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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL Rubens Diego Fernandes Alves ESTUDO DA PREVISÃO DA CARGA DE RUPTURA DE ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO Natal 2014

Rubens Diego Fernandes Alves ESTUDO DA PREVISÃO DA

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    Rubens Diego Fernandes Alves

    ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE

    ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO

    Natal

    2014

  • Rubens Diego Fernandes Alves

    ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE

    ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO

    Dissertao apresentada ao Programa de

    Ps-graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como um dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Dr.Olavo Francisco dos Santos Junior

    Natal

    2014

  • Ficha elaborada pela Seo de Processamento Tcnico da Biblioteca Sebastio

    Fernandes do IFRN.

    A474e Alves, Rubens Diego Fernandes. Estudo da previso da carga de ruptura de estacas pr-moldadas

    de concreto. / Rubens Diego Fernandes Alves. 2014. 81 f. : il.

    Orientador: Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, 2014.

    1. Estacas de concreto. 2. Cargas de ruptura Estacas. 3. Curva carga-recalque. 4. Provas de carga. 5. Standard Penetration Test (SPT). I. Santos Junior, Olavo Francisco dos. II. Ttulo.

    CDU 624.155.113

  • iii

    RUBENS DIEGO FERNANDES ALVES

    ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE

    ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como um dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil.

    BANCA EXAMINADORA

    ______________________________________________________________ Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior Orientador

    ______________________________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Flamarion Marques Chaves Examinador

    ______________________________________________________________ Prof. Dr. Raimundo Leidimar Bezerra Examinador (externo)

    Natal, 28 de Fevereiro de 2014.

  • iv

    ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE

    ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO

    Rubens Diego Fernandes Alves

    Orientador: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior

    RESUMO

    As estacas se constituem h algum tempo um dos mais importantes tipos de

    soluo adotada para fundao de construes. Elas so responsveis por transmitir

    ao solo em camadas mais profundas e resistentes, as cargas provenientes das

    estruturas. A interao do elemento de fundao por estaca com o solo uma

    varivel muito importante, tornando o seu domnio indispensvel a fim de determinar

    a resistncia do conjunto e estabelecer critrios de dimensionamento de projeto para

    cada caso de aplicao da estaca. Nessa pesquisa foram feitas anlises a partir de

    ensaios de provas de carga em estacas pr-moldadas de concreto e sondagens do

    tipo SPT, realizou-se um estudo da obteno da carga de ruptura da fundao

    atravs de mtodos semiempricos, terico e de extrapolao da curva carga-

    recalque. Aps isso, realizaram-se comparaes entre os diversos mtodos

    utilizados para dois tipos de solo, um de comportamento granular e outro coesivo.

    Para obteno dos parmetros do solo a serem utilizados nos mtodos estabeleceu-

    se correlaes empricas com o ndice de resistncia penetrao (NSPT). As curvas

    carga-recalque das estacas tambm so analisadas. Diante das comparaes

    estabelecidas indica-se o mtodo semiemprico de Dcourt-Quaresma como o mais

    confivel para estimativa de carga de ruptura para solos granulares e coesivos.

    Enquanto, dentre os mtodos de extrapolao estudados recomenda-se o mtodo

    de Van der Veen como o mais adequado para previso da carga de ruptura.

    Palavras-chave: Estacas; provas de carga; SPT; carga de ruptura; curva carga-

    recalque.

  • v

    STUDY OF PREDICTING ULTIMATE LOAD CAPACITY OF PRECAST

    CONCRETE PILE

    Rubens Diego Fernandes Alves

    Adviser: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior

    ABSTRACT

    The piles are one of the most important types of solution adopted for the foundation

    of buildings. They are responsible for transmitting to the soil in deeper and resistant

    layers loads from structures. The interaction of the foundation element with the soil is

    a very important variable, making indispensable your domain in order to determine

    the strength of the assembly and establish design criteria for each case of application

    of the pile. In this research analyzes were performed from experiments load tests for

    precast concrete piles and investigations of soil of type SPT, a study was performed

    for obtaining the ultimate load capacity of the foundation through methods

    extrapolation of load-settlement curve, semi-empirical and theoretic. After that, were

    realized comparisons between the different methods used for two types of soil a

    granular behavior and other cohesive. For obtaining soil parameters to be used in the

    methods were established empirical correlations with the standard penetration

    number (NSPT). The charge-settlement curves of the piles are also analyzed. In the

    face of established comparisons was indicated the most reliable semiempirical

    method Dcourt-Quaresma as the most reliable for estimating the tensile strength for

    granular and cohesive soils. Meanwhile, among the methods studied extrapolation is

    recommended method of Van der Veen as the most appropriate for predicting the

    tensile strength.

    Key-words:

    Piles; experiments load tests; SPT; ultimate load capacity; load-settlement curve

  • vi

    Aos meus pais Evanildo e Ftima,

    aos meus irmos Dennes, Girlane e Darlan,

    dedico este trabalho.

  • vii

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, por ter me dado foras para persistir e nunca desistir dos meus

    objetivos.

    Aos meus pais, Evanildo e Ftima, e meus irmos Dennes, Girlane e Darlan

    por todo o apoio incondicional durante toda a minha vida.

    A Helena pelo carinho e compreenso durante o desenvolvimento deste

    trabalho.

    Ao meu orientador, professor Olavo Francisco dos Santos Junior, pela

    pacincia, disponibilidade e ateno demonstradas ao longo de todo este perodo.

    Aos amigos Paulo Henrique, Arthur Gomes, pela amizade, incentivo,

    solidariedade e sentimentos comuns compartilhados nesta caminhada.

    Aos colegas de turma Carlindo Avelino, Carlos Junior, Fabiana Alves, Luciano

    Moreira pelos conhecimentos compartilhados ao longo de todo o mestrado.

    Ao tcnico do laboratrio de mecnica dos solos, Paulo Leite, pela ateno

    demonstrada em ajudar quando solicitado.

    A todos que participaram diretamente ou indiretamente desta caminhada para

    chegar at este momento to crucial na minha vida.

    Aos professores que me ajudaram na aprendizagem de todos os

    conhecimentos necessrios para que eu pudesse chegar concluso deste

    mestrado.

    Aos funcionrios do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, pela

    dedicao ao programa e fornecimento de todo o suporte necessrio para a

    concluso desta dissertao.

  • viii

    SUMRIO

    Lista de figuras.............................................................................................................x

    Lista de tabelas..........................................................................................................xiv

    Lista de abreviaturas e siglas.....................................................................................xv

    Lista de smbolos.......................................................................................................xvi

    CAPTULO 1 ............................................................................................................... 1

    1.1 Consideraes Iniciais ........................................................................................ 1

    1.2 Justificativa .......................................................................................................... 2

    1.3 Objetivos ............................................................................................................. 2

    1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 2

    1.3.2 Objetivos especficos ........................................................................................ 2

    1.4 Organizao da dissertao ................................................................................ 3

    CAPTULO 2 ............................................................................................................... 4

    2.1 Introduo ........................................................................................................... 4

    2.2 Capacidade de carga .......................................................................................... 4

    2.2.1 Mtodos empricos ........................................................................................... 7

    2.2.2 Mtodos tericos ou racionais .......................................................................... 8

    2.2.3 Mtodos semiempricos .................................................................................. 16

    2.3 Grupos de estacas ............................................................................................ 20

    2.4 Provas de Carga ............................................................................................... 21

    2.5 Extrapolao da Curva carga-recalque ............................................................. 25

    2.5.1 Van der Veen (1953) ...................................................................................... 25

    2.5.2 Mazurkiewicz (1972) ....................................................................................... 26

    2.5.3 Dcourt (1996) ................................................................................................ 27

    2.5.4 Extrapolao da curva carga-recalque pela NBR 6122/2010 ......................... 28

  • ix

    2.6 Elaborao da curva carga-recalque pelo mtodo simplificado de Poulos e

    Davis (1980) .............................................................................................. 29

    CAPTULO 3 ............................................................................................................. 36

    MATERIAIS E MTODOS ......................................................................................... 36

    3.1 Correlaes empricas ...................................................................................... 37

    CAPTULO 4 ............................................................................................................. 49

    APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS ......................................... 49

    4.1 Introduo ......................................................................................................... 49

    CAPTULO 5 ............................................................................................................. 75

    CONCLUSES E SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS.............................75

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................78

  • x

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2-1 Equilbrio esttico de uma estaca submetida carga de ruptura..........6

    Figura 2-2 Grfico com critrio de Mohr-Coulomb (Amann, 2010).........................8

    Figura 2-3 Fatores de Adeso por diversos autores (McClelland, 1974 apud

    Poulos e Davis,1980).............................................................................................9

    Figura 2-4 Relao Zc/d adaptado de Poulos e Davis ,1980................................10

    Figura 2-5 Critrio de ruptura de Terzaghi............................................................ 11

    Figura 2-6 Critrio de Meyerhorf........................................................................... 11

    Figura 2-7 Ks tana para estacas cravadas, Poulo e Davis 1980........................ 14

    Figura 2-8 Valores de Nq em funo de por diversos autores (Vesic, 1967)..... 15

    Figura 2-9 Esquema de montagem de uma prova de carga................................. 23

    Figura 2-10 Planta baixa do esquema de montagem da prova de carga.............. 23

    Figura 2-11 Foto ilustrativa de uma situao real de aplicao de prova de

    carga..................................................................................................................... 24

    Figura 2-12 Representao da obteno da carga de ruptura por Van der Veen. 26

    Figura 2-13 Ilustrao do mtodo de Mazurkiewicz.............................................. 27

    Figura 2-14 Ilustrao do mtodo de rigidez de Dcourt....................................... 28

    Figura 2-15 Critrio de ruptura NBR 6122 (NBR 6122/2010)................................29

    Figura 2-16 Curva carga-recalque simplifcada (Poulos e Davis 1980)................. 31

    Figura 2-17 Fator de correo para a compressibilidade da e da estaca (Poulos e

    Davis 1980)............................................................................................................32

