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4 OPNIÃO / FOMENTO A PESQUISA 5 CYAN MAGENTA AMARELO PRETO CYAN MAGENTA AMARELO PRETO Pags - 04-05-v1 Por dentro da Rede Rio Ensino, pesquisa e informações de governo em alta velocidade U ma grande rede de informações em alta velocidade. Assim é a Rede Rio de Computadores, inaugurada em 1992, um dos principais instru- mentos de desenvolvimento científico do Estado do Rio de Janeiro, responsável pela conexão entre avançados centros de pes- quisa do país, sediados em universidades, institutos e oferecendo acesso à Internet (a rede mundial de computadores) para a comunidade de Ciência e Tecnologia do Estado. Além disso, vários órgãos da admi- nistração pública nos âmbitos municipal, estadual e federal, localizados no Estado do Rio de Janeiro, também estão ligados à Internet através da Rede Rio, gerenciada pela Fundação CArlos Chagas Filho de Am- paro à Pesquisa (Faperj). No início, a Rede Rio interligava apenas dez instituições. Entre elas, o Laboratório Nacional de Computação Científica (- LNCC), a PUC-Rio e a Universidade Fede- ral do Rio de Janeiro (UFRJ), que consti- tuíam o “backbone” (principais canais de comunicação para escoamento do tráfego) da rede. Inicialmente, a UFRJ foi também responsável pela contratação do primeiro canal internacional da rede, ligando a Rede Rio ao Centro de Supercomputação da Uni- versidade da Califórnia em San Diego (- UCSD), nos Estados Unidos. As informações disponíveis na Rede Rio não circulam apenas entre os centros de pesquisa do estado, mas também, de for- ma mais ampla, entre todas as instituições do Brasil ligadas à Rede Nacional de Pes- quisas (RNP) e ao restante da Internet no mundo. As conexões com a RNP e com a In- ternet mundial são realizadas através de um canal internacional próprio, cuja velo- cidade hoje é de 155 Mbps. O alcance da Rede Rio, no entanto, é ainda mais amplo. Ao permitir a conexão à Internet de um expressivo número dos ór- gãos públicos estaduais, ela também cola- bora com o esforço relacionado ao projeto da Infovia/RJ - gerenciado pelo Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro (Proderj) e que visa inte- grar as iniciativas desenvolvidas pelas re- des de dados do governo e acadêmica do estado. “A Rede Rio é a plataforma básica para troca de informações entre pesquisado- res, alunos, professores e outros associa- dos à comunidade de pesquisa e desen- volvimento, o que possibilita a dissemina- ção de informação, troca e geração de no- vos conhecimentos, trabalhos colaborati- vos e ensino à distância”, explica Pedricto Rocha Filho, coordenador-geral da Rede Rio e diretor-presidente da Faperj. Os investimentos garantem à rede uma constante melhora tanto técnica como tam- bém da confiabilidade de conexão. Desde a sua inauguração, já foram investidos cerca de US$ 3 milhões. No ano passado, o governo do estado, via Faperj, investiu cerca de R$ 300 mil na compra de novos equipamentos. Com isso, as instituições participantes da Rede Rio passaram a ter melhor qualidade de recursos de comunicação disponíveis no “backbone”. Os novos equipamentos foram instalados nos pontos de presença da rede lo- calizados na PUC-Rio, Fiocruz, CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e UFRJ - in- terligados através de fibras óticas da Telemar. A chegada dos equipamentos possibilitou significativa melhora na qualidade dos servi- ços e mais facilidade de acesso para as cerca de 100 instituições ligadas à rede e seus 400 mil usuários. Também foi investido R$ 1,47 mi- lhão na rede no final de 2004, para atualização tecnológica e aumento da velocidade de trans- missão no “backbone”. Os novos equipamentos já estão em fase fi- nal de implantação. Com isso, a velocidade do “backbone” da Rede Rio deverá, em breve, al- cançar 1 Gbit/s (1 bilhão de bits por segundo, ou seja, cerca de seis vezes