Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
SABRINA LERIN
ÁCIDO ABSCÍSICO EM TRÊS CULTIVARES DE VIDEIRA
LAGES
2014
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Agrárias da
Universidade do Estado de Santa Catarina,
Centro de Ciências Agroveterinárias,
como requisito parcial para obtenção do grau
de Mestre em Produção Vegetal.
Orientadora: Aike Anneliese Kretzschmar
L614a
Lerin, Sabrina
Ácido abscísico em três cultivares de videira /
Sabrina Lerin. – Lages, 2014.
102 p. : il. ; 21 cm
Orientadora: Aike Anneliese Kretzschmar
Bibliografia: p. 73-93
Dissertação (mestrado) – Universidade do
Estado de
Santa Catarina, Centro de Ciências
Agroveterinárias, Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal, Lages, 2014.
1. Vitis spp. 2. Antocianinas. 3. Coloração.
4. ABA.
I. Lerin, Sabrina. II. Kretzschmar, Aike
Anneliese. III. Universidade do Estado de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal. IV. Título
CDD: 634.8 – 20.ed.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial do
CAV/ UDESC
SABRINA LERIN
ÁCIDO ABSCÍSICO EM TRÊS CULTIVARES DE VIDEIRA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência
Agrárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de
Ciências Agroveterinárias, como requisito parcial para obtenção do grau
de Mestre em Produção Vegetal.
Banca Examinadora
Orientadora: ______________________________________________
Profª. Drª. Aike Anneliese Kretzschmar
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Co-orientador: ____________________________________________
Prof. Dr. Leo Rufato
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro Externo: _________________________________________
Prof. Dr. Alessandro Jefferson Sato
Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná -
UNICENTRO
Lages, 17 de fevereiro de 2014.
Aos vitivinicultores, profissionais ligados à área e simpatizantes:
“Escolhe um trabalho de que gostes,
e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”
Confúcio
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família pelo amor e incentivo para que eu
seguisse meus sonhos.
Agradeço meus colegas e amigos que ajudaram diretamente
na execução e avaliação dos experimentos, em especial ao Antonio
Felippe Fagherazzi, André Emmel Mario e Ricardo Allebrandt.
Agradeço aos meus colegas e amigos do grupo da fruticultura
do CAV pela amizade, parceria e aprendizados.
Agradeço a minha orientadora professora Aike Anneliese
Kretzschmar e meu co-orientador professor Leo Rufato pela paciência e
ensinamentos.
Agradeço à empresa Sumitomo Chemical do Brasil pela
concessão do ácido abscísico e pelo apoio financeiro ao projeto de
pesquisa.
Agradeço à empresa Miolo Wine Group, a Cooperativa
Vinícola Nova Aliança por cederem os vinhedos para a realização dos
experimentos.
Agradeço à UDESC-CAV pelo ensino gratuito e de qualidade.
Agradeço à CAPES pela bolsa de estudos para a realização do
mestrado.
Agradeço à todos que ajudaram na caminhada.
RESUMO
LERIN, Sabrina. Ácido Abscísico em Três Cultivares de Videira.
2014. 102p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal – Área:
Fisiologia e Manejo de Plantas) Universidade do Estado de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, Lages,
2014.
As condições climáticas são muito importantes no cultivo da videira,
influenciando diretamente nas fases fenológicas da planta. No Sul do
Brasil, em alguns anos, tem se registrado chuvas freqüentes e em
excesso no período de maturação, bem como baixa amplitude térmica,
prejudicando a qualidade das uvas produzidas, as quais apresentam
pouca coloração. Reguladores de crescimento têm sido utilizados em
várias regiões vitícolas do mundo, a fim de superar os problemas de
produção e minimizar os problemas causados por situações climáticas
desfavoráveis, proporcionando uvas com maior qualidade. O ácido
abscísico dentre outras funções é responsável pelo acúmulo de
pigmentos, e é um destes reguladores de crescimento que vem sendo
estudado e avaliado em muitas cultivares de uvas e regiões a fim de
esclarecer como o ABA atua e seus efeitos na planta. Assim, o objetivo
do presente trabalho foi avaliar a aplicação exógena de diferentes doses
de ácido abscísico nas cultivares ‘Cabernet Sauvignon’, ‘Isabel’ e
‘Rubi’ nos municípios de Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Vacaria e
Santana do Livramento no estado do Rio Grande do Sul. Os resultados
obtidos na safra de 2012/2013 comprovam que a aplicação de ácido
abscísico aumenta o teor de antocianinas, polifenóis e a intensidade de
cor nas cascas das uvas e também no vinho e suco produzidos.
Palavras-chave: Vitis spp., antocianinas, coloração, ABA.
ABSTRACT
LERIN, Sabrina. Abscisic Acid in Three Cultivars of Grapevine.
2014. 102p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal – Área:
Fisiologia e Manejo de Plantas) Universidade do Estado de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, Lages,
2014.
The climate is very important for grapevine cultivation, directly
influencing the phenological stages of the plant. In recent years, south
Brazil has recorded frequent and excessive rains and low temperature
range during the maturation period of the vineyards. These conditions
have negatively affected the quality of the grape berries, which have led
to a lower coloration of red grapes and wine. Growth regulators have
been used in various wine-growing regions of the world in order to
overcome the problems of production and minimize problems caused by
unfavorable weather conditions, providing higher quality grapes. The
abscisic acid among other duties is responsible for the accumulation of
pigments in the skin of grape berries, and is one of growth regulators
that has been studied and reported in many cultivars of grapes and
regions in order to clarify how the ABA operates and its effects on the
plant. The objective of this study was to evaluate the exogenous
application of different doses of abscisic acid on 'Cabernet Sauvignon',
'Isabel' and 'Ruby' cultivars produced in Rio Grande do Sul State. The
results for the 2012/2013 season show that the application of abscisic
acid increases the content of anthocyanins, total polyphenols and colour
intensity in the skin of grape berries and in the wine and grape juice
produced.
Key-words: Vitis spp., anthocyanins, coloring, ABA.
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 1
Figura 1 – Polifenóis totais nas cascas da cultivar Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves,
2013........................................................................................................38
Figura 2 – Diâmetro de bagas na cultivar Cabernet Sauvignon submetida
a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves, 2013..............39
Figura 3 – Polifenóis totais presentes no vinho da cultivar Cabernet
Sauvignon submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento
Gonçalves, 2013.....................................................................................40
Figura 4 – Intensidade de cor no vinho da cultivar Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves,
2013........................................................................................................41
Figura 5 – Potencial hidrogeônico (pH) do mosto da cv. Cabernet
Sauvignon submetida a diferentes doses de ABA. Vacaria, 2013.........42
Figura 6 – Polifenóis totais nas cascas da cultivar Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Santana do Livramento,
2013........................................................................................................45
Figura 7 – Antocianinas na cultivar Cabernet Sauvignon submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013.......46
Figura 8 – Intensidade da cor nas cascas da cv. Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ABA. Santana do Livramento,
2013........................................................................................................46
Figura 9 – Massa de bagas da cultivar Cabernet Sauvignon submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013.......47
Capítulo 2
Figura 1 – Antocianinas nas cascas da cultivar Isabel submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira, 2013....................58
Figura 2 – Diâmetro de bagas da cultivar Isabel submetida a diferentes
doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira, 2013.....................................58 Figura 3 - Polifenóis totais presentes no suco da cv. Isabel submetida a
diferentes doses de ABA. Pinto Bandeira, 2013...................................59
Figura 4 – Antocianinas presentes no suco da cv. Isabel submetida a
diferentes doses de ABA. Pinto Bandeira, 2013....................................60
LISTA DE TABELAS
Capítulo 1
Tabela 1 – Massa de bagas (M), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT),
pH, antocianinas (A), intensidade da cor das bagas (IC) da cultivar
Cabernet Sauvignon tratada com diferentes doses de ácido abscísico.
Bento Gonçalves, 2013...........................................................................39
Tabela 2 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Bento Gonçalves, safra
2012/2013...............................................................................................42
Tabela 3 – Antocianinas presentes nas cascas (AC), polifenóis totais nas
cascas (PTC - equivalentes de ácido gálico) e intensidade de cor das
cascas (ICC) e antocianinas no vinho (AV), polifenóis totais no vinho
(PTV - equivalentes de ácido gálico) e intensidade de cor do vinho
(ICV) da cultivar Cabernet Sauvignon tratada com diferentes doses de
ácido abscísico. Vacaria, 2013...............................................................43
Tabela 4 – Massa (M), diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Cabernet Sauvignon tratada com diferentes
doses de ácido abscísico. Vacaria, 2013................................................44
Tabela 5 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Vacaria, safra
2012/2013...............................................................................................44
Tabela 6 – Sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), pH e diâmetro de
bagas (D) da cultivar Cabernet Sauvignon submetida à diferentes doses
de ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013..................................48
Tabela 7 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Santana do Livramento,
safra 2012/2013......................................................................................48
Capítulo 2
Tabela 1 – Massa de bagas (M), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT),
pH, polifenóis totais nas cascas (PTC - equivalentes de ácido gálico),
intensidade da cor nas cascas (ICC) e do suco (ICS) da cultivar Isabel
tratada com diferentes doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira,
2013........................................................................................................60
Tabela 2 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Pinto Bandeira, safra
2012/2013...............................................................................................61
Capítulo 3
Tabela 1 – Tratamentos com diferentes doses de ácido abscísico e
épocas de aplicação na cultivar Rubi para Bento Gonçalves, 2013.......68
Tabela 2 – Polifenóis totais (PT - equivalentes de ácido gálico),
antocianinas (A - malvidina-3-glucoside) e coloração das bagas (L, C e
h°) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas de ácido
abscísico e uma aplicação de Ethrel. Bento Gonçalves, 2013................70
Tabela 3 – Massa (M) e diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas
de ácido abscísico e uma aplicação de Ethrel. Bento Gonçalves,
2013........................................................................................................71
Tabela 4 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Bento Gonçalves, safra
2012/2013...............................................................................................71
Tabela 5 – Polifenóis totais (PT - equivalentes de ácido gálico),
antocianinas (A - malvidina-3-glucoside) e coloração das bagas (L, C e
h°) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas de ácido
abscísico e uma aplicação de Ethrel. Vacaria, 2013...............................72
Tabela 6 – Massa (M) e diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas
de ácido abscísico e uma aplicação de Ethrel. Vacaria, 2013................73
Tabela 7 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Vacaria, safra
2012/2013...............................................................................................74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABA Ácido Abscísico
A Antocianinas
AT Acidez Total
D Diâmetro
g Gramas
ha Hectare
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRAVIN Instituto Brasileiro do Vinho
Kg Quilograma
M Massa
mg L-1 Miligramas por litro
meq L-1 Miliequivalentes por litro
mm Milímetros
pH Potencial hidrogeônico
ppm Partes por milhão
PT Polifenóis Totais
SS Sólidos Solúveis
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................ 221 1.1 OBJETIVOS ......................................................................... 24
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................ 24 1.1.2 Objetivos Específicos.................................................. 24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................. 24 2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA VIDEIRA ................. 24 2.2 VARIEDADES DE VIDEIRA AVALIADAS ..................... 26
2.2.1 Cabernet Sauvignon ................................................... 26 2.2.2 Isabel ........................................................................... 26 2.2.3 Rubi ............................................................................. 27
2.3 REGIÕES VITIVINÍCOLAS ESTUDADAS ...................... 27 2.3.1 Bento Gonçalves ......................................................... 28 2.3.2 Pinto Bandeira ............................................................ 28 2.3.3 Vacaria ........................................................................ 29 2.3.4 Santana do Livramento ............................................. 29
2.4 INFLUÊNCIA DO CLIMA NA COMPOSIÇÃO
POLIFENÓLICA DA UVA E SEUS DERIVADOS ....................... 29 2.5 ÁCIDO ABSCÍSICO ............................................................ 31
3 CAPÍTULO 1 - APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO
INCREMENTA A COLORAÇÃO DE VINHOS DA CULTIVAR
CABERNET SAUVIGNON ............................................................... 33 3.1 RESUMO ............................................................................. 33 3.2 INTRODUÇÃO .................................................................... 34 3.3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................. 35 3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................... 38
3.4.1 Bento Gonçalves ......................................................... 38 3.4.2 Vacaria ........................................................................ 42 3.4.3 Santana do Livramento ............................................. 45
3.5 CONCLUSÕES .................................................................... 49 3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................. 49
4 CAPÍTULO 2 - AUMENTO DA COLORAÇÃO DO SUCO
DA UVA ISABEL COM APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO 54 4.1 RESUMO ............................................................................. 54 4.2 INTRODUÇÃO .................................................................... 54 4.3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................. 55 4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................... 57 4.5 CONCLUSÕES .................................................................... 62
4.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................. 62 5 CAPÍTULO 3 - APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO
INCREMENTA A COR DAS BAGAS DA UVA RUBI EM DUAS REGIÕES NO SUL DO BRASIL ...................................................... 66
5.1 RESUMO ............................................................................. 66 5.2 INTRODUÇÃO ................................................................... 66 5.3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................. 67 5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................... 69
5.4.1 Bento Gonçalves ................................................................ 69 5.4.2 Vacaria ............................................................................... 72
5.5 CONCLUSÕES .................................................................... 74 5.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................. 75
6 CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................. 77 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 77
APÊNDICES..........................................................................................99
ANEXOS..............................................................................................102
21
1 INTRODUÇÃO
A vitivinicultura brasileira está evoluindo e acompanhando as
tendências mundiais, buscando novas tecnologias que introduzam
melhorias na qualidade dos produtos vitícolas, tornando-os competitivos
no cenário nacional e internacional.
A vitivinicultura se destaca como uma das principais
atividades agrícolas no Rio Grande do Sul, especialmente na Serra
Gaúcha, na Serra Sudeste e na Região da Campanha. Com algumas
exceções de grandes áreas e empresas, o cultivo da videira está
diretamente relacionado com a agricultura familiar, devido à
colonização alemã e italiana, sendo esta última, por questões culturais,
responsável pela maior parte da produção vitícola na Serra Gaúcha
(IBRAVIN, 2013).
Inúmeras são as dificuldades na produção de uvas de mesa,
sucos e vinhos de qualidade, levando-se em consideração, a diversidade
e peculiaridades de cada região produtora, principalmente as relaciona-
das com fatores ambientais, suas interações com o sistema de produção
e a obtenção de produtos finais de alta qualidade. Independentemente da
finalidade e destino da produção de uvas, a cor é um dos principais
parâmetros de qualidade de acordo com a Instrução Normativa N° 1 de
1° de fevereiro de 2012, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e também é um dos fatores para a escolha dos
consumidores no momento da compra, pois, uvas de mesa e vinhos
tintos com coloração mais exuberante são mais atrativos.
As uvas de mesa ganharam espaço na mesa do consumidor
brasileiro, devido à variedade e qualidade dos frutos oferecidos
(BARROS; BOTEON, 2002). A qualidade dos frutos, composta pela
apresentação (formato, aroma e coloração) influencia diretamente no
valor cobrado nas gôndolas e também na percepção dos consumidores
no momento da escolha do produto para comprar ou não (PEPPI et al.
2006).
A cor de um vinho proporciona o primeiro impacto sobre o
consumidor, despertando nesse o desejo de consumir ou rejeitar o
produto. Ela compõe um dos principais indicadores da qualidade de
vinhos, além de colaborar para alcançar as melhores classificações e
efetivamente os maiores preços, relacionando-se diretamente com a
qualidade da matéria-prima. Atualmente, o preço de um vinho não
decorre apenas do grau alcoólico, mas também da intensidade de sua
22
cor, daí o grande interesse no conhecimento e possibilidade de controle
dos fatores que afetam sua coloração (ESPARZA et al. 2006).
Acredita-se que a cor é um fator psicofísico: “psico” porque é
um atributo que cada indivíduo percebe conforme suas referências
pessoais, e “físico” por ser uma caracterização da luz (MELÉNDEZ et
al. 2001). A cor é o primeiro atributo sensorial que se observa no vinho,
condicionando as análises sensoriais posteriores (RIVAS et al. 2006), a
partir disso verifica-se sua grande importância, pois atributos como
tonalidade e intensidade da cor são indicadores de possíveis defeitos e
qualidades presentes no vinho (CABRITA; SILVA; LAUREANO,
2003).
A cor do vinho e do suco de uva é causa da presença de
compostos fenólicos presentes nas uvas, os quais são dissolvidos
durante o esmagamento, a maceração e a fermentação apresentando
alterações durante o envelhecimento (MELÉNDEZ et al. 2001). A cor
varia com as características das uvas, com as técnicas de vinificação e
com as numerosas reações que têm lugar durante o armazenamento dos
vinhos, as quais causam as alterações organolépticas. Muitas dessas
modificações são inevitáveis, devido à reatividade dos compostos
fenólicos principalmente durante o primeiro ano (BIRSE, 2007).
Em enologia considera-se que apenas de boas uvas é possível
fazer bons vinhos. O conceito de uva boa compreende aquela uva rica
em polifenóis totais, ou seja, em substâncias responsáveis por todas as
diferenças entre vinhos brancos e tintos, principalmente cor e sabor.
Estas substâncias também interferem na estabilidade do vinho durante
seu envelhecimento (PENTER, 2006).
Assim, o desenvolvimento das uvas, desde os primeiros
estádios fenológicos até a maturação, e consequentemente sua qualidade
é fortemente influenciado pelas condições climáticas, como por
exemplo, temperatura e umidade do ar, precipitação pluviométrica e
radiação solar (CHEVET; LECOCQ; VISSER, 2011; CAFFARRA;
ECCEL, 2011; FIORILLO et al. 2012; MARIANI, 2012). Segundo
Fregoni (2005) e Cozzolino et al. (2010), baixas temperaturas noturnas
são determinantes no processo de coloração e aromas.
Temperaturas elevadas durante a maturação estão relacionadas
com a inibição da biossíntese de antocianinas e consequente diminuição da coloração das uvas. Diversos são os trabalhos que relacionam a
temperatura incidente nas bagas com a qualidade das uvas (MORI et al.
2007; TARARA et al. 2008; COZZOLINO et al. 2010; JOGAIAH, et al.
2012). Além deste fator, dosséis densos e sistemas de condução que
23 causam excessivo sombreamento dos cachos causam a redução da cor
das bagas (MOTA et al. 2011; CHAVES, 2005), assim, o manejo do
dossel vegetativo pode influenciar na composição do mosto da uva e nas
características sensoriais do vinho (MIELE; RIZZON, 2013).
Assim, em função oscilação das características climáticas,
principalmente da temperatura, e da utilização de sistemas de condução
que reduzem a insolação, aumentaram e tornaram-se frequentes os
problemas de redução da coloração de bagas em uvas de mesa e também
viníferas, e consequentemente problemas com a inadequada coloração
de vinhos tintos (FIDELIBUS; PEPPI, 2006).
No entanto, a cor das uvas é um indicativo preponderante do
teor de antocianinas, e atualmente, toda a divulgação sobre os efeitos
benéficos do consumo de uva, suco e vinho à saúde, principalmente
uvas, sucos e vinhos tintos, está baseada justamente na presença de
compostos fenólicos e antioxidantes em sua composição. Assim sendo, é
necessário estabelecer a busca por alternativas que promovam um
acúmulo maior desses compostos, como por exemplo, o uso de
reguladores de crescimento.
Como alternativas para a deficiência em coloração os
produtores aplicam ethephon, no entanto, este regulador de crescimento
reduz a firmeza do fruto (JENSEN et al. 1982; SZYJEWICZ et al.
1984) e seu uso está sendo restringido em alguns países, por ser um
produto tóxico ao homem e ao meio ambiente.
Uma outra opção viável é o ácido abscísico, um hormônio
vegetal pertencente à classe dos sesquiterpenóides (NAMBARA,
MARION-POLL, 2005). Várias pesquisas ressaltam que a aplicação de
ABA induz ao acúmulo de antocianinas nas cascas das bagas (DURING
et al. 1978; KATAOKA et al. 1982, LURIE, et al. 2010), altera a
coloração e a firmeza de bananas (JIANG et al. 2000), favorece o
acúmulo de açúcar na polpa de caqui (NAKANO et al. 1997) e a
maturação de azeitonas (CONTRERAS, LAGOS, 2012).
