27
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO 10 SAÚDE DO TRABALHADOR 1. INTRODUÇÃO A Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do direito universal à saúde. A execução de suas ações é de competência do Sistema Único de Saúde (SUS). Em vigor desde 2004, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde. No Brasil, até 1988, a Saúde era um benefício previdenciário, um serviço comprado na forma de assistência médica ou uma ação de misericórdia oferecida à parcela da população que não tinha acesso à previdência ou recursos para pagar assistência privada. Em meados de 1970, surge o Movimento de Reforma Sanitária, propondo uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade brasileira, incluindo a Saúde do Trabalhador. Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, a saúde tornou-se "um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas". O texto da Carta Magna afirma que "as ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único" e que "ao Sistema Único de Saúde compete executar as ações de saúde do trabalhador". Em 1990, com a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º, parágrafo 3º, regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador como "um conjunto de atividades” que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. 2. RISCOS AMBIENTAIS A Norma Regulamentadora Nº. 9 da Portaria Nº. 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. São considerados riscos ambientais: Riscos Físicos: (Cor Verde) - Ruídos - Vibrações - Radiações ionizantes - Radiações não ionizantes - Frio - Calor - Pressões anormais

SAÚDE DO TRABALHADOR III

  • Upload
    others

  • View
    13

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

10

SAÚDE DO TRABALHADOR

1. INTRODUÇÃO

A Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do direito universal à saúde. A execução de suas ações é de

competência do Sistema Único de Saúde (SUS). Em vigor desde 2004, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde.

No Brasil, até 1988, a Saúde era um benefício previdenciário, um serviço comprado na forma de assistência médica ou uma ação de misericórdia oferecida à parcela da população que não tinha acesso à previdência ou recursos para pagar assistência privada. Em meados de 1970, surge o Movimento de Reforma Sanitária, propondo

uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade brasileira, incluindo a Saúde do Trabalhador. Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, a saúde tornou-se "um direito de todos e um dever do

Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas". O texto da Carta Magna afirma que "as ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um

sistema único" e que "ao Sistema Único de Saúde compete executar as ações de saúde do trabalhador".

Em 1990, com a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º, parágrafo 3º, regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador como "um conjunto de atividades” que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da

saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença

profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;

III - participação, no âmbito de

competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da

normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias

provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,

respeitados os preceitos da ética profissional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do

trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo

na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver

exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

2. RISCOS AMBIENTAIS

A Norma Regulamentadora Nº. 9 da Portaria Nº. 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do

Trabalho e Emprego, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. São considerados riscos ambientais:

Riscos Físicos: (Cor Verde) - Ruídos

- Vibrações - Radiações ionizantes - Radiações não ionizantes - Frio

- Calor - Pressões anormais

Page 2: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

11

- Umidade

Riscos Químicos: (Cor Vermelha) - Poeiras - Fumos - Névoas - Neblinas - Gases

- Vapores - Substâncias, compostos ou produtos químicos.

Riscos Biológicos: (Cor Marron) - Vírus - Bactérias - Protozoários

- Fungos - Parasitas - Bacilos

Riscos Ergonômicos: (Cor Amarela)

- Esforço físico intenso - Levantamento e transporte manual de peso

- Exigência de postura inadequada - Controle rígido de produtividade - Imposição de ritmos excessivos - Trabalho em turno e noturno - Jornadas de trabalho prolongadas - Monotomia e repetitividade

- Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.

Riscos de Acidente: (Cor Azul) - Arranjo físico inadequado - Máquinas e equipamentos sem proteção - Ferramentas inadequadas ou defeituosas

- Iluminação inadequada - Eletricidade - Probabilidade de incêndio ou explosão - Armazenamento inadequado - Animais peçonhentos - Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes

Para cada grupo de risco é atribuída uma cor, e para cada tipo de riscos haverá equipamentos de proteção individuais ou coletivos que visam minimizar ou cessar a ação do risco sob o indivíduo.

3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

De acordo com a NR-6 da Portaria Nº. 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI:

“Todo dispositivo ou produto de uso individual

destinado a proteger a saúde e a integridade

física do trabalhador”.

3.1. Necessidade de Uso

Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do

trabalho; Enquanto as medidas de proteção coletiva

estiverem sendo implantadas; Para atender as situações de emergência.

3.2. Responsabilidades do Empregador

Adquirir o EPI adequado ao risco de cada

atividade; Exigir seu uso; Fornecer ao trabalhador somente o EPI com

a indicação do certificado de aprovação – CA; Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso

adequado, guarda e conservação; Substituir imediatamente, quando danificado

ou extraviado;

Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

3.3. Responsabilidades do Empregado

Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a

que se destina;

Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

3.4. Responsabilidade do Ministério do

Trabalho e Emprego – MTE

Cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

Emitir ou renovar ou cancelar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;

Fiscalizar a qualidade do EPI; Responsabilidades da Delegacia Regional do

Trabalho; Fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado

e a qualidade do EPI; Recolher amostras de EPI; Aplicar, na sua esfera de competência, as

penalidades cabíveis pelo descumprimento da NR-6.

Page 3: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

12

4. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Os riscos presentes no ambiente de trabalho, assim como os equipamentos de proteção que devem ser utilizados mediante esses riscos devem estar sinalizados em local de fácil acesso e visualização no ambiente de trabalho. Uma importante forma de

sinalização é o mapa de riscos. Mapa de Risco é uma representação gráfica dos fatores de riscos presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do

processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico,

ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.) A partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos,

classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande, através de círculos pintados com as cores dos grupos de riscos que se apresentam no local: vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e acidente.

TABELA DE GRAVIDADE

SÍMBOLO PROPORÇÃO TIPOS DE RISCOS

04 Grande

02 Médio

01 Pequeno

MAPA DE RISCOS

5. ACIDENTES DE TRABALHO

Nós profissionais da saúde estamos expostos à uma série de riscos de acidentes ocupacionais, o

mais alarmante de todos em nossa profissão é com materiais perfuro cortantes, principalmente quando estes materiais são muito utilizados, como por exemplo, no centro Cirúrgico, onde há grande manipulação de pinças perfurantes, agulhas, lâminas, fios cirúrgicos com agulhas e outros. Além de sofrermos riscos biológicos que

inclui acidentes com perfuro cortantes, sofremos também: risco físico (radiação, temperatura, pressões, umidades); risco químico (poeira, vapores e outros); riscos ergonômicos (posturais) e riscos psicológicos (stress).

No Centro Cirúrgico, todos estes riscos citados acima, podemos sofrer, porém, o que ocorre

com maior freqüência é o de risco biológico (vírus, bactérias, fungos protozoários, bacilos) poderiam ser evitados com uso correto de EPI (Equipamento

Page 4: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

13

de Proteção Individual) e prática de alguns

cuidados como não reincape de agulhas.

5.1 Cuidados Específicos com Matérias Perfuro Cortantes Acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos que estejam contaminados devem ser

tratados como casos de emergência. As profilaxias contra as infecções pelo HIV e hepatite B devem ser indicadas logo após a ocorrência do acidente.