a velocidade ante- rior - que era de 155Mbps - atingindo um novo patamar nos serviços voltados para atender às solicitações da comunidade científico-tecno- lógica do Estado do Rio de Janeiro. A consoli- dação da Rede Giga representa um passo im- portante para o início de um novo ciclo na cria- ção de produtos, serviços de redes e aplica- ções distribuídas em larga escala. Dentre estas, podem ser citadas, as grades computacionais (necessárias para as compu- tações de alto desempenho envolvendo, entre outros, modelos de meteorologia, física e bio- logia), a visualização e a imersão em ambien- tes virtuais, a telemedicina, os vídeos de alta definição ou a TV digital, aplicadas à educação a distância, às áreas de saúde, entretenimento e muitas outras. “Os recursos deste projeto são oriundos de um acordo de cooperação com o Proderj. Em breve, vamos poder aten- der com muito mais confiabilidade e qualidade as demandas por altas taxas de transmissão impostas por novas aplicações”, conclui Pe- dricto. Conexão mais rápida liga cerca de 100 instituições SERVIÇOS DA REDE RIO CIÊNCIA EM TIRINHAS ARTIGO DIFUSÃO CIENTÍFICA A Rede Rio não serve apenas como veículo para tro- ca de informações. Ela também oferece uma série de serviços às instituições que a integram. Utilizando o protocolo TCP/IP (o mesmo da Internet) — de maior confiabilidade e que permite maior número de usuários, independente do tipo de sistema utilizado — são oferecidas duas categorias de serviços: básicas e exclusivas: SERVIÇOS BÁSICOS >> Transferência de arquivos (FTP) - Através de uma conexão FTP , o usuário pode transferir para o seu computador arquivos (programas, livros, artigos etc.) disponíveis nos servidores da Rede Rio; >> Acesso remoto a computadores (TELNET) - Por meio do comando TELNET, é possível ao usuário da Internet acessar qualquer computador conectado à rede e ope- rá-lo como se fosse o seu próprio computador; >> Informações multimídia sobre instituições, grupos, pessoas e assuntos (HTTP) - Aplicativos de navegação na Internet permi- tindo uma busca baseada no contexto por documentos multimídia, >> Participação em grupos de discussão (NEWS) - Infor- mações sobre os mais variados assuntos estão dispo- níveis ao usuário da Internet através dos grupos de dis- cussão (NEWS). SERVIÇOS EXCLUSIVOS >> Servidor de domínio de nomes (DNS) - O DNS é banco de dados distribuído que estabelece uma relação entre o nome da máquina e o número IP (Internet Protocol) cor- respondente. Caso o associado precise, a Rede Rio co- locará o seu servidor à disposição, funcionando como servidor secundário de DNS; >> Tráfego Institucional (diário, mensal e anual) - Infor- mações que visam facilitar a administração da Rede Rio, como os dados relativos ao tráfego nos roteadores e enlaces, são disponíveis aos usuários; >> Atendimento Automático de Chamados - Serviço de suporte ao usuário. Solicitações de ajuda ou esclarecimentos técnicos são respondidos por consultores da Rede Rio, >> Monitoração de Segurança - A Coordenação de Enge- nharia Operacional da Rede Rio realiza um monitora- mento constante de invasões e ataques nos equipa- mentos pertencentes à Rede Rio para impedir a ação de hackers. ENDEREÇO PARA CONTATO Rede Rio - Av. Erasmo Braga, 118, 6º andar - Centro - Rio de Janeiro/RJ. Cep: 20.020-000. Tel: (21) 3231-2947 - Fax: (21) 2533-4453. WANDERLEY DE SOUZA Q ualquer análise so- bre os fatores de- terminantes do pro- cesso de desenvol- vimento de um povo irá apon- tar o investimento em educa- ção como um dos mais impor- tantes. A legislação brasileira já obriga os poderes públicos fe- deral, estaduais e municipais a investirem em educação. Mui- tos prefeitos e governadores vêm se es- forçando para me- lhorar o nível do ensino público fundamen- tal e médio em suas cidades e estados. Os avanços obtidos já começam a serem detectados. No entanto, cabe