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Saúde Mental e Trabalho Abordagens de estudo
Disciplina: Saúde no Trabalho
Professora: Elisabeth Rossi
Considerações gerais:
l Le Guillant (há 50 anos).
- De um lado, o trabalho que demandava intervenção –
males que a fisiologia e a bioquímica não podiam
explicar.
- De outro, a psicologia não podia viver alheia ao trabalho
humano.
- Necessidade de se pensar a saúde mental a partir do trabalho.
Saúde Mental e Trabalho
- Psicologia do Trabalho e/ou das Organizações – falam de
lugares diferentes.
- A organização ou o trabalho detém uma psicologia uma vez que
o conhecimento é ensinado e aprendido dentro de uma
organização ou do trabalho - valores, atitudes, ideologias
consolidam-se nas organizações e no trabalho; os afetos os
desafetos são manejados de forma particular.
A centralidade do trabalho: “O trabalho é tão importante quanto a sexualidade na
construção da psique de qualquer ser humano”.
- “Para que o ser humano seja de fato um ser humano, ele precisa se reproduzir, a espécie precisa continuar existindo, portanto, precisa lidar com desejos, erotismo, amor, sexualidade”.
- “Para que o ser humano seja de fato um ser humano, ele precisa produzir a si mesmo; precisa continuar vivo – comer, beber, vestir, morar e tudo isso por meio do trabalho”.
- Sobrevivemos porque trabalhamos – se compreendemos o trabalhos saberemos mais a respeito de nós mesmos.
O lugar do trabalho:
l “O trabalho humaniza as coisas” (p.278);
l A esperança de que o trabalho seja capaz de ajudar a compreender o ser humano.
l A Psicologia do trabalho tem como foco principal o estudo e a concepção do trabalho humano em todos os seus significados
e manifestações e em diferentes contextos.
l O trabalho está onde a psicologia estiver.
.
O lugar do trabalho: l As preocupações básicas da Psicologia do trabalho:
l Entendimento das relações entre trabalhador-trabalho-saúde – mediante a compreensão de suas interfaces,
condicionantes, determinantes e consequências dessa
relação para que se possa efetuar intervenções.
- .
Saúde mental e trabalho: l Para Freud, “ a saúde mental é a capacidade de
amar e de trabalhar”. l Pelo amor reproduzimo-nos e pelo trabalho
produzimos. l Se é o objetivo da psicologia entender o indivíduo e
como ele enfrenta o sofrimento psíquico, os distúrbios psíquicos, então, o problema da psicologia é também entender como os homens amam e trabalham.
l Se existe saúde mental quando se é capaz de amar e trabalhar, a “doença mental” aconteceria quando essas duas coisas estivessem prejudicadas(?).
l Sabe-se que a capacidade de amar interfere na capacidade de trabalhar e vice-versa.
l Isso tudo porque: ao produzir estamos reproduzindo e ao reproduzir estamos produzindo.
Saúde mental e trabalho:
Conclusão:
A saúde mental é a capacidade de construir a si próprio e a espécie, produzindo e reproduzindo a si próprio e à espécie.
Nesse sentido, distúrbio psicológico, sofrimento psíquico e/ou doença mental são o rompimento com essa capacidade.
l A psicologia sabe mais sobre os modos de amar do que sobre os modos de trabalhar.
l Antigamente, acreditava-se que as dificuldades com a “capacidade de amar” trariam problemas à capacidade de trabalhar, mas não cogitava sobre o contrário.
Saúde mental e trabalho:
Conclusão:
Pensava-se que os afetos primários tinham a chave de qualquer
sofrimento ou felicidade do ser humano.
Por outro lado, sob o trabalho pairou o véu do silêncio.
Por esse motivo, a Psicologia Organizacional e do Trabalho foi
considerada reacionária por estar à serviço da exploração do
trabalhador em nome do lucro.
O sujeito trabalhador desparecia das análises sobre o trabalho.
Esse pensamento causou a perda, por um lado, o potencial que o
trabalho tem como promotor da felicidade, do prazer; por outro,
ignorou –se a capacidade que ele tem de trazer sofrimento e de
explicar o que o ser humano é a partir do que faz (identidade).
Saúde mental e trabalho:
Conclusão:
“A Psicologia do Trabalho tem a chance de inserir e
compreender o gesto do homem onde ele sempre esteve,
no fazer cotidiano da vida, no trabalho, como um sujeito
possuidor de desejos, e o seu universo de atuação vai na
direção da compreensão desse sujeito na sua relação com
o trabalho, na perspectiva da sua saúde e bem-estar e
não só na busca direta de maior produtividade ou
lucratividade” (p.280).
As três abordagens em Saúde Mental e Trabalho:
1- A teoria do Estresse
2- A Psicodinâmica do Trabalho
3- Epidemiologia
As três abordagens em Saúde Mental e Trabalho: 3- A Epidemiologia e/ou diagnóstica
- Tem a preocupação básica com a produção de conhecimentos
sobre o processo de saúde-doença, o planejamento de ações
de políticas de saúde e a prevenção de doenças.
- Surge no século XVII com B. Ramazzini – “As doenças dos
trabalhadores” (1700).
- A relação entre trabalho e saúde passou a ser tratada após
a Revolução Industrial – necessidade de manutenção de um
padrão de produção sem, perda de mão de obra.
- A temática saúde-trabalho ganha visibilidade a partir da
obra de Marx.
- Le Guillant – pioneiro no campo da saúde mental e trabalho –
articulou aspectos sociais às condições objetivas e
subjetivas do trabalho e fatos clínicos – buscou determinação
entre sofrimento psíquico e trabalho.
- Marx e Leontiev – trabalho como fator de construção da
individualidade do sujeito : elo entre o sujeito e a sociedade.
- Na concepção de Marx, a subjetividade é um produto da
relação do indivíduo com o mundo concreto.
- Portanto, as doenças seriam consequência da lógica da
produção capitalista.
Proposta metodológica:
Investigar as condições objetivas e subjetivas do
trabalho:
a) Organização do trabalho (observação direta e
entrevistas sobre o trabalho);
b) Metodo l og i a de e s tudos ep i dem io l óg i c o s
(levantamento de problemas de saúde mental e trabalho
– inventário)
c) Metodologia clínica ( estudos de caso).
- .
Os estudos epidemiológicos dividem-se em três momentos 1º momento - desenvolve ações que visam conhecer o trabalho de uma categoria em questão: seu cotidiano e as representações que o trabalhador faz de si mesmo; apreender aspectos da cultura organizacional , estrutura e funcionamento; análise da tarefas, dos cargos e categorias funcionais objetos de diagnósticos.
2º momento – definido como epidemiológico,
por meio de medidas quantitativas, por meio
de uso de escalas relacionadas ao trabalho
em si e de personalidade, sofrimento no
trabalho ou saúde geral, procura-se obter o
perfil da categoria para análise em relação
aos dados colhidos no primeiro momento.
3º momento – por meio de uma metodologia
clínica, com características de estudos de
caso, procede-se o aprofundamento do
diagnóstico.
Além de escalas, o diagnóstico inclui:
levantamento de dados demográficos como:
sexo, idade, estado civil, renda familiar e
salário/renda pessoal, cargo, função, tempo de
serviço, etc.
Alcances e limitações das abordagens: