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Apontamentos Direito Insolvência Licenciatura em Solicitadoria 10-07-2009 . Rui Pinho

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Apontamentos Direito InsolvnciaLicenciatura em Solicitadoria10-07-2009 . Rui Pinho

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Direito da Insolvncia 3 Ano ______________________________________________________________________________________________________________________

Direito da Insolvncia3. Ano 2. Semestre

Docente: Dra. Maria Joo Gil Pimentel Felgueiras Machado Correio electrnico: [email protected] n. 01 Data: 2009-03-05 Sumrios: Apresentao. Indicao da bibliografia. Algumas consideraes sobre o programa e o sistema de avaliao. Algumas consideraes sobre o tipo de aula de orientao tutorial.

Avaliao: 1. Hiptese: 1 mini teste a meio do semestre e um 2 mini teste a coincidir com o exame e ainda apresentao nas aulas de matrias que iro sendo seleccionadas, sendo uma apresentao oral, sem entrega de qualquer suporte. Esta apresentao serve para subir a nota final dos mini testes, no serve contudo para aprovao na disciplina, visto a nota mnima exigida ser de 9,5 valores em cada mini-teste. A apresentao ser cotada de 0 a 2 valores. 2. Hiptese: Exame final.

1 Mini teste 30 de Abril 2009 15.30h 2 Mini teste

Programa:3

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1-Introduo 1.1-Razo de ser e objectivo do direito da insolvncia 1.2-Evoluo 1.3-As linhas gerais do Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas 2-Pressupostos objectivos e subjectivos da insolvncia. 2.1-A situao de insolvncia (actual e iminente) 2.2-O devedor 2.3-Pressuposto processual de competncia 3-Os rgos da insolvncia 3.1-Tribunal 3.2-Administrador da insolvncia 3.3-Comisso de credores 3.4-Assembleia de credores 4-Efeitos da declarao de insolvncia 4.1-Efeitos subjectivos a. Quanto pessoa do devedor b. Efeitos sobre os administradores e outras pessoas 4.2-Efeitos processuais 4.3-Efeitos sobre os crditos 4.4-Efeitos sobre os negcios em curso 4.5-Efeitos sobre os actos prejudiciais massa 5-Massa insolvente e classificao dos crditos 5.1-Conceito de massa insolvente 5.2-Crditos sobre a insolvncia (garantidos, privilegiados, subordinados e comuns) 5.3-Crditos sobre a massa insolvente 6-O processo de insolvncia 6.1-Pressupostos processuais a. Quanto ao tribunal b. Quanto s partes c. Quanto ao objecto 6.2-Tramitao a. Iniciativa processual b. Apreciao liminar e medidas cautelares c. Sentena de declarao de insolvncia d. Apreenso dos bens e. Reclamao dos crditos e restituio e separao de bens f. Assembleia de credores para apreciao do relatrio g. Liquidao da massa4

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h. Sentena de verificao e graduao dos crditos i. Pagamento aos credores j. Incidente de qualificao da insolvncia k. Encerramento do processo 6.3-Impugnao da sentena 7-O plano de insolvncia 7.1-Caracterizao 7.2-Aprovao e homologao 7.3-Execuo e efeitos 8-A insolvncia de pessoas singulares 8.1-Exonerao do devedor pelo passivo restante 8.2-Plano de pagamento aos credores 9-A insolvncia internacional 9.1-Breve referncia. Bibliografia: Bsica LUS MANUEL TELES DE MENEZES LEITO, Direito da Insolvncia, Almedina, 2009; Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas - Republicao do Decreto-Lei n. 200/2004, de 18 Agosto 2004 Regime Jurdico das Sociedades de Administradores da Insolvncia - Decreto-Lei n. 54/2004, de 18-03 Estatuto do Administrador da Insolvncia - Lei n. 32/2004, de 22-07 Remunerao e Pagamento de Despesas do Administrador da Insolvncia em Caso de Nomeao pelo Juiz - Portaria n. 51/2005, de 20-01 Modelo de carto de identificao dos administradores da insolvncia - Portaria n 265/2005 de 17-03-2005 Modelos dos Anexos ao Plano de Pagamentos aos Credores em Processo de Insolvncia de Pessoas Singulares - Portaria n. 1039/2004, de 13-08

Complementar ALBUQUERQUE, PEDRO DE - Declarao da situao de insolvncia, Revista O Direito Ano 137. III, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2608-6, 2005; CAEIRO, PEDRO - Sobre a natureza dos crimes falenciais (O patrimnio, a falncia, a sua incriminao e a reforma dela), Stvdia Ivridica 19, Boletim da Faculdade de Direito, Coimbra Editora, ISBN 972-32-0732-X, 1996;

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CORDEIRO, ANTNIO MENEZES - Introduo ao Direito da Insolvncia, Revista O Direito - Ano 137. III, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2608-6, 2005; COSTA, SALVADOR DA - O Concurso de Credores no Processo de Insolvncia, Revista do CEJ - N. 4, 1. semestre 2006 - Nmero Especial, Lisboa, Centro de Estudos Judicirios, ISSN 1645-829X, Agosto 2006; DUARTE, HENRIQUE VAZ - Questes sobre recuperao e falncia, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2178-5, 2004, 2. edio; EPIFNIO, MARIA DO ROSRIO - Leis da Insolvncia e da Recuperao das Empresas, Coimbra, Almedina, ISBN 9789724026893 - 876 pgs. - 2005 - 3. Edio Revista e Actualizada; FERNANDES, LUS A. CARVALHO E LABAREDA, JOO - Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas Anotado, 2008 - Quid Jris; Insolvncias Transfronteirias - Regulamento (CE) n. 1346/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000 Anotado, ISBN 9789727241743 - 156 pgs. - 2003 - Quid Jris; JNIOR, E. SANTOS - O plano de insolvncia. Algumas notas, Revista O Direito - Ano 138. III, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2874-7, 2006; LABAREDA, JOO; SILVA, FTIMA REIS - Conhecer o Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas, Miscelneas | N 2 -, Almedina, ISBN 9789724023113 2004; LEITO, LUS MANUEL TELES DE MENEZES - Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas Anotado, ISBN 9789724028620 - 2008 - 4. Edio; PINHEIRO, LUS DE LIMA - O Regulamento Comunitrio sobre Insolvncia Uma Introduo - Edio Digital, Almedina, ISBN 9789724032146 - 232KB - 58 pgs. 2007; SERRA, CATARINA - O Novo Regime Portugus da Insolvncia - Uma Introduo, Almedina, 2008, 3. Edio; VICENTE, DRIO MOURA - Insolvncia internacional: direito aplicvel, Revista O Direito - Ano 138. IV, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2913-1, 2006; Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas, Ministrio da Justia, ISBN 9789723212730 - 452 pgs. - 2004 - Coimbra Editora; O Processo de Insolvncia - Da Petio Inicial ao Pagamento aos Credores, Compilao de Almeida & Leito, Lda, ISBN 9789727491353 - 2006 - Almeida & Leito, Lda; Revista Themis - Edio Especial Novo Direito da Insolvncia, Revista da Faculdade de Direito da UNL, Coimbra, Almedina, ISBN 972-40-2622-1, 2005.

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Aula n. 02 Data: 2009-03-12 Sumrios: INTRODUO 1. Razo de ser e objectivo do Direito da Insolvncia 2. Evoluo 3. Linhas gerais que caracterizam o Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas. Lanamento de questes sobre o tema apresentado; debate.

1.

Introduo

1.1-Razo de ser e objectivo do direito da insolvncia 1.2-Evoluo 1.3-As linhas gerais do Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas

1.1-Razo de ser e objectivo do direito da insolvncia Origem etimolgica dos termosInsolvncia O contrrio tem origem no verbo latino solvere, que significa pagar, resolver. Insolvncia traduz, portanto, a situao de quem no tem meios para cumprir as suas obrigaes, normalmente por falta da liquidez necessria, ou porque em certos casos o total das suas responsabilidades excede os bens que tem para satisfazer essas dvidas. Artigo 3 CIRE Conceito de insolvncia. Podemos ter patrimnio mas no temos liquidez. Esse patrimnio pode no ser susceptvel de liquidao.