Estudos devem ser realizados, a fim de oferecer ao produtor a
opção de escolher a técnica agronômica de manejo mais adequada a sua
condição, de forma consciente e baseada em dados concretos de
pesquisa, de forma a agregar mais qualidade e valor ao produto final.
Embasado nesta premissa foi desenvolvido o presente trabalho, o qual visou obter novas informações sobre o uso de ácido
abscísico na melhoria da coloração e qualidade das uvas, em três
cultivares viníferas.
24
A redação foi dividida inicialmente em revisão de literatura
(referencial teórico), seguida de três capítulos, que detalham os
resultados da aplicação exógena de ácido abscísico para cada uma das
três cultivares de uva avaliadas.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar o efeito da aplicação exógena de ácido abscísico
sobre a coloração das bagas, acúmulo de compostos fenólicos, e
características físico-químicas das bagas das cultivares de uva Isabel,
Rubi e Cabernet Sauvignon.
1.1.2 Objetivos Específicos
Avaliar o efeito da aplicação exógena de ácido abscísico
sobre o acúmulo de compostos fenólicos e grau de coloração das cascas
de uvas das cultivares Isabel, Rubi e Cabernet Sauvignon;
Avaliar o efeito da aplicação de diferentes doses de ácido
abscísico sobre as características físico-químicas de bagas das cultivares
Isabel, Rubi e Cabernet Sauvignon;
Avaliar a coloração e composição fenólica de vinhos
elaborados a partir da cultivar Cabernet Sauvignon, submetida a
aplicação exógena de diferentes doses de ácido abscísico;
Avaliar a coloração e composição fenólica de sucos
elaborados a partir da cultivar Isabel, submetida a aplicação exógena de
diferentes doses de ácido abscísico.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA VIDEIRA
Com vinhedos situados desde o extremo Sul, no Rio Grande
do Sul (paralelo 31°S) até regiões próximas à Linha do Equador
(paralelo 5°S) no Rio Grande do Norte e Ceará, na Região Nordeste do
país, a viticultura no Brasil ocupa atualmente 81 mil hectares (MAPA,
25 2014), abrangendo diferentes climas e potencialidades de cultivo
(GIOVANINNI, 2008).
Entretanto, duas regiões se destacam: o Rio Grande do Sul,
responsável por 90% da produção brasileira de uvas e os pólos de frutas
para mesa de Petrolina em Pernambuco e Juazeiro na Bahia, situados no
Submédio do Vale do São Francisco, responsáveis por 95% das
exportações nacionais de uvas finas de mesa (MAPA, 2014).
O Rio Grande do Sul na safra de 2013 processou 611 milhões
de kg, sendo 537 de uvas americanas e híbridas e 73 de uvas viníferas,
segundo o Cadastro Vinícola (2014). No ano de 2012, empresas gaúchas
comercializaram 18 milhões de litros de vinhos finos e 205 milhões de
litros de vinhos de mesa ou comuns, mesmo período em que
comercializaram 33 milhões de kg de suco de uva no mercado interno.
Em 2013, foram elaborados cerca de 371 milhões de litros só no Rio
Grande do Sul (CADASTRO VINÍCOLA, 2014).
Segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, em 2012, o Rio Grande do Sul produziu 840.251 toneladas
de uvas em uma área plantada de 50.180 hectares (IBGE, 2014).
De acordo com Costa et al. (2012) a viticultura tem mostrado
condições de gerar renda, de manter os produtores no campo, de dar
emprego aos seus filhos e de proporcionar condições econômicas para a
manutenção das famílias em pequenas propriedades e está em contínua
transformação, agregando novas variedades e tecnologias. Trata-se de
uma atividade importante para a sustentabilidade da pequena
propriedade no Brasil, que tem se tornado igualmente relevante no que
se refere ao desenvolvimento de algumas regiões, com a geração de
empregos em grandes empreendimentos, que produzem uvas de mesa e
uvas para processamento, podendo relacionar-se ao turismo (MELLO,
2013).
A importância econômica e social da vitivinicultura advém do
número de empregos gerados diretamente no cultivo, das divisas
provenientes da exportação da uva de mesa, ou indiretamente, através
do negócio do enoturismo que se encontra associado à cultura. Além
disso, cabe ressaltar que a videira é cultivada por diferentes estratos de
produtores englobando significativa parcela de agricultores de base
familiar, sendo fundamental para a fixação destes no campo (IBRAVIN, 2013).
26
2.2 VARIEDADES DE VIDEIRA AVALIADAS
2.2.1 Cabernet Sauvignon
É uma cultivar vinífera clássica, pois é cultivada em todas as
regiões vitícolas do mundo (Vitis vinifera L.). Proveniente da região de
Bordeaux, na França, a Cabernet Sauvignon é resultado de um bem
sucedido cruzamento natural entre a cultivar Cabernet Franc (Cabernet)
com a cultivar Sauvignon Blanc (Sauvignon) cultivada com êxito em
muitas regiões vitícolas (LAROUSSE DO VINHO, 2007).
Com o aumento da produção de vinhos varietais tornou-se a
vinífera tinta mais importante e com maior área cultivada do Estado do
Rio Grande do Sul. É uma cultivar muito vigorosa e medianamente
produtiva. Em vinhedos bem conduzidos obtêm-se uvas aptas à
elaboração de vinhos típicos, que podem evoluir em qualidade com
alguns anos de envelhecimento (KUHN, 2003; GUERRA et al. 2009).
O vinho de ‘Cabernet Sauvignon’ é mundialmente reputado
pelo seu caráter varietal, com intensa coloração, riqueza em taninos e
complexidade de aroma e buquê (GUERRA et al. 2009). Evolui com o
envelhecimento, atingindo sua máxima qualidade desde dois a três anos
até cerca de vinte anos em determinadas safras do Médoc, localidade
situada na cidade de Bordeaux na França, por exemplo. (CAMARGO,
2003).
2.2.2 Isabel
A ‘Isabel’ é uma das principais cultivares de Vitis labrusca L.,
originária do Sul dos Estados Unidos, de onde foi difundida para outras
regiões. Caracteriza-se por ser rústica e fértil, proporcionando colheitas
abundantes com poucas intervenções de manejo em comparação à
cultivares viníferas e a regiões de cultivo, possuindo altos valores de
sólidos solúveis (MASCARENHAS et al. 2010). Pode ser consumida
como uva de mesa, utilizada na elaboração de vinhos brancos, rosados e
tintos de mesa, que são vinhos comuns, os quais, muitas vezes, são
utilizados para a destilação ou para a elaboração de vinagre. Destaca-se
pelo suco de boa qualidade, que é a base do suco brasileiro para exportação e como matéria-prima para a fabricação de doces e geleias
(ROMBALDI et al. 2004).
Apesar de destacar-se pela sua alta produtividade e pelo
grande potencial de acúmulo de açúcar (SATO et al. 2009), os produtos
27 elaborados com uvas da cultivar Isabel precisam ser cortados com vinho
ou suco de cultivares tintórias para que atinjam a intensidade de
coloração que o mercado exige (MAIA, CAMARGO, 2005), visto que a
‘Isabel’ em alguns locais possui problemas de coloração deficiente.
2.2.3 Rubi
A cultivar de mesa Rubi (Vitis vinifera L.) surgiu de uma
mutação somática constatada em pomar comercial de uva 'Itália' do Sr.
Kotaro Okuyama, em 1972, no município de Santa Mariana, Estado do
Paraná. As cultivares tem características de cacho e bagas semelhantes,
no entanto, a diferença entre as cultivares é a coloração avermelhada da
cultivar Rubi (KISHINO; ROBERTO, 2007). Possui boa aceitação pelo
mercado consumidor, tanto nacional quanto internacional, apresentando
bom tamanho de bagas, boa resistência ao transporte e ao
armazenamento.
No entanto, para que a cultivar apresente uma boa coloração,
tanto em tonalidade quanto em uniformidade, o período de maturação
deve ocorrer em períodos com amplitude térmica, ou seja, com
temperaturas quentes durante o dia e frias durante a noite
(NACHTIGAL, CAMARGO, 2005, PEPPI et al. 2006). São comuns
problemas com coloração deficiente na cultivar Rubi em vinhedos muito
vigorosos e com carga excessiva de frutos, como também a baixa
incidência de luz pode causar deficiência da coloração das bagas
(KISHINO; ROBERTO, 2007).
2.3 REGIÕES VITIVINÍCOLAS ESTUDADAS
De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho, o IBRAVIN
(2014), a produção de uvas no Rio Grande do Sul é uma atividade
consolidada, de significativa importância socioeconômica, responsável
por cerca de 90% da produção nacional das uvas, vinhos e derivados. A
produção de vinhos no Rio Grande do Sul está distribuída nas seguintes
regiões: Alto Uruguai, Campos de Cima da Serra, Serra Gaúcha, Serra
do Sudeste, Região Central e Região da Campanha. A Encosta Superior do Nordeste, mais conhecida como Serra
Gaúcha abrange alguns dos principais municípios produtores de vinhos
finos, vinhos de mesa e suco de uva, como por exemplo, Bento
28
Gonçalves, Garibaldi, Caxias do Sul, Farroupilha, Pinto Bandeira,
Flores da Cunha e Monte Belo do Sul.
A Região dos Campos de Cima da Serra caracteriza-se pela
produção de vinhos finos e pode ser representada principalmente pelos
municípios de Vacaria, Muitos Capões e Monte Alegre dos Campos.
Localizada na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai,
a Região da Campanha é uma nova promissora região vitícola para
produção de uvas viníferas, representada pelos municípios de Santana
do Livramento, Bagé e Dom Pedrito.
2.3.1 Bento Gonçalves
Localizado na Serra Gaúcha, o município de Bento Gonçalves
(29°10'S e 51°31'O) pertence a Mesorregião do Nordeste Rio-
Grandense, no estado do Rio Grande do Sul. Possui seu relevo é
bastante acidentado uma altitude média de 690 metros, atingindo seu
ponto mais alto a 720 metros acima do nível do mar. O clima da cidade
é classificado como subtropical de altitude, com temperaturas médias
mínimas de 8°C e médias máximas de 17°C, com uma precipitação
pluviométrica média anual de 1.500 milímetros.
Conhecida como "capital brasileira do vinho", Bento
Gonçalves se configura como a maior produtora de uva do Rio Grande
do Sul, e o maior produtor de vinhos e derivados de uva do Brasil,
destacando-se no cenário internacional (BENTO GONÇALVES, 2014).
2.3.2 Pinto Bandeira
Assim como Bento Gonçalves, Pinto Bandeira (29°5’S e
51°27’O) pertence à Mesorregião do Nordeste Rio-Grandense e devido
à tradição dos imigrantes italianos que colonizaram o município, Pinto
Bandeira destaca-se como produtor de uvas e frutas, como o pêssego. Os
diferentes microclimas proporcionados pelo relevo acidentado e
montanhoso de Pinto Bandeira em conjunto com particulares
características de solo, com a utilização de adequadas técnicas de
manejo fizeram com que a cidade desponta-se na produção de vinhos
finos e de espumantes, tendo importantes empreendimentos vinícolas
instalados no município (ASPROVINHO, 2014).
29 2.3.3 Vacaria
O município de Vacaria localiza-se à latitude de 28º 30’ S e à
longitude de 50º 56' O, estando a uma altitude de 971 metros, com clima
subtropical (ou temperado), de verões amenos, com temperatura
máxima média 25°C e mínima média 15°C. No inverno a temperatura
máxima média está em torno de 16°C e a mínima média em torno de
7°C (PREFEITURA DE VACARIA, 2014).
2.3.4 Santana do Livramento
Santana do Livramento localiza-se a latitude 30º 53’ S e a
longitude 55º 31' O, em uma altitude de 208 metros, fazendo parte da
Região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Mais recentemente,
vem ampliando a produção frutífera, destacando-se como uma das
principais regiões em expansão na viticultura, em especial na produção
de vinhos tintos elaborados como, por exemplo, a partir da cultivar
Cabernet Sauvignon (BRUNETTO et al. 2007).
2.4 INFLUÊNCIA DO CLIMA NA COMPOSIÇÃO POLIFENÓLICA
DA UVA E SEUS DERIVADOS
Pesquisas demonstram que as respostas da produtividade
agrícola em relação às alterações climáticas variam muito, dependendo
da espécie, da cultivar, propriedades do solo, pragas e agentes
patogênicos e suas interações (BEYRUTH, 2008), como por exemplo, o
aumento da temperatura, a distribuição e frequência das chuvas podem
trazer impactos na produção de uva e na qualidade do vinho (JONES;
GOODRICH, 2008).
Segundo Blouin e Guimberteau (2004), a temperatura, a
intensidade luminosa e a precipitação interferem diretamente no cultivo
da videira, influenciando no crescimento e no desenvolvimento da
planta, e consequentemente, na produtividade e qualidade final da uva,
como por exemplo, em sua composição fenólica.
Em algumas regiões devido à oscilação de temperatura, é comum haver problemas com coloração inadequada das bagas de uva
principalmente em cultivares de mesa (FIDELIBUS; PEPPI, 2006). De
acordo com Winkler et al. (1974), as uvas produzidas em regiões
quentes podem apresentar menor coloração em comparação as
30
cultivadas em regiões mais frias, porque altas temperaturas inibem a
acumulação de antocianinas nas bagas das uvas (SPAYD et al. 2002).
A coloração avermelhada atrativa das uvas se deve em sua
maior parte à presença de antocianinas nas cascas das bagas (MAZZA,
1995), compostos importantes para a elaboração de vinhos tintos de
qualidade, sendo esta concentração influenciada pela amplitude térmica
(HIRATSUKA et al. 2001; LACAMPAGNE et al. 2010, ANANGA et
al. 2013).
As antocianinas são classificadas quimicamente como
flavonóides, sendo os principais pigmentos naturais responsáveis pela
coloração rosa, laranja, vermelha, violeta e azul de certos vegetais,
frutas, pétalas de flores e em folhas (McGHIE et al. 2006, JING e
GIUSTI, 2007). Embora tenha um grande valor como corantes naturais
de alimentos, as antocianinas são pouco estáveis, pois alguns
tratamentos de conservação e armazenamento de alimentos podem levar
à degradação das antocianinas.
De acordo com Francis (1989), os principais fatores que
influenciam a estabilidade das antocianinas são a estrutura química, o
pH, a temperatura, a luz, a presença de oxigênio, a degradação
enzimática e as interações entre os componentes dos alimentos, tais
como ácido ascórbico, íons metálicos e açúcares. Segundo Março e
Poppi (2008) as antocianinas quando expostas ao um meio
extremamente ácido (pH entre 1 e 2) apresentam coloração intensamente
avermelhada devido ao predomínio da forma cátion flavílico (AH+). No
entanto com aumento do pH (acima de 6) as antocianinas perdem a cor e
se tornam praticamente incolores, devido à predominância da forma
pseudobase carbinol.
Segundo Conde et al. (2007) as antocianinas são responsáveis
pela cor de vinhos tintos e estão localizadas nas paredes espessas de
células hipodérmicas das cascas das uvas. Estes compostos têm sua
estrutura formada por antocianidinas ligadas covalentemente em uma ou
mais moléculas de açúcar (TAIZ; ZEIGER, 2004). A estrutura mais
comum de antocianinas encontradas em Vitis vinifera é a malvidina-3-
glucoside, e a concentração dos monoglicosídeos de malvidina nos
vinhos tintos das variedades Vitis vinifera varia muito com a idade dos
vinhos e das cepas das quais os vinhos provêm (KENNEDY et al. 2006).
A deficiência em cor (uvas pouco vermelhas ou levemente
rosodas) reduz substancialmente o valor econômico das uvas de mesa e
prejudica também a elaboração de vinhos tintos. Estudos demonstram
31 que, práticas culturais como a remoção de folhas para a entrada de mais
luz e desbaste de ramos e cachos, reduzindo a carga da planta podem
aumentar a qualidade da cultivar ‘Flame Seedless’, mas essas práticas
são insuficientes para remediar os problemas de coloração
(DOKOOZLIAN; HIRSCHFELT, 1995).
Para melhorar a coloração das bagas os produtores geralmente
aplicam ethephon, mas as concentrações necessárias para incrementar a
cor reduzem a firmeza de fruto, porque a biossíntese de antocianinas
inicia-se junto com o amolecimento das bagas (JENSEN et al. 1982;
SZYJEWICZ et al. 1984; CHERVIN et al. 2004; PEPPI et al. 2007).
O acúmulo de antocianinas acontece na última fase fisiológica
de desenvolvimento da baga caracterizada pelo amolecimento do
pericarpo, expansão celular, aumento de diâmetro e pela mudança de cor
(OLLAT et al. 2002, CONDE et al. 2007) ou ‘veraison’, e parece estar
parcialmente regulado pelo ácido abscísico (HIRATSUKA et al. 2001;
LACAMPAGNE et al. 2010; BAN et al. 2003; OWEN et al. 2009),
sendo que as aplicações exógenas desse hormônio, além de aumentar as
concentrações de antocianinas nas cascas das uvas (PEPPI et al. 2006),
também antecipam o desenvolvimento da coloração em comparação à
uvas não tratadas (HIRATSUKA et al. 2001; PEPPI et al. 2006).
De acordo com Mori et al. (2005b) e Yamane et al. (2006) a
expressão dos genes responsáveis pela biossíntese de antocianinas é
induzida por baixas temperaturas e suprimida por altas temperaturas.
Assim, o efeito supressivo das altas temperaturas na acumulação de
antocianinas pode ser uma consequência da redução da concentração de
ABA nas cascas, segundo estudos feitos por Lee et al. (1979) e Tomana
et al. (1979). Outros trabalhos associam ABA e os efeitos climáticos na
maturação das bagas e na acumulação de antocianinas, como por
exemplo, a temperatura (MORI et al. 2005, KOSHITA et al. 2007), a luz
(JEONG et al. 2004), e a tensão de água (ANTOLÍN et al. 2006, STOLL
et al. 2000).
2.5 ÁCIDO ABSCÍSICO
O ácido abscísico foi descoberto em 1965 e desde então suas propriedades químicas, bioquímicas e fisiológicas tem sido estudadas
(ZEEVART, 1999). O ABA é um hormônio vegetal que regula diversos
processos no ciclo das plantas. Está envolvido nas respostas a estresses
ambientais, tais como a baixa disponibilidade de água, baixas
32
temperaturas e alta salinidade. Também desempenha uma importante
função no desenvolvimento e germinação das sementes e gemas. Sob
condições ambientais favoráveis, o ABA regula o grau de abertura dos
estômatos e reduz a perda de água por transpiração (KERBAUY, 2004,
TAIZ, ZIEGER, 2004) e também é responsável pelo acúmulo de
pigmentos e reservas (FELLNER et al. 2001, SEO et al. 2006).
Presente em todas as células vivas do vegetal, o ABA pode ser
encontrado desde o ápice caulinar até a coifa. Como ocorre com outros
hormônios, a concentração endógena de ácido abscísico é geralmente
bastante baixa e determinada pelo balanço dinâmico entre biossíntese e
degradação. Esses processos, por sua vez, são regulados pela fase de
desenvolvimento da planta, por fatores ambientais e pela interação com
outros hormônios vegetais. Entretanto, uma elevação na concentração
endógena de ABA é observada em tecidos vegetais submetidos a
estresses ambientais. O ácido abscísico é facilmente transportado pelo
floema, xilema e células parenquimáticas, havendo intercâmbio entre
folhas adultas, folhas jovens e raízes (KERBAUY, 2004, TAIZ,
ZIEGER, 2004).
A influência do ácido abscísico (ABA) na germinação de
sementes, no fechamento de estômatos e na inibição do crescimento é
bem conhecida (ZEEVAART; CREELMAN, 1988). Entretanto, o ABA
também tem sido associado ao processo fisiológico de maturação de
uvas, incluindo a acumulação de antocianinas nas cascas das bagas
(DURING et al. 1978; KATAOKA et al. 1982, LURIE, et al. 2010).
