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CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO
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SAÚDE DO TRABALHADOR
1. INTRODUÇÃO
A Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do direito universal à saúde. A execução de suas ações é de
competência do Sistema Único de Saúde (SUS). Em vigor desde 2004, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde.
No Brasil, até 1988, a Saúde era um benefício previdenciário, um serviço comprado na forma de assistência médica ou uma ação de misericórdia oferecida à parcela da população que não tinha acesso à previdência ou recursos para pagar assistência privada. Em meados de 1970, surge o Movimento de Reforma Sanitária, propondo
uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade brasileira, incluindo a Saúde do Trabalhador. Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, a saúde tornou-se "um direito de todos e um dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas". O texto da Carta Magna afirma que "as ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único" e que "ao Sistema Único de Saúde compete executar as ações de saúde do trabalhador".
Em 1990, com a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º, parágrafo 3º, regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador como "um conjunto de atividades” que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença
profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de
competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da
normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias
provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo
na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
2. RISCOS AMBIENTAIS
A Norma Regulamentadora Nº. 9 da Portaria Nº. 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho e Emprego, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. São considerados riscos ambientais:
Riscos Físicos: (Cor Verde) - Ruídos
- Vibrações - Radiações ionizantes - Radiações não ionizantes - Frio
- Calor - Pressões anormais
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- Umidade
Riscos Químicos: (Cor Vermelha) - Poeiras - Fumos - Névoas - Neblinas - Gases
- Vapores - Substâncias, compostos ou produtos químicos.
Riscos Biológicos: (Cor Marron) - Vírus - Bactérias - Protozoários
- Fungos - Parasitas - Bacilos
Riscos Ergonômicos: (Cor Amarela)
- Esforço físico intenso - Levantamento e transporte manual de peso
- Exigência de postura inadequada - Controle rígido de produtividade - Imposição de ritmos excessivos - Trabalho em turno e noturno - Jornadas de trabalho prolongadas - Monotomia e repetitividade
- Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Riscos de Acidente: (Cor Azul) - Arranjo físico inadequado - Máquinas e equipamentos sem proteção - Ferramentas inadequadas ou defeituosas
- Iluminação inadequada - Eletricidade - Probabilidade de incêndio ou explosão - Armazenamento inadequado - Animais peçonhentos - Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes
Para cada grupo de risco é atribuída uma cor, e para cada tipo de riscos haverá equipamentos de proteção individuais ou coletivos que visam minimizar ou cessar a ação do risco sob o indivíduo.
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
De acordo com a NR-6 da Portaria Nº. 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI:
“Todo dispositivo ou produto de uso individual
destinado a proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador”.
3.1. Necessidade de Uso
Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do
trabalho; Enquanto as medidas de proteção coletiva
estiverem sendo implantadas; Para atender as situações de emergência.
3.2. Responsabilidades do Empregador
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada
atividade; Exigir seu uso; Fornecer ao trabalhador somente o EPI com
a indicação do certificado de aprovação – CA; Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso
adequado, guarda e conservação; Substituir imediatamente, quando danificado
ou extraviado;
Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
3.3. Responsabilidades do Empregado
Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a
que se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
3.4. Responsabilidade do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE
Cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
Emitir ou renovar ou cancelar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
Fiscalizar a qualidade do EPI; Responsabilidades da Delegacia Regional do
Trabalho; Fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado
e a qualidade do EPI; Recolher amostras de EPI; Aplicar, na sua esfera de competência, as
penalidades cabíveis pelo descumprimento da NR-6.
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4. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Os riscos presentes no ambiente de trabalho, assim como os equipamentos de proteção que devem ser utilizados mediante esses riscos devem estar sinalizados em local de fácil acesso e visualização no ambiente de trabalho. Uma importante forma de
sinalização é o mapa de riscos. Mapa de Risco é uma representação gráfica dos fatores de riscos presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do
processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico,
ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.) A partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos,
classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande, através de círculos pintados com as cores dos grupos de riscos que se apresentam no local: vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e acidente.
TABELA DE GRAVIDADE
SÍMBOLO PROPORÇÃO TIPOS DE RISCOS
04 Grande
02 Médio
01 Pequeno
MAPA DE RISCOS
5. ACIDENTES DE TRABALHO
Nós profissionais da saúde estamos expostos à uma série de riscos de acidentes ocupacionais, o
mais alarmante de todos em nossa profissão é com materiais perfuro cortantes, principalmente quando estes materiais são muito utilizados, como por exemplo, no centro Cirúrgico, onde há grande manipulação de pinças perfurantes, agulhas, lâminas, fios cirúrgicos com agulhas e outros. Além de sofrermos riscos biológicos que
inclui acidentes com perfuro cortantes, sofremos também: risco físico (radiação, temperatura, pressões, umidades); risco químico (poeira, vapores e outros); riscos ergonômicos (posturais) e riscos psicológicos (stress).
No Centro Cirúrgico, todos estes riscos citados acima, podemos sofrer, porém, o que ocorre
com maior freqüência é o de risco biológico (vírus, bactérias, fungos protozoários, bacilos) poderiam ser evitados com uso correto de EPI (Equipamento
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de Proteção Individual) e prática de alguns
cuidados como não reincape de agulhas.
5.1 Cuidados Específicos com Matérias Perfuro Cortantes Acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos que estejam contaminados devem ser
tratados como casos de emergência. As profilaxias contra as infecções pelo HIV e hepatite B devem ser indicadas logo após a ocorrência do acidente.
Máximo de atenção durante a realização do procedimento;
Não utilizar os dedos como anteparo para
os materiais perfuro-cortantes; Não reencapar as agulhas;
Todo material pérfuro-cortante deve ser
desprezado em local específico, este não devendo
ser preenchido acima de 2/3 de sua capacidade
total. Atenção: Em acidentes de trabalho
envolvendo pérfuro-cortante, o risco médio de adquirir o HIV após a exposição percutânea é de 0,3% e de 0,09% após a exposição mucocutânea - Souza, 2005.
5.2. Quimioprofilaxia para o HIV em Caso de Acidentes de Trabalho
Lavar exaustivamente com água e sabão
em caso de exposição percutânea;
Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica em caso de exposição em mucosas;
Contra-indicado o uso de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído;
Fazer teste rápido (30 minutos) para a
detecção de anticorpos anti-HIV; Iniciar a quimioprofilaxia o mais rápido
possível; O aleitamento materno é contra-indicado
durante a quimioprofilaxia anti-retroviral;
O profissional deve ser acompanhado pelo
período de 6 meses após o acidente com material
infectado; Realizar avaliação clinica, de 3 a 4 semanas
após a contaminação, com o objetivo de detectar sinais da infecção (febre, adenopatias, faringite, erupção cutânea maculo-papular eritematosa);
Realizar o acompanhamento clínico,
semanalmente para avaliação de sinais de intolerância medicamentosa, em acidentes que a quimioprofilaxia anti-retroviral foi iniciada;
Realizar o acompanhamento sorológico anti (ELISA) no momento do acidente, 6, 12 e 24 semanas após o acidente;
Orientar o profissional a prevenir o ato
sexual (preservativos), evitar a doação de sangue e órgãos, gravidez e aleita mento materno.
