Upload
dobao
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL
Rubens Diego Fernandes Alves
ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE
ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO
Natal
2014
Rubens Diego Fernandes Alves
ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE
ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO
Dissertao apresentada ao Programa de
Ps-graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como um dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr.Olavo Francisco dos Santos Junior
Natal
2014
Ficha elaborada pela Seo de Processamento Tcnico da Biblioteca Sebastio
Fernandes do IFRN.
A474e Alves, Rubens Diego Fernandes. Estudo da previso da carga de ruptura de estacas pr-moldadas
de concreto. / Rubens Diego Fernandes Alves. 2014. 81 f. : il.
Orientador: Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, 2014.
1. Estacas de concreto. 2. Cargas de ruptura Estacas. 3. Curva carga-recalque. 4. Provas de carga. 5. Standard Penetration Test (SPT). I. Santos Junior, Olavo Francisco dos. II. Ttulo.
CDU 624.155.113
iii
RUBENS DIEGO FERNANDES ALVES
ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE
ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como um dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________ Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior Orientador
______________________________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Flamarion Marques Chaves Examinador
______________________________________________________________ Prof. Dr. Raimundo Leidimar Bezerra Examinador (externo)
Natal, 28 de Fevereiro de 2014.
iv
ESTUDO DA PREVISO DA CARGA DE RUPTURA DE
ESTACAS PR-MOLDADAS DE CONCRETO
Rubens Diego Fernandes Alves
Orientador: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior
RESUMO
As estacas se constituem h algum tempo um dos mais importantes tipos de
soluo adotada para fundao de construes. Elas so responsveis por transmitir
ao solo em camadas mais profundas e resistentes, as cargas provenientes das
estruturas. A interao do elemento de fundao por estaca com o solo uma
varivel muito importante, tornando o seu domnio indispensvel a fim de determinar
a resistncia do conjunto e estabelecer critrios de dimensionamento de projeto para
cada caso de aplicao da estaca. Nessa pesquisa foram feitas anlises a partir de
ensaios de provas de carga em estacas pr-moldadas de concreto e sondagens do
tipo SPT, realizou-se um estudo da obteno da carga de ruptura da fundao
atravs de mtodos semiempricos, terico e de extrapolao da curva carga-
recalque. Aps isso, realizaram-se comparaes entre os diversos mtodos
utilizados para dois tipos de solo, um de comportamento granular e outro coesivo.
Para obteno dos parmetros do solo a serem utilizados nos mtodos estabeleceu-
se correlaes empricas com o ndice de resistncia penetrao (NSPT). As curvas
carga-recalque das estacas tambm so analisadas. Diante das comparaes
estabelecidas indica-se o mtodo semiemprico de Dcourt-Quaresma como o mais
confivel para estimativa de carga de ruptura para solos granulares e coesivos.
Enquanto, dentre os mtodos de extrapolao estudados recomenda-se o mtodo
de Van der Veen como o mais adequado para previso da carga de ruptura.
Palavras-chave: Estacas; provas de carga; SPT; carga de ruptura; curva carga-
recalque.
v
STUDY OF PREDICTING ULTIMATE LOAD CAPACITY OF PRECAST
CONCRETE PILE
Rubens Diego Fernandes Alves
Adviser: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior
ABSTRACT
The piles are one of the most important types of solution adopted for the foundation
of buildings. They are responsible for transmitting to the soil in deeper and resistant
layers loads from structures. The interaction of the foundation element with the soil is
a very important variable, making indispensable your domain in order to determine
the strength of the assembly and establish design criteria for each case of application
of the pile. In this research analyzes were performed from experiments load tests for
precast concrete piles and investigations of soil of type SPT, a study was performed
for obtaining the ultimate load capacity of the foundation through methods
extrapolation of load-settlement curve, semi-empirical and theoretic. After that, were
realized comparisons between the different methods used for two types of soil a
granular behavior and other cohesive. For obtaining soil parameters to be used in the
methods were established empirical correlations with the standard penetration
number (NSPT). The charge-settlement curves of the piles are also analyzed. In the
face of established comparisons was indicated the most reliable semiempirical
method Dcourt-Quaresma as the most reliable for estimating the tensile strength for
granular and cohesive soils. Meanwhile, among the methods studied extrapolation is
recommended method of Van der Veen as the most appropriate for predicting the
tensile strength.
Key-words:
Piles; experiments load tests; SPT; ultimate load capacity; load-settlement curve
vi
Aos meus pais Evanildo e Ftima,
aos meus irmos Dennes, Girlane e Darlan,
dedico este trabalho.
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado foras para persistir e nunca desistir dos meus
objetivos.
Aos meus pais, Evanildo e Ftima, e meus irmos Dennes, Girlane e Darlan
por todo o apoio incondicional durante toda a minha vida.
A Helena pelo carinho e compreenso durante o desenvolvimento deste
trabalho.
Ao meu orientador, professor Olavo Francisco dos Santos Junior, pela
pacincia, disponibilidade e ateno demonstradas ao longo de todo este perodo.
Aos amigos Paulo Henrique, Arthur Gomes, pela amizade, incentivo,
solidariedade e sentimentos comuns compartilhados nesta caminhada.
Aos colegas de turma Carlindo Avelino, Carlos Junior, Fabiana Alves, Luciano
Moreira pelos conhecimentos compartilhados ao longo de todo o mestrado.
Ao tcnico do laboratrio de mecnica dos solos, Paulo Leite, pela ateno
demonstrada em ajudar quando solicitado.
A todos que participaram diretamente ou indiretamente desta caminhada para
chegar at este momento to crucial na minha vida.
Aos professores que me ajudaram na aprendizagem de todos os
conhecimentos necessrios para que eu pudesse chegar concluso deste
mestrado.
Aos funcionrios do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, pela
dedicao ao programa e fornecimento de todo o suporte necessrio para a
concluso desta dissertao.
viii
SUMRIO
Lista de figuras.............................................................................................................x
Lista de tabelas..........................................................................................................xiv
Lista de abreviaturas e siglas.....................................................................................xv
Lista de smbolos.......................................................................................................xvi
CAPTULO 1 ............................................................................................................... 1
1.1 Consideraes Iniciais ........................................................................................ 1
1.2 Justificativa .......................................................................................................... 2
1.3 Objetivos ............................................................................................................. 2
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 2
1.3.2 Objetivos especficos ........................................................................................ 2
1.4 Organizao da dissertao ................................................................................ 3
CAPTULO 2 ............................................................................................................... 4
2.1 Introduo ........................................................................................................... 4
2.2 Capacidade de carga .......................................................................................... 4
2.2.1 Mtodos empricos ........................................................................................... 7
2.2.2 Mtodos tericos ou racionais .......................................................................... 8
2.2.3 Mtodos semiempricos .................................................................................. 16
2.3 Grupos de estacas ............................................................................................ 20
2.4 Provas de Carga ............................................................................................... 21
2.5 Extrapolao da Curva carga-recalque ............................................................. 25
2.5.1 Van der Veen (1953) ...................................................................................... 25
2.5.2 Mazurkiewicz (1972) ....................................................................................... 26
2.5.3 Dcourt (1996) ................................................................................................ 27
2.5.4 Extrapolao da curva carga-recalque pela NBR 6122/2010 ......................... 28
ix
2.6 Elaborao da curva carga-recalque pelo mtodo simplificado de Poulos e
Davis (1980) .............................................................................................. 29
CAPTULO 3 ............................................................................................................. 36
MATERIAIS E MTODOS ......................................................................................... 36
3.1 Correlaes empricas ...................................................................................... 37
CAPTULO 4 ............................................................................................................. 49
APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS ......................................... 49
4.1 Introduo ......................................................................................................... 49
CAPTULO 5 ............................................................................................................. 75
CONCLUSES E SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS.............................75
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................78
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 Equilbrio esttico de uma estaca submetida carga de ruptura..........6
Figura 2-2 Grfico com critrio de Mohr-Coulomb (Amann, 2010).........................8
Figura 2-3 Fatores de Adeso por diversos autores (McClelland, 1974 apud
Poulos e Davis,1980).............................................................................................9
Figura 2-4 Relao Zc/d adaptado de Poulos e Davis ,1980................................10
Figura 2-5 Critrio de ruptura de Terzaghi............................................................ 11
Figura 2-6 Critrio de Meyerhorf........................................................................... 11
Figura 2-7 Ks tana para estacas cravadas, Poulo e Davis 1980........................ 14
Figura 2-8 Valores de Nq em funo de por diversos autores (Vesic, 1967)..... 15
Figura 2-9 Esquema de montagem de uma prova de carga................................. 23
Figura 2-10 Planta baixa do esquema de montagem da prova de carga.............. 23
Figura 2-11 Foto ilustrativa de uma situao real de aplicao de prova de
carga..................................................................................................................... 24
Figura 2-12 Representao da obteno da carga de ruptura por Van der Veen. 26
Figura 2-13 Ilustrao do mtodo de Mazurkiewicz.............................................. 27
Figura 2-14 Ilustrao do mtodo de rigidez de Dcourt....................................... 28
Figura 2-15 Critrio de ruptura NBR 6122 (NBR 6122/2010)................................29
Figura 2-16 Curva carga-recalque simplifcada (Poulos e Davis 1980)................. 31
Figura 2-17 Fator de correo para a compressibilidade da e da estaca (Poulos e