Estudos demonstram que aplicações exógenas de ácido
abscísico e ácido 2-cloroetil fosfônico (ETHEFOM), por exemplo,
antecipam a época de colheita e aumentam as concentrações de
antocianinas e proantocianinas nas cascas das uvas, melhorando
consideravelmente sua coloração, proporcionando maior uniformidade e
qualidade (CANTÍN et al. 2007; LACAMPAGNE et al. 2010;
DELGADO et al. 2004). Gagné et al. (2006) e Gardin et al. (2012)
observaram aumento na quantidade de antocianinas com a aplicação de
ABA na cultivar Cabernet Sauvignon.
A concentração e o número de aplicações de ABA não são as
mesmas para todas as cultivares de uva (PEPPI et al. 2006, 2008), e a
base fisiológica para essas diferenças ainda não é conhecida. No passado, a formulação comercial de ABA utilizada era extremamente
cara, mas, recentemente, métodos de baixo custo tornaram possível sua
utilização pelos viticultores (PEPPI et al. 2007).
33 3 CAPÍTULO 1 - APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO
INCREMENTA A COLORAÇÃO DE UVAS E VINHOS DA
CULTIVAR CABERNET SAUVIGNON
3.1 RESUMO
O vinho é uma bebida com grande complexidade química, a qual está
em contínua evolução, compondo enigmas que constituem um
verdadeiro desafio para a comunidade científica, empresas e
consumidores. Os principais atributos sensoriais do vinho, como cor,
sabor e aroma resultam da presença de inúmeros compostos orgânicos
provenientes da uva e das suas transformações químicas que ocorrem
durante a sua elaboração e envelhecimento. Os polifenóis são os
principais compostos responsáveis por estas características, sendo a cor
um dos principais indicadores de qualidade de vinhos, além de colaborar
para alcançar as melhores classificações e efetivamente os maiores
preços, relacionando-se diretamente com a qualidade da matéria-prima.
Entretanto, em safras com condições climáticas inadequadas,
principalmente em relação à temperatura, há variação na coloração das
bagas das uvas da cultivar Cabernet Sauvignon com efeitos negativos
também sobre o vinho produzido, entretanto, a aplicação de ABA pode
suprir a carência de coloração e melhorar a composição fenólica das
uvas. Com isso, o objetivo do trabalho foi avaliar a aplicação exógena
de diferentes doses de ácido abscísico sobre a composição fenólica,
características químicas e físicas dos cachos da cultivar Cabernet
Sauvignon nos municípios gaúchos de Bento Gonçalves, Vacaria e
Santana do Livramento. O delineamento experimental adotado para os
três municípios foi de blocos ao acaso com cinco repetições. Foram
aplicados cinco doses de ácido abscísico (ABA) (0; 200; 400; 600 e 800
ppm) uma única vez em veraison. Após a colheita, foram realizadas as
avaliações das características físicas, químicas e dos compostos
fenólicos presentes nas cascas e no vinho. A aplicação exógena de ácido
abscísico proporcionou resultados positivos nas três regiões avaliadas,
incrementando a coloração, o teor de antocianinas e a quantidade de
polifenóis.
34
3.2 INTRODUÇÃO
Na vitivinicultura os polifenóis desempenham um papel
fundamental, sobretudo para a indústria do vinho, pois são os principais
responsáveis pela coloração dos vinhos e a quantidade desses compostos
influenciam diretamente na qualidade do vinho. A cor de um vinho é a
primeira característica sensorial analisada e conduz o restante da
avaliação, cativando ou não a quem degusta, dessa forma, esse
parâmetro também influencia os consumidores no momento da compra,
além de outros fatores (RIVAS et al. 2006).
A cultivar Cabernet Sauvignon é originária da região de
Bordeaux, na França, difundindo-se para a maioria das regiões vitícolas
do mundo, tornando-se a cultivar vinífera mais plantada no Brasil. É
reconhecida mundialmente como uma das variedades mais renomadas
para produção de vinhos finos, por seu caráter varietal, intensa
coloração e riqueza em taninos e complexidade de aroma e buquê
(GUERRA et al. 2009).
Modificações climáticas, como aumento da temperatura do ar,
e a modificação da frequência e distribuição de chuvas podem trazer
impactos na produção de uva e na qualidade de seus derivados (JONES;
GOODRICH, 2008).
Na Serra Gaúcha há uma série histórica pluviométrica com
tendência ao excesso de chuvas no período de maturação e colheita
WESTPHALEN; MALUF, 2000; CHAVARRIA et al. 2010).
Regiões com pouca amplitude térmica na época de maturação
apresentam problemas de coloração na elaboração dos vinhos. Santana
do Livramento e Vacaria estão se destacando como regiões produtoras
recentes de vinhos finos, com características bem diferenciadas das
demais regiões.
A cultivar Cabernet Sauvignon apresenta problemas de
maturação em certos anos em detrimento de baixas temperaturas e altos
índices de precipitação no final do ciclo, prejudicando a qualidade da
uva e consequentemente a elaboração de vinhos. Em diversos países são empregados reguladores de
crescimento para melhorar as características dos cachos e das bagas da
videira. Koyama et al. (2010) relatam que o ácido abscísico estimula o aumento da coloração in vitro de ‘Cabernet Sauvignon’.
Na fase de maturação das uvas, como demonstram estudos
feitos por Cantín et al. (2007) e Lacampagne et al. (2010) aplicações
externas de ácido abscísico e ethefon (ácido 2-cloroetil fosfônico) por
35 exemplo, antecipam a época de colheita e aumentam as concentrações
de antocianinas das cascas das uvas, melhorando notadamente sua
coloração, acarretando em uvas com maturação mais uniforme e de
melhor qualidade.
Assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a
aplicação exógena de diferentes doses de ácido abscísico aplicados na
cultivar Cabernet Sauvignon sob as características físico-químicas e
composição fenólica da uva e do vinho nos municípios de Bento
Gonçalves, Vacaria e Santana do Livramento no Rio Grande do Sul.
3.3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra 2012-2013 em três
regiões no Estado do Rio Grande do Sul, com a cultivar Cabernet
Sauvignon, (Vitis vinifera L).
O primeiro vinhedo, localizado na Região da Serra Gaúcha,
no município de Bento Gonçalves, foi implantado em 2003, no
espaçamento de 1,0 x 2,5 m, com uma densidade de 4.000 plantas por
hectare. O segundo vinhedo, implantado em 2003, está localizado na
Região dos Campos de Cima da Serra, no município de Vacaria, com
espaçamento de 1,5 x 2,70 m, totalizando 2.178 plantas por hectare e o
terceiro vinhedo localizado na Região da Campanha, no município de
Santana do Livramento foi implantado em 2007 e conta com uma
densidade de 3.571 plantas por hectare no espaçamento de 1,0 x 2,8 m.
O delineamento experimental adotado nas três regiões foi de
blocos ao acaso com cinco repetições e cinco plantas por parcela. Antes
da realização da aplicação foi realizada desfolha e a aplicação de ABA
foi feita diretamente nos cachos.
Os tratamentos consistiram em cinco concentrações de ácido
abscísico (0; 200; 400; 600 e 800 ppm) aplicados uma única vez, na
virada de cor (veraison) quando 50% ou mais das bagas do cachos
estavam mudando de coloração.
Para as três regiões estudadas seguiu-se a mesma metodologia
de avaliação, onde, no momento da colheita (aproximadamente 60 dias
após a aplicação), foram realizadas as avaliações das características
físicas das bagas e químicas do mosto das uvas, e a partir das cascas, foi avaliada a composição fenólica. Para tanto, foram coletadas amostras de
100 bagas por parcela, aleatoriamente de diferentes posições dos cachos.
Para avaliação de massa das bagas foi efetuado o peso de 100
bagas de cada repetição com auxílio de balança de precisão e para
36
diâmetro das bagas foram utilizadas 20 bagas de cada repetição com
auxilio de paquímetro.
A concentração de sólidos solúveis (oBrix) foi determinada
por refratometria, com refratômetro portátil digital de bancada, modelo
RTD-45, marca Digital Refractometer, com correção de temperatura
para 20 ºC.
A acidez total foi determinada através de uma amostra 5 mL
de mosto, diluída em 5 mL de água destilada, sendo realizada a titulação
com solução de NaOH a 0,1 N. A determinação do potencial
hidrogeônico (pH) foi realizada a 25ºC em potenciômetro marca Imbrac,
calibrado com soluções padrão de pH 4,00 e 7,00.
Para extração dos compostos para análise de polifenóis e
antocianinas foram pesados 40 g de casca de uva e adicionados 16 mL
de metanol a 50%, colocando-se em estufa a 30 ºC, por 24 horas,
retirando-se o sobrenadante após esse período. A seguir as cascas
passaram por extração fria, adicionando-se 16 mL de metanol a 50%,
armazenadas em refrigerador a -3 ºC, por 24 horas. Após esse período, o
sobrenadante foi novamente coletado e misturado com o extraído
anteriormente. O extrato foi mantido em geladeira até o momento da
análise.
A concentração de antocianinas extraíveis foi estimada
segundo a metodologia proposta por Ribéreau-Gayon; Stonestreet
(1965) apud Ribéreau-Gayon et al. (1998), método químico baseado na
propriedade característica das antocianinas, as quais variam sua cor de
acordo com o pH. O método que mensura a diferença da densidade
óptica na absorbância da onda de 520 nm (D.O.520), Δd’ = d’1 - d’2, em
uma cubeta de quartzo de 10,01 mm de percurso óptico.
Este método prevê a preparação das amostras para leitura em
espectrofotômetro d’1 e d’2. A primeira amostra (d’1), é composta por 1
mL de solução extrato, 1 mL de etanol, 0,1% HCl e 10 mL de HCl 2%
(pH = 0,8). A segunda (d’2) contém 1 mL de solução extrato, 1 mL de
etanol 0,1% HCl e 10 mL de solução tampão [pH = 3,5 (303,5 mL de
fosfato dissódico 0,2M + 696,5 mL de ácido cítrico 0,1M)]. Mediante a
fórmula AE (mg L-1) = 388*Δd’, obtém-se a quantidade de antocianinas
facilmente extraíveis em miligrama por litro.
A determinação dos polifenóis totais foi realizada pelo método descrito por Singleton e Rossi (1965) utilizando o reagente
Folin-Ciocalteau, e as concentrações foram determinadas utilizando-se
uma curva de calibração com ácido gálico (mg L-1 de mosto).
37
A microvinificação foi realizada nas dependências do prédio
da Agronomia CAV-UDESC, no Núcleo de Tecnologia de Alimentos –
NUTA 2, laboratório destinado a análises físico-químicas e na cantina
que está anexa ao prédio.
A uva após a colheita e transporte foi acondicionada em
câmara fria por no mínimo três horas, para que as uvas atingissem em
torno de 10 a 12°C. Posteriormente foram retiradas bagas podres,
verdes, murchas ou furadas por vespas e feita a pesagem das caixas.
Após a pesagem, os cachos foram desengaçados e esmagados com
auxílio de desengaçadeira mecânica e durante este processo foi
adicionado metabissulfito de potássio dissolvido em água mineral.
Depois do desengace as uvas foram acondicionadas em
tanques fermentadores com controle de temperatura e foi realizada a
adição de enzima e de leveduras. Para auxiliar no processo de
fermentação também foi adicionado nutriente dissolvido em água
mineral. A fermentação foi acompanhada por meio da medição da
densidade à 20°C duas vezes ao dia, momento em que também foi
realizada a remontagem das bagas nos tanques.
Após sete dias de fermentação em contato com as cascas foi
realizada a descuba para garrafões de aproximadamente 30 litros,
retirando-se as bagas do contato com o mosto, com auxílio de sacos de
nylon.
Após este processo, foram aguardados 30 dias para a
realização da primeira trasfega, ou seja, a retirada das borras do vinho e
mais 45 dias após a primeira trasfega para a realização da segunda
trasfega. Os vinhos ficaram armazenados em processo de fermentação
malolática e a terceira trasfega foi realiza após o final do inverno.
Decorrida a estabilização foi realizado o engarrafamento
manual, rotulagem e armazenamento em adega, com as garrafas em
posição horizontal, e ao abrigo da luz. Depois foram realizadas as
análises químicas de cor, antocianinas e polifenóis.
As variáveis analisadas foram submetidas à análise de
regressão polinomial em função das diferentes doses de ácido abscísico
aplicadas.
38
3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.4.1 Bento Gonçalves
De acordo com os dados da figura 1, verifica-se que houve
incremento linear para a quantidade de polifenóis totais nas cascas em
22% com a dose de 800 ppm de ácido abscísico, concordando com os
resultados obtidos por Gardin et al. (2012) com a mesma cultivar em
Videira – Santa Catarina.
Figura 1 – Polifenóis totais nas cascas da cultivar Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves, 2013.
y = 0,7336*x + 1640
R² = 0,8033
1250
1500
1750
2000
2250
2500
0 200 400 600 800
Po
life
nó
is T
ota
is (m
g L
-1
eq
uiv
ale
nte
s d
e á
cid
o g
áli
co
)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Balint e Reynolds, (2013) em trabalho realizado com
‘Cabernet Sauvignon’ em Ontario no Canadá, observaram incremento
da quantidade de antocianinas e compostos fenólicos totais em uvas
tratadas com 150 e 300 mg/L de ácido abscísico.
Apesar de não ser um parâmetro desejável para cultivares de
uva para vinho, o aumento do tamanho da baga teve um comportamento
linear crescente (figura 2), porém este aumento não refletiu em
diminuição dos polifenóis, pelo contrário mesmo aumentando o
tamanho da baga, houve um aumento linear positivo dos polifenóis.
39 Figura 2 – Diâmetro de bagas na cultivar Cabernet Sauvignon submetida
a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves, 2013.
y = 0,001*x + 13,11
R² = 0,911
12,8
13,0
13,2
13,4
13,6
13,8
14,0
14,2
0 200 400 600 800
Diâ
metr
o (m
m)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Para as demais características físico-químicas das bagas e do
mosto, a aplicação de diferentes doses de ácido abscísico não interferiu
significativamente como pode ser constatado na tabela 1.
Tabela 1 – Massa de bagas (M), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT),
pH, antocianinas (A), intensidade da cor das bagas (IC) da cultivar
Cabernet Sauvignon tratada com diferentes doses de ácido abscísico.
Bento Gonçalves, 2013.
Dose
(ppm)
M
(g)
SS
(°Brix)
AT
(meqL-1)
pH A
(mg L-1)
IC
0 151,6* 19,42* 83,4* 3,40* 805,6* 9,2*
200 160,3 19,56 90,2 3,41 805,3 9,2
400 145,3 19,72 85,1 3,48 757,1 8,8
600 163,4 19,64 89,4 3,47 971,6 11,1
800 158,1 19,58 87,7 3,48 883,9 9,1
CV(%) 6,1 0,2 3,8 0,6 9,16 12,8
*Valores não significativos. Fonte: Sabrina Lerin
40
Na figura 3, observa-se que para o vinho a quantidade de
polifenóis totais apresentou resposta semelhante à obtida nas bagas da
uva, havendo um incremento linear de 17% com a dose de 800ppm de
ácido abscísico.
Deis et al. (2011) observaram também que a aplicação
exógena de ácido abscísico aumenta significativamente o conteúdo de
compostos fenólicos das uvas e do vinho produzido da ‘Cabernet
Sauvignon’ em Mendoza, Argentina.
Figura 3 – Polifenóis totais presentes no vinho da cultivar Cabernet
Sauvignon submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento
Gonçalves, 2013.
y = 0,0247*x + 100,6
R² = 0,8773
95
100
105
110
115
120
125
0 200 400 600 800
Po
life
nó
is T
ota
is (m
g L
-1
eq
uiv
ale
nte
s d
e á
cid
o g
áli
co
)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
O aumento da quantidade de polifenóis observado com o
aumento das doses de ácido abscísico aplicadas na cultivar Cabernet
Sauvignon em Bento Gonçalves revela o potencial de qualidade que
poderá ser acrescido ao vinho, pois os polifenóis são os principais
compostos responsáveis pelo aroma, sabor e coloração dos vinhos tintos
de acordo com Kennedy, (2008).
A intensidade da cor do vinho de Cabernet Sauvignon de
Bento Gonçalves aumentou em 17% com a dose de 800 ppm e em 24%
com a dose de 600 ppm de ácido abscísico em comparação com a
testemunha, conforme pode ser observado na figura 4.
41 Figura 4 – Intensidade de cor no vinho da cultivar Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ácido abscísico. Bento Gonçalves, 2013.
y = 0,0013*x + 4,8815
R² = 0,7684
4,50
4,70
4,90
5,10
5,30
5,50
5,70
5,90
0 200 400 600 800
Inte
nsi
da
de d
e C
or
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
O aumento da intensidade de cor (Figura 4) e da quantidade
de polifenóis (Figura 3) observado no vinho condiz com os resultados
observados por Anderson et al. (2008) que avaliaram o efeito da
aplicação de ABA nas cultivares Cabernet Sauvignon e Merlot sobre as
bagas e o vinho produzido, obtendo resultados semelhantes, como
aumento da coloração e do conteúdo de polifenóis.
O efeito das mudanças climáticas sobre a produção e os
atributos de qualidade estão entre as preocupações dos vitivinicultores e
demais agricultores (WHITE et al. 2006). Embora que, ainda haja
debates sobre a influência antropogênica sobre o clima, há claramente
registros de condições extremas ou anormais para determinados
períodos (CHUINE et al. 2004; MANN et al. 2009) que podem ter
implicações sobre o cultivo da videira e a qualidade dos vinhos.
As melhores safras para a viticultura na Serra Gaúcha
ocorrem em anos com menor precipitação e maior insolação,
possibilitando melhores condições de maturação às uvas (PEDRO
JÚNIOR, 2006).
Na tabela 2 são apresentadas as condições climáticas durante
o período de realização do experimento e observa-se que houve
diminuição da temperatura e aumento da precipitação no mês de março.
42
Tabela 2 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Bento Gonçalves, safra
2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
23,7
26,4
14,6
15,2
163,2
24,1
Dezembro/12 28,4 18,1 229,6
Janeiro/13 26,5 15,9 114,1
Fevereiro/13 26,5 17,2 108,5
Março/13 22,9 14,6 191,8
Média 25,7 15,9 138,5
Fonte: Estação Agroclimatológica de Bento Gonçalves instalada na
Embrapa Uva e Vinho, RS – (Lat. 29° 09’S, Lon. 51° 31’W e alt. 640
m).
3.4.2 Vacaria
Observa-se na figura 5, comportamento linear positivo para a
variável pH, concordando com os resultados obtidos por Balint e
Reynolds, (2013) com a mesma cultivar.
Figura 5 – Potencial hidrogeônico (pH) do mosto da cv. Cabernet
Sauvignon submetida a diferentes doses de ABA. Vacaria, 2013.
y = 0,0001x *+ 2,9545
R² = 0,804
2,94
2,96
2,98
3,00
3,02
3,04
3,06
3,08
0 200 400 600 800
pH
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
43
O aumento de índice de pH no mosto verificado na figura 5,
contribui para a manutenção das antocianinas, responsáveis pela
coloração vermelha dos vinhos tintos (Ribéreau-Gayon et al. 2006).
Martín et al. (2005) em trabalho realizado com a cultivar
Verdejo, avaliaram a aplicação de 800 ppm de ácido abscísico em três
épocas: quando a baga estava em tamanho de ervilha, no veraison e na
maturação verificando que todos os tratamentos aumentatam os valores
de pH do mosto.
Na tabela 3 pode-se constatar que as aplicações de diferentes
doses de ABA não influenciaram de modo significativo na quantidade
de antocianinas, polifenóis totais e intensidade da cor das bagas e do
vinho da ‘Cabernet Sauvignon’ avaliada em Vacaria.
Tabela 3 – Antocianinas presentes nas cascas (AC), polifenóis totais nas
cascas (PTC - equivalentes de ácido gálico) e intensidade de cor das
cascas (ICC) e antocianinas no vinho (AV), polifenóis totais no vinho
(PTV - equivalentes de ácido gálico) e intensidade de cor do vinho
(ICV) da cultivar Cabernet Sauvignon tratada com diferentes doses de
ácido abscísico. Vacaria, 2013.