Máximo de atenção durante a realização do procedimento;

Não utilizar os dedos como anteparo para

os materiais perfuro-cortantes; Não reencapar as agulhas;

Todo material pérfuro-cortante deve ser

desprezado em local específico, este não devendo

ser preenchido acima de 2/3 de sua capacidade

total. Atenção: Em acidentes de trabalho

envolvendo pérfuro-cortante, o risco médio de adquirir o HIV após a exposição percutânea é de 0,3% e de 0,09% após a exposição mucocutânea - Souza, 2005.

5.2. Quimioprofilaxia para o HIV em Caso de Acidentes de Trabalho

Lavar exaustivamente com água e sabão

em caso de exposição percutânea;

Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica em caso de exposição em mucosas;

Contra-indicado o uso de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído;

Fazer teste rápido (30 minutos) para a

detecção de anticorpos anti-HIV; Iniciar a quimioprofilaxia o mais rápido

possível; O aleitamento materno é contra-indicado

durante a quimioprofilaxia anti-retroviral;

O profissional deve ser acompanhado pelo

período de 6 meses após o acidente com material

infectado; Realizar avaliação clinica, de 3 a 4 semanas

após a contaminação, com o objetivo de detectar sinais da infecção (febre, adenopatias, faringite, erupção cutânea maculo-papular eritematosa);

Realizar o acompanhamento clínico,

semanalmente para avaliação de sinais de intolerância medicamentosa, em acidentes que a quimioprofilaxia anti-retroviral foi iniciada;

Realizar o acompanhamento sorológico anti (ELISA) no momento do acidente, 6, 12 e 24 semanas após o acidente;

Orientar o profissional a prevenir o ato

sexual (preservativos), evitar a doação de sangue e órgãos, gravidez e aleita mento materno.

5.3 Líquidos Biológicos sem Risco de Transmissão Ocupacional do HIV

Fezes;

Urina; Suor; Lágrima; Saliva (exceto em ambientes odontológicos)

ATENÇÃO:

Em acidentes de trabalho envolvendo pérfuro-cortante, o risco médio de adquirir Hepatite B após a exposição percutânea é de 40% em exposição onde o paciente apresente sorologia HBsAg reativa e de adquirir Hepatite C varia de 1 a 10%, Souza, 2005.

5.4. Quimioprofílaxia para a Hepatite B em Caso de Acidentes de Trabalho

Lavar exaustivamente com água e sabão em caso de exposição percutânea;

Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica em caso de exposição em mucosas;

Realizar o teste rápido (menor que 30 minutos) HbsAg;

Completar o esquema vacinal do profissional acidentado;

Realizar a vacina sempre por via IM, na região do deltoide;

Gravidez e lactação não são contra-indicadas para a utilização da vacina.

5.5. Quimioprofilaxía para a Hepatite C em Caso de Acidentes de Trabalho

Lavar exaustivamente com água e sabão em

caso de exposição percutânea;

Page 5: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

14

Lavar exaustivamente com água ou solução

fisiológica em caso de exposição em mucosas;

Acompanhar o profissional de saúde com realização de sorologia (anti-HCV) no momento e 6 meses após o acidente. Caso o paciente-fonte evidencie infecção pelo vírus da HC. Realizar dosagem de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) no momento, 12 e 24 semanas após o acidente,

para auxiliar no diagnóstico de soroconversão.

NOTA:

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE

SAÚDE

Publicação do Diário Oficial da União Portaria GM Nº. 485, 11 de novembro de 2005

(16/11/05)

32.1 DO OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO

32.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem

atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

32.1.2 Para fins de aplicação desta NR

entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à

saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em

saúde em qualquer nível de complexidade. 32.2 DOS RISCOS BIOLÓGICOS

32.2.1 Para fins de aplicação desta NR,

considera-se Risco Biológico a probabilidade da

exposição ocupacional a agentes biológicos. 32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos

os micro-organismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.

32.2.1.2 A classificação dos agentes biológicos encontra-se no anexo I desta NR. 32.2.2 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA:

32.2.2.1 O PPRA, além do previsto na NR-

09, na fase de reconhecimento, deve conter: I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis,

em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando:

- Fontes de exposição e reservatórios; - Vias de transmissão e de entrada; - Transmissibilidade, patogenicidade e

virulência do agente; - Persistência do agente biológico no

ambiente;

- Estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;

- Outras informações científicas. II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:

- A finalidade e descrição do local de trabalho;

- A organização e procedimentos de trabalho;

- A possibilidade de exposição; - A descrição das atividades e funções de

cada local de trabalho;

- As medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.

32.2.2.2 O PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e:

Sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, que possa alterar a exposição aos agentes biológicos;

Quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar.

32.2.2.3 Os documentos que compõem o

PPRA deverão estar disponíveis aos trabalhadores.

Vamos conhecer agora a NR 32! É muito importante

estarmos atentos a ela, pois

contém todas as informações para nós profissionais da

saúde!

Page 6: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

15

32.2.3 Do Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional – PCMSO

32.2.3.1 O PCMSO, além do previsto na

NR-07, e observando o disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar:

O reconhecimento e a avaliação dos riscos

biológicos; a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do item 32.2.2; a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos; a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos; o programa de vacinação.

32.2.3.2 Sempre que houver transferência

permanente ou ocasional de um trabalhador para

um outro posto de trabalho, que implique em mudança de risco, esta deve ser comunicada de imediato ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO.

32.2.3.3 Com relação à possibilidade de

exposição acidental aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO:

Os procedimentos a serem adotados para

diagnóstico, acompanhamento e prevenção da soroconversão e das doenças;

As medidas para descontaminação do local de trabalho;

O tratamento médico de emergência para

os trabalhadores;

A identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes;

A relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência aos trabalhadores;

As formas de remoção para atendimento

dos trabalhadores;

A relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de

imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insumos especiais.

32.2.3.4 O PCMSO deve estar à disposição dos trabalhadores, bem como da inspeção do trabalho.

32.2.3.5 Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem

afastamento do trabalhador, deve ser emitida a

Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT.

32.2.4 Das Medidas de Proteção

32.2.4.1 As medidas de proteção devem ser

adotadas a partir do resultado da avaliação, previstas no PPRA, observando o disposto no item

32.2.2.. 32.2.4.1.1 Em caso de exposição acidental

ou incidental, medidas de proteção devem ser adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA.

32.2.4.2 A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes

Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondentes aos respectivos microrganismos.

32.2.4.3 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual.

32.2.4.3.1 Os quartos ou enfermarias

destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas devem conter lavatório em seu interior.

32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o

processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.

32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o

trabalho.

32.2.4.5 O empregador deve vedar:

A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;

O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho;

O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;

A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; o uso de calçados abertos.

Page 7: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

16

32.2.4.6 Todos trabalhadores com

possibilidade de exposição a agentes biológicos

devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. 32.2.4.6.1 A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.

32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laboratoriais. 32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento

de vestimentas limpas e para deposição das usadas.

32.2.4.6.4 A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com doenças infecto-contagiosa e quando

houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador. 32.2.4.7 Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão

estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 32.2.4.8 O empregador deve:

Garantir a conservação e a higienização dos

materiais e instrumentos de trabalho; Providenciar recipientes e meios de

transporte adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos. 32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das

atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada:

Sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos;

Durante a jornada de trabalho;

Por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos.