Artigo 3. - Situao de insolvncia 1 - considerado em situao de insolvncia o devedor que se encontre impossibilitado de cumprir as suas obrigaes vencidas. 2 - As pessoas colectivas e os patrimnios autnomos por cujas dvidas nenhuma pessoa singular responda pessoal e ilimitadamente, por forma directa ou indirecta, so tambm considerados insolventes quando o seu passivo seja manifestamente superior ao activo, avaliados segundo as normas contabilsticas aplicveis. 3 - Cessa o disposto no nmero anterior quando o activo seja superior ao passivo, avaliados em conformidade com as seguintes regras: a) Consideram-se no activo e no passivo os elementos identificveis, mesmo que no constantes do balano, pelo seu justo valor; b) Quando o devedor seja titular de uma empresa, a valorizao baseia-se numa perspectiva de continuidade ou de liquidao, consoante o que se afigure mais provvel, mas em qualquer caso com excluso da rubrica de trespasse; c) No se incluem no passivo dvidas que apenas hajam de ser pagas custa de fundos distribuveis ou do activo restante depois de satisfeitos ou acautelados os direitos dos demais credores do devedor. 4 - Equipara-se situao de insolvncia actual a que seja meramente iminente, no caso de apresentao pelo devedor insolvncia.

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Falncia - Tem origem no verbo latino fallere, que significa fingir, induzir em erro; exprime a violao da confiana de que gozava o comerciante perante os seus credores. O termo falncia foi utilizado at ao Cdigo anterior (CPEREF); tem uma conotao mais negativa que o conceito de insolvncia que mais objectivo. Quebra - Termo mais antigo, que ainda utilizado no direito espanhol (quiebra), equivalente ao ingls bankruptcy. Tem origem na expresso banca rupta, utilizada nas cidades medievais italianas para simbolizar o que se fazia s bancas dos banqueiros que fugiam com os haveres dos seus clientes, pois era norma quebrar fisicamente essas bancas. A insolvncia uma consequncia que a sociedade tem de efectivamente de conviver na medida em que permite o deferimento do cumprimento das obrigaes e, ao faz-lo tambm gera a possibilidade de o cumprimento no se verificar

mbitoEm face da impossibilidade, que afecta o devedor, de cumprimento das suas obrigaes patrimoniais, o Direito da Insolvncia ocupa-se das consequncias da resultantes, designadamente: Da situao do devedor Entende-se situao pessoal e patrimonial. Tem de ser criados mecanismos para a subsistncia da situao do devedor Da conservao do seu patrimnio Nas empresas a situao de insolvncia vai-se formando e os titulares desta so os primeiros a tomar conhecimento. O grande risco para os credores que o devedor sonegue os bens para evitar de os entregar aos credores e reservar os mesmos para si. Existe ainda a hiptese de o devedor transferir os bens para pessoas prximas de si, tais como tios, primos, sobrinhos, esta situao ter de ser evitada, havendo mecanismos que permitem ir contra este tipo de aco. A ideia manter os bens no devedor para satisfazer os credores. H outra situao em que se aplica a conservao do patrimnio, havendo insolvncia os bens so retirados de quem os tutela, ou seja, dos representantes da sociedade. Da liquidao do seu patrimnio (eventualmente, da sua recuperao) Quanto maior o resultado da liquidao maior ser a satisfao dos credores. Da determinao dos seus credores e dos valores e natureza dos seus crditos Se existem ou no garantias. Se a razo de ser da insolvncia a satisfao dos credores temos que saber quem so os outros titulares para depois lhes ser efectuado o seu pagamento. Da satisfao dos direitos dos credores efectuado o pagamento a estes

Embora seja propsito imediato do legislador, alm da liquidao, o direito da insolvncia tambm se ocupa da sua recuperao. Existe esta possibilidade, embora no seja o propsito imediato. A empresa tem eventualmente de regressar ao mercado em boas condies. Por exemplo, pode o administrador de insolvncia entender que existem razes para a recuperao, porque existe uma m gesto, mas o capital humano bom. Pode tambm reduzir o capital, vender equipamentos, todavia este processo lento, devendo ser gerido com cautela, pois pode-se estar a tentar recuperar uma empresa que no fundo no tem condies de recuperao.8

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Noo Direito da Insolvncia Complexo de normas jurdicas que tutelam a situao do devedor insolvente e a satisfao dos direitos dos seus credores Origem variada das normas (multidisciplinar): Direito Comercial (pois a maioria dos devedores so comerciantes), Direito Civil (outros devedores, particulares), Direito Processual Civil (processo de insolvncia, tem natureza executiva, tem tambm natureza declarativa, um processo especial), Direito Penal (crimes insolvenciais, CP arts. 227. e ss.), Direito Processual Penal (julgamento dos crimes), DIP (insolvncia internacional) Caracterizao: direito substantivo, privado, especial. Tem uma forte componente processual na medida em que a tutela dos direitos do devedor e credor, mediada pelos tribunal e pelos rgos da insolvncia, essa componente processual est patente no artigo 1 do CIRE, a sanes previstas ficaram autonomizadas estando estas previstas no cdigo Penal no artigo 227 e ss.

Noo Processo de insolvncia Acepo restrita: sequncia ordenada de actos que se inicia com a apresentao insolvncia ou o pedido de insolvncia (artigo 18, 19 e 20) e se conclui com o pagamento aos credores ou com outra forma de extino do processo (artigo 172 e ss e 230a)). O pedido apresentado por terceiro. Acepo ampla: o processo abrange, ainda, outras tramitaes estruturalmente autnomas que surgem na dependncia do processo de insolvncia o Embargos sentena declaratria de insolvncia, artigo 40. e ss o Aces apensas ao respectivo processo, artigo 85. e ss o Resoluo em benefcio da massa insolvente, artigo 120. e ss o Verificao dos crditos, artigo 128. e ss o Restituio e separao de bens, artigo 141. e ss

Caractersticas Processo de InsolvnciaAco executiva, colectiva, genrica ou total e no parcial, especial, para pagamento de quantia certa, com uma fase declarativa inicial. Aco executiva pois tem por fim a obteno de providencias adequadas reparao efectiva de direitos de credito violados, artigo 4, n.3 do CPC Execuo colectiva pois ao contrrio da execuo singulares, o processo de insolvncia destina-se ao tratamento de todos os credores de igual forma. Aco genrica ou total e no parcial, pois uma execuo que abrange todo o patrimnio do devedor.

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Aco de execuo para pagamento quantia certa , existe um rateio do patrimnio do devedor que convertido em dinheiro, de modo a ser distribudo pelos credores Processo especial pois afasta-se do regime comum das execues, sendo o Cdigo de Processo Civil aplicvel a ttulo subsidirio, tal como resulta do artigo 17 CIRE

Extino Processo de Insolvncia Aprovao das medidas de recuperao, pagamento ou quando no haja bens suficientes para prosseguir. Natureza Processo de Insolvncia A aco executiva tem natureza colectiva, pois enquadra todos ou quase todos os credores. A partir do momento em que o devedor se apresenta ou em que feito o pedido, todas as aces executivas contra ele se suspendem. Todos os credores passam a ter os mesmos direitos, no mesmo crdito, no h desigualdade, universal.

1.2-Evoluo A origemTem origem no Direito Romano, no incio tinha apenas natureza pessoal o que condizia para consequncias pessoais, como a perda da vida; Como direito intermdio j era visto como tendo tambm natureza patrimonial, a origem do conceito da falncia, hoje insolvncia, teve o seu inicio nas cidades italianas da Idade Mdia e Renascimento, a falncia pode assim ser considerada como uma criao da idade mdia; A codificao; A primeira codificao do fenmeno Falncia foi o Code de Commerce francs de Napoleo em 1807. Mais recente, fundamentalmente relacionadas com a preocupao em distinguir a insolvncia das pessoas singulares e, fruto em pouco das crises econmicas de 1870, 1914 e de 1929 que imbudos de um sentimento de benevolncia para com os falidos as sociedades revelaram a importncia entre a deciso de liquidar ou recuperar.