5.3 Líquidos Biológicos sem Risco de Transmissão Ocupacional do HIV
Fezes;
Urina; Suor; Lágrima; Saliva (exceto em ambientes odontológicos)
ATENÇÃO:
Em acidentes de trabalho envolvendo pérfuro-cortante, o risco médio de adquirir Hepatite B após a exposição percutânea é de 40% em exposição onde o paciente apresente sorologia HBsAg reativa e de adquirir Hepatite C varia de 1 a 10%, Souza, 2005.
5.4. Quimioprofílaxia para a Hepatite B em Caso de Acidentes de Trabalho
Lavar exaustivamente com água e sabão em caso de exposição percutânea;
Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica em caso de exposição em mucosas;
Realizar o teste rápido (menor que 30 minutos) HbsAg;
Completar o esquema vacinal do profissional acidentado;
Realizar a vacina sempre por via IM, na região do deltoide;
Gravidez e lactação não são contra-indicadas para a utilização da vacina.
5.5. Quimioprofilaxía para a Hepatite C em Caso de Acidentes de Trabalho
Lavar exaustivamente com água e sabão em
caso de exposição percutânea;
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Lavar exaustivamente com água ou solução
fisiológica em caso de exposição em mucosas;
Acompanhar o profissional de saúde com realização de sorologia (anti-HCV) no momento e 6 meses após o acidente. Caso o paciente-fonte evidencie infecção pelo vírus da HC. Realizar dosagem de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) no momento, 12 e 24 semanas após o acidente,
para auxiliar no diagnóstico de soroconversão.
NOTA:
NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
Publicação do Diário Oficial da União Portaria GM Nº. 485, 11 de novembro de 2005
(16/11/05)
32.1 DO OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
32.1.2 Para fins de aplicação desta NR
entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à
saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em
saúde em qualquer nível de complexidade. 32.2 DOS RISCOS BIOLÓGICOS
32.2.1 Para fins de aplicação desta NR,
considera-se Risco Biológico a probabilidade da
exposição ocupacional a agentes biológicos. 32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos
os micro-organismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
32.2.1.2 A classificação dos agentes biológicos encontra-se no anexo I desta NR. 32.2.2 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA:
32.2.2.1 O PPRA, além do previsto na NR-
09, na fase de reconhecimento, deve conter: I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis,
em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando:
- Fontes de exposição e reservatórios; - Vias de transmissão e de entrada; - Transmissibilidade, patogenicidade e
virulência do agente; - Persistência do agente biológico no
ambiente;
- Estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;
- Outras informações científicas. II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:
- A finalidade e descrição do local de trabalho;
- A organização e procedimentos de trabalho;
- A possibilidade de exposição; - A descrição das atividades e funções de
cada local de trabalho;
- As medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.
32.2.2.2 O PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e:
Sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, que possa alterar a exposição aos agentes biológicos;
Quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar.
32.2.2.3 Os documentos que compõem o
PPRA deverão estar disponíveis aos trabalhadores.
Vamos conhecer agora a NR 32! É muito importante
estarmos atentos a ela, pois
contém todas as informações para nós profissionais da
saúde!
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32.2.3 Do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional – PCMSO
32.2.3.1 O PCMSO, além do previsto na
NR-07, e observando o disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar:
O reconhecimento e a avaliação dos riscos
biológicos; a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do item 32.2.2; a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos; a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos; o programa de vacinação.
32.2.3.2 Sempre que houver transferência
permanente ou ocasional de um trabalhador para
um outro posto de trabalho, que implique em mudança de risco, esta deve ser comunicada de imediato ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO.
32.2.3.3 Com relação à possibilidade de
exposição acidental aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO:
Os procedimentos a serem adotados para
diagnóstico, acompanhamento e prevenção da soroconversão e das doenças;
As medidas para descontaminação do local de trabalho;
O tratamento médico de emergência para
os trabalhadores;
A identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes;
A relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência aos trabalhadores;
As formas de remoção para atendimento
dos trabalhadores;
A relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de
imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insumos especiais.
32.2.3.4 O PCMSO deve estar à disposição dos trabalhadores, bem como da inspeção do trabalho.
32.2.3.5 Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem
afastamento do trabalhador, deve ser emitida a
Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT.
32.2.4 Das Medidas de Proteção
32.2.4.1 As medidas de proteção devem ser
adotadas a partir do resultado da avaliação, previstas no PPRA, observando o disposto no item
32.2.2.. 32.2.4.1.1 Em caso de exposição acidental
ou incidental, medidas de proteção devem ser adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA.
32.2.4.2 A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes
Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondentes aos respectivos microrganismos.
32.2.4.3 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual.
32.2.4.3.1 Os quartos ou enfermarias
destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas devem conter lavatório em seu interior.
32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o
processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o
trabalho.
32.2.4.5 O empregador deve vedar:
A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho;
O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; o uso de calçados abertos.
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32.2.4.6 Todos trabalhadores com
possibilidade de exposição a agentes biológicos
devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. 32.2.4.6.1 A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.
32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laboratoriais. 32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento
de vestimentas limpas e para deposição das usadas.
32.2.4.6.4 A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com doenças infecto-contagiosa e quando
houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador. 32.2.4.7 Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão
estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 32.2.4.8 O empregador deve:
Garantir a conservação e a higienização dos
materiais e instrumentos de trabalho; Providenciar recipientes e meios de
transporte adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos. 32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das
atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada:
Sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos;
Durante a jornada de trabalho;
Por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos.
32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve incluir:
Os dados disponíveis sobre riscos potenciais
para a saúde;
Medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;
Normas e procedimentos de higiene; Utilização de equipamentos de proteção
coletiva, individual e vestimentas de trabalho; Medidas para a prevenção de acidentes e
incidentes; Medidas a serem adotadas pelos
trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. 32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da
capacitação através de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação
profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 32.2.4.10 Em todo local onde exista a
possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho.
32.2.4.10.1 As instruções devem ser entregues ao trabalhador, mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção do trabalho. 32.2.4.11 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou
incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. 32.2.4.12 O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus
representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir a situação.
32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de
material lavável e impermeável, permitindo desinfecção e fácil higienização. 32.2.4.13.1 O revestimento não pode
apresentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias.
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32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem
objetos perfurocortantes devem ser os
responsáveis pelo seu descarte. 32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas. 32.2.4.16 Deve ser assegurado o uso de
materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança, conforme cronograma a ser estabelecido pela CTPN. 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos
serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os
estabelecidos no PCMSO. 32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os
trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. 32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus
órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço. 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. 32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das
vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. 32.2.4.17.6 A vacinação deve ser
registrada no prontuário clínico individual do trabalhador, previsto na NR-07. 32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas.
32.3 DOS RISCOS QUÍMICOS 32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do
fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. 32.3.2 Todo recipiente contendo produto
químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o
nome do produto, composição química, sua
concentração, data de ênfase e de validade, e nome
do responsável pela manipulação ou fracionamento. 32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. 32.3.4 Do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA 32.3.4.1 No PPRA dos serviços de saúde deve constar inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e saúde do trabalhador.
32.3.4.1.1 Os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, devem ter uma
ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes informações:
As características e as formas de utilização
do produto; Os riscos à segurança e saúde do
trabalhador e ao meio ambiente, considerando as formas de utilização;
As medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhadores;
Condições e local de estocagem; Procedimentos em situações de emergência.
32.3.4.1.2 Uma cópia da ficha deve ser mantida nos locais onde o produto é utilizado. 32.3.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
32.3.5.1 Na elaboração e implementação do PCMSO, devem ser consideradas as informações contidas nas fichas descritivas citadas no subitem 32.3.4.1.1.. 32.3.6 Cabe ao empregador:
32.3.6.1 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos químicos. 32.3.6.1.1 A capacitação deve conter, no
mínimo: A apresentação das fichas descritivas citadas
no subitem 32.3.4.1.1, com explicação das
informações nelas contidas; Os procedimentos de segurança relativos à
utilização; Os procedimentos a serem adotados em
caso de incidentes, acidentes e em situações de emergência.
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32.3.7 Das Medidas de Proteção
32.3.7.1 O empregador deve destinar local apropriado para a manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador.
32.3.7.1.1 É vedada a realização destes procedimentos em qualquer local que não o apropriado para este fim. 32.3.7.1.2 Excetuam-se a preparação e associação de medicamentos para administração imediata aos pacientes.
32.3.7.1.3 O local deve dispor, no mínimo, de:
Sinalização gráfica de fácil visualização para
identificação do ambiente, respeitando o disposto na NR -26;
Equipamentos que garantam a concentração dos produtos químicos no ar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos nas NR-09 e NR-15 e observando-se os níveis de ação previstos na NR-09;
Equipamentos que garantam a exaustão
dos produtos químicos de forma a não potencializar a exposição de qualquer trabalhador, envolvido ou não, no processo de trabalho, não devendo ser utilizado o equipamento tipo coifa;
Chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados semanalmente;
Equipamentos de proteção individual,
adequados aos riscos, à disposição dos trabalhadores;
Sistema adequado de descarte. 32.3.7.2 A manipulação ou fracionamento dos produtos químicos deve ser feito por trabalhador qualificado.
32.3.7.3 O transporte de produtos químicos deve ser realizado considerando os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente.
32.3.7.4 Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pretendem realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento por gás óxido
de etileno, deverão atender o disposto na Portaria Interministerial Nº. 482/MS/MTE de 16/04/1999. 32.3.7.5 Nos locais onde se utilizam e
armazenam produtos inflamáveis, o sistema de prevenção de incêndio deve prever medidas
especiais de segurança e procedimentos de
emergência.
32.3.7.6 As áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser ventiladas e sinalizadas. 32.3.7.6.1 Devem ser previstas áreas de
armazenamento próprias para produtos químicos incompatíveis. 32.3.8 Dos Gases Medicinais 32.3.8.1 Na movimentação, transporte, armazenamento, manuseio e utilização dos gases,
bem como na manutenção dos equipamentos, devem ser observadas as recomendações do fabricante, desde que compatíveis com as
disposições da legislação vigente 32.3.8.1.1 As recomendações do fabricante, em português, devem ser mantidas no local de trabalho à disposição dos trabalhadores e da inspeção do trabalho.
32.3.8.2 É vedado:
A utilização de equipamentos em que se constate vazamento de gás;
Submeter equipamentos a pressões
superiores àquelas para as quais foram projetados; A utilização de cilindros que não tenham a
identificação do gás e a válvula de segurança; A movimentação dos cilindros sem a
utilização dos equipamentos de proteção individual adequados;
A submissão dos cilindros a temperaturas
extremas; As utilizações do oxigênio e do ar
comprimido para fins diversos aos que se destinam; O contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos
ou materiais orgânicos similares com gases oxidantes;
A utilização de cilindros de oxigênio sem a
válvula de retenção ou o dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso;
A transferência de gases de um cilindro para outro, independentemente da capacidade dos cilindros;
O transporte de cilindros soltos, em posição
horizontal e sem capacetes. 32.3.8.3 Os cilindros contendo gases
inflamáveis tais como hidrogênio e acetileno, devem ser armazenados a uma distância mínima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido nitroso, ou através de
barreiras vedadas e resistentes ao fogo.
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32.3.8.4 Para o sistema centralizado de
gases medicinais devem ser fixadas placas, em
local visível, com caracteres indeléveis e legíveis, com as seguintes informações:
Nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local e treinadas na operação e manutenção do sistema;
Procedimentos a serem adotados em caso
de emergência; Número de telefone para uso em caso de
emergência; Sinalização alusiva a perigo.
32.3.9 Dos Medicamentos e das Drogas de Risco
32.3.9.1 Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de risco aquelas que
possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade,teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas.
32.3.9.2 Deve constar no PPRA a descrição dos riscos inerentes às atividades de recebimento, armazenamento, preparo, distribuição, administração dos medicamentos e das drogas de risco.
32.3.9.3 Dos Gases e Vapores Anestésicos 32.3.9.3.1 Todos os equipamentos utilizados para a administração dos gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à manutenção corretiva e preventiva, dando-se especial atenção aos pontos de vazamentos para o
ambiente de trabalho, buscando sua eliminação. 32.3.9.3.2 A manutenção consiste, no mínimo, na verificação dos cilindros de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, traquéias, válvulas, aparelhos de anestesia e máscaras faciais para ventilação pulmonar.
32.3.9.3.2.1 O programa e os relatórios de manutenção devem constar de documento próprio que deve ficar à disposição dos trabalhadores diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho.
32.3.9.3.3 Os locais onde são utilizados gases ou vapores anestésicos devem ter sistemas
de ventilação e exaustão, com o objetivo de manter a concentração ambiental sob controle, conforme previsto na legislação vigente.
32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com
possibilidade de exposição a gases ou vapores
anestésicos após autorização por escrito do médico
responsável pelo PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA. 32.3.9.4 Dos Quimioterápicos Antineoplásicos 32.3.9.4.1 Os quimioterápicos
antineoplásicos somente devem ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de:
Vestiário de barreira com dupla câmara; Sala de preparo dos quimioterápicos;
Local destinado para as atividades administrativas;
Local de armazenamento exclusivo para
estocagem. 32.3.9.4.2 O vestiário deve dispor de:
Pia e material para lavar e secar as mãos;
Lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo higiênica;
Chuveiro de emergência; Equipamentos de proteção individual e
vestimentas para uso e reposição; Armários para guarda de pertences;
Recipientes para descarte de vestimentas usadas. 32.3.9.4.3 Devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas, incluindo superfícies, instalações, equipamentos,
mobiliário, vestimentas, EPI e materiais. 32.3.9.4.3.1 Os manuais devem estar disponíveis a todos os trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.4 Todos os profissionais
diretamente envolvidos devem lavar adequadamente as mãos, antes e após a retirada das luvas. 32.3.9.4.5 A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 e na sua instalação devem ser previstos, no
mínimo:
Suprimento de ar necessário ao seu
funcionamento; Local e posicionamento, de forma a evitar a
formação de turbulência aérea.