    Figura 2-18 Fator de correo para a presena de uma base rgida (Poulos e Davis

    1980)................................................................................................ .....................32

    Figura 2-19 Fator de influncia de recalque (Poulos e Davis 1980)...................... 32

    Figura 2-20 Fator de correo para o coeficiente de Poisson (Poulos e Davis

    1980)...................................................................................................................... 32

    Figura 2-21 Fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca

    a), b), c), d) e e) (Poulos e Davis 1980)................................................................. 33

    Figura 2-22 Proporo da carga transferida para a ponta de uma estaca

    incompressiva num meio com v= 0,5,(Poulos e Davis 1980)........... .....................34

  • xi

    Figura 2-23 Fator de correo para compressibilidade da estaca, (Poulos e Davis

    1980)...................................................................................................................... 34

    Figura 2-24 Fator de correo para o coeficiente de Poisson, (Poulos e Davis

    1980)...................................................................................................................... 34

    Figura 2-25 Fator de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca,

    (Poulos e Davis 1980)........................................................................................... 34

    Figura 2-26 Fatores de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da

    estaca, (Poulos e Davis 1980).............................................................................. 35

    Figura 3-1 Perfil de sondagem e prova de carga PC1A........................................ 40

    Figura 3-2 Perfil de sondagem e prova de carga PC3A........................................ 41

    Figura 3-3 Perfil de sondagem e prova de carga PC6A........................................ 42

    Figura 3-4 Perfil de sondagem e prova de carga PC7A........................................ 43

    Figura 3-5 Perfil de sondagem e prova de carga PC3B........................................ 44

    Figura 3-6 Perfil de sondagem e prova de carga PC4B........................................ 45

    Figura 3-7 Perfil de sondagem e prova de carga PC17B...................................... 46

    Figura 3-8 Perfil de sondagem e prova de carga PC18B...................................... 47

    Figura 4-1Grfico dos valores de estimativa da capacidade de carga por diferentes

    mtodos................................................................................................................. 50

    Figura 4-2 Prova de carga da estaca PC1A versus extrapolao da NBR

    6122/2010.............................................................................................................. 52

    Figura 4-3 Prova de carga da estaca PC3A versus extrapolao da NBR

    6122/2010.............................................................................................................. 52

    Figura 4-4 Prova de carga da estaca PC7A versus extrapolao da NBR

    6122/2010.............................................................................................................. 53

    Figura 4-5 Prova de carga da estaca PC6A versus extrapolao da NBR

    6122/2010.............................................................................................................. 53

    Figura 4-6 Prova de carga da estaca PC3B versus extrapolao da NBR

    6122/2010.............................................................................................................. 54

    Figura 4-7 Prova de carga da estaca PC4B versus extrapolao da NBR

    6122/2010..............................................................................................................54

  • xii

    Figura 4-8 Prova de carga da estaca PC18B versus extrapolao da NBR

    6122/2010............................................................................................................. 55

    Figura 4-9 Prova de carga da estaca PC17B versus extrapolao da NBR

    6122/2010............................................................................................................. 55

    Figura 4-10 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Aoki-Velloso versus

    Van der Veen........................................................................................................ 56

    Figura 4-11 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen

    versus Elasticidade ...............................................................................................57

    Figura 4-12 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen

    versus Dcourt-Quaresma .....................................................................................58

    Figura 4-13 Critrio de ruptura de rigidez Dcourt versus Van der Veen..............60

    Figura 4-14 Critrio de ruptura de rigidez Dcourt versus Aoki-Velloso............... 60

    Figura 4-15 Critrio de ruptura de rigide Dcourt versus Dcourt - Quaresma.....61

    Figura 4-16 Extrapolao por Mazurkiewiscz versus Van der Veen..................... 62

    Figura 4-17 Mazurkiewiscz versus Aoki-Velloso................................................... 63

    Figura 4-18 Mazurkiewiscz versus Dcourt-Quaresma......................................... 64

    Figura 4-19 Mazurkiewiscz versus Elasticidade.................................................... 65

    Figura 4-20 Carga de ruptura das estacas obtidas por diversos mtodos............ 66

    Figura 4-21 Resistncia lateral das estacas por diversos mtodos...................... 68

    Figura 4-22 Resistncia de ponta das estacas por diversos mtodos.................. 69

    Figura 4-23 Grfico da curva-recalque da estaca PC3A e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 70

    Figura 4-24 Grfico da curva-recalque da estaca PC1A e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 71

    Figura 4-25 Grfico da curva-recalque da estaca PC6A e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 72

    Figura 4-26 Grfico da curva-recalque da estaca PC7A e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 72

    Figura 4-27 Grfico da curva-recalque da estaca PC3B e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 73

  • xiii

    Figura 4-28 Grfico da curva-recalque da estaca PC4B e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 73

    Figura 4-29 Grfico da curva-recalque da estaca PC18B e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 74

    Figura 4-30 Grfico da curva-recalque da estaca PC17B e extrapolao por diversos

    mtodos................................................................................................................. 74

  • xiv

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2-1 Fatores de correo F1 e F2 (Cintra e Aoki, 2010 adaptados de Aoki

    e Velloso,1975) ......................................................................................................... 18

    Tabela 2-2 Coeficientes K e (Aoki-Velloso,1975) ........................................ 18

    Tabela 2-3 Coeficiente caracterstico do solo (Dcourt e Quaresma, 1978) ... 19

    Tabela 2-4 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de

    solo ............................................................................................................................ 20

    Tabela 2-5 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de

    solo ............................................................................................................................ 20

    Tabela 2-6 Peso especfico de solos arenosos, Godoy (1972). ...................... 38

    Tabela 2-7 Peso especfico de solos argilosos, Godoy (1972). ...................... 38

    Tabela 2-8 Valores de ................................................................................. 38

    Tabela 2-9 Valores de K ................................................................................. 39

    Tabela 4-1 Valores de capacidade de carga obtidos por diferentes mtodos 50

    Tabela 4-2 Valores de capacidade de carga obtidos por extrapolao pelo

    mtodo de Van der Veen (1953) ............................................................................... 56

    Tabela 4-3 Valores de capacidade de carga obtidos de acordo com o critrio

    de Rigidez de Dcourt (1996) .................................................................................... 59

    Tabela 4-4 Valores obtidos pela extrapolao da curva carga-recalque por

    Mazurkiewiscz ........................................................................................................... 62

    Tabela 4-5 Porcentagens dos mtodos em relao a mdia das estimativas 67

    Tabela 4-6 Porcentagens das extrapolaes em relao a sua mdia .......... 67

  • xv

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    NBR Norma Brasileira Registrada

    PCE Prova de Carga Esttica

    CPT Cone Penetration Test

    SML Slow Maintained Load Test

    QML Quick Maintained Load Test

    CRP Constant Rate of Penetration

    CLT ou SCT Cyclic Load Test ou Swedish Cyclic Test

    SPT Standard Penetration Test

  • xvi

    LISTA DE SMBOLOS

    - mdulo de elasticidade longitudinal da estaca

    coeficiente de reao horizontal do solo

    Pr carga de ruptura

    PR- carga de ruptura

    QU- carga ltima

    Pult carga ltima

    Qult- carga ltima

    W - peso prprio da estaca

    qpu - resistncia de ponta (unitria)

    tenso horizontal

    dimetro ou largura da estaca

    z profundidade

    Ap - rea de ponta ou base da estaca

    qlu - resistncia lateral (unitria)

    U - permetro da estaca

    ca coeficiente de adeso

    a - ngulo de atrito fuste-solo

    Kh - coeficiente de empuxo lateral

    h - tenso horizontal (ou normal) aplicada pelo solo no fuste

    v - tenso vertical

    - peso especfico do solo

    D- dimetro da estaca

    resistncia no drenada

  • xvii

    - tenso vertical na ponta

    constante do mtodo de Aoki-Velloso

    F1 e F2 fatores do mtodo de Aoki-Velloso

    ndice de resistncia penetrao obtido no standard penetration test

    - razo de atrito

    coeficiente caracterstico do solo do mtodo de Dcourt

    -recalque

    r - o recalque de ruptura convencional

    Es - o mdulo de elasticidade do solo

    I0 - o fator de influncia do recalque para estaca incompressvel numa massa semi-

    infinita com s =0,5;

    Rk o fator de correo para a compressibilidade da estaca;

    Rv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;

    Rh o fator de correo para a presena de uma base rgida profundidade h;

    Rb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.

    0 - Pp/P porcentagem da carga de ponta para estaca incompressvel num semi-

    espao com =0,5;

    Ck o fator de correo para a compressibilidade da estaca;

    Cv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;

    Cb o fator de correo para rigiderz do estrato de apoio da ponta da estaca.

    rigidez de uma fundao

    comprimento da estaca

    c - coeso do solo na profundidade z

    - ngulo de atrito interno do solo

    peso especfico do solo

    - resistncia caracterstica do concreto

  • 1

    CAPTULO 1

    Introduo

    1.1 Consideraes Iniciais

    As estacas se constituem h algum tempo um dos mais importantes tipos de

    soluo adotada para fundao de construes. Elas so responsveis por transmitir

    ao solo em camadas mais profundas e resistentes, as cargas provenientes das

    estruturas.

    Essa transferncia deve-se dar de forma segura, de tal forma que no haja o

    rompimento do solo ou do material da prpria estaca, ou ainda, evitar que os

    recalques produzidos no danifiquem a estrutura de modo a comprometer a sua

    estabilidade.

    Dependendo do tipo de carga aplicada estaca, a mesma pode trabalhar

    trao, compresso ou flexo. Nos casos mais comuns a estaca est submetida a

    solicitaes axiais de compresso.

    A interao do elemento de fundao por estaca com o solo uma varivel

    muito importante, tornando o seu domnio indispensvel a fim de determinar a

    resistncia do conjunto e estabelecer critrios de dimensionamento de projeto para

    cada caso de aplicao da estaca.