32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve incluir:

Os dados disponíveis sobre riscos potenciais

para a saúde;

Medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;

Normas e procedimentos de higiene; Utilização de equipamentos de proteção

coletiva, individual e vestimentas de trabalho; Medidas para a prevenção de acidentes e

incidentes; Medidas a serem adotadas pelos

trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. 32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da

capacitação através de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação

profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 32.2.4.10 Em todo local onde exista a

possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho.

32.2.4.10.1 As instruções devem ser entregues ao trabalhador, mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção do trabalho. 32.2.4.11 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou

incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. 32.2.4.12 O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus

representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir a situação.

32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de

material lavável e impermeável, permitindo desinfecção e fácil higienização. 32.2.4.13.1 O revestimento não pode

apresentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias.

Page 8: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

17

32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem

objetos perfurocortantes devem ser os

responsáveis pelo seu descarte. 32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas. 32.2.4.16 Deve ser assegurado o uso de

materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança, conforme cronograma a ser estabelecido pela CTPN. 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos

serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os

estabelecidos no PCMSO. 32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os

trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. 32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus

órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço. 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. 32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das

vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. 32.2.4.17.6 A vacinação deve ser

registrada no prontuário clínico individual do trabalhador, previsto na NR-07. 32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas.

32.3 DOS RISCOS QUÍMICOS 32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do

fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. 32.3.2 Todo recipiente contendo produto

químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o

nome do produto, composição química, sua

concentração, data de ênfase e de validade, e nome

do responsável pela manipulação ou fracionamento. 32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. 32.3.4 Do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais – PPRA 32.3.4.1 No PPRA dos serviços de saúde deve constar inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e saúde do trabalhador.

32.3.4.1.1 Os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, devem ter uma

ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes informações:

As características e as formas de utilização

do produto; Os riscos à segurança e saúde do

trabalhador e ao meio ambiente, considerando as formas de utilização;

As medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhadores;

Condições e local de estocagem; Procedimentos em situações de emergência.

32.3.4.1.2 Uma cópia da ficha deve ser mantida nos locais onde o produto é utilizado. 32.3.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

32.3.5.1 Na elaboração e implementação do PCMSO, devem ser consideradas as informações contidas nas fichas descritivas citadas no subitem 32.3.4.1.1.. 32.3.6 Cabe ao empregador:

32.3.6.1 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos químicos. 32.3.6.1.1 A capacitação deve conter, no

mínimo: A apresentação das fichas descritivas citadas

no subitem 32.3.4.1.1, com explicação das

informações nelas contidas; Os procedimentos de segurança relativos à

utilização; Os procedimentos a serem adotados em

caso de incidentes, acidentes e em situações de emergência.

Page 9: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

18

32.3.7 Das Medidas de Proteção

32.3.7.1 O empregador deve destinar local apropriado para a manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador.

32.3.7.1.1 É vedada a realização destes procedimentos em qualquer local que não o apropriado para este fim. 32.3.7.1.2 Excetuam-se a preparação e associação de medicamentos para administração imediata aos pacientes.

32.3.7.1.3 O local deve dispor, no mínimo, de:

Sinalização gráfica de fácil visualização para

identificação do ambiente, respeitando o disposto na NR -26;

Equipamentos que garantam a concentração dos produtos químicos no ar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos nas NR-09 e NR-15 e observando-se os níveis de ação previstos na NR-09;

Equipamentos que garantam a exaustão

dos produtos químicos de forma a não potencializar a exposição de qualquer trabalhador, envolvido ou não, no processo de trabalho, não devendo ser utilizado o equipamento tipo coifa;

Chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados semanalmente;

Equipamentos de proteção individual,

adequados aos riscos, à disposição dos trabalhadores;

Sistema adequado de descarte. 32.3.7.2 A manipulação ou fracionamento dos produtos químicos deve ser feito por trabalhador qualificado.

32.3.7.3 O transporte de produtos químicos deve ser realizado considerando os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente.

32.3.7.4 Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pretendem realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento por gás óxido

de etileno, deverão atender o disposto na Portaria Interministerial Nº. 482/MS/MTE de 16/04/1999. 32.3.7.5 Nos locais onde se utilizam e

armazenam produtos inflamáveis, o sistema de prevenção de incêndio deve prever medidas

especiais de segurança e procedimentos de

emergência.

32.3.7.6 As áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser ventiladas e sinalizadas. 32.3.7.6.1 Devem ser previstas áreas de

armazenamento próprias para produtos químicos incompatíveis. 32.3.8 Dos Gases Medicinais 32.3.8.1 Na movimentação, transporte, armazenamento, manuseio e utilização dos gases,

bem como na manutenção dos equipamentos, devem ser observadas as recomendações do fabricante, desde que compatíveis com as

disposições da legislação vigente 32.3.8.1.1 As recomendações do fabricante, em português, devem ser mantidas no local de trabalho à disposição dos trabalhadores e da inspeção do trabalho.

32.3.8.2 É vedado:

A utilização de equipamentos em que se constate vazamento de gás;

Submeter equipamentos a pressões

superiores àquelas para as quais foram projetados; A utilização de cilindros que não tenham a

identificação do gás e a válvula de segurança; A movimentação dos cilindros sem a

utilização dos equipamentos de proteção individual adequados;

A submissão dos cilindros a temperaturas

extremas; As utilizações do oxigênio e do ar

comprimido para fins diversos aos que se destinam; O contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos

ou materiais orgânicos similares com gases oxidantes;

A utilização de cilindros de oxigênio sem a

válvula de retenção ou o dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso;

A transferência de gases de um cilindro para outro, independentemente da capacidade dos cilindros;

O transporte de cilindros soltos, em posição

horizontal e sem capacetes. 32.3.8.3 Os cilindros contendo gases

inflamáveis tais como hidrogênio e acetileno, devem ser armazenados a uma distância mínima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido nitroso, ou através de

barreiras vedadas e resistentes ao fogo.

Page 10: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

19

32.3.8.4 Para o sistema centralizado de

gases medicinais devem ser fixadas placas, em

local visível, com caracteres indeléveis e legíveis, com as seguintes informações:

Nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local e treinadas na operação e manutenção do sistema;

Procedimentos a serem adotados em caso

de emergência; Número de telefone para uso em caso de

emergência; Sinalização alusiva a perigo.

32.3.9 Dos Medicamentos e das Drogas de Risco

32.3.9.1 Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de risco aquelas que

possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade,teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas.

32.3.9.2 Deve constar no PPRA a descrição dos riscos inerentes às atividades de recebimento, armazenamento, preparo, distribuição, administração dos medicamentos e das drogas de risco.

32.3.9.3 Dos Gases e Vapores Anestésicos 32.3.9.3.1 Todos os equipamentos utilizados para a administração dos gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à manutenção corretiva e preventiva, dando-se especial atenção aos pontos de vazamentos para o

ambiente de trabalho, buscando sua eliminação. 32.3.9.3.2 A manutenção consiste, no mínimo, na verificação dos cilindros de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, traquéias, válvulas, aparelhos de anestesia e máscaras faciais para ventilação pulmonar.

32.3.9.3.2.1 O programa e os relatórios de manutenção devem constar de documento próprio que deve ficar à disposição dos trabalhadores diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho.