32.3.9.4.5.1 A cabine deve:
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Estar em funcionamento no mínimo por 30
minutos antes do início do trabalho de manipulação
e permanecer ligada por 30 minutos após a conclusão do trabalho;
Ser submetida periodicamente a manutenções e trocas de filtros absolutos e pré-filtros de acordo com um programa escrito, que obedeça às especificações do fabricante, e que deve
estar à disposição da inspeção do trabalho; Possuir relatório das manutenções, que
deve ser mantido a disposição da fiscalização do trabalho;
Ter etiquetas afixadas em locais visíveis com as datas da última e da próxima manutenção;
Ser submetida a processo de limpeza,
descontaminação e desinfecção, nas paredes laterais internas e superfície de trabalho, antes do início das atividades;
Ter a sua superfície de trabalho submetida aos procedimentos de limpeza ao final das atividades e no caso de ocorrência de acidentes com derramamentos e respingos.
32.3.9.4.6 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos, compete ao empregador:
Proibir fumar, comer ou beber, bem como
portar adornos ou maquiar-se; Afastar das atividades as trabalhadoras
gestantes e nutrizes; Proibir que os trabalhadores expostos
realizem atividades com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes;
Fornecer aos trabalhadores avental
confeccionado de material impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, manga comprida e punho justo, quando do seu preparo e administração;
Fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes durante a manipulação e
administração; fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança para a prevenção de acidentes durante o transporte. 32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, os Equipamentos de
Proteção Individual - EPI devem atender as seguintes exigências:
Ser avaliados diariamente quanto ao estado de conservação e segurança;
Estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade suficiente para imediata
substituição, segundo as exigências do
procedimento ou em caso de contaminação ou dano.
32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado:
Iniciar qualquer atividade na falta de EPI; Dar continuidade às atividades de
manipulação quando ocorrer qualquer interrupção
do funcionamento da cabine de segurança biológica. 32.3.9.4.9 Dos Procedimentos Operacionais em Caso de Ocorrência de Acidentes Ambientais ou Pessoais. 32.3.9.4.9.1 Com relação aos
quimioterápicos, entende-se por acidente:
Ambiental: contaminação do ambiente
devido à saída do medicamento do envase no qual esteja acondicionado seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos;
Pessoal: contaminação gerada por contato
ou inalação dos medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo. 32.3.9.4.9.2 As normas e os procedimentos, a serem adotados em caso de
ocorrência de acidentes ambientais ou pessoais, devem constar em manual disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.9.3 Nas áreas de preparação, armazenamento e administração e para o transporte
deve ser mantido um “Kit” de derramamento identificado e disponível, que deve conter, no mínimo: luvas de procedimento, avental impermeável, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, recipiente identificado para recolhimento de resíduos e descrição do procedimento.
32.3.10 Da Capacitação 32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação inicial e continuada que contenha, no mínimo:
As principais vias de exposição ocupacional; Os efeitos terapêuticos e adversos destes
medicamentos e o possível risco à saúde, a longo e
curto prazo; As normas e os procedimentos padronizados
relativos ao: manuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte dos
quimioterápicos antineoplásicos;
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As normas e os procedimentos a serem
adotadas no caso de ocorrência de acidentes.
32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos quimioterápicos antineoplásicos.
32.4 DAS RADIAÇÕES IONIZANTES 32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, do Ministério da Saúde.
32.4.2 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica - PPR, aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico
aprovado pela Vigilância Sanitária. 32.4.2.1 O Plano de Proteção Radiológica deve:
Estar dentro do prazo de vigência;
Identificar o profissional responsável e seu substituto eventual como membros efetivos da equipe de trabalho do serviço;
Fazer parte do PPRA do estabelecimento; Ser considerado na elaboração e
implementação do PCMSO; ser apresentado na CIPA, quando existente na empresa, sendo sua
cópia anexada às atas desta comissão. 32.4.3 O trabalhador que realize atividades em áreas onde existam fontes de radiações ionizantes deve:
Permanecer nestas áreas o menor tempo
possível para a realização do procedimento; Ter conhecimento dos riscos radiológicos
associados ao seu trabalho; Estar capacitado inicialmente e de forma
continuada em proteção radiológica; Usar os EPI adequados para a minimização
dos riscos; Estar sob monitoração individual de dose de
radiação ionizante, nos casos em que a exposição
seja ocupacional. 32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com
radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
32.4.5 Toda instalação radiativa deve dispor
de monitoração individual e de áreas. 32.4.5.1 Os dosímetros individuais devem ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente em laboratórios de monitoração individual acreditados pela CNEN.
32.4.5.2 A monitoração individual externa, de corpo inteiro ou de extremidades, deve ser feita através de dosimetria com periodicidade mensal e levando-se em conta a natureza e a intensidade das exposições normais e potenciais previstas.
32.4.5.3 Na ocorrência ou suspeita de exposição acidental, os dosímetros devem ser encaminhados para leitura no prazo máximo de 24
horas. 32.4.5.4 Após ocorrência ou suspeita de exposição acidental a fontes seladas, devem ser
adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a critério médico. 32.4.5.5 Após ocorrência ou suspeita de
acidentes com fontes não seladas, sujeitas a exposição externa ou com contaminação interna, devem ser adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a análise in vivo e in vitro, a critério médico.
32.4.5.6 Deve ser elaborado e implementado um programa de monitoração periódica de áreas, constante do Plano de Proteção Radiológica, para todas as áreas da instalação radiativa.
32.4.6 Cabe ao empregador:
Implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos riscos radiológicos;
Manter profissional habilitado, responsável pela proteção radiológica em cada área específica,
com vinculação formal com o estabelecimento; Promover capacitação em proteção
radiológica, inicialmente e de forma continuada,
para os trabalhadores ocupacionalmente e para ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes;
Manter no registro individual do trabalhador as capacitações ministradas;
Fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, instruções relativas aos riscos
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radiológicos e procedimentos de proteção
radiológica adotados na instalação radiativa;
Dar ciência dos resultados das doses referentes às exposições de rotina, acidentais e de emergências, por escrito e mediante recibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou médico encarregado dos exames médicos previstos na NR-07.