    Diversos estudiosos tm pesquisado essa interao e desenvolvido mtodos

    de dimensionamento para estimativa da carga de ruptura da fundao. Esses

    mtodos visam proporcionar maior confiabilidade na estimativa da resistncia do

    conjunto solo-estaca, favorecer uma maior economia no consumo de materiais,

    diminuir as incertezas depositadas nos coeficientes de segurana, e dominar o

    conhecimento do comportamento das fundaes.

  • 2

    Esta dissertao pretende estabelecer comparaes entre os diversos

    mtodos empregados para estimativa da capacidade de carga, sejam eles tericos,

    ou semi-empricos, a fim de comparar com os resultados das extrapolaes das

    provas de carga conforme proposto pela NBR 6122 (2010), e pelos mtodos

    desenvolvidos por Mazurkiewicz (1972), Van der Veen (1953) e Dcourt (1996) para

    obteno da carga de ruptura da fundao.

    1.2 Justificativa

    A utilizao de estacas como fundao ainda uma rea em

    desenvolvimento, o seu estudo se faz necessrio para um maior domnio dos

    mtodos empregados, de forma a atingir valores de capacidade de carga cada vez

    mais prximos da situao real, para que no venha ocorrer um

    superdimensionamento ou subdimensionamento da fundao a ser utilizada e se

    obtenha fundaes mais seguras e econmicas.

    1.3 Objetivos

    1.3.1 Objetivo geral

    A presente pesquisa tem por objetivo geral avaliar o comportamento de

    estacas pr-moldadas de concreto armado executadas em dois tipos de solo: um

    granular e o outro coesivo, atravs dos dados de provas de carga e sondagens

    percusso. Pretende-se, com isso, disseminar o conhecimento de mtodos para

    dimensionamento de tais estruturas, favorecendo o uso de mtodos mais confiveis

    em prol de obras mais seguras e econmicas.

    1.3.2 Objetivos especficos

    Obter valores de carga de ruptura para todas as estacas por diferentes

    mtodos;

    Estabelecer comparaes entre os mtodos para obteno de carga de

    ruptura estimados versus mtodos de extrapolao da curva carga-

    recalque;

    Analisar o comportamento da curva carga-recalque das estacas

    estudadas;

  • 3

    Definir o mtodo mais confivel para cada tipo de solo.

    1.4 Organizao da dissertao

    O texto da presente dissertao est organizado em 5 captulos. No Captulo

    1, apresenta-se uma introduo sobre o estudo a ser desenvolvido.

    Em seguida, no Captulo 2, desenvolve-se uma breve reviso sobre os

    principais temas envolvidos com o estudo e, no Captulo 3, os dados das provas de

    carga e sondagens so exibidos, assim como os materiais e mtodos utilizados so

    detalhados.

    No Captulo 4, feita a apresentao e discusso dos resultados, j no

    Captulo 5, as principais concluses so descritas e sugeridos temas para pesquisas

    futuras.

  • 4

    CAPTULO 2

    Reviso da literatura

    2.1 Introduo

    Neste captulo, procura-se discutir os trabalhos mais relevantes desenvolvidos

    a cerca do tema, destacando os pontos mais importantes a serem considerados

    nesta pesquisa.

    Inicialmente, pretende-se definir o conceito de capacidade de carga de estaca

    e demonstrar as principais variveis envolvidas no processo de sua determinao.

    Em seguida, so apresentados os mtodos mais empregados na obteno da carga

    de ruptura, estimadas a partir de sondagens ou extrapoladas com base em curvas

    carga-recalque obtidas das provas de carga.

    2.2 Capacidade de carga

    As estacas so elementos de fundao que transmitem as cargas

    provenientes da estrutura ao solo por atrito lateral e/ou pela ponta, em alguns casos

    ocorre somente um ou outro tipo de transferncia de carga ao solo, ou ainda uma

    das partes pode ser considerada desprezvel, como acontece nos casos de estacas

    cravadas em solos argilosos, perfis metlicos cravados e estacas escavadas, nos

    quais h preponderncia da transferncia de carga por atrito lateral, denominadas

    de estacas de atrito ou estacas flutuantes. Por outro lado quando predomina a

    transferncia de carga pela ponta, temos a estaca de ponta, como, por exemplo,

    estacas cravadas, estacas apoiadas em rocha s e estacas Franki.

    Quando a estaca est sob a ao de uma carga ocorre a mobilizao do atrito

    lateral e da resistncia de ponta do elemento de fundao. medida que

    aumentamos progressivamente o valor da carga aplicada, haver um momento em

    que ocorrer a mobilizao mxima dessas duas parcelas (atrito lateral e resistncia

  • 5

    de ponta). A partir desse ponto, o sistema no resistir a nenhum acrscimo de fora

    aplicada sobre ele, nesse instante a estaca estaria na iminncia de deslocar-se para

    baixo mantido a carga constante. Essa condio de recalque incessante mantida a

    carga aplicada constante, caracteriza um tipo de ruptura, conhecida como ruptura

    ntida da estaca, existem ainda outros dois tipos de ruptura: ruptura fsica e a ruptura

    convencional.

    A ruptura fsica Quu definida como o limite da relao do acrscimo do

    recalque da ponta da estaca ( pelo acrscimo de carga ( , tendendo ao

    infinito, conforme equao abaixo:

    2.1

    A ruptura convencional Quc equivale a uma carga aplicada na estaca que

    produza uma deformao (da ponta ou do topo) de 10% de seu dimetro no caso de

    estacas de deslocamento e de estacas escavadas em argila, e de 30% de seu

    dimetro no caso de estacas escavadas em solos granulares.

    Diante dos tipos de ruptura apresentados, a capacidade de carga do sistema

    estaca-solo pode ser definida como a carga mxima suportada pelo sistema sem

    que ele sofra ruptura ou valores considerados significativos da ruptura do sistema,

    em termos geotcnicos. Na literatura encontramos outros termos para expresso

    capacidade de carga, tais como: capacidade de suporte, carga de ruptura, carga

    ltima e capacidade de carga ltima ou capacidade de carga na ruptura. E como

    smbolos grficos, temos: Pr, PR, QU, Pult, Qult, etc.

    A ruptura considerada nesses casos no trata de uma quebra ou o

    despedaar do elemento de fundao, mas sim de uma conceituao de capacidade

    de carga em termos geotcnicos em que o material da estaca considerado

    suficientemente resistente para que no haja ruptura da prpria estaca. Caso isso

    ocorra, deve prevalecer como valor limite a resistncia da prpria estaca.

    Fisicamente falando de capacidade de carga, em termos de foras e tenses,

    para uma estaca de dimetro D, comprimento L, submetida carga de ruptura, tem-

    se:

  • 6

    Qu

    L

    Qlu

    W

    D

    qlu

    qpu

    Qpu

    Figura 2-1 Equilbrio esttico de uma estaca submetida carga de ruptura.

    Considerando o equilbrio esttico entre a carga aplicada, o peso prprio da

    estaca e a resistncia oferecida pelo solo (Figura 2-1), obtm-se a equao:

    2.2

    Onde:

    Qu = capacidade de carga total da estaca

    W = peso prprio da estaca;

    Qpu = capacidade de carga da ponta ou base;

    Qlu = capacidade de carga do fuste.

    Diante das cargas envolvidas, o peso prprio da estaca desprezado e a

    Equao 2.2 pode ser reescrita em termos de tenses unitrias:

    2.3

    Ap = rea de ponta ou base da estaca;

    qpu = resistncia de ponta (unitria);

    U = permetro da estaca, suposto constante;

    qlu = resistncia lateral (unitria)

  • 7

    l = trecho do comprimento da estaca ao qual qlu se aplica.

    A Equao 2.3 apresentada acima serve de base para elaborao dos

    mtodos tericos, na qual U, Ap e l so variveis geomtricas e as variveis

    geotcnicas so qpu e qlu. Os mtodos de clculo de capacidade de carga se

    diferenciam entre si na obteno dos valores destas variveis, as quais podem ser

    obtidas atravs de processos diretos ou indiretos.

    Enquanto nos processos diretos as variveis qpu e qlu so determinadas

    atravs de correlaes empricas e/ou semiemprica de ensaios realizados no local,

    nos processos indiretos obtm-se as principais caractersticas de resistncia e

    rigidez dos solos por meio de ensaios de campo e/ou de laboratrio e a capacidade

    de carga determinada atravs de formulao terica ou experimental.

    Existem diversos tipos de mtodos utilizados para clculo da capacidade de

    carga de uma estaca, eles esto subdivididos em:

    -empricos;

    -mtodos tericos ou racionais;

    -semiempricos.

    2.2.1 Mtodos empricos

    Nos mtodos empricos, a capacidade de carga da estaca estimada com

    base apenas na classificao das camadas ao longo do fuste. Esses mtodos

    servem apenas para uma estimativa grosseira. So obtidos valores aproximados a

    partir de observaes e correlaes com outras estacas executadas de forma

    semelhante sem nenhum raciocnio intelectual prvio.

    A partir dessas experincias so estimadas as capacidades de carga para

    uma estaca semelhante executada em um tipo de solo tambm semelhante e

    analisa-se o comportamento da interao estaca-solo de forma a obter um

    comportamento aproximado, conforme execues anteriores com as mesmas

    caractersticas.

  • 8

    2.2.2 Mtodos tericos ou racionais

    Os mtodos tericos ou racionais baseiam-se em equaes de equilbrio

    esttico e na teoria da plasticidade para resistncia de ponta, enquanto para a

    resistncia lateral adota-se o deslizamento de um corpo rgido . Existem inmeras

    frmulas desenvolvidas para o tema e diversos pesquisadores tm contribudo para

    solucionar o problema de dimensionamento da capacidade de carga de estacas nas

    suas mais diversas situaes. O clculo pode ser dividido em duas etapas: clculo

    da resistncia lateral e o clculo da resistncia de ponta.

    2.2.2.1 Resistncia lateral

    No clculo da resistncia lateral o critrio de ruptura geralmente adotado para

    a interao solo-fuste o de Mohr-Coulomb, representado na Figura 2-2, no qual a

    tenso de atrito mxima (ql) no contato entre fuste e o solo depende do ngulo de

    atrito fuste-solo (a), da adeso inicial entre fuste e solo (ca) e da tenso horizontal

    (ou normal) aplicada pelo solo no fuste (h), a qual se relaciona com a tenso

    vertical (v) atravs do coeficiente de empuxo horizontal (Kh).

