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JANEIRO 2016 VOL 12, NÚMERO 1 EDIÇÃO EM PORTUGUÊS REVISÃO DE PSORÍASE Saber mais | Cuidar melhor International Psoriasis Council 1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600 St. Louis, MO 63117 Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391 www.psoriasiscouncil.org Nesta edição 1. Estudo do ixequizumabe mostra novas evidências de que a ação sobre IL-17A pode proporcionar opções de tratamento novas e eficazes para pacientes com psoríase Comparison of ixekizumab with etanercept or placebo in moderate-to-severe psoriasis (UNCOVER-2 and UNCOVER-3): results from two phase 3 randomised trials. Griffiths CE, Reich K, Lebwohl M, et al. Lancet. 2015 Jun 9. [Epub ahead of print] Resumo Nesta publicação, que apresentou dois estudos de fase 3 idênticos patrocinados empresas, os pesquisadores compararam a eficácia e a segurança do ixequizumabe (ixe), um anticorpo monoclonal humanizado específico contra IL-17A, com etanercepte e placebo. Foram randomizados 1.224 pacientes em um estudo e 1.346 no outro em proporção 2:2:2:1 para ixe (160 mg de dose de ataque seguido de 80 mg a cada 2 semanas; 160 mg de dose de ataque seguido de 80 mg a cada 4 semanas; etanercepte 50 mg 2x/semana ou placebo por 12 semanas. O mascaramento foi mantido em um esquema de duplo placebo tanto para o ixe como para o etanercepte. O principal critério de avaliação foi um escore Psoriasis Area Severity Index (PASI) de 75; os critérios secundários foram PASI 90 e 100 assim como Physicians Global Assessment (sPGA) estático. No primeiro estudo, as incidências de PASI 75 foram 90% para ixe a cada 2 semanas, 79% para ixe a cada 4 semanas, 40% para etanercepte e 2% para placebo; no segundo estudo, as incidências de PASI 75 foram, na mesma ordem, 87%, 84%, 53% e 7%. Cerca de 50% dos pacientes atingiram PASI 75 até a semana 4 e cerca de 20% na semana 2. Para o critério PASI 90, os números foram, na mesma ordem, 71%, 60%, 18% e 1% no primeiro estudo e 68%, 65%, 26% e 3% no segundo; para PASI 100, os resultados foram 41%, 31%, 5% e 1% no primeiro estudo e 38%, 35%, 7% e 0% no segundo. A melhora de sPGA correlacionou-se com a proporção de respostas PASI; também melhoraram os escores do Dermatology Life Quality Index (DLQI) e em uma escala de prurido. Os eventos adversos foram mais comuns nos grupos que receberam ixe ou etanercepte que com placebo. A maioria dos eventos adversos foi leve a moderada, e os mais comuns foram nasofaringite, infecção respiratória alta, reações no local de injeção, prurido, cefaleia e artralgia. A incidência de eventos adversos sérios (EAS) foi menor que 2% nos dois grupos de tratamento, mas as infecções foram mais frequentes no grupo ixe que nos grupos etanercepte ou placebo. Os eventos mais relevantes foram infecções, presumivelmente por cândida, que afetaram 16 pacientes nos 2 grupos que receberam ixe, 5 no grupo REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JANEIRO A JUNHO DE 2015 Cont. página 3 1 Revisão dos cinco principais artigos clínicos • Estudos randomizados de fase 3 UNCOVER-2 e UNCOVER-3 comparam ixequizumabe com etanercepte ou placebo em psoríase moderada a grave. • Tofacitinibe versus etanercepte ou placebo em psoríase em placas moderada a grave: estudo randomizado de fase 3 de não- inferioridade. • Variantes genéticas das vias IL-23 e NF-kB ajudam a distinguir entre psoríase cutânea leve e grave • A ação específica sobre interleucina 23 produz melhora clínica da psoríase • BI 655066: um anticorpo monoclonal anti-IL-23A para tratamento de psoríase moderada a grave: resultados de segurança, eficácia, farmacocinética e biomarcadores em um ensaio duplo-cego, randomizado de doses crescentes e controlado por placebo 2 Carta do presidente 8 Foco na psoríase: Relatório do 24º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (Copenhagen, Dinamarca) 14 Relatório do 23º Congresso Mundial de Dermatologia (Vancouver, Canadá) 20 Notícias do IPC • Acesso ao tratamento • Tratamento de pacientes • Pesquisa • Educação e divulgação • Novos conselheiros juntam-se ao IPC

Saber mais Cuidar melor REVISÃO DE PSORÍASE · esperamos lançar um grupo de trabalho para a América ... 3 com etanercepte e 5 com ixe. Também houve um caso de ideação suicida

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J A N E I R O 2 0 1 6 V O L 1 2 , N Ú M E R O 1

E D I Ç Ã O E M P O R T U G U Ê S

REVISÃO DE PSORÍASES a b e r m a i s | C u i d a r m e l h o r

International Psoriasis Council1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600St. Louis, MO 63117

Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391

www.psoriasiscouncil.org

Nesta edição

1. Estudo do ixequizumabe mostra novas evidências de que a ação sobre IL-17A pode proporcionar opções de tratamento novas e eficazes para pacientes com psoríaseComparison of ixekizumab with etanercept or placebo in moderate-to-severe psoriasis (UNCOVER-2 and UNCOVER-3): results from two phase 3 randomised trials. Griffiths CE, Reich K, Lebwohl M, et al. Lancet. 2015 Jun 9. [Epub ahead of print]

ResumoNesta publicação, que apresentou dois estudos de fase 3 idênticos patrocinados empresas, os pesquisadores compararam a eficácia e a segurança do ixequizumabe (ixe), um anticorpo monoclonal humanizado específico contra IL-17A, com etanercepte e placebo. Foram randomizados 1.224 pacientes em um estudo e 1.346 no outro em proporção 2:2:2:1 para ixe (160 mg de dose de ataque seguido de 80 mg a cada 2 semanas; 160 mg de dose de ataque seguido de 80 mg a cada 4 semanas; etanercepte 50 mg 2x/semana ou placebo por 12 semanas. O mascaramento foi mantido em um esquema de duplo placebo tanto para o ixe como para o etanercepte. O principal critério de avaliação foi um escore Psoriasis Area Severity Index (PASI) de 75; os critérios secundários foram PASI 90 e 100 assim como Physicians Global Assessment (sPGA) estático. No primeiro estudo, as incidências de PASI 75 foram 90% para ixe a cada 2 semanas, 79% para ixe a cada 4 semanas, 40% para etanercepte e 2% para placebo; no segundo estudo, as incidências de PASI 75 foram, na

mesma ordem, 87%, 84%, 53% e 7%. Cerca de 50% dos pacientes atingiram PASI 75 até a semana 4 e cerca de 20% na semana 2. Para o critério PASI 90, os números foram, na mesma ordem, 71%, 60%, 18% e 1% no primeiro estudo e 68%, 65%, 26% e 3% no segundo; para PASI 100, os resultados foram 41%, 31%, 5% e 1% no primeiro estudo e 38%, 35%, 7% e 0% no segundo. A melhora de sPGA correlacionou-se com a proporção de respostas PASI; também melhoraram os escores do Dermatology Life Quality Index (DLQI) e em uma escala de prurido. Os eventos adversos foram mais comuns nos grupos que receberam ixe ou etanercepte que com placebo. A maioria dos eventos adversos foi leve a moderada, e os mais comuns foram nasofaringite, infecção respiratória alta, reações no local de injeção, prurido, cefaleia e artralgia. A incidência de eventos adversos sérios (EAS) foi menor que 2% nos dois grupos de tratamento, mas as infecções foram mais frequentes no grupo ixe que nos grupos etanercepte ou placebo. Os eventos mais relevantes foram infecções, presumivelmente por cândida, que afetaram 16 pacientes nos 2 grupos que receberam ixe, 5 no grupo

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JANEIRO A JUNHO DE 2015

Cont. página 3

1 Revisão dos cinco principais artigos clínicos

• Estudos randomizados de fase 3 UNCOVER-2 e UNCOVER-3 comparam ixequizumabe com etanercepte ou placebo em psoríase moderada a grave.

• Tofacitinibe versus etanercepte ou placebo em psoríase em placas moderada a grave: estudo randomizado de fase 3 de não-inferioridade.

• Variantes genéticas das vias IL-23 e NF-kB ajudam a distinguir entre psoríase cutânea leve e grave

• A ação específica sobre interleucina 23 produz melhora clínica da psoríase

• BI 655066: um anticorpo monoclonal anti-IL-23A para tratamento de psoríase moderada a grave: resultados de segurança, eficácia, farmacocinética e biomarcadores em um ensaio duplo-cego, randomizado de doses crescentes e controlado por placebo

2 Carta do presidente

8 Foco na psoríase: Relatório do 24º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (Copenhagen, Dinamarca)

14 Relatório do 23º Congresso Mundial de Dermatologia (Vancouver, Canadá)

20 Notícias do IPC • Acesso ao tratamento • Tratamento de pacientes • Pesquisa • Educação e divulgação • Novos conselheiros juntam-se ao IPC

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Prezados colegas,

Juntamente com a direção e a equipe do Conselho Internacional de Psoríase (IPC), eu gostaria de desejar a todos um ano novo cheio de felicidade e com muita saúde. Esta é a edição de janeiro de 2016 da newsletter Revisão de Psoríase do IPC. No último ano, o IPC realizou grandes avanços em sua

missão de saber mais e cuidar melhor da psoríase. Em 2016, tudo indica que teremos mais um ano cheio de oportunidades e crescimento.

Algumas das realizações do IPC que mais nos motivaram em 2015 foram:

• Organizar um simpósio sobre a epidemiologia da psoríase durante a reunião anual da Sociedade Europeia de Pesquisas Dermatológicas (ESDR).

• Patrocínio conjunto com a Universidade de Manchester do programa IMPACT de pesquisa em psoríase e dos workshops PsoWell para profissionais de saúde que cuidam de psoríase.

• Lançamento do Registro Global de Psoríase Pediátrica, que colherá dados demográficos, de comorbidades e outras informações sobre pacientes pediátricos com psoríase.

• Uso do processo Delphi para pesquisas entre os conselheiros do IPC para identificar 21 prioridades de pesquisa em psoríase. Os resultados foram publicados online pelo British Journal of Dermatology e aparecerão também na edição impressa da revista.

Neste ano, o IPC continuará desenvolvendo essas iniciativas e lançará novas iniciativas, incluindo expansão de nossa presença na América Latina e na Ásia e patrocínio de eventos educativos e outros programas em outros locais como Cingapura e São Paulo. Como parte de nossa expansão global, acolhemos pela primeira vez conselheiros do Japão e do Irã, assim como novos colegas do México, Colômbia e Estados Unidos (ver página 24).

Também retomamos nossas “Mesas-redondas Hot Topics,” que realizamos esporadicamente desde 2006. Patrocinamos duas discussões da série “Hot Topics” sobre biossimilares e expectativas de tratamento na América Latina em 2015. Em

2016, realizaremos uma discussão sobre as mudanças globais no tratamento da psoríase, que apresentaremos na 74ª reunião anual da Academia Americana de Dermatologia.

Graças ao trabalho duro de nossos grupos de trabalho sobre biossimilares de tratamentos tópicos, o IPC vem produzindo cada vez mais artigos de pesquisa relacionados à psoríase para publicação. Já publicamos dois artigos sobre biossimilares e prioridades de pesquisa no British Journal of Dermatology (ver página 22) e seis outros artigos estão sendo editados. Também esperamos lançar um grupo de trabalho para a América Latina.

Outros planos que fizemos para 2016:

• Iniciar um banco de dados públicos do nosso Exome Chip Project, que completará o mapa genético da psoríase. Desde que começou em 2015, o projeto já identificou mais de 50 sinais genéticos em 36 lócus comuns de suscetibilidade à psoríase.

• Vamos lançar a primeira fase do Global Psoriasis Atlas, um ambicioso projeto realizado em parceria com a International Federation of Psoriasis Associations (IFPA) e com a International League of Dermatological Societies (ILDS) para documentar a importância global de psoríase.

• Demos às boas-vindas a Christy Langan, a nova CEO do IPC.

Para saber mais sobre todos esses projetos e iniciativas detalhados, leia este número da Revisão de Psoríase do IPC e acesse nosso website em www.psoriasiscouncil.org.

Todas essas atividades são resultado de colaboração contínua entre a direção, os conselheiros e parceiros do IPC. Com todo esse trabalho, dedicação e comprometimento, o IPC vem ganhando cada vez mais visibilidade e importância para quem se interessa pela pesquisa, educação e manejo da psoríase e de suas comorbidades. Um brinde a um próspero ano novo.

Atenciosamente,

Chris Griffiths Presidente, Conselho Internacional de Psoríase Manchester, Reino Unido

CARTA DO PRESIDENTE

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etanercepte e 2 no grupo placebo. A maioria dessas micoses foram genitais, vulvovaginais ou orais, e todas se resolveram com tratamentos tópicos orais ou locais, com exceção de um paciente com infecção axilar e inguinal. Nenhum paciente saiu do estudo devido a infecção por cândida e não houve nenhuma infecção fúngica invasiva em nenhum dos estudos. Houve ainda neutropenia grau 3 em 4 pacientes tratados com etanercepte e 2 que receberam ixe. Um paciente que recebeu ixe apresentou neutropenia grau 4, mas as contagens retornaram ao normal quando os exames foram repetidos dois dias depois. Eventos adversos cardíacos graves ocorreram em um paciente tratado com etanercepte, um com ixe e um com placebo. Um paciente tratado com placebo apresentou depressão, 3 com etanercepte e 5 com ixe. Também houve um caso de ideação suicida com etanercepte e 2 tentativas de suicídio nos grupos tratados com ixe. Em ambos os casos, fatores psicossociais importantes estavam presentes antes das tentativas, e nenhuma delas foi considerada relacionada ao medicamento do estudo.