lembrar que resultados nessa área só surgem com po- líticas bem estruturadas e que tenham continuidade e aper- feiçoamento continuado. O mundo altamente com- petitivo e globalizado de hoje exige das nações investimen- tos significativos na formação de pessoal especializado e de nível superior, para que se consiga um desenvolvimento econômico sustentado. Nes- se campo, cabe aos centros tecnológicos e universidades um papel fundamental. Os da- dos disponíveis deixam claro que é muito baixo o percen- tual de nossos jovens que tem acesso ao ensino supe- rior. Nos países desenvolvi- dos o índice de jovens entre 18 e 24 que freqüentam a uni- versidade é superior a 45%, enquanto no Brasil esse per- centual é menor que 10%. Nesse cenário, o atual go- verno do Estado do Rio de Ja- neiro acaba de tomar impor- tante decisão no sentido de ampliar a oferta de vagas no sistema de ensino superior público, ao criar o Centro Uni- versitário Estadual da Zona Oeste (Uezo). Instalado em Campo Grande, no cora- ção da Zona Oeste do mu- nicípio do Rio de Janei- ro, o no- vo Cen- tro Universi- tário público representa o reconhecimento do gover- no do estado a uma região onde vivem cerca de 2,2 mi- lhões de cariocas e onde cerca de 70 mil jovens con- cluem anualmente o ensino médio. A eles será dada ago- ra uma chance real de aces- so a um ensino superior gra- tuito e de qualidade. A nova instituição surge com a proposta de inovar no campo educacional, o que tem sido difícil de imple- mentar nas atuais institui- ções de ensino superior, fa- ce ao conservadorismo e corporativismo nelas exis- tentes. Para superar estas dificuldades e viabilizar a no- va proposta de ensino, a Ue- zo está sendo constituída co- mo um conjunto de sete ins- titutos superiores, que con- tarão com programas multi- disciplinares e centros de in- fra-estrutura técnico-cientí- fica. Seis institutos serão de ensino tecnológico, nas áreas de Biotecnologia, Fár- macos, Tecnologia da Infor- mação e Comunicação, Cons- trução Naval, Polímeros e Si- derurgia, áreas em franco desenvolvimento industrial no Rio de Janeiro, sobretudo na Zona Oeste e na Baixada Fluminense, resultado do planejamento estratégico traçado desde o início do go- verno Garotinho, em 1999, e que vem recebendo incenti- vos do governo estadual. O sétimo instituto, o Instituto Superior de Educação, atuará na formação de professores, mantendo a tradição do atual Instituto de Educação Sarah Kubitschek, que gradualmen- te irá se transformar em Co- légio de Aplicação. Do ponto de vista da organização pedagógica, todos os alu- nos da Uezo cursa- rão um ciclo básico, constituído por disciplinas instrumen- tais, com destaque para por- tuguês, inglês e informática, disciplinas de formação hu- manística e disciplinas bási- cas de formação científica. Após este ciclo os alunos po- derão optar pelas diferentes áreas tecnológicas ofereci- das, onde, ao longo de um a dois anos, terão disciplinas específicas. Nesses cursos, será mi- nistrada a formação teórica, utilizando-se metodologias e técnicas de educação à dis- tância, baseadas na expe- riência adquirida pelo Cen- tro de Educação à Distância do Rio de Janeiro (Cederj). A formação prática, predomi- nante nesse ciclo, será dada em laboratórios do próprio centro universitário, aliada a programas de iniciação cien- tifica e tecnológica. Após o ciclo de formação, os alunos serão integrados aos labora- tórios dos centros de pes- quisa e desenvolvimento de indústrias instaladas no es- tado, para concluírem sua formação teórica e prática. Com a implantação e am- pliação de importantes par- ques industriais nas áreas de siderurgia, fármacos, constru- ção naval, além do incremento das atividades no Porto de Se- petiba, a Zona Oes- te do Rio passa por uma fase de elevado dinamis- mo, com grande de- manda por mão-de- obra qualificada. Acrescente-se ainda