    Figura 2-2 Grfico com critrio de Mohr-Coulomb (Amann, 2010)

    A resistncia lateral, em termos de fora, para uma estaca em argila (a=0),

    em camadas com valores distintos de coeso pode ser escrita da seguinte forma:

  • 9

    2.4

    Onde U o permetro da estaca, o fator de adeso entre a estaca e o solo

    que pode ser obtido por um dos autores abaixo, destacando-se a utilizao dos

    fatores obtidos por Tomlinson (1957) para estaca pr-moldadas.

    Figura 2-3 Fatores de Adeso por diversos autores (McClelland, 1974 apud Poulos e Davis,1980)

    J para estacas em areia (ca=0), a resistncia lateral pode ser obtida atravs

    da equao abaixo:

    2.5

    Essa resistncia lateral no cresce indefinidamente com a profundidade,

    Vesic (1967) e Kerisel (1961) descobriram em suas pesquisas que a resistncia

    lateral e a resistncia de ponta da estaca no necessariamente aumentam

  • 10

    linearmente com a profundidade, mas em vez disso chega a valores quase

    constantes a partir de uma certa profundidade, de acordo com Moretto (1972) apud

    Cintra e Aoki (2010), ela atinge um valor crtico na profundidade de 10 ou 20 vezes o

    dimetro da estaca, adotando-se um valor mdio de 15 vezes o dimetro, logo:

    2.6

    A partir do conceito de profundidade crtica (Zc), na qual a tenso efetiva

    lateral passa a ser constante, pode-se encontrar essa profundidade entrando no

    grfico sugerido por Poulos e Davis (1980) com o ngulo de atrito e obter o valor

    Zc/d:

    Figura 2-4 Relao Zc/d adaptado de Poulos e Davis ,1980.

    Em que, 1, o ngulo de atrito antes da instalao da estaca.

    2.2.2.2 Resistncia de ponta

    Terzaghi (1943) considerou que a ruptura abaixo da base da estaca no pode

    ocorrer sem o deslocamento de solo para os lados e para cima, resultando no

    esquema de ruptura conforme representado abaixo:

  • 11

    Figura 2-5 Critrio de ruptura de Terzaghi.

    Este autor props a seguinte formulao para uma sapata contnua de largura

    B e situada a uma profundidade D abaixo da superfcie do terreno:

    ) 2.7

    onde c, a coeso do solo e so coeficientes adimensionais de

    capacidade de carga, funo do ngulo de atrito do solo. Mas como as estacas

    so peas tridimensionais, no h interesse em sua anlise bidimensional. Meyerhof

    Diante disso, Meyerhof (1953) introduziu na Equao 2-7 fatores de correo

    de forma Sc, Sq e S e props o seguinte modelo de ruptura em contraponto ao

    apresentado por Terzaghi, em que considera o solo acima do nvel da base da

    fundao como uma sobrecarga L:

    Figura 2-6 Critrio de Meyerhorf.

    Resulta na seguinte expresso para soluo do modelo proposto pelo autor:

  • 12

    2.8

    onde:

    coeficiente de empuxo do solo contra o fuste na zona de ruptura prxima

    ponta;

    fatores de capacidade de carga, que dependem de e da

    relao L/B.

    Para valores elevados de L/D despreza-se a ltima parcela da equao 2.8.

    Skempton (1951) equacionou o problema de capacidade de carga para um

    solo argiloso saturado ( ), reescrevendo a equao 2.5 da seguinte forma:

    2.9

    Tendo em vista que, para , Nc est compreendido entre 9 e 10, de

    acordo com a Teoria da Plasticidade e, conforme suas pesquisas, Nq = 1 e Ks

    aproximadamente igual unidade.

    J para solos granulares tem-se c=0 e a expresso 2.8 ser:

    2.10

    Entretanto, sabe-se que a maioria das estacas so executadas em locais que

    apresentam mais de um tipo de solo. A soluo para capacidade de carga de

    estacas executadas em um solo estratificado subdividir o clculo do atrito lateral

    para cada camada e o resultado final ser a soma das parcelas referentes a cada

    camada. A resistncia de ponta ser determinada pela camada em que a ponta da

    estaca se localiza.

    Berezantzev et al. (1961) demonstraram um mtodo de calculo da resistncia

    de ponta em areia, conforme Equao 2.11:

    2.11

  • 13

    em que B a parcela referente dimenso da estaca, um fator redutor da

    tenso vertical devido ao peso do solo ( ) em funo do embutimento relativo da

    fundao L/D e do ngulo de atrito do solo ao longo do fuste da estaca, .

    Vesic (1972) levou em considerao a rigidez do solo e sugeriu para o clculo

    da capacidade de carga a seguinte expresso:

    2.12

    onde:

    ;

    K0= coeficiente de empuxo no repouso;

    = tenso efetiva vertical no nvel da ponta da estaca;

    Nc e N = fatores de capacidade de carga, relacionados pela

    expresso:

    2.13

    Poulos e Davis (1980) propuseram como uma soluo a associao da

    soluo da resistncia de ponta proposta por Terzarghi (Equao 2.7) e o critrio de

    ruptura de Mohr-Coulomb para a resistncia por atrito lateral, resultando na seguinte

    expresso geral para clculo da capacidade de carga:

    2.14

    onde, U o permetro, VP tenso vertical na ponta e W o peso prprio da estaca.

    Valores de Ks tana, para estacas cravadas, podem ser obtidos na Figura 2-7.

  • 14

    Figura 2-7 Ks tana para estacas cravadas, Poulo e Davis 1980.

    Pode-se perceber a existncia de uma variedade enorme de equaes para

    clculo capacidade de ponta de estacas, essas buscam uma soluo matemtica

    para um modelo fsico adotado, entretanto, no foi comprovada a eficcia destas

    equaes para solucionar o problema.

    A Figura 2-4 mostra um grfico com os valores de Nq, que o mais importante

    coeficiente de capacidade de carga, em funo de , obtidos por diversos autores:

  • 15

    Figura 2-8 Valores de Nq em funo de por diversos autores (Vesic, 1967).

    Nesse grfico observa-se a discrepncia entre os valores obtidos pelas

    diversas teorias. Conforme observado por Dcourt (1998), o valor de Nq varia de 5 a

    10 vezes para =30 e 40 respectivamente.

    Diante desse fato, h uma insegurana em relao utilizao dos mtodos

    tericos para dimensionamento de fundaes, de forma que no Brasil adotou-se

    uma cultura pelos projetistas em utilizar os mtodos semiempricos. O uso de

    correlaes empricas com ensaios de campo (SPT e CPT) o meio mais utilizado

    para se estimar as resistncias lateral e de ponta, uma vez que o SPT mais

    utilizado comumente do que o CPT, e so adotados fatores de correo para

    correlacionar este ensaio com aquele.

  • 16

    2.2.3 Mtodos semiempricos

    Considerando o fato dos mtodos tericos no conduzirem a resultados to

    satisfatrios, devido complexidade na formulao de modelos matemticos

    precisos que reproduzam fielmente o comportamento fsico para os diversos tipos de

    solos existentes, os mtodos semiempiricos ganharam fora e muitos autores tm

    proposto mtodos baseados em correlaes empricas com resultados de ensaios

    realizados em campo e ajustados com provas de carga. Dentre estes mtodos

    destacam-se:

    - Mtodo de Aoki-Velloso (1975);

    - Mtodo de Dcourt-Quaresma (1978).

    2.2.3.1 Mtodo de Aoki-Velloso (1975)

    Partindo da Equao 2.3:

    2.15

    Em qpu e qpl so as variveis geotcnicas a serem determinadas. No mtodo

    de Aoki-Velloso essas duas variveis so correlacionadas com ensaios de

    penetrao esttica CPT, atravs da resistncia de ponta do cone (qc) e do atrito

    lateral unitrio na luva (fs) e so designadas por qp e qL:

    2.16

    2.17

    F1 e F2 so fatores de correo que levam em conta a diferena na proporo

    entre a estaca e o cone do CPT, e tambm a diferena no mtodo executivo de cada

    tipo de estaca. Tendo em vista que o CPT normalmente empregado em obras de

    grande vulto, sendo o SPT de uso mais corrente no Pas os autores estabeleceram

    uma correlao entre a resistncia de ponta qc e o ndice de resistncia

    penetrao (NSPT) obtido pelo SPT:

  • 17

    2.18

    Em que o coeficiente K depende do tipo de solo.

    Pode-se exprimir tambm o atrito lateral em funo do NSPT, utilizando a razo

    de atrito ( ) existente entre a resistncia por atrito lateral local da luva de atrito (fs) e

    a resistncia de ponta (qc), relao esta que assume um determinado valor mdio

    para cada tipo de solo:

    2.19

    Logo:

    2.20

    As expresses de qL e qp podem ser reescritas em funo do NSPT:

    Portanto a capacidade de carga (R) de um elemento isolado de fundao

    pode ser estimado pela frmula semiemprica:

    2.23

    Onde:

    o coeficiente que correlaciona a resistncia de ponta do cone (qc) com o

    NSPT obtido no SPT, esse coeficiente pode ser obtido conforme Tabela 2-2;

    Np o ndice de resistncia penetrao na cota de apoio da ponta da estaca

    obtido a partir da sondagem mais prxima estaca;

    F1 e F2 so fatores de correo obtidos na Tabela 2.1;

    2.21

    2.22

  • 18

    NL o ndice de resistncia penetrao mdio referente camada de solo

    de espessura obtido a partir da sondagem mais prxima a estaca;

    Ap a rea da ponta da estaca;

    U o permetro da estaca;

    a razo de atrito obtida na Tabela 2-2

    a espessura da camada de solo atravessada pela estaca.

