Sai Baba Comenta Bhagavad Gita-Livro2

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  • 8/14/2019 Sai Baba Comenta Bhagavad Gita-Livro2

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    Bhagavan Sri Sathya SaiBaba

    Comentrios sobreBhagavad Gita

    Livro II

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    Sai Baba Gita - American Edition

    Copyright 1993 by Al Drucker

    ISBN: 0-9638449-0-3

    Library of Congress Catalog Card Number: 93-73733

    Cpias deste livro podem ser obtidas, nos EUA, atravs de cheque no valor de $12.50 mais$2.50 para despesas de despacho e entrega por livro. Enviar a quantia para: Atma Press,

    P.O. Box 337, Crestone, CO 81131. Para requisitar 3 ou mais livros, ou para pedidos forados EUA, favor informar-se no endereo acima ou pelo telefone (719) 256 4357.

    Este livro pode ser reproduzido em parte ou em sua totalidade para estudo pessoal ou emgrupo; entretanto, nenhum tipo de reproduo autorizado para fins comerciais.

    Muitas pessoas ajudaram na preparao deste livro. Em particular, as seguintes pessoasforam instrumentos na impresso desta edio: Janny DeHoog, Jack Scher, Judy WamerScher and Warren White. O esforo das seguintes pessoas ajudaram a viabilizar a edioanterior, impressa na ndia: Laura Marshall, Rilla Reynolds, Raju Reddy, Joan Brown and

    John Behmer.

    Prof. N. Kasturi, Prof. Nanjudaiah and Prof. Rama Raju revisaram o manuscrito da antigaedio indiana a fim de garantir que o texto permanecesse com a verdadeira essncia dosdiscursos originais de Baba sobre a Gita pronunciados em Telugu. O editor expressa seuprofundo reconhecimento a Sai Baba por disponibilizar estes profundos ensinamentos aomundo. O editor o nico responsvel por qualquer erro de delegao de competncia ou

    de omisso na impresso destes ensinamentos. Nem o editor nem a Atma Press so ligados Organizao Sathya Sai Baba, ao Sathya Sai Book Center of America ou ao Sathya Sai

    Book Trust da ndia.

    Published by Atma Press,P.O. Box 337, Crestone, Colorado 81131

    Printed in the U.S.A.

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    Captulo 22Os Trs Mundos: o Denso, o Sutil e o Causal

    Toda esta grande quantidade de objetos que voc v no mundo so apenascombinaes dos cinco elementos. Tudo, sem exceo, composto peloscinco elementos e somente pelos cinco elementos. No h um sextoelemento a ser encontrado em lugar algum.

    Encarnaes do Amor,H trs tipos de lugares que tambm podem ser considerados como universos ou mundos.Estes so o denso universo fsico; o sutil universo da mente; e o mais sutil e difundido detodos os trs, conhecido como universo causal. Alm destes e servindo como base paratodos os trs est o transcendental princpio divino, o atma, o ser supremo.

    Os Cinco Elementos Densos e SutisUm devoto que est ansioso para conhecer o princpio divino e neste imergir deve possuirum entendimento destes trs universos. O primeiro, o denso universo fsico, composto decinco grandes elementos; estes so: ter, ar, fogo, gua e terra. O ter, que tambm chamado de espao, o primeiro dos cinco elementos e onipenetrante e muito sutil. No

    possui qualquer atributo especfico exceto o som. Em seguida, vem o ar. O ar pode sersentido, mas no pode ser visto. O ar possui somente dois atributos: som e tato. Emseguida, o fogo. O fogo pode ser visto. mais denso que o ar. Este possui trs atributos, asaber: som, tato e forma. Seguindo o fogo, a gua. A gua ainda mais densa e, como ofogo, pode ser vista a olhos nus. Esta tambm pode ser provada. A gua possui quatroatributos, a saber: som, tato, forma e gosto. A terra, o ltimo e mais denso de todos oselementos, possui cinco atributos, a saber: som, tato, forma, gosto e cheiro. Voc podeperceber que os ltimos trs elementos, fogo, gua e terra, possuem forma. Os doisprimeiros, ter e ar, possuem outras qualidades, mas no uma forma.Todas as coisas encontradas no mundo fsico so impermanentes e esto sujeitas contnua mudana. No devido tempo, todos os objetos sofrem uma mudana completa deum nome e uma forma para outro nome e outra forma e, em seguida, para ainda outro nomee outra forma, e assim por diante. No universo fsico, tudo est em constante movimento.Vamos investigar mais a fundo a natureza dos objetos fsicos compostos destes cincoelementos. Tome em considerao os vrios tomos que existem num determinado lugarnum dado momento. Estes iro compor os vrios objetos que aparecem l naquela hora.Enquanto os tomos se movem e mudam sua posio, as formas que estes compemtambm mudam. Os tomos, em todos os objetos, sofrem uma rpida mudana de posio; difcil dizer quando uma determinada mudana ocorreu num objeto. H um processocontnuo de mudana. Todos os objetos compostos por estes tomos instveis estaromudando suas formas continuamente com o tempo.