COMENTÁRIO Este é mais um estudo que demonstra a importância da IL-17A na patogênese da psoríase e a superioridade clínica do ixequizumabe sobre o etanercepte, que age por meio da inibição de TNF. Após 12 semanas, cerca de 90% dos pacientes apresentaram diferenças clínica e estatisticamente significativas na incidência de respostas PASI 75 com ixequizumabe, etanercepte e placebo. Cerca de 40% dos pacientes obtiveram PASI 100 e

mais de dois terços obtiveram PASI 90. A segurança parece ser geralmente semelhante à esperada pelos clínicos com outros agentes biológicos disponíveis no mercado. São necessários dados de estudos mais prolongados, e os problemas relacionados a infecções por cândida talvez estejam relacionados aos inibidores de IL-17. A questão de eventos adversos relacionados a ideação suicida e suicídio ainda está em aberto, em parte devido a problemas que surgiram durante o desenvolvimento do brodalumabe, outro agente que atua na via de IL-17. Além da eficácia mais elevada do ixequizumabe e outros agentes que agem sobre IL-17 e IL-23, o uso do PASI 75 como referência de tratamento vem sendo questionado como meta clínica, referência de comparação com outros agentes ou padrão regulatório para aprovação de medicamentos. Desde a semana 1, houve diferenças significativas de PASI 75 entre pacientes tratados com ixequizumabe e com etanercepte. Em 12 semanas, a maioria dos pacientes tratados com agente anti-IL-17 a cada 2 semanas obtiveram PASI 90 e cerca de 40% apresentaram PASI 100, superando o agente biológico anti-TNF. À medida que aumenta a possibilidade de eliminar total ou quase totalmente as placas, melhorando bastante a qualidade de vida, a meta de eliminar a doença cutânea deve ser oferecida a todos os pacientes com psoríase. Nesses casos, a principal questão é reconciliar o custo desses novos medicamentos com a melhora da qualidade de vida que eles proporcionam. –Dr. David Pariser

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Para obter mais cópias da Revisão de Psoríase do IPC ou saber mais sobre o IPC, acesse www.psoriasiscouncil.org.

CONSELHO DIRETOR DO IPC

DiretoresChristopher EM Griffiths,

Presidente, Reino UnidoAlexa B. Kimball, Vice-

Presidente e Presidente-Eleita, Estados Unidos

Hervé Bachelez, Secretário, França

Craig L. Leonardi, Tesoureiro, Estados Unidos

Christy Langan, CEO, Estados Unidos

MembrosJonathan Barker,

Reino UnidoRobert Holland III,

Estados UnidosAlan Menter,

Presidente -Fundador, Estados Unidos

Ricardo Romiti, BrasilBruce Strober,

Estados Unidos Peter van de Kerkhof,Presidente Anterior,

Países Baixos

CONSELHEIROS DO IPC

ÁfricaÁfrica do SulGail ToddEgitoMahira Hamdy El Sayed

ÁsiaCingapuraWei-Sheng ChongColin ThengFilipinasVermén Verallo-RowellÍndiaMurlidhar RajagopalanIrãOmid ZargariIsraelArnon D. CohenJapãoAkimichi MoritaHidemi Nakagawa

OceaniaAustráliaPeter Foley

EuropaAlemanhaMatthias Augustin Ulrich Mrowietz Alexander NastJörg PrinzKristian ReichRobert Sabat Wolfram Sterry Diamant ThaçiÁustriaGeorg Stingl Robert StrohalDinamarcaLars Iversen Lone SkovClaus ZachariaeEspanhaEsteban Daudén Carlos Ferrándiz Lluís Puig SanzFrançaCarle PaulIrlandaBrian Kirby

ItáliaSergio ChimentiAlberto GiannettiGiampiero GirolomoniPaolo GisondiLuigi NaldiCarlo PincelliPaíses BaixosMenno Alexander de RieElke MGJ de JongErrol PrensMarieke B. SeygerReino UnidoIan BruceChristine BundyArthur David Burden Robert Chalmers Andrew FinlayElise Kleyn Ruth Murphy Frank O. NestleAnthony Ormerod Nick Reynolds Catherine Smith Richard WarrenHelen YoungSuéciaMona Ståhle

SuíçaWolf-Henning BoehnckeMichel Gilliet

América do NorteCanadáRobert BissonnetteMarc BourcierWayne GulliverCharles W. LyndeRichard LangleyYves PoulinRonald VenderEstados UnidosApril ArmstrongAndrew BlauveltKristina CallisDuffin Clay CockerellKevin CooperJT ElderCharles EllisJoel GelfandKenneth GordonAlice GottliebJohann GudjonssonAndrew JohnstonFrancisco KerdelGerald KruegerJames Krueger

Mark LebwohlNehal MehtaAmy PallerDavid PariserMark PittelkowCaitriona RyanLinda Stein GoldNicole L. WardJashin Wu

América LatinaArgentinaEdgardo ChouelaCristina EcheverríaFernando StengelBrasilGladys Aires-MartinsAndré Vicente Esteves de CarvalhoChileClaudia de la CruzFernando ValenzuelaColômbiaCésar GonzalezAngela LondoñoMéxicoNancy Podoswa

Cont. da Página 1

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2. Estudos do tofacitinibe mostram o potencial da inibição de Janus quinase no tratamento da psoríase moderada a graveTofacitinib versus etanercept or placebo in moderate-to-severe chronic plaque psoriasis: a phase 3 randomised non-inferiority trial. Bachelez H, van de Kerkhof PC, Strohal R, et al. Lancet. 2015 Jun 4. [Epub ahead of print]

ResumoO estudo de Bachelez et al foi um ensaio clínico de não-inferioridade, randomizado, multicêntrico, controlado por duplo placebo com 12 semanas de duração que comparou duas doses de tofacitinibe, que é um inibidor da Janus quinase (JAK) tomado via oral, com o etanercepte em altas doses ou placebo em pacientes com psoríase em placas crônica moderada a grave. Mais especificamente, os pacientes elegíveis (n = 1.106) foram randomizados em proporção 3:3:3:1 para tofacitinibe 5 mg (n = 330) ou 10 mg (n = 332) 2x/dia, etanercepte 50 mg (n = 336) subcutâneo 2x/dia ou placebo (n = 108). Na semana 12, a incidência de respostas PASI 75 foi de 39,5% no grupo tofacitinibe 5 mg, 63,6% no grupo tofacitinibe 10 mg, 58,8% no grupo etanercepte e 5,6% nos grupos placebo. A escala Physician Global Assessment (PGA) foi classificada como “limpa” ou “quase limpa” em 47,1% dos pacientes que tomaram tofacitinibe 5 mg, 68,2% com tofacitinibe 10 mg, 66,3% com etanercepte e 15% nos grupos placebo. A taxa de eventos adversos foi semelhante nos quatro grupos: a incidência de eventos adversos sérios foi de 2% non grupo tofacitinibe 5 mg, 2% com tofacitinibe 10 mg, 2% no grupo etanercepte e 2% no grupo placebo. A proporção de pacientes que interrompeu o tratamento escolhido variiu de 1% a 3% e foi semelhante em todos os grupos. Em resumo, constatou-se que o tofacitinibe 10 mg 2x/dia foi não-inferior ao etanercepte 50 mg 2x/dia na semana 12 em relação às respostas medidas pelas escalas PASI75 e PGA. Ambos os tratamentos também apresentaram perfis de segurança semelhantes.

COMENTÁRIO Esse estudo confirmou que a sinalização pela via JAK é uma parte importante da patogênese da psoríase e mostrou que a inibição direcionada de membros da família JAK proporciona benefícios clínicos. Com efeito, a via JAK–STAT exerce importante papel em ativar sinais induzidos por diversas citoquinas inflamatórias envolvidas na inflamação psoriásica, tais como interleucina (IL) 2, IL-12, IL-20, IL-22, IL-23, interferon (IFN) α/β e IFN γ. O tofacitinibe (10 mg 2x/dia) pode ser uma opção terapêutica conveniente e bem tolerada para pacientes com psoríase moderada a grave no futuro.. A dose mais baixa de tofacitinibe (5 mg 2x/dia) não atendeu aos critérios estatísticos de não-inferioridade em relação ao etanercepte e é menos eficaz que 10 mg 2x/dia. Além disso, foram descritas resoluções rápidas e significativas na intensidade do prurido reportada pelo paciente com ambas as doses de tofacitinibe. O prurido é uma queixa muito frequente em pacientes com psoríase. O início da ação do tofacitinibe 10 mg 2x/dia ficou evidente na semana 4. Isso é muito importante porque a resposta rápida ao tratamento geralmente está associada à melhor adesão ao tratamento. Quando à segurança, foram descritas alterações leves do colesterol, creatina fosfoquinase, contagens de linfócitos e concentração de hemoglobina. Alguns pacientes aceitam melhor tratamentos via oral porque os problemas relacionados a injeções são eliminados. Entretanto, o efeito dos procedimentos necessários para o monitoramento laboratorial sobre os pacientes não foi estabelecido. São necessários estudos mais prolongados do tofacitinibe para tratamento da psoríase em placas para confirmar o perfil de eficácia e segurança além de 12 semanas, que foi a duração desse estudo. – Prof. Paolo Gisondi

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3. Estudo de variantes genéticas mostra importância de identificar biomarcadores genéticos que podem tornar o tratamento mais eficaz e personalizado Association with genetic variants in the IL-23 and NF-κB pathways discriminates between mild and severe psoriasis skin disease. Nikamo P, Lysell J, Ståhle M. J Invest Dermatol. 2015 Mar 19. [Epub ahead of print]

ResumoO estudo de Nikamo et al procurou identificar diferenças entre os perfis genéticos de formas leves e graves de psoríase. Os pesquisadores compararam perfis de alterações genéticas sabidamente associadas à psoríase em pacientes com formas graves (n = 715) ou leves da doença (n = 696), com foco nas vias da interleucina 23 (IL-23) e do fator nuclear kappa B (NF-κB). O estudo também incluiu um grupo controle (n = 1.529). A psoríase foi considerada grave quando exigiu tratamento sistêmico e leve quando foi usado apenas tratamento tópico ou nenhum tratamento por um período de 6 a 14 anos. Todos os pacientes foram examinados e tratados no mesmo departamento para que fosse avaliados de forma mais consistente. Os autores constataram que o gene mais associado à psoríase, tanto nas formas leves como nas graves, é o HLA-C*06. Por outro lado, a comparação em uma análise caso-a-caso dos fenótipos de psoríase leve e grave revelou diferenças significativas entre os dois grupos em relação a polimorfismos de um nucleotídeo em IL-23R, NFKB1, IL-21, IL1-2B, NFKBIL1 e IL-23A. Entretanto, apenas a coorte com doença grave apresentou efeitos aditivos fortes da associação de HLA-C*06 com IL-23A, IL-23R, IL-12B, NFKB1 TNIP1. Isso indica que uma ativação dessas vias pode influenciar a gravidade da doença na psoríase. Nenhum gene protetor foi identificado na coorte com doença branda, sugerindo que os exames realizados serviram apenas para identificar variantes da psoríase associadas a um fenótipo mais grave.

COMENTÁRIO A psoríase é uma doença de pele inflamatória comum. Sua origem genética é complexa e importante para a fisiopatologia da doença. Embora a associação com HLA-C*06 seja mais acentuada, estudos de associação em genoma inteiro identificaram várias outras regiões de risco. Os genes de suscetibilidade atuam no sistema imune e em vias essenciais para a fisiopatologia da psoríase. A doença apresenta enorme variabilidade clínica, mas poucos estudos avaliaram as características genéticas em fenótipos estratificados. Esse estudo descreve associações com os genes nas vias IL-23, IL-21 e NF-κB em pacientes suecos cuidadosamente caracterizados cuja psoríase foi estratificada de acordo com a gravidade da doença. A gravidade da psoríase não foi definida pelo escore PASI, mas pela necessidade de tratamento sistêmico. Vários estudos anteriores destacaram a importância dos genes e haplótipos das vias IL-23 e NF-κB para a psoríase e diversas outras doenças imunomediadas, como a doença inflamatória intestinal, espondilite anquilosante, doença celíaca e esclerose múltipla. A IL23 desempenha um papel crucial no desenvolvimento de células Th17 patogênicas e promove a inflamação psoriática. Com efeito, tratamentos que bloqueiam a subunidade p40 comum a IL-23 and IL-12 mostraram impressionante eficácia clínica contra a psoríase. A IL-21 é produzida por células T CD4+ativadas (entre outras) e exerce importante s ações regulatórias no sistema imune, promovendo hiperplasia epitelial e expandindo a resposta patogênica de células Th na psoríase Os fatores de transcrição do fator nuclear kappa B (NF-κB) regulam a expressão de várias citoquinas que participam da patogênese da psoríase, incluindo o TNF-α. Esses resultados demonstram a importância de identificar biomarcadores genéticos que criem novas possibilidades de medicina personalizada. –PG

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4. A ação seletiva da interleucina 23 parecer ser segura e e ficaz para tratar a psoríase; mais estudos são necessáriosClinical improvement in psoriasis with specific targeting of interlukin-23. Kopp T, Riedl E, Bangert C, Bowman EP, Greisenegger E, Horowitz A, et al. Nature. 2015 May 14;521(7551):222-6. Epub 2015 Mar 9.