Dose
ppm
AC
meqL-1
PTC
mg.L-1
ICC AV
meqL-1
PTV
mg.L-1
ICV
0 1234* 2168* 10,7* 281* 157* 7,2*
200 1287 2230 10,9 345 182 8,7
400 1277 2089 10,4 404 185 9,2
600 1479 2500 12,9 350 204 9,9
800 1578 2566 13,6 373 178 9,6
CV(%) 4,65 6,19 6,48 11,2 8,4 6,27
*Valores não significativos. Fonte: Sabrina Lerin
Na tabela 4 observam-se as demais variáveis físico-químicas
analisadas que não apresentaram diferença significativa para as
diferentes doses de ácido abscísico aplicadas na cultivar Cabernet
Sauvignon em Vacaria.
44
Tabela 4 – Massa (M), diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Cabernet Sauvignon tratada com diferentes
doses de ácido abscísico. Vacaria, 2013.
Dose
(ppm)
M
(g)
D
(mm)
SS
(°Brix)
AT
(meq L-1)
0 156,49* 13,03* 21,55* 135,28*
200 153,53 13,39 21,58 134,68
400 154,25 13,39 21,33 170,28
600 153,38 13,40 21,25 165,55
800 156,00 13,35 21,53 166,07
CV(%) 0,5 0,57 0,6 8,0
*Valores não significativos. Fonte: Sabrina Lerin
Na tabela 5 são apresentadas as condições climáticas para o
município de Vacaria durante o período de desenvolvimento do
experimento, onde se pode verificar a diminuição da temperatura e alta
precipitação pluviométrica durante o mês de março, coincidindo com a
época da colheita da uva.
Tabela 5 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Vacaria, safra
2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
17,3
19
16,1
17,5
142
74
Dezembro/12 21,3 20 177,4
Janeiro/13 19,3 17,9 107,4
Fevereiro/13 19,8 18,5 147,4
Março/13 17,1 16 150,6
Média 18,9 17,6 133,13
Fonte: Estação Metereológica Automática de Vacaria, INMET – (Lat.
28° 30’ S, Lon. 50° 52’ W e alt. 986 m).
45 3.4.3 Santana do Livramento
Verifica-se que houve incremento linear para a quantidade de
polifenóis totais presentes nas cascas em 9% com a aplicação da dose de
800 ppm de ácido abscísico, conforme constata-se na figura 6.
Os resultados obtidos concordam com trabalhos realizados por
Balint e Reynolds (2013) e Deis et al. (2011) que também verificaram
incremento de polifenóis na cultivar Cabernet Sauvignon com a
aplicação exógena de ácido abscísico.
Figura 6 – Polifenóis totais presentes nas cascas da cultivar Cabernet
Sauvignon submetida à aplicação de diferentes doses de ABA. Santana
do Livramento, 2013.
.
y = 0,1385*x + 1078,2
R² = 0,8943
1060
1080
1100
1120
1140
1160
1180
1200
0 200 400 600 800
Po
life
nó
is T
ota
is (m
g L
-1
eq
uiv
ale
nte
s d
e á
cid
o g
áli
co
)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Para a quantidade de antocianinas presentes nas cascas houve
um aumento de 30% com a dose de 800 ppm de ácido abscísico,
conforme pode ser observado na figura 7.
Xi et al, (2013) em trabalho conduzido com a cultivar Yan73
(Vitis vinifera), uma das cultivares mais tintórias cultivadas na China,
verificaram que a aplicação de 200 mg/L durante o veraison
proporcionou os maiores conteúdos de compostos fenólicos,
antocianinas e também a maior capacidade antioxidante nos vinhos
elaborados a partir de tratamentos com ácido abscísico em comparação
com a testemunha.
46
Figura 7 – Antocianinas na cultivar Cabernet Sauvignon submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013.
y = 0,1128*x + 340
R² = 0,7743
300
320
340
360
380
400
420
440
460
0 200 400 600 800
An
tocia
nin
as
(mg
L-1
ma
lvid
ina
-3-g
luco
sid
e)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Para a intensidade da cor (figura 8) das cascas também houve
um incremento de 17% com a aplicação da dose de 800 ppm de ácido
abscísico.
Figura 8 – Intensidade da cor nas cascas da cv. Cabernet Sauvignon
submetida a diferentes doses de ABA. Santana do Livramento, 2013.
y = 0,0013*x + 6,92
R² = 0,83256,6
6,8
7,0
7,2
7,4
7,6
7,8
8,0
8,2
0 200 400 600 800
Inte
nsi
da
de d
e C
or
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
47
Observa-se na figura 9, que a aplicação de ácido abscísico
também proporcionou um aumento da massa das bagas conforme se
aumentaram as doses de ácido abscísico.
Figura 9 – Massa de bagas da cultivar Cabernet Sauvignon submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013.
y = 0,0055**x + 147,85
R² = 0,9381
147
148
149
150
151
152
153
0 200 400 600 800
Ma
ssa
(g
)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Resultados semelhantes foram observados por Balint e
Reynolds (2013) com a aplicação exógena de ABA nas concentrações
de 150 e 300 mg.L-1 proporcionaram aumento de massa da bagas na
cultivar Cabernet Sauvignon, em Ontario no Canadá.
Jayalakshmi et al. (2012) também observaram incremento de
massa em folhas de Malva sylvestris L. submetidas à tratamento com
ácido abscísico.
Para as demais características físico-químicas das bagas a
aplicação exógena de diferentes doses de ácido abscísico não interferiu
de forma significativa conforme pode ser observado na tabela 6.
48
Tabela 6 – Sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), pH e diâmetro de
bagas da cultivar Cabernet Sauvignon submetida à diferentes doses de
ácido abscísico. Santana do Livramento, 2013.
Dose
(ppm)
SS
(°Brix)
AT
(meq L-1)
pH D
(mm)
0 18,44* 86,13* 3,54* 12,93*
200 18,12 90,17 3,46 12,82
400 18,28 89,06 3,54 13,10
600 18,26 87,68 3,48 12,88
800 18,60 85,72 3,52 13,13
CV(%) 0,5 1,2 1,3 1,0
*Valores não significativos. Fonte: Sabrina Lerin
Devido à um problema na vinificação das uvas de Cabernet
Sauvignon do município de Santana do Livramento não existem dados
sobre a aplicação de ácido abscísico e seus efeitos no vinho.
As condições climáticas da cidade de Santana do Livramento
durante o período de realização do experimento são apresentadas na
tabela 7 e pode-se observar a diminuição da temperatura e menor
quantidade de chuva para o mês de março.
Tabela 7 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P.P. (precipitação pluviométrica total). Santana do Livramento,
safra 2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
18,5
22,1
17,6
20,8
270,4
60,8
Dezembro/12 23,7 22,5 215,6
Janeiro/13 22,4 21,2 160,2
Fevereiro/13 22,5 21,3 108,8
Março/13 19,5 18,3 83
Média 21,4 20,2 149,8
Fonte: Estação Metereológica Automática de Santana do Livramento,
INMET – (Lat. 30° 50’ S, Lon. 55° 36’ W e alt. 328 m).
49
Os resultados apresentados concordam com o trabalho de
Ferrandino e Lovisolo, (2013), no qual os autores destacam que o ácido
abscísico é uma ferramenta de controle de estresses abióticos e é
responsável por aumentar a qualidade das uvas.
3.5 CONCLUSÕES
A aplicação exógena de ácido abscísico promove melhoria na
composição fenólica das bagas e dos vinhos, aumentando a
concentração de antocianinas, polifenóis e a intensidade de cor nas
cascas da ‘Cabernet Sauvignon’ nos três locais avaliados.
O incremento da intensidade da cor, teor de antocianinas e de
polifenóis totais proporcionado pela aplicação exógena de ácido
abscísico é transferido também para o vinho da cultivar Cabernet
Sauvignon, agregando maior qualidade ao vinho produzido.
A aplicação exógena de ABA não altera as características
físico-químicas das bagas da cultivar Cabernet Sauvignon.
3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, M.; FIDELIBUS, M.; KAYE, O.; KUPINA, S.;
WATERHOUSE, A. Effects of Abscisic Acid on Phenolic Composition
of Cabernet Sauvignon and Merlot Wine Grapes. In Proceedings of the
2nd Annual National Viticulture Research Conference, v.9, p.11,
2008.
BALINT, G.; REYNOLDS, A. G. Impact of exogenous abscisic acid on
vine physiology and grape compostiton of Cabernet Sauvignon.
American Journal of Enology and Viticulture, v.64, n.1, p.74-87,
2013.
CANTÍN, C. L.; FIDELIBUS, M. W.; CRISOSTO, C. H. Application of
Abscisic Acid (ABA) at Veraison Advanced Red Color Development and Maintained Postharvest Quality of ‘Crimson Seedless’grapes.
Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v.46, n.3, p.237-
241, 2007.
50
CHAVARRIA, G.; SANTOS, H.P. dos; ZANUS, M. C.; MARODIN,
G. A. B.; CHALAÇA, M. Z.; ZORZAN, C. Maturação de uvas Moscato
Giallo sob cultivo protegido. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 32, n.1, p.151-160, 2010.
CHUINE, I.; YIOU, P.; VIOVY, N.; SEGUIN, B.; DAUX, V.;
LADURIE, E. L. Historical phenology: grape ripening as a past climate
indicator. Nature, v.432, p.289–290, 2004.
DEIS, L.; CAVAGNARO, B.; BOTTINI, R.; WUILLOUD, R.; SILVA,
M. F. Water déficit and exogenous ABA significantly affect grape and
wine phenolic composition under in field and in-vitro conditions.
Journal of Plant Growth Regulation, v.65, n.1, p.11-21, 2011.
GARDIN, J. P. P.; SCHUMACHER, R. L.; BETTONI, J. C.; PETRI, J.
L.; SOUZA, E. L. Ácido abscísico e Etefon: influência sobre a
maturação e qualidade das uvas Cabernet Sauvignon. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 34, n. 2, p. 321-327,
Junho 2012;
GUERRA, C.; MANDELLI, F.; TONIETTO, J.; ZANUS, M. C.;
CAMARGO, U. A. Conhecendo o essencial sobre uvas e vinhos.
Embrapa Uva e Vinho. Junho de 2009. Disponível em:
http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/documentos/doc048.pdf. Acesso
em 03 de jan. de 2014.
FERRANDINO, A.; LOVISOLO, C. Abiotic stress effects on grapevine
(Vitis vinifera L.): Focus on abscisic acid-mediated consequences on
secondary metabolism and berry quality. Environmental and
Experimental Botany, 10p. 2013
JAYALAKSHMI, N. R.; THARA SARSWATHI, K. J.; VIJAYA, B.;
RAMAN, D. N.; SURESH, R. Establishment of enhanced anthocyanin
production in Malva sylvestris L. with different induced strss.
51 International Journal of Pharma & Bio Sciences, v.3, n.4, p.17-27,
2012.
JEONG, S.T.; N. GOTO-YAMAMOTO; S. KOBAYASHI; M.
ESAKA. Effects of plant hormones and shading on the accumulation of
anthocyanins and the expression of anthocyanin biosynthetic genes in
grape berry skins. Plant Science, USA, v.167, p.247-252, 2004.
JONES, G.V.; GOODRICH, G. B. Influence of climate variability on
wine regions in The western USA and on wine quality in the Napa
Valley. Climate Research, Oldendorf, v.35, n.3, p.241-254. 2008.
KENNEDY, J. A. Grape and wine phenolics: observations and recent
findings. Ciencia e Investigación Agraria, Chile, v.35, n.2, p.107-120,
2008.
KOYAMA, K.; SADAMATSU, K.; GOTO-YAMAMOTO, N. Absicic
acid stimulated ripening and gene expression in berry skins of the
Cabernet Sauvignon grape. Functional & Integrative Genomics, v.
10, n.3, p.367-381, 2010.
LACAMPAGNE, S.; GAGNÉ, S.; GÉNY, L. Involvement of Abscisic
Acid in Controlling the Proanthocyanidin Biosynthesis Pathway in
Grape Skin: New Elements Regarding the Regulation of Tanin
Composition and Leucoanthocyanidin Reductase (LAR) and
Anthocyanidin Reductase (ANR) Activities and Expression. Journal
Plant Growth Regulation, New York, v.28, p.81-90, 2010.
MANN, M. E.; WOODRUFF, J. D.; DONNELLY, J. P.; ZHANG, Z. H.
Atlantic hurricanes and climate over the past 1,500 years. Nature, v.
460,p.880–883, 2009.
MARTÍN, P.; GONZÁLEZ, R.; GONZÁLEZ, M. R. (2005). Influence
of abscisic acid application on cv. Verdejo grape composition. In
52
Congresos y Jornadas-Instituto Tecnológico Agrario de Castilla y León.
ITACyL, 2005.
MOTA, C. S.; AMARANTE, C. V. T. do; SANTOS, H. P. dos;
ZANARDI, O Z. Comportamento vegetativo e produtivo de videiras
“Cabernet Sauvignon” cultivadas sob cobertura plástica. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.30, n.1, p.148-15, 2008.
PEDRO JUNIOR, M. J.; PEZZOPANE, J. R. M.; HERNANDES, J. L.;
ABRAMIDES, P. L. G. Sistemas de condução da videira ‘Niágara
Rosada’: efeitos na transmissão da radiação solar e na produtividade.
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v.14, n.1, p.1-9,
2006.
QUIROGA, A. M.; BERLI, F. J.; MORENO, D.; CAVAGNARO, J. B.;
BOTTINI, R. Abscisic Acid Sprays Significantly Increase Yield per
Plant in Vineyard-Grown Wine Grape (Vitis vinifera L.) cv. Cabernet
Sauvignon Through Increased Berry Set with No Negative Effects on
Anthocyanin Content and Total Polyphenol Index of Both Juice and
Wine. Journal of Plant Growth Regulation, v.28, n.1, p.28-35, 2008.
RIBEREAU-GAYON, P.; GLORIES, Y. ; MAUJEAN, A. ;
DUBOURDIEU, D. Traité dóenologie. 2. Chimie du vin:stabilisiation
et traitements. Paris: Dumond. v.2, 1998, 519 p.
RIBÉREAU-GAYON, P.; DUBOURDIEU, D.; DONÉCHE, B.;
LONVAUD, A. Handbook of Enology: the microbiology of wine and
vinifications. 2ed. Wiley & Sons, 2006. 429 p.
RIVAS, E. G. et al, Behavior and characterisation of the colour during red wine making and maturation. Analytica Chimica Acta, v.563, p.
215-222, 2006.
53 SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetry of total phenolics with
phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagent. American Journal of
Enology and Viticulture, Davis, v.16, p.144-158, 1965.
VILLALOBOS, L. G. Acido abscisico: Importante modulador de la
Ruta Fenilpropanoide em bayas de vid cv. Carmenere. (Tesis para optar
al titulo de Bioquimico). Pontificia Universidad Catolica de Valparaiso,
2011.
XI, Z. M.; MENG, J. F.; HUO, S. S.; LUAN, L. Y.; MA, L. N.;
ZHANG, Z. W. Exogenously applied abscisic acid to Yan73 (V.
vinifera) grapes enhances phenolic content and antioxidant capacity of
its wine. International Journal of Food Sciences and Nutrition, v.64,
n.4, p. 444-451, 2013.
WESTPHALEN, S.L.; MALUF, J.R.T. Caracterização das áreas
bioclimáticas para o cultivo de Vitis vinifera L. nas regiões da Serra do
Noroeste e Planalto do Estado do Rio Grande do Sul. Brasília: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia; Bento Gonçalves:
Embrapa Uva e Vinho, 2000. 99p.
WHITE, M. A.; DIFFENBAUGH, N.S.; JONES, G. V.; PAL, J. S.;
GIORGI, F. Extreme heat reduces and shifts United States premium
wine production in the 21st century. In: Proceedings of the National
Academy of Sciences, USA, v.103,p.11217–11222, 2006.
54
4 CAPÍTULO 2 - AUMENTO DA COLORAÇÃO DO SUCO DA
UVA ISABEL COM APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO
4.1 RESUMO
Os sucos elaborados a partir de uvas americanas agregam um grande
valor para os produtores e possui grandes vantagens sobre o vinho, uma
vez que isento de álcool e possuindo a mesmas propriedades
nutracêuticas, o suco pode ser consumido a qualquer momento por
pessoas de qualquer faixa etária. A cultivar Isabel é a principal dentre as
cultivares utilizadas para a elaboração de suco de uva, contudo,
apresenta baixa coloração e rendimento no processo de beneficiamento
da uva, com a finalidade de produzir suco. Assim, o objetivo do trabalho
foi avaliar os efeitos da aplicação de ácido abscísico na composição
fenólica das bagas e suco da cultivar Isabel. O experimento foi realizado
no Estado do Rio Grande do Sul, no município de Pinto Bandeira, com a
cultivar Isabel, da espécie Vitis labrusca. O delineamento experimental
adotado foi de blocos ao acaso com cinco repetições. Foram aplicados
cinco doses de ácido abscísico (0; 200; 400; 600 e 800 ppm) uma única
vez em veraison. Após a colheita, foram realizadas as avaliações das
características físicas, químicas e dos compostos fenólicos presentes nas
cascas e no suco integral. A aplicação de ácido abscísico proporciona
aumento dos doses de polifenóis, antocianinas e intensidade de cor na
uva Isabel e no suco produzido, incrementando linearmente em até 70%
as antocianinas, 119% os polifenóis, 61% a intensidade de cor do suco
produzido a partir de uvas Isabel.
4.2 INTRODUÇÃO
Entre as principais cultivares de uvas para processamento
produzidas no Brasil estão ‘Isabel’, ‘Concord’ e ‘Bordô’ (SATO et al.
2008), no entanto, com o avanço do melhoramento genético, outras
cultivares para processamento foram lançadas, como por exemplo, BRS
Rúbea, BRS Cora, BRS Violeta e BRS Carmem (CAMARGO et al.
2010).
Camargo et al. (2010), destacam que apesar de ser a cultivar mais plantada nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a
‘Isabel’ apresenta o problema de baixa coloração do suco, o que
proporciona baixo rendimento industrial na elaboração de suco
concentrado de uva.
55
Os sucos elaborados com uvas americanas estão se destacando
como produto de grande valor agregado para os produtores, com
grandes vantagens competitivas sobre o vinho por possuir as mesmas
propriedades nutracêuticas. Além disso, o suco pode ser consumido por
pessoas de todas as faixas etárias, a qualquer momento, pois não contém
álcool.
Continuamente o corpo humano está exposto aos radicais
livres, responsáveis pela patogenicidade de inúmeras doenças, como por
exemplo, câncer, doenças cardiovasculares e diabetes (COOPER et al.
2004; DEMBINSKA-KIEC et al. 2008), entretanto o consumo regular
de alimentos que contém naturalmente compostos antioxidantes é uma
forma de prevenir os riscos de muitas doenças causadas pelos radicais
livres (YOUNG, WOODSIDE, 2001).
Segundo Iacopini et al. (2008), a uva é uma das frutas com a
maior concentração de antioxidantes e compostos fenólicos. Devido a
presença desses compostos, pesquisas relatam os benefícios da uva e do
suco de uva (DÁVALOS et al. 2005; ZERN et al. 2005; MULLEN et
al. 2007; FREDERIKSEN et al. 2007).
Uma grande gama de atividades biológicas dos compostos
fenólicos já foram relatadas, como por exemplo, anticarcinogênico,
antialérgico, anti-inflamatório, bem como, a atividade antioxidante
(CATTERALL, et al. 2000; TERRA et al. 2007).
As antocianinas fazem parte da composição das bagas de uva
e além de serem responsáveis pela coloração, apresentam importantes
efeitos para saúde (PASCUAL-TERESA, SANCHEZ-BALLESTA,
2008). Na incessante busca pela saúde e bem estar, os consumidores
procuram alimentos que lhes tragam benefícios, como por exemplo,
alimentos com propriedades antioxidantes, ricos em compostos
fenólicos e antocianinas (GUILFORD, PEZZUTO, 2011), assim, o suco
de uva representa uma excelente alternativa.
Neste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a
aplicação exógena de diferentes doses de ácido abscísico, em aplicação
única na cultivar Isabel, e seus efeitos na coloração das bagas e no suco
de uva integral.