    Como os tomos de qualquer outra forma, os tomos que compem o corpo humanomudam a cada momento; fazendo com que o corpo sofra mudana. Todas estas diferentesmudanas so muito semelhantes a ondas, tais como as que voc encontra no oceano. Paraas ondas do oceano, no h comeo ou fim. As gotas dgua de uma onda so absorvidasnovamente pela onda seguinte. As ondas nas quais essas gotas foram absorvidas sefundem novamente em outras ondas, e assim por diante. Este processo de formas quemudam e se fundem continua permanentemente. Esta a prpria natureza do universofsico.

    A Vida Uma Srie de OndasA humanidade tambm pode ser descrita como uma srie de ondas; e outros seres vivos,

    como animais e pssaros, podem ser imaginados como sendo outras ondas. As plantastambm podem ser concebidas como ondas, assim como insetos e seres rastejantes. Asforas demonacas podem ser descritas, ainda, como outras ondas. As foras divinastambm so outras ondas. Na natureza, impossvel afirmar que aspecto de qual onda se

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    fundir em qualquer outra onda. Portanto, assim como as gotas de uma onda do oceano irose misturar e se fundir em outra onda; ento, do mesmo modo, voc pode descobrir queuma onda contendo caractersticas humanas pode se fundir numa outra contendocaractersticas de outros seres vivos. Trata-se de um processo contnuo de mudana emodificao. Deste modo, a prpria vida pode ser descrita como uma srie de ondas.Assim como o corpo, a mente tambm sofre mudana. A natureza humana associada aoprocesso de imaginao, que o resultado de uma contnua corrente de pensamentos.

    Estes processos de pensamento so todos impermanentes, mudam constantemente. Nspercebemos que tudo que abrange a vida humana est sofrendo mudana. A menos quevoc seja capaz de reconhecer os seis principais tipos de mudana que ocorrem na vida, asaber: nascimento, crescimento, maturidade, declnio, degenerao e morte; voc seriludido pensando que a vida permanente. A principal causa desta falta de entendimento aignorncia que origina o ego e os sentimentos egostas de iluso a respeito de si prprio.O universo fsico contem bilhes de sis, cada um um mundo em si mesmo. H inmerosplanetas, grandes e pequenos, e incontveis seres. Em todo este vasto universo, a Terra menor at mesmo do que uma minscula gota. Na Terra, a ndia apenas um pequeno pas.Neste pequeno pas, h um pequeno estado. Neste pequeno estado, h um distrito muitopequeno. Neste pequeno distrito, h apenas uma vila que menor ainda. Nesta vila, h uma

    casinha insignificante. E, nesta casinha, reside um corpo muito pequeno. Considerando seuminsculo tamanho neste imenso universo, no ridculo pensar que um corpo to pequenopoderia, em algum momento, sentir-se egosta e cheio de importncia? Ao pensar sobre estemundo e em seu prprio lugar neste, voc pode perceber que, fisicamente, voc a maissimples partcula desta vasta totalidade. Pode uma partcula to minscula jamais esperarcompreender a totalidade? Pode uma mera formiguinha jamais ter a esperana de medirtodo o oceano? E, ainda assim, este oceano est, por si mesmo, sofrendo mudanasconstantemente, assim como toda a Terra e tudo mais no universo fsico.O mundo em que voc vive totalmente temporrio e transitrio. Como pode umainsignificante criatura viva transitria, que vive num mundo transitrio, tentar entender aentidade infinita, ilimitada e permanente? Para compreender a entidade permanente, vocdeve ocupar um lugar permanente dentro dela. O corpo, a personalidade e a individualidadeso todos transitrios. Estes podem ser comparados a uma miragem. O homem esttentando saciar a sua sede atravs de uma miragem. Uma miragem parece ser feita dagua, mas no h gua de verdade l. Nenhum pano pode ser molhado numa miragem,nenhum balde pode ser enchido. Voc nunca pode matar a sua sede nessa miragem. Domesmo modo, seu corpo e sua natureza individual jamais podero saciar a sua sede dealegria verdadeira pela qual voc est buscando.

    Para o Princpio Divino, o Mundo Totalmente InerteTodo o vasto mundo fsico algo semelhante a um tomo no mundo mental, assim como o

    seu corpo algo semelhante a um tomo infinitamente pequeno no universo. Mas estemundo mental incrivelmente enorme , por si mesmo, do tamanho de um mero tomo nomundo causal. Sendo composto pelos cinco elementos densos, o mundo fsico pode serpercebido pelos cinco sentidos de percepo. Mas, uma vez que tudo no mundo fsico composto pelos cinco elementos, e somente pelos cinco elementos; este mundo totalmente inerte e sem vida. Ainda assim, o princpio divino inerente ao mundo fsico. Esteprincpio divino tambm ser encontrado no mundo mental. Uma vez que o mundo mental composto pelos mesmos cinco elementos (em seus aspectos sutis), este mundo tambm inerte e sem vida. Contudo, do mesmo modo que o princpio divino, na qualidade demorador interno, inerente ao corpo inerte, ativando-o; e tambm inerente mente inerte,vitalizando-a; da mesma forma, o princpio divino inerente a estes mundos fsico e mental

    inertes, fornecendo-lhes energia e vitalizando-os.Este princpio divino que leva energia e vitalidade aos mundos fsico e mental resplandeceesplendorosamente do mundo causal, o mais sutil destes vastos universos. Para entendereste processo, imagine os reflexos de um espelho. A imagem ou reflexo no tem uma