ResumoTamara Kopp e outros investigadores participaram desse estudo de fase 1, multicêntrico, patrocinado por empresa e controlado por placebo do tildraquizumabe, um anticorpo monoclonal que se liga especificamente à subunidade p19 da IL-23 e não ao heterodímero IL-12/23 p40 ou a IL-12p35. Setenta e sete pacientes foram incluídos e 65 concluíram o estudo. Na parte 1 do estudo, os pacientes receberam placebo ou 0,1 mg/kg, 0,5 mg/kg, 3 mg/kg ou 10 mg/kg nos dias 0, 56 e 84; na parte 2, os pacientes receberam placebo, 3 mg/kg ou 10 mg/kg nos dias 1, 28 e 56. Outro grupo de pacientes na parte 3 do estudo recebeu placebo, 0,05 g/kg ou 0,1 mg/kg nos dias 1, 56 e 84. Embora o estudo não tivesse potência estatística suficiente para detectar a relação entre dose e resposta, a redução média do escore PASI no dia 112 foi de 50% a 80% em todos os grupos com exceção do placebo e do que recebeu a menor dose ativa. Uma “proporção elevada” dos pacientes que receberam 3 ou 10 mg/kg atingiram PASI 90 no dia 112, mas os números foram pequenos demais para serem estatisticamente significativos. A droga foi geralmente bem tolerada e causou os efeitos colaterais usuais de cefaleia, nasofaringite, infecção respiratória alta e tosse. Embora tenham havido 11 eventos adversos sérios em 8 pacientes, apenas um evento (convulsões) foi avaliado como possivelmente relacionado à droga, mas o paciente afetado apresentava outros fatores confundidores.

COMENTÁRIO Esse estudo inicial de demonstração de conceito destacou mais uma vez a importância da IL-23 na patogênese da psoríase. Até certo ponto, os resultados clínicos do estudo foram ofuscados pelos resultados de outro estudo de fase 2 mais robusto publicado recentemente, que ajudou a conhecer melhor o valor desse agente. O bloqueio seletivo de IL-23 parece proporcionar eficácia sem nenhum problema novo de segurança. Estudos de fase 3 estão sendo realizados para caracterizar ainda melhor essa abordagem terapêutica. –DP

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5. Agente experimental BI 655066 atua na via IL-23 e mostra-se promissor como tratamento rápido e eficaz contra a psoríaseAnti-IL-23A mAb BI 655066 for treatment of moderate-to-severe psoriasis: Safety, efficacy, pharmacokinetics, and biomarker results of a single-rising-dose, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Krueger JG, Ferris LK, Menter A, et al. J Allergy Clin Immunol. 2015 Jul;136(1):116-124. Epub 2015 Mar 11.

ResumoO BI 655066 é um anticorpo monoclonal IgG específico para a subunidade IL-23p19. No primeiro estudo em humanos desse novo fármaco, que foi um ensaio multicêntrico, randomizado e controlado por placebo, Krueger et al trataram 39 pacientes com psoríase em placas moderada a grave com doses únicas de 0,01, 0,05, 0,25, 1, 3 ou 5 mg/kg ou placebo. O principal parâmetro foi o resultado da avaliação de segurança, mas a eficácia também foi medida. Houve um ou mais eventos adversos em 65% dos pacientes tratados com BI 655066 e em 88% dos pacientes tratados com placebo. No grupo placebo, o principal evento adverso foi piora da psoríase; além da piora, os eventos descritos mais frequentemente em ambos os grupos foram nasofaringite, cefaleia e infecção do trato respiratório alto Não houve diferenças detectáveis entre EAs nos grupos de dose ativa. Quatro eventos adversos sérios (EAS) foram descritos, e todos eles ocorreram em um dos grupos de tratamento: acidente vascular talâmico e ataque isquêmico transitório, ambos cerca de três meses após a dose em um paciente com fatores de risco “significativos”, incluindo um acidente vascular anterior, e pancreatite alcoólica. Na semana 12, o parâmetro principal foi avaliado e nenhum dos pacientes que receberam placebo atingiu PASI 90 ou 100. Considerando todos os pacientes que receberam o medicamento ativo, o porcentual de pacientes que atingiram PASI 75, 90 ou 100 foi de 87%, 58% e 15%, respectivamente. Na semana 24, os pacientes que receberam 0,25 mg/kg ou mais apresentaram melhoras PASI 75, 90 ou 100 em 100%, 85% e 54% dos casos. Oito pacientes foram acompanhados por mais tempo e 6 deles mantiveram a melhora PASI 100 por 41 a 66 semanas.

COMENTÁRIO Diversos novos agentes biológicos estão sendo desenvolvidos para tratamento da psoríase. Embora esse estudo tenha sido pequeno e sem potência estatística para detectar relação com a dose, os pacientes que receberam doses maiores parecem ter apresentado resultados clínicos melhores. A eficácia da droga e a melhora clínica prolongada por ela proporcionada constituem fortes evidências de que a IL-23 participa da patogênese da psoríase. Nenhum sinal de segurança grave foi descrito. Houve um total de 4 EAS, todos em pacientes que receberam a droga ativa e nenhum no grupo placebo. São necessários estudos maiores para caracterizar melhor o perfil de segurança e eficácia, com especial atenção para a possibilidade de eventos adversos cardiovasculares graves (EACG), pois existe alguma controvérsia sobre a relevância desses eventos em estudos clínicos do ustequinumabe e do briaquinumabe. Segundo esses dados preliminares, o desenvolvimento do BI 655066 parece ser bastante promissor. –PG ■

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JANEIRO A JUNHO DE 2015

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Entre os temas relacionados à psoríase, foram discutidas a genética, terapias direcionadas em crianças e comorbidades associadas. Peter Jensen, MD, PhD

O Dr. PeterJensen é residente terceiranista em dermatologia nos departamentos de dermatologia dos hospitais Gentofte e Bispebjerg da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. As pesquisas do Dr. Peter Jensen são orientadas pela Profª. Lone Skov e têm como principal foco a comorbidade cardiovascular e a obesidade associadas à psoríase. Em

2012, ele concluiu seu PhD na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Copenhagen, onde defendeu sua tese, intitulada “Psoríase: Fatores de risco cardiovascular e efeitos da redução ponderal.”

No 24º congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venerelogia, realizado em outubro de 2015 na Dinamarca, foram assuntos de destaque as terapias genéticas direcionadas, a psoríase infantil — incluindo o uso de agentes biológicos — e as comorbidades associadas à psoríase. Palestrantes internacionais de destaque também apresentaram revisões sobre o tratamento. Seguem alguns resumos dos principais assuntos tratados.

Genética y terapias dirigidasO Prof. Jonathan Barker, do St. John’s Institute of Dermatology (King’s College de Londres) apresentou uma palestra intitulada “A genética e seu impacto sobre a compreensão da fisiopatologia”, cujo foco foi a genética da psoríase do ponto de vista clínico.

Os conhecimentos sobre a genética da psoríase ajudam o profissional de saúde a determinar a história natural da doença e saber por que ela às vezes começa em pacientes jovens e outras vezes em idades mais avançadas; também pode ajudar os profissionais de saúde a entender por que a gravidade da psoríase a incidência de comorbidades varia de pessoa para pessoa. Atualmente, já foram encontradas pelo menos 40 regiões do genoma associadas à psoríase. Cada um desses lócus contém diversos genes, e o padrão dos genes candidatos à causalidade sugere que a imunidade (inata e adaptativa) e as funções de barreira da pele são importantes para a fisiopatologia da doença. Entretanto, até agora os estudos genéticos explicaram apenas 25% da herdabilidade da psoríase; o restante da herdabilidade provavelmente

é atribuível a variantes genéticas menos importantes.¹ O principal componente genético da patogênese da psoríase é a região PSORS1, que contém a proteína helicoidal em bastão com α-hélice comprimida (CCHCR1) do antígeno leucocitário humano C (HLA-C), e a corneodesmosina (CDSN). O alelo HLA-Cw6 está associado à psoríase em diversas populações diferentes, e seus efeitos genéticos são mais acentuados que os de todas as outras regiões relacionadas à psoríase do genoma. Segundo o Prof. Johathan Barker, novas evidências indicam que pacientes positivos para HLA- Cw6 são mais propensos a responder mais eficaz e rapidamente ao ustequinumabe que pacientes HLA-Cw6-negativos. O HLA-Cw6 positivo também está associado com psoríase de início precoce.

Com base nessas observações, a presença de HLA-Cw6 pode ser usada para estratificar pacientes participantes de ensaios clínicos. A genética vem trazendo cada vez mais informações sobre as moléculas específicas que participam da patogênese da psoríase, incluindo a via Th17. Devido à importância da IL-17 na patogênese da psoríase, as pesquisas vêm se voltando cada vez mais para terapias que agem sobre a IL-17. Em 2014, Langley et al demonstraram que o anticorpo anti-IL-17A secuquinumabe produz efeitos mais acentuados sobre a psoríase que o etanercepte (inibidor de TNF) ou o placebo.² O Prof. Jonathan Barker concluiu salientando que, no futuro, os profissionais de saúde precisarão estabelecer uma correlação entre fenótipo e genótipo para estratificar seus pacientes, pois a eficácia do tratamento varia em função do perfil genético de cada indivíduo. Informações detalhadas sobre o fenótipo, incluindo dados genéticos, podem contribuir para o desenvolvimento de marcadores diagnósticos e prognósticos, preditores da resposta a drogas e terapias direcionadas mais eficazes e menos tóxicas.

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De agora em diante, os profissionais de saúde precisam estratificar os pacientes estabelecendo a correlação entre o fenótipo e o genótipo, pois a eficácia do tratamento varia em função do perfil genético de cada indivíduo.

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Psoríase em crianças e adolescentesEm sua palestra, o Prof. Knud Kragballe, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, apresentou uma visão geral da psoríase pediátrica, incluindo diretrizes de tratamento, que serão resumidas a seguir.

Com exceção de casos graves, existem poucos estudos clínicos em andamento sobre pacientes graves, as diretrizes de tratamento não são baseadas em consenso e muitos pacientes não recebem tratamento suficiente. O tratamento de primeira linha para psoríase infantil são os corticoides tópicos, derivados da vitamina D e inibidores da calcineurina. O clobetasol foi aprovado para uso em crianças a partir de 12 anos de idade, mas existe pouca experiência com a mometasona abaixo dos 6 anos de idade. Também não existe nenhuma experiência com betametasona (17-valerato ou dipropionato) em crianças. Ambas essas formulações são contraindicadas abaixo de 1 ano de idade. Em geral, os corticoides menos potentes são considerados seguros. Quanto aos derivados da vitamina D, o calcipotriol foi aprovado para uso a partir dos 6 anos de idade.

A combinação de calcipotriol e 17-valerato de betametasona em doses fixas é comprovadamente segura e eficaz em crianças, mas ainda não foi aprovada. O apresentador mencionou um estudo recente de terapia combinada com calcipotriol e betametasona, que constatou que o tratamento é seguro e eficaz em crianças de 3 a 18 anos.³ Nos Estados Unidos, formulações em gel e solução tópica foram aprovadas para psoríase no escalpo em pacientes a partir de 12 anos, com dose máxima de 60 g/semana. Outro destaque importante foi a notícia de que um spray de calcipotriol e betametasona será lançado na Europa em 2016. A nova formulação deve ser mais eficaz e mais bem aceita pelos pacientes, melhorando assim a adesão ao tratamento. Após o congresso da EADV, uma espuma aerossol de calcipotrieno e dipropionato de betametasona (Enstilar, Leo Pharma Inc.) foi aprovada pela FDA para pacientes até 18 anos de idade.

Os inibidores da calcineurina não foram aprovados especificamente para psoríase, mas são muito usados em áreas da pele propensas a atrofia como a face e flexuras. Como não existe um consenso geral e as diretrizes são insuficientes, o tratamento tópico nessa faixa etária muitas vezes é receitado sem indicações formalmente aprovadas (“off-label”). Isso requer que tudo seja muito bem explicado ao paciente e à sua família para garantir a adesão ao tratamento. A fototerapia deve ser reservada para casos de doença moderada a grave e deve-se preferir a luz ultravioleta

B de banda estreita (NB-UVB), pois essa modalidade é mais eficaz que o UVB de banda larga, não causa lesões oculares e produz menos risco de câncer de pele a longo prazo que o PUVA (psoraleno para fotossensibilização e ultravioleta A). O tratamento sistêmico da psoríase moderada a grave em crianças e adolescentes é um problema difícil devido ao receio de eventos adversos (EAs) e à toxicidade das drogas, fatores que podem levar esses pacientes a receber tratamento insuficiente.

Anti-inflamatórios sistêmicos para psoríase em crianças e adolescentesEm casos de psoríase resistente a agentes tópicos e à fototerapia, o metotrexato (MTX) normalmente é recomendado, embora esse fármaco não tenha sido aprovado para psoríase pediátrica.⁴ A ciclosporina pode ser administrada a cada 3 ou 4 meses, e os retinoides são geralmente evitados em meninas adolescentes e mulheres jovens porque é preciso esperar três anos após a interrupção do medicamento para engravidar. Em pacientes pediátricos que não respondem ao MTX ou à fototerapia, o etanercepte normalmente é o primeiro agente biológico a ser considerado.⁵ Na Europa, o etanercepte foi aprovado para uso em crianças com psoríase moderada a grave a partir de 6 anos de idade. Mais recentemente, o adalimumabe foi aprovado para uso em pacientes com psoríase em placas moderada a grave a partir dos 4 anos e o ustequinumabe a partir dos 12 anos de idade. Nos EUA, a Food and Drug Administration ainda não autorizou o uso de nenhum agente biológico para psoríase pediátrica.