32.3.9.3.3 Os locais onde são utilizados gases ou vapores anestésicos devem ter sistemas

de ventilação e exaustão, com o objetivo de manter a concentração ambiental sob controle, conforme previsto na legislação vigente.

32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com

possibilidade de exposição a gases ou vapores

anestésicos após autorização por escrito do médico

responsável pelo PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA. 32.3.9.4 Dos Quimioterápicos Antineoplásicos 32.3.9.4.1 Os quimioterápicos

antineoplásicos somente devem ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de:

Vestiário de barreira com dupla câmara; Sala de preparo dos quimioterápicos;

Local destinado para as atividades administrativas;

Local de armazenamento exclusivo para

estocagem. 32.3.9.4.2 O vestiário deve dispor de:

Pia e material para lavar e secar as mãos;

Lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo higiênica;

Chuveiro de emergência; Equipamentos de proteção individual e

vestimentas para uso e reposição; Armários para guarda de pertences;

Recipientes para descarte de vestimentas usadas. 32.3.9.4.3 Devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas, incluindo superfícies, instalações, equipamentos,

mobiliário, vestimentas, EPI e materiais. 32.3.9.4.3.1 Os manuais devem estar disponíveis a todos os trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.4 Todos os profissionais

diretamente envolvidos devem lavar adequadamente as mãos, antes e após a retirada das luvas. 32.3.9.4.5 A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 e na sua instalação devem ser previstos, no

mínimo:

Suprimento de ar necessário ao seu

funcionamento; Local e posicionamento, de forma a evitar a

formação de turbulência aérea.

32.3.9.4.5.1 A cabine deve:

Page 11: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

20

Estar em funcionamento no mínimo por 30

minutos antes do início do trabalho de manipulação

e permanecer ligada por 30 minutos após a conclusão do trabalho;

Ser submetida periodicamente a manutenções e trocas de filtros absolutos e pré-filtros de acordo com um programa escrito, que obedeça às especificações do fabricante, e que deve

estar à disposição da inspeção do trabalho; Possuir relatório das manutenções, que

deve ser mantido a disposição da fiscalização do trabalho;

Ter etiquetas afixadas em locais visíveis com as datas da última e da próxima manutenção;

Ser submetida a processo de limpeza,

descontaminação e desinfecção, nas paredes laterais internas e superfície de trabalho, antes do início das atividades;

Ter a sua superfície de trabalho submetida aos procedimentos de limpeza ao final das atividades e no caso de ocorrência de acidentes com derramamentos e respingos.

32.3.9.4.6 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos, compete ao empregador:

Proibir fumar, comer ou beber, bem como

portar adornos ou maquiar-se; Afastar das atividades as trabalhadoras

gestantes e nutrizes; Proibir que os trabalhadores expostos

realizem atividades com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes;

Fornecer aos trabalhadores avental

confeccionado de material impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, manga comprida e punho justo, quando do seu preparo e administração;

Fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes durante a manipulação e

administração; fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança para a prevenção de acidentes durante o transporte. 32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, os Equipamentos de

Proteção Individual - EPI devem atender as seguintes exigências:

Ser avaliados diariamente quanto ao estado de conservação e segurança;

Estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade suficiente para imediata

substituição, segundo as exigências do

procedimento ou em caso de contaminação ou dano.

32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado:

Iniciar qualquer atividade na falta de EPI; Dar continuidade às atividades de

manipulação quando ocorrer qualquer interrupção

do funcionamento da cabine de segurança biológica. 32.3.9.4.9 Dos Procedimentos Operacionais em Caso de Ocorrência de Acidentes Ambientais ou Pessoais. 32.3.9.4.9.1 Com relação aos

quimioterápicos, entende-se por acidente:

Ambiental: contaminação do ambiente

devido à saída do medicamento do envase no qual esteja acondicionado seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos;

Pessoal: contaminação gerada por contato

ou inalação dos medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo. 32.3.9.4.9.2 As normas e os procedimentos, a serem adotados em caso de

ocorrência de acidentes ambientais ou pessoais, devem constar em manual disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.9.3 Nas áreas de preparação, armazenamento e administração e para o transporte

deve ser mantido um “Kit” de derramamento identificado e disponível, que deve conter, no mínimo: luvas de procedimento, avental impermeável, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, recipiente identificado para recolhimento de resíduos e descrição do procedimento.

32.3.10 Da Capacitação 32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação inicial e continuada que contenha, no mínimo:

As principais vias de exposição ocupacional; Os efeitos terapêuticos e adversos destes

medicamentos e o possível risco à saúde, a longo e

curto prazo; As normas e os procedimentos padronizados

relativos ao: manuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte dos

quimioterápicos antineoplásicos;

Page 12: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

21

As normas e os procedimentos a serem

adotadas no caso de ocorrência de acidentes.

32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos quimioterápicos antineoplásicos.

32.4 DAS RADIAÇÕES IONIZANTES 32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, do Ministério da Saúde.

32.4.2 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica - PPR, aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico

aprovado pela Vigilância Sanitária. 32.4.2.1 O Plano de Proteção Radiológica deve:

Estar dentro do prazo de vigência;

Identificar o profissional responsável e seu substituto eventual como membros efetivos da equipe de trabalho do serviço;

Fazer parte do PPRA do estabelecimento; Ser considerado na elaboração e

implementação do PCMSO; ser apresentado na CIPA, quando existente na empresa, sendo sua

cópia anexada às atas desta comissão. 32.4.3 O trabalhador que realize atividades em áreas onde existam fontes de radiações ionizantes deve:

Permanecer nestas áreas o menor tempo

possível para a realização do procedimento; Ter conhecimento dos riscos radiológicos

associados ao seu trabalho; Estar capacitado inicialmente e de forma

continuada em proteção radiológica; Usar os EPI adequados para a minimização

dos riscos; Estar sob monitoração individual de dose de

radiação ionizante, nos casos em que a exposição

seja ocupacional. 32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com

radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.

32.4.5 Toda instalação radiativa deve dispor

de monitoração individual e de áreas. 32.4.5.1 Os dosímetros individuais devem ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente em laboratórios de monitoração individual acreditados pela CNEN.

32.4.5.2 A monitoração individual externa, de corpo inteiro ou de extremidades, deve ser feita através de dosimetria com periodicidade mensal e levando-se em conta a natureza e a intensidade das exposições normais e potenciais previstas.

32.4.5.3 Na ocorrência ou suspeita de exposição acidental, os dosímetros devem ser encaminhados para leitura no prazo máximo de 24

horas. 32.4.5.4 Após ocorrência ou suspeita de exposição acidental a fontes seladas, devem ser

adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a critério médico. 32.4.5.5 Após ocorrência ou suspeita de

acidentes com fontes não seladas, sujeitas a exposição externa ou com contaminação interna, devem ser adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a análise in vivo e in vitro, a critério médico.

32.4.5.6 Deve ser elaborado e implementado um programa de monitoração periódica de áreas, constante do Plano de Proteção Radiológica, para todas as áreas da instalação radiativa.