Davis 1980)............................................................................................................32
Figura 2-18 Fator de correo para a presena de uma base rgida (Poulos e Davis
1980)................................................................................................ .....................32
Figura 2-19 Fator de influncia de recalque (Poulos e Davis 1980)...................... 32
Figura 2-20 Fator de correo para o coeficiente de Poisson (Poulos e Davis
1980)...................................................................................................................... 32
Figura 2-21 Fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca
a), b), c), d) e e) (Poulos e Davis 1980)................................................................. 33
Figura 2-22 Proporo da carga transferida para a ponta de uma estaca
incompressiva num meio com v= 0,5,(Poulos e Davis 1980)........... .....................34
xi
Figura 2-23 Fator de correo para compressibilidade da estaca, (Poulos e Davis
1980)...................................................................................................................... 34
Figura 2-24 Fator de correo para o coeficiente de Poisson, (Poulos e Davis
1980)...................................................................................................................... 34
Figura 2-25 Fator de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca,
(Poulos e Davis 1980)........................................................................................... 34
Figura 2-26 Fatores de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da
estaca, (Poulos e Davis 1980).............................................................................. 35
Figura 3-1 Perfil de sondagem e prova de carga PC1A........................................ 40
Figura 3-2 Perfil de sondagem e prova de carga PC3A........................................ 41
Figura 3-3 Perfil de sondagem e prova de carga PC6A........................................ 42
Figura 3-4 Perfil de sondagem e prova de carga PC7A........................................ 43
Figura 3-5 Perfil de sondagem e prova de carga PC3B........................................ 44
Figura 3-6 Perfil de sondagem e prova de carga PC4B........................................ 45
Figura 3-7 Perfil de sondagem e prova de carga PC17B...................................... 46
Figura 3-8 Perfil de sondagem e prova de carga PC18B...................................... 47
Figura 4-1Grfico dos valores de estimativa da capacidade de carga por diferentes
mtodos................................................................................................................. 50
Figura 4-2 Prova de carga da estaca PC1A versus extrapolao da NBR
6122/2010.............................................................................................................. 52
Figura 4-3 Prova de carga da estaca PC3A versus extrapolao da NBR
6122/2010.............................................................................................................. 52
Figura 4-4 Prova de carga da estaca PC7A versus extrapolao da NBR
6122/2010.............................................................................................................. 53
Figura 4-5 Prova de carga da estaca PC6A versus extrapolao da NBR
6122/2010.............................................................................................................. 53
Figura 4-6 Prova de carga da estaca PC3B versus extrapolao da NBR
6122/2010.............................................................................................................. 54
Figura 4-7 Prova de carga da estaca PC4B versus extrapolao da NBR
6122/2010..............................................................................................................54
xii
Figura 4-8 Prova de carga da estaca PC18B versus extrapolao da NBR
6122/2010............................................................................................................. 55
Figura 4-9 Prova de carga da estaca PC17B versus extrapolao da NBR
6122/2010............................................................................................................. 55
Figura 4-10 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Aoki-Velloso versus
Van der Veen........................................................................................................ 56
Figura 4-11 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen
versus Elasticidade ...............................................................................................57
Figura 4-12 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen
versus Dcourt-Quaresma .....................................................................................58
Figura 4-13 Critrio de ruptura de rigidez Dcourt versus Van der Veen..............60
Figura 4-14 Critrio de ruptura de rigidez Dcourt versus Aoki-Velloso............... 60
Figura 4-15 Critrio de ruptura de rigide Dcourt versus Dcourt - Quaresma.....61
Figura 4-16 Extrapolao por Mazurkiewiscz versus Van der Veen..................... 62
Figura 4-17 Mazurkiewiscz versus Aoki-Velloso................................................... 63
Figura 4-18 Mazurkiewiscz versus Dcourt-Quaresma......................................... 64
Figura 4-19 Mazurkiewiscz versus Elasticidade.................................................... 65
Figura 4-20 Carga de ruptura das estacas obtidas por diversos mtodos............ 66
Figura 4-21 Resistncia lateral das estacas por diversos mtodos...................... 68
Figura 4-22 Resistncia de ponta das estacas por diversos mtodos.................. 69
Figura 4-23 Grfico da curva-recalque da estaca PC3A e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 70
Figura 4-24 Grfico da curva-recalque da estaca PC1A e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 71
Figura 4-25 Grfico da curva-recalque da estaca PC6A e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 72
Figura 4-26 Grfico da curva-recalque da estaca PC7A e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 72
Figura 4-27 Grfico da curva-recalque da estaca PC3B e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 73
xiii
Figura 4-28 Grfico da curva-recalque da estaca PC4B e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 73
Figura 4-29 Grfico da curva-recalque da estaca PC18B e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 74
Figura 4-30 Grfico da curva-recalque da estaca PC17B e extrapolao por diversos
mtodos................................................................................................................. 74
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1 Fatores de correo F1 e F2 (Cintra e Aoki, 2010 adaptados de Aoki
e Velloso,1975) ......................................................................................................... 18
Tabela 2-2 Coeficientes K e (Aoki-Velloso,1975) ........................................ 18
Tabela 2-3 Coeficiente caracterstico do solo (Dcourt e Quaresma, 1978) ... 19
Tabela 2-4 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de
solo ............................................................................................................................ 20
Tabela 2-5 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de
solo ............................................................................................................................ 20
Tabela 2-6 Peso especfico de solos arenosos, Godoy (1972). ...................... 38
Tabela 2-7 Peso especfico de solos argilosos, Godoy (1972). ...................... 38
Tabela 2-8 Valores de ................................................................................. 38
Tabela 2-9 Valores de K ................................................................................. 39
Tabela 4-1 Valores de capacidade de carga obtidos por diferentes mtodos 50
Tabela 4-2 Valores de capacidade de carga obtidos por extrapolao pelo
mtodo de Van der Veen (1953) ............................................................................... 56
Tabela 4-3 Valores de capacidade de carga obtidos de acordo com o critrio
de Rigidez de Dcourt (1996) .................................................................................... 59
Tabela 4-4 Valores obtidos pela extrapolao da curva carga-recalque por
Mazurkiewiscz ........................................................................................................... 62
Tabela 4-5 Porcentagens dos mtodos em relao a mdia das estimativas 67
Tabela 4-6 Porcentagens das extrapolaes em relao a sua mdia .......... 67
xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
NBR Norma Brasileira Registrada
PCE Prova de Carga Esttica
CPT Cone Penetration Test
SML Slow Maintained Load Test
QML Quick Maintained Load Test
CRP Constant Rate of Penetration
CLT ou SCT Cyclic Load Test ou Swedish Cyclic Test
SPT Standard Penetration Test
xvi
LISTA DE SMBOLOS
- mdulo de elasticidade longitudinal da estaca
coeficiente de reao horizontal do solo
Pr carga de ruptura
PR- carga de ruptura
QU- carga ltima
Pult carga ltima
Qult- carga ltima
W - peso prprio da estaca
qpu - resistncia de ponta (unitria)
tenso horizontal
dimetro ou largura da estaca
z profundidade
Ap - rea de ponta ou base da estaca
qlu - resistncia lateral (unitria)
U - permetro da estaca
ca coeficiente de adeso
a - ngulo de atrito fuste-solo
Kh - coeficiente de empuxo lateral
h - tenso horizontal (ou normal) aplicada pelo solo no fuste
v - tenso vertical
- peso especfico do solo
D- dimetro da estaca
resistncia no drenada
xvii
- tenso vertical na ponta
constante do mtodo de Aoki-Velloso
F1 e F2 fatores do mtodo de Aoki-Velloso
ndice de resistncia penetrao obtido no standard penetration test
- razo de atrito
coeficiente caracterstico do solo do mtodo de Dcourt
-recalque
r - o recalque de ruptura convencional
Es - o mdulo de elasticidade do solo
I0 - o fator de influncia do recalque para estaca incompressvel numa massa semi-
infinita com s =0,5;
Rk o fator de correo para a compressibilidade da estaca;
Rv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;
Rh o fator de correo para a presena de uma base rgida profundidade h;
Rb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.
0 - Pp/P porcentagem da carga de ponta para estaca incompressvel num semi-
espao com =0,5;
Ck o fator de correo para a compressibilidade da estaca;
Cv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;
Cb o fator de correo para rigiderz do estrato de apoio da ponta da estaca.
rigidez de uma fundao
comprimento da estaca
c - coeso do solo na profundidade z
- ngulo de atrito interno do solo
peso especfico do solo
- resistncia caracterstica do concreto
1
CAPTULO 1
Introduo
1.1 Consideraes Iniciais
As estacas se constituem h algum tempo um dos mais importantes tipos de
soluo adotada para fundao de construes. Elas so responsveis por transmitir
ao solo em camadas mais profundas e resistentes, as cargas provenientes das
estruturas.
Essa transferncia deve-se dar de forma segura, de tal forma que no haja o
rompimento do solo ou do material da prpria estaca, ou ainda, evitar que os
recalques produzidos no danifiquem a estrutura de modo a comprometer a sua
estabilidade.
Dependendo do tipo de carga aplicada estaca, a mesma pode trabalhar
trao, compresso ou flexo. Nos casos mais comuns a estaca est submetida a
solicitaes axiais de compresso.
A interao do elemento de fundao por estaca com o solo uma varivel
muito importante, tornando o seu domnio indispensvel a fim de determinar a
resistncia do conjunto e estabelecer critrios de dimensionamento de projeto para
cada caso de aplicao da estaca.
Diversos estudiosos tm pesquisado essa interao e desenvolvido mtodos
de dimensionamento para estimativa da carga de ruptura da fundao. Esses
mtodos visam proporcionar maior confiabilidade na estimativa da resistncia do
conjunto solo-estaca, favorecer uma maior economia no consumo de materiais,
diminuir as incertezas depositadas nos coeficientes de segurana, e dominar o
conhecimento do comportamento das fundaes.
