica as pginas correspondentes.Permite ao leitor identificar o contedo do relatrio, por intermdio dos ttulos, captulos e sessesque o compem. Deve mostrar que as informaes esto em ordem lgica, podendo cada captuloser analisado por si s, mas formando um conjunto.

    Os anexos glossrios, tabelas, grficos, ilustraes e outros documentos ouinformaes necessrios formulao dos argumentos e das concluses do relatrio tambmdevem estar referenciados no sumrio.

    2. ResumoSegundo a NBR 6028, resumo apresentao concisa dos pontos relevantes de um

    texto. Tem como objetivo fornecer elementos capazes de dar ao leitor uma viso do temainvestigado, decidir sobre a necessidade de consulta ao texto original e/ou transmitirinformaes de carter complementar.

    O resumo deve conter o objetivo, o mtodo, os resultados e as concluses do trabalho.Deve ser redigido em uma seqncia lgica, corrente, de frases concisas e no de umaenumerao de tpicos, utilizando-se a terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa.

    3. Folha de Rosto

    A folha de rosto identifica o trabalho realizado. Deve conter os seguintes dados:3.1) Da fiscalizao.

    - ato originrio que determinou a realizao da auditoria;

    - portaria (ato) de designao;

    - perodo de realizao dos trabalhos;

    - perodo abrangido pela auditoria;

    - rea de fiscalizao;

    - objetivo e escopo da auditoria;

    - composio da equipe de auditoria (nome, cargo, matrcula).3.2) Do ente auditado:

    - nome do rgo ou entidade;

    - natureza jurdica;

    - vinculao (Ministrio);

    - identificao no SIAFI - UG/Gesto (se houver);

    - vinculao: TCU;

    - relao de responsveis (nome, endereo, CPF, cargo e perodo).3.3) Processos correlatos:

    - TCs n;

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    - fiscalizaes anteriores: TCs, deliberaes, mrito.

    4) Introduo.A introduo uma viso geral da entidade e do relatrio de auditoria, incluindo

    antecedentes, objetivos, escopo e estratgia metodolgica da auditoria.

    a) Antecedentes

    A equipe deve especificar a natureza do objeto da auditoria e mencionar, quando for ocaso, outras fiscalizaes feitas recentemente sobre o assunto, que podero constar em processosde auditoria, prestaes de contas, denncias, representaes. Convm, todavia, fazer umadescrio suficiente do objeto auditado para permitir ao leitor compreender sua relevncia e suas

    principais caractersticas.

    b) Objetivos e escopo da auditoriaOs objetivos da auditoria devem ser enunciados claramente para que se possam avaliar

    os resultados alcanados pelo trabalho. Quando descrever os objetivos e escopo da auditoria, aequipe estar definindo os limites do trabalho desenvolvido e especificando os temas,instituies, sistemas ou aspectos que foram auditados. Sempre que a equipe crer conveniente,

    para evitar ambigidades, devem ser mencionados os aspectos especficos que no se abordaramna auditoria.

    Devem, tambm, ser mencionadas as limitaes impostas realizao da auditoria,associadas confiabilidade ou dificuldade para obter dados, assim como aquelas relacionadasao prprio escopo do trabalho.

    5) Captulos sobre os temas principais

    Essa parte do relatrio est relacionada com os objetivos da auditoria.

    Os captulos devem estar ordenados de forma a facilitar a leitura e compreenso dostemas abordados. Podem ser organizados de diferentes maneiras: uma delas tratar cada questode auditoria em um captulo especfico; outra, estruturar os captulos seguindo uma seqncia,como organizao administrativa, geogrfica ou funcional do objeto da auditoria.

    Cada captulo deve permitir ao leitor acompanhar a lgica dos argumentos e das justificativas que sustentem os achados, sem serem prolixos ou repetitivos. Caso hajanecessidade de mais detalhes, utilizar o anexo.