32.4.7 Cada trabalhador da instalação radiativa deve ter um registro individual atualizado, o qual deve ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação, contendo as seguintes informações:
Identificação (Nome, DN, Registro, CPF), endereço e nível de instrução;
Datas de admissão e de saída do emprego;
Nome e endereço do responsável pela proteção radiológica de cada período trabalhado;
Funções associadas às fontes de radiação com as respectivas áreas de trabalho, os riscos
radiológicos a que está ou esteve exposto, data de início e término da atividade com radiação, horários e períodos de ocupação;
Tipos de dosímetros individuais utilizados; Registro de doses mensais e anuais (doze
meses consecutivos) recebidas e relatórios de
investigação de doses; Capacitações realizadas; Estimativas de incorporações; Relatórios sobre exposições de emergência
e de acidente; Exposições ocupacionais anteriores a fonte
de radiação.
32.4.7.1 O registro individual dos trabalhadores deve ser mantido no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho. 32.4.8 O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve ser mantido atualizado e
ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação. 32.4.9 Toda instalação radiativa deve possuir um serviço de proteção radiológica.
32.4.9.1 O serviço de proteção radiológica deve estar localizado no mesmo ambiente da instalação radiativa e serem garantidas as
condições de trabalho compatíveis com as atividades desenvolvidas, observando as normas da CNEN e da ANVISA.
32.4.9.2 O serviço de proteção radiológica
deve possuir, de acordo com o especificado no PPR,
equipamentos para:
Monitoração individual dos trabalhadores e de área;
Proteção individual; Medições ambientais de radiações ionizantes
específicas para práticas de trabalho. 32.4.9.3 O serviço de proteção radiológica deve estar diretamente subordinado ao Titular da instalação radiativa. 32.4.9.4 Quando o estabelecimento possuir
mais de um serviço, deve ser indicado um responsável técnico para promover a integração das atividades de proteção radiológica destes serviços.
32.4.10 O médico coordenador do PCMSO ou o encarregado pelos exames médicos, previstos na NR-07, deve estar familiarizado com os efeitos e
a terapêutica associados à exposição decorrente das atividades de rotina ou de acidentes com radiações ionizantes. 32.4.11 As áreas da instalação radiativa devem ser classificadas e ter controle de acesso
definido pelo responsável pela proteção radiológica. 32.5.1 Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser:
Preenchidos até 2/3 de sua capacidade;
Fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que virados com a abertura para baixo;
Retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento;
Mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo.
32.5.2 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observado que:
Sejam utilizados recipientes que atendam as
normas da ABNT, em número suficiente para o armazenamento;
Os recipientes estejam localizados próximos
da fonte geradora; Os recipientes sejam constituídos de
material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de
abertura sem contato manual, com cantos
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arredondados e que sejam resistentes ao
tombamento;
Os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT. 32.5.2.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa para vedação.
32.5.2.2 Para os recipientes destinados a coleta de material perfuro-cortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. 32.5.2.2.1 O recipiente para
acondicionamento dos perfuro-cortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte.
32.5.3 O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com outras partes do
corpo, sendo vedado o arrasto. 32.5.4 Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a
preservar a sua saúde e integridade física. 32.5.5 A sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte deve atender, no mínimo, às seguintes características: - Ser dotada de:
Pisos e paredes laváveis; Ralo sifonado; Ponto de água; Ponto de luz; Ventilação adequada; Abertura dimensionada de forma a permitir
a entrada dos recipientes de transporte.
Ser mantida limpa e com controle de vetores;
Conter somente os recipientes de coleta, armazenamento ou transporte;
Ser utilizada apenas para os fins a que se destina;
Estar devidamente sinalizada e identificada. 32.6 DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO POR
OCASIÃO DAS REFEIÇÕES 32.6.1 Os refeitórios dos serviços de saúde devem atender ao disposto na NR-24.
32.6.2 Os estabelecimentos com até 300
trabalhadores devem ser dotados de locais para
refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos:
Localização fora da área do posto de trabalho;
Piso lavável;
Limpeza, arejamento e boa iluminação; Mesas e assentos dimensionados de acordo
com o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição;
Lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local;
Fornecimento de água potável;
Possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições.
32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa, de acionamento por pedal.
32.10 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 32.10.1 Os serviços de saúde devem:
Atender as condições de conforto relativas
aos níveis de ruído previstas na NB 95 da ABNT; Atender as condições de iluminação
conforme NB 57 da ABNT; Atender as condições de conforto térmico
previstas na RDC 50/02 da ANVISA; Manter os ambientes de trabalho em
condições de limpeza e conservação.
32.10.2 No processo de elaboração e implementação do PPRA e do PCMSO devem ser consideradas as atividades desenvolvidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH do estabelecimento ou comissão equivalente.
32.10.3 Antes da utilização de qualquer equipamento, os operadores devem ser capacitados quanto ao modo de operação e seus riscos. 32.10.4 Os manuais do fabricante de todos os equipamentos e máquinas, impressos em língua
portuguesa, devem estar disponíveis aos trabalhadores envolvidos.
32.10.5 É vedada a utilização de material médico-hospitalar em desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas descritas em seu manual ou em sua embalagem.
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32.10.6 Em todo serviço de saúde deve
existir um programa de controle de animais
sinantrópicos, o qual deve ser comprovado sempre que exigido pela inspeção do trabalho. 32.10.7 As cozinhas devem ser dotadas de sistemas de exaustão e outros equipamentos que reduzam a dispersão de gorduras e vapores,
conforme estabelecido na NBR 14518. 32.10.8 Os postos de trabalho devem ser organizados de forma a evitar deslocamentos e esforços adicionais. 32.10.9 Em todos os postos de trabalho
devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade, que permitam aos trabalhadores acessar locais altos sem esforço adicional.
32.10.10 Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que minimizem o
esforço realizado pelos trabalhadores. 32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador deve ser efetuado com auxílio de meios mecânicos ou eletromecânicos.
32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser:
Capacitados para adotar mecânica corporal correta, na movimentação de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua saúde e integridade física;
Orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacientes com distúrbios de comportamento. 32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão ou outro
dispositivo que os minimizem. 32.10.14 É vedado aos trabalhadores pipetar com a boca. 32.10.15 Todos os lavatórios e pias
devem:
Possuir torneiras ou comandos que
dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água;
Ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para secagem das mãos.
32.10.16 As edificações dos serviços de
saúde devem atender ao disposto na RDC 50 de 21
de fevereiro de 2002 da ANVISA. 32.11 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 32.11.1 A observância das disposições regulamentares constantes dessa Norma
Regulamentadora - NR, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho, ou constantes nas demais NR e legislação federal pertinente à matéria.
32.11.2 Todos os atos normativos mencionados nesta NR, quando substituídos ou
atualizados por novos atos, terão a referência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.
32.11.3 Ficam criadas a Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR-32, denominada CTPN da NR-32, e as Comissões Tripartites Permanentes Regionais da NR-32, no âmbito das Unidades da Federação, denominadas CTPR da NR-32.
32.11.3.1 As dúvidas e dificuldades encontradas durante a implantação e o desenvolvimento continuado desta NR deverão ser encaminhadas à CTPN. 32.11.4 A responsabilidade é solidária entre contratantes e contratados quanto ao cumprimento
desta NR.