O direito portugus Sistema de falncia-liquidao (at ao CPC de 1961) Sistema de falncia-saneamento (at ao CIRE 2004) Sistema de falncia-liquidao (desencadeado pelo CIRE 2004)

LUS MENEZES LEITO, Direito da Insolvncia , Almedina, 2009, p.45-76.

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Aula n. 03 Data: 2009-03-19Sumrios: INTRODUO (concluso) As linhas gerais do Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas PRESSUPOSTOS OBJECTIVOS E SUBJECTIVOS DA INSOLVNCIA 1. A situao de insolvncia (actual e iminente). Anlise de questes e debate com os estudantes sobre matria leccionada.

Esta aula no foi leccionada.Aula n. 04 Data: 2009-03-26Sumrios: PRESSUPOSTOS OBJECTIVOS E SUBJECTIVOS DA INSOLVNCIA 1.A situao de insolvncia (actual e iminente) 2.O devedor 3.Pressuposto processual de competncia. Anlise e discusso com os estudantes de questes tratadas

1.3-As linhas gerais do Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas Motes/preocupaes Agilizao do processo Resoluo clere e eficaz dos processos

Segundo os tribunais estes motes no foram cumpridos, at data. A perda de celeridade aumenta as perdas, pois tornando-se publica a situao da insolvncia de determinada sociedade as outras entidades j no querem contratar. At o patrimnio tende a deteriorar-se ou a desaparecer.

Objectivos: A satisfao, pela forma mais eficiente possvel, dos direitos dos credores Ao Direito da insolvncia compete a tarefa de regular juridicamente a eliminao ou reorganizao financeira de uma empresa segundo uma lgica de mercado, devolvendo o papel central aos credores, convertidos em proprietrios econmicos da empresa * Desjudicializao do processo O juiz acompanhado por peritos e tem como principal funo assegurar a legalidade de todos os outros intervenientes.

Prembulo do DL 53/2004, de 18.03, que aprovou o CIRE (*) J no so propriedade dos seus titulares mas sim dos credores, sendo elas titulada devem ter na situao da insolvncia um papel principal, decidem o futuro da empresa: se a liquidam ou se a recuperam.

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Entre 1961 e 2004 o processo de insolvncia destinava-se satisfao dos credores e a recuperar/viabilizar a empresa, esta era pois a filosofia. Actualmente face ao insucesso dessa filosofia regressa-se ao entendimento de que a insolvncia, aps ser declarada vai para a esfera jurdica dos credores e so esses quem decidem o futuro da empresa. Pressupostos objectivos e subjectivos da 2. insolvncia 2.1-A situao de insolvncia (actual e iminente) 2.2-O devedor 2.3-Pressuposto processual de competncia

2.1- A situao de insolvncia (actual e iminente) Pressuposto objectivo nico (CIRE, 3.) Generalidade dos devedores: A impossibilidade de o devedor cumprir as suas obrigaes vencidas (critrio do fluxo de caixa; cash flow) n.1. Este o principal critrio para a definio de insolvncia, no direito Portugus. Pessoas colectivas de responsabilidade limitada : Passivo manifestamente superior ao activo (critrio do balano ou do activo patrimonial; balance sheet ou asset) n. 2 e 3 Actual ou iminente: A insolvncia est prestes a ser declarada, s o devedor que se apercebe dessa eminncia. Esta uma forma de minorar os prejuzos. n.4

Fazem parte do activo e passivo tudo aquilo que avalivel, independentemente do balano (ao preo justo) Exemplo contrato de suprimento art48g) CSC. Estes sero os ltimos a serem pagos. Nota: manifestamente - mais um termo econmico/financeiro e, um critrio a considerar ser o da importncia dos crditos: quais so os crditos que fazem parte do passivo, h crditos que pela sua natureza (exemplo:EDP) pem em causa o funcionamento da empresa.

2.2- O devedor O devedor - (CIRE, 1, 2, 5, 10)O devedor classificado segundo os Critrios:Critrios A personalidade jurdica A autonomia patrimonial Excepes12

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A empresa (objecto e no sujeito) Falecimento do devedor

A presena de alguns destas condies confere a capacidade aos sujeitos Art2 - O conceito de devedor muito mais lato que no passado em que o devedor teria que ser uma pessoa singular ou colectiva Art22 Excepes: Pessoas Colectivas pblicas e entidades pblicas empresariais Regimes especiais aplicveis a seguradoras. Seguros: DL94-B/98, de 17.04 e DL90/2003, de 30.04 Instituies financeiras: DL199/2006, de 25.10 Nota: Conceito de empresa no utilizado para caracterizar o sujeito da insolvncia empresa = objecto sujeito art5 Art10 - falecimento do devedor hiptese de o falecimento do devedor decorrer no mbito do processo.Subjectivo (quem pode ser objecto desta declarao) Artigo 2. - Sujeitos passivos da declarao de insolvncia

1 - Podem ser objecto de processo de insolvncia: a) Quaisquer pessoas singulares ou colectivas; b) A herana jacente; c) As associaes sem personalidade jurdica e as comisses especiais; d) As sociedades civis; e) As sociedades comerciais e as sociedades civis sob a forma comercial at data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem; f) As cooperativas, antes do registo da sua constituio; g) O estabelecimento individual de responsabilidade limitada; h) Quaisquer outros patrimnios autnomos. 2 - Exceptuam-se do disposto no nmero anterior: a) As pessoas colectivas pblicas e as entidades pblicas empresariais; b) As empresas de seguros, as instituies de crdito, as sociedades financeiras, as empresas de investimento que prestem servios que impliquem a deteno de fundos ou de valores mobilirios de terceiros e os organismos de investimento colectivo, na medida em que a sujeio a processo de insolvncia seja incompatvel com os regimes especiais previstos para tais entidades.

A) O Estado garante pois a sua solvabilidade e porque as empresas e entidades pblicas prosseguem fins pblicos

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B) O processo de insolvncia incompatvel com os regimes especiais, podem estes ser declarados insolventes mas no luz deste cdigo, apenas por normas especiais, pois se tal acontecesse poder-se-ia colocar em risco os interesses dos depositantes e de segurados.

Artigo 5. - Noo de empresa Para efeitos deste Cdigo, considera-se empresa toda a organizao de capital e de trabalho destinada ao exerccio de qualquer actividade econmica.

A empresa (objecto e no sujeito) deste artigo determinados mecanismos previstos no cdigo devem conservar a universalidade.

As pessoas singulares podem ser declaradas insolventes, sendo que a declarao no esta dependente da independncia econmica ou de terem plena capacidade jurdica, estando as pessoas singulares sujeita a regras mais particulares, tais como a exonerao do passivo restante, conforme dispe o artigo 235 e ss.

Artigo 10. - Falecimento do devedor No caso de falecimento do devedor, o processo: a) Passa a correr contra a herana jacente, que se manter indivisa at ao encerramento do mesmo; b) suspenso pelo prazo, no prorrogvel, de cinco dias, quando um sucessor do devedor o requeira e o juiz considere conveniente a suspenso.

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Os rgos da insolvncia

3.1-Tribunal 3.2-Administrador da insolvncia 3.3-Comisso de credores 3.4-Assembleia de credores

Os rgos da insolvncia

Tribunal CIRE, 7.o (LOFTJ, 891-a)) Art7 esta norma no se refere insolvncia intencional. O n2 consubstancia um foro alternativo. Art65-A CPC refere-se ao processo de insolvncia. Administrador da insolvncia CIRE, 52a 65; DL 54/2004, de 18.03; L 32/2004, de 22.07, art52 e 188 Comisso de credores CIRE, 66 a 71

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Assembleia de credores CIRE, 72 a 80 este vai ser o rgo mais importante no processo de insolvncia.