32.4.6 Cabe ao empregador:

Implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos riscos radiológicos;

Manter profissional habilitado, responsável pela proteção radiológica em cada área específica,

com vinculação formal com o estabelecimento; Promover capacitação em proteção

radiológica, inicialmente e de forma continuada,

para os trabalhadores ocupacionalmente e para ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes;

Manter no registro individual do trabalhador as capacitações ministradas;

Fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, instruções relativas aos riscos

Page 13: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

22

radiológicos e procedimentos de proteção

radiológica adotados na instalação radiativa;

Dar ciência dos resultados das doses referentes às exposições de rotina, acidentais e de emergências, por escrito e mediante recibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou médico encarregado dos exames médicos previstos na NR-07.

32.4.7 Cada trabalhador da instalação radiativa deve ter um registro individual atualizado, o qual deve ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação, contendo as seguintes informações:

Identificação (Nome, DN, Registro, CPF), endereço e nível de instrução;

Datas de admissão e de saída do emprego;

Nome e endereço do responsável pela proteção radiológica de cada período trabalhado;

Funções associadas às fontes de radiação com as respectivas áreas de trabalho, os riscos

radiológicos a que está ou esteve exposto, data de início e término da atividade com radiação, horários e períodos de ocupação;

Tipos de dosímetros individuais utilizados; Registro de doses mensais e anuais (doze

meses consecutivos) recebidas e relatórios de

investigação de doses; Capacitações realizadas; Estimativas de incorporações; Relatórios sobre exposições de emergência

e de acidente; Exposições ocupacionais anteriores a fonte

de radiação.

32.4.7.1 O registro individual dos trabalhadores deve ser mantido no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho. 32.4.8 O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve ser mantido atualizado e

ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação. 32.4.9 Toda instalação radiativa deve possuir um serviço de proteção radiológica.

32.4.9.1 O serviço de proteção radiológica deve estar localizado no mesmo ambiente da instalação radiativa e serem garantidas as

condições de trabalho compatíveis com as atividades desenvolvidas, observando as normas da CNEN e da ANVISA.

32.4.9.2 O serviço de proteção radiológica

deve possuir, de acordo com o especificado no PPR,

equipamentos para:

Monitoração individual dos trabalhadores e de área;

Proteção individual; Medições ambientais de radiações ionizantes

específicas para práticas de trabalho. 32.4.9.3 O serviço de proteção radiológica deve estar diretamente subordinado ao Titular da instalação radiativa. 32.4.9.4 Quando o estabelecimento possuir

mais de um serviço, deve ser indicado um responsável técnico para promover a integração das atividades de proteção radiológica destes serviços.

32.4.10 O médico coordenador do PCMSO ou o encarregado pelos exames médicos, previstos na NR-07, deve estar familiarizado com os efeitos e

a terapêutica associados à exposição decorrente das atividades de rotina ou de acidentes com radiações ionizantes. 32.4.11 As áreas da instalação radiativa devem ser classificadas e ter controle de acesso

definido pelo responsável pela proteção radiológica. 32.5.1 Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser:

Preenchidos até 2/3 de sua capacidade;

Fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que virados com a abertura para baixo;

Retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento;

Mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo.

32.5.2 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observado que:

Sejam utilizados recipientes que atendam as

normas da ABNT, em número suficiente para o armazenamento;

Os recipientes estejam localizados próximos

da fonte geradora; Os recipientes sejam constituídos de

material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de

abertura sem contato manual, com cantos

Page 14: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

23

arredondados e que sejam resistentes ao

tombamento;

Os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT. 32.5.2.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa para vedação.

32.5.2.2 Para os recipientes destinados a coleta de material perfuro-cortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. 32.5.2.2.1 O recipiente para

acondicionamento dos perfuro-cortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte.

32.5.3 O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com outras partes do

corpo, sendo vedado o arrasto. 32.5.4 Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a

preservar a sua saúde e integridade física. 32.5.5 A sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte deve atender, no mínimo, às seguintes características: - Ser dotada de:

Pisos e paredes laváveis; Ralo sifonado; Ponto de água; Ponto de luz; Ventilação adequada; Abertura dimensionada de forma a permitir

a entrada dos recipientes de transporte.

Ser mantida limpa e com controle de vetores;

Conter somente os recipientes de coleta, armazenamento ou transporte;

Ser utilizada apenas para os fins a que se destina;

Estar devidamente sinalizada e identificada. 32.6 DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO POR

OCASIÃO DAS REFEIÇÕES 32.6.1 Os refeitórios dos serviços de saúde devem atender ao disposto na NR-24.

32.6.2 Os estabelecimentos com até 300

trabalhadores devem ser dotados de locais para

refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos:

Localização fora da área do posto de trabalho;

Piso lavável;

Limpeza, arejamento e boa iluminação; Mesas e assentos dimensionados de acordo

com o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição;

Lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local;

Fornecimento de água potável;

Possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições.

32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa, de acionamento por pedal.

32.10 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 32.10.1 Os serviços de saúde devem:

Atender as condições de conforto relativas

aos níveis de ruído previstas na NB 95 da ABNT; Atender as condições de iluminação

conforme NB 57 da ABNT; Atender as condições de conforto térmico

previstas na RDC 50/02 da ANVISA; Manter os ambientes de trabalho em

condições de limpeza e conservação.

32.10.2 No processo de elaboração e implementação do PPRA e do PCMSO devem ser consideradas as atividades desenvolvidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH do estabelecimento ou comissão equivalente.

32.10.3 Antes da utilização de qualquer equipamento, os operadores devem ser capacitados quanto ao modo de operação e seus riscos. 32.10.4 Os manuais do fabricante de todos os equipamentos e máquinas, impressos em língua

portuguesa, devem estar disponíveis aos trabalhadores envolvidos.

32.10.5 É vedada a utilização de material médico-hospitalar em desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas descritas em seu manual ou em sua embalagem.

Page 15: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

24

32.10.6 Em todo serviço de saúde deve

existir um programa de controle de animais

sinantrópicos, o qual deve ser comprovado sempre que exigido pela inspeção do trabalho. 32.10.7 As cozinhas devem ser dotadas de sistemas de exaustão e outros equipamentos que reduzam a dispersão de gorduras e vapores,

conforme estabelecido na NBR 14518. 32.10.8 Os postos de trabalho devem ser organizados de forma a evitar deslocamentos e esforços adicionais. 32.10.9 Em todos os postos de trabalho

devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade, que permitam aos trabalhadores acessar locais altos sem esforço adicional.

32.10.10 Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que minimizem o

esforço realizado pelos trabalhadores. 32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador deve ser efetuado com auxílio de meios mecânicos ou eletromecânicos.

32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser:

Capacitados para adotar mecânica corporal correta, na movimentação de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua saúde e integridade física;

Orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacientes com distúrbios de comportamento. 32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão ou outro

dispositivo que os minimizem. 32.10.14 É vedado aos trabalhadores pipetar com a boca. 32.10.15 Todos os lavatórios e pias

devem:

Possuir torneiras ou comandos que

dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água;

Ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para secagem das mãos.

32.10.16 As edificações dos serviços de

saúde devem atender ao disposto na RDC 50 de 21

de fevereiro de 2002 da ANVISA. 32.11 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 32.11.1 A observância das disposições regulamentares constantes dessa Norma

Regulamentadora - NR, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho, ou constantes nas demais NR e legislação federal pertinente à matéria.

32.11.2 Todos os atos normativos mencionados nesta NR, quando substituídos ou

atualizados por novos atos, terão a referência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.