Felizmente, nossos conhecimentos sobre a segurança e eficácia dos agentes biológicos em crianças e adolescentes com psoríase continua amentando aos poucos. Algumas evidências recentes e ainda não publicadas de um estudo

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O tratamento sistêmico da psoríase moderada a grave em crianças e adolescentes é um problema difícil devido ao receio de eventos adversos (EAs) e à toxicidade das drogas, fatores que podem levar esses pacientes a receber tratamento insuficiente.

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clinico randomizado de fase 3 internacional, multicêntrico com 52 semanas de duração (registrado em clinicaltrials.gov como NCT01251614) incluiu 108 pacientes pediátricos de 5 a =18 anos. O estudo procurou avaliar a eficácia e a segurança de longo prazo do adalimumabe em paciente pediátricos com psoríase em placas moderada a grave. Os pacientes incluídos foram tratados com adalimumabe em um segmento final aberto, e o adalimumabe foi comparado com duas doses de metotrexato (MTX). O estudo consistiu em um período de tratamento duplo-cego de 16 semanas (A), um período de 36 semanas sem tratamento (B), um período de 16 semanas de retratamento duplo-cego com adalimumabe (C) e, finalmente, 52 semanas de acompanhamento (D). No período A, 114 pacientes foram randomizados em proporção 1:1:1 para tratamento com adalimumabe 0,4 mg/kg (n = 39) ou 0,8 mg/kg (n = 38) em semanas alternadas ou MTX 0,1 a 0,4 mg/kg por semana (n = 37). Os pacientes que apresentaram melhora ≥75% no Psoriasis Area and Severity Index (PASI 75) e Physician’s Global Assessment (PGA) de 0/1 foram classificados como respondedores e passaram para o período B (sem tratamento). Os pacientes que sofreram recorrência no período B oram retratados no período C e, em seguida, entraram no período D. Os que não responderam ao final do período A continuaram até o período D, e os pacientes cuja doença se manteve controlada durante o período B (sem tratamento) passaram para a fase D. No período D, os participantes receberam adalimumabe sem mascaramento. Os pacientes randomizados inicialmente para MTX ou adalimumabe 0,8 mg/kg receberam 0,8 mg/kg, e os randomizados inicialmente para 0,4 mg/kg receberam uma dose maior de adalimumabe (0,8 mg/kg) durante a fase aberta. Na semana 16, 50,0% dos pacientes estravam recebendo adalimumabe 0,4 mg e 61,1% 0,8 mg e 86% dos pacientes que receberam MTX atingiram PASI 75. A PASI 90 foi obtida por 38%, 39% e 60% dos respectivos grupos de tratamento. Após 52 semanas, todos os 3 braços apresentavam taxas semelhantes de resposta PASI 90. As incidências de eventos adversos sérios foram 4,0%, 9,8% e 3,2% nos grupos adalimumabe 0,4 mg/kg, adalimumabe 0,8 mg/kg e MTX, respectivamente. Nenhuma infecção grave ou doença maligna foi observada com nenhum dos tratamentos. Na discussão subsequente, destacou-se que, em crianças com psoríase, é preciso usar os agentes biológicos cuja segurança e eficácia foi mais bem estudada. Também é preciso usar doses mais elevadas, pois muitos desses pacientes vêm sendo subtratados e porque agora sabemos que esses medicamentos são seguros em pacientes mais jovens.

Seguindo uma linha semelhante, o Prof. Richard Langley (Universidade Dalhousie, Canadá) apresentou resultados

de um estudo de extensão aberto cujo período de acompanhamento foi o maior até agora. O estudo foi um ensaio de extensão aberta publicado em 2008, que informou a segurança e a eficácia após cinco anos de tratamento com etanercepte em crianças e adolescentes com psoríase.⁶ A extensão do estudo incluiu pacientes que concluíram o estudo principal ou que não concluíram o estudo principal mas obtiveram resposta PASI 50 sem sofrer nenhum EA. Os critérios de avaliação do estudo foram a incidência de EA e EAs sérios, incluindo infecções.

Os critérios de eficácia incluíram taxas de respostas PASI 75 e PASI 90 a partir do início do estudo e a classificação PGA (0 ou 1) durante as 264 semanas do estudo de extensão. Dos 211 pacientes incluídos no estudo inicial, apenas 69 completaram o estudo de extensão, sendo que 113 deles deixaram o estudo (5 por EAs, 7 por progressão da doença e 100 por falta de consentimento ou outras causas não relacionadas aos EAs ou problemas relacionados a medicamentos. No estudo original, 60% dos pacientes atingiram PASI 75 e 33% atingiram PASI 90; entre os pacientes que permaneceram no estudo, a eficácia se manteve e nenhum outro sinal de segurança foi observado.

A discussão plenária realizada em seguida salientou mais uma vez que crianças com psoríase moderada a grave não vêm recebendo tratamento suficiente, pois observou-se recentemente que o etanercepte também parece ser seguro e eficaz em pacientes jovens. Foi mencionado também que muitos pais de crianças com psoríase se preocupam excessivamente com a segurança, o que reforça ainda mais a necessidade de estudos sobre a segurança e eficácia de longo prazo dos agentes biológicos. O Prof. Diamant Thaçi (Universitätsklinikum Schleswig- Holstein, Alemanha) apresentou dados não publicados que contribuíram ainda mais para as discussões sobre segurança a longo prazo (52 semanas) dos agentes biológicos em crianças com psoríase. O estudo avaliou a segurança e a eficácia do tratamento com adalimumabe em pacientes pediátricos (PASI 17 a 20, n = 77) que não haviam atingido PASI 75 após 16 semanas de tratamento com MTX. Os não-respondedores passaram de MTX para adalimumabe 0,8 mg/kg por 52

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Novas evidências indicam que os agentes biológicos são eficazes e seguros para uso prolongado em crianças e adolescentes com psoríase.

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semanas. Respostas PASI 75 foram obtidas em 80% e PASI 90 em 58%, e o efeito se manteve por 52 semanas sem nenhum problema de segurança.

Em resumo, novas evidências indicam que os agentes biológicos são eficazes e seguros para uso prolongado em crianças e adolescentes com psoríase. Diante desses novos e interessantes resultados, as diretrizes talvez sejam atualizadas em breve para incluir o uso de agentes biológicos em crianças com psoríase moderada a grave que sofreram eventos adversos ou não responderam ao tratamento com MTX e fototerapia.

Comorbidades associadas à psoríaseAs comorbidades associadas à psoríase continuam sendo uma área de intensa pesquisa e foram um dos vários temas apresentados no congresso da EADV. Estudos epidemiológicos demonstraram que a psoríase está associada com excesso de peso, e que o aumento da adiposidade e o ganho de peso são fatores de risco para a incidência de psoríase.7-13 A ligação entre psoríase e obesidade pode ser explicada parcialmente pela inflamação sistêmica de baixo grau encontrada em ambas essas situações. Além disso, em teoria, os mecanismos inflamatórios induzidos pela obesidade podem exacerbar as lesões psoriásicas em indivíduos com excesso de peso.14-16 Foi bem estabelecido que a psoríase está associada com aumento da prevalência de fatores de risco cardiovascular tradicionais como diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, tabagismo, obesidade e consumo excessivo de álcool.8,9,17-20

Existem também cada vez mais evidências, incluindo dados do registro nacional dinamarquês, que a psoríase pode ser um fator de risco independente para doença cardiovascular aterosclerótica como infarto do miocárdio, acidente vascular e mortalidade cardiovascular, sobretudo em adultos jovens com psoríase grave.21-23 Assim como a psoríase, a aterosclerose é caracterizada por inflamação promovida por células Th1, tanto sistêmica como nas paredes arteriais e em placas ateroscleróticas.14,24-25 Portanto, os mecanismos inflamatórios da psoríase e da aterosclerose parecem apresentar um alto nível de sobreposição.

A relação entre psoríase e doença renal é menos bem descrita. Novas evidências indicam que os riscos de incidência de insuficiência renal crônica e de insuficiência renal terminal pode ser maior em pacientes com psoríase. Entretanto, as evidências são conflitantes e baseiam-se apenas em estudos de caso-controle em pequena escala e em estudos populacionais maiores realizados no Reino Unido e em Taiwan.26-31 O Dr. Ching-Chi Chi (Universidade Chang Gung,

Taiwan) apresentou dados de um estudo populacional maior baseado em um registro, que procurou avaliar o risco de incidência de insuficiência renal crônica ou terminal em pacientes com psoríase comparados com indivíduos de controle saudáveis. O estudo incluiu 4.180 pacientes com psoríase leve, 453 com psoríase grave e 922.354 controles saudáveis. Após ajuste para comorbidades concomitantes e tratamento com MTX, a razão de chances para psoríase grave foi de 1,90 (intervalos de confiança de 95% 1,33 a 2,70), e o riso entre indivíduos com psoríase leve foi comparável ao dos controles. Os mecanismos de associação da psoríase com doença renal são desconhecidos. Uma causa possível são lesões inflamatórias em pequenos vasos renais. Durante a discussão subsequente, os participantes concluíram que os profissionais de saúde deve considerar a possibilidade de nefrotoxicidade por MTX e ciclosporina, que são frequentemente usados em psoríase moderada a grave. Baseado nos conhecimentos atuais, os profissionais de saúde talvez devam avaliar a possibilidade de indicar o rastreamento de doença renal incipiente m pacientes com psoríase grave. Entretanto, as evidências de associação com doença renal ainda são escassas e baseadas sobretudo em estudos em registros, que são propensos a diversos vieses de classificação e não incluem variáveis clínico-laboratoriais ou patológicas relevantes.

Outra sessão, conduzida pelos Profs. Wolf-Henning Boehncke (Hospitais Universitários de Genebra, Suíça) e Richard Langley focaram a psoríase e a síndrome metabólica. Durante a sessão, o Prof. Wolf-Henning Boehncke referiu-se a dados que demonstram que a perda ponderal pode contribuir para diminuir a gravidade da psoríase. A importância da perda de peso para o tratamento da psoríase ainda não foi determinada. Teoricamente, pacientes com excesso de peso podem reduzir a inflamação induzida pela obesidade ao perder peso, com efeitos benéficos sobre as lesões psoriásicas.

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A importância da perda de peso para o tratamento da psoríase ainda não foi determinada. Teoricamente, pacientes com excesso de peso podem reduzir a inflamação induzida pela obesidade ao perder peso, com efeitos benéficos sobre as lesões psoriásicas.

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Além disso, a redução ponderal melhora significativamente todos os componentes da síndrome metabólica, incluindo diabetes, hipertensão arterial, e hiperlipidemia. Isso destaca ainda mais a importância da perda ponderal em pacientes obesos com psoríase.

O Prof. Wolf-Henning Boehncke mencionou dados de relatos de caso de pacientes com psoríase e excesso de peso submetidos a cirurgia bariátrica. Os resultados sugerem que a psoríase pode melhorar com a perda de peso,32-37 mas ainda existem poucos estudos randomizados nessa área. Apenas um estudo analisou o efeito da perda ponderal sobre a psoríase usando a gravidade da psoríase como principal critério de avaliação.38 Os resultados mostraram perda de 15 kg em média a mais que entre os controles e uma tendência a reduções clinicamente significativas do escore PASI. Dados derivados do mesmo estudo mostraram efeitos estatisticamente significativos sobre diversos critérios cardiovasculares como pressão arterial, frequência cardíaca em repouso, colesterol total, triglicerídeos, glicose e hemoglobina glicosilada.39

O Dr. Peter Jensen (Universidade de Copenhagen, Dinamarca) apresentou dados não publicados de um estudo de extensão com ano de duração do estudo de perda ponderal mencionado anteriormente.38 Os resultados mostraram que, apesar da recuperação de 5 kg de peso, os efeitos iniciais sobre o escore PASI foram mantidos.

Durante a discussão subsequente, os apresentadores e diretores discutiram a importância da redução ponderam em pacientes obesos com psoríase. O Prof. Ulrich Mrowietz (Universitatsklinikum de Schleswig-Holstein, Campus de Kiel, Alemanha) observou que a órientação sobre perda ponderal já é parte integral do tratamento de pacientes com psoríase e excesso de peso em toda a Alemanha. Também foram discutidos os possíveis feitos benéficos dos anti-inflamatórios sistêmicos sobre o risco cardiovascular, mas as pesquisas disponíveis ainda são poucas.

ConclusãoPesquisas apresentadas no 24º congresso da EADV em 2015 destacaram o quanto os pesquisadores progrediram na compreensão do tratamento e das comorbidades da psoríase. Os avanços poderão criar novas possibilidades para tratar a doença de modo eficaz.