3.1- Tribunal Tribunal CIRE, 7.o (LOFTJ, 891-a))A regra a de que so os tribunais comuns, com a excepo das sociedades comerciais onde o devedor titular da empresa e quando a massa insolvente integra a empresa, nestes casos o tribunal competente o tribunal de comrcio. O juiz tem um papel fundamentalmente de controlo da legalidade, cabendo aos demais rgos a prtica dos actos materiais ou substantivos. Com a entrada em vigor do CIRE houve lugar a uma Desjudicializao de que so exemplo os artigos 27, 31 e 32, 136 e 139, 188, 214 e 215, 216, 230. Segundo o prembulo do DL53/2004, esta Desjudicializao tem a ver com o facto do Juiz no dominar as matrias de insolvncia. , no entanto, importante considerar aqui, o princpio do inquisitrio plasmado no art11 do CIRE. Este princpio oposto ao princpio do dispositivo que apenas permite ao juiz decidir sobre a matria que as partes dispuseram. Em relao competncia territorial, esta primordialmente atribuda ao tribunal da sede do devedor, artigo 7, ou ainda onde este tenha a maioria dos seus negcios de uma forma habitual.Artigo 89. - Competncia 1 - Compete aos tribunais de comrcio preparar e julgar: a) O processo de insolvncia se o devedor for uma sociedade comercial ou a massa insolvente integrar uma empresa;

Aula n. 05 Data: 2009-04-02Sumrios: OS RGOS DA INSOLVNCIA 1. Tribunal 2. Administrador da insolvncia 3. Comisso de credores 4. Assembleia de credores (CIRE, artigos 7., 52. e ss., 66. e ss., 72. e ss.). Debate sobre questes colocadas pelos estudantes.

3.2- Administrador da insolvncia Administrador da insolvnciaCIRE, 52 a 65; DL 54/2004, de 18.03; L 32/2004, de 22.07, art52 e 188

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A nomeao de um administrador da insolvncia necessria, face desconfiana na capacidade de administrao do devedor, que a sua insolvncia naturalmente pressupe. Qualquer pessoa com formao especfica na rea do direito ou da gesto, entendendo-se por formao especfica, a licenciatura numa dessas reas. Os administradores podem organizar-se em sociedades civis, sendo que para determinada empresa nomeado determinado administrador. A nomeao cabe ao Juiz, com base nas listas referenciadas no art5 da Lei 32/2004. A designao pode ser antecipada por uma consulta ao devedor, ao requerente e aos credores. desejvel que a empresa seja acompanhada por gestores da actividade e por isso, a assembleia de credores pode sempre substituir o administrador designado pelo tribunal por outro que conste da lista, como por qualquer outra pessoa que nem conste da lista. Neste ltimo caso, necessrio motivo justificativo conforme o que resulta do art53n2 CIRE. Logo que nomeado, o administrador inicia as suas funes (art54), so elas: Pagamento - 551 a); Diagnstico; Gesto - 331; 551b), 2, 3 e 4; Controlo de gesto - 332; 226 e 224 2; Apreenso e liquidao dos bens 551 a) Informao 555; Representao Remunerao art60, Lei 32/2004 e art19 a 24, 261 e 271 portaria 51/2005 as regras de fixao esto legalmente previstas. Se for substitudo pela assembleia de credores ou se for algum de fora da lista a remunerao fixada por eles. A retribuio nestes casos tem de ser justificada, ou porque a massa insolvente o permite ou, porque existe uma maior salvaguarda dos interesses dos credores. Isto, porque em regra, a remunerao do administrador de insolvncia no indicado pelo tribunal ou no constante na lista, superior remunerao legalmente estabelecida. Nomeao art382a) e 57 deve ser objecto de registo Fiscalizao art58 pelo juiz que o nomeou e/ou pela comisso de trabalhadores Destituio art56 e 169; 18 n.4 da Lei32/2004 Justa causa, isto , pressupe necessariamente a violao culposa das obrigaes do Administrador da insolvncia. Responsabilidade art59; 18 Lei 32/2004; 824 e 169 Responde pelos danos causados aos credores ou devedores ou pela inobservncia culposa das disposies aprovadas pelo Comisso de credores e pelas disposies do Juiz que o nomeou. Prestao de contas art62 e 6416

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Sempre que cessa funes; Anualmente (65), quando lhe caiba a gesto da empresa; No final do processo, pois o processo s encerrado quando o tribunal aprovar tais contas (64)

3.3- Comisso de credores Comisso de credores art66 a 71Se o processo for simples, o Juiz pode no designar este rgo; a Assembleia de credores, mesmo que o Juiz a no designe, pode nomear a Comisso e vice-versa (80) Regra geral designada pelo Juiz. Segundo o art66, esta composta por 3 ou 5 membros e 2 suplentes, sendo que um dos membros estabelece a ponte entre a Comisso e os trabalhadores e dispe de uma retribuio mnima. Tem assento e voto na Assembleia de credores. Funes:

Fiscalizar a actividade do administrador; Prestar colaborao ao mesmo.

Responsabilidade solidria entre si.

Aula n. 06 Data: 2009-04-23Sumrios: Debate com os estudantes sobre matria sumariada. Concluso do estudo do tema sumariado na aula terico-prtica anterior.

3.4- Assembleia de credores Assembleia de credores art72 a 80 o rgo mais importante, pois assembleia que cabe todas as decises do Processo de Insolvncia. constituda por todos os credores, independentemente da natureza e importncia dos seus crditos desde que, estes sejam anteriores ao Processo de Insolvncia, os seus crditos esto na origem do prprio processo. Para estar presente na assembleia necessrio fazer prova da natureza dos seus crditos. Este rgo decide se o processo segue a tramitao legal ou se procede liquidao ou recuperao da devedora, todas as medidas so decididas e formadas por este rgo. Tem prevalncia sobre outros rgos, pode afastar o administrador nomeado pelo tribunal. As decises tomadas afastam as decises da Comisso de credores. A reclamao de crditos est prevista no artigo 128 e a elas esto obrigados todos os credores com assento na Comisso de credores e que tenham reclamado e obtido aceitao quanto aos seus crditos.

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A assembleia funciona de forma semelhante assembleia de accionistas nas sociedades annimas, artigo 72, n.4, os trabalhadores podem ainda fazer-se representar sendo que, apenas os credores podem votar. Artigo 73 - Os crditos conferem direito a um voto por cada euro ou fraco, isto pressupe ento que j esteja apurado e aprovado por todos os credores no relatrio. Artigo 78 - Remete para o artigo 215, porque um dos casos, que pode dar lugar a esta actuao o da homologao do plano de insolvnciaArtigo 78. - Reclamao para o juiz e recurso 1 - Das deliberaes da assembleia que forem contrrias ao interesse comum dos credores pode o administrador da insolvncia ou qualquer credor com direito de voto reclamar para o juiz, oralmente ou por escrito, desde que o faa na prpria assembleia. 2 - Da deciso que d provimento reclamao pode interpor recurso qualquer dos credores que tenha votado no sentido que fez vencimento, e da deciso de indeferimento apenas o reclamante.

Esta ltima norma causa algumas dvidas no seu n.1 uma vez que o interesse comum no satisfeito da mesma maneira. Permite ento a qualquer dos presentes na assembleia provocar uma atraso grave no processo de insolvncia, na medida que para alm da pronncia do juiz, poder ainda ser interposta por recurso de qualquer outro credor, estando assim em causa a celeridade pretendida com a nova alterao a este cdigo.