2
Esta dissertao pretende estabelecer comparaes entre os diversos
mtodos empregados para estimativa da capacidade de carga, sejam eles tericos,
ou semi-empricos, a fim de comparar com os resultados das extrapolaes das
provas de carga conforme proposto pela NBR 6122 (2010), e pelos mtodos
desenvolvidos por Mazurkiewicz (1972), Van der Veen (1953) e Dcourt (1996) para
obteno da carga de ruptura da fundao.
1.2 Justificativa
A utilizao de estacas como fundao ainda uma rea em
desenvolvimento, o seu estudo se faz necessrio para um maior domnio dos
mtodos empregados, de forma a atingir valores de capacidade de carga cada vez
mais prximos da situao real, para que no venha ocorrer um
superdimensionamento ou subdimensionamento da fundao a ser utilizada e se
obtenha fundaes mais seguras e econmicas.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
A presente pesquisa tem por objetivo geral avaliar o comportamento de
estacas pr-moldadas de concreto armado executadas em dois tipos de solo: um
granular e o outro coesivo, atravs dos dados de provas de carga e sondagens
percusso. Pretende-se, com isso, disseminar o conhecimento de mtodos para
dimensionamento de tais estruturas, favorecendo o uso de mtodos mais confiveis
em prol de obras mais seguras e econmicas.
1.3.2 Objetivos especficos
Obter valores de carga de ruptura para todas as estacas por diferentes
mtodos;
Estabelecer comparaes entre os mtodos para obteno de carga de
ruptura estimados versus mtodos de extrapolao da curva carga-
recalque;
Analisar o comportamento da curva carga-recalque das estacas
estudadas;
3
Definir o mtodo mais confivel para cada tipo de solo.
1.4 Organizao da dissertao
O texto da presente dissertao est organizado em 5 captulos. No Captulo
1, apresenta-se uma introduo sobre o estudo a ser desenvolvido.
Em seguida, no Captulo 2, desenvolve-se uma breve reviso sobre os
principais temas envolvidos com o estudo e, no Captulo 3, os dados das provas de
carga e sondagens so exibidos, assim como os materiais e mtodos utilizados so
detalhados.
No Captulo 4, feita a apresentao e discusso dos resultados, j no
Captulo 5, as principais concluses so descritas e sugeridos temas para pesquisas
futuras.
4
CAPTULO 2
Reviso da literatura
2.1 Introduo
Neste captulo, procura-se discutir os trabalhos mais relevantes desenvolvidos
a cerca do tema, destacando os pontos mais importantes a serem considerados
nesta pesquisa.
Inicialmente, pretende-se definir o conceito de capacidade de carga de estaca
e demonstrar as principais variveis envolvidas no processo de sua determinao.
Em seguida, so apresentados os mtodos mais empregados na obteno da carga
de ruptura, estimadas a partir de sondagens ou extrapoladas com base em curvas
carga-recalque obtidas das provas de carga.
2.2 Capacidade de carga
As estacas so elementos de fundao que transmitem as cargas
provenientes da estrutura ao solo por atrito lateral e/ou pela ponta, em alguns casos
ocorre somente um ou outro tipo de transferncia de carga ao solo, ou ainda uma
das partes pode ser considerada desprezvel, como acontece nos casos de estacas
cravadas em solos argilosos, perfis metlicos cravados e estacas escavadas, nos
quais h preponderncia da transferncia de carga por atrito lateral, denominadas
de estacas de atrito ou estacas flutuantes. Por outro lado quando predomina a
transferncia de carga pela ponta, temos a estaca de ponta, como, por exemplo,
estacas cravadas, estacas apoiadas em rocha s e estacas Franki.
Quando a estaca est sob a ao de uma carga ocorre a mobilizao do atrito
lateral e da resistncia de ponta do elemento de fundao. medida que
aumentamos progressivamente o valor da carga aplicada, haver um momento em
que ocorrer a mobilizao mxima dessas duas parcelas (atrito lateral e resistncia
5
de ponta). A partir desse ponto, o sistema no resistir a nenhum acrscimo de fora
aplicada sobre ele, nesse instante a estaca estaria na iminncia de deslocar-se para
baixo mantido a carga constante. Essa condio de recalque incessante mantida a
carga aplicada constante, caracteriza um tipo de ruptura, conhecida como ruptura
ntida da estaca, existem ainda outros dois tipos de ruptura: ruptura fsica e a ruptura
convencional.
A ruptura fsica Quu definida como o limite da relao do acrscimo do
recalque da ponta da estaca ( pelo acrscimo de carga ( , tendendo ao
infinito, conforme equao abaixo:
2.1
A ruptura convencional Quc equivale a uma carga aplicada na estaca que
produza uma deformao (da ponta ou do topo) de 10% de seu dimetro no caso de
estacas de deslocamento e de estacas escavadas em argila, e de 30% de seu
dimetro no caso de estacas escavadas em solos granulares.
Diante dos tipos de ruptura apresentados, a capacidade de carga do sistema
estaca-solo pode ser definida como a carga mxima suportada pelo sistema sem
que ele sofra ruptura ou valores considerados significativos da ruptura do sistema,
em termos geotcnicos. Na literatura encontramos outros termos para expresso
capacidade de carga, tais como: capacidade de suporte, carga de ruptura, carga
ltima e capacidade de carga ltima ou capacidade de carga na ruptura. E como
smbolos grficos, temos: Pr, PR, QU, Pult, Qult, etc.
A ruptura considerada nesses casos no trata de uma quebra ou o
despedaar do elemento de fundao, mas sim de uma conceituao de capacidade
de carga em termos geotcnicos em que o material da estaca considerado
suficientemente resistente para que no haja ruptura da prpria estaca. Caso isso
ocorra, deve prevalecer como valor limite a resistncia da prpria estaca.
Fisicamente falando de capacidade de carga, em termos de foras e tenses,
para uma estaca de dimetro D, comprimento L, submetida carga de ruptura, tem-
se:
6
Qu
L
Qlu
W
D
qlu
qpu
Qpu
Figura 2-1 Equilbrio esttico de uma estaca submetida carga de ruptura.
Considerando o equilbrio esttico entre a carga aplicada, o peso prprio da
estaca e a resistncia oferecida pelo solo (Figura 2-1), obtm-se a equao:
2.2
Onde:
Qu = capacidade de carga total da estaca
W = peso prprio da estaca;
Qpu = capacidade de carga da ponta ou base;
Qlu = capacidade de carga do fuste.
Diante das cargas envolvidas, o peso prprio da estaca desprezado e a
Equao 2.2 pode ser reescrita em termos de tenses unitrias:
2.3
Ap = rea de ponta ou base da estaca;
qpu = resistncia de ponta (unitria);
U = permetro da estaca, suposto constante;
qlu = resistncia lateral (unitria)
7
l = trecho do comprimento da estaca ao qual qlu se aplica.
A Equao 2.3 apresentada acima serve de base para elaborao dos
mtodos tericos, na qual U, Ap e l so variveis geomtricas e as variveis
geotcnicas so qpu e qlu. Os mtodos de clculo de capacidade de carga se
diferenciam entre si na obteno dos valores destas variveis, as quais podem ser
obtidas atravs de processos diretos ou indiretos.
Enquanto nos processos diretos as variveis qpu e qlu so determinadas
atravs de correlaes empricas e/ou semiemprica de ensaios realizados no local,
nos processos indiretos obtm-se as principais caractersticas de resistncia e
rigidez dos solos por meio de ensaios de campo e/ou de laboratrio e a capacidade
de carga determinada atravs de formulao terica ou experimental.
Existem diversos tipos de mtodos utilizados para clculo da capacidade de
carga de uma estaca, eles esto subdivididos em:
-empricos;
-mtodos tericos ou racionais;
-semiempricos.
2.2.1 Mtodos empricos
Nos mtodos empricos, a capacidade de carga da estaca estimada com
base apenas na classificao das camadas ao longo do fuste. Esses mtodos
servem apenas para uma estimativa grosseira. So obtidos valores aproximados a
partir de observaes e correlaes com outras estacas executadas de forma
semelhante sem nenhum raciocnio intelectual prvio.
A partir dessas experincias so estimadas as capacidades de carga para
uma estaca semelhante executada em um tipo de solo tambm semelhante e
analisa-se o comportamento da interao estaca-solo de forma a obter um
comportamento aproximado, conforme execues anteriores com as mesmas
caractersticas.
8
2.2.2 Mtodos tericos ou racionais
Os mtodos tericos ou racionais baseiam-se em equaes de equilbrio
esttico e na teoria da plasticidade para resistncia de ponta, enquanto para a
resistncia lateral adota-se o deslizamento de um corpo rgido . Existem inmeras
frmulas desenvolvidas para o tema e diversos pesquisadores tm contribudo para
solucionar o problema de dimensionamento da capacidade de carga de estacas nas
suas mais diversas situaes. O clculo pode ser dividido em duas etapas: clculo
da resistncia lateral e o clculo da resistncia de ponta.
2.2.2.1 Resistncia lateral
No clculo da resistncia lateral o critrio de ruptura geralmente adotado para
a interao solo-fuste o de Mohr-Coulomb, representado na Figura 2-2, no qual a
tenso de atrito mxima (ql) no contato entre fuste e o solo depende do ngulo de
atrito fuste-solo (a), da adeso inicial entre fuste e solo (ca) e da tenso horizontal
(ou normal) aplicada pelo solo no fuste (h), a qual se relaciona com a tenso
vertical (v) atravs do coeficiente de empuxo horizontal (Kh).
