Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Nw
VILA FRANCA DO CAMPO
VILA NOVA
1
32
AVENIDA DA LIBERDADE
RU
A P
AD
RE
LU
CIN
DO
T. M
. AN
DR
AD
E
RU
A P
AD
RE
MA
NU
EL
JOS
É P
IRE
S
RUA DA CANCELA
FORNO-MUSEU
MANUEL JACINTO CARVALHO
Loja tradicional anexa
ROTEIRO DA OLARIAO roteiro da olaria, gerido pelo Museu de Vila Franca do Campo, é constituído por uma rede
relacional, vocacionada para a promoção da arte cerâmica estabelecida tradicionalmente
na Vila Nova (freguesia de São Pedro), e que envolve ceramistas, unidades produtivas,
elementos materiais e imateriais, uma exposição permanente e instituições públicas.
CERAMISTAS, UNIDADES PRODUTIVAS E PÓLOS MUSEOLÓGICOS
3
OLARIA JOÃO DA RITA
Rua da Cancela, 54
Oleiro: João José Rodrigues
Auxiliar de Olaria: Rui Flávio Rodrigues
2
OLARIA-MUSEU
MESTRE ANTÓNIO BATATA
Rua Pe. Lucindo de Andrade
(Junto à orla marítima)
Ceramista: Eduardo Sousa
Animadora: Alexandra Matos
1Igreja de São Pedro
Séc. XVIII
A LOUÇA DA VILA
A olaria de Vila Franca do Campo remonta à segunda metade do século XVI e laborava
tradicionalmente com argilas importadas da vizinha ilha de Santa Maria. Até ao século XIX,
os oleiros constituíram uma classe organizada de oficiais mecânicos associados em torno
do Padroeiro, Santo António, cujo culto se manteve até aos dias de hoje.
Em 1930, 22 oleiros animavam as ruas da Vila Nova (freguesia de São Pedro), produzindo
recipientes usados no transporte, depósito e consumo de líquidos (água, leite e vinho), na
preparação e conservação de alimentos, na higiene do corpo e da roupa, no cultivo de plantas
e na criação de animais, torneando e modelando também brinquedos para as crianças. A
louça era cozida em dois grandes fornos colectivos de aluguer mas, na segunda metade do
século XX, foram-se divulgando fornos individuais.
A emigração para o Brasil (sécs. XIX-XX) e os oleiros de torna-viagem influenciaram a olaria
vilafranquense que passou a produzir peças artísticas.
A louça da Vila era distribuída por toda a ilha por vendedores itinerantes (carreteiros) e
exportada para as restantes ilhas do arquipélago.
OLARIA-MUSEU MESTRE ANTÓNIO BATATA
forno de louça
depósitode louça
rodas de oleiroestaleiro
barreiro
banco / sovadeira
Mestre António de Sousa Batata (1921-2009)
sótão/secadoiro
barreiro
racha
arame
medida
1
A tenda do Mestre António Batata, construída no século XIX, abriga três
rodas de oleiro e tem um forno anexo, sendo a maior olaria da Vila. Conserva
as tradicionais paredes de alvenaria de pedra sem reboco e é constituída
por um compartimento de 15 m2 com largo sótão aberto.
O barro depositado no barreiro era picado (desfeito e misturado), pisado
no estaleiro e amassado no banco/sovadeira. Para fazer as louças, o oleiro
modelava bolas de barro que fixava na cabeça da roda, torneando-as com
auxílio das mãos e de uma racha de cana silvestre. Podia recorrer também
a medidas de madeira, e destacava as peças com o arame.
As louças eram secas no sótão e no exterior da tenda. Podiam ser
cobertas de almagre e polidas com um seixo do mar, trabalho feito
por mulheres. Quando a produção diminuiu, os fornos colectivos foram
abandonados e a louça passou a ser cozida no pequeno forno da tenda.
Classificada pelo Governo Regional como valor concelhio, em 1988,
esta olaria foi adquirida e recuperada pela Câmara Municipal e abriu
ao público como pólo do Museu de Vila Franca do Campo, em 1991.
Actualmente, constitui um espaço oficinal com funções pedagógicas
e de animação comunitária.
des. Joaquim Franco | des. José Bettencourt