    Tabela 2-1 Fatores de correo F1 e F2 (Cintra e Aoki, 2010 adaptados de Aoki e Velloso,1975)

    Tabela 2-2 Coeficientes K e (Aoki-Velloso,1975)

    Tipo de solo K(MPa) (%)

    Areia 1 1,4

    Areia siltosa 0,8 2

    Areia silto-argilosa 0,7 2,4

    Areia argilosa 0,6 3

    Areia argilo-siltosa 0,5 2,8

    Silte 0,4 3

    Silte arenoso 0,55 2.2

    Silte areno-argiloso 0,45 2,8

    Silte argiloso 0,23 3,4

    Silte argilo-arenoso 0,25 3

    Argila 0,2 6

    Argila arenosa 0,35 2,4

    Argila areno-siltosa 0,3 2,8

    Argila siltosa 0,22 4

    Argila silto-arenosa 0,33 3

    Tipos de estacas F1 F2

    Franki 2,5 5

    Mtalica 1,75 3,5

    Pr-moldada 1+D/0,8 2F1

    Escavada 3 6

    Raiz, Hlice contnua e mega

    2 4

  • 19

    2.2.3.2 Mtodo Dcourt-Quaresma (1978)

    Inicialmente o mtodo foi desenvolvido para avaliao da capacidade de

    carga de estacas cravadas com base no NSPT do ensaio SPT. Posteriormente foram

    feitas algumas adaptaes com intuito de adequ-lo a outros tipos de estacas como

    tambm ao novo ensaio SPT-T, atravs do Neq. De maneira que o N indicado nas

    frmulas abaixo pode ser tanto o NSPT quanto o Neq do SPT-T. O Neq pode ser obtido

    pela diviso do torque T em kgf.m por 1,2.

    A resistncia de ponta pelo mtodo dada por:

    2.24

    Em que:

    C funo do tipo de solo, Tabela 2-3.

    Np- valor mdio do NSPT obtido a partir da mdia de trs valores: NSPT ao nvel

    de ponta da ponta ou base, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior.

    Tabela 2-3 Coeficiente caracterstico do solo (Dcourt e Quaresma, 1978).

    Tipo de solo C(kPa)

    Argila 120

    Silte argiloso 200

    Silte arenoso 250

    Areia 400

    O coeficiente C foi obtido a partir do ajuste de 41 provas de carga realizadas

    em estacas pr-moldadas de concreto e nas provas de carga que no atingiram a

    ruptura foi adotado o critrio de ruptura convencional correspondente a um recalque

    de 10% do dimetro da estaca.

    A tenso de adeso ou de atrito lateral dada por:

    2.25

    NL- corresponde ao valor mdio do NSPT ao longo do fuste da estaca. Em que

    NL 50, para estacas de deslocamento e estacas escavadas com bentonita, e NL 15

    para estacas Strauss e tubules a cu aberto.

  • 20

    Para aplicao do mtodo em outros tipos de estacas os autores introduziram

    dois coeficientes e . O primeiro de minorao da resistncia de ponta e o

    segundo de majorao ou minorao da resistncia lateral, resultando na seguinte

    equao de clculo da capacidade de carga:

    (

    ) 2.26

    e podem ser obtidos pelas Tabelas 2-4 e 2-5 respectivamente.

    Tabela 2-4 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de solo.

    Tipo de estaca

    Tipo de solo

    Escavada em geral

    Escavada (betonita)

    Hlice Contnua

    Raiz Injetada sob

    altas presses

    Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00

    Solos intermedirios 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00

    Areias 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00

    Tabela 2-5 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de solo.

    Tipo de estaca

    Tipo de solo Escavada em

    geral Escavada (betonita)

    Hlice Contnua

    Raiz Injetada sob

    altas presses

    Argilas 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00

    Solos intermedirios 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00

    Areias 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00

    2.3 Grupos de estacas

    Os mtodos descritos acima so para se estimar a capacidade de carga de

    uma estaca, porm na maioria dos casos encontramos as mesmas dispostas em

    grupos para suportar as cargas sobre elas aplicadas.

    Geralmente a resistncia do grupo igual ou superior a do elemento isolado,

    entretanto a maioria dos projetistas no leva em considerao esse ganho de

  • 21

    resistncia, pois esse aumento de resistncia tambm implica em maiores recalques

    (Cintra e Aoki, 2010).

    2.4 Provas de Carga

    As provas de carga consistem em aplicar cargas (estticas ou dinmicas),

    semelhantes s quais o elemento de fundao ser submetido e analisar o seu

    comportamento, este ensaio se constitue um dos mais adequados para avaliar o

    comportamento do sistema estaca-solo por simular exatamente as cargas aplicadas

    fundao e perceber o desempenho dessa, frente s diversas solicitaes.

    Alm disso, as provas de carga podem ser divididas em:

    Estticas

    Dinmicas

    Nesta dissertao ser detalhado apenas as provas de carga estticas, tendo

    em vista que foi a metodologia empregada nas provas de carga utilizadas.

    A NBR 6122/2010 recomenda que a carga de ruptura pode ser determinada

    por provas de carga estticas executadas de acordo com a NBR 12131. Esta norma

    estabelece diretrizes para execuo de prova de carga esttica em estacas.

    Os mtodos de ensaio conforme prescries da NBR 12131 e relatado por

    Santos (1988), a serem empregados na execuo de provas de carga, podem ser

    divididos em 4 tipos bsicos:

    1. carregamento lento com carga mantida ou SML (slow maintained load

    test): os carregamentos e descarregamentos so feitos em estgios

    iguais e sucessivos e a carga aplicada deve ser mantida at a

    estabilizao dos deslocamentos. A carga no carregamento de cada

    estgio de no mximo 20% da carga de trabalho prevista para

    estaca ensaiada e mantida por no mnimo 30 min em cada estgio. O

    descarregamento feito em 4 estgios de no mnimo 15 min.

    2. carregamento rpido com carga mantida ou QML (quick maintained

    load test): feito em estgios iguais e sucessivos, de 5 min,

    independente da estabilizao dos deslocamentos, aplicando uma

    carga no superior a 10% da carga de trabalho prevista para estaca

  • 22

    ensaiada. O descarregamento feito em 4 estgios de 5 min. Ao final,

    aps 10 min do descarregamento total feita uma ltima leitura.

    3. carregamento cclico sob velocidade constante de penetrao ou CRP

    (constant rate of penetration): a estaca comprimida de forma a

    recalcar a uma velocidade constante, da ordem de 0,5 mm/min,

    registrando-se os valores da fora necessria para manter a cravao

    at um limite da ordem de 50 a 75mm.

    4. carregamento cclico CLT ou SCT (cyclic load test ou swedish cyclic

    test): neste esaio aplicado inicialmente uma carga de

    aproximadamente 33% da carga de trabalho sobre a estaca ensaiada,

    logo em seguida realiza-se o descarregamento at 50% dessa carga,

    sendo este ciclo repetido por 20 vezes com durao de 20 min para

    cada ciclo. No prximo ciclo aplica-se uma carga de 1,5 vezes o valor

    da carga mxima do ciclo anterior e o novo descarregamento at 50%

    dessa nova carga, repete-se o procedimento at atingir a ruptura ou

    carga mxima prevista.

    A seguir uma representao de um tipo de esquema de como pode ser

    realizada uma prova de carga do tipo esttica, atravs de estacas de reao e um

    bloco para distribuio das tenses sobre a estaca. As cargas so aplicadas com o

    auxlio de um cilindro hidrulico alimentado por uma bomba manual, e medidas por

    meio de uma clula de carga. Os recalques so medidos atravs de quatro relgios

    comparadores mecnicos, instalados diametralmente opostos com o auxlio de

    bases magnticas articulveis fixadas em vigas de referncia rgidas metlicas,

    dispostas transversalmente cava. O sistema de reao aos carregamentos

    constitudo por trs perfis metlicos.

  • 23

    Figura 2-9 Esquema de montagem de uma prova de carga.

    A figura 2-10 mostra a disposio das vigas de reao vistas em planta.

    Figura 2-10 Planta baixa do esquema de montagem da prova de carga.

    A seguir a Figura 2-11 ilustra um caso real do sistema citado.

  • 24

    Figura 2-11 Foto ilustrativa de uma situao real de aplicao de prova de carga.

    As provas de carga estticas consistem em aplicar cargas estticas crescentes

    estaca e anotar os respectivos recalques obtidos. Elas se constituem em uma

    forma de obteno da carga de ruptura da fundao. Para se obter a carga

    admissvel (ou carga resistente de projeto) de estacas a partir de provas de carga,

    necessrio aplicar, no incio da obra, sobre as estacas uma carga no mnimo duas

    vezes a carga admissvel prevista em projeto (NBR 6122/2010). Entretanto, vale

    salientar, que essas provas de carga foram realizadas por volta da dcada de 80,

    estando em vigncia outra norma na poca.

    Em alguns casos o elemento de fundao pode no apresentar a ruptura

    ntida, caracterizada por deformaes continuadas sem novos acrscimos de carga.

    Esse fato pode ocorrer em duas situaes:

    a) quando a capacidade de carga da estaca superior carga que se

    pretende aplicar (por limitao de reao);

    b) quando a estaca carregada at apresentar recalques elevados, mas no

    configurem ruptura ntida.

  • 25

    Nesses casos pode-se extrapolar a curva carga-recalque para se definir a

    carga de ruptura, para tanto pode-se utilizar um dos diversos mtodos presentes na

    Engenharia Geotcnica de extrapolao da curva carga-recalque obtida em provas

    de carga. Entre os mais empregados esto: Mtodo de Van der Veen (1953),

    Mazurkiewiscz (1972), NBR 6122/2010 e Dcourt (1996).

    2.5 Extrapolao da Curva carga-recalque

    2.5.1 Van der Veen (1953)

    Van der Veen (1953) estabeleceu um mtodo de extrapolao da curva

    carga-recalque aproximando esta curva a uma funo exponencial, dado que para

    uma pequena variao da carga aplicada teramos um deslocamento elevado.

    Dessa forma a curva pode ser ajustada atravs da equao:

    2.27

    Isolando (recalque) tem-se:

    2.28

    Onde, P a carga correspondente ao recalque , Pr a carga de ruptura a ser

    encontrada e uma constante.