Figura 2-2 Grfico com critrio de Mohr-Coulomb (Amann, 2010)
A resistncia lateral, em termos de fora, para uma estaca em argila (a=0),
em camadas com valores distintos de coeso pode ser escrita da seguinte forma:
9
2.4
Onde U o permetro da estaca, o fator de adeso entre a estaca e o solo
que pode ser obtido por um dos autores abaixo, destacando-se a utilizao dos
fatores obtidos por Tomlinson (1957) para estaca pr-moldadas.
Figura 2-3 Fatores de Adeso por diversos autores (McClelland, 1974 apud Poulos e Davis,1980)
J para estacas em areia (ca=0), a resistncia lateral pode ser obtida atravs
da equao abaixo:
2.5
Essa resistncia lateral no cresce indefinidamente com a profundidade,
Vesic (1967) e Kerisel (1961) descobriram em suas pesquisas que a resistncia
lateral e a resistncia de ponta da estaca no necessariamente aumentam
10
linearmente com a profundidade, mas em vez disso chega a valores quase
constantes a partir de uma certa profundidade, de acordo com Moretto (1972) apud
Cintra e Aoki (2010), ela atinge um valor crtico na profundidade de 10 ou 20 vezes o
dimetro da estaca, adotando-se um valor mdio de 15 vezes o dimetro, logo:
2.6
A partir do conceito de profundidade crtica (Zc), na qual a tenso efetiva
lateral passa a ser constante, pode-se encontrar essa profundidade entrando no
grfico sugerido por Poulos e Davis (1980) com o ngulo de atrito e obter o valor
Zc/d:
Figura 2-4 Relao Zc/d adaptado de Poulos e Davis ,1980.
Em que, 1, o ngulo de atrito antes da instalao da estaca.
2.2.2.2 Resistncia de ponta
Terzaghi (1943) considerou que a ruptura abaixo da base da estaca no pode
ocorrer sem o deslocamento de solo para os lados e para cima, resultando no
esquema de ruptura conforme representado abaixo:
11
Figura 2-5 Critrio de ruptura de Terzaghi.
Este autor props a seguinte formulao para uma sapata contnua de largura
B e situada a uma profundidade D abaixo da superfcie do terreno:
) 2.7
onde c, a coeso do solo e so coeficientes adimensionais de
capacidade de carga, funo do ngulo de atrito do solo. Mas como as estacas
so peas tridimensionais, no h interesse em sua anlise bidimensional. Meyerhof
Diante disso, Meyerhof (1953) introduziu na Equao 2-7 fatores de correo
de forma Sc, Sq e S e props o seguinte modelo de ruptura em contraponto ao
apresentado por Terzaghi, em que considera o solo acima do nvel da base da
fundao como uma sobrecarga L:
Figura 2-6 Critrio de Meyerhorf.
Resulta na seguinte expresso para soluo do modelo proposto pelo autor:
12
2.8
onde:
coeficiente de empuxo do solo contra o fuste na zona de ruptura prxima
ponta;
fatores de capacidade de carga, que dependem de e da
relao L/B.
Para valores elevados de L/D despreza-se a ltima parcela da equao 2.8.
Skempton (1951) equacionou o problema de capacidade de carga para um
solo argiloso saturado ( ), reescrevendo a equao 2.5 da seguinte forma:
2.9
Tendo em vista que, para , Nc est compreendido entre 9 e 10, de
acordo com a Teoria da Plasticidade e, conforme suas pesquisas, Nq = 1 e Ks
aproximadamente igual unidade.
J para solos granulares tem-se c=0 e a expresso 2.8 ser:
2.10
Entretanto, sabe-se que a maioria das estacas so executadas em locais que
apresentam mais de um tipo de solo. A soluo para capacidade de carga de
estacas executadas em um solo estratificado subdividir o clculo do atrito lateral
para cada camada e o resultado final ser a soma das parcelas referentes a cada
camada. A resistncia de ponta ser determinada pela camada em que a ponta da
estaca se localiza.
Berezantzev et al. (1961) demonstraram um mtodo de calculo da resistncia
de ponta em areia, conforme Equao 2.11:
2.11
13
em que B a parcela referente dimenso da estaca, um fator redutor da
tenso vertical devido ao peso do solo ( ) em funo do embutimento relativo da
fundao L/D e do ngulo de atrito do solo ao longo do fuste da estaca, .
Vesic (1972) levou em considerao a rigidez do solo e sugeriu para o clculo
da capacidade de carga a seguinte expresso:
2.12
onde:
;
K0= coeficiente de empuxo no repouso;
= tenso efetiva vertical no nvel da ponta da estaca;
Nc e N = fatores de capacidade de carga, relacionados pela
expresso:
2.13
Poulos e Davis (1980) propuseram como uma soluo a associao da
soluo da resistncia de ponta proposta por Terzarghi (Equao 2.7) e o critrio de
ruptura de Mohr-Coulomb para a resistncia por atrito lateral, resultando na seguinte
expresso geral para clculo da capacidade de carga:
2.14
onde, U o permetro, VP tenso vertical na ponta e W o peso prprio da estaca.
Valores de Ks tana, para estacas cravadas, podem ser obtidos na Figura 2-7.
14
Figura 2-7 Ks tana para estacas cravadas, Poulo e Davis 1980.
Pode-se perceber a existncia de uma variedade enorme de equaes para
clculo capacidade de ponta de estacas, essas buscam uma soluo matemtica
para um modelo fsico adotado, entretanto, no foi comprovada a eficcia destas
equaes para solucionar o problema.
A Figura 2-4 mostra um grfico com os valores de Nq, que o mais importante
coeficiente de capacidade de carga, em funo de , obtidos por diversos autores:
15
Figura 2-8 Valores de Nq em funo de por diversos autores (Vesic, 1967).
Nesse grfico observa-se a discrepncia entre os valores obtidos pelas
diversas teorias. Conforme observado por Dcourt (1998), o valor de Nq varia de 5 a
10 vezes para =30 e 40 respectivamente.
Diante desse fato, h uma insegurana em relao utilizao dos mtodos
tericos para dimensionamento de fundaes, de forma que no Brasil adotou-se
uma cultura pelos projetistas em utilizar os mtodos semiempricos. O uso de
correlaes empricas com ensaios de campo (SPT e CPT) o meio mais utilizado
para se estimar as resistncias lateral e de ponta, uma vez que o SPT mais
utilizado comumente do que o CPT, e so adotados fatores de correo para
correlacionar este ensaio com aquele.
16
2.2.3 Mtodos semiempricos
Considerando o fato dos mtodos tericos no conduzirem a resultados to
satisfatrios, devido complexidade na formulao de modelos matemticos
precisos que reproduzam fielmente o comportamento fsico para os diversos tipos de
solos existentes, os mtodos semiempiricos ganharam fora e muitos autores tm
proposto mtodos baseados em correlaes empricas com resultados de ensaios
realizados em campo e ajustados com provas de carga. Dentre estes mtodos
destacam-se:
- Mtodo de Aoki-Velloso (1975);
- Mtodo de Dcourt-Quaresma (1978).
2.2.3.1 Mtodo de Aoki-Velloso (1975)
Partindo da Equao 2.3:
2.15
Em qpu e qpl so as variveis geotcnicas a serem determinadas. No mtodo
de Aoki-Velloso essas duas variveis so correlacionadas com ensaios de
penetrao esttica CPT, atravs da resistncia de ponta do cone (qc) e do atrito
lateral unitrio na luva (fs) e so designadas por qp e qL:
2.16
2.17
F1 e F2 so fatores de correo que levam em conta a diferena na proporo
entre a estaca e o cone do CPT, e tambm a diferena no mtodo executivo de cada
tipo de estaca. Tendo em vista que o CPT normalmente empregado em obras de
grande vulto, sendo o SPT de uso mais corrente no Pas os autores estabeleceram
uma correlao entre a resistncia de ponta qc e o ndice de resistncia
penetrao (NSPT) obtido pelo SPT:
17
2.18
Em que o coeficiente K depende do tipo de solo.
Pode-se exprimir tambm o atrito lateral em funo do NSPT, utilizando a razo
de atrito ( ) existente entre a resistncia por atrito lateral local da luva de atrito (fs) e
a resistncia de ponta (qc), relao esta que assume um determinado valor mdio
para cada tipo de solo:
2.19
Logo:
2.20
As expresses de qL e qp podem ser reescritas em funo do NSPT:
Portanto a capacidade de carga (R) de um elemento isolado de fundao
pode ser estimado pela frmula semiemprica:
2.23
Onde:
o coeficiente que correlaciona a resistncia de ponta do cone (qc) com o
NSPT obtido no SPT, esse coeficiente pode ser obtido conforme Tabela 2-2;
Np o ndice de resistncia penetrao na cota de apoio da ponta da estaca
obtido a partir da sondagem mais prxima estaca;
F1 e F2 so fatores de correo obtidos na Tabela 2.1;
2.21
2.22
18
NL o ndice de resistncia penetrao mdio referente camada de solo
de espessura obtido a partir da sondagem mais prxima a estaca;
Ap a rea da ponta da estaca;
U o permetro da estaca;
a razo de atrito obtida na Tabela 2-2
a espessura da camada de solo atravessada pela estaca.