4.3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na safra 2012-2013, no Estado do
Rio Grande do Sul, na Serra Gaúcha, importante pólo produtor de uvas,
vinhos e sucos, no município de Pinto Bandeira (latitude 29º 08’,
56
longitude 51º 26’ e 700 metros de altitude). O vinhedo utilizado foi
implantado em 1999, com a cultivar Isabel, da espécie Vitis labrusca. Na área experimental o delineamento adotado foi de blocos ao
acaso com cinco repetições. Antes da realização da aplicação foi
realizada desfolha e a aplicação de ABA foi feita diretamente nos
cachos. Foram aplicados cinco doses de ácido abscísico (0; 200; 400;
600 e 800 ppm) uma única vez, na virada de cor (veraison) quando 50%
das bagas ou mais estavam rosadas.
No momento da colheita, foram realizadas as avaliações das
características físicas das bagas e químicas do mosto das uvas, e a partir
das cascas, foi avaliada a composição fenólica. Para tanto, foram
coletadas amostras de 100 bagas por parcela, aleatoriamente de
diferentes posições dos cachos. Para avaliação de massa das bagas foi
efetuado o peso de 100 bagas de cada repetição com auxílio de balança
de precisão e para diâmetro das bagas foram utilizadas 20 bagas de cada
repetição, com auxilio de paquímetro.
A concentração de sólidos solúveis (oBrix) foi determinada
por refratometria, com refratômetro portátil digital de bancada, modelo
RTD-45, marca Digital Refractometer. A acidez total (% ácido málico)
foi determinada através de uma amostra 5 mL de mosto, diluída em 5
mL de água destilada, sendo realizada a titulação com solução de NaOH
a 0,1 N. A determinação do potencial hidrogeônico (pH) foi realizada a
25ºC em potenciômetro marca Imbrac, calibrado com soluções padrão
de pH 4,00 e 7,00.
Para extração dos compostos para análise de polifenóis e
antocianinas foram pesadas 40 g de casca de uva e adicionados 16 mL
de metanol a 50%, colocando-se em estufa a 30 ºC, por 24 horas,
retirando-se o sobrenadante após esse período. A seguir as cascas
passaram por extração fria, adicionando-se 16 mL de metanol a 50%,
armazenadas em refrigerador a -3 ºC, por 24 horas. Após esse período, o
sobrenadante foi novamente coletado e misturado com o extraído
anteriormente. O extrato foi mantido em geladeira até o momento da
análise.
A concentração de antocianinas extraíveis foi estimada
segundo a metodologia proposta por Ribéreau-Gayon; Stonestreet
(1965) apud Ribéreau-Gayon et al. (1998), método químico baseado na propriedade característica das antocianinas, as quais variam sua cor de
acordo com o pH. O método que mensura a diferença da densidade
óptica na absorbância da onda de 520 nm (D.O.520), Δd’ = d’1 - d’2, em
uma cubeta de quartzo de 10,01 mm de percurso óptico. Este método
57 prevê a preparação das amostras para leitura em espectrofotômetro d’1 e
d’2. A primeira amostra (d’1), é composta por 1 mL de solução extrato, 1
mL de etanol, 0,1% HCl e 10 mL de HCl 2% (pH = 0,8). A segunda
(d’2) contém 1 mL de solução extrato, 1 mL de etanol 0,1% HCl e 10
mL de solução tampão [pH = 3,5 (303,5 mL de fosfato dissódico 0,2M
+ 696,5 mL de ácido cítrico 0,1M)]. Mediante a fórmula AE (mg L-1) =
388*Δd’, obtém-se a quantidade de antocianinas facilmente extraíveis
em miligrama por litro. A determinação dos polifenóis totais foi
realizada pelo método descrito por Singleton e Rossi (1965), utilizando
o reagente Folin-Ciocalteau, e as concentrações foram determinadas
utilizando-se uma curva de calibração com ácido gálico (mg L-1 de
mosto).
Para elaboração do suco de uva integral da cultivar Isabel,
após a colheita da uva foi realizada a separação das bagas e da ráquis e
em concomitante seleção das bagas sadias. O suco de uva integral,
apresentado na sua concentração e composição natural, límpido ou
turvo, sem adição de açúcar, foi elaborado à partir de três quilogramas
de uva por repetição. Foi utilizada uma panela extratora de suco à vapor
e manualmente realizando-se o engarrafamento e rotulagem das garrafas
que após foram encaminhadas para análise de cor, antocianinas e
polifenóis.
As variáveis analisadas foram submetidas à análise de
regressão polinomial em função das diferentes doses de ácido abscísico
aplicadas.
4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se observar na figura 1, que houve incremento linear de
antocianinas, de 80% com a dose de 800ppm de ABA e de 48% com a
dose de 600 ppm de ABA, demonstrando que o ácido abscísico induz o
aumento da pigmentação das bagas pelo aumento da concentração de
antocianinas.
Hiratsuka et al. (2001) em trabalho realizado in vitro com a
cultivar Olympia (Vitis labruscana Bailey) também observaram o
aumento da biossíntese de antocianinas com a aplicação exógena de
ABA. Os resultados obtidos concordam com os dados observados por Shandhu et al. (2011), que avaliaram a aplicação de ácido abscísico
durante o veraison e após o veraison, nas cultivares ‘Nobles’ e
‘Alachua’ (Vitis rotundifolia), obtendo que o tratamento com ácido
abscísico aumentou o conteúdo de polifenóis e antocianinas.
58
Figura 1 – Antocianinas nas cascas da cultivar Isabel submetida a
diferentes doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira,
2013.
y = 0,3353*x + 303,28
R² = 0,8605200
300
400
500
600
700
0 200 400 600 800
An
tocia
nin
as
(mg
L-1
ma
lvid
ina
-3-g
luco
sid
e)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Verifica-se comportamento polinomial para o diâmetro das
bagas na medida em que aumentam-se as doses de ácido abscísico
aplicadas, conforme pode ser observado na figura 2.
Figura 2 – Diâmetro das bagas da cultivar Isabel submetida a diferentes
doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira, 2013.
y = -3E-06x2 + 0,002x + 16,51
R² = 0,989
16,4
16,6
16,8
17
17,2
17,4
0 200 400 600 800
Diâ
met
ro d
e b
aga
s (c
m)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
59
Os resultados para o suco de uva foram semelhantes aos
observados nas análises das cascas das bagas, com incremento linear
positivo para polifenóis (Figura 3).
Na figura 3, verifica-se que a manutenção de 95% a mais de
polifenóis no suco que a testemunha com a dose 800 ppm de ABA e de
119% com a dose de 600 ppm de ácido abscísico.
Figura 3 – Polifenóis totais presentes no suco da cv. Isabel submetida a
diferentes doses de ABA. Pinto Bandeira, 2013.
y = 1,4606*x + 1064,6
R² = 0,8415
500
1000
1500
2000
2500
0 200 400 600 800
Po
life
nó
is T
ota
is (m
g L
-1
eq
uiv
ale
nte
s d
e á
cid
o g
áli
co
)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Observa-se que o teor de polifenóis totais atinge um ponto
máximo de concentração com a aplicação da dose de 600 ppm de ABA
(Figura 3), no entanto, a quantidade de antocianinas apresenta tendência
de aumento além da dose de 800 ppm de ABA (Figura 4).
Com isso, doses além de 800 ppm de ácido abscísico podem
ser testadas a fim de se obter a concentração ideal que propicie o
máximo de teor de antocianinas.
Conforme figura 4, verifica-se que para o teor de antocianinas
houve incremento linear positivo no suco de uva integral da cultivar
Isabel com manutenção no suco de 70% para 800 ppm e de 50% para a
dose de 600 ppm de ácido abscísico.
60
Figura 4 – Antocianinas presentes no suco da cv. Isabel submetida a
diferentes doses de ABA. Pinto Bandeira, 2013.
y = 0,1471*x + 203,04
R² = 0,9183
150
200
250
300
350
0 200 400 600 800
An
tocia
nin
as
(mg
L-1
ma
lvid
ina
-3-g
luco
sid
e)
Doses de ABA (ppm)
Fonte: Sabrina Lerin
Na tabela 1, nas demais variáveis analisadas não foram
detectadas diferenças significativas entre os tratamentos. Shandhu et al.
(2011) verificou que a aplicação de ácido abscísico não alterou a massa
das bagas, a quantidade de sólidos solúveis e o potencial hidrogeônico
do mosto (pH) nas cultivares ‘Noble’ e ‘Alachua’ em experimento
conduzido na Flórida, Estados Unidos..
Tabela 1 – Massa de bagas (M), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT),
pH, polifenóis totais nas cascas (PTC - equivalentes de ácido gálico),
intensidade da cor nas cascas (ICC) e do suco (ICS) da cultivar Isabel
tratada com diferentes doses de ácido abscísico. Pinto Bandeira, 2013.
Dose
ppm
M
g
SS
°Brix
AT
meqL-1
pH PTC
mg.L-1
ICC ICS
0 310,6* 14,5* 19,6* 3,74* 853,6* 5,6* 4,7*
200 315,1 14,7 22,2 3,88 926,9 6,4 6,9
400 321,8 15,2 21,4 3,74 796,0 5,8 6,6
600 310,1 14,7 27,4 3,55 886,9 6,9 7,0
800 310,1 14,9 20,7 3,74 1057,4 7,9 7,6
CV(%) 1,5 1,7 14,6 3,9 8,8 7,8 10,3
*Valores não significativos. Fonte: Sabrina Lerin
61
Os resultados positivos obtidos nas cascas com a aplicação de
ABA se repetiram no suco, pois houve aumento da quantidade de
polifenóis totais (Figura 3) e aumento na quantidade de antocianinas
(Figura 4) e na intensidade de cor, como pode ser observado na tabela 1.
O incremento de cor no suco integral de ‘Isabel’ foi de 61%
em comparação à testemunha com a dose de 800 ppm de ácido
abscísico, enquanto o incremento da quantidade de polifenóis totais foi
de 23% na mesma dose.
Na tabela 2 são apresentadas as condições climáticas durante
o período de realização do experimento para o município de Pinto
Bandeira, podendo-se verificar a alta quantidade de chuva para os meses
de fevereiro e março, bem como a diminuição da temperatura em março.
Tabela 2 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P.P. (precipitação pluviométrica total). Pinto Bandeira, safra
2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
23
25,8
13,4
13,7
183,8
35,2
Dezembro/12 22 21 213,6
Janeiro/13 20,2 19 106,6
Fevereiro/13 20,5 19,5 159,2
Março/13 17,6 16,8 180,2
Média 21,5 17,2 146,4
Fonte: Estação Metereológica Automática Don Giovanni, Pinto
Bandeira, RS – (Lat. 29° 08’S, Lon. 51° 26’W e alt. 713 m).
As melhores safras para a viticultura na Serra Gaúcha ocorrem
em anos com menor precipitação e maior incidência de radiação,
possibilitando melhores condições de maturação às uvas (PEDRO
JÚNIOR, 2006).
Mandelli, (1998) relata que durante o período de maturação,
dias ensolarados e com baixa precipitação são imprescindíveis para a
obtenção de uvas sadias e com equilibrada relação açúcar/acidez,
características essenciais para que se possam elaborar bons vinhos.
Essas mesmas condições também são necessárias para elaborar sucos de
boa qualidade.
62
4.5 CONCLUSÕES
A aplicação exógena de ácido abscísico proporciona aumento
dos doses de polifenóis, antocianinas e intensidade de cor na uva Isabel
e no suco produzido a partir desta cultivar.
A aplicação exógena de ABA não altera as características
físico-químicas das bagas da uva ‘Isabel’. A aplicação exógena de ácido
abscísico proporciona um aumento dos doses de polifenóis, antocianinas
e intensidade de cor, tanto na uva ‘Isabel’ como suco produzido a partir
desta cultivar.
A aplicação exógena de ABA não altera as características
físico-químicas das bagas da uva ‘Isabel’.
O suco de uva é indicado para todas as pessoas que procuram
uma fonte de antioxidantes na alimentação.
4.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, U. A.; MAIA, J. D. G.; RITSCHEK, P. Novas cultivares
brasileiras de uva. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 64 p.,
2010.
CATTERALL, S.; SOUQUET, J. M.; CHEYNIER, V.; CLIFFORD, M.
N.; IOANNIDES, C. Modulation of the mutagenecity of food
carcinogens by oligomeric and polymeric procyanidins isolated from
grape seeds: synergistic genotoxicity with nitrosopyrrolidin. Journal of
the Science of Food and Agriculture, v.80, p. 91–101, 2000.
COOPER, K. A.; CHOPRA, M.; THURNHAM, D. I. Wine polyphenols
and promotion of cardiac health. Nutrition Research Reviews, v.17, p.
111–129, 2004.
DÁVALOS, A.; BARTOLOMÉ, B.; GÓMEZ-CORDOVÉS, C. Antioxidant properties of commercial grape juices and vinegars. Food
Chemistry, v. 93, n.2, p. 325–330, 2005.
63 DEMBINSKA-KIEC, A.; MYKKÄNEN, O.; KIEC-WILK, B.;
MYKKÄNEN, H. Antioxidant phytochemicals against type 2 diabetes.
British Journal of Nutrition, v.99, p.ES109–ES117, 2008.
FREDERIKSEN, H.; MORTENSEN, A.; SCHRODER, M.;
FRANDSEN, H.; BYSTED, A.; KNUTHSEN, P.; RASMUSSEN, S. E.
Effects of red grape skin and seed extract supplementation on
atherosclerosis in Watanabe heritable hyperlipidemic rabbits. Molecular
Nutrition and Food Research, v.51, n.5, p.564–571, 2007.
GUILFORD, J.; PEZZUTO, J. M. Wine and health: A review.
American Journal of Enology and Viticulture, Davis, v.62, p.471–
486, 2011.
HIRATSUKA, S.; ONODERA, H.; KAWAI, Y.; KUBO, T.; ITOH, H.;
WADA, R. ABA and sugar effects on anthocyanin formation in grape
berry cultured in vitro. Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 90, n.1-
2, p.121-130, 2001.
IACOPINI, P., BALDI, M., STORCHI, P. AND SEBASTIANI, L.
Catechin, epicatechin, quercetin, rutin and resveratrol in red grape:
Content, in vitro antioxidant activity and interactions. Journal of Food
Composition and Analaysis, v.21, p.589– 598, 2008.
MANDELLI, F. Comportamento do Clima da Serra Gaúcha e sua
influência na vindima de 1998. Embrapa: Comunicado Técnico, n.31,
p.1-4, 1998.
MULLEN, W.; MARKS, S. C; CROZIER, A. Evaluation of phenolic
compounds in commercial fruit juices and fruit drinks. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.55, n. 8, p. 3148-3157, 2007.
64
PASCUAL-TERESA, S. de; SANCHEZ-BALLESTA, M. T.
Anthocyanins: from plant to health. Phytochemistry Reviews, USA, v.
7, n. 2, p. 282-299, 2008.
PEDRO JUNIOR, M. J.; PEZZOPANE, J. R. M.; HERNANDES, J. L.;
ABRAMIDES, P. L. G. Sistemas de condução da videira ‘Niágara
Rosada’: efeitos na transmissão da radiação solar e na produtividade.
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v.14, n.1, p.1-9,
2006.
RIBEREAU-GAYON, P.; GLORIES, Y. ; MAUJEAN, A. ;
DUBOURDIEU, D. Traité dóenologie. 2. Chimie du vin:stabilisiation
et traitements. Paris: Dumond. v.2, 1998, 519 p.
SATO, A. J.; SILVA, B. J. da; SANTOS, C. E. dos; BERTOLUCCI, R,;
SANTOS, R. dos; CARIELO, M.; GUIRAUD, M. C.; FONSECA, I. C.
de B.; ROBERTO, S. R. Características físico-químicas e produtivas das
uvas ‘Isabel’ e ‘BRS-Rúbea’ sobre diferentes portaenxertos na região
norte do Paraná. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.30,
n.2, p.553-556, 2008.
SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetry of total phenolics with
phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagent. American Journal of
Enology and Viticulture, Davis, v.16, p.144-158, 1965.
SHANDHU, A. K.; GRAY, D. J.; LU, J.; GU, L. Effects of exogenous
abscisic acid on antioxidant capacities, anthocyanins, and flavonol
contentes of muscadine grape (Vitis rotundifolia) skins. Food
Chemistry, USA, v.126, n.3, p.982-988, 2011.
TERRA, X.; VALLS, J.; VITRAC, X.; MÉRRILLON, J. M.; AROLA,
L.; ARDÈVOL, A.; BLADÉ, C.; FERNANDEZ-LARREA, J.;
PUJADAS, G.; SALVADÓ, J.; BLAY M. Grape-seed procyanidins act
as anti-inflammatory agents in endotoxin-stimu lated RAW 264.7
65 macrophages by inhibiting NFkB signaling pathway. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.55, p. 4357–4365, 2007.
YOUNG, I. S.; WOODSIDE, J. V. Antioxidants in health and disease.
Journal of clinical pathology, v. 54, n.3, p.176-186, 2001.
ZERN, T. L.; WOOD, R. J.; GREENE, C.; WEST, K. L.; LIU, Y.;
AGGARWAL, D.; SHACHTER, N. S.; FERNANDEZ, M. L. Grape
polyphenols exert a cardioprotective effect in pre- and postmenopausal
women by lowering plasma lipids and reducing oxidative stress.
Journal of Nutrition, v.135, n.8, p.1911–1917, 2005.
66
5 CAPÍTULO 3 - APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO
INCREMENTA A COR DAS BAGAS DA UVA RUBI EM
DUAS REGIÕES NO SUL DO BRASIL
5.1 RESUMO
A coloração inadequada de uvas vermelhas é um problema que
prejudica a comercialização das uvas de mesa, pois este aspecto visual
deprecia seu valor. As antocianinas são responsáveis pela coloração
vermelha e seus teores na baga são influenciados pela amplitude térmica
da região produtora. O presente trabalho teve por objetivo avaliar
diferentes doses de ácido abscísico aplicados na cultivar Rubi em duas
regiões. O experimento foi realizado no Estado do Rio Grande do Sul,
no município de Vacaria, na região dos Campos de Cima da Serra e em
Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com a espécie Vitis vinifera, cultivar
Rubi. O delineamento experimental adotado foi esquema fatorial (dose e
três épocas de aplicações). Foram testados cinco doses de ácido
abscísico (0; 200; 400; 600 e 800 ppm), e um tratamento com Ethrel
(400 ppm) na virada de cor. Foi testado também o nível de 400 ppm de
ABA em diferentes épocas de aplicação (na virada de cor, aos 15 dias
antes da colheita e na virada de cor + 15 dias antes da colheita). No
momento da colheita, foram realizadas as avaliações das características
físicas, químicas e dos compostos fenólicos presentes nas cascas. A
aplicação de ácido abscísico com a dose de 400 ppm na cultivar Rubi
elevou a quantidade de antocianinas em 88% e a intensidade de cor em
67% para a região de Bento Gonçalves, já para a região de Vacaria a
dose de 800 ppm elevou em 97% o teor de antocianinas e em 41% a
concentração de polifenóis.
5.2 INTRODUÇÃO
As modificações climáticas, especialmente o aumento da
temperatura, e a mudança da frequência e distribuição das precipitações
pluviométricas podem trazer impactos na produção de uvas e seus
derivados, interferindo na área de cultivo e nas variedades cultivadas
(JONES; GOODRICH, 2008) e influenciando a o conteúdo de constituintes como sólidos solúveis, ácidos orgânicos e compostos
fenólicos (FERRER-GALLEGO et al. 2010).
Os consumidores no momento da compra são influenciados
por muitos fatores, desde a qualidade do produto apresentado, suas
67 características organolépticas, valor de mercado, entre outros. Um
aspecto muito importante é a coloração do fruto, como por exemplo, das
uvas de mesa, que se tornam mais atrativas ao consumidor pela sua
coloração.
A ‘Rubi’ é uma cultivar de uva de mesa rosada, que muitas
vezes não consegue atingir a coloração adequada, principalmente em
regiões de clima quente, atingindo um tom rosado claro, pouco atrativo
aos consumidores. Os produtores geralmente aplicam ethephon para
melhorar a cor, mas os resultados são irregulares.