a recen- te decisão da Michelin de am- pliar sua planta industrial em Campo Grande. Por tudo isto, a iniciativa do governo do Esta- do do Rio de Janeiro de insta- lar ali um centro de ensino su- perior, com forte atuação na área tecnológica, representa um passo definitivo para o de- senvolvimento da região. WANDERLEY DE SOUZA - Secretário de Estado de Ciên- cia, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro Um novo Centro de Ensino Superior no Rio No Brasil, é baixo o percentual de jovens que têm acesso ao ensino superior Os alunos terão a parte final do curso nos laboratórios das empresas EXPEDIENTE Direção: Wellington Rocha - Edição: Iran Rodrigues - Comercial: Wilson Rianelli - Projeto Gráfico: Milena Falcão e Janaína Salgueiro Saber Ciência é um suplemento especial do Jornal dos Sports para divulgação de temas ligados à ciência, tecnologia, inovação e educação. Secti-RJ lança novo Portal A Superintendência de Di- fusão Científica da Secretaria de Estado de Ciência, Tecno- logia e Inovação do Rio de Ja- neiro (Secti-RJ) lança, no pró- ximo dia 10 de junho, o Portal de Divulgação Científica do Estado do Rio de Janeiro. No Portal, que poderá ser acessado, a partir do dia 10, pelo site da Secti-RJ (- www.secti.rj.gov.br) serão di- vulgadas as atividades de C&T&I das diversas institui- ções fluminenses, como eventos de popularização da ciência, feiras científicas, mostras, palestras etc., para o público em geral. “A intenção é abrir mais um canal de serviços que pos- sa oferecer aos estudantes, pesquisadores e ao público em geral, informações das di- versas áreas da ciência”, ex- plica Francisco Caruso, coor- denador de Difusão Científica da Secti-RJ. As instituições e os pesqui- sadores interessados em di- vulgar sua programação anual, devem enviar as informações ou os endereços eletrônicos de seus sites para o superin- tendente de Difusão Científi- ca, Francisco Caruso Neto ([email protected] gov.br). Mais informações com a Assessoria de Impren- sa da Secti-RJ – 2299-4125. Há algum tempo, um amigo me disse que se lembrou do método de alfabetização de Paulo Freire vendo as “Tirinhas”. Se pensar- mos nos desafios da alfabetização científica e na necessidade inerente de desenvolver um material ligado ao dia-a-dia de quem vai aprender, esse comentário, além de nos honrar muito, expressa bem parte de nossa motivação. As “Tirinhas de Física” começaram ser feitas em agosto de 1999, como atividade do programa de Vocação Científica de Luisa Daou, à época jovem estudante do ensino médio. Sua perspicácia, motivação, habilida- de e senso de humor são ingredientes fun- damentais para o sucesso das “Tirinhas”. Hoje, o trabalho iniciado em 99 se trans- formou na Oficina de Educação Através de Histórias em Quadrinhos, do Centro Brasi- leiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e várias instituições, como a CBPF, UERJ, UFF, UFRJ, UNIG e Fiocruz participam do projeto. Pela Oficina já passaram mais de quarenta alu- nos de ensino médio de escolas públicas do Rio de Janeiro e já foram produzidas mais de 600 tirinhas, sobre os mais variados ramos da ciência. Também são realizadas palestras em escolas públicas e instituições de ensi- no para popularização da ciência e sobre as Tirinhas, que já estão sendo utilizadas por professores de outras cidades. Os comen- tários que temos recebido são sempre elo- giosos e servem de grande estímulo para continuarmos nosso trabalho. O trabalho da Oficina de Educação Através de Histórias em Quadrinhos pode ser conhecido no en- dereço eletrônico www.cbpf.br/eduhq. FRANCISCO CARUSO é professor do Insti- tuto de Física da Uerj e Superintendente de Difusão Científica da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, onde coordena projetos de populari- zação da ciência. Quadrinhos ajudam a popularizar ciência RIO DE JANEIRO SEGUNDA-FEIRA 16 DE MAIO DE 2005