Tabela 2-1 Fatores de correo F1 e F2 (Cintra e Aoki, 2010 adaptados de Aoki e Velloso,1975)
Tabela 2-2 Coeficientes K e (Aoki-Velloso,1975)
Tipo de solo K(MPa) (%)
Areia 1 1,4
Areia siltosa 0,8 2
Areia silto-argilosa 0,7 2,4
Areia argilosa 0,6 3
Areia argilo-siltosa 0,5 2,8
Silte 0,4 3
Silte arenoso 0,55 2.2
Silte areno-argiloso 0,45 2,8
Silte argiloso 0,23 3,4
Silte argilo-arenoso 0,25 3
Argila 0,2 6
Argila arenosa 0,35 2,4
Argila areno-siltosa 0,3 2,8
Argila siltosa 0,22 4
Argila silto-arenosa 0,33 3
Tipos de estacas F1 F2
Franki 2,5 5
Mtalica 1,75 3,5
Pr-moldada 1+D/0,8 2F1
Escavada 3 6
Raiz, Hlice contnua e mega
2 4
19
2.2.3.2 Mtodo Dcourt-Quaresma (1978)
Inicialmente o mtodo foi desenvolvido para avaliao da capacidade de
carga de estacas cravadas com base no NSPT do ensaio SPT. Posteriormente foram
feitas algumas adaptaes com intuito de adequ-lo a outros tipos de estacas como
tambm ao novo ensaio SPT-T, atravs do Neq. De maneira que o N indicado nas
frmulas abaixo pode ser tanto o NSPT quanto o Neq do SPT-T. O Neq pode ser obtido
pela diviso do torque T em kgf.m por 1,2.
A resistncia de ponta pelo mtodo dada por:
2.24
Em que:
C funo do tipo de solo, Tabela 2-3.
Np- valor mdio do NSPT obtido a partir da mdia de trs valores: NSPT ao nvel
de ponta da ponta ou base, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior.
Tabela 2-3 Coeficiente caracterstico do solo (Dcourt e Quaresma, 1978).
Tipo de solo C(kPa)
Argila 120
Silte argiloso 200
Silte arenoso 250
Areia 400
O coeficiente C foi obtido a partir do ajuste de 41 provas de carga realizadas
em estacas pr-moldadas de concreto e nas provas de carga que no atingiram a
ruptura foi adotado o critrio de ruptura convencional correspondente a um recalque
de 10% do dimetro da estaca.
A tenso de adeso ou de atrito lateral dada por:
2.25
NL- corresponde ao valor mdio do NSPT ao longo do fuste da estaca. Em que
NL 50, para estacas de deslocamento e estacas escavadas com bentonita, e NL 15
para estacas Strauss e tubules a cu aberto.
20
Para aplicao do mtodo em outros tipos de estacas os autores introduziram
dois coeficientes e . O primeiro de minorao da resistncia de ponta e o
segundo de majorao ou minorao da resistncia lateral, resultando na seguinte
equao de clculo da capacidade de carga:
(
) 2.26
e podem ser obtidos pelas Tabelas 2-4 e 2-5 respectivamente.
Tabela 2-4 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de solo.
Tipo de estaca
Tipo de solo
Escavada em geral
Escavada (betonita)
Hlice Contnua
Raiz Injetada sob
altas presses
Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00
Solos intermedirios 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00
Areias 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00
Tabela 2-5 Valor do coeficiente em funo do tipo de estaca e do tipo de solo.
Tipo de estaca
Tipo de solo Escavada em
geral Escavada (betonita)
Hlice Contnua
Raiz Injetada sob
altas presses
Argilas 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00
Solos intermedirios 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00
Areias 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00
2.3 Grupos de estacas
Os mtodos descritos acima so para se estimar a capacidade de carga de
uma estaca, porm na maioria dos casos encontramos as mesmas dispostas em
grupos para suportar as cargas sobre elas aplicadas.
Geralmente a resistncia do grupo igual ou superior a do elemento isolado,
entretanto a maioria dos projetistas no leva em considerao esse ganho de
21
resistncia, pois esse aumento de resistncia tambm implica em maiores recalques
(Cintra e Aoki, 2010).
2.4 Provas de Carga
As provas de carga consistem em aplicar cargas (estticas ou dinmicas),
semelhantes s quais o elemento de fundao ser submetido e analisar o seu
comportamento, este ensaio se constitue um dos mais adequados para avaliar o
comportamento do sistema estaca-solo por simular exatamente as cargas aplicadas
fundao e perceber o desempenho dessa, frente s diversas solicitaes.
Alm disso, as provas de carga podem ser divididas em:
Estticas
Dinmicas
Nesta dissertao ser detalhado apenas as provas de carga estticas, tendo
em vista que foi a metodologia empregada nas provas de carga utilizadas.
A NBR 6122/2010 recomenda que a carga de ruptura pode ser determinada
por provas de carga estticas executadas de acordo com a NBR 12131. Esta norma
estabelece diretrizes para execuo de prova de carga esttica em estacas.
Os mtodos de ensaio conforme prescries da NBR 12131 e relatado por
Santos (1988), a serem empregados na execuo de provas de carga, podem ser
divididos em 4 tipos bsicos:
1. carregamento lento com carga mantida ou SML (slow maintained load
test): os carregamentos e descarregamentos so feitos em estgios
iguais e sucessivos e a carga aplicada deve ser mantida at a
estabilizao dos deslocamentos. A carga no carregamento de cada
estgio de no mximo 20% da carga de trabalho prevista para
estaca ensaiada e mantida por no mnimo 30 min em cada estgio. O
descarregamento feito em 4 estgios de no mnimo 15 min.
2. carregamento rpido com carga mantida ou QML (quick maintained
load test): feito em estgios iguais e sucessivos, de 5 min,
independente da estabilizao dos deslocamentos, aplicando uma
carga no superior a 10% da carga de trabalho prevista para estaca
22
ensaiada. O descarregamento feito em 4 estgios de 5 min. Ao final,
aps 10 min do descarregamento total feita uma ltima leitura.
3. carregamento cclico sob velocidade constante de penetrao ou CRP
(constant rate of penetration): a estaca comprimida de forma a
recalcar a uma velocidade constante, da ordem de 0,5 mm/min,
registrando-se os valores da fora necessria para manter a cravao
at um limite da ordem de 50 a 75mm.
4. carregamento cclico CLT ou SCT (cyclic load test ou swedish cyclic
test): neste esaio aplicado inicialmente uma carga de
aproximadamente 33% da carga de trabalho sobre a estaca ensaiada,
logo em seguida realiza-se o descarregamento at 50% dessa carga,
sendo este ciclo repetido por 20 vezes com durao de 20 min para
cada ciclo. No prximo ciclo aplica-se uma carga de 1,5 vezes o valor
da carga mxima do ciclo anterior e o novo descarregamento at 50%
dessa nova carga, repete-se o procedimento at atingir a ruptura ou
carga mxima prevista.
A seguir uma representao de um tipo de esquema de como pode ser
realizada uma prova de carga do tipo esttica, atravs de estacas de reao e um
bloco para distribuio das tenses sobre a estaca. As cargas so aplicadas com o
auxlio de um cilindro hidrulico alimentado por uma bomba manual, e medidas por
meio de uma clula de carga. Os recalques so medidos atravs de quatro relgios
comparadores mecnicos, instalados diametralmente opostos com o auxlio de
bases magnticas articulveis fixadas em vigas de referncia rgidas metlicas,
dispostas transversalmente cava. O sistema de reao aos carregamentos
constitudo por trs perfis metlicos.
23
Figura 2-9 Esquema de montagem de uma prova de carga.
A figura 2-10 mostra a disposio das vigas de reao vistas em planta.
Figura 2-10 Planta baixa do esquema de montagem da prova de carga.
A seguir a Figura 2-11 ilustra um caso real do sistema citado.
24
Figura 2-11 Foto ilustrativa de uma situao real de aplicao de prova de carga.
As provas de carga estticas consistem em aplicar cargas estticas crescentes
estaca e anotar os respectivos recalques obtidos. Elas se constituem em uma
forma de obteno da carga de ruptura da fundao. Para se obter a carga
admissvel (ou carga resistente de projeto) de estacas a partir de provas de carga,
necessrio aplicar, no incio da obra, sobre as estacas uma carga no mnimo duas
vezes a carga admissvel prevista em projeto (NBR 6122/2010). Entretanto, vale
salientar, que essas provas de carga foram realizadas por volta da dcada de 80,
estando em vigncia outra norma na poca.
Em alguns casos o elemento de fundao pode no apresentar a ruptura
ntida, caracterizada por deformaes continuadas sem novos acrscimos de carga.
Esse fato pode ocorrer em duas situaes:
a) quando a capacidade de carga da estaca superior carga que se
pretende aplicar (por limitao de reao);
b) quando a estaca carregada at apresentar recalques elevados, mas no
configurem ruptura ntida.
25
Nesses casos pode-se extrapolar a curva carga-recalque para se definir a
carga de ruptura, para tanto pode-se utilizar um dos diversos mtodos presentes na
Engenharia Geotcnica de extrapolao da curva carga-recalque obtida em provas
de carga. Entre os mais empregados esto: Mtodo de Van der Veen (1953),
Mazurkiewiscz (1972), NBR 6122/2010 e Dcourt (1996).
2.5 Extrapolao da Curva carga-recalque
2.5.1 Van der Veen (1953)
Van der Veen (1953) estabeleceu um mtodo de extrapolao da curva
carga-recalque aproximando esta curva a uma funo exponencial, dado que para
uma pequena variao da carga aplicada teramos um deslocamento elevado.