O produto comercial Ethephon muito usado para melhorar a
cor das bagas da videira, está sendo restringido na Europa devido à
toxidade ao homem e ao meio ambiente, e desta forma o produtor está
ficando sem alternativas para produzir uma uva competitiva em termos
de coloração.
Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar diferentes
doses de ácido abscísico aplicados na cultivar Rubi em Bento Gonçalves
e em Vacaria e seus efeitos na coloração das bagas.
5.3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Estado do Rio Grande do Sul,
no município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha e no município de
Vacaria, nos Campos de Cima da Serra com a espécie Vitis vinifera
(cultivar Rubi).
O delineamento experimental adotado nos dois locais foi de
blocos ao acaso com oito tratamentos. Antes da realização da aplicação
foi realizada desfolha e a aplicação de ABA foi feita diretamente nos
cachos.
Foram testados cinco doses de ácido abscísico (0; 200; 400;
600 e 800 ppm), e um tratamento com Ethrel (400 ppm) na virada de
cor, quando 50% das bagas ou mais estavam rosadas.
A dose de 400 ppm de ABA também foi testada em diferentes
épocas de aplicação (uma aplicação na virada de cor, uma aplicação aos
15 dias antes da colheita e uma aplicação na virada de cor seguida de
outra aplicação aos 15 dias antes da colheita), conforme tabela 1.
68
Tabela 1 – Tratamentos com diferentes doses de ácido abscísico e
épocas de aplicação na cultivar Rubi para Bento Gonçalves, 2013.
Trat. Doses de ABA (ppm) Épocas de aplicação
1 0 Virada de cor
2 200 Virada de cor
3 400 Virada de cor
4
5
6
400
600
400 + 400
15 dias antes da colheita
Virada de cor
Virada de cor + 15 DAC
7
8
800
400 (Ethrel)
Virada de cor
Virada de cor
DAC: dias antes da colheita. Fonte: Sabrina Lerin
No momento da colheita, (aproximadamente 45 dias após a
primeira aplicação) foram realizadas as avaliações das características
físicas das bagas e químicas do mosto das uvas, e a partir das cascas, foi
avaliada a composição fenólica. Para tanto, foram coletadas amostras de
100 bagas por parcela, aleatoriamente de diferentes posições dos cachos.
Para avaliação de massa das bagas foi efetuado o peso de 100
bagas de cada repetição com auxílio de balança de precisão e para
diâmetro das bagas foram utilizadas 20 bagas de cada repetição medidas
com auxílio de uma régua.
A concentração de sólidos solúveis (oBrix) foi determinada
por refratometria, com refratômetro portátil digital de bancada, modelo
RTD-45, marca Digital Refractometer, com correção de temperatura
para 20 ºC. A acidez total (% ácido málico) foi determinada através de
uma amostra 5 mL de mosto, diluída em 5 mL de água destilada, sendo
realizada a titulação com solução de NaOH a 0,1 N.
A coloração das bagas foi determinada com auxílio de um
colorímetro Minolta, modelo CR 400 e os valores foram expressos em
L*C*h°, em que L* representa o brilho (luminosidade) de uma
superfície (L*= 100 = branco; L*= 0 = preto), C* (Chroma) representa a
pureza (intensidade) da cor vermelha e h° representa a tonalidade da cor
vermelha (0° = vermelho, 90° = amarelo).
Para extração dos compostos para análise de polifenóis e
antocianinas foram pesados 40 g de casca de uva e adicionados 16 mL
de metanol a 50%, colocando-se em estufa a 30 ºC, por 24 horas,
retirando-se o sobrenadante após esse período.
69
A seguir as cascas passaram por extração fria, adicionando-se
16 mL de metanol a 50%, armazenadas em refrigerador a -3 ºC, por 24
horas. Após esse período, o sobrenadante foi novamente coletado e
misturado com o extraído anteriormente. O extrato foi mantido em
geladeira até o momento da análise.
A concentração de antocianinas extraíveis foi estimada
segundo a metodologia proposta por Ribéreau-Gayon; Stonestreet
(1965) apud Ribéreau-Gayon et al. (1998), método químico baseado na
propriedade característica das antocianinas, as quais variam sua cor de
acordo com o pH. O método que mensura a diferença da densidade
óptica na absorbância da onda de 520 nm (D.O.520), Δd’ = d’1 - d’2, em
uma cubeta de quartzo de 10,01 mm de percurso óptico. Este método
prevê a preparação das amostras para leitura em espectrofotômetro d’1 e
d’2. A primeira amostra (d’1), é composta por 1 mL de solução extrato, 1
mL de etanol, 0,1% HCl e 10 mL de HCl 2% (pH = 0,8). A segunda
(d’2) contém 1 mL de solução extrato, 1 mL de etanol 0,1% HCl e 10
mL de solução tampão [pH = 3,5 (303,5 mL de fosfato dissódico 0,2M
+ 696,5 mL de ácido cítrico 0,1M)]. Mediante a fórmula AE (mg L-1) =
388*Δd’, obtém-se a quantidade de antocianinas facilmente extraíveis
em miligrama por litro.
A determinação dos polifenóis totais foi realizada pelo
método descrito por Singleton e Rossi (1965) utilizando o reagente
Folin-Ciocalteau, e as concentrações foram determinadas utilizando-se
uma curva de calibração com ácido gálico (mg L-1 de mosto).
Para análise das diferentes doses e épocas de aplicação as
variáveis foram submetidas à análise de variância pelo Teste de Tukey à
5% de probabilidade.
5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.4.1 Bento Gonçalves
Na tabela 2 são apresentadas as variáveis de coloração das
bagas. Observa-se que não houve diferença significativa entre os
tratamentos para a concentração de polifenóis totais e antocianinas.
Peppi et al. (2008) observaram que a aplicação de ácido abscísico no
veraison potencializou o acúmulo de antocianinas para a cultivar
Crimson Seedless e também para a cultivar Flame Seedless (PEPPI et al.
2006).
70
Tabela 2 – Polifenóis totais (PT - equivalentes de ácido gálico),
antocianinas (A - malvidina-3-glucoside) e coloração das bagas (L, C e
h°) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas de ácido
abscísico e uma aplicação de Ethrel. Bento Gonçalves, 2013.
Trat. PT
(mg L-1)
A
(mg L-1)
L C h°
1 121,4 a 2,47 a 34,4 a 6,54 ab 80,3 a
2 136,2 a 3,60 a 33,2 a 6,70 ab 67,8 ab
3 148,2 a 5,82 a 32,0 ab 6,67 ab 57,0 ab
4 146,4 a 3,10 a 31,7 ab 6,22 ab 65,9 ab
5 141,9 a 5,70 a 31,7 ab 7,00 a 45,4 b
6 133,3 a 3,57 a 32,9 ab 7,02 a 54,8 ab
7 116,6 a 4,40 a 32,4 ab 6,44 ab 62,1 ab
8 115,5 a 4,92 a 30,0 b 5,80 b 59,5 ab
CV% 12,5 38,7 4,1 5,8 18,5
*Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas não diferem
entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Fonte: Sabrina Lerin
Ferrara et al. (2013) observaram que a aplicação de 400 mg/L
de S-ABA proporcionou alterações na coloração com base no ângulo
hue, de 20 para 11-12 (mais vermelho-violeta). Os mesmos autores
afirmam que a aplicação de ABA aumentou a uniformidade da colheita
dos cachos através do aumento da coloração das bagas. Neste trabalho, a
aplicação de 600 ppm de ABA na virada de cor (tratamento 5) e duas
aplicações de 400 ppm de ABA, uma na virada de cor e outra 15antes da
colheita (tratamento 6) , proporcionaram a maior intensidade de cor.
Verifica-se na tabela 2 que a aplicação de 600 ppm de ABA na
virada de cor (tratamento 5) proporcionou a melhor tonalidade de cor
vermelha. Amiri et al. (2010) relatam que para a cultivar ‘Beidaneh
Ghermez’ os tratamentos com ABA proporcionaram maior incremento
da coloração e manutenção da qualidade dos frutos, caracterizando
aparência superior em comparação com o tratamento controle e com o
tratamento com ethephon.
Na tabela 3, pode-se observar as demais variáveis analisadas,
que não foram significativas, concordando com os resultados obtidos
por Ferrara et al. (2013). O maior valor de sólidos solúveis foi obtido no
tratamento com a dose de 800 ppm (tratamento 7) de ácido abscísico
concordando com Amiri et al (2010).
71 Tabela 3 – Massa (M) e diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas
de ácido abscísico e uma aplicação de Ethrel. Bento Gonçalves, 2013.
Trat. M
(g)
D
(mm)
SS
(°Brix)
AT
(meq L-1)
1 874,0 ab 23,4 a 13,8 ab 53,1 a
2 882,7 ab 23,0 a 13,5 b 52,1 a
3 993,4 ab 23,9 a 14,2 ab 54,1 a
4 899,4 ab 23,7 a 14,7 ab 48,9 a
5 708,3 b 23,3 a 14,1 ab 55,2 a
6 1013,5 ab 23,6 a 14,3 ab 51,1 a
7 1074,9 a 23,6 a 15,0 a 52,3 a
8 942,2 ab 23,0 a 14,8 ab 56,5 a
CV% 16,5 3,2 4,1 8,8
*Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas não diferem
entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Fonte: Sabrina Lerin
Verificam-se na tabela 4 as condições climáticas durante o
desenvolvimento do experimento para o município de Bento Gonçalves,
observando-se a diminuição da temperatura e a alta precipitação para o
mês de março, mês de pico da colheita da cultivar Rubi na região.
Tabela 4 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Bento Gonçalves, safra
2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
23,7
26,4
14,6
15,2
163,2
24,1
Dezembro/12 28,4 18,1 229,6
Janeiro/13 26,5 15,9 114,1
Fevereiro/13 26,5 17,2 108,5
Março/13 22,9 14,6 191,8
Média 25,7 15,9 138,5
Fonte: Estação Agroclimatológica de Bento Gonçalves instalada na
Embrapa Uva e Vinho, RS – (Lat. 29° 09’S, Lon. 51° 31’W e alt. 640
m).
72
5.4.2 Vacaria
Pode-se observar na tabela 5 as variáveis referentes a
coloração das bagas. A concentração de polifenóis totais e antocianinas
não diferiu estatisticamente entre os tratamentos.
A maior tonalidade de cor vermelha (ângulo hue) foi obtida
com a aplicação da dose de 800 ppm de ABA na virada de cor
(tratamento 7).
Tabela 5 – Polifenóis totais (PT - equivalentes de ácido gálico),
antocianinas (A - malvidina-3-glucoside) e coloração das bagas (L, C e
h°) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas de ácido
abscísico e uma aplicação de Ethrel. Vacaria, 2013.
Trat. PT
(mg L-1)
A
(mg L-1)
L C h°
1 331,7 a 10,2 a 34,3 a 5,58 a 86,0 a
2 345,0 a 10,5 a 34,4 a 5,56 a 78,1 ab
3 347,3 a 12,1 a 30,8 a 5,54 a 41,4 bc
4 249,9 a 10,2 a 33,8 a 4,85 a 51,6 abc
5 238,6 a 8,6 a 33,3 a 5,22 a 63,7 abc
6 227,3 a 7,1 a 34,5 a 4,82 a 52,7 abc
7 393,2 a 16,9 a 29,2 a 5,53 a 32,8 c
8 245,7 a 10,2 a 32,5 a 4,76 a 54,7 abc
CV% 29,3 52,1 6,7 10,6 29,4
*Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas não diferem
entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Fonte: Sabrina Lerin
As aplicações na virada de cor de 400 e 800 ppm de ácido
abscísico (tratamentos 3 e 7 respectivamente) proporcionaram os
maiores conteúdos de polifenóis totais e antocianinas.
Amiri et al. (2009) observaram aumento da quantidade de
antocianinas à medida que se aumentavam as doses de ácido abscísico e
de ethephon, no entanto, o mesmo trabalho relata que os tratamentos
com ácido abscísico apresentavam maior firmeza de polpa em relação
ao tratamento controle e ao tratamento com ethephon, concluindo que todas as uvas tratadas com ácido abscísico exibiram melhor qualidade
global em comparação à aquelas que não receberam nenhum tratamento
ou ethephon.
73
A aplicação de reguladores de crescimento à base de etileno
favorecem a maturação, mas prejudicam a firmeza dos frutos, como
observa-se em trabalho realizado com Litchi chinensis Sonn por Wang
et al. (2007) verificando que a aplicação de ácido abscísico promoveu
significativamente a síntese de antocianinas, enquanto a aplicação de
Ethrel aumentou a coloração do pericarpo, mas também acelerou o
processo de degradação da clorofila, observando-se a diferença entre o
tratamento 7 (800 ppm de ABA) e o tratamento 8 (400 ppm de Ethrel)
ambos na virada de cor.
A aplicação de ácido abscísico e de ethephon não influenciou
significativamente as variáveis físicas, massa e diâmetro de bagas e
sólidos solúveis como pode ser observado na tabela 6.
Tabela 6 – Massa (M) e diâmetro de bagas (D), sólidos solúveis (SS) e
acidez total (AT) da cultivar Rubi tratada com diferentes doses e épocas
de ácido abscísico e uma aplicação de Ethrel. Vacaria, 2013.
Trat. M
(g)
D
(mm)
SS
(°Brix)
AT
(meq L-1)
1 831,3 a 27,4 a 14,4 a 65,4 a
2 864,6 a 28,1 a 13,2 a 51,1 bc
3 854,2 a 26,5 a 14,5 a 59,2 ab
4 1006 a 29,5 a 14,0 a 50,6 bc
5 1002 a 28,9 a 13,5 a 46,8 c
6 985,4 a 28,6 a 13,2 a 47,5 bc
7 818,8 a 26,1 a 14,9 a 54,1abc
8 1004 a 28,7 a 13,9 a 51,1 bc
CV% 16,9 5,4 8,0 9,4
*Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas não diferem
entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Fonte: Sabrina Lerin
Na tabela 6, observa-se que o menor valor de acidez total foi
observado no tratamento com 600 ppm de ácido abscísico na virada de
cor (tratamento 5), enquanto o maior valor ocorreu na testemunha
(tratamento 1).
Podemos observar na tabela 6 que para este trabalho a aplicação em duas épocas não apresentou os melhores resultados,
entretanto Roberto et al, (2013) em trabalho conduzido com a mesma
cultivar na cidade de Marialva, no Paraná, obtiveram o melhor resultado
com a aplicação de 400 ppm de ABA em duas aplicações, uma 7 dias
antes do início da maturação e 15 dias antes de colheita.
74
Nas condições estudadas observou-se a os efeitos da aplicação
exógena do ácido abscísico, no entanto, deve-se repetir o experimento
para a confirmação dos resultados.
As condições climáticas durante o período da realização do
experimento são apresentadas na tabela 7, verificando-se que houve
diminuição da temperatura a partir de fevereiro quando se inicia a
colheita e também aumento da quantidade de precipitação
pluviométrica.
Tabela 7 - Condições climáticas durante o período experimental: T°
Máx. (temperatura máxima média), T° Mín. (temperatura mínima
média), P. P. (precipitação pluviométrica total). Vacaria, safra
2012/2013.
Meses T° Máx. T° Mín. P. P. (mm)
Outubro/12
Novembro/12
17,3
19
16,1
17,5
142
74
Dezembro/12 21,3 20 177,4
Janeiro/13 19,3 17,9 107,4
Fevereiro/13 19,8 18,5 147,4
Março/13 17,1 16 150,6
Média 18,9 17,6 133,13
Fonte: Estação Metereológica Automática de Vacaria, INMET – (Lat.
28° 30’ S, Lon. 50° 52’ W e alt. 986 m).
5.5 CONCLUSÕES
A aplicação de ácido abscísico nas doses de 400 e 800 ppm
proporcionam os maiores conteúdos de polifenóis totais e antocianinas.
O ácido abscísico deve ser aplicado no momento da virada de
cor ou antes, para propiciar o melhor resultado.
O ácido abscísico é mais eficiente para a produção de
antocianinas, polifenóis e intensidade de cor, quando comparado ao
Ethrel.
O ácido abscísico pode ser uma ferramenta aos viticultores
que produzem uva de mesa em anos com condições climáticas
desfavoráveis.
75
5.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMIRI, M. E.; FALLAHI, E. PARSEH, S. H. Application of ethephon
and ABA at 40% veraison advanced maturity and quality of ‘Beidaneh
Ghermez’ grape. Acta Horticulturae (ISHS), v.2, n.884, p.371-377,
2010.
FERRARA, G.; MAZZEO, A.; MATARRESE, A. M. S.; PACUCCI,
C.; PACIFICO, A.; GAMBACORTA, G.; FACCIA, M.; TRANI, A.;
GALLO, V.; CAFAGNA, I.; MASTRORILLI, P. Application of
abscisic acid (S-ABA) to ‘Crimson Seedless’ grape berries in a
Mediterranean climate: effects on color, chemical characteristics,
metabolic profile, and S-ABA concentration. Journal of Plant Growth
Regulation, v.32, n.3, p.491-505, 2013.
FERRER-GALLEGO, R.; GARCÍA-MARINO, M.; HERNÁNDEZ-
HIERRO, J.M.; RIVAS-GONZALO, J. C.; ESCRIBANO-BAILÓN,
M.T. Statistical correlation between flavanolic composition, colour and
sensorial parameters in grape seed during ripening. Analytica Chimica
Acta, Bethesda, v.660, n.1, p.22-28, 2010.
JONES, G.V.; GOODRICH, G. B. Influence of climate variability on
wine regions in The western USA and on wine quality in the Napa
Valley. Climate Research, Oldendorf, v.35, n.3, p.241-254. 2008.
PEPPI, F. M.; FIDELIBUS, M. W.; DOKOOZLIAN, N. Abscisic acid
application timing and concentration affect firmness, pigmentation, and
color of ‘Flame Seedless’ grapes. HortScience, Alexandria, v.41,
p.1440-1445, 2006.
PEPPI, M. C.; FIDELIBUS, M. W.; DOKOOZLIAN, N. K. Timing and
Concentration of Abscisic Acid Applications Affect the Quality of
‘Crimson Seedless’ Grapes. International Journal of Fruit Science, v.
7, n. 4, 2008.
76
RIBÉREAU-GAYON, P. Interprétation chimiques de la couleur des
vins rouges. Vitis, v.12, p.119-142, 1973.
RIBEREAU-GAYON, P.; GLORIES, Y. ; MAUJEAN, A. ;
DUBOURDIEU, D. Traité dóenologie. 2. Chimie du vin:stabilisiation
et traitements. Paris: Dumond. v.2, 1998, 519 p.
ROBERTO, S. R.; ASSIS, A. M. de; YAMAMOTO, L. Y.; MIOTTO,
L. C. V.; KOYAMA, R.; SATO, AL. J.; BORGES, R. de S. Ethephon
use and application timing of abscisic acid for improving color of 'Rubi'
table grape. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.48, n.7, p.797-800,
2013.
SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetry of total phenolics with
phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagent. American Journal of
Enology and Viticulture, Davis, v.16, p. 144-158, 1965.
TIMBERLAKE, C. F. E BRIDLE, P. The effect of processing and other
factors on the colour characteristics of some red wines. Vitis, v.15, p.37-
49, 1976.
WANG, H.; HUANG, H.; HUANG, X. Differential effects os abscisic
acid and ethylene on the fruit maturation of Litchi chinensis Sonn.
Journal of Plant Growth Regulation, v.52, n.3, p.189-198, 2007.
77 6 CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com as condições em que foram realizados os
experimentos nas diferentes regiões, pode-se concluir que a aplicação
exógena de ácido abscísico influencia positivamente a qualidade das
uvas das três cultivares estudadas, incrementando a quantidade de
antocianinas, polifenóis totais e a intensidade de cor, conferindo maior
uniformidade da maturação.
A aplicação de ABA não altera significativamente as
características físico-químicas das uvas ‘Cabernet Sauvignon’, ‘Isabel’,
e ‘Rubi’.