32.11.3 Ficam criadas a Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR-32, denominada CTPN da NR-32, e as Comissões Tripartites Permanentes Regionais da NR-32, no âmbito das Unidades da Federação, denominadas CTPR da NR-32.

32.11.3.1 As dúvidas e dificuldades encontradas durante a implantação e o desenvolvimento continuado desta NR deverão ser encaminhadas à CTPN. 32.11.4 A responsabilidade é solidária entre contratantes e contratados quanto ao cumprimento

desta NR.

NORMAS REGULAMENTADORAS

Além da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na CLT, a legislação básica que rege a Segurança do Trabalho está contida nas Normas Regulamentadoras. A Portaria nº 3.214/78 e suas alterações estabeleceram as Normas Regulamentadoras – NR que devem ser observadas por empregadores e empregados regidos pela CLT.

NR 1 – Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano,

Page 16: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

25

bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 154 à 159 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). NR 2 – Inspeção prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. NR 3 – Embargo ou interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. NR 4 – Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador, para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: Estabelece e define

os tipos de EPI a que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. NR 8 – Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Visa à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. NR 10 – Instalações e serviços em eletricidade: Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas. Inclui elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta delas, as normas técnicas

Page 17: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

26

internacionais. NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. NR 12 – Máquinas e equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão: Estabelece todos os requisitos técnico- legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT. NR 14 – Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. NR 15 – Atividades e operações insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre e, também, os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. NR 16 – Atividades e operações perigosas: Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. NR 17 – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação

das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implantação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. NR 19 – Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho. NR 21 – Trabalho a céu aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como em minas ao ar livre e em pedreiras. NR 22 – Trabalhos subterrâneos: Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar aos seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 23 – Proteção contra incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho: Disciplina

Page 18: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

27

os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e ao tratamento da água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e à proteção da saúde dos trabalhadores. NR 25 – Resíduos industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 26 – Sinalização de segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 27 – Registro profissional do Técnico em Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de Técnico em Segurança do Trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. NR 28 – Fiscalização e penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização em Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário: Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

NR 30 – Norma regulamentadora do trabalho aquaviário: Regula a proteção contra acidentes e doenças ocupacionais objetivando melhores condições e segurança no desenvolvimento de trabalhos aquaviários. NR 31 Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho rural: Regula aspectos relacionados à proteção dos trabalhadores rurais, serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural, comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural, equipamento de proteção individual – EPI e produtos químicos. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde: Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implantação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. NR 33 – Norma regulamentadora de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. NR 34- Construção Naval

LAVAGEM SIMPLES DAS MÃOS

As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar e sua adequada lavagem é fundamental para seu controle, estando acompanhada de unhas curtas, ausência de adornos e esmaltes escuros.

1. OBJETIVO

Lavagem das mãos é a fricção manual

vigorosa de toda superfície das mãos e punhos,

utilizando se sabão/detergente, seguida de

enxágue abundante em água corrente”.

Page 19: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

28

É tradicionalmente o ato mais importante para

a prevenção e o controle das infecções

relacionadas ao serviço de saúde. Remoção da maioria da flora transitória bem

como de sujidades células descamativas,

oleosidades, suor,e alguns micro-organismos da pele como a flora residente e transitória.

2. FINALIDADE

Prevenir as infecções hospitalares;

Evitar infecção cruzada;

Retirar sujidade, suor e oleosidade;

Remover a flora microbiana transitória da

camada superficial da pele;

Antes e após qualquer contato com o

paciente;

3. MATERIAL UTILIZADO PARA

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Água Sabão líquido

toalha

4. LAVAR AS MÃOS NAS SEGUINTES

OCASIÕES

Antes e após contato direto com o paciente.

Sempre que houver sujidade visível nas

mãos.

Entre diferentes procedimentos em um

mesmo paciente (ex: aspirar secreção

traqueal e realizar curativo).

Antes e após realização das atividades

hospitalares (preparo de medicamentos, de

nebulização, punção, sondagens, Na

manipulação de cateteres, equipamentos

respiratórios e na manipulação do sistema

fechado de drenagem urinária).

Antes e após a realização de atos fisiológicos

e pessoais ( pentear cabelo / assuar nariz /

usar o banheiro).

Após manipulação de materiais e

equipamentos contaminados.

Antes e após coleta de materiais para exames.

Antes e após uso de luvas.

Antes e depois de manusear alimentos.

5. Flora Microbiana da Pele

Do ponto de vista da flora microbiana da pele em

1938 descobriu que a pele das mãos alberga

principalmente duas populações, sendo estas a

flora residente e a flora transitória.

Flora Residente: está aderida às camadas

mais profundas da pele, é mais resistente à

remoção apenas por água e sabão, entretanto,

pode ser inativadas por anti-sépticos.

Flora Transitória: coloniza a camada

superficial da pele, sobrevive por curto

período de tempo e é passível de remoção

pela higienização simples das mãos com água

e sabão, por meio de fricção mecânica.

6. As técnicas de higienização das mãos

podem variar, dependendo do objetivo

ao qual se destinam.

Podem ser divididas em:

Higienização simples das mãos.

Higienização anti-séptica das mãos.

Fricção de anti-séptico nas mãos.

Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-

operatório das mãos.

A eficácia da higienização das mãos

depende da duração e da técnica

empregada.

IMPORTANTE

Antes de iniciar qualquer uma dessas

técnicas, é necessário retirar jóias (anéis,

pulseiras, relógio), pois sob tais objetos

podem acumular-se microrganismos.

Page 20: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

29

7. O QUE DEVO USAR?

Uso de água e sabão:

Indicação: Quando as mãos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com

sangue e outros fluidos corporais.

Uso de preparações alcoólicas: A

higienização das mãos deve ser feita com

preparação alcoólica (sob a forma gel ou

liquida com 1%-3% de glicerina) quando

estas não estiverem visivelmente sujas.

Uso de agentes anti - sépticos: Nos casos de

adoção de precaução de contato

recomendada para pacientes portadores de

microrganismos multirresistentes. Nos casos

de surtos.

8. TÉCNICA

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos

Abrir a torneira sem encostar-se a pia para

evitar contaminação da roupa;

Colocar 35ml de sabão liquido nas mãos se

o sabão for em barra enxaguá-lo antes de usá-lo;

Ensaboar as mãos, por 15 a 30 segundos,

não esquecendo: palma, dorso, espaços interdigitais, polegar, articulações, unhas, extremidades dos dedos e punhos.

Enxaguar as mãos, em água corrente, retirando totalmente a espuma e os resíduos de sabão, sem respingar água na roupa e no piso e

sem encostar a pia;

Enxugar as mãos com papel toalha duas folhas e, com esse papel toalha, fechar a torneira, desprezando-o no lixo.

O sabão líquido é o mais indicado devido ao

menor risco de contaminação. O sabão em barra, se usado, deve ser pequeno, visando sua substituição freqüente e colocado em suporte vazado. A limpeza do dispensador do sabão líquido deve ser feita semanalmente com água e sabão. Toalhas de pano ou de rolo devem ser evitadas.

A CCIH deve ser consultada antes da compra de qualquer material envolvido na rotina da lavação de mãos.