    A partir dos valores da prova de carga traam-se curvas (

    ) , em

    que atribui-se valor a Pr superiores aos da prova de carga e para cada valor de Pr

    so obtidas curvas semi-logartmicas, a que apresentar melhor regresso linear ou

    seja se aproximar mais de uma reta indica a carga de ruptura encontrada. A Figura

    2-12 ilustra o mtodo proposto.

  • 26

    Figura 2-12 Representao da obteno da carga de ruptura por Van der Veen.

    2.5.2 Mazurkiewicz (1972)

    O mtodo proposto por Mazurkiewiscz admite que a curva carga-recalque

    seja uma parbola, e a determinao da carga de ruptura consiste em um

    procedimento grfico, seguindo os seguintes passos:

    -inicialmente deve-se plotar a curva carga-recalque obtida da prova de carga;

    -traar uma srie de linhas paralelas ao eixo das cargas e equidistantes entre

    si.

    -nos pontos de interseo das paralelas com a curva traam-se linhas

    verticais at tocar o eixo das cargas;

    -nos pontos de intersees das linhas verticais, traam-se retas com

    inclinao de 45 em relao o eixo horizontal at interceptar a linha vertical

    seguinte;

    -a interligao dos pontos de encontro das retas inclinadas a 45 com as

    linhas verticais ir resultar numa reta que deve ser prolongada at interceptar o eixo

    das cargas, encontrando assim a carga de ruptura.

    O processo pode ser ilustrado, conforme Figura 2-13, abaixo.

    R = 0,9992

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00

    3,50

    0,0000 1,0000 2,0000 3,0000 4,0000

    REC

    ALQ

    UE

    (m

    m)

    -LN(1-Q/Qult)

    Grfico de Van der Veen

    Qult(1)

    Qult(2)

    Qult(3)

    Qult(4)

    Qult(5)

    Qult(6)

    Linear (Qult(6))

  • 27

    Figura 2-13 Ilustrao do mtodo de Mazurkiewicz.

    2.5.3 Dcourt (1996)

    A partir do conceito de rigidez, em que a rigidez de uma fundao definida

    pela relao entre a carga a ela aplicada e o recalque correspondente, ou seja:

    2.29

    A ruptura fsica pode ser definida como o valor da carga correspondente a um

    valor nulo de rigidez. medida que o recalque aumenta, diminui a rigidez. De tal

    forma que podemos definir a carga de ruptura como sendo:

    (

    ) (

    )

    2.30

    Diante disso, a determinao da carga de ruptura conforme o critrio de

    Dcourt consiste em traar um grfico QxR e realizar uma extrapolao linear, ou

    uma que melhor se ajuste ao grfico, at o valor nulo de R.

  • 28

    Figura 2-14 Ilustrao do mtodo de rigidez de Dcourt.

    2.5.4 Extrapolao da curva carga-recalque pela NBR 6122/2010

    O critrio de ruptura da Norma um procedimento grfico por meio do qual

    traa-se uma reta correspondente a Equao 2.31 na curva carga-recalque; onde

    essa reta interceptar a curva ser obtida a carga de ruptura a ser adotada.

    2.31

    Onde

    r o recalque de ruptura convencional;

    P a carga de ruptura convencional;

    L o comprimento da estaca;

    A a rea da seo transversal da estaca;

    E o mdulo de elasticidade do material da estaca;

    D o dimetro da estaca.

    Pode-se visualizar melhor o procedimento conforme Figura 2.14, a seguir.

    y = -0,1012x + 290,87

    205

    210

    215

    220

    225

    230

    235

    240

    245

    250

    255

    0 500 1000

    Q/S

    Q

    Srie1

    Srie2

    Linear (Srie2)

  • 29

    Figura 2-15 Critrio de ruptura NBR 6122 (NBR 6122/2010).

    2.6 Elaborao da curva carga-recalque pelo mtodo simplificado de Poulos

    e Davis (1980)

    O mtodo permite estimar o comportamento carga-recalque de uma estaca

    isolada at a ruptura utilizando solues elsticas dos deslocamentos. Ele considera

    a estaca dividida em um nmero de elementos uniformemente carregados e a

    soluo obtida impondo condies de compatibilidade entre os deslocamentos da

    estaca e do solo adjacente para cada elemento da estaca. Os deslocamentos so

    obtidos considerando a compressibilidade da estaca sob a carga axial e os

    deslocamentos do solo so obtidos atravs da soluo das equaes de Mindlin

    (1936).

    So introduzidos fatores de correo para se considerar os efeitos da

    compressibilidade da estaca, da presena de uma camada rgida e do coeficiente de

    Poisson diferente de 0,5, a fim de tornar a soluo adotada mais prxima da

    situao real e minimizar os efeitos das hipteses simplificadoras.

    Com isso, o recalque dado por:

  • 30

    2.32

    Onde:

    o recalque, P a carga aplicada no topo da estaca, Es o mdulo de elasticidade

    do solo, D o dimetro e I= I0 Rk Rv Rh, para estaca de atrito ou I= I0 Rk Rv Rb para

    estacas de ponta.

    I0 - o fator de influncia do recalque para estaca incompressvel numa massa semi-

    infinita com vs =0,5;

    Rk o fator de correo para a compressibilidade da estaca;

    Rv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;

    Rh o fator de correo para a presena de uma base rgida profundidade h;

    Rb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.

    Os valores de I0 Rk Rv Rh e Rb so obtidos nas Figuras 2-16 a 2-20 abaixo.

    Para levar em considerao a porcentagem de transferncia de carga

    aplicada no topo de uma estaca incompressvel, em um meio semi-infinito, elstico-

    linear e com coeficiente de Poisson igual a 0,5 que transferida ao solo pela ponta,

    utiliza-se o parmetro obtido de forma anloga a utilizada para o recalque. Em que

    = 0 Ck Cv, para estaca de atrito ou = 0 Ck Cv Cb para estacas de ponta.

    Onde:

    0 = Pp/P porcentagem da carga de ponta para estaca incompressvel num semi-

    espao com v =0,5;

    Ck o fator de correo para a compressibilidade da estaca;

    Cv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;

    Cb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.

    Os valores de 0 Ck Cv e Cb so obtidos nas Figuras 2-21 a 2-25 abaixo.

    Normalmente a estaca quando instalada em determinado local atravessa

    diferentes tipos de solo. Com intuito de levar em considerao essa no-

    uniformidade do solo e ao mesmo tempo atender aos critrios da teoria da

    elasticidade, aplica-se um mdulo de elasticidade equivalente representativo dos

    diversos mdulos ao longo da estaca, obtido pela equao abaixo:

    2.33

  • 31

    Onde: Ei o mdulo de deformabilidade da camada i;

    hi a espessura da camada i;

    n o nmero de camadas de solo ao longo do comprimento da estaca.

    Diante disso, a curva carga-recalque construda pela superposio das

    curvas carga lateral-recalque e carga de ponta-recalque.

    Admitindo-se um comportamento linear at a ruptura, tanto da carga lateral

    quanto da carga de ponta, obtm-se a curva carga total-recalque como sendo

    constituda por trechos lineares conforme Figura 2-15.

    Figura 2-16 Curva carga-recalque simplifcada (Poulos e Davis 1980).

    O Ponto (Qy1, y1) corresponde mobilizao total do atrito estaca-solo,

    sendo obtido pela equao:

    2.34

    2.35

    Em que Qs a carga de ruptura da interface estaca-solo.

    O segundo ponto refere-se capacidade de carga total da estaca, Qu, e o

    recalque dado por:

    [

    ]

    2.36

  • 32

    Onde: Qp a carga de ruptura da ponta da estaca.

    Figura 2-17 Fator de correo para a compressibilidade da e da estaca (Poulos e

    Davis 1980).

    Figura 2-18 Fator de correo para a presena de uma base rgida (Poulos e Davis 1980).

    Figura 2-19 Fator de influncia de recalque (Poulos e Davis 1980).

    Figura 2-20 Fator de correo para o coeficiente de Poisson (Poulos e Davis 1980).

  • 33

    Figura 2-21 Fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca a), b), c), d) e

    e) (Poulos e Davis 1980).

  • 34

    Figura 2-22 Proporo da carga transferida para a ponta de uma estaca incompressiva

    num meio com v= 0,5,(Poulos e Davis 1980).

    Figura 2-23 Fator de correo para compressibilidade da estaca, (Poulos e Davis 1980).

    Figura 2-24 Fator de correo para o

    coeficiente de Poisson, (Poulos e Davis 1980).

    Figura 2-25 Fator de correo para a rigidez

    do estrato de apoio da ponta da estaca, (Poulos e Davis 1980).

  • 35

    Figura 2-26 Fatores de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca, (Poulos

    e Davis 1980).

  • 36

    CAPTULO 3

    Materiais e Mtodos

    Esta pesquisa se baseou no estudo de 8 provas de carga esttica do tipo

    SML e 8 ensaios de sondagem do tipo SPT, localizados os mais prximos possvel

    das provas de carga analisadas. A distncia mxima da sondagem para a prova de

    carga foi de no mximo 34,6 m, de forma a minimizar os inevitveis erros devido s

    variaes das propriedades geotcnicas do solo onde a estaca foi cravada,

    conforme relatado por Santos (1988). Esses dados foram disponibilizados pelo

    Departamento de Geotecnia da EESC-USP.

    Nesta dissertao foram utilizadas 8 provas de carga do tipo SML, as mesmas

    utilizadas anteriormente por Santos (1988), em que o mesmo comparou os

    recalques estimados por diferentes mtodos com os recalques medidos nas provas

    de carga. Elas foram executadas em dois tipos de solos: um de comportamento

    granular (areia siltosa e silte arenoso) e outro de comportamento coesivo (argila

    siltosa). A aplicao da carga sobre a estaca ensaiada se deu atravs do uso de

    macacos hidrulicos, em estgios, com cargas de 20% da carga de trabalho, sendo

    anotadas as deformaes at a estabilizao.