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    existncia prpria. O reflexo pode brilhar e ser visto somente quando o objeto que estsendo refletido luminoso. O reflexo pode se mover somente quando este mesmo objeto,que est sendo refletido, se move. Todo o aparente brilho dos objetos que compem omundo surge do mundo causal; em seguida, este brilho refletido pelos mundos mental efsico, que agem como espelhos. Assim como o brilho do Sol refletido pela Lua, o brilhopresente no estado causal refletido no sutil estado mental e no denso estado fsico.Agora, suponha que voc desejasse decorar o reflexo atravs do qual voc se v no

    espelho. Voc poderia fazer isto de modo que esta decorao ficasse em seu reflexo demaneira permanente? Ao ver a sua face no espelho, voc poderia pintar um ponto na testade sua imagem no espelho e mant-lo nessa posio? No, seria um esforo intil. Em suaimagem, se voc fosse pintar um ponto no espelho onde est o meio de sua testa; emseguida, assim que voc se movesse, a imagem tambm se moveria e o ponto que estavano meio de sua testa anteriormente, agora, estar sobre a sua orelha. Sempre que voc semover para um lado, a imagem tambm ir se mover e o ponto no ficar mais no meio daimagem. Neste caso, h algum modo de pr um ponto sobre a testa de seu reflexo noespelho de forma que este ponto permanea l, no importando o que acontea? Sim. Vocdeve colocar o ponto em voc, o objeto que est sendo refletido. Ento, voc pode se moverem qualquer direo, ou mesmo girar o espelho de um lado para outro, e o ponto no se

    mover de sua imagem. Aqui est uma pequena estria para ilustrar este princpio.

    O Artista que Tentou Capturar a Imagem do SenhorEra uma vez um artista famoso no mundo inteiro. Ele tinha um extraordinrio talento para apintar figuras e retratos. Ele foi encontrar Krishna na capital dEle, Dwaraka, desejandopintar-Lhe o retrato. Com um sorriso radiante, Krishna disse: "Bem, se quiser pintar a Minhaimagem, voc pode certamente fazer isso. Diga o que Eu devo fazer." O artista pediu:"Swami, se o Senhor pudesse, por gentileza, Se sentar imvel por uma hora no mesmolugar; eu desenharia um esboo e, ento, mais tarde, preencheria os detalhes." Krishnasentou para o artista e permaneceu sem se mover. O artista fez alguns esboospreliminares. Aps um tempo, ele se prostrou aos ps de Krishna e disse: "Swami, agora,terminei." Sorrindo, Krishna perguntou: "Quando voc ir Me mostrar o retrato?" O artistarespondeu: "Swami, por volta de amanh, neste horrio, devo t-lo terminado."Durante toda a noite, ele trabalhou incansavelmente nesta difcil tarefa de pintar na tela, comexatido, o retrato do Senhor. Quando o retrato foi terminado, na manh seguinte, o artistaficou extremamente satisfeito com o seu trabalho. Ele cobriu sua pintura com um belo panoe a levou a Krishna. Mas, quando o pano foi removido, viu-se que, entre as 24 horas, aforma de Krishna havia sofrido a uma notvel mudana. O artista colocou o retratoimediatamente ao lado de Krishna. Ele olhou para o retrato e, em seguida, para Krishna. Elepercebeu que havia muito pouca semelhana entre os dois. Krishna tambm olhou a pinturae chamou a ateno: "Meu caro companheiro, parece haver muitos defeitos." O artista disse:

    "Por favor, perdoe-me, Swami. Por favor, d-me outra chance. Deixe-me tentar novamente eeu melhorarei." Isso continuou por dez dias.A cada dia, o artista refazia o seu trabalho; mas era impossvel obter um retrato apropriado.Nessas circunstncias, o artista comeou a se sentir envergonhado. Ele decidiu que omelhor seria, realmente, desaparecer de l; e assim, apressadamente, ele deixou a cidade.No caminho, aconteceu do sbio Narada encontrar-se com o artista partindo da cidade.Narada perguntou ao artista: "Voc parece totalmente perturbado. Diga-me o que est lhefazendo to infeliz." O artista explicou a ele tudo que tinha ocorrido. Narada disse ao artista:"Bem, Krishna um grande ator e um grande diretor. Ele est encenando todo este drama.Usando os seus mtodos, voc nunca ser capaz de obter um verdadeiro retrato dEle. Mas,se voc realmente deseja ter sucesso; ento escute minhas palavras e as siga

    implicitamente.O artista concordou em fazer exatamente como Narada instruiu. Ele retornou a Dwaraka efoi a Krishna logo no dia seguinte, levando com ele um retrato coberto com um fino tecido.Ele disse a Krishna: "Swami, eu finalmente fui capaz de Lhe trazer o Seu retrato exato. Por