Competncia da assembleia de credoresCompetncias da assembleia de credores: 1. Eleger administrador da insolvncia distinto daquele que tenha sido designado pelo tribunal (art. 53 n 1) 2. Prescindir da existncia da comisso de credores ou substituir qualquer dos membros ou suplentes da comisso nomeada pelo juiz, podendo eleger dois membros adicionais (art. 67 n 1) 3. Se o juiz no a tiver constitudo, criar ela mesma uma comisso de credores, composta por trs, cinco ou sete membros e dois suplentes, designando o respectivo presidente (art. 67 n 1) 4. alterar a todo o momento a composio da comisso de credores, independentemente de justa causa (art. 67 n 1) 5. Dispensar a necessidade de aprovao da comisso de credores relativamente a quaisquer actos para que a lei exija essa aprovao (art. 80) 6. Revogar todas e quaisquer deliberaes da comisso de credores (art. 80) 7. Apreciar o relatrio elaborado pelo administrador da insolvncia (art. 156 n 1) 8. Deliberar sobre o encerramento ou manuteno em actividade do estabelecimento ou estabelecimentos compreendidos na massa insolvente (art. 156 n 2)

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9. Conferir ao administrador o encargo de elaborao de um plano de insolvncia, podendo nesse caso determinar a suspenso da liquidao e partilha da massa insolvente (art. 156 n 3) 10. Consentir, em caso de inexistncia da comisso de credores, na prtica de actos jurdicos que assumam especial relevo para o processo de insolvncia (art. 161 n 1) 11. Aprovar o plano insolvncia apresentado (art. 209), podendo efectuar alteraes ao mesmo (art. 210) 12. Determinar que a administrao da massa insolvente seja efectuada pelo devedor (art. 224 n 3) e deliberar pr termo a essa administrao (art. 228 n 1 al. b)) Plano de insolvncia Quando os credores no adoptam as medidas de liquidao legais. Para aprovao deste necessrio um qurum, artigo 212, quando esteja presente pelos menos 1/3 do total de crditos com direito a voto, sendo que a maioria de aprovao de 2/3.

4.

Efeitos da declarao de insolvncia

4.1-Efeitos subjectivos a. Quanto pessoa do devedor b. Efeitos sobre os administradores e outras pessoas 4.2-Efeitos processuais 4.3-Efeitos sobre os crditos 4.4-Efeitos sobre os negcios em curso 4.5-Efeitos sobre os actos prejudiciais massa

5.

Massa insolvente e classificao dos crditos

5.1-Conceito de massa insolvente 5.2-Crditos sobre a insolvncia (garantidos, privilegiados, subordinados e comuns) 5.3-Crditos sobre a massa insolvente

5.1- conceito de massa insolvente Massa insolvente artigo 46 e 6 CIRE; 601 CC)Constitui-se pelo activo do devedor, sendo que a soma dos seus crditos constitui o passivo deste, artigo 46, n.1 1 parte, conceito. Alm de todo o patrimnio do devedor data da declarao da insolvncia faz parte da massa igualmente todos os bens/patrimnio que o devedor venha a adquirir na pendncia do processo

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como o caso do quinho hereditrio, quinho este que no poder repudiar. Alem dos bens do devedor tambm integra a massa insolvente: Os bens dos responsveis pelas obrigaes do devedor, o caso dos administradores, gerentes e directores, que no exerccio das suas funes tenham agido culposamente, artigo 78 n. 1 e n.4 CSC Scios comanditados, artigo 465 n.1 CSC Sociedades em nome colectivo, 175 n.1 CSC Titular nico de IERL Conjugues, 264 a 266 - quando as dividas so comunicveis e quando haja comunho de bens ou adquiridos onde o conjugue poder proceder separao de bens. Procede-se a meao artigo 1696 CC

Crditos sobre a insolvncia cujos titulares integram a assembleia de credores, so os crditos que deram origem/razo ao Processo de Insolvncia e que so satisfeitos por este. Estes so o passivo do insolvente constitudo pelas obrigaes anteriores que vo ser satisfeitas pelo processo de insolvncia. Embora haja o princpio da igualdade de tratamento dos credores par conditio creditorium, aqui vale a tpica frase so todos iguais, mas uns so mais importantes que outros. Depende portanto da natureza dos crditos:

5.2- Crditos sobre a insolvncia (garantidos, privilegiados, subordinados e comuns) Garantidos e privilegiadosGarantidos - So apenas aqueles que beneficiam de uma garantia real, temos assim a: Hipoteca, artigo 686 CC Penhor, artigo 666 CC Direito de reteno, artigo 754 CC Consignao de rendimentos, artigo 656 CC

As garantias pessoais no relevam consequentemente para a qualificao do crdito como garantido Privilegiados So aqueles que beneficiam de privilgios creditrios gerais (imobilirio ou mobilirios), os quais no constituem garantias reais por no incidirem sobre coisas determinadas

SubordinadosArtigos 48, 49 e 177 so colocados um ltimo lugar na graduao de crditos elaborada pelo juiz, por exemplo os juros aps a declarao da insolvncia.

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ComunsArtigo 176, so aqueles que no beneficiam de garantia real, nem privilgio especial e que tambm no so objecto de subordinao. So assim considerados credores comuns, e o facto de beneficiarem de outras garantias de natureza distinta, tais como as garantias pessoais, no afecta o seu estatuo ainda assim de credores comuns.

5.3- Crditos sobre a massa insolvente Dividas sobre a massa insolventeArtigo 51 e 172, por exemplo as custas judiciais, retribuio do administrador de insolvncia, custos da liquidao. Estes crditos vo ser satisfeitos antes de todos os outros crditos, significa ento que se os bens existentes na abertura do processo de insolvncia no forem suficientes para pag-los no h processo de inventrio. o prprio processo que os causa.

Aula n. 07 Data: 2009-04-30Sumrios: Realizao de prova de avaliao contnua (mini-teste).

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Aula n. 08 Data: 2009-05-21Sumrios: Continuao do estudo do tema sumariado na aula anterior. Resoluo de questes prticas

6.

O processo de insolvncia

6.1-Pressupostos processuais a. Quanto ao tribunal b. Quanto s partes c. Quanto ao objecto 6.2-Tramitao a. Iniciativa processual b. Apreciao liminar e medidas cautelares c. Sentena de declarao de insolvncia d. Apreenso dos bens e. Reclamao dos crditos e restituio e separao de bens f. Assembleia de credores para apreciao do relatrio g. Liquidao da massa h. Sentena de verificao e graduao dos crditos i. Pagamento aos credores j. Incidente de qualificao da insolvncia k. Encerramento do processo 6.3-Impugnao da sentena

Formula-se por um pedido de declarao de insolvncia. CIRE, 18. a 22.; 23. a 26.

Legitimidade para apresentar o pedido - CIRE, 18. a 20. Devedor: obrigao de apresentao; incumprimento consequncias (CIRE, 186./1, 3-a), 189.); CP, 228./1 e 229.-A; CC, 483.); caso dos devedores singulares no titulares de empresa Responsveis legais Qualquer credor (CIRE, 20./1) Ministrio Pblico

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Requisitos da petio inicial. CIRE, 23. a 25. Desistncia. CIRE, 21. Pedido infundado. CIRE, 22.

Devedor Obrigao de apresentao - Qualquer um dos administradores ou at o prprio titular da empresa tem de o fazer no prazo de 60 dias seguintes data do seu conhecimento ou da data em que a devesse conhecer com excepo das pessoas singulares no titulares de uma empresa (artigo 186, n.5 e 186, n.2) esta uma obrigao em relao situao de insolvncia actual (artigo 3, n.1) Apresentao pedido

Qualquer outro que tenha legitimidade Apenas o devedor Incumprimento e consequncias (186 n 1 e 3 a), 189 CIRE, 228 n 1 e 229-A C.Penal e 483 CC) Consequncias pessoais (36 c), patrimoniais, comerciais e pessoais pois sempre que declarada a insolvncia de uma determinada empresa, o Ministrio Publico fica encarregado de averiguar junto de qualquer um dos devedores se existe culpa ou no quanto ao processo de insolvncia (186 n 3). Caso dos devedores singulares no titulares de empresa Qualquer credor (20 n 1, no importa montante e natureza dos crditos) Responsveis legais pressupe que hajam factos/ndices de insolvncia, factos esses mencionados no art 20 alneas a), b) e e), que so os mais comuns.