Dessa forma a curva pode ser ajustada atravs da equao:
2.27
Isolando (recalque) tem-se:
2.28
Onde, P a carga correspondente ao recalque , Pr a carga de ruptura a ser
encontrada e uma constante.
A partir dos valores da prova de carga traam-se curvas (
) , em
que atribui-se valor a Pr superiores aos da prova de carga e para cada valor de Pr
so obtidas curvas semi-logartmicas, a que apresentar melhor regresso linear ou
seja se aproximar mais de uma reta indica a carga de ruptura encontrada. A Figura
2-12 ilustra o mtodo proposto.
26
Figura 2-12 Representao da obteno da carga de ruptura por Van der Veen.
2.5.2 Mazurkiewicz (1972)
O mtodo proposto por Mazurkiewiscz admite que a curva carga-recalque
seja uma parbola, e a determinao da carga de ruptura consiste em um
procedimento grfico, seguindo os seguintes passos:
-inicialmente deve-se plotar a curva carga-recalque obtida da prova de carga;
-traar uma srie de linhas paralelas ao eixo das cargas e equidistantes entre
si.
-nos pontos de interseo das paralelas com a curva traam-se linhas
verticais at tocar o eixo das cargas;
-nos pontos de intersees das linhas verticais, traam-se retas com
inclinao de 45 em relao o eixo horizontal at interceptar a linha vertical
seguinte;
-a interligao dos pontos de encontro das retas inclinadas a 45 com as
linhas verticais ir resultar numa reta que deve ser prolongada at interceptar o eixo
das cargas, encontrando assim a carga de ruptura.
O processo pode ser ilustrado, conforme Figura 2-13, abaixo.
R = 0,9992
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
0,0000 1,0000 2,0000 3,0000 4,0000
REC
ALQ
UE
(m
m)
-LN(1-Q/Qult)
Grfico de Van der Veen
Qult(1)
Qult(2)
Qult(3)
Qult(4)
Qult(5)
Qult(6)
Linear (Qult(6))
27
Figura 2-13 Ilustrao do mtodo de Mazurkiewicz.
2.5.3 Dcourt (1996)
A partir do conceito de rigidez, em que a rigidez de uma fundao definida
pela relao entre a carga a ela aplicada e o recalque correspondente, ou seja:
2.29
A ruptura fsica pode ser definida como o valor da carga correspondente a um
valor nulo de rigidez. medida que o recalque aumenta, diminui a rigidez. De tal
forma que podemos definir a carga de ruptura como sendo:
(
) (
)
2.30
Diante disso, a determinao da carga de ruptura conforme o critrio de
Dcourt consiste em traar um grfico QxR e realizar uma extrapolao linear, ou
uma que melhor se ajuste ao grfico, at o valor nulo de R.
28
Figura 2-14 Ilustrao do mtodo de rigidez de Dcourt.
2.5.4 Extrapolao da curva carga-recalque pela NBR 6122/2010
O critrio de ruptura da Norma um procedimento grfico por meio do qual
traa-se uma reta correspondente a Equao 2.31 na curva carga-recalque; onde
essa reta interceptar a curva ser obtida a carga de ruptura a ser adotada.
2.31
Onde
r o recalque de ruptura convencional;
P a carga de ruptura convencional;
L o comprimento da estaca;
A a rea da seo transversal da estaca;
E o mdulo de elasticidade do material da estaca;
D o dimetro da estaca.
Pode-se visualizar melhor o procedimento conforme Figura 2.14, a seguir.
y = -0,1012x + 290,87
205
210
215
220
225
230
235
240
245
250
255
0 500 1000
Q/S
Q
Srie1
Srie2
Linear (Srie2)
29
Figura 2-15 Critrio de ruptura NBR 6122 (NBR 6122/2010).
2.6 Elaborao da curva carga-recalque pelo mtodo simplificado de Poulos
e Davis (1980)
O mtodo permite estimar o comportamento carga-recalque de uma estaca
isolada at a ruptura utilizando solues elsticas dos deslocamentos. Ele considera
a estaca dividida em um nmero de elementos uniformemente carregados e a
soluo obtida impondo condies de compatibilidade entre os deslocamentos da
estaca e do solo adjacente para cada elemento da estaca. Os deslocamentos so
obtidos considerando a compressibilidade da estaca sob a carga axial e os
deslocamentos do solo so obtidos atravs da soluo das equaes de Mindlin
(1936).
So introduzidos fatores de correo para se considerar os efeitos da
compressibilidade da estaca, da presena de uma camada rgida e do coeficiente de
Poisson diferente de 0,5, a fim de tornar a soluo adotada mais prxima da
situao real e minimizar os efeitos das hipteses simplificadoras.
Com isso, o recalque dado por:
30
2.32
Onde:
o recalque, P a carga aplicada no topo da estaca, Es o mdulo de elasticidade
do solo, D o dimetro e I= I0 Rk Rv Rh, para estaca de atrito ou I= I0 Rk Rv Rb para
estacas de ponta.
I0 - o fator de influncia do recalque para estaca incompressvel numa massa semi-
infinita com vs =0,5;
Rk o fator de correo para a compressibilidade da estaca;
Rv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;
Rh o fator de correo para a presena de uma base rgida profundidade h;
Rb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.
Os valores de I0 Rk Rv Rh e Rb so obtidos nas Figuras 2-16 a 2-20 abaixo.
Para levar em considerao a porcentagem de transferncia de carga
aplicada no topo de uma estaca incompressvel, em um meio semi-infinito, elstico-
linear e com coeficiente de Poisson igual a 0,5 que transferida ao solo pela ponta,
utiliza-se o parmetro obtido de forma anloga a utilizada para o recalque. Em que
= 0 Ck Cv, para estaca de atrito ou = 0 Ck Cv Cb para estacas de ponta.
Onde:
0 = Pp/P porcentagem da carga de ponta para estaca incompressvel num semi-
espao com v =0,5;
Ck o fator de correo para a compressibilidade da estaca;
Cv o fator de correo para o coeficiente de Poisson;
Cb o fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca.
Os valores de 0 Ck Cv e Cb so obtidos nas Figuras 2-21 a 2-25 abaixo.
Normalmente a estaca quando instalada em determinado local atravessa
diferentes tipos de solo. Com intuito de levar em considerao essa no-
uniformidade do solo e ao mesmo tempo atender aos critrios da teoria da
elasticidade, aplica-se um mdulo de elasticidade equivalente representativo dos
diversos mdulos ao longo da estaca, obtido pela equao abaixo:
2.33
31
Onde: Ei o mdulo de deformabilidade da camada i;
hi a espessura da camada i;
n o nmero de camadas de solo ao longo do comprimento da estaca.
Diante disso, a curva carga-recalque construda pela superposio das
curvas carga lateral-recalque e carga de ponta-recalque.
Admitindo-se um comportamento linear at a ruptura, tanto da carga lateral
quanto da carga de ponta, obtm-se a curva carga total-recalque como sendo
constituda por trechos lineares conforme Figura 2-15.
Figura 2-16 Curva carga-recalque simplifcada (Poulos e Davis 1980).
O Ponto (Qy1, y1) corresponde mobilizao total do atrito estaca-solo,
sendo obtido pela equao:
2.34
2.35
Em que Qs a carga de ruptura da interface estaca-solo.
O segundo ponto refere-se capacidade de carga total da estaca, Qu, e o
recalque dado por:
[
]
2.36
32
Onde: Qp a carga de ruptura da ponta da estaca.
Figura 2-17 Fator de correo para a compressibilidade da e da estaca (Poulos e
Davis 1980).
Figura 2-18 Fator de correo para a presena de uma base rgida (Poulos e Davis 1980).
Figura 2-19 Fator de influncia de recalque (Poulos e Davis 1980).
Figura 2-20 Fator de correo para o coeficiente de Poisson (Poulos e Davis 1980).
33
Figura 2-21 Fator de correo para rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca a), b), c), d) e
e) (Poulos e Davis 1980).
34
Figura 2-22 Proporo da carga transferida para a ponta de uma estaca incompressiva
num meio com v= 0,5,(Poulos e Davis 1980).
Figura 2-23 Fator de correo para compressibilidade da estaca, (Poulos e Davis 1980).
Figura 2-24 Fator de correo para o
coeficiente de Poisson, (Poulos e Davis 1980).
Figura 2-25 Fator de correo para a rigidez
do estrato de apoio da ponta da estaca, (Poulos e Davis 1980).
35
Figura 2-26 Fatores de correo para a rigidez do estrato de apoio da ponta da estaca, (Poulos
e Davis 1980).
36
CAPTULO 3
Materiais e Mtodos
Esta pesquisa se baseou no estudo de 8 provas de carga esttica do tipo
SML e 8 ensaios de sondagem do tipo SPT, localizados os mais prximos possvel
das provas de carga analisadas. A distncia mxima da sondagem para a prova de
carga foi de no mximo 34,6 m, de forma a minimizar os inevitveis erros devido s
variaes das propriedades geotcnicas do solo onde a estaca foi cravada,
conforme relatado por Santos (1988). Esses dados foram disponibilizados pelo
Departamento de Geotecnia da EESC-USP.
Nesta dissertao foram utilizadas 8 provas de carga do tipo SML, as mesmas
utilizadas anteriormente por Santos (1988), em que o mesmo comparou os
recalques estimados por diferentes mtodos com os recalques medidos nas provas
de carga. Elas foram executadas em dois tipos de solos: um de comportamento
granular (areia siltosa e silte arenoso) e outro de comportamento coesivo (argila
siltosa). A aplicao da carga sobre a estaca ensaiada se deu atravs do uso de
macacos hidrulicos, em estgios, com cargas de 20% da carga de trabalho, sendo
anotadas as deformaes at a estabilizao.