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    favor, d uma olhada. Isto sempre mostrar o seu correto retrato. Quaisquer que sejam asmudanas que ocorram em Sua expresso e forma, a imagem vista aqui retratar todasestas mudanas fielmente." Ento, ele se preparou para remover o pano que cobria o retratoe disse: "Por favor, aceite isto como o meu melhor retrato do Senhor." Quando o pano foiretirado, este revelou um espelho limpo.Se deseja pintar um retrato do Senhor, que permanente, com materiais temporrios comopincel, tinta, etc...; voc no ser capaz de obter sucesso. No universo fsico, tudo

    temporrio. Todas as formas esto mudando constantemente. Tais formas transitrias nopodem proporcionar uma viso apropriada do Senhor permanente. Se deseja ter uma visoclara e invarivel do Senhor, voc poder obt-la somente no espelho limpo, que o seuprprio corao purificado.

    Para Alcanar o Permanente, V Alm do ImpermanenteTentar conhecer o Senhor atravs das formas mutveis encontradas no denso universofsico um tipo de iluso. A entidade imutvel e permanente no pode ser conhecida pormeio de formas impermanentes e mutveis. Qualquer conhecimento que voc obtiver destamaneira ser impermanente. Qualquer alegria que voc possa derivar da tentativa deconhecer o Senhor desta maneira ser apenas temporria. A natureza bsica destes cinco

    elementos que estes esto sofrendo constante mudana. Para alcanar o estadopermanente, voc deve ir alm destes cinco elementos e de suas formas mutveis.Suponha que voc vai a um templo, numa peregrinao, para ter uma viso do Senhor. Lchegando, voc pode ter tido que sofrer numerosas e grandes dificuldades. Ento, quandofinalmente chega ao local e tem a possibilidade entrar no templo, voc fica diante da imagemdo Senhor com seu corao cheio de aspirao. Voc olha para a imagem sagrada, maslogo se v fechando seus olhos conforme experimenta os intensos sentimentos de estar napresena divina. Espontaneamente, voc fecha seus olhos e volta sua viso para dentro.Tendo passado por tantos problemas para l chegar e ter uma viso da imagem sagrada;por que, uma vez que est l, voc fecha seus olhos e olha para dentro de si? Qual osignificado interno disto? Voc volta sua viso para dentro por perceber que, para obter umaviso permanente e verdadeira do Senhor, voc deve olhar dentro de seu corao. Vocsabe intuitivamente que as imagens que entram atravs de seus olhos iro ficar comoimpresses passageiras, sobrepostas em pensamentos impermanentes. Aps ter registadoestas imagens visuais nos pensamentos, estes pensamentos devem ser fixados de modoque possam se transformar em impresses imutveis no corao.Embora voc no possa obter uma experincia direta da divindade no universo fsico, aviso indireta da divindade, que voc pode obter l, ir lhe proporcionar algumasexperincias sagradas. S pelo fato do mundo fsico ser transitrio e sujeito a mudanas,voc no deve renunciar a estes sentimentos de conexo com a divindade, mesmo quepossam ser de curta durao. Estes sentimentos iro lhe proporcionar alguma alegria

    temporria. Primeiro, voc ter que obter esta alegria provisria e, em seguida, lenta egradualmente, ter que fazer a jornada rumo alegria permanente. Esta jornada ir lev-loatravs dos trs mundos o fsico, o mental e o causal; indo do mais denso ao mais sutil.Somente no causal, voc encontrar a imagem da verdadeira realidade. O causal surge doestado transcendental que interpenetra estes trs mundos e est alm destes. Essa fontetranscendental que ilumina o causal a luz imutvel do atma.

    Voc No Apenas Um, Mas TrsVoc pode obter algum entendimento de tudo isto contemplando a afirmao que Swamifreqentemente tem feito: 'Voc no uma pessoa, mas trs: uma que voc pensa que ,uma que os outros pensam que voc e aquela que voc realmente .' Essa que voc

    pensa que , o corpo, efmero e falso. Seja qual for a vida que voc esteja vivendo hoje,sejam quais forem as experincias que voc esteja tendo hoje, tudo transitrio. O corpo esuas atividades, ambos so temporrios e associados ao mundo fsico. Agora, quando osoutros pensam em voc, essas pessoas fazem isso no somente em termos de sua