Requisitos da petio inicial (23 a 25), divergem consoante seja apresentado pelo devedor ou pedido por qualquer um dos credores. Devedor: exibe a situao insolvente; Se actual ou iminente; Se pretende ser exonerado do passivo (ver art 23) Pode faze-lo acompanhar de um plano de insolvncia (24 n 3) que pode ser ou no aceite pelos credores Factos (art 20) Natureza, titulo e montante do credito (art 25 n 1) Apresenta a petio (art 23 n 2)

Credor:

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Desistncia (21) o prprio devedor no pode desistir, apenas qualquer outro requerente mas somente at ao momento em que seja proferida a sentena Pedido infundado (22) gera responsabilidade civil pelos prejuzos causados a qualquer uma das partes, isto se houve dolo por parte do apresentante/requerente.

Apreciao liminar do pedido e medidas cautelares 27 a 29 e 31 a 34) Apreciao liminar Indeferimento liminar (27 n 1 a)); Correco de vcios (27 n 1 b)); Citao do ru (29, 12) Declarao imediata da insolvncia (28), se for o prprio titular da empresa e no houver vcios a corrigir ou motivo para existir indeferimento liminar.

Medidas cautelares (31 a 34): tomadas pelo juiz mesmo antes da distribuio se houver urgncia no pedido ou depois da distribuio. Estas podem ser de dois tipos: N 31 n 1 de modo a impedir o agravamento da situao patrimonial; Nomear administrador provisrio

Tramitaes possveis Citao do devedor o Sem oposio (30 n 5) sentena (36) o Com oposio (30 n 3) audincia de discusso e julgamento (35) sentena (36) Falta o requerente considera-se desistncia Falta o devedor consideram-se os factos provados Dispensa de audincia do devedor (com/sem citao) audincia de discusso e julgamento sentena Impugnao da sentena recurso ou oposio de embargos

Oposio insolvncia (30) Audincia de discusso e julgamento (35) Sentena: De deferimento, impugnao (44 e 45) De declarao de insolvncia (36 a 40) Impugnao da sentena de declarao de insolvncia Embargos (40 e 41)24

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Recurso (42)

Publicidade e registo (38) na 2 serie do Dirio da Republica electrnico

Aula n. 09 Data: 2009-05-28Sumrios: Processo de insolvncia.: continuao do estudo. Resoluo de questes prticas

Efeitos da insolvncia Subjectivos. CIRE, 81. a 84. o Quanto pessoa do devedor Necessrios Eventuais o Quanto aos administradores e outras pessoas Processuais. CIRE, 85. a 89. o Apensao de aces o Aces executivas o Convenes arbitrais Sobre os crditos. CIRE, 90. a 101. o Vencimento imediato de dvidas o Clculo dos juros das obrigaes no vencidas o Extino de privilgios creditrios e garantias reais o Constituio de privilgio creditrio a favor do requerente o Direito de compensao Sobre os negcios em curso. CIRE, 102. a 119. [passados (120. e s.) / em curso (102. e s.) / futuros (51., 55./1-b)] o Suspenso (princpio geral) o Manuteno automtica o Extino automtica Efeitos sobre actos prejudiciais. CIRE, 120. a 127.

Subjectivos (81 a 84) relativos s pessoas envolvidas (devedor, quando pessoa singular, administradores e pessoas que respondam pelas obrigaes do devedor Art 6). Estas podem ser: Quanto pessoa do devedor, 36 b) e c) o Necessrios pois resultam necessariamente da declarao de insolvncia.

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Obrigao de entregar documentos, 36 f) Prestar informaes, 83 n 1 b) recai quer sobre o prprio insolvente quer sobre os seus administradores e membros do rgo de fiscalizao (n 4). Ainda a este propsito deve verificar-se o disposto no Art 186 n 2 i); Perdas de poderes so os bens integrantes da massa insolvente (81 n1 e 36 f) e g) bens corpreos ou incorpreos; Proibio de alienao de bens futuros 81 n 2 e 46 n 1 o Eventuais, so resultados possveis e ainda decorrentes da deciso que qualifica a insolvncia como culposa ou gratuita. Art 84 direito de alimentos que pode ser atribudo no s ao prprio devedor mas tambm aos prprios trabalhadores, embora estes tenham direito a que o fundo de garantia lhes pague at 6 meses de trabalho, este fundo tem direito de regresso para com a massa insolvente Efeitos que tm lugar no mbito da qualificao da insolvncia como culposa 189 (ver acrdo do EU) 186 n 2 e 3 so situaes que se vo desenvolvendo ao longo do tempo, da a lei fixar 3 anos antes do inicio da situao de insolvncia (n 1 do Art 186). Se a insolvncia for qualificada como culposa quando se verifiquem um ou vrios dos motivos aqui elencadas a sentena deve conter os elementos enunciados no 189 Quanto a administradores e outras pessoas o Perda do direito remunerao (82 n1) dos administradores da pessoa colectiva devedora.

Processuais Afectam processos que sendo exteriores ao PI so relevantes para a massa insolvente, estamos a falar de todos os processos que o devedor tenha (quer na posio de devedor quer na de credor). Estas aces que afectam o patrimnio do devedor so afectados pelo PI. A principal razo, para alm da estabilizao do activo e do passivo, o princpio da igualdade de tratamento dos credores (par conditio creditorium) que impede que qualquer um dos credores procure satisfao dos seus crditos fora do PI. Ento as aces existentes tero de ser sustadas. Apensao de aces (85 e 86) as aces declarativas e/ou executivas so apensas ao PI por iniciativa do Administrador de Insolvncia para que este e os administradores da empresa sejam tratados de forma igual. Aces essas intentadas contra o insolvente quer contra terceiros (responsveis, scios de responsabilidade ilimitada e/ou executivas). Apensao de processos de insolvncia de pessoas que legalmente respondem pelas dividas do insolvente contra o cnjuge do devedor. Suspenso de quaisquer convenes arbitrais (87). Aces executivas (88 e 89) suspendem-se todas as medidas executivas que tivessem a ser efectuadas na pendncia destas aces pois os bens tm que reverter necessariamente para a massa insolvente para que todos os credores venham a reclamar os seus crditos.26

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Art. 89 so aqueles crditos que se formam no decurso do PI aps a declarao de Insolvncia (51), estes so sempre os primeiros a receber os pagamentos. Sobre os crditos (90 a 101) O objectivo estabilizar o passivo do credor. Consequncias quanto aos crditos Art. 47 1. Os credores tm de promover a satisfao no prprio processo de insolvncia (90); 2. Vencimento de todas as obrigaes do insolvente no subordinada a uma condio suspensiva (91 n1); 3. Continuam a vencer-se juros, mas preciso calcular de forma diferente as obrigaes vencidas e vincendas e respectivos juros; 4. Extino de privilgios creditrios e garantias reais (97), no se extinguem os crditos apenas os privilgios que tenham uma determinada antiguidade face data da declarao de insolvncia, isto funciona de modo a que os credores se antecipem quanto ao pedido de insolvncia; 5. Constitui-se um privilgio creditrio geral mobilirio a favor do requerente, de modo a benefici-lo por ter requerido o PI (98); 6. Direito de Compensao (99) fortemente condicionado pois fica dependente da verificao dos pressupostos elencados no n1 deste mesmo artigo, esta verificao tem de ser antes do PI de modo a evitar situaes fraudulentas. Sobre os negcios em curso (CIRE 102 A 119) - Passados (20 e ss) - Em curso (102 e ss) Manuel Menezes de Leito: Principio Supletivo aplicado a todos os casos que no esto tipificados na lei. Princpio geral quanto a negcios que no tenha existido, negcios totalmente cumpridos quer pelo devedor quer pelo outro outorgante, nenhum cumpriu. Aplica-se s aos contratos bilaterais. O cumprimento fica suspenso at que o administrador da insolvncia declare optar pela execuo ou recusar o cumprimento dentro de determinado prazo, prazo este em que o administrador vai averiguar se do interesse da colectividade de credores cumprir o contrato. Pode resolver o contrato, sujeitando-se a vrias consequncias tais como indemnizaes que serram pagas pela massa insolvente (art. 51). Se recusar o cumprimento verifica-se a situao elencada no art. 102 n3. Compensao (99)o credor vai ter que cumprir a sua parte, no podendo invocar a compensao porque as condies ainda no esto reunidas data da declarao de insolvncia. - Futuros (51 e 55 n1 b)) dvidas da massa insolvente, dvidas estas contradas pelo Administrador de Insolvncia aps a declarao de insolvncia. Futuras em relao declarao de insolvncia. Manuteno automtica, continuam em vigor por efeito da lei, trata-se de situaes duradouras (108, 109, 111, 113, 114, 118) Locao em que o locador ou mesmo o locatrio insolvente (108) no suspende, o contrato continua a vigorar. No entanto, o administrador de insolvncia pode denunci-lo com um prazo de pr27

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aviso de 60 dias. N2 o senhorio tem o direito de reclamar o pagamento das rendas na massa insolvente quando o bem locado se destina habitao do insolvente. Extino automtica (107) operaes a prazo, operaes de mercado financeiro ou em mercados regulados que tenham regras de funcionamento semelhantes ao mercado financeiro. 110 regra geral os contratos de mandato e de gesto extinguem-se com excepo do n2, de modo a evitar prejuzos maiores. Sobre os actos prejudiciais (CIRE 120 A 127) um passado relativamente recente e por o ser suspeito uma vez que com a declarao de insolvncia vo-se avolumando as circunstncias que iro levar insolvncia. Art. 121 os negcios aqui discriminados so resolveis em benefcio da massa, so situaes bvias: b) Estar a dois anos de insolvncia e praticar actos gratuitos (caridade); c) Vir a posteriori prestar garantia, sem que isso seja exigido pela contraparte. ... Fases subsequentes sentena Reclamao e verificao de crditos (natureza declarativa 128) Na sentena temos uma deciso judicial que entrega ao administrador a administrao dos bens, bem como a sua disposio (36 j)), o tribunal manda citar os credores para que no prazo de 30 dias, venham reclamar os seus crditos. Estes credores tm obrigatoriamente que fazer prova dos seus crditos na reclamao que ser dirigida ao administrador da insolvncia (128 n 2). Restituio e separao de bens (natureza executiva), aproveita por exemplo ao cnjuge, s no afecta o cnjuge quando o regime de casamento seja o da separao de bens, pois nessa situao no h dvidas de quem seja o bem. Verificao ulterior (art 146 e 148) no se pode reclamar, s se poder quando se tiver conhecimento depois de que existe um processo de insolvncia. Assembleia de Credores e de Apreciao do Relatrio Art 155 que remete para o 36 n) relatrio para o qual o tribunal pediu ao administrador de insolvncia, dando um prazo na sentena para que este fizesse o diagnostico e prognostico da situao de insolvncia, um documento de enorme importncia. Art 156 os credores vo aprovar ou no o relatrio e com base neste vo decidir o que fazer: liquidar a empresa ou recuper-la. Liquidao da massa insolvente (natureza executiva) pelo administrador de insolvncia coadjuvado pela assembleia de credores com a ajuda de outras entidades, nesta fase que ocorrem as maiores corrupes.28

Direito da Insolvncia 3 Ano ______________________________________________________________________________________________________________________

O administrador de insolvncia tem sua disposio todos os meios de liquidao (vender tudo de todas as formas, obtendo o preo mais elevado para satisfazer os crditos 161 e 163) 168 e 169 proibio de aquisio e prazo para liquidao. Pagamento dos credores (natureza executiva) quem recebe o que e quanto. Os crditos de insolvncia s sero pagos depois de 147, 172, 173 e 174 a 177, havendo remanescente h rateios parciais 178, 182 rateio final. Encerramento do Processo

Aula n. 10 Data: 2009-06-16Sumrios: O PLANO DE INSOLVNCIA 1. Caracterizao 2. Aprovao e homologao 3. Execuo e efeitos

7.

O plano de insolvncia

7.1-Caracterizao 7.2-Aprovao e homologao 7.3-Execuo e efeitos

Plano de insolvncia (1, 192 a 222) Este destina-se a dar satisfao dos direitos dos credores mas em alternativa pode haver um plano de insolvncia que se pode basear na recuperao da empresa, entre outras situaes. Plano de insolvncia via prevista na lei (CIRE) Este s aplicvel recuperao de devedores que tenham no seu patrimnio/massa uma empresa. Este ento uma alternativa ao processo e pode organizar o pagamento dos crditos, a liquidao da massa e respectiva repartio dos crditos pelos credores e respectivo devedor, a responsabilidade do devedor depois de findo o processo de insolvncia. Esta permisso denomina-se pelo Principio do Salvo Regresso de Melhor Fortuna, em que o devedor vai ter um determinado prazo para cumprir a obrigao de pagar aos credores, isto , num determinado prazo pode o devedor adquirir patrimnio para a posterior liquidao dos credores. Nota: a soluo legal supletiva, pois caso os credores no estipulem nada em contrrio segue-se o regime legalmente previsto. O plano de insolvncia pressupe que haja um devedor que contenha no seu patrimnio uma empresa e que portanto no caia nas disposies dos art 249 e 250.

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Caractersticas Aprovado pelos credores podem decidir tudo sobre o Plano de Insolvncia, podem afastar totalmente o regime legal e atribuir substituies alternativas, podem afastar apenas parte do previsto na lei. Legitimidade (193) o Do administrador de insolvncia aquando da primeira assembleia de credores, a de apreciao do relatrio deste (156 n 3) o O devedor (primeiro interessado em propor uma alternativa ao processo) o Qualquer pessoa que responda legalmente pelas dividas da empresa (responsveis legais art 6) o Qualquer credor ou grupo de credores que contenham crditos com o valor mnimo de 1/5 do total dos crditos no subordinados. Contedo (195) o Plano liquidao (liquidao organizada pelos credores diferente do plano de liquidao previsto no cdigo, na totalidade ou em parte) o Plano recuperao (196 a 198) o Plano saneamento (muda a titularidade da empresa porque existe a convico dos credores que os actuais titulares no so competentes para essa titularidade, mudana esta que como obvio onerosa). O plano de insolvncia tem de assegurar a igualdade de tratamento dos credores (192 n 2 e 194), as maiorias formam-se pelo valor dos crditos o que poderia originar uma consequncia muito menos vantajosa para os credores com baixo valor dos seus crditos. 194 n 1 diferenciaes justificadas por razes objectivas, tamanho dos crditos, natureza e garantia destes (47) O credor por dar o seu consentimento no sentido de o prejudicar ou ter tratamento diferenciado. Medidas (196 a 199) Considerando os possveis contedos todas as propostas elencadas nos referidos artigos so supletivos, podem os credores optar por elas ou no, o que imperativo o disposto no 195 n2. o Providncia com incidncia no passivo (196) ou na estrutura da empresa estas visam essencialmente a recuperao da empresa. o Providncias especficas das sociedades comerciais (198) visam a recuperao da devedora que seja uma sociedade comercial (no h violao do direito de propriedade pois a titularidade dos credores e no do devedor, da os credores poderem adoptar vrias medidas que influenciem a estrutura da empresa.

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o Saneamento por transmisso (199 e 201 n 2) o plano de insolvncia pode aprovar a constituio de uma ou mais sociedades de forma a, por um lado satisfazer ou outros credores e por outro criar uma nova modalidade de criar dinheiro. Suspenso da liquidao e partilha (206) Aprovao e homologao (209 a 213) - Assembleia de credores O qurum por maioria dos votos emitidos Ou Maioria que assegura que o plano corresponde ao interesse dos credores com votos no subordinados - Tribunal (214 a 216)

Pareceres (208) Fiscalizao (220 a 222) a comisso de credores o rgo mais indicado para esta tarefa porque no remunerada, sendo apenas pagas as despesas. Incumprimento (artigo 218)

Aula n. 11 Data: 2009-06-23Sumrios: Pessoas singulares Insolvncia internacional (CIRE, 235. a 266.; Regulamento (CE) n. 1346/2000, de 29-05-2000 e CIRE, Ttulos XIV e XV)

8.