rápida liga ‘ ensino superior

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Page 1: rápida liga ‘ ensino superior

4 OPNIÃO / FOMENTO A PESQUISA 5

CYAN MAGENTA AMARELO PRETO

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CYAN MAGENTA AMARELO PRETO

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Pags - 04-05-v1

Por dentro da Rede RioEnsino, pesquisa e informações de governo em alta velocidade

Uma grande rede de informaçõesem alta velocidade. Assim é a RedeRio de Computadores, inauguradaem 1992, um dos principais instru-

mentos de desenvolvimento científico doEstado do Rio de Janeiro, responsável pelaconexão entre avançados centros de pes-quisa do país, sediados em universidades,institutos e oferecendo acesso à Internet(a rede mundial de computadores) para acomunidade de Ciência e Tecnologia doEstado. Além disso, vários órgãos da admi-nistração pública nos âmbitos municipal,estadual e federal, localizados no Estadodo Rio de Janeiro, também estão ligados àInternet através da Rede Rio, gerenciadapela Fundação CArlos Chagas Filho de Am-paro à Pesquisa (Faperj).

No início, a Rede Rio interligava apenasdez instituições. Entre elas, o LaboratórioNacional de Computação Científica (-LNCC), a PUC-Rio e a Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (UFRJ), que consti-tuíam o “backbone” (principais canais decomunicação para escoamento do tráfego)da rede. Inicialmente, a UFRJ foi tambémresponsável pela contratação do primeirocanal internacional da rede, ligando a RedeRio ao Centro de Supercomputação da Uni-versidade da Califórnia em San Diego (-UCSD), nos Estados Unidos.

As informações disponíveis na Rede Rionão circulam apenas entre os centros depesquisa do estado, mas também, de for-ma mais ampla, entre todas as instituiçõesdo Brasil ligadas à Rede Nacional de Pes-quisas (RNP) e ao restante da Internet nomundo. As conexões com a RNP e com a In-ternet mundial são realizadas através deum canal internacional próprio, cuja velo-cidade hoje é de 155 Mbps.

O alcance da Rede Rio, no entanto, éainda mais amplo. Ao permitir a conexão àInternet de um expressivo número dos ór-gãos públicos estaduais, ela também cola-bora com o esforço relacionado ao projetoda Infovia/RJ - gerenciado pelo Centro deProcessamento de Dados do Estado doRio de Janeiro (Proderj) e que visa inte-grar as iniciativas desenvolvidas pelas re-des de dados do governo e acadêmica doestado.

“A Rede Rio é a plataforma básica paratroca de informações entre pesquisado-res, alunos, professores e outros associa-dos à comunidade de pesquisa e desen-volvimento, o que possibilita a dissemina-ção de informação, troca e geração de no-vos conhecimentos, trabalhos colaborati-vos e ensino à distância”, explica PedrictoRocha Filho, coordenador-geral da RedeRio e diretor-presidente da Faperj.

Os investimentos garantem à rede umaconstante melhora tanto técnica como tam-bém da confiabilidade de conexão. Desde asua inauguração, já foram investidos cerca deUS$ 3 milhões. No ano passado, o governo doestado, via Faperj, investiu cerca de R$ 300 milna compra de novos equipamentos.

Com isso, as instituições participantes daRede Rio passaram a ter melhor qualidade derecursos de comunicação disponíveis no“backbone”. Os novos equipamentos foraminstalados nos pontos de presença da rede lo-calizados na PUC-Rio, Fiocruz, CBPF (CentroBrasileiro de Pesquisas Físicas) e UFRJ - in-terligados através de fibras óticas da Telemar.

A chegada dos equipamentos possibilitousignificativa melhora na qualidade dos servi-ços e mais facilidade de acesso para as cercade 100 instituições ligadas à rede e seus 400mil usuários. Também foi investido R$ 1,47 mi-lhão na rede no final de 2004, para atualizaçãotecnológica e aumento da velocidade de trans-missão no “backbone”.

Os novos equipamentos já estão em fase fi-nal de implantação. Com isso, a velocidade do“backbone” da Rede Rio deverá, em breve, al-cançar 1 Gbit/s (1 bilhão de bits por segundo,ou seja, cerca de seis vezes a velocidade ante-rior - que era de 155Mbps - atingindo um novopatamar nos serviços voltados para atender àssolicitações da comunidade científico-tecno-lógica do Estado do Rio de Janeiro. A consoli-dação da Rede Giga representa um passo im-portante para o início de um novo ciclo na cria-ção de produtos, serviços de redes e aplica-ções distribuídas em larga escala.