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    composio fsica; mas tambm em termos de seus traos de personalidade e carter. Aimagem que essas pessoas tem de voc mais mental. Portanto, essa pessoa que osoutros pensam que voc se relaciona mente e ao mundo mental; que tambm mutvele falso. Mas, essa pessoa que voc realmente , o atma, a verdade imutvel, est brilhandono estado causal.Um pedao de gelo em sua mo comear derreter at se tornar gua novamente. Por queisto assim? Porque derreter faz parte da prpria natureza do gelo. Do mesmo modo, a

    mutabilidade ou transitoriedade da prpria natureza de tudo que aparece no mundo fsico.Mesmo quando est tentando compreender o denso universo fsico, voc deve pensar nosmundos internos mais finos, mais sutis. O mundo fsico est no nvel denso. Voc oexperimenta durante o estado de viglia. Um mesmo objeto, de uma forma sutil, estassociado ao mundo mental que voc experimenta no estado de sonho. No estado de viglia,voc capaz de perceber os objetos devido luz que emana do Sol e da Lua. Mas o Sol e aLua de seu estado de viglia no esto presentes no estado de sonhos. Somente a luz queemana do mundo mental ajuda voc a perceber os objetos daquele mundo.No momento em que voc coloca o denso de lado, a luz sutil se torna evidente no interior.Durante o dia, voc no pode ver as estrelas. Mas, apenas por no poder v-las, isto nosignifica que elas no esto l. As estrelas continuam a brilhar mesmo durante o dia; no

    entanto, devido ao forte brilho do Sol, voc no pode v-las. Conforme a luz do Sol vai setornando fraca ao anoitecer, voc comea a ver as estrelas brilhando.

    Por Trs do Denso, o Sutil; Por Trs do Sutil, o CausalPor trs da densa experincia externa se encontra a experincia mais sutil, mais fina, daqual a experincia externa se originou. Dentro do sutil, pode ser encontrado o molde para odenso. Mesmo durante a infncia de um grande mestre espiritual, voc pode perceber acaracterstica daquele cuja misso trazer luz humanidade. E, ao perceber esta qualidadesutil que forma a base desse ser, voc percebe claramente como esta qualidade sutil deuforma a cada aspecto dessa vida por meio de todas as suas manifestaes exteriores e pormeio de cada perodo importante da vida.H um outro estado que transcende o denso e o sutil. Trata-se do causal. O estado causalno possui movimento algum, este estado no sofre qualquer mudana. Dentro deste, serencontrada a luz autoluminosa do atma. Devido ao fato desta luz onipresente do atma brilhardentro e atravs do estado causal, voc capaz de experimentar os mundos mental e fsico.Se no houvesse o sutil mundo mental, no poderia haver o denso mundo fsico para voc.Mas, se no houvesse o causal, no haveria o sutil mundo mental nem o denso mundo fsicopara voc. Para perceber seu estado divino, sua jornada deve lev-lo do fsico, atravs domental, ao causal. Sua verdade est enraizada no causal. Voc deve usar o fsico paraalcanar o mental e o mental para alcanar o causal.Por fim, se encontra a luz do atma: o morador interno que ativa e d vida a todos estes

    estados de conhecimento. O atma a fonte e o substrato de todos os trs mundos. Nooceano, voc encontrar ondas, vagas e espumas na superfcie; grandes correntezas abaixoda superfcie; e calmaria nas regies profundas do oceano, bem abaixo. As ondas, aespuma, as correntes e as guas profundas do oceano no so distintas. A gua oelemento comum que interpenetra tudo. No entanto, parece que as ondas, as correntezas eas profundezas do oceano so diferentes.Tambm, no mundo do fenmeno, voc deve descobrir o elemento comum que est por trsde todo o conhecimento e unifica os mundos fsico, mental e causal. Voc pode associarestes trs universos aos trs estados de conscincia. Voc pode imaginar o estado de vigliacomo sendo o fsico, o estado de sonho como sendo o mental e estado de sono profundocomo sendo o causal. Alm destes trs estados, interpenetrando-os e sendo comum a

    todos, h um quarto estado. Esse o estado superconsciente, o estado transcendental. Oestado inconsciente de sono profundo associado ao causal. Possui uma caracterstica deprofunda paz. Entretanto, por si mesmo, o estado de sono profundo no proporcionar aexperincia permanente da verdadeira felicidade. A felicidade est l, mas voc no

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    consciente desta. Somente aps voltar do sono profundo, ao estado de viglia, voc recordao sentimento sereno de total descanso que desfrutava. Contudo, no estado superconsciente,voc ser capaz de desfrutar a paz e a felicidade eternas e estar, sempre, totalmenteconsciente disto.