    6) Concluso e recomendao

    Esse tpico tem por objetivo sintetizar, de forma exata, justa e clara, os aspectostratados em cada captulo, de maneira a se obter um compreensvel quadro dos principaisachados e das respectivas recomendaes.

    7) Proposta de encaminhamento

    A equipe deve formular a proposta de encaminhamento em que constar a sntese dasrecomendaes formuladas no relatrio e, quando for o caso, as determinaes que, por seu

    juzo, deveriam ser formuladas pelo TCU. Devero ser indicadas as sesses dos captulos quetratam dos achados e recomendaes que sustentam a proposta encaminhada.

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    2.3.2 FISCOBRAS

    Desde 1997, as Leis de Diretrizes Oramentrias vm determinando ao Tribunal aprestao de informaes ao Congresso Nacional referentes s obras pblicas integrantes doOramento Geral da Unio. Essas informaes devem ser encaminhadas at 30 de setembro decada ano.

    Assim, com o objetivo de padronizar essas informaes, o Tribunal desenvolveu oSistema de Fiscalizao de Obras Pblicas - FISCOBRAS, cujo resultado final so relatrioseletrnicos gerados a partir de informaes obtidas pelas Secretarias de Controle Externo(SECEXs) nos levantamentos de auditoria efetuados nas obras selecionadas anualmente. Essasinformaes visam a subsidiar a apreciao pelo Poder Legislativo da proposta oramentria doExecutivo, criando condies para uma avaliao mais criteriosa da alocao dos recursos

    pblicos em obras. No mbito deste sistema, em 1997 foram fiscalizadas 96 obras; em 1998, 110obras; em 1999, 132 obras; em 2000, 197 obras; em 2001, 304 obras. Em 2002, serofiscalizadas 421 obras.

    Para obter detalhes que abordem navegao no sistema, conceitos e preenchimento dosrelatrios eletrnicos, aconselhamos a consulta ao Manual Fiscobras 2002, disponvel na intranetdo Tribunal.

    2.3.3 RECOMENDAES PARA COMPOSIO DO PROCESSO

    O objetivo deste item sugerir aos analistas do Tribunal algumas recomendaes paracomposio do processo de auditoria no que tange sua forma fsica, a fim de colaborar nauniformizao dos procedimentos nas fiscalizaes e, mais importante, servir de lastro sfundamentaes dos itens da proposta de encaminhamento da equipe, sobretudo daqueles que

    propugnam pela reprovao do ato administrativo, por ao ou omisso.

    Conforme dispe a Resoluo n 136, de 30/08/2000, que estabelece procedimentos pararecebimento, autuao e tramitao de processos e documentos no mbito do Tribunal:

    Art. 11. O processo ser formado de maneira cronolgica e seqencial, ter numerao de pginascontnua, e dever ser desdobrado em volumes limitados ao mximo de duzentas pginas.

    Art. 12. Sempre que o documento a ser juntado ao processo justificar sua disposio parte dos autosprincipais, por razes de convenincia para a organizao, ou determinao normativa, devero ser constitudosanexos ao processo.

    1 Por razes de convenincia para a organizao dos autos, podero ser formados anexos que integremdocumentos pertinentes a defesa, audincia, diligncia, inspeo.

    2 Aos anexos aplicam-se as mesmas regras de organizao para os autos principais, includo o desdobramentoem volumes.

    Na composio do volume principal do processo (caput), deve constar: a portaria dedesignao dos analistas (cadastrada no Sistema Fiscalis) responsveis pela auditoria, o respectivorelatrio de auditoria e os pareceres do Diretor e Titular da Unidade Tcnica competente.

    Quando o analista, durante uma auditoria, constatar alguma impropriedade,irregularidade ou ilegalidade nos procedimentos adotados pelo rgo auditado, devernecessariamente juntar ao processo cpias dos documentos que as comprovem. Caso a

    impropriedade, irregularidade ou ilegalidade seja relativa inexistncia de documento exigidopela legislao, recomendvel que a equipe obtenha do responsvel, durante a auditoria, umadeclarao da inexistncia do referido documento para junt-la ao processo.