A carga mxima aplicada correspondeu a um valor de 1,5 vezes a carga de
trabalho, e o tempo de atuao desta carga foi de no mnimo 12 horas.
O descarregamento foi realizado em estgios com 25% da carga total
aplicada e suas deformaes foram medidas at a estabilizao.
O nmero limitado de provas de carga utilizadas deve-se ao fato de seu
elevado custo para sua execuo e restries apresentadas pelas empresas que
executam os ensaios para fornecimento dos dados.
As estacas so todas cilndricas, pr-moldadas de concreto armado, variando
o seu dimetro e comprimento. Elas foram executadas em dois tipos de solos: 4 em
um solo de comportamento granular (areia siltosa e silte arenoso) denominadas por
37
PC-A e as outras 4 em solo de comportamento coesivo (argila siltosa) designada por
PC-B.
A seguir esto apresentados os perfis de sondagens das estacas e suas
respectivas provas de carga.
3.1 Correlaes empricas
Para obteno dos parmetros utilizados nos mtodos tericos e
semiempricos foram utilizadas correlaes empricas com o NSPT ndice de
resistncia penetrao, obtido no SPT para cada estaca.
Em relao s variveis envolvidas relacionadas ao concreto, essas foram
estimadas conforme prescrio da NBR 6118/2003.
Na estimativa do valor da coeso no drenada (c), Teixeira e Godoy (1996)
estabeleceram a seguinte relao emprica entre a coeso e o ndice de resistncia
penetrao (NSPT):
3.1
Em relao a estimativa de , Godoy (1983) recomenda a seguinte correlao com o NSPT:
3.2
Enquanto Kishida (1967) prope:
3.3
J para o clculo do peso especfico Godoy (1972) recomenda o seguinte:
38
Tabela 3-1 Peso especfico de solos arenosos, Godoy (1972).
Nspt Compacidade
(kN/m)
Areia Seca Areia mida Areia saturada
40 Muito compacta
Tabela 3-2 Peso especfico de solos argilosos, Godoy (1972).
Nspt Consistncia (kN/m)
2 Muito mole 13
3-5 Mole 15
6-10 Mdia 17
11-9 Rija 19
20 Dura 21
Quando no se dispe de ensaios ou dados suficientemente precisos, a
determinao do mdulo de deformabilidade do solo (Es), pode ser realizada atravs
de correlao com o ndice de resistncia penetrao NSPT, conforme proposto por
Teixeira e Godoy (1996):
3.4
e K so parmetros fornecidos pelas Tabelas 2-8 e 2-9, abaixo:
Tabela 3-3 Valores de .
Solo
Areia 3 Silte 5
Argila 7
39
Tabela 3-4 Valores de K.
Solo K (MPa)
Areia com pedregulhos 1,1
Areia 0,9
Areia siltosa 0,7
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte arenoso 0,35
Argila arenosa 0,3
Silte argiloso 0,25
Argila siltosa 0,2
A NBR 6118/2003 recomenda que, na falta de ensaios e no existirem dados
mais precisos, o mdulo de elasticidade do concreto pode ser estipulado conforme
segue:
3.5
onde: Eci o mdulo de elasticidade inicial do concreto aos 28 dias;
fck resistncia caracterstica do concreto.
Ambos devem ser inseridos na equao em megapascal.
O coeficiente de Poisson adotado foi 0,3, considerando-o representativo para
os diferentes tipos de solo.
40
Figura 3-1 Perfil de sondagem e prova de carga PC1A.
41
Figura 3-2 Perfil de sondagem e prova de carga PC3A.
42
Figura 3-3 Perfil de sondagem e prova de carga PC6A.
43
Figura 3-4 Perfil de sondagem e prova de carga PC7A.
44
Figura 3-5 Perfil de sondagem e prova de carga PC3B.
45
Figura 3-6 Perfil de sondagem e prova de carga PC4B.
46
Figura 3-7 Perfil de sondagem e prova de carga PC17B.
47
Figura 3-8 Perfil de sondagem e prova de carga PC18B.
48
De posse dos dados apresentados acima, realizaram-se os clculos das
estimativas da capacidade de carga das estacas pelos mtodos semiempricos de
Aoki-Velloso (1975) e Dcourt-Quaresma (1978), e pelo mtodo terico proposto por
Poulos e Davis (1980).
Para o clculo da capacidade pela teoria da elasticidade foram necessrios
alguns parmetros do solo, sendo esses estimados conforme correlaes empricas
com o NSPT, de acordo com o subitem 2.6, tendo em vista que no se dispunha de
resultados de ensaios dos solos analisados. O valor adotado para o fck do concreto
da estaca foi de 15 MPa, pois no se tinha essa informao disponvel. Com isso, foi
possvel estimar o mdulo de elasticidade do concreto pela Equao 2.41.
Posteriormente, foram realizadas extrapolaes das curvas carga-recalque
obtidas pelas provas de carga de cada estaca para obteno das cargas de ruptura
pelos mtodos de Van der Veen (1953), Dcourt (1996), Mazurkiewiscz (1972) e
NBR 6122/2010, pois a maioria das provas de carga no conseguiu atingir a ruptura
do sistema estaca-solo.
Logo aps, realizou-se comparaes entre as cargas estimadas pelos
mtodos semiempricos e elstico com as curvas extrapoladas.
Para permitir uma melhor compreenso dos valores estimados frente aos
extrapolados, plotou-se grficos de valores estimados x extrapolados, para cada
mtodo e todas as estacas. Alm disso, foram traadas curvas de extrapolao
linear para obter a correlao dos valores e outra reta inclinada a 45 com o eixo das
cargas extrapoladas para verificar se as cargas estimadas esto contra ou a favor da
segurana em relao aos mtodos de extrapolao.
Em seguida, verificou-se a influncia separada de cada parcela de resistncia
(lateral e ponta) para cada estaca.
Por fim, foram plotadas curvas carga-recalque real juntamente com os
mtodos de extrapolao das curvas utilizados, a fim de comparar o comportamento
da estaca analisado por diferentes teorias.
49
CAPTULO 4
Apresentao e Discusso dos Resultados
4.1 Introduo
Os resultados obtidos pela aplicao dos mtodos de estimativa de
capacidade de carga esto demonstrados na Tabela 4-1 e no grfico da Figura 4-1.
A Tabela 4-2 indica os valores obtidos pela extrapolao da curva caga-recalque por
Van de Veen (1953).
Nas Figuras 4-2 a 4-9 so exibidos os grficos de aplicao do critrio de
ruptura adotado pela 6122/2010. Enquanto as Tabelas 4-3 e 4-4 expem os valores
conseguidos pelos mtodos de Rigidez de Dcourt (1996) e extrapolao da curva
carga-recalque por Mazurkiewiscz (1972).
A comparao entre os valores estimados por Aoki-Velloso (1975), Dcourt-
Quaresma (1978) e pela teoria da elasticidade proposta por Poulos e Davis (1980)
com os valores extrapolados pelos mtodos citados anteriormente, esto dispostos
nas Figuras 4-10 a 4-19. A Figura 4-20 representa os valores de carga de ruptura
extrapolados pelos mtodos citados anteriormente.
As Figuras 4-21 e 4-22 apresentam os valores encontrados isolados das
resistncias laterais e de ponta respectivamente para as estacas estudadas.
Os grficos das curvas carga-recalque real e extrapoladas por Van der Veen
(1953) e NBR 6122/2010, bem como a curva obtida pelo mtodo simplificado de
Poulos e Davis (1980), so demonstrados nas Figuras 4-23 a 4-29.
50
Tabela 4-1 Valores de capacidade de carga obtidos por diferentes mtodos.
Estacas Mtodos (kN)
AOKI-VELLOSO DCOURT-QUARESMA TERICO MDIA
PC3 A 3266,49 2313,47 2277,60 2619,19
PC1 A 4266,86 3250,50 4339,41 3952,26
PC6 A 2736,36 1634,23 1345,51 1905,36
PC 7A 3168,85 1932,71 2235,57 2445,71
PC 3B 612,44 463,28 665,20 580,31
PC 4B 872,04 507,13 826,45 735,21
PC 18B 595,19 406,94 490,58 497,57
PC 17B 1111,56 617,95 883,32 870,94
A estaca que indicou maior carga de ruptura mdia foi a PC1A e a menor foi
alcanada pela PC 18B.
Figura 4-1 Grfico dos valores de estimativa da capacidade de carga por diferentes mtodos.
Analisando o grfico acima, pode-se perceber que o mtodo que apresenta
os maiores valores de capacidade de carga para as estacas analisadas foi o de
Aoki-Velloso (1975), alm disso, h uma aproximao entre os valores obtidos por
esse mtodo e o da teoria da elasticidade. O mtodo de Dcourt-Quaresma
apresenta os menores valores entre os trs.
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
4000,00
4500,00
5000,00
PC3 A PC1 A PC6 A PC 7A PC 3B PC 4B PC 18B PC 17B
Cap
acid
ade
de
Car
ga (
kN)
Estacas
AOKI-VELLOSO
DCOURT-QUARESMA
TERICO
51
Outro fato importante a superioridade dos valores obtidos de capacidade de
carga para estacas cravadas em solos granulares em relao aos solos coesivos. As
estacas executadas em solos coesivos demonstram capacidade de carga
relativamente semelhantes obtidas por diferentes mtodos, no apresentando
grandes variaes entre os valores para cada estaca.