NORMAS REGULAMENTADORAS
Além da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na CLT, a legislação básica que rege a Segurança do Trabalho está contida nas Normas Regulamentadoras. A Portaria nº 3.214/78 e suas alterações estabeleceram as Normas Regulamentadoras – NR que devem ser observadas por empregadores e empregados regidos pela CLT.
NR 1 – Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano,
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bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 154 à 159 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). NR 2 – Inspeção prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. NR 3 – Embargo ou interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. NR 4 – Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador, para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: Estabelece e define
os tipos de EPI a que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. NR 8 – Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Visa à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. NR 10 – Instalações e serviços em eletricidade: Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas. Inclui elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta delas, as normas técnicas
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internacionais. NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. NR 12 – Máquinas e equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão: Estabelece todos os requisitos técnico- legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT. NR 14 – Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. NR 15 – Atividades e operações insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre e, também, os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. NR 16 – Atividades e operações perigosas: Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. NR 17 – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implantação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. NR 19 – Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho. NR 21 – Trabalho a céu aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como em minas ao ar livre e em pedreiras. NR 22 – Trabalhos subterrâneos: Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar aos seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 23 – Proteção contra incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho: Disciplina
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os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e ao tratamento da água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e à proteção da saúde dos trabalhadores. NR 25 – Resíduos industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 26 – Sinalização de segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 27 – Registro profissional do Técnico em Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de Técnico em Segurança do Trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. NR 28 – Fiscalização e penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização em Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário: Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
NR 30 – Norma regulamentadora do trabalho aquaviário: Regula a proteção contra acidentes e doenças ocupacionais objetivando melhores condições e segurança no desenvolvimento de trabalhos aquaviários. NR 31 Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho rural: Regula aspectos relacionados à proteção dos trabalhadores rurais, serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural, comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural, equipamento de proteção individual – EPI e produtos químicos. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde: Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implantação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. NR 33 – Norma regulamentadora de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. NR 34- Construção Naval
LAVAGEM SIMPLES DAS MÃOS
As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar e sua adequada lavagem é fundamental para seu controle, estando acompanhada de unhas curtas, ausência de adornos e esmaltes escuros.
1. OBJETIVO
Lavagem das mãos é a fricção manual
vigorosa de toda superfície das mãos e punhos,
utilizando se sabão/detergente, seguida de
enxágue abundante em água corrente”.
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É tradicionalmente o ato mais importante para
a prevenção e o controle das infecções
relacionadas ao serviço de saúde. Remoção da maioria da flora transitória bem
como de sujidades células descamativas,
oleosidades, suor,e alguns micro-organismos da pele como a flora residente e transitória.
2. FINALIDADE
Prevenir as infecções hospitalares;
Evitar infecção cruzada;
Retirar sujidade, suor e oleosidade;
Remover a flora microbiana transitória da
camada superficial da pele;
Antes e após qualquer contato com o
paciente;
3. MATERIAL UTILIZADO PARA
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Água Sabão líquido
toalha
4. LAVAR AS MÃOS NAS SEGUINTES
OCASIÕES
Antes e após contato direto com o paciente.
Sempre que houver sujidade visível nas
mãos.
Entre diferentes procedimentos em um
mesmo paciente (ex: aspirar secreção
traqueal e realizar curativo).
Antes e após realização das atividades
hospitalares (preparo de medicamentos, de
nebulização, punção, sondagens, Na
manipulação de cateteres, equipamentos
respiratórios e na manipulação do sistema
fechado de drenagem urinária).
Antes e após a realização de atos fisiológicos
e pessoais ( pentear cabelo / assuar nariz /
usar o banheiro).
Após manipulação de materiais e
equipamentos contaminados.
Antes e após coleta de materiais para exames.
Antes e após uso de luvas.
Antes e depois de manusear alimentos.
5. Flora Microbiana da Pele
Do ponto de vista da flora microbiana da pele em
1938 descobriu que a pele das mãos alberga
principalmente duas populações, sendo estas a
flora residente e a flora transitória.
Flora Residente: está aderida às camadas
mais profundas da pele, é mais resistente à
remoção apenas por água e sabão, entretanto,
pode ser inativadas por anti-sépticos.
Flora Transitória: coloniza a camada
superficial da pele, sobrevive por curto
período de tempo e é passível de remoção
pela higienização simples das mãos com água
e sabão, por meio de fricção mecânica.
6. As técnicas de higienização das mãos
podem variar, dependendo do objetivo
ao qual se destinam.
Podem ser divididas em:
Higienização simples das mãos.
Higienização anti-séptica das mãos.
Fricção de anti-séptico nas mãos.
Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-
operatório das mãos.
A eficácia da higienização das mãos
depende da duração e da técnica
empregada.
IMPORTANTE
Antes de iniciar qualquer uma dessas
técnicas, é necessário retirar jóias (anéis,
pulseiras, relógio), pois sob tais objetos
podem acumular-se microrganismos.
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7. O QUE DEVO USAR?
Uso de água e sabão:
Indicação: Quando as mãos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com
sangue e outros fluidos corporais.
Uso de preparações alcoólicas: A
higienização das mãos deve ser feita com
preparação alcoólica (sob a forma gel ou
liquida com 1%-3% de glicerina) quando
estas não estiverem visivelmente sujas.
Uso de agentes anti - sépticos: Nos casos de
adoção de precaução de contato
recomendada para pacientes portadores de
microrganismos multirresistentes. Nos casos
de surtos.
8. TÉCNICA
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos
Abrir a torneira sem encostar-se a pia para
evitar contaminação da roupa;
Colocar 35ml de sabão liquido nas mãos se
o sabão for em barra enxaguá-lo antes de usá-lo;
Ensaboar as mãos, por 15 a 30 segundos,
não esquecendo: palma, dorso, espaços interdigitais, polegar, articulações, unhas, extremidades dos dedos e punhos.
Enxaguar as mãos, em água corrente, retirando totalmente a espuma e os resíduos de sabão, sem respingar água na roupa e no piso e
sem encostar a pia;
Enxugar as mãos com papel toalha duas folhas e, com esse papel toalha, fechar a torneira, desprezando-o no lixo.
O sabão líquido é o mais indicado devido ao
menor risco de contaminação. O sabão em barra, se usado, deve ser pequeno, visando sua substituição freqüente e colocado em suporte vazado. A limpeza do dispensador do sabão líquido deve ser feita semanalmente com água e sabão. Toalhas de pano ou de rolo devem ser evitadas.
A CCIH deve ser consultada antes da compra de qualquer material envolvido na rotina da lavação de mãos.
Em áreas críticas é indicado o uso de
antissépticos, pois apresentam efeito residual, são utilizados também na escovação cirúrgica. Os anti-sépticos utilizados para lavagem e escovação cirúrgica são: PVPI detergente, tendo seu efeito residual de 1 hora; e Digluconato de
Clorexidina, com 5-6 horas de efeito residual.