O autor Peter Jensen gostaria de agradecer à Profª. Lone Skov (Gentofte Hospital, Copenhagen, Dinamarca) e à equipe do International Psoriasis Council pela oportunidade de contribuir para a edição e pela ajuda com o artigo. ■

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Congresso Mundial mantém foco em avanços no diagnóstico e tratamento da psoríaseMahir Patel, MD

O Dr. Mahir Patel concluiu recentemente um fellowship em pesquisa com foco em psoríase sob supervisão dos Drs. Alan Menter e Caitriona Ryan no Baylor University Medical Center em Dallas, EUA. Ele também possui bacharelado em química do Austin College de Sherman, Texas, e formou-se em medicina no Southwestern Medical Center do Texas,

em Dallas.

Várias abordagens ao diagnóstico e tratamento da psoríase foram discutidas no 23º Congresso Mundial de Dermatologia, realizando em Vancouver (Colúmbia Britânica, Canadá) em junho de 2015. São resumidas a seguir as principais discussões realizadas a psoríase que ocorreram no congresso.

Psoríase e comorbidadesdislipidemia, hipertensão, diabetes e esteatose hepática com aumento de enzimas hepáticas. Antes de se iniciar tratamento com agentes biológicos, todas essas comorbidades devem ser avaliadas. Os efeitos do tratamento biológico sobre os parâmetros metabólicos ainda não foi bem estabelecido, mas os biológicos parecem ser mais seguros que os tratamentos sistêmicos convencionais, sobretudo a longo prazo. Alguns estudos mostraram melhora da sensibilidade à insulina em pacientes tratados com etanercepte e adalimumabe após 24 semanas. Outros estudo mostraram que o tratamento com TNF-α está associado a ganho de peso estatisticamente significativo, mas o metotrexato e o ustequinumabe não produzem nenhum efeito. O uso de agentes que agem sobre TNF-α mostrou-se capaz de reduzir os biomarcadores cardiovasculares e pode estar associado com diminuição de doenças cardiovasculares em estudos epidemiológicos preliminares; entretanto, são necessários estudos controlados maiores e mais robustos para estabelecer esse efeito. Em geral, são necessários mais estudos para estabelecer melhor o efeito dos agentes biológicos sobre as comorbidades da psoríase. Além do uso de agentes biológicos, intervenções não-farmacológicas, ou ainda adotar outras modalidades como como seguir a dieta mediterrânea e perda ponderal, que melhorar a síndrome metabólica em pacientes com psoríase. Além disso, foi demonstrado que medicamentos para perda de peso (p.ex. TNF-α para IL-12/23) podem ter benefícios farmacoeconômicos.

Associações de agentes biológicos Essa discussão abordou o uso de associações de agentes biológicos em pacientes que não respondem inicialmente ou deixam de responder a esses fármacos. Nesses casos, as opções são intensificar o tratamento aumentando a dose ou a frequência, associando outros tratamentos ou mudando para outras classes. Algumas vantagens dos tratamentos combinados são as respostas sinérgicas, redução das doses de tratamentos individuais (diminuindo a toxicidade) e melhor tolerância e adesão ao tratamento. Entre as desvantagens estão problemas metabólicos e efeitos adversos aditivos. Algumas combinações possíveis são medicamentos tópicos mais agentes biológicos ou sistêmicos, sistêmicos mais biológicos ou combinações de tratamentos convencionais sistêmicos. A associação de metotrexato com agentes biológicos é a única terapia de associação para qual a evidência disponível é de grau I. Ela também é mais eficaz, como foi demonstrado em 16 estudos clínicos.1 A terapia combinada com retinoides possui menos evidências em seu favor e é usada sobretudo em doença pustulosa e palmoplantar. O aumento de eficácia também foi observado com inibidores de TNF-α e IL-12/23 em associação com luz ultravioleta B de banda estreita.2 A ciclosporina não é muito usada em esquemas combinados, e as publicações sobre seu uso incluem apenas 7 estudos não randomizados e relatos de caso em um total de 94 pacientes. Os dados sobre o uso combinado de agentes biológicos são poucos. Esse tipo de combinação foi usado apenas para psoríase recalcitrante e não é recomendado atualmente. O monitoramento ideal para terapia combinada não foi estabelecido, e os médicos que usam essa abordagem devem seguir as mesmas diretrizes que para a monoterapia. Em geral, a monoterapia é preferida, mas cada vez mais evidências suportam a administração de um agente sistêmico a um biológico quando necessário. Novos agentes biológicos altamente seletivos para IL-17 talvez mostrem-se igualmente eficazes quando usados em monoterapia.

Agentes biológicos na gravidezA maioria dos dados sobre o uso de inibidores de TNF-α na gravidez são derivados de estudos em pacientes com artrite reumatoide (AR) e doença de Crohn. Algumas limitações desses estudos são o número pequeno de pacientes e o uso de medicamentos concomitantes. A incidência de síndrome VATER (anomalias ventriculares, atresia anal, defeitos cardíacos, traqueoesofágicos, renais e em extremidades) foi descrita em recém-nascidos de mães que receberam antagonistas de TNF-α,3 mas esses resultados nunca foram

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reproduzidos e são considerados controversos. Em geral, o tratamento anti-TNF-α é considerado seguro durante a gravidez, mas deve ser usado com cautela.

O efeito desses fármacos sobre a imunidade neonatal não é bem compreendido. Em um relatório de caso, um filho de uma paciente de 28 anos com doença de Crohn refratária que tomou infliximabe durante a gravidez morreu de um processo granulomatoso com 4,5 meses de idade após receber a vacina Bacillus Calmette- Guérin (BCG) aos 3 meses de idade. A vacinação com BCG é contraindicada em indivíduos que utilizam drogas imunossupressoras.4 Outro estudo mostrou que o infliximabe não atravessa a placenta antes de 30 semanas, mas passa no terceiro trimestre. Os fetos apresentam níveis detectáveis entre 2 e 7 meses.5 Portanto, recomenda-se adiar as vacinações com vírus vivo em filhos de mulheres que receberam agentes anti-TNF-α durante o terceiro trimestre e aguardar que o bebê atinja 7 meses de idade. O ustequinumabe e o secuquinumabe devem ser evitados em pacientes grávidas ou que pretendam engravidar, pois os dados disponíveis atualmente ainda são limitados.

Agentes biológicos e vacinaçãoAs vacinas vivas contêm patógenos naturais atenuados, são contraindicadas em pacientes que usam agentes biológicos e devem ser tomadas 2 a 4 semanas antes do início dos inibidores de TNF-α. Se as vacinas vivas forem necessárias, deve-se aguardar 1 a 3 meses antes de se administrar um agente biológico. As vacinas inativadas são seguras durante o uso de agentes biológicos, mas a resposta global pode ser comprometida.6

Uso perioperatório de agentes biológicosAlguns estudos analisaram o uso perioperatório de agentes biológicos. A maioria deles envolveu o uso de inibidores de TNF-α em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) e AR.- A maioria dos estudos não revelou aumento estatisticamente significativo do risco de complicações pós-

operatórias em termos de infecção ou retardo de cicatrização de feridas. Entretanto, foi observada uma ligeira tendência de aumento de infecções e retardo de cicatrização pós-operatória. Na literatura reumatológica, a maioria das revisões recomenda interromper os inibidores TNF-α 1 semana antes e 2 a 4 semanas após a cirurgia.

Agentes biológicos e eventos adversos Os eventos adversos mais preocupantes em pacientes que usam agentes biológicos são infecções e malignidade. O risco de infecção é mais evidente, mas o risco de malignidade é menos claro. Dados de 11.466 pacientes tratados com agentes biológicos no registro PSOLAR, que foram acompanhados por ate oito anos, mostraram aumento cumulativo da incidência de infecções graves de 1,45 por 100 pacientes-ano. As infecções graves mais documentadas foram pneumonia e celulite.7 Os dados foram analisados e estratificados por agente biológico, mostram incidência de 0,83, 1,47, 1,97 e 2,49 por 100 pacientes-ano nas coortes ustequinumabe, etanercepte, adalimumabe e infliximabe, respectivamente. Em geral, os pacientes que usam agentes biológicos devem ser cuidadosamente monitorados. O tratamento deve ser interrompido se houver infecção grave ou sepse e nunca deve ser iniciado se houver infecção ativa.

Existe um possível risco de aumento da incidência de linfoma associada a agentes biológicos, e esse risco confunde-se com o risco de linfoma inerente apenas à psoríase. Não se recomenda iniciar um agente biológico em um paciente com linfoma ou história de linfoma. Entretanto, o tratamento de pacientes com história de tumores de órgãos sólidos parece promissor, mas os dados disponíveis ainda são preliminares. Em um estudo de coorte de pacientes com AR e história de câncer de mama realizado em um único país, as pacientes que iniciaram tratamento com inibidores de TNF-α não apresentaram mais recorrência de câncer de mama que as pacientes com AR que receberam outros tratamentos.8

Não se sabe se esses resultados podem ser generalizados. Recomenda-se que os pacientes discutam o uso de agentes biológicos com seus oncologistas, avaliem o impacto geral da psoríase em suas vidas e do risco de permanecer sem tratamento. Atualmente, os pacientes com psoríase que usam agentes biológicos devem ser rastreados precocemente para detectar câncer de pele segundo as diretrizes da American Cancer Society, da mesma forma que a população geral.

Os agentes anti-TNF-α devem ser receitados cautelosamente a pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) estágio III ou IV, e sua utilização deve ser discutida com o cardiologista

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As vacinas vivas contêm patógenos naturais atenuados, são contraindicadas em pacientes que usam agentes biológicos e devem ser tomadas 2 a 4 semanas antes do início dos inibidores de TNF-α.

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do paciente antes do início do tratamento. Segundo a literatura, o risco de piora da ICC em pacientes que usam agentes anti-TNF-α varia, mas parece ser maior em pacientes idosos. Uma história prévia de ICC quadruplica o risco de morte em pacientes que usam agentes biológicos anti-TNF-α em comparação com metotrexato. Uma grande meta-análise recente de estudos randomizados controlados de agentes bioógicos não mostrou nenhum aumento do risco de ICC.9

Psoríase e doença cardiovascular Muitas evidências científicas e clínicas disponíveis hoje indicam que pacientes com psoríase moderada a grave apresentam risco maior de doença cardiovascular (CV). O aumento é observado em todas as idades, mas parece ser mais acentuado em homens mais jovens. Mesmo quando fatores risco CV tradicionais são controlados, ainda existe um risco atribuível de 6,2% de eventos adversos cardíacos graves (EACG) em 10 anos. Isso é mais uma evidência de que a psoríase é um fator de risco independente para doença CV. Em um estudo clínico que comparou os escores de calcificação de artérias coronárias em pacientes com e sem psoríase, os portadores de psoríase apresentaram escores maiores que controles do mesmo sexo idade, nenhum dos quais apresentava doença cardiovascular.10 Talvez o tópico mais discutido relacionado à patogênese da psoríase que mediadores e células pró-inflamatórias são encontradas tanto na psoríase como em placas de aterosclerose (macrófagos, células dendríticas e células TH1, TNF, Treg).11 A inflamação também é encontrada em toda a vasculatura sistêmica em imagens de PET e TC, o que também pode explicar a inflamação CV.12

Portanto, o tratamento correto da doença CV é parte integral do tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Para os dermatologistas, é imprescindível orientar o paciente e outros profissionais de saúde sobre as associações com doença cardiovasculares e outras comorbidades, com ênfase na prevenção e acompanhamento cuidadoso da pressão arterial. A glicemia e os lipídios também devem ser checados anualmente. Além disso, modificações de estilo de vida também devem ser discutidas, incluindo dieta, consumo de álcool e perda de peso. Até agora, não se definiu nenhum papel definitivo do tratamento sistêmico em reduzir o risco cardiovascular, mas estudos clínicos continuam avaliando essa possibilidade. Ainda não foi identificado nenhum biomarcador comprovadamente capaz de monitorar o risco CV; portanto, deve-se procurar doença CV em todos os pacientes com doença moderada a grave.

Psoríase pediátrica

A dermatologista pediátrica Drª. Amy Paller (Universidade Northwestern, Illinois, Estados Unidos) informou que a psoríase afeta 0,4% a 7% dos EUA e frequentemente não é diagnosticada. Apenas 9,4% dos pacientes são diagnosticados antes do encaminhamento. O acometimento facial é mais comum na psoríase pediátrica e é a única manifestação em 4% a 5% dos pacientes. O envolvimento da área das fraldas deve-se ao fenômeno de Koebner secundário a fezes e urina e muitas vezes desaparece quando a criança deixa de usar fraldas.

Não existem dados sobre recorrência subsequente em fases posteriores davida. A prevalência de psoríase gutata é maior (~30%), e ela geralmente ocorre 1 a 3 semanas após infecção estreptocócica. A doença pode se resolver espontaneamente, mas até 40% podem progredir para psoríase em placas.13

Comorbidades em psoríase pediátrica As comorbidades não foram tão bem estudadas em populações pediátricas como entre adultos, mas as implicações são semelhantes. Estudos mostraram que na população pediátrica o efeito psicológico é profundo, com aumento dos riscos de depressão, ansiedade e transtorno bipolar.14 A artrite psoriásica também é observada em pacientes pediátricos, e a maioria dos casos é classificada como artrite idiopática juvenil (AIJ). A doença de Crohn também é mais incidente em pacientes com psoríase, mas o mesmo não ocorre com a colite ulcerativa. Dermatite psoriasiforme induzida por inibidor de TNF-α também é observada em populações pediátricas. As lesões têm predileção pela pele periorificial, do escalpo, dorso das mãos e dos pés e unhas, além da pustulose palmoplantar. Algumas teorias propostas para explicar a patogênese da dermatite induzida por inibidores de TNF-α são aumento da expressão de interferon, polimorfismos homozigotos de IL-23R com menos HLA-CW*602 ou uma infecção predisponente envolvendo, por exemplo, estreptococos ou estafilococos.15 A associação

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Talvez o tema mais discutido da patogênese da psoríase seja o fato de que mediadores e células semelhantes serem encontrados tanto na psoríase como em placas de aterosclerose.