    Samadhi EquanimidadeTem-se referido a essa experincia de bem-aventurana como o estado de samadhi. Qual

    o significado de samadhi? Samadhi confundido geralmente como sendo um estadoemocional em que uma pessoa age anormalmente, como se estivesse num estado degrande excitamento ou transe. Voc pode pensar que o samadhi algo diferente dosestados de viglia, sonho ou sono profundo. Mas, na verdade, samadhi algo comum atodos os trs estados. O significado de samadhiest na prpria palavra. Juntas, as slabasque formam a raiz da palavra sama ou igual e dhiou mente significam equanimidade.Ser equnime no frio ou no calor, no lucro ou na perda, no elogio ou na censura: isto samadhi. Portanto, uma pessoa que est imersa em samadhi, cuja a mente equnime,estar sempre num estado de bem-aventurana; esteja ela no estado de viglia, imersa emsuas atividades dirias, ou no estado de sonhos, ou no estado de sono profundo. Todosaspiram a um estado to beatfico. Para alcan-lo, uma grande quantidade de prtica

    espiritual necessria. Voc tambm deve obter a graa do Senhor vivendo uma vidarepleta de qualidades virtuosas que Lhe so agradveis.Aps descrever as nobres caractersticas de um verdadeiro homem sbio, Krishna disse aArjuna: "Arjuna, no h qualquer valor em basear suas aes somente nas consideraesque envolvem o corpo. Siga Meus comandos! Cumpra seus deveres pensando em Mim todoo tempo. Ento, voc ser capaz de experimentar e apreciar a divindade que est em todaparte. Esta divindade a unidade que forma a base de toda a diversidade no mundo. Baseiesuas aes e concentre-se constantemente nessa divindade. Eu sou essa divindade e vocMe muito querido. Ao se concentrar em Mim; Eu estarei, ento, totalmente concentrado emvoc." Para um homem sbio, seja qual for a circunstncia em que ele se encontre, seuspensamentos e sentimentos no sofrero mudana alguma. Ele ter desenvolvido umaatitude inabalvel, ficando concentrado todo o tempo no princpio divino interno.Quem ficar surpreso ao ouvir que o fogo esta associado ao calor? O ato de queimar oestado natural do fogo, assim como o frio o estado natural do gelo. Do mesmo modo,todos que nascem iro morrer. Isto deve ser considerado como totalmente natural. Qualquerum que reconhea esta verdade no estar sujeito ao pesar. Em todos os lugares e emtodas as circunstncias, desenvolva uma mente equnime. Acontea o que acontecer,mantenha sempre sua mente firmemente fixa na divindade, que o seu verdadeiro ser. Vocter que obter um entendimento profundo das caractersticas dos trs mundos o fsico, omental e o causal para desenvolver esta habilidade de pensar no atma, a sua naturezadivina, em todos os lugares e em todos os momentos.

    noite, voc se alimenta e, pouco tempo depois, vai dormir. Logo, voc est dormindo e temvrios sonhos. Muitas coisas lhe acontecem em seus sonhos; mas, aps se levantar, nadafica do seu estado de sonho. No estado de viglia, voc se engaja em muitas atividadesdiferentes e adquire vrias experincias; mas, ento, mais tarde, quando voc volta a dormirnovamente, todas estas atividades do estado de viglia so substitudas pelos eventos doestado de sonho. Ns percebemos que tantas mudanas ocorrem em apenas 24 horas.

    S Voc RealH vrias diferenas gritantes entre as suas experincias do estado de sonhos e aquelas doestado de viglia. Considerando isto, em que voc deve ou no acreditar? Voc podeperguntar: 'O que verdade e o que no verdade? Eu sou aquele que experimenta todos

    estes vrios acontecimentos do estado de viglia, ou sou aquele que experimenta todosaqueles outros acontecimentos do estado de sonho?' Os ensinamentos sbios do aresposta: 'Voc no um nem outro. Voc no aquele que experimenta o estado de viglia,

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    nem aquele que experimenta o estado de sonho, nem aquele que dorme no estado de sonoprofundo. Voc transcende todos estes estados. Voc a prpria realidade transcendental.'Aquilo que voc pensa existir, na verdade, no existe. Aquilo que voc pensa no existir, naverdade, existe. Ao adquirir sabedoria, voc percebe que h somente o Um; o qualrealmente existe e eternamente verdadeiro. Esse o atma, o princpio transcendental. Maseste princpio do atma no est facilmente acessvel s pessoas comuns. Tudo aquilo quevoc l, escuta e experimenta so meros atributos da condio de estar no plano fsico.