    A carga mxima aplicada correspondeu a um valor de 1,5 vezes a carga de

    trabalho, e o tempo de atuao desta carga foi de no mnimo 12 horas.

    O descarregamento foi realizado em estgios com 25% da carga total

    aplicada e suas deformaes foram medidas at a estabilizao.

    O nmero limitado de provas de carga utilizadas deve-se ao fato de seu

    elevado custo para sua execuo e restries apresentadas pelas empresas que

    executam os ensaios para fornecimento dos dados.

    As estacas so todas cilndricas, pr-moldadas de concreto armado, variando

    o seu dimetro e comprimento. Elas foram executadas em dois tipos de solos: 4 em

    um solo de comportamento granular (areia siltosa e silte arenoso) denominadas por

  • 37

    PC-A e as outras 4 em solo de comportamento coesivo (argila siltosa) designada por

    PC-B.

    A seguir esto apresentados os perfis de sondagens das estacas e suas

    respectivas provas de carga.

    3.1 Correlaes empricas

    Para obteno dos parmetros utilizados nos mtodos tericos e

    semiempricos foram utilizadas correlaes empricas com o NSPT ndice de

    resistncia penetrao, obtido no SPT para cada estaca.

    Em relao s variveis envolvidas relacionadas ao concreto, essas foram

    estimadas conforme prescrio da NBR 6118/2003.

    Na estimativa do valor da coeso no drenada (c), Teixeira e Godoy (1996)

    estabeleceram a seguinte relao emprica entre a coeso e o ndice de resistncia

    penetrao (NSPT):

    3.1

    Em relao a estimativa de , Godoy (1983) recomenda a seguinte correlao com o NSPT:

    3.2

    Enquanto Kishida (1967) prope:

    3.3

    J para o clculo do peso especfico Godoy (1972) recomenda o seguinte:

  • 38

    Tabela 3-1 Peso especfico de solos arenosos, Godoy (1972).

    Nspt Compacidade

    (kN/m)

    Areia Seca Areia mida Areia saturada

    40 Muito compacta

    Tabela 3-2 Peso especfico de solos argilosos, Godoy (1972).

    Nspt Consistncia (kN/m)

    2 Muito mole 13

    3-5 Mole 15

    6-10 Mdia 17

    11-9 Rija 19

    20 Dura 21

    Quando no se dispe de ensaios ou dados suficientemente precisos, a

    determinao do mdulo de deformabilidade do solo (Es), pode ser realizada atravs

    de correlao com o ndice de resistncia penetrao NSPT, conforme proposto por

    Teixeira e Godoy (1996):

    3.4

    e K so parmetros fornecidos pelas Tabelas 2-8 e 2-9, abaixo:

    Tabela 3-3 Valores de .

    Solo

    Areia 3 Silte 5

    Argila 7

  • 39

    Tabela 3-4 Valores de K.

    Solo K (MPa)

    Areia com pedregulhos 1,1

    Areia 0,9

    Areia siltosa 0,7

    Areia argilosa 0,55

    Silte arenoso 0,45

    Silte arenoso 0,35

    Argila arenosa 0,3

    Silte argiloso 0,25

    Argila siltosa 0,2

    A NBR 6118/2003 recomenda que, na falta de ensaios e no existirem dados

    mais precisos, o mdulo de elasticidade do concreto pode ser estipulado conforme

    segue:

    3.5

    onde: Eci o mdulo de elasticidade inicial do concreto aos 28 dias;

    fck resistncia caracterstica do concreto.

    Ambos devem ser inseridos na equao em megapascal.

    O coeficiente de Poisson adotado foi 0,3, considerando-o representativo para

    os diferentes tipos de solo.

  • 40

    Figura 3-1 Perfil de sondagem e prova de carga PC1A.

  • 41

    Figura 3-2 Perfil de sondagem e prova de carga PC3A.

  • 42

    Figura 3-3 Perfil de sondagem e prova de carga PC6A.

  • 43

    Figura 3-4 Perfil de sondagem e prova de carga PC7A.

  • 44

    Figura 3-5 Perfil de sondagem e prova de carga PC3B.

  • 45

    Figura 3-6 Perfil de sondagem e prova de carga PC4B.

  • 46

    Figura 3-7 Perfil de sondagem e prova de carga PC17B.

  • 47

    Figura 3-8 Perfil de sondagem e prova de carga PC18B.

  • 48

    De posse dos dados apresentados acima, realizaram-se os clculos das

    estimativas da capacidade de carga das estacas pelos mtodos semiempricos de

    Aoki-Velloso (1975) e Dcourt-Quaresma (1978), e pelo mtodo terico proposto por

    Poulos e Davis (1980).

    Para o clculo da capacidade pela teoria da elasticidade foram necessrios

    alguns parmetros do solo, sendo esses estimados conforme correlaes empricas

    com o NSPT, de acordo com o subitem 2.6, tendo em vista que no se dispunha de

    resultados de ensaios dos solos analisados. O valor adotado para o fck do concreto

    da estaca foi de 15 MPa, pois no se tinha essa informao disponvel. Com isso, foi

    possvel estimar o mdulo de elasticidade do concreto pela Equao 2.41.

    Posteriormente, foram realizadas extrapolaes das curvas carga-recalque

    obtidas pelas provas de carga de cada estaca para obteno das cargas de ruptura

    pelos mtodos de Van der Veen (1953), Dcourt (1996), Mazurkiewiscz (1972) e

    NBR 6122/2010, pois a maioria das provas de carga no conseguiu atingir a ruptura

    do sistema estaca-solo.

    Logo aps, realizou-se comparaes entre as cargas estimadas pelos

    mtodos semiempricos e elstico com as curvas extrapoladas.

    Para permitir uma melhor compreenso dos valores estimados frente aos

    extrapolados, plotou-se grficos de valores estimados x extrapolados, para cada

    mtodo e todas as estacas. Alm disso, foram traadas curvas de extrapolao

    linear para obter a correlao dos valores e outra reta inclinada a 45 com o eixo das

    cargas extrapoladas para verificar se as cargas estimadas esto contra ou a favor da

    segurana em relao aos mtodos de extrapolao.

    Em seguida, verificou-se a influncia separada de cada parcela de resistncia

    (lateral e ponta) para cada estaca.

    Por fim, foram plotadas curvas carga-recalque real juntamente com os

    mtodos de extrapolao das curvas utilizados, a fim de comparar o comportamento

    da estaca analisado por diferentes teorias.

  • 49

    CAPTULO 4

    Apresentao e Discusso dos Resultados

    4.1 Introduo

    Os resultados obtidos pela aplicao dos mtodos de estimativa de

    capacidade de carga esto demonstrados na Tabela 4-1 e no grfico da Figura 4-1.

    A Tabela 4-2 indica os valores obtidos pela extrapolao da curva caga-recalque por

    Van de Veen (1953).

    Nas Figuras 4-2 a 4-9 so exibidos os grficos de aplicao do critrio de

    ruptura adotado pela 6122/2010. Enquanto as Tabelas 4-3 e 4-4 expem os valores

    conseguidos pelos mtodos de Rigidez de Dcourt (1996) e extrapolao da curva

    carga-recalque por Mazurkiewiscz (1972).

    A comparao entre os valores estimados por Aoki-Velloso (1975), Dcourt-

    Quaresma (1978) e pela teoria da elasticidade proposta por Poulos e Davis (1980)

    com os valores extrapolados pelos mtodos citados anteriormente, esto dispostos

    nas Figuras 4-10 a 4-19. A Figura 4-20 representa os valores de carga de ruptura

    extrapolados pelos mtodos citados anteriormente.

    As Figuras 4-21 e 4-22 apresentam os valores encontrados isolados das

    resistncias laterais e de ponta respectivamente para as estacas estudadas.

    Os grficos das curvas carga-recalque real e extrapoladas por Van der Veen

    (1953) e NBR 6122/2010, bem como a curva obtida pelo mtodo simplificado de

    Poulos e Davis (1980), so demonstrados nas Figuras 4-23 a 4-29.

  • 50

    Tabela 4-1 Valores de capacidade de carga obtidos por diferentes mtodos.

    Estacas Mtodos (kN)

    AOKI-VELLOSO DCOURT-QUARESMA TERICO MDIA

    PC3 A 3266,49 2313,47 2277,60 2619,19

    PC1 A 4266,86 3250,50 4339,41 3952,26

    PC6 A 2736,36 1634,23 1345,51 1905,36

    PC 7A 3168,85 1932,71 2235,57 2445,71

    PC 3B 612,44 463,28 665,20 580,31

    PC 4B 872,04 507,13 826,45 735,21

    PC 18B 595,19 406,94 490,58 497,57

    PC 17B 1111,56 617,95 883,32 870,94

    A estaca que indicou maior carga de ruptura mdia foi a PC1A e a menor foi

    alcanada pela PC 18B.

    Figura 4-1 Grfico dos valores de estimativa da capacidade de carga por diferentes mtodos.

    Analisando o grfico acima, pode-se perceber que o mtodo que apresenta

    os maiores valores de capacidade de carga para as estacas analisadas foi o de

    Aoki-Velloso (1975), alm disso, h uma aproximao entre os valores obtidos por

    esse mtodo e o da teoria da elasticidade. O mtodo de Dcourt-Quaresma

    apresenta os menores valores entre os trs.

    0,00

    500,00

    1000,00

    1500,00

    2000,00

    2500,00

    3000,00

    3500,00

    4000,00

    4500,00

    5000,00

    PC3 A PC1 A PC6 A PC 7A PC 3B PC 4B PC 18B PC 17B

    Cap

    acid

    ade

    de

    Car

    ga (

    kN)

    Estacas

    AOKI-VELLOSO

    DCOURT-QUARESMA

    TERICO

  • 51

    Outro fato importante a superioridade dos valores obtidos de capacidade de

    carga para estacas cravadas em solos granulares em relao aos solos coesivos. As

    estacas executadas em solos coesivos demonstram capacidade de carga

    relativamente semelhantes obtidas por diferentes mtodos, no apresentando

    grandes variaes entre os valores para cada estaca.