Dentre estas, podem ser citadas, as gradescomputacionais (necessárias para as compu-tações de alto desempenho envolvendo, entreoutros, modelos de meteorologia, física e bio-logia), a visualização e a imersão em ambien-tes virtuais, a telemedicina, os vídeos de altadefinição ou a TV digital, aplicadas à educaçãoa distância, às áreas de saúde, entretenimentoe muitas outras. “Os recursos deste projetosão oriundos de um acordo de cooperaçãocom o Proderj. Em breve, vamos poder aten-der com muito mais confiabilidade e qualidadeas demandas por altas taxas de transmissãoimpostas por novas aplicações”, conclui Pe-dricto.

Conexão maisrápida ligacerca de 100instituições

SERVIÇOS DA REDE RIO

CIÊNCIA EM TIRINHAS

ARTIGO

DIFUSÃO CIENTÍFICA

A Rede Rio não serve apenas como veículo para tro-ca de informações. Ela também oferece uma série deserviços às instituições que a integram.

Utilizando o protocolo TCP/IP (o mesmo da Internet)— de maior confiabilidade e que permite maior númerode usuários, independente do tipo de sistema utilizado— são oferecidas duas categorias de serviços: básicase exclusivas:

SERVIÇOS BÁSICOS

>> Transferência de arquivos (FTP) - Através de umaconexão FTP, o usuário pode transferir para o seucomputador arquivos (programas, livros, artigos etc.)disponíveis nos servidores da Rede Rio;

>> Acesso remoto a computadores (TELNET) - Por meiodo comando TELNET, é possível ao usuário da Internetacessar qualquer computador conectado à rede e ope-rá-lo como se fosse o seu próprio computador;

>> Informações multimídia sobre instituições, grupos,pessoas e assuntos

(HTTP) - Aplicativos de navegação na Internet permi-tindo uma busca baseada no contexto por documentosmultimídia,

>> Participação em grupos de discussão (NEWS) - Infor-mações sobre os mais variados assuntos estão dispo-níveis ao usuário da Internet através dos grupos de dis-cussão (NEWS).

SERVIÇOS EXCLUSIVOS

>> Servidor de domínio de nomes (DNS) - O DNS é bancode dados distribuído que estabelece uma relação entreo nome da máquina e o número IP (Internet Protocol) cor-respondente. Caso o associado precise, a Rede Rio co-locará o seu servidor à disposição, funcionando comoservidor secundário de DNS;

>> Tráfego Institucional (diário, mensal e anual) - Infor-mações que visam facilitar a administração da RedeRio, como os dados relativos ao tráfego nos roteadorese enlaces, são disponíveis aos usuários;

>> Atendimento Automático de Chamados - Serviço desuporte ao usuário.

Solicitações de ajuda ou esclarecimentos técnicos

são respondidos por consultores da Rede Rio,

>> Monitoração de Segurança - A Coordenação de Enge-

nharia Operacional da Rede Rio realiza um monitora-

mento constante de invasões e ataques nos equipa-

mentos pertencentes à Rede Rio para impedir a ação

de hackers.

ENDEREÇO PARA CONTATO

Rede Rio - Av. Erasmo Braga,118,6º andar - Centro - Rio

de Janeiro/RJ. Cep: 20.020-000. Tel: (21) 3231-2947 -

Fax: (21) 2533-4453.

WWAANNDDEERRLLEEYY DDEE SSOOUUZZAA

Qualquer análise so-bre os fatores de-terminantes do pro-cesso de desenvol-

vimento de um povo irá apon-tar o investimento em educa-ção como um dos mais impor-tantes. A legislação brasileira jáobriga os poderes públicos fe-deral, estaduais e municipais ainvestirem em educação. Mui-tos prefeitos egovernadoresvêm se es-forçandopara me-lhorar onível doe n s i n op ú b l i c ofundamen-tal e médioem suas cidades e estados. Osavanços obtidos já começam aserem detectados. No entanto,cabe lembrar que resultadosnessa área só surgem com po-líticas bem estruturadas e quetenham continuidade e aper-feiçoamento continuado.