    Comeando por este ponto, voc deve se esforar e tentar alcanar seu objetivo. Da forma,voc deve progredir ao sem forma; do mutvel, voc deve progredir ao imutvel; dosatributos, voc deve progredir ao sem atributos. Alm de todos estes, transcendendo todosos atributos e indo at mesmo alm da ausncia de atributos e forma, est o estadosuperconsciente, imutvel e invarivel. Este o objetivo de todos os aspirantes espirituais.Aquele imerso neste estado descrito como um homem sbio. Voc pode querer saber seArjuna alcanou este estado. Sim, o prprio Krishna conferiu este estado a Arjuna. Krishnatransformou Arjuna num instrumento do divino e, desse modo, o transformou num serrealmente sbio.Se um homem sbio no se engajar em atividades, ele no ser capaz de dar um bomexemplo s pessoas comuns. Nas escolas, voc encontrar um diretor de educao fsica e

    um professor para o treinamento dos exerccios. O professor recebe ordens do diretor.Durante os exerccios, o diretor manter-se- quieto, mas o professor gritar: '1..,2..,3..!' eexecutar todos os movimentos do exerccio. Ele deve dar o exemplo. Somente ento, osoutros podem esperar segui-lo. Do mesmo modo, o homem sbio, ao receber as suasordens do diretor interno, dar um exemplo para que as pessoas comuns possam seguir.Quando Krishna deu a Gita a Arjuna, Ele o transformou num homem ideal. Krishna lhe disse:"Eu irei transform-lo em Meu instrumento para realizar Meu trabalho, de modo que vocpossa ser um exemplo para toda a humanidade." Qual o significado mais profundo deKrishna fazer tudo isto por Arjuna? Arjuna significa: aquele que possui um corao puro.Arjuna estava sempre vivendo em Krishna. Vrias vezes, Krishna se referiu a Arjuna como'aquele que vive no esplendor de Deus'. Todos os aspectos profundos do relacionamentoentre Krishna e Arjuna podem ser deduzidos dos nomes que Krishna deu a Arjuna. O nicodever de Arjuna era seguir implicitamente as ordens de Krishna.

    As Qualidades do Verdadeiro SbioArjuna disse: "Swami, quaisquer que sejam os Seus comandos, eu obedecerei. O que querque o Senhor pea a mim, eu executarei. Eu no farei coisa alguma por minha prpria conta,nada que esteja fora de Suas diretrizes." Esta a verdadeira atitude de um sbio. Ele noter o sentimento de individualidade ou posse. No ter qualquer egosmo ou apegos. Cadaao dele destruir todos os traos de ego e possessividade. Ele ir aceitar e seguirsomente os comandos do Senhor; que no , de modo algum, diferente de seu prprio guia

    interno. Por estas nobres qualidades serem to importantes para o desenvolvimentoespiritual, as caractersticas de um homem sbio so explicadas de maneira extensa nosegundo captulo da Gita.Mas apenas descrever as qualidades de um sbio no seria muito til; assim, Krishnacomeou explicando as qualidades dos trs estados e os diferentes aspectos dos trsmundos. Arjuna teve a capacidade intelectual de entender o verdadeiro significado disto.Aps a viso da Forma Csmica do Senhor ter-lhe sido concedida, ele compreendeuimediatamente seu significado mais profundo. Ele percebeu que isto significava a unioentre o fsico, o mental e o causal. Em seguida, aps ter tido a viso da Forma Csmica,sempre que Arjuna fechasse os olhos daquele momento em diante; ele veria Krishnacontinuamente como uma impresso indelvel em seu corao. Ele percebeu que aquilo que

    ele havia visto com seus olhos bem abertos estava no plano fsico. Ento, aps fechar osolhos, o que quer que ainda estivesse registrado em sua mente e estivesse sendo vistointernamente, tudo isto estava no plano mental. A indelvel impresso desta viso quepermaneceu em seu corao estava no plano causal. Trata-se de algo como a impresso

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    em papel: uma vez que uma gravura impressa, impossvel separ-la novamente dopapel. Desta maneira, o Forma Csmica de Krishna se transformou numa impressopermanente no corao de Arjuna.Arjuna era o homem ideal. Ainda assim, para servir como um exemplo para toda ahumanidade, ele empreendeu todos os tipos de atividades normais como uma pessoacomum. Interiormente, no ser, ele sempre mantinha a mente firmemente estabelecida noSenhor Krishna; que era a expresso com forma de seu prprio ser real, o atma. Arjuna

    sabia que este corpo fsico tinha o nico propsito de obedecer aos comandos do dirigenteinterno, manifestado a ele na divina forma de Krishna. Na Gita, Krishna sustentou estaqualidade da rendio interna como o sinal ideal de um homem verdadeiramente sbio.

    Captulo 23Limite os Desejos, Esteja Sempre Satisfeito e Voc Ser Querido a Deus

    O que quer que nasa passar pelos seis estgios da vida, a saber:nascimento, crescimento, maturidade, declnio, degenerao e morte. Masaquele que nunca nasce, jamais morre. A este ser, estes estgios no se

    aplicam.

    Encarnaes do Amor,O segundo captulo da Gita se refere ao caminho da sabedoria. O princpio que forma abase dos ensinamentos de sabedoria : o que quer que nasa deve morrer. Mas aquilo quenunca nasceu, jamais pode morrer. O qu jamais nasceu e jamais morrer? O atma. O atmano possui nascimento ou morte. Ele jamais sofre qualquer tipo de modificao. O atma permanente. imutvel. eterno. sem atributos. Trata-se da sua prpria naturezaverdadeira. O corpo nasce, experimenta as vrias fases da vida e morre; mas o moradorinterno do corpo permanece no afetado por todas estas mudanas corporais. Este moradorinterno o atma. Ele livre de iluso, livre de maya. Uma vez que compreenda esteprincpio divino, voc ir reconhec-lo como a nica coisa de real valor; a nica coisa quevale a pena conhecer. Tudo mais efmero e impermanente. Voc deve fazer todo o esforopara adquirir o conhecimento do atma e, assim, obter alegria permanente.