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entre psoríase e doença metabólica foi bem estabelecida na psoríase em populações de adultos, mas cada vez mais evidências indicam que o mesmo ocorre em populações pediátricas. Vários estudos mostraram incidência maior de obesidade em crianças com psoríase.16 Demonstrou-se também que a psoríase pediátrica é mais comum entre crianças obesas, com razão de chances (RC) de 1,31, 1,39 e 1,78 com excesso de peso, obesidade moderada e obesidade extrema.17 Além disso, a gravidade da psoríase também pode contribuir para explicar o risco de obesidade, sendo que o risco de obesidade é maior em pacientes com formas graves da doença.16 Entretanto, o conceito de que a perda de peso pode contribuir para melhorar psoríase ainda é controverso. As incidências de hiperlipidemia, diabetes e concentrações de lipídios também são maiores em populações pediátricas.18,17 As recomendações atuais de acompanhamento e tratamento de pacientes pediátricos com psoríase incluem registro do IMC e da circunferência da cintura, monitoramento laboratorial dos lipídios e glicemia de jejum e recomendar um estilo de vida saudáveis para crianças com psoríase e excesso de peso.

Medicamentos sob investigaçãoOutra discussão focou nos dados do estudo UNCOVER 1, que avaliou a eficácia do ixequizumabe como manutenção após 60 semanas. Pacientes tratados com Ixequizumabe que obtiveram sPGA (0,1) ou PASI 75 na semana 12 que foram tratados posteriormente com a droga a intervalos de 4 ou 12 semanas mantiveram respostas PASI 75 de 86,2% e 87,9% na semana 60, respectivamente.19 Também foram apresentados dados sobre pensamentos e comportamentos suicidas. Em mais de 6.000 pacientes-ano de exposição ao ixequizumabe, não houve nenhum suicídio até agora. Além disso, a incidência de pensamentos e comportamentos relacionados ao suicídio de todos os pacientes do estudo clínico é compatível compatíveis com os resultados descritos em um estudo de coorte que acompanhou uma população de pacientes com psoríase.20

A segurança, a eficácia e a evolução clínica descrita pelo paciente em até 52 semanas de tratamento com tofacitinibe, um inibidor oral de Janus quinase, para psoríase crônica em placas, também foram apresentadas.

Dois grupos de pacientes foram randomizados para duas doses diárias de 5 mg ou 10 mg. Após 52 semanas, ambos os grupos de tratamento apresentaram perfis de segurança semelhantes. Os eventos adversos mais comuns descritos foram nasofaringite, infecção do trato respiratóri0o alto e aumento de creatina fosfoquinase no sangue. Entretanto, não se observou nenhuma alteração clinicamente significativa

nos parâmetros laboratoriais, incluindo contagem de neutrófilos, creatina fosfoquinase e LDL. A manutenção da resposta também foi demonstrada, com PASI 75 de 59% e 43% na semana 16, contra 52% e 40% nos grupos que receberam tofacitinibe 5 mg ou 10-mg-duas vezes por dia, respectivamente, na semana 52. Os pacientes que receberam placebo inicialmente foram tratados com tofacitinibe na semana 28, e os não-respondedores (PASI <75) foram retirados do estudo.21

Os resultados de fase 3 dos estudos ESTEEM 1 e 2 do apremilaste mostraram taxas modestas de PASI 75 de 33,1% e 28,8%, respectivamente, em pacientes que receberam apremilaste 30 mg 2x/dia. Os dados de segurança mostraram maior incidência de diarreia, náusea e cefaleia. Esses eventos foram frequentes, mas nenhum caso foi caracterizado como evento adverso sério nem levou à interrupção do tratamento. Além disso, os dados de segurança de dois anos oferecem fortes evidências de que o medicamento é bem tolerado, e os relatos de feitos colaterais são raros. Os estudos ESTEEM 2 também apresentaram resultados estatisticamente significativos para apremilaste em doença palmoplantar, com PGA de 0 ou 1 em 65,4% dos pacientes.22,23

SecuquinumabeOs resultados de dois estudos de fase 3 que avaliaram o secuquinumabe, um inibidor de interleucina 17A, também foram discutidos. Nos estudos ERASURE (Efficacy of Response and Safety of Two Fixed Secukinumab Regimens in Psoriasis) e FIXTURE (Full Year Investigative Examination of Secukinumab vs Etanercept Using Two Dosing Regimens to Determine Efficacy in Psoriasis), os pacientes foram randomizados para tratamento com 150 ou 300 mg de secuquinumabe. No grupo que recebeu 300 mg, as respostas PASI 75 foram mais comuns que no grupo tratado com 150-em mais de 10% em ambos os estudos. A resposta PASI máxima foi observada na semana 16 no grupo de dose de 300-mg.

O PASI 75 foi atingido em 86,1% e 86,7% dos pacientes nos estudos ERASURE e FIXTURE, respectivamente. A eficácia também se manteve, com escores PASI 75 semelhantes nas semanas 12 e 52. 74,3% e 78,6%, respectivamente. Além disso, dados coletivos de ambos os estudos demonstraram que a dose de 300 mg age precocemente, reduzindo o PASI médio em 50% na semana 3. Além disso, a dose de 300 mg mostrou-se mais eficaz nos dois grupos de peso corporal: <90 kg e >90 kg. O tratamento de comparação consistiu em início do tratamento conforme necessário após recorrência e mostrou-se ineficaz.

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Pacientes tratados a intervalos fixos apresentaram resposta de IgA e PASI melhores que aqueles tratados “conforme necessário”, tanto no grupo de 150 mg como no de 300 mg. Houve alguns raros relatos de eventos adversos, especialmente infecções por cândida, a maioria das quais foi de gravidade leve ou moderada.24 Esse achado é esperado, pois erros inatos da imunidade anti-IL-17 se manifestam como candidíase mucocutânea crônica.25

BrodalumabeVários estudos fundamentais de medicamentos experimentais nos estágios finais de desenvolvimento clínico foram discutidos, incluindo os resultados de uma extensão aberta de um estudo de fase 2 do brodalumabe, um inibidor de IL-17R. Esses resultados foram apresentados logo depois de a Amgen anunciar o encerramento de sua parceria com a AstraZeneca para desenvolvimento do brodalumabe devido a “eventos de ideação e comportamento suicida no programa brodalumabe”. Desde então, a AstraZeneca e a Valeant Pharmaceuticals International Inc. concordaram em continuar desenvolvendo o medicamento. Segundo os resultados apresentados no Congresso Mundial, na semana 144 os resultados mostraram que 181 pacientes com psoríase em placas apresentaram respostas prolongadas. Durante a fase de extensão do estudo, os pacientes receberam 210 mg a cada 2 semanas, exceto aqueles com 100 kg ou mais, que receberam 140 mg a cada 2 semanas e nos quais era permitido aumentar a dose para 210 mg se a resposta fosse inadequada. Uma resposta PASI 100 foi descrita em 62,9% dos pacientes na semana 12, 61,8% na semana 48 e 51,4% na semana 144. Também na semana 144, respostas PASI 75 foram observadas em 85,4% dos pacientes, PASI 90 em 73,6% e PASI 100 em 51,4%, comparado com 95,4%, 85,1% e 62,9% na semana 12, respectivamente. Os eventos adversos mais frequentes foram nasofaringite, infecção do trato respiratório alto e cefaleia durante a fase de indução, que durou 12 semanas. No momento em que os resultados foram liberados, nenhum evento fatal havia sido descrito.26

BI 655066O BI 655066 é um anticorpo monoclonal humano anti-IgG1 específico para IL-23p19, que foi investigado em um estudo randomizado de fase 1, duplo-cego, de dose única crescente e controlado por placebo realizado como parte de um estudo de coorte de dose. Trinta e nove pacientes receberam uma dose única do medicamento por via subcutânea ou intravenosa. As primeiras seis coortes de pacientes foram alocadas aleatoriamente para tratamento com 0,01, 0,05, 0,25, 1, 3 ou

5 mg/kg IV; a 7ª coorte foi randomizada para receber 0,25 mg/kg ou 1 mg/kg por via subcutânea. Na semana 12, observaram-se respostas PASI 75, 90 e 100 em 87%, 58% e 16% dos pacientes, respectivamente, com qualquer dose. Os eventos adversos foram semelhantes em todos os grupos de tratamento, incluindo o grupo placebo. Quatro eventos adversos sérios foram observados, mas nenhum deles foi classificado como relacionado com o tratamento.27

Patogênese e IL-36As lesões psoriásicas de pele mostram aumento da expressão do cluster gênico IL-17/TNF, mas a maioria deles é inespecífico e encontrado também em outras doenças cutâneas inflamatórias como eczema e líquen plano, que apresentam sobreposição de genes e vias inflamatórias. Na comparação da psoríase com outras doenças de pele, o IL-36 é o gene expresso de forma mais destacada na psoríase em comparação com outras doenças de pele. O IL-36 apresenta expressão gênica mais elevada, é mais visível à histoquímica e seus níveis séricos são maiores na psoríase. Portanto, o IL-36 poderá se tornar um importante biomarcador para psoríase, tanto para diagnóstico como para monitoramento da doença. Outra possibilidade é investigá-lo como alvo terapêutico.28 ■

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12. Mehta NN, Yu Y, Saboury B, et al. Systemic and vascular inflammation in patients with moderate to severe psoriasis as measured by [18F]-fluorodeoxyglucose positron emission tomography-computed tomography (FDG-PET/CT): a pilot study. Arch Dermatol. 2011 Sep;147(9):1031-9. doi:10.1001/archdermatol.2011.119. Epub 2011 May 16.

13. Naldi L, Peli L, Parazzini F, Carrel CF, Psoriasis Study Group of the Italian Group for Epidemiological Research in Dermatology. Family history of psoriasis, stressful life events, and recent infectious disease are risk factors for a first episode of acute guttate psoriasis: results of a case-control study. J Am Acad Dermatol. 2001 Mar;44(3):433-8.

14. Kimball AB, Wu EQ, Guérin A, Yu AP, Tsaneva M, Gupta SR, Bao Y, Mulani PM. Risks of developing psychiatric disorders in pediatric patients with psoriasis. J Am Acad Dermatol. 2012 Oct;67(4):651-7.e1-2. doi: 10.1016/j.jaad.2011.11.948. Epub 2012 Jan 13.

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21. Papp K, Krueger J, Feldman, et al. Efficacy, safety, and patient-reported outcomes up to 52 weeks with tofacitinib, an oral Janus kinase inhibitor for the treatment of chronic plaque psoriasis: results from two randomized, Phase 3 trials. World Congress, oral presentation FC04-08; June 9, 2015.

22. Papp K, Reich K, Leonardi CL, et al. Apremilast, an oral phosphodiesterase 4 (PDE4) inhibitor, in patients with moderate to severe plaque psoriasis: Results of a phase III, randomized, controlled trial (Efficacy and Safety Trial Evaluating the Effects of Apremilast in Psoriasis [ESTEEM] 1). J Am Acad Dermatol. 2015 Jul;73(1):37-49. doi: 10.1016/j.jaad.2015.03.049. PubMed PMID: 26089047.

23. Paul C, Cather J, Gooderham M, et al. Efficacy and safety of apremilast, an oral phosphodiesterase 4 inhibitor, in patients with moderate to severe plaque psoriasis over 52 weeks: a phase III, randomized, controlled trial (ESTEEM 2). Br J Dermatol. 2015 Sep 10. doi: 10.1111/bjd.14164. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 26357944.

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28. D’Erme AM, Wilsmann-Theis D, Wagenpfeil J, et al. IL-36γ (IL-1F9) is a biomarker for psoriasis skin lesions. J Invest Dermatol 135: 1025-1032; advance online publication, January 22, 2015; doi:10.1038/jid.2014.532.

RELATÓRIO DO 23º CONGRESSO MUNDIAL DE DERMATOLOGIA

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Conselho diretor do IPC nomeia Christy Langan como nova CEOChristy Langan, que já exerceu vários cargos no IPC desde 2009, inclusive CEO interina na segunda metade de 2015, foi nomeada CEO pelo conselho diretor do IPC.

Christy Langan também foi chief operating officer do IPC nos últimos dois anos e possui mais de 20 anos de experiência em administração de entidades filantrópicas, inclusive cargos de liderança com duas organizações de destaque nos EUA: a National Psoriasis Foundation e a Points of Light Foundation. Também foi diretora executiva da Volunteer San Diego.

Na National Psoriasis Foundation, Christy Langan trabalhou em vários cargos, incluindo diretora sênior de educação e divulgação, onde foi responsável por desenvolver e gerenciar programas educativos para pacientes e profissionais de saúde, e diretora de relações corporativas, onde promoveu suporte à organização e desenvolveu parcerias com a indústria farmacêutica pra desenvolver programas de divulgação e conscientização.