Os resultados obtidos a partir dos experimentos permitem
concluir que a utilização de ácido abscísico em anos com condições
climáticas desfavoráveis para a qualidade das uvas pode ser uma
ferramenta possível de ser utilizada pelos viticultores para solucionar
problemas referentes à baixa coloração das bagas de uvas no caso de
uvas destinadas ao consumo in natura e também às uvas destinadas ao
processamento.
O incremento de coloração com a aplicação de ácido abscísico
verificado nas cascas da cultivar Cabernet Sauvignon e na Isabel
transferiu-se também para o vinho e suco (respectivamente) elaborados,
o que significa maior qualidade para a elaboração de vinhos tintos finos
e maior rendimento do processamento da uva ‘Isabel’ pelas indústrias de
sucos.
Tratando-se de apenas um ano de avaliações é importante a
repetição do experimento, para confirmação dos resultados obtidos.
A realização do projeto de pesquisa permitiu um grande
aprendizado com a realização de atividades, superação das dificuldades
com o apoio dos colegas, além de colocar em prática os ensinamentos
adquiridos durante a vida acadêmica e o curso de mestrado.
78
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMIRI, M. E.; FALLAHI, E.; MIRJALILI, M. Effects of abscisic acid
or ethephon at veraison on the maturity and quality of ‘Beidaneh
Ghermez’ grapes. Journal of Horticultural Science and
Biotechnology, v.84, n.6, p.660-664, 2009.
AMIRI, M. E.; FALLAHI, E. PARSEH, S. H. Application of ethephon
and ABA at 40% veraison advanced maturity and quality of ‘Beidaneh
Ghermez’ grape. Acta Horticulturae (ISHS), v.2, n.884, p.371-377,
2010.
ANANGA, A.; GEORGIEV, V.; OCHIENG, J.; PHILLS, B.;
TSOLOVA, V. (2013). Production of Anthocyanins in Grape Cell
Cultures: A Potential Source of Raw Material for Pharmaceutical,
Food, and Cosmetic Industries. The Mediterranean Genetic Code - Grapevine and Olive, Dr. Barbara Sladonja (Ed.), InTech, Available
from: http://www.intechopen.com/books/the-mediterranean-genetic-
code-grapevine-and-olive/production-of-anthocyanins-in-grape-cell-
cultures-a-potential-source-of-raw-material-for-pharmaceuti
ANDERSON, M.; FIDELIBUS, M.; KAYE, O.; KUPINA, S.;
WATERHOUSE, A. Effects of Abscisic Acid on Phenolic Composition
of Cabernet Sauvignon and Merlot Wine Grapes. In Proceedings of the
2nd Annual National Viticulture Research Conference, v.9, p.11,
2008.
ANTOLÍN, M.C.; M. AYARI; M. SÁNCHEZ-DÍAZ. Effects of partial
rootzone drying on yield, ripening and berry ABA in potted Tempranillo
grapevines with split roots. Australian Journal of Grape and Wine
Research, Australia, v.12, p.13-20, 2006.
ASPROVINHO – Associação de Produtores de Vinho de Pinto
Bandeira. Histórico. Disponível em:
79 http://www.asprovinho.com.br/index.php?option=com_content&task=vi
ew&id=6&Itemid=15. Acesso em 04 de jan. de 2014.
BALINT, G.; REYNOLDS, A. G. Impact of exogenous abscisic acid on
vine physiology and grape compostiton of Cabernet Sauvignon.
American Journal of Enology and Viticulture, v.64, n.1, p.74-87, 2013.
BAN, T.; ISHIMARU, M.; KOBAYASHI, S.; SHIOZAK, S.; GOTO-
YAMAMOTO, N.; HORIUCHI, S.; Abscisic acid and 2,4-
dichlorophenoxyacetic acid affect the expression of anthocyanin
biosynthetic pathway genes in ‘Kyoho’ grape berries. Journal of
Horticultural Science and Biotechnology, United Kingdom, v.8,
p.586–589, 2003.
BARROS, M. H. de C.; BOTEON, M. Avaliação do desempenho
regional dos principais pólos produtores de uva no Brasil. In: XXXX
Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural (Sober), 2002.
BENTO GONÇALVES – Prefeitura de Bento Gonçalves. Disponível
em: http://www.bentogoncalves.rs.gov.br/a-cidade/conheca-a-cidade.
Acesso dia 03 de janeiro de 2014.
BEYRUTH, Z. Água, agricultura e as alterações climáticas globais.
Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária, p.74-89, 2008.
BIRSE, M. J. The color of the red wine. 2007, 306p. Tese (Doctorate
of School of Agriculture, Food & Wine of Faculty of Sciences) –
University of Adelaide, Australia, 2007.
BLOIN, J. GUIMBERTEAU, G. Maduracion y madurez de la uva.
Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 2004. 151p.
80
BRUNETTO, G.; CERETTA, C. A.; KAMINSKI, J.; MELO, G. W. B.;
LOURENZI, C. R.; FURLANETTO, V.; MORAES, A. Aplicação de
nitrogênio em videiras na Campanha Gaúcha: produtividade e
características químicas do mosto da uva. Ciência Rural, Santa Maria,
v.37, n.2, p.389-393, 2007.
CABRITA, M. J.; SILVA, J. R.; LAUREANO, O. Os compostos
fenólicos da uva e do vinho. In: I Seminário Internacional de
Vitivinicultura. 2003. Ensenada, Mexixo. Anais p.61-100, 2003.
CADASTRO VINÍCOLA – IBRAVIN/MAPA/SEAPA-RS. IBRAVIN:
Dados Estatísticos. Disponível em:
http://www.ibravin.org.br/public/upload/statistics/1384784021.pdf.
Acesso em 03 de jan. de 2014.
CAFFARRA, A.; ECCEL, E. Projecting the impacts of climate change
on the phenology of grapevine in a mountain area. Australian Journal
of Grape Wine, Australia, v.17, p.52–61, 2011.
CAMARGO, U. A. Uvas viníferas para processamento em Regiões de
Clima Temperado. Versão Eletrônica de julho de 2003. Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasVi
niferasRegioesClimaTemperado/cultivar.htm Embrapa Uva e Vinho.
Acesso em 10 de janeiro de 2014.
CAMARGO, U. A.; MAIA, J. D. G.; RITSCHEK, P. Novas cultivares
brasileiras de uva. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 64 p.,
2010.
CANTÍN, C. L.; FIDELIBUS, M. W.; CRISOSTO, C. H. Application of Abscisic Acid (ABA) at Veraison Advanced Red Color Development
and Maintained Postharvest Quality of ‘Crimson Seedless’grapes.
Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v.46, n.3, p.237-
241, 2007.
81 CATTERALL, S.; SOUQUET, J. M.; CHEYNIER, V.; CLIFFORD, M.
N.; IOANNIDES, C. Modulation of the mutagenecity of food
carcinogens by oligomeric and polymeric procyanidins isolated from
grape seeds: synergistic genotoxicity with nitrosopyrrolidin. Journal of
the Science of Food and Agriculture, v.80, p. 91–101, 2000.
CHAVARRIA, G.; SANTOS, H.P. dos; ZANUS, M. C.; MARODIN,
G. A. B.; CHALAÇA, M. Z.; ZORZAN, C. Maturação de uvas Moscato
Giallo sob cultivo protegido. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 32, n.1, p.151-160, 2010.
CHAVES, E. S. Influência do sistema de condução do vinhedo no
índice de polifenóis, teor de antocianinas e intensidade de cor de uvas
Cabernet Sauvignon (Vitis vinifera L.). (Monografia apresentada para
obtenção do grau em Bacharel em Química), Florianópolis, 34p. 2005
CHERVIN, C.; EL-KEREAMY, A.; ROUSTAN, J. P.; LATCHE, A.;
LAMON, J.; BOUZAYEN, M.; 2004: Ethylene seems required for the
ripening of grape, a non-climacteric fruit. Plant Science, v.167,p.1301-
1305, 2004.
CHEVET, J. M.; LECOCQ, S.; VISSER, M. Climate, grapevine
phenology, Production, and Prices: Pauillac (1800-2009). American
Economic Review, USA, v.101, n.3, p.142-146, 2011.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas e
hortaliças: fisiologia e manuseio. 2 ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p.
CHUINE, I.; YIOU, P.; VIOVY, N.; SEGUIN, B.; DAUX, V.;
LADURIE, E. L. Historical phenology: grape ripening as a past climate indicator. Nature, v.432, p.289–290, 2004.
82
CONDE, C.; SILVA, P.; FONTES, N.; DIAS, A.C.P.; TAVARES,
R.M.; SOUSA, M.J.; AGASSE, A.; DELROT, S.; GERÓS, H.
Biochemical changes throughout grape berry development and fruit and
wine quality. Ed. Global Science Book, v.1, n.1, p.1-22, 2007.
CONTRERAS, A.; LAGOS, T. F. Effect of abscisic acid on the
maturation of olive trees cv. Arbequina. IDESIA (Chile), v.30, n.1, p.
35-43, 2012.
COOPER, K. A.; CHOPRA, M.; THURNHAM, D. I. Wine polyphenols
and promotion of cardiac health. Nutrition Research Reviews, v.17, p.
111–129, 2004.
COSTA, T. V. da; TARSITANO, M. A. A.; CONCEIÇÃO, M . D. da.
Caracterização social e tecnológica da produção de uvas para mesa e
pequenas propriedades rurais da região de Jales-SP. Revista Brasileira
de Fruticultura, Jaboticabal, v.34, n.2, p.766-773, 2012.
COZZOLINO, D.; CYNKAR, W.U.; DAMBERGS, R.G.; GISHEN,
M.; SMITH, P. GRAPE (Vitis vinifera ) compositional data spanning ten
successive vintages in the context of abiotic growing parameters.
Agriculture, Ecosystems and Environment, USA, v.139, p.565–570,
2010.
DÁVALOS, A.; BARTOLOMÉ, B.; GÓMEZ-CORDOVÉS, C.
Antioxidant properties of commercial grape juices and vinegars. Food
Chemistry, v. 93, n.2, p. 325–330, 2005.
DEIS, L.; CAVAGNARO, B.; BOTTINI, R.; WUILLOUD, R.; SILVA,
M. F. Water déficit and exogenous ABA significantly affect frappe and wine phenolic composition under in field and in-vitro conditions.
Journal of Plant Growth Regulation, v.65, n.1, p.11-21, 2011.
83 DELGADO, R., GALLEGOS, J.I., MARTÍN, P. AND GONZÁLEZ,
M.R. (2004) Influence of Aba and Ethephon Treatments on Fruit
Composition of 'Tempranillo' Grapevines. Acta Horticulturae (ISHS)
640:321-326, Bélgica, 2013.
DEMBINSKA-KIEC, A.; MYKKÄNEN, O.; KIEC-WILK, B.;
MYKKÄNEN, H. Antioxidant phytochemicals against type 2 diabetes.
British Journal of Nutrition, v.99, p.ES109–ES117, 2008.
DOKOOZLIAN, N. K.; HIRSCHFELT, D. The influence of cluster
thinning at various stages of fruit development on Flame Seedless table
grape. American Journal of Enology and Viticulture, Davis, v.46, p.
429-436, 1995.
DURING, H.; ALLEWELDT, G.; KOCH, R. Studies on hormonal
control of ripening in berries of grape vines. Acta Horticulturae,
Belgica, v.80, p. 397-405, 1978.
ESPARZA, I.; SANTAMARÍA, C.; FERNÁNDEZ, J. M. Chromatic
characterisation of three consecutive vintages of Vitis vinífera red wine.
Effect of dilution and iron addition. Analytica Cuimica Acta, USA,
v.563, p.331-337, 2006.
FELLNER, M.; ZHANG, R.; PHARIS, R. P.; SAWHNEY, V. K.
Reduced de-etiolation of hypocotyls growth in a tomato mutant is
associated with hypersensitivity to, and high endogenous levels of
abscisic acid. Journal Experimental Botany, Oxford, v.52, p.725-738,
2001.
FERRANDINO, A.; LOVISOLO, C. Abiotic stress effects on grapevine (Vitis vinifera L.): Focus on abscisic acid-mediated consequences on
secondary metabolism and berry quality. Environmental and
Experimental Botany, 10p. 2013
84
FERRARA, G.; MAZZEO, A.; MATARRESE, A. M. S.; PACUCCI,
C.; PACIFICO, A.; GAMBACORTA, G.; FACCIA, M.; TRANI, A.;
GALLO, V.; CAFAGNA, I.; MASTRORILLI, P. Application of
abscisic acid (S-ABA) to ‘Crimson Seedless’ grape berries in a
Mediterranean climate: effects on color, chemical characteristics,
metabolic profile, and S-ABA concentration. Journal of Plant Growth
Regulation, v.32, n.3, p.491-505, 2013.
FERRER-GALLEGO, R.; GARCÍA-MARINO, M.; HERNÁNDEZ-
HIERRO, J.M.; RIVAS-GONZALO, J. C.; ESCRIBANO-BAILÓN,
M.T. Statistical correlation between flavanolic composition, colour and
sensorial parameters in grape seed during ripening. Analytica Chimica
Acta, Bethesda, v.660, n.1, p.22-28, 2010.
FIDELIBUS, M. W.; PEPPI, M. C. Abscisic acid: a potencial tool for
improving the color of table grapes. Proceedings 33rd Plant Growth
Regulation Society of America (PGRSA) Annual Meeting, Canada,
2006.
FIORILLO, E.; CRISCI, A.; DE FILIPPIS,T.; DI GENNARO,S.F.; DI
BLASI, S.; MATESE, A.; PRIMICERIO, J.; VACCARI,F.P.;
GENESIO, L. Airborne high-resolution images for grape classification:
changes in correlation between technological and late maturity in a
Sangiovese vineyard in Central Italy. Australian Journal of Grape
and Wine Research, Australia, v.18, p.80–90, 2012.
FRANCIS, F. J. Food colorants: anthocyanins. Critical Review of Food
Science and Nutrition, v.28, p.273-314, 1989.
FREDERIKSEN, H.; MORTENSEN, A.; SCHRODER, M.;
FRANDSEN, H.; BYSTED, A.; KNUTHSEN, P.; RASMUSSEN, S. E. Effects of red grape skin and seed extract supplementation on
atherosclerosis in Watanabe heritable hyperlipidemic rabbits. Molecular
Nutrition and Food Research, v.51, n.5, p.564–571, 2007.
85 FREGONI, M. Viticoltura di qualitá. Lungodige Galtorossa:
Informatore Agrário, 2005. 707p.
GAGNÉ, S.; K. ESTEVE; C. DEYTIEUX; C. SAUCIER; L. GENY.
Influence of abscisic acid in triggering véraison in grape berry skins of
Vitis vinifera L. cv. Cabernet-Sauvignon. Journal International des
Sciences de la Vigne et du Vin, France, v.40, p.7-14, 2006.
GARDIN, J. P. P.; SCHUMACHER, R. L.; BETTONI, J. C.; PETRI, J.
L.; SOUZA, E. L. Ácido abscísico e Etefon: influência sobre a
maturação e qualidade das uvas Cabernet Sauvignon. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.34, n.2, p.321-327, 2012;
GIOVANINNI, E. Produção de uvas para vinhos, suco e mesa. 3 ed.
Porto Alegre: Editora Renascença, 2008. 364p.
GUERRA, C.; MANDELLI, F.; TONIETTO, J.; ZANUS, M. C.;
CAMARGO, U. A. Conhecendo o essencial sobre uvas e vinhos.
Embrapa Uva e Vinho. Junho de 2009. Disponível em:
http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/documentos/doc048.pdf. Acesso
em 03 de jan. de 2014.
GUILFORD, J.; PEZZUTO, J. M. Wine and health: A review.
American Journal of Enology and Viticulture, Davis, v.62, p.471–
486, 2011.
HIRATSUKA, S.; ONODERA, H.; KAWAI, Y.; KUBO, T.; ITOH, H.;
WADA, R. ABA and sugar effects on anthocyanin formation in grape
berry cultured in vitro. Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 90, n.1-
2, p.121-130, 2001.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção
Agrícola Municipal 2012. (Lavoura permanente 2012). Disponível
86
em:
http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=rs&tema=lavouraper
manente2010,
http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=sc&tema=lavouraper
manente2010. Rio de Janeiro. Acesso em 03 de janeiro de 2014;
IBRAVIN – Instituto Brasileiro do Vinho. Regiões produtoras.
Disponível em: http://www.ibravin.org.br/regioes-produtoras . Acesso:
em 04 de jan. de 2014;
Instrução Normativa N° 1 de 1° de fevereiro de 2012, do MAPA.
Disponível em:
http://www.ceasaminas.com.br/agroqualidade/in0012002anexo2.asp.
Acesso em 05 de jun. de 2013.
IACOPINI, P., BALDI, M., STORCHI, P. AND SEBASTIANI, L.
Catechin, epicatechin, quercetin, rutin and resveratrol in red grape:
Content, in vitro antioxidant activity and interactions. Journal of Food
Composition and Analaysis, v.21, p.589– 598, 2008.
JAYALAKSHMI, N. R.; THARA SARSWATHI, K. J.; VIJAYA, B.;
RAMAN, D. N.; SURESH, R. Establishment of enhanced anthocyanin
production in Malva sylvestris L. with different induced strss.
International Journal of Pharma & Bio Sciences, v.3, n.4, p.17-27,
2012.
JENSEN, F. L.; KISSLER, J.; PEACOCK, W.; LEAVITT, G.;
ANDRIS, H.; LUVISI, D. Color and maturity promotion in table grapes
with ethephon. In: Grape and Wine Centennial Symposium
Proceedings of University of California Press, Davis, p.118-121,
1982.
JEONG, S.T.; N. GOTO-YAMAMOTO; S. KOBAYASHI; M.
ESAKA. Effects of plant hormones and shading on the accumulation of
anthocyanins and the expression of anthocyanin biosynthetic genes in
grape berry skins. Plant Science, USA, v.167, p.247-252, 2004.
87 JIANG, Y.; JOYCE, D.; MACNISH, A. 2000. Effect of abscisic acid
on banana fruit ripening in relation to the role of ethylene. Journal of
Plant Growth Regulation v.19, p.106-111.
JING, P.; GIUSTI, M. M. Effects of extraction conditions on improving
the yield and quality of an anthocyanin-rich purple corn (Zea mays L.)
color extract. Journal of Food Science; v.72, n.7, p.C363, 2007.
JOGAIAH, S.; STRIEGLER, K. R.; BERGMEIER, E.; HARRIS, J..
Influence of Cluster Exposure to Sun on Fruit Composition of ‘Norton’
Grapes (Vitis estivalis Michx) in Missouri. International Journal of
Fruit Science, USA, v.12, n.4, p. 410-426, 2012.
JONES, G.V.; GOODRICH, G. B. Influence of climate variability on
wine regions in The western USA and on wine quality in the Napa
Valley. Climate Research, Oldendorf, v. 35, n.3, p.241-254. 2008.
KATAOKA, I.; SUGIURA, A.; UTSUNOMIYA, N.; TOMANA, T.
Effect of abscisic acid and defoliation on anthocyanin accumulation in
Kyoho grapes (Vitis vinifera L. x V. labruscana Bailey). Vitis,
Siebeldingen, v.21, p.325-332, 1982.
KENNEDY, J.A.; SAUCIER, C.; GLORIES, Y. Grapes and win e
phenolics: History and perspective. American Journal of Enology and
Viticulture, Davis, v.57, p.239-248, 2006.
KENNEDY, J. A. Grape and wine phenolics: observations and recent
findings. Ciencia e Investigación Agraria, Chile, v.35, n.2, p.107-120,
2008.
KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara
Koogan, 439p. 2004.
88
KISHINO, A.A.; ROBERTO, S.R. Implantação do pomar. In:
KISHINO, A.Y.; CARVALHO, S.L.C. de; ROBERTO, S.R. (Ed.).
Viticultura tropical: o sistema de produção do Paraná. Londrina:
Instituto Agronômico do Paraná, 2007. p.141-169.
KOSHITA, Y.; T. ASAKURA; H. FUKUDA; Y. TSUCHIDA. Night-
time temperature treatment of fruit clusters of ‘Aki Queen’ grapes
during maturation and its effect on the skin color and abscisic acid
content. Vitis, Siebeldingen, v.46, p.208-209, 2007.
