Ruy Moreira - Correndo Atras Do Prejuizo: O PROBLEMA DO PARADIGMA GEOGRÁFICO DA GEOGRAFIA

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    Revista da ANPEGE, v. 7, n. 1, nmero especial, p. 50-58, out. 2011.

    Correndo Atrs do Prejuzo o Problema do Paradigma Geogrfco da Geografa

    Vidal de um certo modo interage, ao tempo que como que detalha com seu Princpios de geo-graa humana, escrito pouco depois do Geograa humana, porm s publicado em 1922 por forade sua morte em 1918, com esta sintaxe em si impressionante de Brunhes.

    O ponto de juno a relao homem-planta tambm como ponto de partida, o peso da relaohomem-gua juntando-se com a primeira numa relao homem-planta-gua que vai ser a base doerguimento geogrcos da sociedade. O mbito, entretanto, o que Vidal designa as ocinas da

    civilizao, uma combinao do que chama de reas laboratrios e reas anfbias, enquanto expres-ses de distintos momentos e recortes e fases de espao que so j o processo de construo doshabitats humanos, a rea laboratrio encarnando a fase inicial de aprendizado e acumulao, via um

    processo inicial de domesticao e aclimatao de plantas e animais em suas migraes entre reasmicroclimticas de uma mesma mesorregio climtica, dos conhecimentos e poder de conversoda relao homem-natureza que a seguir vai levar para as grandes reas dos vales uviais para comapoio nesse acmulo de conhecimentos da dinmica da relao homem-natureza transformar nosgrandes espaos e paisagens das civilizaes construdas.

    A coabitao espacial o princpio desse erguimento. E o gnero de vida o seu princpio deregulao. Da experincia e acmulo relacional regulares dessa sua lida com o meio saem as formasde ao tcnica. E os hbitos e costumes que transformados em regras e normas vo servir de meiosde regulao do todo das relaes, assim nascendo os gneros e seus correspondentes modos de vida.Reguladas nessas regras e normas de coabitao, constrem os homens a cultura cujos valores voa argamassa de unidade e distino das civilizaes. Pontos com que Vidal parece estar, enm, anosdepois, respondendo aos embates e pactos do comeo do sculo. E esclarecendo o signicado desua controvertida frase de 1913. O lugar a morada do homem. E, o gnero de vida o fundamentodessa morada. Lxico geogrco que Vidal s aqui e agora explicita.

    Ratzel prima por um discurso semelhante, assentado, porm, no que chama de solo. O lugarde habitao humana a integralidade relacional do todo dos elementos locais da superfcie ter-restre que o compe, esta integralidade relacional estabelecida como um modo de vida lugarizadoformando seu solo, pedao de cho que forma seu espao vital. As regras exigidas para regulao

    desse convvio e destinadas a forjar de modo integrativo pela coabitao do solo a unidade dasrelaes de vida do coletivo humano so a origem do Estado. A coabitao assim estabelecida a

    partir e pelo Estado a sociedade. E essa inteireza e modo orgnico de relao homem-espao--natureza a antropogeograa.

    No deixa de ser ironia Febvre ter reduzido a sintaxe geogrca ao solo, justamente por ondepassa a de Ratzel. Mal compreendida, seja por ele e seja por Durkheim. Talvez porque haja umagenuinidade que nele d um sentido profundamente diferente de signicado ao elenco de termos cujo exemplo conspcuo justamente o de solo que neste momento est chegando para formatara fundao das cincias humanas justamente as reas que so envolvidas em contenda , a sn-tese e o conceito antropogeogrco de Ratzel se particularizando por essa peculiaridade de idias

    e entendimentos que s dele. com Sorre que a ressituao lexical e sintxica por m se sintetiza, atravs seu Os fundamentosda geograa humana, obra em trs volumes publicada entre 1943 e 1962 e por ele posteriormenteresumida no O homem na terra, de 1962. Com Sorre a sintaxe do discurso-rio ganha o sentido da

    complexidade. Um discurso de estrutura de relaes espacialmente acumulativas cujo resultado um crescendo de sociabilidade.

    Da relao homem-planta e relao homem-gua face seu vnculo com as necessidades bsi-cas do homem deriva a relao homem-planta-gua da geograa agrcola. J em si marcada nessecontedo de intencionalidade, da geograa agrcola deriva a geograa da alimentao com seusdistintos regimes alimentares. A reiterao contnua seculariza essas relaes nos valores perma-nentes de que emergem os hbitos e costumes. Da vertente ambiental desses valores derivam ashabilidades e artefatos que se entronizam em relaes tcnicas. E da vertente tica as regras que

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    www.anpege.org.br

    Revista da ANPEGE, v. 7, n. 1, nmero especial, p. 50-58, out. 2011.

    MOREIRA, R.

    estar (o arranjo) esclarecendo o modo de ser, tal como no duplo a um s epistemologia-ontologiaem que no fundo consiste a sintaxe geogrca de Humboldt.

    Se o eixo vertical das conexes referenciado ao movimento do todo das plantas o mote domtodo, as tenses que comandam esse movimento o que se busca apreender, uma vez que doseu conhecimento que se pode agir sobre os desequilbrios, formular planos de superao, ava-liar tendncias. Vale como modelo, lido luz da quarta contradio, o discurso de instabilidade-

    -estabilidade/potencialidade do Ecodinmica de Tricart, em sua leitura do fsico inspirada naleitura do humano de Brunhes,

    A aposta a recuperao da capacidade de produzir totalidades que referenciem capacidadesde produzir conhecimento do pontual/areal em que a perda da reexo holista dos fundadores decerto modo jogou num hbito a reexo em geograa destes cem anos ps-pactual do comeo dosculo XX. A habilidade de teorizar seja sobre as macro e seja sobre as micro escalas, no sentidodos economistas, que reponha a reexo geogrca na senda das grandes anlises, sem as quaisno se elucida e se encaminha soluo real para nada.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    PRIGOGINE, Ylia; STENGERS, Isabelle. A nova aliana. Braslia: Edunb, 1984.

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    CHRISTOFOLETTI, Antonio. So Paulo: Difel,1978.

    Trabalho enviado em agosto de 2011

    Trabalho aceito em outubro de 2011