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LUVAS
Uma das barreiras utilizadas para o controle
de disseminação de microrganismo no ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação tanto o paciente como o profissional. Dois tipos de luvas:
Luvas Esterilizadas: denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril – cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical etc.
Luvas de Procedimentos: são limpas,
não estéreis. Utilizadas para proteger o profissional durante a manipulação de material e superfícies contaminados, ou durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. Nenhum cuidado para calcá-las, porém devem ser removidas como luva estéril para evitar que o profissional se
contamine.
1. USO
Antes do atendimento de cada paciente, o
profissional deve lavar suas mãos e colocar novas luvas; após o tratamento de cada paciente, ou antes, de deixar a clínica, o profissional deve remover e descartar as luvas e lavar as mãos.
Tanto as luvas para procedimento como as luvas cirúrgicas NÃO devem ser lavadas antes do
uso, NEM lavadas, desinfetadas ou esterilizadas
para reutilização.
Não se recomenda a lavagem das luvas, pois pode causar a penetração de líquidos através de furos indetectáveis.
A deterioração das luvas pode ser causada
por agentes desinfetantes, óleos, loções oleosas e
tratamentos térmicos, como a autoclavação.
A lavagem das luvas com antissépticos aumenta tanto o tamanho como o número de orifícios nas luvas e remove o revestimento externo da maioria das luvas comerciais.
As luvas de látex para exame não foram
formuladas para resistir a exposição prolongada às secreções, podendo ficar comprometidas durante procedimentos de longa duração.
2. TIPOS
As luvas estão disponíveis, no comércio, em 5 tipos:
Luvas cirúrgicas de látex estéreis; Luvas descartáveis de látex; Luvas descartáveis de vinil; Sobre-luvas de PVC;
Luvas para limpeza geral de borracha grossa.
3. NORMAS NA UTILIZAÇÃO
As luvas NÃO devem ser utilizadas fora das
áreas de tratamento.
As luvas devem ser trocadas entre os tratamentos de diferentes pacientes.
A parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção.
As luvas devem ser checadas quanto a
presença de rasgos ou furos antes e depois de colocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra.
Se as luvas se esgarçarem ou rasgarem durante o tratamento de um paciente, devem ser
removidas e eliminadas, lavando-se as mãos antes de reenluvá-las.
Se ocorrerem acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes, as luvas devem ser removidas e eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente
comunicado.
Superfícies ou objetos fora do campo
operatório NÃO podem ser tocados por luvas usadas no tratamento do paciente. Recomenda-se a utilização de sobre-luvas ou pinças esterilizadas.
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Em procedimentos cirúrgicos demorados ou
com sangramento intenso, está indicado o uso de
dois pares de luvas.
Luvas usadas não devem ser lavadas ou reutilizadas.
4. TÉCNICA PARA COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTERILIZADAS
Colocar o pacote sobre uma mesa ou superfície lisa, abrindo-o sem contaminá-lo.
Expor as luvas de modo que os punhos fiquem voltados para si.
Retirar a luva esquerda (E) com a mão direita, pela dobra do punho. Levantá-la, mantendo-a longe do corpo, com os dedos da luva
para baixo. Introduzir a mão esquerda, tocando apenas a dobra do punho.
Introduzir os dedos da mão esquerda
enluvada sob a dobra do punho da luva direita (D).
Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até cobrir o punho da manga do avental.
Colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo o procedimento acima descrito.
Ajustar os dedos de ambas as mãos.
5. SEQUÊNCIA DE COLOCAÇÃO DAS LUVAS
ESTERILIZADAS
6. REMOÇÃO DE LUVAS
Nesta técnica tem que estar atento a não contaminar a mão durante sua remoção, tendo em mente que a parte externa da luva esta contaminada por secreções e sua remoção deverá ser iniciada pela parte externa sem entrar em contato direto á outra mão, conforme orientação e figura abaixo:
A - Para prevenir que o lado externo das luvas sujas entre em contato com a superfície da pele das mãos, o usuário coloca os dedos enluvados de uma
das mãos embaixo da bainha evertida de outra luva e puxa-a da mão e dedos.
B – Para evitar que a mão sem luva entre em contato com o lado externo da outra luva suja, engancha-se o polegar nu no lado interno e puxa-se
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a luva fora. Em seguida a descarte em local
apropriado.
MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO
No Centro Cirúrgico, por ocorrer vários procedimentos invasivos, é necessário uma série de cuidados e técnicas especiais para evitar a contaminação do material a ser manipulado, pois por ser invasivo o risco de infecção é maior. A técnica utilizada para evitar a contaminação do material estéril é conhecida como
“técnica asséptica”; muito utilizada no Centro Cirúrgico na colocação de luvas estéreis, aberturas de pacotes, de campos cirúrgicos e outros.
1. ABERTURA DE PACOTES
Segurar o pacote afastado do corpo e soltar a ponta que está afixada com adesivo, levando-a do lado oposto de quem está manuseando;
Abrir, alternadamente, as pontas laterais do
campo;
Afastar a ponta do campo, próxima do conteúdo do pacote, segurando-o com uma das mãos e, com a outra, prender as pontas soltas, tendo o cuidado de não contaminar a face interna do campo; a seguir, depositar o conteúdo deste sobre a mesa do instrumentador, conforme figura
abaixo;
Os pacotes grandes, como os de aventais, campos e outros, de vem ser abertos sobre uma mesa, conforme figura abaixo.
Abertura de Pacote Estéril
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Abertura de Pacote Grande
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES BIOLÓGICOS
Os agentes biológicos são classificados em:
Classe de Risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
Classe de Risco 2: risco individual
moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.
Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de Risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de Risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes
de profilaxia ou tratamento.
RISCOS BIOLGICOS
A Norma Regulamentadora 32 (NR 32)
considera risco biológico a probabilidade da
exposição ocupacional a agentes biológicos:
microrganismos geneticamente modificados ou
não, culturas de células, parasitas, toxinas e
príons.
No setor de saúde, esse risco é
representado sobre tudo pelas infecções causadas
por bactérias, vírus, rickettsias, clamídias e
fungos e, em menor grau, pelas parasitoses
produzidas por protozoários, helmintos e
artrópodos.
A exposição do pessoal de enfermagem
ao risco biológico torna-se maior devido seu
contato íntimo e freqüente com os pacientes
infectados. Muitas vezes, o próprio rosto
(conjuntiva ocular, mucosas da boca e do nariz)
ao alcance do ar por eles expirado, ao alcance de
respingos de sangue e de outros fluidos corporais,
durante procedimentos invasivos, tosses,
espirros... Excreções, produtos de vômito, bile,
saliva, escarro, sangue e pus são observados e
controlados antes do rejeito; seus recipientes são
lavados e desinfectados, ou esterilizados;
pijamas, camisas e roupa de cama são trocados. E
tudo isso é feito pelo trabalhador de enfermagem.