Em áreas críticas é indicado o uso de

antissépticos, pois apresentam efeito residual, são utilizados também na escovação cirúrgica. Os anti-sépticos utilizados para lavagem e escovação cirúrgica são: PVPI detergente, tendo seu efeito residual de 1 hora; e Digluconato de

Clorexidina, com 5-6 horas de efeito residual.

Page 21: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

30

LUVAS

Uma das barreiras utilizadas para o controle

de disseminação de microrganismo no ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação tanto o paciente como o profissional. Dois tipos de luvas:

Luvas Esterilizadas: denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril – cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical etc.

Luvas de Procedimentos: são limpas,

não estéreis. Utilizadas para proteger o profissional durante a manipulação de material e superfícies contaminados, ou durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. Nenhum cuidado para calcá-las, porém devem ser removidas como luva estéril para evitar que o profissional se

contamine.

1. USO

Antes do atendimento de cada paciente, o

profissional deve lavar suas mãos e colocar novas luvas; após o tratamento de cada paciente, ou antes, de deixar a clínica, o profissional deve remover e descartar as luvas e lavar as mãos.

Tanto as luvas para procedimento como as luvas cirúrgicas NÃO devem ser lavadas antes do

uso, NEM lavadas, desinfetadas ou esterilizadas

para reutilização.

Não se recomenda a lavagem das luvas, pois pode causar a penetração de líquidos através de furos indetectáveis.

A deterioração das luvas pode ser causada

por agentes desinfetantes, óleos, loções oleosas e

tratamentos térmicos, como a autoclavação.

A lavagem das luvas com antissépticos aumenta tanto o tamanho como o número de orifícios nas luvas e remove o revestimento externo da maioria das luvas comerciais.

As luvas de látex para exame não foram

formuladas para resistir a exposição prolongada às secreções, podendo ficar comprometidas durante procedimentos de longa duração.

2. TIPOS

As luvas estão disponíveis, no comércio, em 5 tipos:

Luvas cirúrgicas de látex estéreis; Luvas descartáveis de látex; Luvas descartáveis de vinil; Sobre-luvas de PVC;

Luvas para limpeza geral de borracha grossa.

3. NORMAS NA UTILIZAÇÃO

As luvas NÃO devem ser utilizadas fora das

áreas de tratamento.

As luvas devem ser trocadas entre os tratamentos de diferentes pacientes.

A parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção.

As luvas devem ser checadas quanto a

presença de rasgos ou furos antes e depois de colocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra.

Se as luvas se esgarçarem ou rasgarem durante o tratamento de um paciente, devem ser

removidas e eliminadas, lavando-se as mãos antes de reenluvá-las.

Se ocorrerem acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes, as luvas devem ser removidas e eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente

comunicado.

Superfícies ou objetos fora do campo

operatório NÃO podem ser tocados por luvas usadas no tratamento do paciente. Recomenda-se a utilização de sobre-luvas ou pinças esterilizadas.

Page 22: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

31

Em procedimentos cirúrgicos demorados ou

com sangramento intenso, está indicado o uso de

dois pares de luvas.

Luvas usadas não devem ser lavadas ou reutilizadas.

4. TÉCNICA PARA COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTERILIZADAS

Colocar o pacote sobre uma mesa ou superfície lisa, abrindo-o sem contaminá-lo.

Expor as luvas de modo que os punhos fiquem voltados para si.

Retirar a luva esquerda (E) com a mão direita, pela dobra do punho. Levantá-la, mantendo-a longe do corpo, com os dedos da luva

para baixo. Introduzir a mão esquerda, tocando apenas a dobra do punho.

Introduzir os dedos da mão esquerda

enluvada sob a dobra do punho da luva direita (D).

Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até cobrir o punho da manga do avental.

Colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo o procedimento acima descrito.

Ajustar os dedos de ambas as mãos.

5. SEQUÊNCIA DE COLOCAÇÃO DAS LUVAS

ESTERILIZADAS

6. REMOÇÃO DE LUVAS

Nesta técnica tem que estar atento a não contaminar a mão durante sua remoção, tendo em mente que a parte externa da luva esta contaminada por secreções e sua remoção deverá ser iniciada pela parte externa sem entrar em contato direto á outra mão, conforme orientação e figura abaixo:

A - Para prevenir que o lado externo das luvas sujas entre em contato com a superfície da pele das mãos, o usuário coloca os dedos enluvados de uma

das mãos embaixo da bainha evertida de outra luva e puxa-a da mão e dedos.

B – Para evitar que a mão sem luva entre em contato com o lado externo da outra luva suja, engancha-se o polegar nu no lado interno e puxa-se

Page 23: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

32

a luva fora. Em seguida a descarte em local

apropriado.

MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO

No Centro Cirúrgico, por ocorrer vários procedimentos invasivos, é necessário uma série de cuidados e técnicas especiais para evitar a contaminação do material a ser manipulado, pois por ser invasivo o risco de infecção é maior. A técnica utilizada para evitar a contaminação do material estéril é conhecida como

“técnica asséptica”; muito utilizada no Centro Cirúrgico na colocação de luvas estéreis, aberturas de pacotes, de campos cirúrgicos e outros.

1. ABERTURA DE PACOTES

Segurar o pacote afastado do corpo e soltar a ponta que está afixada com adesivo, levando-a do lado oposto de quem está manuseando;

Abrir, alternadamente, as pontas laterais do

campo;

Afastar a ponta do campo, próxima do conteúdo do pacote, segurando-o com uma das mãos e, com a outra, prender as pontas soltas, tendo o cuidado de não contaminar a face interna do campo; a seguir, depositar o conteúdo deste sobre a mesa do instrumentador, conforme figura

abaixo;

Os pacotes grandes, como os de aventais, campos e outros, de vem ser abertos sobre uma mesa, conforme figura abaixo.

Abertura de Pacote Estéril

Page 24: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

33

Abertura de Pacote Grande

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES BIOLÓGICOS

Os agentes biológicos são classificados em:

Classe de Risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.

Classe de Risco 2: risco individual

moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.

Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Classe de Risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Classe de Risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes

de profilaxia ou tratamento.

RISCOS BIOLGICOS

A Norma Regulamentadora 32 (NR 32)

considera risco biológico a probabilidade da

exposição ocupacional a agentes biológicos:

microrganismos geneticamente modificados ou

não, culturas de células, parasitas, toxinas e

príons.

No setor de saúde, esse risco é

representado sobre tudo pelas infecções causadas

por bactérias, vírus, rickettsias, clamídias e

fungos e, em menor grau, pelas parasitoses

produzidas por protozoários, helmintos e

artrópodos.

A exposição do pessoal de enfermagem

ao risco biológico torna-se maior devido seu

contato íntimo e freqüente com os pacientes

infectados. Muitas vezes, o próprio rosto

(conjuntiva ocular, mucosas da boca e do nariz)

ao alcance do ar por eles expirado, ao alcance de

respingos de sangue e de outros fluidos corporais,

durante procedimentos invasivos, tosses,

espirros... Excreções, produtos de vômito, bile,

saliva, escarro, sangue e pus são observados e

controlados antes do rejeito; seus recipientes são

lavados e desinfectados, ou esterilizados;

pijamas, camisas e roupa de cama são trocados. E

tudo isso é feito pelo trabalhador de enfermagem.