“Christy traz ao IPC diversas habilidades, espírito empreendedor e paixão por melhorar as vidas das pessoas que convivem com a psoríase”, disse o Prof. Chris Griffiths, presidente do conselho do IPC. “Sua capacitação e anos de experiência no IPC são ativos valiosos, que ajudarão a promover a visão do IPC e melhorarão o conhecimento científico sobre a psoríase, ajudando a cuidar melhor dos pacientes no mundo inteiro.” ■

ACESSO AO TRATAMENTO

IPC decepcionado com decisão do Medicare/Medicaid sobre reembolsos de biossimilaresMembros do Grupo de Trabalho em Biossimilares do IPC expressaram preocupação com os regulamentos finais emitidos pelo Center for Medicare and Medicaid Services (CMS) dos EUA sobre a tabela de reembolso para medicamentos biossimilares.

Os biossimilares são bastante semelhantes a drogas já existentes (de referência). As diferenças entre os compostos são poucos, e eles devem produzir resultados clínicos semelhantes. Foram desenvolvidos agentes biossimilares para várias doenças, incluindo a psoríase, e

esses medicamentos estão começando a ser introduzidos no mercado. Em comentários enviados à CMS antes da regulamentação final emitida em 30 de outubro, o Grupo de Trabalho de Biossimilares e 80 outros grupos médicos e de outros interessados manifestaram-se preocupados com o plano da agência de colocar todos os produtos biossimilares de um mesmo produto de referência sob um mesmo código.

Os participantes pediram ao CMS que reembolsasse os biossimilares como produtos separados, que deveriam receber códigos separados para garantir o monitoramento preciso de cada droga. Entretanto, o CMS recusou-se a mudar a regra de reembolso, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2016.

“Estamos decepcionados porque o CMS elaborou a tabela de reembolsos sem incluir alterações que consideramos necessárias para garantir uma farmacovigilância precisa de cada biossimilar e para garantir o desenvolvimento competitivo de biossimilares seguros e eficazes”, disse o Conselheiro do IPC Andrew Blauvelt, MD, diretor do grupo de trabalho. “Continuaremos acompanhando o assunto junto ao CMS e examinaremos outros temas relevantes, como a extrapolação e e a equivalência em todos os aspectos do desenvolvimento dos biossimilares na prática clínica”. ■

TRATAMENTO DE PACIENTES

Registro pediátrico prospectivoEm uma reunião realizada durante um dia em Londres, o IPC deu os primeiros passos para criar um registro global de psoríase pediátrica. O evento incluiu uma revisão dos três registros de psoríase existentes: o Retrospective Pediatric Psoriasis Registry, do IPC; o Biologic Interventions da Sociedade Britânica de Dermatologistas e o registro Pso-BEST, da Alemanha.

As informações e lições aprendidas com esses registros serão usadas para orientar o desenvolvimento do Registro Global de Psoríase Pediátrica (Global Pediatric Psoriasis Registry) do IPC. Participaram do comitê os conselheiros do IPC Amy Paller e Bruce Strober (ambos dos EUA) e Marieke Seyger, dos Países Baixos. ■

Elas voltaram! Mesas-redondas Hot Topics do IPCDesde 2005, o IPC realiza ocasionalmente mesas-redondas “Hot Topic Roundtable”, que proporcionam excelentes oportunidades para troca de ideias entre conselheiros e parceiros do IPC sobre temas essenciais para o avanço das

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pesquisas, educação e tratamento da psoríase. Alguns tópicos já discutidos forma fenótipos, obesidade em pacientes com psoríase, comorbidades da doença e drogas biossimilares. As discussões incluem debate de soluções a problemas e dos principais assuntos, tanto globais como relativos a países específicos. Os eventos de mesa-redonda são facilitados para incentivar a troca de informações entre os participantes e, ao final do evento, criar uma declaração de posição ou propor uma solução para um determinado problema. O IPC patrocinou duas mesas-redondas no mês de outubro:

• Conselheiros do IPC da América Latina e de outras regiões se reuniram antes do congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV) realizado em Copenhagen, na Dinamarca, para uma sessão “Hot Topics” intitulada Biossimilares na América Latina. Na reunião, que continuou o foco do IPC no papel dos biossimilares no tratamento da psoríase no mundo inteiro, representantes de fabricante de agentes biológicos, tanto originais como similares, discutiram suas perspectivas quanto à ciência, processos de fabricação, desenvolvimento de ensaios clínicos e estratégias para ingresso no mercado. Esses tópicos levaram a uma discussão dos benefícios desafios da introdução de biossimilares no mercado de psoríase na América Latina. A reunião culminou com a formação de um novo grupo de trabalho do IPC, que terá esse tema como foco, assim como vários simpósios educativos que serão apresentados em eventos regionais de dermatologia durante o ano de 2016. Um manuscrito sobre o assunto está sendo elaborado.

• O IPC continua trabalhando para desenvolver conhecimento s e melhorar o tratamento de pacientes com psoríase. Seu principal foco é definir e balizar expectativas para a saúde geral de pacientes com psoríase. No final de outubro, o IPC organizou a Mesa-Redonda Hot Topics, intitulada “Definindo Expectativas para os Resultados do Tratamento: Foco na Saúde Geral de Pacientes com Psoríase.” Os tópicos abordados incluíram o tratamento eficaz para manter a saúde geral, incluindo questões psicossociais, comorbidades, como melhorar a adesão ao tratamento e obter os melhores resultados possíveis. Vinte conselheiros do IPC compareceram à discussão. O evento foi dirigido pelos membros do IPC Craig Leonardi e Bruce Strober. Um manuscrito também está sendo elaborado. ■

PESQUISA

Simpósio do IPC foca a epidemiologia da psoríaseEspecialistas em psoríase do Reino Unido, Alemanha, Itália e Países Baixos lideraram discussões sobre a epidemiologia da psoríase durante um simpósio patrocinado pelo IPC e realizado n0 45º congresso anual da Sociedade Europeia de Pesquisa Dermatológica (ESDR) em setembro em Roterdã, nos Países Baixos. O simpósio “Epidemiologia da Psoríase: Criando um Atlas Global de Psoríase” abordou temas como a relação temporal da epidemiologia da psoríase no Reino Unido, com foco em estudos populacionais que empregaram o Clinical Practice Research Datalink; o uso de dados de várias fontes para caracterizar a epidemiologia da psoríase, lições aprendidas em estudos da epidemiologia da dermatite

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Os Conselheiros do IPC César Gonzalez (Colômbia), Nancy Podoswa (México), Claudia de la Cruz (Chile) e a especialistalocal Gladys Leon Dorantes (México) participaram da Mesa-Redonda IPC Hot Topics em Copenhagen.

Simpósio do IPC em setembro sobre a epidemiologia da psoríase, com (atrás, da esquerda para direita) Conselheiro do IPC Luigi Naldi, Presidente do IPC Chris Griffiths, Carsten Flohr e Darren Ashcroft; na frente, Conselheiro do IPC Matthias Augustin (à esquerda) e Tamar Nijsten.

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atópica, insights sobre a epidemiologia clínica da psoríase obtidos de dados de registros e a associação entre psoríase e doença cardiovascular.

Chris Griffiths (Manchester, Reino Unido), presidente da diretoria IPC, liderou uma discussão sobre o Atlas Global de Psoríase, um programa de pesquisa internacional que visa a definir o impacto total da psoríase. O Atlas é uma iniciativa conjunta do IPC, da Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS) e da Federação Internacional de Associações de Psoríase (IFPA). Os palestrantes dessa seção foram o Prof. Darren Ashcroft (Manchester, Reino Unido), Prof. Matthias Augustin (Hamburgo, Alemanha), Dr. Carsten Flohr (Londres, Reino Unido), Prof. Luigi Naldi (Bérgamo, Itália) e Prof. Dr. Tamar Nijsten (Roterdã, Países Baixos). O projeto Atlas Global da Psoríase começará a ser desenvolvido em 2016. ■

British Journal of Dermatology publica dois artigos do IPCDois artigos enviados no International Psoriasis Council foram publicados online pelo British Journal of Dermatology e aparecerão em edições impressas da revista.

O primeiro artigo, intitulado “Prioritizing the global research agenda in psoriasis: An International Psoriasis Council Delphi consensus exercise”, apresenta os resultados de uma pesquisa do IPC que identificou as 21 maiores prioridades para pesquisas futuras sobre a psoríase. O IPC lançou a pesquisa porque existem lacunas no entendimento da doença, explicou o autor principal Dr. Bruce Strober, diretor do departamento de dermatologia da Universidade de Connecticut e membro da diretoria do IPC. “A lista dará a instituições e indivíduos um visão melhor das necessidades mais prementes e importantes para pesquisa em psoríase”.

Para essa pesquisa, o IPC usou o método Delphi, uma técnica que emprega uma série de discussões realizadas anonimamente por escrito para colher dados de um painel de especialistas e, eventualmente, chegar a um consenso. O IPC consultou especialistas em psoríase do mundo inteiro que são membros do conselho. Após várias votações on-line, os participantes chegaram a um consenso sobre 21 prioridades. As prioridades, cada uma acompanhada de um abstract, são resumidas em www.psoriasiscouncil.org/Delphi2014.

O segundo artigo, intitulado “Biosimilars for psoriasis: pre-clinical analytical assessment to determine similarity,”

explora a ciência por trás do desenvolvimento pré-clínico dos biossimilares. Nesse artigo, os conselheiros do IPC discutem esse avanço e oferecem sugestões sobre como produzir biossimilares de alta qualidade de modo padronizado.

Embora a Food and Drug Administration ainda não tenha aprovado nenhum biossimilar para psoríase, a agência definiu uma via de aprovação para o medicamento. Na Coreia do Sul, a empresa farmacêutica Celltrion solicitou ao FDA a aprovação do Remsima, uma versão biossimilar do medicamento antipsoriásico infliximab (Remicade). A decisão deverá ser emitida em breve. O Celltrion já foi aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e é comercializado na Europa.

Ambos os artigos estão disponíveis no The British Journal of Dermatology através da Wiley Online Library. O artigo sobre as prioridades em pesquisa do IPC estão disponíveis em bit. ly/DelphiPaper, e artigo sobre biossimilares está em bitly.com/ IPCbiosimilars. ■

EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Programa Encontro com Especialistas Manchester, Reino UnidoEm julho, o IPC patrocinou um Encontro com Especialistas como parte de sua participação na 95ª reunião da British Association of Dermatologists. Alguns temas discutidos foram “O impacto das comorbidades hepáticas no tratamento da psoríase”, “Uma criança com artrite psoriásica e psoríase”, “psoríase grave e malignidade

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O Encontro com Especialistas em Manchester contou com excelente participação do público. Entre os palestrantes, estavam (esq. p/dir.) Ruth Murphy, Elise Kleyn, Jonathan Barker, Brian Kirby e Chris Griffiths.

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concomitante” e “um caso difícil de Manchester envolvendo o eixo cerebrocutâneo”. O moderador das discussões foi Chris Griffiths, presidente do conselho do IPC. O painel contou com Jonathan Barker (St John’s Institute of Dermatology do King’s College de Londres), Ruth Murphy (Hospital da Universidade de Nottingham), Brian Kirby (Hospital da Universidade St. Vincent’s de Dublin, Irlanda) e Elise Kleyn (Universidade de Manchester).

Copenhagen, Dinamarca Lars Iversen (Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca) conduziu o programa Encontro com Especialistas durante o 24º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia. Foram discutidas as relações entre psoríase e complicações renais, comorbidades renais, melanoma maligno e agentes biológicos. O painel contou com os Conselheiros do IPC Claus Zachariae (Hospital Gentofte, Copenhagen, Dinamarca), Lluís Puig (Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Barcelona, Espanha) e Charles Lynde (Universidade de Toronto, Markham, Canadá). ■

Profissionais de saúde aprendem novas estratégias terapêuticas em workshop patrocinado pelo IPCAs estratégias para motivar pacientes com psoríase a adotar comportamentos que melhorem sua saúde foram o foco de uma oficina de treinamento patrocinada pelo IPC durante a Conferência Mundial de Artrite e Artrite Psoriásica, realizada em julho em Estocolmo, na Suécia.

O Workshop de Treinamento Pso Well foi realizado em parceria com o IMPACT Psoriasis, um programa de pesquisa da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Os profissionais de saúde participantes do workshop puseram em práticas habilidades e estratégias de comunicação. Após discutir a psoríase, as comorbidades e os comportamentos associados a elas, o grupo aprendeu a usar a técnica da entrevista motivacional, uma abordagem focada no paciente e baseada em evidências que visa a ajudar as pessoas a realizar mudanças positivas em seus comportamentos relacionados à saúde. Os participantes foram incentivados a incorporar essas habilidades em sua clínica de pacientes com psoríase. A oficina foi realizada pela Conselheira do IPC Christine Bundy e Anna Chisholm, duas especialistas em medicina comportamental da Universidade de Manchester. A Federação Internacional de Associações de Psoríase (IFPA) realiza sua conferência mundial a cada três anos em Estocolmo. O evento conta com a participação de dermatologistas e reumatologistas do mundo inteiro e tem como tema o esclarecimento de diversos aspectos científicos da psoríase. Para saber mais sobre o IMPACT Psoriasis, acesse http://www.impactpsoriasis.org.uk. ■

Especialistas em psoríase se reúnem no IrãMais de 60 dermatologistas iranianos participaram do Primeiro Seminário Nacional sobre Psoríase em Rasht, no dia 5 de novembro. O evento foi organizado pelo Dr. Omid Zagari, conselheiro do IPC, e pelo dermatologista Dr. Narges Alizadeh, ambos de Rasht. Os palestrantes eram especialistas em psoríase das universidades de ciências médicas de Shahid Beheshti e Guilan. Os eventos focaram diversos aspectos da psoríase, como o fenótipo, doenças que simulam a psoríase, artrite psoriásica e novos tratamentos. ■

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Da esquerda para direita: Conselheiros do IPC Charles Lynde, Claus Zachariae e Lars Iversen comparecem ao Encontro com Especialistas em Copenhagen.