A insolvncia de pessoas singulares

8.1-Exonerao do devedor pelo passivo restante 8.2-Plano de pagamento aos credores

Pessoas singulares (no titulares de empresa ou pequenas empresas) Generalidade das pessoas que no exercem uma actividade empresarial so consideradas insolventes devido sua qualidade de consumidores, basta uma situao de doena, morte, etc., associado a alguns compromissos decorrentes da sua vida comum, por exemplo: emprstimos bancrios. H estudos sociolgicos que nos indicam que esta no a melhor forma de tratar estas situaes mas, a par destas solues tcnico-jurdicas, h outras problemticas que devem ser chamadas a actuar (incorporao das pessoas em novos empregos, etc.)

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1. Exonerao do passivo restante (artigo 235 a 248) 2. Plano de pagamentos aos credores (artigo 249 a 263) 3. Insolvncia de ambos os conjugue (artigo 264 a 266)

Solues que devem ser adoptadas simultneamente

1. Exonerao do passivo restante (artigo 235 a 248) a. Artigo 235 - Principio geral da exonerao do passivo restante , trata-se de evitar uma soluo que se baseia no princpio do salvo regresso de melhor fortuna. O devedor obtm acordo com os seus credores no sentido de estes aceitarem uma satisfao parcial dos seus direitos e em troca libertarem o devedor do cumprimento das suas obrigaes restantes, para isso necessrio que este ponha disposio daqueles determinado valor ou os bens para posteriormente serem vendidos, estes sero entregues ao fiducirio. Este processo ter uma determinada durao, findo tal prazo os credores exoneram-se das restantes obrigaes, ento encerrado a insolvncia e cancelados todos os efeitos da insolvncia. i. Artigo 239 contedo propriamente dito do plano: o devedor obriga-se, durante cinco anos a colocar os seus rendimentos ou parte destes a um fiducirio que entregar rateadamente aos seus credores, findo estes 5 anos decretada a exonerao do devedor e este volta a ter a disposio a administrao dos seus bens; ii. Artigo 242 princpio da igualdade dos credores; iii. Artigo 243 por se verificar a posteriori algum dos motivos que sustentariam o indeferimento do plano, artigo 238 iv. Artigo 245 efeitos da exonerao, para alm de ter de haver rendimentos suficientes tambm estamos perante outro problema previsto no n.2 deste mesmo artigo pois as situaes a previstas no so abrangidas pela exonerao v. Artigo 247 Registo Civil e/ou Comercial, consoante os credores a que o devedor estava sujeito 2. Plano de pagamentos aos credores (artigo 249 a 263) a. Artigo 249 e ss disposies especiais a pessoas singulares no empresrios e titulares de pequenas empresas. A exonerao do passivo restante deve ser sempre aplicada independentemente de ter sido apresentado plano de pagamento ou no, artigo 252. O plano de pagamentos apresentado/requerido pelo devedor est sujeito a aprovao dos credores, artigo 257. Este est limitado nos termos do artigo 254 e suspende-se o processo de insolvncia bem como a liquidao, artigo 255 e 171. Artigo 259, n.2 as sentenas no esto sujeitas a publicidade e registo, apenas esto sujeitos a notificao aos credores, protegendo assim a intimidade do devedor. 3. Insolvncia de ambos os conjugues (artigo 264 a 266) a. Se o casamento no tiver sido celebrado no regime da separao de bens as dividas no so comunicadas, logo so dividas prprias de cada um dos conjugues. A insolvncia32

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de ambos, embora sendo pessoas distintas apesar de casados, possvel de ser tratada conjuntamente, apesar do artigo 260 manter os bens separados. Quanto iniciativa esta pode ser feita pelos prprios conjugues ou pelos seus devedores, artigo 264, n.1 Nota: A maior parte dos casos do processo de insolvncia destas pessoas regulada pelas disposies supletivas presentes no cdigo, nomeadamente a liquidao dos bens. A Matria para o exame termina aqui.

7.

A insolvncia internacional

9.1-Breve referncia. 7.1-Caracterizao 7.2-Aprovao e homologao 7.3-Execuo e efeitos

Quando ela pluri-localizada, isto est em contacto com mais do que uma ordem jurdica, a mera localizao dos bens no factor para a insolvncia internacional. Direito aplicvel, regulamento CE 1346/2000 de 29 de Maio e CIRE (ttulos IX e XV) mbito Conceitos Problemas: o Determinao da lei aplicvel lex fori concursus o Reconhecimento de processo de insolvncia estrangeiro o Execuo de decises estrangeiras

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Resoluo de exames Anncio da sentena de declarao de insolvncia, esta a primeira, e est prevista no artigo 36. 1 Trata-se de uma herana jacente por bito de uma pessoa singular, nos termos do art 2 n 1 b) 2 O passivo no integra uma empresa nem o insolvente uma pessoa colectiva art 7 - pois o tribunal do domicilio do autor da herana. No que respeita competncia material o artigo 898 n 1 a) loftj, que diz que o tribunal competente o da competncia residual comum. 3 O administrador da herana, o cabea-de-casal (2079 CC), qualquer credor (art 20), os herdeiros, Ministrio Publico, que representa o Estado (art 20). 4 Sentena de declarao de insolvncia (36). Falta: e) deveria ter sido fixada residncia do administrador da herana (cabea-de-casal 2079 CC) f) depende de quem requereu a insolvncia, se for cabea-de-casal no necessrio, se for um credor e se ainda falta algum documento necessria a juno destes g ) apreenso dos bens para que a sua disposio e administrao seja da competncia da administrao da insolvncia (81 e ss) para que este promova posteriormente a sua venda para a liquidao; 5 36 f) porque constitui uma obrigao legal (23 e 24) e porque so essenciais quer para verificao do passivo quer do activo. 36 c) para o cumprimento do dever de colaborao a que se refere o artigo 83 36 g) fundamental para proteco dos direitos dos credores evitando que o cabea-de-casal os sonegue e ainda para a promoo da liquidao 81 e 156 e ss. 6Ponto 3 81 n 7 Ponto 4 47 n 4 a) e 174 7 185 e ss, averiguar se a insolvncia culposa ou fortuita sendo que culposa nos termos do artigo 186 n 1, esta tem consequncias sancionatrias (189 n 2) e de salvaguarda dos interesses dos credores patrimoniais. 8 128 n 3, todos os crditos sobre a insolvncia (47), anteriores abertura do processo de insolvncia 9 Ao administrao da insolvncia 128 n 2 10 Apreciao de relatrio (36 ss) e 156 e 155 1127 ou indeferimento Ou convite ao aperfeioamento Ou deferimento, sendo que este pode ser declarao de insolvncia (sentena 28) ou citar o devedor (29) 12 Quando haja que tomar medidas cautelares nos termos do artigo 31 a 33 - havendo justo receio da pratica de actos de m gesto. 13 39 momento em que proferida a sentena o prprio juiz quem tem a deciso, no h e pode nem chegar a haver o administrao de insolvncia (191) 230 n 1 d) e 232 - prprio administrador da insolvncia

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14 36 e) e 224 n 2 (31 n 2) 15 102 suspendem os negcios em curso que sejam contratos bilaterais e em que data da insolvncia no tenha havido cumprimento de qualquer das partes.

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ndiceIntroduo.................................................................................................................... 7 Pressupostos objectivos e subjectivos da insolvncia................................................12 Os rgos da insolvncia............................................................................................ 14 Efeitos da declarao de insolvncia..........................................................................19 Massa insolvente e classificao dos crditos............................................................19 O processo de insolvncia.......................................................................................... 22 O plano de insolvncia............................................................................................... 29 A insolvncia de pessoas singulares...........................................................................31 A insolvncia internacional......................................................................................... 33 ndice.......................................................................................................................... 36

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