O mundo altamente com-petitivo e globalizado de hojeexige das nações investimen-tos significativos na formaçãode pessoal especializado e denível superior, para que seconsiga um desenvolvimentoeconômico sustentado. Nes-se campo, cabe aos centrostecnológicos e universidadesum papel fundamental. Os da-dos disponíveis deixam claroque é muito baixo o percen-tual de nossos jovens quetem acesso ao ensino supe-rior. Nos países desenvolvi-dos o índice de jovens entre18 e 24 que freqüentam a uni-versidade é superior a 45%,

enquanto no Brasil esse per-centual é menor que 10%.

Nesse cenário, o atual go-verno do Estado do Rio de Ja-neiro acaba de tomar impor-tante decisão no sentido deampliar a oferta de vagas nosistema de ensino superiorpúblico, ao criar o Centro Uni-versitário Estadual da ZonaOeste (Uezo).

Instalado em CampoGrande, no cora-

ção daZ o n aO e s t edo mu-nicípio

do Riode Janei-ro, o no-vo Cen-

tro Universi-tário público representa

o reconhecimento do gover-no do estado a uma regiãoonde vivem cerca de 2,2 mi-lhões de cariocas e ondecerca de 70 mil jovens con-cluem anualmente o ensinomédio. A eles será dada ago-ra uma chance real de aces-so a um ensino superior gra-tuito e de qualidade.

A nova instituição surgecom a proposta de inovar nocampo educacional, o quetem sido difícil de imple-mentar nas atuais institui-ções de ensino superior, fa-ce ao conservadorismo ecorporativismo nelas exis-tentes. Para superar estasdificuldades e viabilizar a no-va proposta de ensino, a Ue-zo está sendo constituída co-mo um conjunto de sete ins-titutos superiores, que con-tarão com programas multi-disciplinares e centros de in-fra-estrutura técnico-cientí-

fica. Seis institutos serão deensino tecnológico, nasáreas de Biotecnologia, Fár-macos, Tecnologia da Infor-mação e Comunicação, Cons-trução Naval, Polímeros e Si-derurgia, áreas em francodesenvolvimento industrialno Rio de Janeiro, sobretudona Zona Oeste e na BaixadaFluminense, resultado doplanejamento estratégicotraçado desde o início do go-verno Garotinho, em 1999, eque vem recebendo incenti-vos do governo estadual. Osétimo instituto, o InstitutoSuperior de Educação, atuarána formação de professores,mantendo a tradição do atualInstituto de Educação SarahKubitschek, que gradualmen-te irá se transformar em Co-légio de Aplicação.

Do ponto de vista daorganizaçãopedagógica,t o d o sos alu-nos daU e z ocursa-rão umc i c l obásico,c o n s t i t u í d opor disciplinas instrumen-tais, com destaque para por-tuguês, inglês e informática,disciplinas de formação hu-manística e disciplinas bási-cas de formação científica.Após este ciclo os alunos po-derão optar pelas diferentesáreas tecnológicas ofereci-das, onde, ao longo de um adois anos, terão disciplinasespecíficas.

Nesses cursos, será mi-nistrada a formação teórica,utilizando-se metodologias e

técnicas de educação à dis-tância, baseadas na expe-riência adquirida pelo Cen-tro de Educação à Distânciado Rio de Janeiro (Cederj). Aformação prática, predomi-nante nesse ciclo, será dadaem laboratórios do própriocentro universitário, aliada aprogramas de iniciação cien-tifica e tecnológica. Após ociclo de formação, os alunosserão integrados aos labora-tórios dos centros de pes-quisa e desenvolvimento deindústrias instaladas no es-tado, para concluírem suaformação teórica e prática.

Com a implantação e am-pliação de importantes par-ques industriais nas áreas desiderurgia, fármacos, constru-ção naval, além do incrementodas atividades no Porto de Se-

petiba, a Zona Oes-te do Riopassa poruma fasede elevadod i n a m i s -

mo, comgrande de-manda porm ã o - d e -

obra qualificada.Acrescente-se ainda a recen-

te decisão da Michelin de am-pliar sua planta industrial emCampo Grande. Por tudo isto,a iniciativa do governo do Esta-do do Rio de Janeiro de insta-lar ali um centro de ensino su-perior, com forte atuação naárea tecnológica, representaum passo definitivo para o de-senvolvimento da região.