    Em seguida so apresentadas as diversas extrapolaes feitas pela NBR

    6122/2010, as quais consistem em um procedimento grfico, em que se traa uma

    reta, definida pela Equao 2.31, at interceptar a curva carga-recalque proveniente

    da prova de carga.

    Porm, nos casos analisados, as provas de carga realizadas no chegaram a

    recalques elevados, de forma que as cargas aplicadas no foram suficientes para

    obter todo o comportamento da curva. Com isso, as extrapolaes feitas pela norma

    no chegaram a interceptar a curva, impossibilitando o seu uso como critrio de

    ruptura.

    Isso possivelmente ocorreu pelo fato de na poca das realizaes das provas

    de carga existir outra norma vigente, que estabelecia outros critrios diferentes dos

    atualmente exigidos pela NBR 12131/06.

    Alm disso, as estacas possivelmente foram dimensionadas com valores a

    favor da segurana de forma que os valores aplicados de 1,5 vezes a carga de

    trabalho no chegou nem prximo ruptura da estaca. Constituindo-se assim em

    solues bem conservadoras a favor da segurana e contra economia.

  • 52

    Figura 4-3 Prova de carga da estaca PC3A versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    0 200 400 600 800 1000 1200

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC3A

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

    Figura 4-2 Prova de carga da estaca PC1A versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    0 1000 2000 3000 4000

    Rec

    alq

    ue

    (mm

    ) Carga (kN)

    PC1A

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

  • 53

    Figura 4-4 Prova de carga da estaca PC7A versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    Figura 4-5 Prova de carga da estaca PC6A versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC7A

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    0 500 1000 1500 2000 2500

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC6A

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

  • 54

    Figura 4-6 Prova de carga da estaca PC3B versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    Figura 4-7 Prova de carga da estaca PC4B versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0123456789

    1011121314151617

    0 200 400 600 800

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC3B

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

    0123456789

    101112131415161718

    0 200 400 600 800

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC4B

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

  • 55

    Figura 4-8 Prova de carga da estaca PC18B versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0123456789

    1011121314

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC18B

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

    Figura 4-9 Prova de carga da estaca PC17B versus extrapolao da NBR 6122/2010.

    0123456789

    101112131415161718

    0 200 400 600 800 1000

    Re

    calq

    ue

    (m

    m)

    Carga (kN)

    PC17B

    PROVA DE CARGA

    NBR 6122/2010

  • 56

    Conforme pode ser visualizado abaixo, considerando-se os valores de

    extrapolao da curva carga-recalque pelo mtodo de Van der Veen como o mais

    aproximado do comportamento real da estaca, os valores estimados pelo mtodo de

    Aoki-Velloso deram bem superiores aos extrapolados, principalmente para o caso de

    estacas instaladas em solos granulares. J para os solos argilosos os valores esto

    relativamente prximos, porm ainda superiores.

    Tabela 4-2 Valores de capacidade de carga obtidos por extrapolao pelo mtodo de Van der Veen (1953).

    Van der Veen

    Estacas Pr (kN)

    PC3 A SP 18 2400 PC1 A SP 22 2700

    PC6 A SP 15 1800

    PC 7A SP 18 1800 PC 3B SP 8 519

    PC 4B SP 8 720 PC 18B SP 5 440

    PC 17B SP 5 880

    Figura 4-10 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Aoki-Velloso versus Van der Veen.

    PC3A

    PC1A

    PC6A

    PC7A

    PC3B

    PC4B

    PC18B

    PC17B

    0,00

    500,00

    1000,00

    1500,00

    2000,00

    2500,00

    3000,00

    3500,00

    4000,00

    4500,00

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000

    Ao

    ki (

    kN)

    Van der Veen (kN)

    Van der Veen x Aoki

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 57

    Os valores estipulados pela teoria da elasticidade apresentaram

    comportamento semelhante aos do mtodo de Aoki-Velloso, em que foram

    encontrados valores bem superiores de capacidade de carga para estacas

    executadas em solos granulares daqueles obtidos por Van der Veen, com exceo

    da PC3A que quase coincidiram os valores. Enquanto que para solos argilosos os

    valores alcanados foram semelhantes.

    Figura 4-11 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen versus Terico.

    PC 3A PC 7A

    PC6A

    PC1A

    PC 3B PC 4B

    PC 18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000

    Te

    rico

    (kN

    )

    Van der Veen (kN)

    Van der Veen x Terico

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 58

    O mtodo que mais se aproximou dos valores da extrapolao de Van der

    Veen foi o de Dcourt-Quaresma (1978) ficando na maioria dos casos at um pouco

    abaixo, a favor da segurana. Exceto para PC1A que apresentou valor superior ao

    extrapolado.

    Figura 4-12 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen versus Dcourt-Quaresma.

    PC3A

    PC1A

    PC6A

    PC7A

    PC3B PC4B

    PC18B

    PC17B

    0,00

    500,00

    1000,00

    1500,00

    2000,00

    2500,00

    3000,00

    3500,00

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000

    Dc

    ou

    rt-Q

    uar

    esm

    a (k

    N)

    Van der Veen (kN)

    Van der Veen x Dcourt-Quaresma

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 59

    O critrio de Dcourt (1996) no se aplica para a estaca PC3A, pois a mesma

    apresentou um grfico com comportamento quase paralelo ao eixo das cargas

    tornando o valor muito elevado pelo mtodo.

    Tabela 4-3 Valores de capacidade de carga obtidos de acordo com o critrio de rigidez de Dcourt (1996).

    Dcourt

    Estaca Qu (kN)

    PC3A 4946,79 PC7A 3309,46

    PC6A 2874,20 PC1A 4580,50

    PC3B 547,57

    PC4B 805,30 PC18B 501,44

    PC17B 1158,69

    O critrio de rigidez de Dcourt (1996) demonstra uma maior expectativa na

    previso da carga de ruptura quando comparado ao mtodo de Van der Veen.

    Conforme pode ser visto na Figura 4-14 o mtodo de Aoki-Velloso se

    aproximou bastante dos valores da capacidade de carga extrapolada pelo critrio de

    rigidez de Dcourt.

  • 60

    Figura 4-13 Critrio de rigidez de Dcourt versus Van der Veen.

    Figura 4-14 Critrio de rigidez de Dcourt versus Aoki-Velloso

    PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B

    PC4B

    PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000

    Van

    de

    r V

    ee

    n (

    kN)

    Rigidez Dcourt (kN)

    Rigidez Dcourt x Van der Veen

    PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B PC4B

    PC18B

    PC17B

    0,00

    500,00

    1000,00

    1500,00

    2000,00

    2500,00

    3000,00

    3500,00

    4000,00

    4500,00

    5000,00

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

    Ao

    ki-V

    ello

    so(k

    N0

    Rigidez Dcourt (kN)

    Rigidez Dcourt x Aoki-Velloso

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 61

    Na Figura 4-15 verifica-se que os valores atingidos pelo mtodo Dcourt-

    Quaresma foram todos inferiores ao critrio de Dcourt para todas as estacas.

    Figura 4-15 Critrio de rigidez de Dcourt versus Dcourt-Quaresma

    Os valores alcanados pelas extrapolaes da curva carga-recalque por

    Mazurkiewiscz (1972) e Van der Veen (1953) se demonstraram bem prximos para

    os solos coesivos, enquanto os solos granulares apresentaram comportamentos

    divergentes.

    PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B PC4B

    PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

    D

    cou

    rt-Q

    uar

    esm

    a

    Rigidez Dcourt (kN)

    Rigidez Dcourt x Dcourt-Quaresma

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 62

    Tabela 4-4 Valores obtidos pela extrapolao da curva carga-recalque por Mazurkiewiscz

    Mazurkiewiscz Estacas Qu

    PC3A 1592 PC7A 2188

    PC6A 1162

    PC1A 1784 PC3B 522

    PC4B 713 PC18B 440

    PC17B 900

    Figura 4-16 Extrapolao por Mazurkiewiscz versus Van der Veen

    PC3A

    PC7A PC6A

    PC1A

    PC3B

    PC4B

    PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    0 500 1000 1500 2000 2500

    Van

    de

    r V

    ee

    n (

    kN)

    Mazurkiewiscz (kN)

    Mazurkiewiscz x Van der Veen

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 63

    Figura 4-17 Mazurkiewiscz versus Aoki-Velloso

    Todos os valores de estimativa de carga de ruptura calculados pelo mtodo

    de Aoki-Velloso se mostraram superiores quando comparados extrapolao por

    Mazurkiewiscz.

    PC3A PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B

    PC4B

    PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    0 500 1000 1500 2000 2500

    Ao

    ki-V

    ello

    so (

    kN)

    Mazurkiewiscz (kN)

    Mazurkiewiscz x Aoki-Velloso

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 64

    Figura 4-18 Mazurkiewiscz versus Dcourt-Quaresma

    O mtodo de Dcourt-Quaresma demonstrou valores superiores aos

    extrapolados por Mazurkiewiscz para solos granulares, com exceo da PC7A,

    comportamento contrrio ocorreu com os solos coesivos.

    PC3A

    PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B PC4B

    PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    0 500 1000 1500 2000 2500

    D

    cou

    rt-Q

    uar

    esm

    a (k

    N)

    Mazurkiewiscz (kN)

    Mazurkiewiscz x Dcourt-Quaresma

  • 65

    Figura 4-19 Mazurkiewiscz versus Terico

    Os valores estimados de capacidade de carga para solos granulares pela

    teoria da elasticidade se demonstraram bem superiores dos encontrados por

    Mazurkiewiscz, porm para solos coesivos os dois mtodos se aproximaram.

    PC3A PC7A

    PC6A

    PC1A

    PC3B

    PC4B PC18B

    PC17B

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    0 500 1000 1500 2000 2500

    Te

    rico

    (kN

    )

    Mazurkiewiscz (kN)

    Mazurkiewiscz x Terico

    Estacas

    Reta inclinada a 45

  • 66

    Pelo grfico podem