  • 8/3/2019 roteiro barragens

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 38ITEM: GLOSSRIO

    A seguir, relacionamos uma lista de documentos, dentre outros, que, de acordo com asimpropriedades, irregularidades ou ilegalidades detectadas na auditoria, devero ter suas cpias

    juntadas ao processo.

    projeto bsico, com oramento detalhado;

    projeto executivo;

    EIA , RIMA e licena ambiental;

    documentao relativa ao processo licitatrio, especialmente a proposta da contratada;

    documentao relativa ao convnio;

    contrato e seus termos aditivos;

    anotao de Responsabilidade Tcnica - ART, dos projetos e da obra;

    cronograma fsico-financeiro;

    dirio de ocorrncias (ou de obras);

    relatrios e pareceres tcnicos;

    laudos de verificao;

    relatrios de medies;

    notas fiscais, notas de empenho, notas de liquidao e ordens bancrias;

    termos de recebimento (provisrio e definitivo);

    alvar de construo;

    legislao local aplicvel (municipal/estadual).

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 39ITEM: GLOSSRIO

    3.GLOSSRIO

    AUDE

    Fechamento de vale destinado ao armazenamento de gua das chuvas ou regularizao dofluxo de cursos dgua intermitentes (perenizao de rios).

    Comparar com BARRAGEM, DIQUE e REPRESA.

    ADENSAMENTO

    Reduo progressiva do volume de uma massa de solo sob o efeito de seu prprio peso ou doacrscimo de presso externa, em trs estgios sucessivos: inicial, primrio e secundrio. Areduo se faz custa do volume de vazios com a conseqente expulso de ar e gua.

    Ver tambm COMPACATAO.

    ADITIVO

    Produto artificial ou natural adicionado a concretos, caldas ou argamassas de injeo, empequenas porcentagens, com o objetivo de alterar uma ou mais de suas propriedades.

    ADUFAS

    Estruturas existentes nos macios de algumas barragens, semelhana de janelas, quepermitem a passagem da gua durante a construo de outro trecho da barragem. Quando utilizado esse processo, providencia-se, inicialmente, a reduo da largura do rio, por meio daconstruo de ensecadeiras. Em seguida, na parte seca do leito do rio, constri-se parte do macioda barragem, contendo as adufas. Em seguida, inverte-se o bloqueio do rio, isolando-se a outra

    parte do leito e fazendo-se com que a gua passe pelas adufas. Ao final da construo, as adufasso fechadas com a utilizao de comportas.

    AFLORAMENTO

    Qualquer exposio de rochas ou solos na superfcie da Terra. Podem ser naturais (escarpas,lajeados) ou artificiais (em superfcies de escavao).

    ANLISE GRANULOMTRICA

    Processo para determinar a distribuio granulomtrica de um solo, isto , separao de umsolo em diversas fraes formadas cada uma por gros com determinadas dimenses.

    ANCORAGEM

    Processo pelo qual possvel consolidar-se pores de macios de solo ou rocha, bem comomelhorar a unio de obras de engenharia aos seus macios de apoio, por meio de barras de unio,atirantadas ou no, ou de cabos de ao protendidos.

    AQFERO

    Formao geolgica capaz de armazenar e transmitir gua em quantidades apreciveis.

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    Tribunal de Contas da Unio ROTEIRO DE AUDITORIA

    ASSUNTO: OBRAS PBLICAS DE BARRAGENS PGINA: 40ITEM: GLOSSRIO

    REA DE INFLUNCIA DIRETA DO EMPREENDIMENTO

    Aquela cuja abrangncia dos impactos incide diretamente sobre os recursos ambientais e arede de relaes sociais, econmicas e culturais, podendo se estender alm dos limites da rea aser definida como polgono de utilidade pblica.