Em seguida so apresentadas as diversas extrapolaes feitas pela NBR
6122/2010, as quais consistem em um procedimento grfico, em que se traa uma
reta, definida pela Equao 2.31, at interceptar a curva carga-recalque proveniente
da prova de carga.
Porm, nos casos analisados, as provas de carga realizadas no chegaram a
recalques elevados, de forma que as cargas aplicadas no foram suficientes para
obter todo o comportamento da curva. Com isso, as extrapolaes feitas pela norma
no chegaram a interceptar a curva, impossibilitando o seu uso como critrio de
ruptura.
Isso possivelmente ocorreu pelo fato de na poca das realizaes das provas
de carga existir outra norma vigente, que estabelecia outros critrios diferentes dos
atualmente exigidos pela NBR 12131/06.
Alm disso, as estacas possivelmente foram dimensionadas com valores a
favor da segurana de forma que os valores aplicados de 1,5 vezes a carga de
trabalho no chegou nem prximo ruptura da estaca. Constituindo-se assim em
solues bem conservadoras a favor da segurana e contra economia.
52
Figura 4-3 Prova de carga da estaca PC3A versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 200 400 600 800 1000 1200
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC3A
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
Figura 4-2 Prova de carga da estaca PC1A versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0
5
10
15
20
25
0 1000 2000 3000 4000
Rec
alq
ue
(mm
) Carga (kN)
PC1A
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
53
Figura 4-4 Prova de carga da estaca PC7A versus extrapolao da NBR 6122/2010.
Figura 4-5 Prova de carga da estaca PC6A versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0
5
10
15
20
25
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC7A
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
0
5
10
15
20
25
30
0 500 1000 1500 2000 2500
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC6A
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
54
Figura 4-6 Prova de carga da estaca PC3B versus extrapolao da NBR 6122/2010.
Figura 4-7 Prova de carga da estaca PC4B versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0123456789
1011121314151617
0 200 400 600 800
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC3B
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
0123456789
101112131415161718
0 200 400 600 800
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC4B
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
55
Figura 4-8 Prova de carga da estaca PC18B versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0123456789
1011121314
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC18B
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
Figura 4-9 Prova de carga da estaca PC17B versus extrapolao da NBR 6122/2010.
0123456789
101112131415161718
0 200 400 600 800 1000
Re
calq
ue
(m
m)
Carga (kN)
PC17B
PROVA DE CARGA
NBR 6122/2010
56
Conforme pode ser visualizado abaixo, considerando-se os valores de
extrapolao da curva carga-recalque pelo mtodo de Van der Veen como o mais
aproximado do comportamento real da estaca, os valores estimados pelo mtodo de
Aoki-Velloso deram bem superiores aos extrapolados, principalmente para o caso de
estacas instaladas em solos granulares. J para os solos argilosos os valores esto
relativamente prximos, porm ainda superiores.
Tabela 4-2 Valores de capacidade de carga obtidos por extrapolao pelo mtodo de Van der Veen (1953).
Van der Veen
Estacas Pr (kN)
PC3 A SP 18 2400 PC1 A SP 22 2700
PC6 A SP 15 1800
PC 7A SP 18 1800 PC 3B SP 8 519
PC 4B SP 8 720 PC 18B SP 5 440
PC 17B SP 5 880
Figura 4-10 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Aoki-Velloso versus Van der Veen.
PC3A
PC1A
PC6A
PC7A
PC3B
PC4B
PC18B
PC17B
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
4000,00
4500,00
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Ao
ki (
kN)
Van der Veen (kN)
Van der Veen x Aoki
Estacas
Reta inclinada a 45
57
Os valores estipulados pela teoria da elasticidade apresentaram
comportamento semelhante aos do mtodo de Aoki-Velloso, em que foram
encontrados valores bem superiores de capacidade de carga para estacas
executadas em solos granulares daqueles obtidos por Van der Veen, com exceo
da PC3A que quase coincidiram os valores. Enquanto que para solos argilosos os
valores alcanados foram semelhantes.
Figura 4-11 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen versus Terico.
PC 3A PC 7A
PC6A
PC1A
PC 3B PC 4B
PC 18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Te
rico
(kN
)
Van der Veen (kN)
Van der Veen x Terico
Estacas
Reta inclinada a 45
58
O mtodo que mais se aproximou dos valores da extrapolao de Van der
Veen foi o de Dcourt-Quaresma (1978) ficando na maioria dos casos at um pouco
abaixo, a favor da segurana. Exceto para PC1A que apresentou valor superior ao
extrapolado.
Figura 4-12 Grfico de comparao entre os valores obtidos por Van der Veen versus Dcourt-Quaresma.
PC3A
PC1A
PC6A
PC7A
PC3B PC4B
PC18B
PC17B
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Dc
ou
rt-Q
uar
esm
a (k
N)
Van der Veen (kN)
Van der Veen x Dcourt-Quaresma
Estacas
Reta inclinada a 45
59
O critrio de Dcourt (1996) no se aplica para a estaca PC3A, pois a mesma
apresentou um grfico com comportamento quase paralelo ao eixo das cargas
tornando o valor muito elevado pelo mtodo.
Tabela 4-3 Valores de capacidade de carga obtidos de acordo com o critrio de rigidez de Dcourt (1996).
Dcourt
Estaca Qu (kN)
PC3A 4946,79 PC7A 3309,46
PC6A 2874,20 PC1A 4580,50
PC3B 547,57
PC4B 805,30 PC18B 501,44
PC17B 1158,69
O critrio de rigidez de Dcourt (1996) demonstra uma maior expectativa na
previso da carga de ruptura quando comparado ao mtodo de Van der Veen.
Conforme pode ser visto na Figura 4-14 o mtodo de Aoki-Velloso se
aproximou bastante dos valores da capacidade de carga extrapolada pelo critrio de
rigidez de Dcourt.
60
Figura 4-13 Critrio de rigidez de Dcourt versus Van der Veen.
Figura 4-14 Critrio de rigidez de Dcourt versus Aoki-Velloso
PC7A
PC6A
PC1A
PC3B
PC4B
PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Van
de
r V
ee
n (
kN)
Rigidez Dcourt (kN)
Rigidez Dcourt x Van der Veen
PC7A
PC6A
PC1A
PC3B PC4B
PC18B
PC17B
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
4000,00
4500,00
5000,00
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
Ao
ki-V
ello
so(k
N0
Rigidez Dcourt (kN)
Rigidez Dcourt x Aoki-Velloso
Estacas
Reta inclinada a 45
61
Na Figura 4-15 verifica-se que os valores atingidos pelo mtodo Dcourt-
Quaresma foram todos inferiores ao critrio de Dcourt para todas as estacas.
Figura 4-15 Critrio de rigidez de Dcourt versus Dcourt-Quaresma
Os valores alcanados pelas extrapolaes da curva carga-recalque por
Mazurkiewiscz (1972) e Van der Veen (1953) se demonstraram bem prximos para
os solos coesivos, enquanto os solos granulares apresentaram comportamentos
divergentes.
PC7A
PC6A
PC1A
PC3B PC4B
PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
D
cou
rt-Q
uar
esm
a
Rigidez Dcourt (kN)
Rigidez Dcourt x Dcourt-Quaresma
Estacas
Reta inclinada a 45
62
Tabela 4-4 Valores obtidos pela extrapolao da curva carga-recalque por Mazurkiewiscz
Mazurkiewiscz Estacas Qu
PC3A 1592 PC7A 2188
PC6A 1162
PC1A 1784 PC3B 522
PC4B 713 PC18B 440
PC17B 900
Figura 4-16 Extrapolao por Mazurkiewiscz versus Van der Veen
PC3A
PC7A PC6A
PC1A
PC3B
PC4B
PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 500 1000 1500 2000 2500
Van
de
r V
ee
n (
kN)
Mazurkiewiscz (kN)
Mazurkiewiscz x Van der Veen
Estacas
Reta inclinada a 45
63
Figura 4-17 Mazurkiewiscz versus Aoki-Velloso
Todos os valores de estimativa de carga de ruptura calculados pelo mtodo
de Aoki-Velloso se mostraram superiores quando comparados extrapolao por
Mazurkiewiscz.
PC3A PC7A
PC6A
PC1A
PC3B
PC4B
PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 500 1000 1500 2000 2500
Ao
ki-V
ello
so (
kN)
Mazurkiewiscz (kN)
Mazurkiewiscz x Aoki-Velloso
Estacas
Reta inclinada a 45
64
Figura 4-18 Mazurkiewiscz versus Dcourt-Quaresma
O mtodo de Dcourt-Quaresma demonstrou valores superiores aos
extrapolados por Mazurkiewiscz para solos granulares, com exceo da PC7A,
comportamento contrrio ocorreu com os solos coesivos.
PC3A
PC7A
PC6A
PC1A
PC3B PC4B
PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 500 1000 1500 2000 2500
D
cou
rt-Q
uar
esm
a (k
N)
Mazurkiewiscz (kN)
Mazurkiewiscz x Dcourt-Quaresma
65
Figura 4-19 Mazurkiewiscz versus Terico
Os valores estimados de capacidade de carga para solos granulares pela
teoria da elasticidade se demonstraram bem superiores dos encontrados por
Mazurkiewiscz, porm para solos coesivos os dois mtodos se aproximaram.
PC3A PC7A
PC6A
PC1A
PC3B
PC4B PC18B
PC17B
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 500 1000 1500 2000 2500
Te
rico
(kN
)
Mazurkiewiscz (kN)
Mazurkiewiscz x Terico
Estacas
Reta inclinada a 45
66
Pelo grfico podem