O novo conselheiro do IPC Dr. Omid Zargari (segundo da esquerda) e seu colega iraniano compareceram ao primeiro seminário nacional sobre psoríase em Rasht, no Irã.

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NUEVOS CONSEJEROS DEL IPCWei-Sheng Chong, MBBS, MMed, MRCP, FAMS, FRCP CingapuraO Dr. Wei-Sheng Chong é dermatologista e diretor da unidade de fotodermatologia do National Skin Centre de Cingapura e também da unidade de dermatologia do departamento de clínica geral do hospital de Khoo Teck Puat. Ele

obteve bacharelado em medicina e cirurgia pela Universidade Nacional de Cingapura em 1997 e lecionou na Escola de Medicina Yong Loo Lin da mesma universidade, na escola Duke NUS de pós-graduação em medicina e no Programa de Residência em Medicina de Família do National Healthcare Group, também em Cingapura.

Além desses cargos, o Dr. Wei Cheng Chong é consultor médico da Associação de Psoríase de Cingapura, fellow da Academia Asiática de Dermatologia e Venereologia e membro do corpo docente da F1000Prime, cujos membros classificam e explicam os principais artigos em ciências biomédicas. Ele também é um palestrante reconhecido internacionalmente, escreveu capítulos de livros, compilou um manual sobre doenças de pele comuns e publicou mais de 70 artigos em revistas científicas de Cingapura e do resto do mundo. Além de vários outros prêmios, ele recebeu o Prêmio Excelência em Ação do National Healthcare Group. Seus interesses de pesquisa são a fotdermatologia e a psoríase.

Kristina Callis Duffin, MD, MSSalt Lake City, Utah, Estados UnidosA Drª. Kristina Duffin possui títulos de especialista em dermatologia e medicina interna e leciona como professora adjunta da Universidade de Utah, em Salt Lake City. Ela é codiretora da Utah Psoriasis Initiative, um projeto de pesquisa que procura correlacionar as

características fenotípicas e genotípicas da psoríase. Seu principal foco é o tratamento da psoríase empregando todas as abordagens disponíveis. Ela já participou como pesquisadora responsável ou adjunta de mais de 40 ensaios clínicos, a maioria deles de agentes para tratamento da psoríase. A Drª. Kristina Duffin é uma palestrante renomada no mundo inteiro e pertence a vários comitês da National

Psoriasis Foundation dos EUA, incluindo os de consultoria médica e editorial. De 2011 a 2013, ela recebeu a bolsa “Translational Comparative Effectiveness Research Scholars”. A Drª. Kristina Duffin é autora ou coautora de vários artigos científicos e capítulos de livros sobre psoríase e artrite psoriática. Ela também foi presidente da Intermountain Dermatology Society.

Andrew Johnston, PhDAnn Arbor, Michigan, Estados Unidos O Dr. Andrew Johnston é professor adjunto e pesquisador do departamento de dermatologia da Universidade de Michigan. Seu principal interesse é a identificação de vias imunológicas envolvidas na patogênese da psoríase. Ele obteve seu doutorado na Medical

Research Institute da Universidade de Warwick (Coventry, Inglaterra) e pós-doutorado em imunologia da psoríase com o Prof. Helgi Valdimarsson no departamento de imunologia do Hospital Universitário Nacional (Reykjavík, Islândia). Além disso, ele também realizou pós-doutorado em biologia de queratinócitos sob a orientação do Dr. James T. Elder da Universidade de Michigan. Atualmente, suas pesquisas vêm tentando caracterizar a contribuição dos membros das famílias das IL-1, IL-17 e IL-36 para a ativação e infiltração de células imunes, que são observações características e um fator necessário para o desenvolvimento de lesões psoriásicas de pele. O Dr. Andrew Johnston também vem examinando o papel das bactérias que colonizam as amídalas e a pele (microbioma) em desencadear e manter lesões psoriásicas de pele.

Ángela Londoño, MDMedellín, ColômbiaA Drª. Angela Londoño é professora do CES da Universidade de Medellín e especializada em dermatologia clínica e cirúrgica. Ela concluiu o programa de dermatologia da Pontifica Universidade Bolivariana em 2004 e concluiu O mestrado em epidemiologia na Universidade

CES em 2009. Ela é co-coordenadora do Grupo Colombiano de Psaoríase e Artrite Psoriásica (ColPsor), um grupo de dermatologistas e reumatologistas interessados em promover o conhecimento sobre a psoríase e melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem dessas doenças. O grupo

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é apoiado pela Associação Colombiana de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica (Asocolderma). Como membro fundador da Sociedade Latinoamericana de Psoríase (SOLAPSO), a Drª. Angela Londoño também foi editora das diretrizes baseadas em evidências para tratamento da psoríase na Colômbia em 2012. Ela participou de vários estudos clínicos em psoríase e publicou vários artigos em revistas da Colômbia e do resto do mundo.

Akimichi Morita, MD, PhDNagóia, JapãoO Dr. Akimichi Morita é professor e diretor do departamento de dermatologia geriátrica e ambiental da Nagoya City University Graduate School of Medical Sciences, cargo que exerce desde 2003. Formado pela Universidade da Cidade de Nagóia, o Dr. Akimichi Morita se graduou em

medicina em 1989 e concluiu seu PhD em imunologia básica no Aichi Cancer Center, também em Nagóia. Ele estudou fotobiologia e fotoimunologia na Universidade de Dusseldorf como fellow da Fundação Humboldt, onde descobriu que a apoptose mediada por UVA1 de células T-helper humanas é um mecanismo fundamental da fototerapia com UVA1. Ele também treinou no Centro Médico do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas e desenvolveu uma vacina que age sobre as células de Langerhans. O Dr. Akimichi Morita introduziu diversas modalidades de fototerapia no Japão. Entre seus interesses de pesquisa estão a fototerpaia, imunologia cutânea e envelhecimento da pele. Ele é autor ou coautor de mais de 140 artigos em revistas internacionais e como editor do Journal of Dermatological Science de 2008 a 2013. Atualmente, o Dr. Akimichi Morita é secretário-geral da Sociedade Japonesa de Pesquisa em Dermatologia (JSID) e vice-director do Hospital Universitário da Cidade de Nagóia.

Nancy Podoswa, MDNaucalpan, MéxicoA Dr. Nancy Podoswa é médica do departamento de dermatologia do Hospital General Regional No. 1 Dr. Carlos MacGregor Sanchez Navarro, do Instituto Mexicano de Seguridade Social na Cidade do México, onde também possui consultório particular. Ela é professora de

dermatologia da Universidad Nacional Autónoma de México e da Universidad Anáhuac na Cidade do México. Ela se formou

pela Escola de Medicina da Universidad Nacional Autónoma de México e concluiu residências em medicina interna no Hospital General de Zona Nº. 1 Gabriel Mancera, em dermatologia no Hospital de Especialidades do Centro Médico Nacional Siglo XXI e em dermatopatologia no Hospital General de México. A Drª. Nancy Podoswa é autora de vários artigos fez várias apresentações relacionadas a psoríase no mundo inteiro. Também recebeu o prêmio de melhor dermatologista do hospital regional Carlos MacGregor Sanchez Navarro em 1991. Ela é membro da Sociedade Mexicana de Dermatologia, membro-fundador da Sociedade Latino-americana de Psoríase (SOLAPSO) e membro-fundadora da PSOMEX, o Grupo Mexicano para Estudo da Psoríase.

Omid Zargari, MD, FAADRascht, IrãO Dr. Omid Zargari é chefe da Sociedade de Dermatologistas de Guilan e dermatologista consultor na clinica DANA em Rasht. Ele se qualificou em medicina e dermatologia pela Universidade Beheshti de Ciências Médicas de Teerã. Ele foi professor assistente de

dermatologia na Universidade de Ciências Médicas e, em 2003, foi premiado como melhor pesquisador da universidade.

O Dr. Omid Zagari publicou diversos artigos científicos em várias áreas da dermatologia e é membro de várias organizações profissionais, incluindo a Academia Americana de Dermatologia. Também já atuou como editor e revisor para várias revistas de dermatologia. Sua principal área de interesse em dermatologia é a psoríase, e ele vem trabalhando ativamente em pesquisas e projetos relacionados à doença no Irã. Ele também é representante do PIN (Psoriasis International Network) em seu país. ■

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HOT TOPICS EM PSORÍASE

Quinta-feira, 3 de março de 2016Washington, D.C.

Mudanças Globais no Manejo da Psoríase

74º Congresso Anual da Academia Americana de Dermatologia

Alan Menter, MDUniversidade Baylor, Texas, Estados Unidos

Peter van de Kerkhof, MD, PhDUniversidade Radboud, Países Baixos

Christopher Griffiths, MD, FCP, FMedSciUniversidade de Manchester, Reino Unido

Craig Leonardi, MDUniversidade de St. Louis, Missouri, Estados Unidos

Ouça a edição mais recente do Hot Topics, apresentado por palestrantes de classe mundial e conselheiros do IPC:

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AGRADECIMENTOS

O IPC gostaria de agradecer aos coeditores Dr. David Pariser, do Departamento de Dermatologia da Eastern Virginia Medical School (Norfolk, Virginia) e da Pariser Dermatology Specialists, e ao Prof. Paolo Gisondi, do Departamento de Dermatologia e Venereologia do Hospital da Universidade de Verona, Itália, por sua ajuda em escrever e editar a edição

de janeiro de 2016 da Revisão de Psoríase do IPC.

Lendo a última edição da Revisão de Psoríase do IPC durante intervalos do congresso (no alto, da esquerda para a direita) os conselheiros Chris Griffiths (Reino Unido), Ricardo Romiti (Brasil) e Alan Menter (Estados Unidos) no congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia em Copenhagen, Dinamarca; (embaixo) o conselheiro do IPC Ron Vender (Canadá) durante o Congresso Mundial de Dermatologia em Vancouver, na Colúmbia Britânica.

REVISÃO DE PSORÍASE DO IPC

AutoresPeter Jensen, MD, PhDMahir Patel, MDJoelle van der Walt, PhD

Equipe editorialMary L. Bellotti, editoraErika Fey, editoraRene Choy, designer gráficoTina Rouhoff, designer assistente

�radução para o PortuguêsPaulo Mendes

ALGUNS DE NOSSOS LEITORES

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E D O I P C J A N E I R O 2 0 1 6 V O L 1 2 , N Ú M E R O 1

RECURSOSO International Psoriasis Council tem o prazer de levar a você as seguintes oportunidades educativas para expandir seus conhecimentos sobre como tratar pacientes com psoríase.

Saber mais | Cuidar melhorO International Psoriasis Council (IPC) é uma organização de voluntários de alcance global, sem fins lucrativos e dirigida por dermatologistas, que incentiva a inovação

em todos os aspectos da psoríase promovendo pesquisas, educação e atendimento aos pacientes. A missão do IPC é promover nossa rede global de líderes formadores

de opinião para promover os conhecimentos sobre a psoríase e as comorbidades associadas, melhorando o tratamento dos pacientes no mundo inteiro.

Leia este código com seu smartphone para conectar-se à Revisão de Psoríase do IPC online.

Para acessar sem smartphone, o link www.psoriasiscouncil.org/psoriasisreview

PROXIMOS EVENTOS DO IPC

3 de março de 2016Hot Topics In Psoriasis: The changing landscape of global psoriasis management | Washington, D.C.74ª Reunião Anual da Academia Americana de Dermatologia.

24 de abril de 2016Encontro com Especialistas doIPC | Cingapura22ª Conferência Regional de Dermatologia

14 de maio de 2016Society for Investigative Dermatology | Scottsdale, ArizonaSimposio Científico del IPC

4 de junho de 2016Biossimilares na América Latina e Encontro com Especialistas | São Paulo, Brasil34ª Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA)

7 de julho de 2016Encontro com Especialistas doIPC | Birmingham, Reino Unido96ª Reunião Anual da British Association of Dermatologists

13 de agosto de 2016Encontro com Especialistas do IPC | Newport Beach, EUA67ª Reunião Anual da Pacific Dermatologic Association

7 de setembro de 201646º Congresso da European Society of Dermatological Research (ESDR) | Munique, AlemanhaSimpósio Científico do IPC

RECURSOS ONLINE DO IPCWebcasts de casos difíceisCasos difíceis gravados em nossos programas de Encontro com Especialistas no mundo inteiro, agora organizados por tópico: • Psoríase e gravidez • Psoríase palmoplantar • Psoríase e doença de Hodgkin • Psoríase juvenil • E muito mais www.psoriasiscouncil.org/education/webcasts_date.htm

Simpósio Crossfire do IPC: o surgimento dos biossimilaresWebcasts on-demand com debates sobre: • Grau de similaridade • Farmacovigilância • Biossimilares na clínica dermatológica www.bitly.com/ipccrossfire

MEMBROS CORPORATIVOS EM 2016

President’s CouncilAbbVieAmgenJanssen Biotech Inc. Pfizer

Executive CouncilEli Lilly and CompanyNovartis Pharmaceuticals Corporation

Director’s CouncilCelgene CorporationLEO PharmaSandoz Biopharmaceuticals

Os membros corporativos oferecem, sem impor condições, verbas para apoio à missão do IPC.