Infecções apontadas como risco
biológico para o trabalhador de saúde as
principais:
Tuberculose pulmonar
Ccytomegalovirus (CMV)
Hepatite virais (B, C, G)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV)
Síndrome da imunodeficiência adquirida
(SIDA/AIDS)
Outras infecções às quais o pessoal de
enfermagem encontra-se potencialmente
exposto:
Infecções respiratórias por vírus
Parotidite
Febre tifóide
Rubéola
Queraratoconjuntivite epidêmica
Varicella zoster
Difteria
Gastroenterite infecciosa
Herpes simples
Meningites
Doenças causadas por bactérias envolvidas nas
infecções hospitalares:
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Staphilococcus aureus Escherichia coli
Salmonellae Staphilococcus aureus
Streptococcus
Pseudomonas
Salmonellae
Escherichia coli
Infecções diversas sem consequências
patológicas graves ou duráveis
Até agora, o único setor de atividade com
ocorrência de transmissão ocupacional do HIV
foi o setor de saúde e, neste, o pessoal de
enfermagem tornou-se o principal grupo de
risco.
A hepatite B é a doença de origem
profissional mais frequente entre o pessoal
hospitalar.
Em relação à população geral, o risco de
hepatite B é 11 vezes mais elevado entre o
pessoal de saúde: trabalhadores de
laboratório e de enfermagem.
Vacine-se!
Conheça seu nível imunitário relativo às
infecções que fazem parte do seu cotidiano. Mais
exposto que a população em geral ao risco de
adquirir algumas infecções imunologicamente
preveníveis, o trabalhador de enfermagem deve
proteger-se, por meio de vacinas ou
imunoglobulinas, contra as seguintes doenças:
Proteção altamente recomendada
Tuberculose
Varicella
Zoster
Caxumba
Rubéola
Hepatite B
Difteria
Gripe
Sarampo
Tétano
Proteção eventualmente indicada Coqueluche
Doença pneumocócica
Doença invasiva por H. influenzae
Doença meningocócica
Febre tifóide
Hepatite A
INSALUBRIDADE
"Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos
seus efeitos”. "A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá”: I - com a adoção de medidas que conservem o
ambiente do trabalho dentro dos limites de
tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo aos limites de tolerância.
"Artigo 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20%, e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio ou
mínimo”. A insalubridade foi regulamentada pela
Norma Regulamentadora Nº. 15, por meio de 14 anexos. Os Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) foram regulamentados na Norma regulamentadora de No 06.
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Limite de Tolerância - "é a concentração
ou intensidade máxima ou mínima, relacionada
como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua laboratorial”. Os agentes classificam-se em: químicos, ex.: chumbo; físicos, ex.: calor; e biológicos, ex:. doenças infecto-contagiosas.
PERICULOSIDADE
"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aqueles que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado”.
"O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”.
A periculosidade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora Nº. 16, por meio de dois anexos. "Liquido Inflamável: é todo aquele que
possui ponto de fulgor inferior a 70oC e pressão de vapor que não exceda 2,8 Kg/cm2 absoluta a
37,7ºC." "Explosivos: são substâncias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas”. O contato permanente pode se dar de maneira contínua ou intermitente.
A periculosidade só cessa sob o ponto de vista legal com a total eliminação do risco. "A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de PERÍCIA a cargo de Engenheiro do Trabalho ou
Médico do Trabalho, registrados no Ministério do trabalho”.
"O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física”.
CURIOSIDADE
Luva cirúrgica Neutraliza Contaminações
A partir de intensas pesquisas, a francesa Hutchinson, desenvolveu a luva G-Vir, projetada para reduzir drasticamente os riscos de
contaminação quando se lida com agulhas, bisturis e outros instrumentos. Essa conquista tecnológica chega agora ao Brasil, através de sua subsidiária Mucambo S/A, com 57 anos de atuação no segmento de luvas cirúrgicas e de procedimento. A proteção da G-Vir se dá através da combinação de três fatores: barreira física, sistema
de esguicho desinfetante (efeito mecânico) e um composto de detergentes comprovadamente eficientes no bloqueio dos vírus da AIDs e Hepatite
C, dentre outros. Isso porque a G-Vir é composta por três camadas, como um “sanduíche” de 500µm totais de espessura (tolerância de + / - 50µm); o equivalente
à de uma luva dupla: a camada externa (aprox. 150µm), de alta resistência à perfuração, que mantém contato direto com pacientes, produtos e instrumentos cirúrgicos; a camada central (aprox. 250µm), para resistência biológica, contém 8 ml de líquido desinfetante (mistura de amônios
quaternários e clorexidina) distribuídos homogeneamente, eficaz contra os vírus envelopados como os da AIDs e Hepatite C; e a camada interna (aprox. 100µm), também resistente, é revestida com uma substância inerte que facilita o calçamento (não se utiliza látex de borracha natural e talco).
Como a G-Vir Protege O principal diferencial tecnológico da G-Vir é a sua camada central, composta por microgotas de detergente separadas entre si por finíssimas
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paredes de elastômero. Quando um ponto da luva é
pressionado pelo instrumento, entra em ação o
mecanismo exclusivo que aumenta a quantidade de líquido desinfetante disponível no ponto de rompimento, de forma semelhante a um fato comum: quando uma laranja é descascada, os poros da pele do fruto induzem o líquido sob pressão, que pode ser esguichado a uma distância
de vários metros. A energia elástica da deformação é convertida em pressão exercida sobre o fluido, projetando-o. Então, além da ação do desinfetante sobre os vírus, a pressão do jato contrapõe-se ao fluxo infectado; interrompendo-o. O funcionamento desse mecanismo exclusivo da G-Vir foi publicado em maio de 2004 no periódico Nature Materials (P.
Sonntag et al., Biocide squirting from an elastometric film, 2004, 3, No. 5 311-315). Sob o efeito da pressão, as paredes entre
as microgotas se rompem e o líquido se concentra no ponto de contato. Caso a agulha rompa a camada exterior, o líquido desinfetante é expelido, sob o efeito da pressão. Quando o instrumento
perfuro-cortante ultrapassa a camada central, enfrenta ainda a resistência da última camada; podendo não atingir a pele. Caso atinja, já estará biologicamente neutralizado.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ARAÚJO, Giovanni M. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional (Normas Regulamentadoras Comentadas). Rio de Janeiro: Verde Editora, 2008. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA , 2010. Segurança do Paciente em Serviço de Saúde: Limpeza e Desinfecção de Superfícies, Brasília. BRASIL. Ministério da Sattde. Curso de Introdução ao Controle de Infecção Hospitalar. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Sattde: Programa de Controle de Infecção Hospitalar, Brasflia, Centro de Documentação do Ministério da Sattde. BRASIL. Lei Nº 8080, 19 de setembro de 1999. Lei orgânica da Saúde.
POTTER, Patricia Ann; PERRY, Anne Griffin.
Fundamentos de Enfermagem. [tradução de
Maria Inês Corrêa Nascimento, et al]. - Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. - 2. ed. rev., 1.a reimpr. - Brasília: Ministério
da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.