Infecções apontadas como risco

biológico para o trabalhador de saúde as

principais:

Tuberculose pulmonar

Ccytomegalovirus (CMV)

Hepatite virais (B, C, G)

Infecção pelo vírus da imunodeficiência

humana (HIV)

Síndrome da imunodeficiência adquirida

(SIDA/AIDS)

Outras infecções às quais o pessoal de

enfermagem encontra-se potencialmente

exposto:

Infecções respiratórias por vírus

Parotidite

Febre tifóide

Rubéola

Queraratoconjuntivite epidêmica

Varicella zoster

Difteria

Gastroenterite infecciosa

Herpes simples

Meningites

Doenças causadas por bactérias envolvidas nas

infecções hospitalares:

Page 25: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

34

Staphilococcus aureus Escherichia coli

Salmonellae Staphilococcus aureus

Streptococcus

Pseudomonas

Salmonellae

Escherichia coli

Infecções diversas sem consequências

patológicas graves ou duráveis

Até agora, o único setor de atividade com

ocorrência de transmissão ocupacional do HIV

foi o setor de saúde e, neste, o pessoal de

enfermagem tornou-se o principal grupo de

risco.

A hepatite B é a doença de origem

profissional mais frequente entre o pessoal

hospitalar.

Em relação à população geral, o risco de

hepatite B é 11 vezes mais elevado entre o

pessoal de saúde: trabalhadores de

laboratório e de enfermagem.

Vacine-se!

Conheça seu nível imunitário relativo às

infecções que fazem parte do seu cotidiano. Mais

exposto que a população em geral ao risco de

adquirir algumas infecções imunologicamente

preveníveis, o trabalhador de enfermagem deve

proteger-se, por meio de vacinas ou

imunoglobulinas, contra as seguintes doenças:

Proteção altamente recomendada

Tuberculose

Varicella

Zoster

Caxumba

Rubéola

Hepatite B

Difteria

Gripe

Sarampo

Tétano

Proteção eventualmente indicada Coqueluche

Doença pneumocócica

Doença invasiva por H. influenzae

Doença meningocócica

Febre tifóide

Hepatite A

INSALUBRIDADE

"Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos

seus efeitos”. "A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá”: I - com a adoção de medidas que conservem o

ambiente do trabalho dentro dos limites de

tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo aos limites de tolerância.

"Artigo 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20%, e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio ou

mínimo”. A insalubridade foi regulamentada pela

Norma Regulamentadora Nº. 15, por meio de 14 anexos. Os Equipamentos de Proteção Individual

(EPIs) foram regulamentados na Norma regulamentadora de No 06.

Page 26: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

35

Limite de Tolerância - "é a concentração

ou intensidade máxima ou mínima, relacionada

como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua laboratorial”. Os agentes classificam-se em: químicos, ex.: chumbo; físicos, ex.: calor; e biológicos, ex:. doenças infecto-contagiosas.

PERICULOSIDADE

"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aqueles que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado”.

"O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”.

A periculosidade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora Nº. 16, por meio de dois anexos. "Liquido Inflamável: é todo aquele que

possui ponto de fulgor inferior a 70oC e pressão de vapor que não exceda 2,8 Kg/cm2 absoluta a

37,7ºC." "Explosivos: são substâncias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas”. O contato permanente pode se dar de maneira contínua ou intermitente.

A periculosidade só cessa sob o ponto de vista legal com a total eliminação do risco. "A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de PERÍCIA a cargo de Engenheiro do Trabalho ou

Médico do Trabalho, registrados no Ministério do trabalho”.

"O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física”.

CURIOSIDADE

Luva cirúrgica Neutraliza Contaminações

A partir de intensas pesquisas, a francesa Hutchinson, desenvolveu a luva G-Vir, projetada para reduzir drasticamente os riscos de

contaminação quando se lida com agulhas, bisturis e outros instrumentos. Essa conquista tecnológica chega agora ao Brasil, através de sua subsidiária Mucambo S/A, com 57 anos de atuação no segmento de luvas cirúrgicas e de procedimento. A proteção da G-Vir se dá através da combinação de três fatores: barreira física, sistema

de esguicho desinfetante (efeito mecânico) e um composto de detergentes comprovadamente eficientes no bloqueio dos vírus da AIDs e Hepatite

C, dentre outros. Isso porque a G-Vir é composta por três camadas, como um “sanduíche” de 500µm totais de espessura (tolerância de + / - 50µm); o equivalente

à de uma luva dupla: a camada externa (aprox. 150µm), de alta resistência à perfuração, que mantém contato direto com pacientes, produtos e instrumentos cirúrgicos; a camada central (aprox. 250µm), para resistência biológica, contém 8 ml de líquido desinfetante (mistura de amônios

quaternários e clorexidina) distribuídos homogeneamente, eficaz contra os vírus envelopados como os da AIDs e Hepatite C; e a camada interna (aprox. 100µm), também resistente, é revestida com uma substância inerte que facilita o calçamento (não se utiliza látex de borracha natural e talco).

Como a G-Vir Protege O principal diferencial tecnológico da G-Vir é a sua camada central, composta por microgotas de detergente separadas entre si por finíssimas

Page 27: SAÚDE DO TRABALHADOR III

CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO

36

paredes de elastômero. Quando um ponto da luva é

pressionado pelo instrumento, entra em ação o

mecanismo exclusivo que aumenta a quantidade de líquido desinfetante disponível no ponto de rompimento, de forma semelhante a um fato comum: quando uma laranja é descascada, os poros da pele do fruto induzem o líquido sob pressão, que pode ser esguichado a uma distância

de vários metros. A energia elástica da deformação é convertida em pressão exercida sobre o fluido, projetando-o. Então, além da ação do desinfetante sobre os vírus, a pressão do jato contrapõe-se ao fluxo infectado; interrompendo-o. O funcionamento desse mecanismo exclusivo da G-Vir foi publicado em maio de 2004 no periódico Nature Materials (P.

Sonntag et al., Biocide squirting from an elastometric film, 2004, 3, No. 5 311-315). Sob o efeito da pressão, as paredes entre

as microgotas se rompem e o líquido se concentra no ponto de contato. Caso a agulha rompa a camada exterior, o líquido desinfetante é expelido, sob o efeito da pressão. Quando o instrumento

perfuro-cortante ultrapassa a camada central, enfrenta ainda a resistência da última camada; podendo não atingir a pele. Caso atinja, já estará biologicamente neutralizado.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ARAÚJO, Giovanni M. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional (Normas Regulamentadoras Comentadas). Rio de Janeiro: Verde Editora, 2008. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA , 2010. Segurança do Paciente em Serviço de Saúde: Limpeza e Desinfecção de Superfícies, Brasília. BRASIL. Ministério da Sattde. Curso de Introdução ao Controle de Infecção Hospitalar. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Sattde: Programa de Controle de Infecção Hospitalar, Brasflia, Centro de Documentação do Ministério da Sattde. BRASIL. Lei Nº 8080, 19 de setembro de 1999. Lei orgânica da Saúde.

POTTER, Patricia Ann; PERRY, Anne Griffin.

Fundamentos de Enfermagem. [tradução de

Maria Inês Corrêa Nascimento, et al]. - Rio de

Janeiro: Elsevier, 2009

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. - 2. ed. rev., 1.a reimpr. - Brasília: Ministério

da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.