KOYAMA, K.; SADAMATSU, K.; GOTO-YAMAMOTO, N. Absicic
acid stimulated ripening and gene expression in berry skins of the
Cabernet Sauvignon grape. Functional & Integrative Genomics, v.
10, n.3, p.367-381, 2010.
KUHN, G. B. Uva para processamento: produção, aspectos técnicos.
Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. Brasília: Embrapa Informação
Tecnológica, 134p. 2003.
LACAMPAGNE, S.; GAGNÉ, S.; GÉNY, L. Involvement of Abscisic
Acid in Controlling the Proanthocyanidin Biosynthesis Pathway in
Grape Skin: New Elements Regarding the Regulation of Tanin
Composition and Leucoanthocyanidin Reductase (LAR) and
Anthocyanidin Reductase (ANR) Activities and Expression. Journal
Plant Growth Regulation, New York, v.28, p.81-90, 2010.
LAROUSSE DO VINHO. Consultoria Guta Chave. Apresentação Mário
Telles Júnior. 2ª Ed. revisada, atualizada e ampliada. São Paulo:
Larousse do Brasil, 399p. 2007.
LEE, J. C.; TOMANA, T.; UTSUNOMIYA, N.; KATAOKA, I.
Physiological studies on the anthocyanin development in grape I. Effect
of fruit temperature on the anthocyanin development in Kyoho grape.
89 Journal Korean Society for Horticultural Science, Korea, v.20, p.55-
65, 1979.
LURIE, S.; LICHTER, A.; KAPLUNOV, T.; ZUTAHY, Y.; OREN-
SHAMIE, M. AND OVADIA, R. (2010). Improvement Of 'Crimson
Seedless' Grape Colour By Abscisic Acid Treatment Acta
Horticulturae (ISHS) 880:183-189. Disponível em:
http://www.actahort.org/books/880/880_20.htm. Acesso em 05 de jun.
de 2013.
MAIA, J. D. G.; CAMARGO, U. A. Sistemas de Produção de Uvas
Rústicas para Processamento em Regiões Tropicais do Brasil (2005)
Embrapa Uva e Vinho. Versão Eletrônica. Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasRu
sticasParaProcessamento/cultivares.htm. Acesso em 08 de jan. 2014.
MANN, M. E.; WOODRUFF, J. D.; DONNELLY, J. P.; ZHANG, Z. H.
Atlantic hurricanes and climate over the past 1,500 years. Nature, v.
460,p.880–883, 2009.
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Culturas: Uva. Disponível em;
http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/uva Acesso em 04 de jan.
de 2014.
MARIANI, L. Cambiamento climático e coltura della vite. Rivista il
Consenso, Bergamo, v.26, n.3. p.1-6, 2012.
MARÇO, P. H.; POPPI, R. J. Procedimentos analíticos para
identificação de antocianinas presentes em extratos naturais. Química
Nova, v.31, n.5, p.1218-1223, 2008.
90
MARTÍN, P.; GONZÁLEZ, R.; GONZÁLEZ, M. R. (2005). Influence
of abscisic acid application on cv. Verdejo grape composition. In
Congresos y Jornadas-Instituto Tecnológico Agrario de Castilla y León.
ITACyL, 2005.
MASCARENHAS, R. J.; SILVA, S. M.; LOPES, J. D.; LIMA, M. A. L.
Avaliação sensorial de uvas de mesa produzidas no Vale do São
Francisco e comercializadas em João Pessoa-PB. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v.32, n.4, p.993-1000, 2010.
MAZZA, G. Anthocyanins in grapes and grape products. Critical
Reviews in Food Science and Nutrition, Estados Unidos, v.35, p.341-
371, 1995.
McGHIE, T.K.; ROWAN, D. R.; EDWARDS, P. J. Structural
identification of two major anthocyanin components of boysenberry by
NMR spectroscopy. Journal of Agricultural and Food Chemistry.
Estados Unidos, v.54, n.23, p.8756, 2006.
MELÉNDEZ, M. E.; SÁNCHEZ, M. S.; ÍÑIGUEZ, M.; SARABIA, L.
A.; ORTIZ, M. C. Psychophysical parameters of colour and the
chemometric characterisation of wines os the certified denomination of
origin ‘Rioja’. Analytica Chimica Acta, v.446, p.159-169, 2001.
MELLO, L. M. R.Vitivinicultura Brasileira: Panorama 2012. Embrapa
Uva e Vinho. Comunicado Técnico 137. Bento Gonçalves, 2013.
MIELE, A.; RIZZON, L. A. Intensidade da poda seca e do desbaste de
cacho na composição da uva Cabernet Sauvignon. Revista Brasileira
de Fruticultura, Jaboticabal, v.35, n.4, p.1081-1092, 2013.
MORI, K.; H. SAITO; N. GOTO-YAMAMOTO; M. KITAYAMA; S.
KOBAYASHI; S. SUGAYA; H. GEMMA; K. HASHIZUME. Effects
91 of abscisic acid treatment and night temperatures on anthocyanin
composition in Pinot Noir grapes. Vitis, Siebeldingen, v.44, p.161-165,
2005.
MORI, K.; SUGAYA, S. GEMMA, H. Decreased anthocyanin
biosynthesis in grape berries grown under elevated night temperature
condition. Scientia Horticulturae, v. 105, p.319-330, 2005b.
MORI, K.; GOTO-YAMAMOTO, N.; KITAYAMA, M.;
HASHIZUME, K. Loss of anthocyanins in red-wine grape under high
temperature. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 58, p.1935–
1945, 2007.
MOTA, C.S.; AMARANTE, C.V.T. do; SANTOS, H. P. dos;
ZANARDI, O Z. Comportamento vegetativo e produtivo de videiras
“Cabernet Sauvignon” cultivadas sob cobertura plástica. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.30, n.1, p.148-15, 2008.
MOTA, R. V. da; AMORIM, D. A. de; FAVERO, A. C.; PURGATTO,
E.; REGINA, M. de A. Effect of trellising system on grape and wine
composition of Syrah vines grown in the cerrado region of Minas
Gerais. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.31, n.4, p.967-972, 2011.
MULLEN, W.; MARKS, S. C; CROZIER, A. Evaluation of phenolic
compounds in commercial fruit juices and fruit drinks. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.55, n. 8, p. 3148-3157, 2007.
NACHTIGAL, J. C.; CAMARGO, U. A. Sistema de produção de uva de
mesa no Norte do Paraná (2005). Embrapa Uva e Vinho. Versão
Eletrônica. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/MesaN
orteParana/cultivares.htm. Acesso em 04 de jan. de 2014.
92
NAKANO, R., K. YONEMORI, A. SUGIERA, AND I. KATAOKA
1997. Effect of gibberellic acid and abscisic acid on fruit respiration in
relation to final swell and maturation in persimmon. Acta
Horticulturae, v.436, p.203-214.
NAMBARA, E.; MARION-POLL, A. 2005. Abscisic acid biosynthesis
and catabolism. Annual Review of Plant Biology. USA, v.56, p.165-
158.
OLLAT, N.; DIAKOU-VERDIN, P.; CARDE, J.P.; BARRIEU, F.;
GAUDILLERE, J.P. MOING, A. Grape berry development: A review.
Journal International Des Sciences De La Vigne Et Du Vin, v.36, n.3
p.109-131, 2002.
OWEN, S.J.; LAFOND, M.D.; BOWEN, P.; BOGDANOFF, C.;
USHER, K.; ABRAMS, S.; Profiles of abscisic acid and its catabolites
in developing Merlot grape (Vitis vinifera) berries. American Journal
of Enology and Viticulture, Davis, v.60, p. 277–284, 2009.
PASCUAL-TERESA, S. de; SANCHEZ-BALLESTA, M. T.
Anthocyanins: from plant to health. Phytochemistry Reviews, v.7, n.2,
p.282-299, 2008.
PENTER, F. Efeito do raleio de cachos na qualidade de frutos da videira
cv Cabernet Sauvignon produzida na Serra Catarinense. 2006. 72p.
Dissertação (Mestrado do Programa de Mestrado em Agronomia) –
Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2006.
PEDRO JUNIOR, M. J.; PEZZOPANE, J. R. M.; HERNANDES, J. L.;
ABRAMIDES, P. L. G. Sistemas de condução da videira ‘Niágara Rosada’: efeitos na transmissão da radiação solar e na produtividade.
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v.14, n.1, p.1-9,
2006.
93 PEPPI, F. M.; FIDELIBUS, M. W.; DOKOOZLIAN, N. Abscisic acid
application timing and concentration affect firmness, pigmentation, and
color of ‘Flame Seedless’ grapes. HortScience, Alexandria, v.41,
p.1440-1445, 2006.
PEPPI, M.C.; FIDELIBUS, M.W.; DOKOOZLIAN, N.K. Application
timing and concentration of abscisic acid affect the quality of
‘Redglobe’ grapes. Journal of Horticultural Science and
Biotechnology, United Kingdom, v. 82, p. 304–310, 2007.
PEPPI, M. C.; FIDELIBUS, M. W.; DOKOOZLIAN, N. K. Timing and
Concentration of Abscisic Acid Applications Affect the Quality of
‘Crimson Seedless’ Grapes. International Journal of Fruit Science,
v.7, n.4, 2008.
PREFEITURA DE VACARIA – RS. Disponível em:
http://www.vacaria.rs.gov.br/. Acesso em 26 de jan. de 2014.
PROTAS, J. F. S.; CAMARGO, U. A.; MELO, L. M. R. A
vitivinicultura brasileira: realidade e perspectivas. Disponível em:
http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/artigos/vitivinicultura/. Acesso
em 04 de jan. de 2014;
QUIROGA, A. M.; BERLI, F. J.; MORENO, D.; CAVAGNARO, J. B.;
BOTTINI, R. Abscisic Acid Sprays Significantly Increase Yield per
Plant in Vineyard-Grown Wine Grape (Vitis vinifera L.) cv. Cabernet
Sauvignon Through Increased Berry Set with No Negative Effects on
Anthocyanin Content and Total Polyphenol Index of Both Juice and
Wine. Journal of Plant Growth Regulation, v. 28, n.1, p. 28-35, 2008.
RIBÉREAU-GAYON, P. Interprétation chimiques de la couleur des
vins rouges. Vitis, v.12, p.119-142, 1973.
94
RIBEREAU-GAYON, P.; GLORIES, Y. ; MAUJEAN, A. ;
DUBOURDIEU, D. Traité dóenologie. 2. Chimie du vin:stabilisiation
et traitements. Paris: Dumond. v.2, 1998, 519 p.
RIBÉREAU-GAYON, P.; DUBOURDIEU, D.; DONÉCHE, B.;
LONVAUD, A. Handbook of Enology: the microbiology of wine and
vinifications. 2ed. Wiley & Sons, 2006. 429 p.
RIVAS, E. G. et al, Behavior and characterisation of the colour during
red wine making and maturation. Analytica Chimica Acta, v. 563, p.
215-222, 2006.
ROBERTO, S. R.; ASSIS, A. M.; YAMAMOTO, L. Y.; MIOTTO, L.
C. V.; SATO, A. J.; KOYAMA, R.; GENTA, W. Application timing
and concentration of abscisic acid improve color of ‘Benitaka’ table
grape. Scientia Horticulturae, USA, v.142, p.44-48, 2012.
ROBERTO, S. R.; ASSIS, A. M. de; YAMAMOTO, L. Y.; MIOTTO,
L. C. V.; KOYAMA, R.; SATO, AL. J.; BORGES, R. de S. Ethephon
use and application timing of abscisic acid for improving color of 'Rubi'
table grape. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.48, n.7, p.797-800,
2013.
ROMBALDI, C. V.; BERGAMASQUI, M.; LUCCHETTA, L.;
ZANUZO, M.; SILVA, J. A. Produtividade e qualidade de uva cv Isabel
em dois sistemas de produção. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v.26, n.1, p.89-91, 2004.
SATO, A.; YAMANE, H.; HIRAKAWA, N.; OTOBE, K.; YAMADA,
M. Varietal differences in the texture of grape berries measured by penetration tests. Vitis, Siebeldingen, v.36, n.1, p.7-10, 1997.
95 SATO, A.J.; SILVA, B. J. da; SANTOS, C. E. dos; BERTOLUCCI, R,;
SANTOS, R. dos; CARIELO, M.; GUIRAUD, M. C.; FONSECA, I. C.
de B.; ROBERTO, S. R. Características físico-químicas e produtivas das
uvas ‘Isavel’ e ‘BRS-Rúbea’ sobre diferentes porta-enxertos na região
norte do Paraná. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, n.2, p.553-
556, 2008.
SATO, A.J.; SILVA, B.J. da; BERTOLUCCI, R.; CARIELO, M.;
GUIRAUD, M.C.; FONSECA, I.C. de B.; ROBERTO, S.R. Evolução
da maturação e características fi sico-químicas de uvas da cultivar Isabel
sobre diferentes porta-enxertos na Região Norte do Paraná. Semina:
Ciências Agrárias, v.30, p.11-20, 2009.
SEO, M.; HANADA, A.; KUWAHARA, A.; ENDO, A.; OKAMOTO,
M. YAMAUCHI, Y.; NORTH, H.; MARION-POLL, A.; SUN, T. P.;
KOSHIBA, T.; KAMIYA, Y.; YAMAGUCHI, S.; NAMBARA, E.
Regulation of hormone metabolism in Arabidopsis seeds: Phytochrome-
regulation of abscísico acid metabolism and abscisic acid-regulation of
gibberellins metabolism. The Plant Journal, Oxford, v.48, p.354-366,
2006.
SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetry of total phenolics with
phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagent. American Journal of
Enology and Viticulture, Davis, v.16, p.144-158, 1965.
SHANDHU, A. K.; GRAY, D. J.; LU, J.; GU, L. Effects of exogenous
abscisic acid on antioxidant capacities, anthocyanins, and flavonol
contentes of muscadine grape (Vitis rotundifolia) skins. Food
Chemistry, v.126, n.3, p.982-988, 2011.
SPAYD, S. E.; TARARA, J. M.; MEE, D. L.; FERGUNSON, J. C. Separation of sunlight and temperature effects on the composition of
Vitis vinifera cv. Merlot berries. American Journal of Enology and
Viticulture, Davis, v.53, p.171-182, 2002.
96
STOLL, M.; B. LOVEYS; P. DRY. Hormonal changes induced by
partial rootzone drying of irrigated grapevine. Journal of Experimental
Botany, Oxford, v.51, p.1627-1634, 2000.
SZYJEWICZ, E.; ROSNER, N.; KLIEVER, W. M. Ethephon (2-
Chloroethyil phosphonic acid, Ethrel, CEPA) in viticulture, a review.
American Journal of Enology and Viticulture, Davis, v.35, p.117-
123, 1984.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª Ed. Porto Alegre Ed.
Artmed, 719 p. 2004.
TARARA, J.M.; LEE, J.; SPAYD, S.E.; SCAGEL, C. F. Berry
temperature and solar radiation alter acylation, proportion, and
concentration of anthocyanin in Merlot grapes. American Journal of
Enology and Viticulture, Davis, v.59, p.235-247, 2008.
TERRA, X.; VALLS, J.; VITRAC, X.; MÉRRILLON, J. M.; AROLA,
L.; ARDÈVOL, A.; BLADÉ, C.; FERNANDEZ-LARREA, J.;
PUJADAS, G.; SALVADÓ, J.; BLAY M. Grape-seed procyanidins act
as anti-inflammatory agents in endotoxin-stimu lated RAW 264.7
macrophages by inhibiting NFkB signaling pathway. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.55, p. 4357–4365, 2007.
TIMBERLAKE, C. F. E BRIDLE, P. The effect of processing and other
factors on the colour characteristics of some red wines. Vitis, v.15, p.37-
49, 1976.
TOMANA, T.; UTSUNOMIYA, N.; KATAOKA, I. The effect of
environmental temperatures on fruit ripenning on the tree II. The effect of temperatures around whole vines and clusters on coloration of Kyoho
grapes. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science,
Japan, v.48, p.261-266, 1979.
97 VILLALOBOS, L. G. Acido abscisico: Importante modulador de la
Ruta Fenilpropanoide em bayas de vid cv. Carmenere. (Tesis para optar
al titulo de Bioquimico). Pontificia Universidad Catolica de Valparaiso,
2011.
WANG, H.; HUANG, H.; HUANG, X. Differential effects os abscisic
acid and ethylene on the fruit maturation of Litchi chinensis Sonn. Plant
Growth Regulation, v.52, n.3, p.189-198, 2007.
WATERHOUSE, A.L. Determination of total phenolics, in current
protocols in food analytical chemistry. 2001. Disponível em:
<http://www.nshtvn.org/ebook/molbio/Current%20Protocols/
CPFAC/fai0101.pdf>. Acesso em: 11 abril 2013.
WESTPHALEN, S.L.; MALUF, J.R.T. Caracterização das áreas
bioclimáticas para o cultivo de Vitis vinifera L. nas regiões da Serra do
Noroeste e Planalto do Estado do Rio Grande do Sul. Brasília: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia; Bento Gonçalves:
Embrapa Uva e Vinho, 2000. 99p.
WHITE, M. A.; DIFFENBAUGH, N.S.; JONES, G. V.; PAL, J. S.;
GIORGI, F. Extreme heat reduces and shifts United States premium
wine production in the 21st century. In: Proceedings of the National
Academy of Sciences, USA, v.103,p.11217–11222, 2006.
WINKLER, J. A.; COOK, J. A.; KLIEWER, W. M.; LIDER, L. A.
General Viticulture. 2 ed. University of California Press, Berkeley,
California, 1974, 633p.
YAMANE, T.; JEONG, S.T.; GOTO-YAMAMOTO, N.; KOSHITA, Y.; KOBAYASHI, S. Effects of temperature on anthocyanin
biosynthesis in grape berry skins. American Journal of Enology and
Viticulture, v. 57, p.54-59, 2006.
98
YOUNG, I. S.; WOODSIDE, J. V. Antioxidants in health and disease.
Journal of clinical pathology, v. 54, n.3, p.176-186, 2001.
XI, Z. M.; MENG, J. F.; HUO, S. S.; LUAN, L. Y.; MA, L. N.;
ZHANG, Z. W. Exogenously applied abscisic acid to Yan73 (V.
vinifera) grapes enhances phenolic content and antioxidant capacity of
its wine. International Journal of Food Sciences and Nutrition, v.64,
n.4, p.444-451, 2013.
ZEEVART, J. A. D. Abscisic acid metabolism and its
regulation. In: Hooykaas P. J. J.; HALL, M. A.; LIBBENGA,
K. R. (eds). Biochemistry and molecular biology of plant
hormones. Elsevier, New York, p. 189-207, 1999.
ZEEVAART, J. A. D.; CREELMAN, R. A. Metabolism and physiology
of abscisic acid. Annual Review Plant Physiology and Plant
Molecular Biology, USA, v.39, p.439-473, 1988.
ZERN, T. L.; WOOD, R. J.; GREENE, C.; WEST, K. L.; LIU, Y.;
AGGARWAL, D.; SHACHTER, N. S.; FERNANDEZ, M. L. Grape
polyphenols exert a cardioprotective effect in pre- and postmenopausal
women by lowering plasma lipids and reducing oxidative stress.
Journal of Nutrition, v.135, n.8, p.1911–1917, 2005.
99
APÊNDICES
Apêndice 01 - Cultivar Isabel submetida a tratamento com diferentes
doses de ácido abscísico (A: 0, B: 200, C: 400, D: 600 e E: 800 ppm de
ABA na virada de cor) em Pinto Bandeira, safra 2013. Fonte: Sabrina
Lerin
100
Apêndice 02 - Cultivar Rubi submetida a tratamento com diferentes
doses e épocas de aplicação de ácido abscísico em Bento Gonçalves, safra 2013. Fonte: Sabrina Lerin
101
Apêndice 03 - Cultivar Rubi submetida a tratamento com diferentes
doses e épocas de aplicação de ácido abscísico em Vacaria, safra 2013.
Fonte: Sabrina Lerin
102
ANEXOS
Anexo 01 - Diagrama CIELAB com a sequência de nuances de cores e
orientação do ângulo de nuances (ângulo hue). Fonte: Adaptado de
CHITARRA; CHITARRA, 2005.