WWAANNDDEERRLLEEYY DDEE SSOOUUZZAA -SSeeccrreettáárriioo ddee EEssttaaddoo ddee CCiiêênn--cciiaa,, TTeeccnnoollooggiiaa ee IInnoovvaaççããoo ddooRRiioo ddee JJaanneeiirroo

Um novo Centro deEnsino Superior no Rio

NNoo BBrraassiill,, éé bbaaiixxoo ooppeerrcceennttuuaall ddee jjoovveennssqquuee ttêêmm aacceessssoo aaoo

eennssiinnoo ssuuppeerriioorr‘ ’ OOss aalluunnooss tteerrããoo aa ppaarrtteeffiinnaall ddoo ccuurrssoo nnoossllaabboorraattóórriiooss ddaass

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EXPEDIENTE Direção: Wellington Rocha - Edição: Iran Rodrigues - Comercial: Wilson Rianelli - Projeto Gráfico: Milena Falcão e Janaína Salgueiro

Saber Ciência é um suplemento especial do Jornal dos Sports para divulgação de temas ligados à ciência, tecnologia, inovação e educação.

Secti-RJlança novoPortal

A Superintendência de Di-fusão Científica da Secretariade Estado de Ciência, Tecno-logia e Inovação do Rio de Ja-neiro (Secti-RJ) lança, no pró-ximo dia 10 de junho, o Portalde Divulgação Científica doEstado do Rio de Janeiro.

No Portal, que poderá seracessado, a partir do dia 10,pelo site da Secti-RJ (-www.secti.rj.gov.br) serão di-vulgadas as atividades deC&T&I das diversas institui-ções fluminenses, comoeventos de popularização daciência, feiras científicas,mostras, palestras etc., para opúblico em geral.

“A intenção é abrir maisum canal de serviços que pos-sa oferecer aos estudantes,pesquisadores e ao públicoem geral, informações das di-versas áreas da ciência”, ex-plica Francisco Caruso, coor-denador de Difusão Científicada Secti-RJ.

As instituições e os pesqui-sadores interessados em di-vulgar sua programação anual,devem enviar as informaçõesou os endereços eletrônicosde seus sites para o superin-tendente de Difusão Científi-ca, Francisco Caruso Neto([email protected]). Mais informaçõescom a Assessoria de Impren-sa da Secti-RJ – 2299-4125.

Há algum tempo, um amigo me disse quese lembrou do método de alfabetização dePaulo Freire vendo as “Tirinhas”. Se pensar-mos nos desafios da alfabetização científicae na necessidade inerente de desenvolverum material ligado ao dia-a-dia de quem vaiaprender, esse comentário, além de noshonrar muito, expressa bem parte de nossamotivação.

As “Tirinhas de Física” começaram serfeitas em agosto de 1999, como atividade do

programa de Vocação Científica de LuisaDaou, à época jovem estudante do ensinomédio. Sua perspicácia, motivação, habilida-de e senso de humor são ingredientes fun-damentais para o sucesso das “Tirinhas”.

Hoje, o trabalho iniciado em 99 se trans-formou na Oficina de Educação Através deHistórias em Quadrinhos, do Centro Brasi-leiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e váriasinstituições, como a CBPF, UERJ, UFF, UFRJ,UNIG e Fiocruz participam do projeto. Pela

Oficina já passaram mais de quarenta alu-nos de ensino médio de escolas públicas doRio de Janeiro e já foram produzidas mais de600 tirinhas, sobre os mais variados ramosda ciência. Também são realizadas palestrasem escolas públicas e instituições de ensi-no para popularização da ciência e sobre asTirinhas, que já estão sendo utilizadas porprofessores de outras cidades. Os comen-tários que temos recebido são sempre elo-giosos e servem de grande estímulo para

continuarmos nosso trabalho. O trabalho daOficina de Educação Através de Históriasem Quadrinhos pode ser conhecido no en-dereço eletrônico www.cbpf.br/eduhq.

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Quadrinhos ajudam a popularizar ciência

RIO DE JANEIRO SEGUNDA-FEIRA

16 DE MAIODE 2005