    Esteja Satisfeito, No Persiga os DesejosNo incentive a multiplicao dos desejos. Fique satisfeito com o que quer que lhe tenhasido dado. No captulo sobre devoo, Krishna enumerou as 26 qualidades nobres quetornam um devoto querido ao Senhor. Destas, o contentamento sobressai como uma dascaractersticas mais importantes de um devoto. Contentamento significa no buscar o prazermundano. Voc desfrutou tantas suntuosidades e tantas coisas sensuais em sua vida, mas,

    por este meio, no obteve paz e realizao. Desista de perseguir os desejos e voc ir obtero contentamento.O corao de uma pessoa que no possui contentamento como uma cesta de bambucheia de furos. Caso voc tente tirar a gua de um poo usando tal cesta, na hora em queesta subir, toda a gua ter escoado para fora. No haver nem mesmo uma gota dguapara matar a sua sede. Do mesmo modo, quando voc est sofrendo a angstia do desejo eda ganncia, todo o seu contentamento escoa para longe antes mesmo de voc ter achance de satisfazer os seus desejos. Quando o contentamento sair de seu corao, odescontentamento, que fica por trs, ir tomar-lhe o lugar.O desejo gera mais desejo. Uma pessoa que no tenha nada pode se sentir muito feliz esatisfeita ao obter 100 rupias. Mas, uma vez que obtm as 100 rupias, ela pensa quo bom

    seria se pudesse obter 1000 rupias. Se, por acaso, obtiver as 1000 rupias, ela desejar terum milho de rupias. Em seguida, ela iria desejar se tornar a pessoa que possui o maiornmero de propriedades. De um grande proprietrio, a pessoa desejaria se tornar umlegislador; depois, um ministro; em seguida, o primeiro ministro. Finalmente, ela desejaria

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    usar todo o seu status e riqueza para alcanar o estado divino. No entanto, voc nunca podealcanar a divindade por meio de poder e riqueza. Conforme os desejos da pessoa voultrapassando todos os limites, ela se torna descontente e sua riqueza no mais lheproporciona qualquer paz interna. Voc deve aprender como obter contentamento com o quequer que voc possua, ficando satisfeito com qualquer riqueza que lhe tenha sido dada. Suaresponsabilidade cuidar das posses que voc recebeu por meio da graa de Deus e serfeliz.

    Voc Deve Obter o Amor de DeusTodos exaltam a Deus; no entanto, bem mais importante que Deus exalte a voc. Vocdeclara seu amor a Deus, mas voc descobriu se Deus declara o amor dEle a voc? Vocacredita que Deus seu, mas Deus lhe disse que voc dEle? Suponha que voc emitauma carta registrada a algum. Voc ficar plenamente satisfeito somente aps receber aconfirmao do destinatrio de que a carta foi recebida e lida. Declarar seu amor a Deus edeclarar que Deus maravilhoso pode ser comparado a emitir uma carta registrada. Mas sisso no ir deix-lo satisfeito. Voc experimenta completo contentamento somente ao obtera confirmao positiva de Deus de que voc possui o amor dEle e que Ele tambm oconsidera maravilhoso. Voc obtm satisfao total somente quando Deus diz: "Voc todo

    Meu. Voc Me muitssimo querido!"Arjuna obteve tal declarao do Senhor aps dizer ao Senhor Krishna: "Swami, Tu s meutudo! Eu sou Teu! Eu entrego tudo a Ti!" Anteriormente, Arjuna tinha inmeros desejos; mas,ao se entregar completamente ao Senhor, ele renunciou a todas as vontades e desejos quepossua. Ento, merecidamente, ele obteve a declarao do Senhor: "Querido, voc Meu!"Para obter este resultado, voc deve se engajar na prtica espiritual. A esperana e o frutode toda a prtica espiritual obter esta declarao do Senhor, a de que voc pertence a Ele.Este fato se torna o seu maior tesouro, a consumao de sua vida.Mesmo se voc for altamente educado, mesmo que ocupe uma posio muito elevada navida, mesmo se for muito rico, seja qual for a sua situao na vida; ao ir ao exterior, vocdeve ter um passaporte para viajar pela terra estrangeira. Uma pessoa pode dizer: "Eu soualtamente educado. Eu sou muito rico, tenho a posse de vastas terras. Eu gostaria de ter umpassaporte." No entanto, apenas por dizer isto, esta pessoa no obter o passaporte. Todasestas coisas podem ser realizaes e conquistas pessoais; mas, se desejar ir a um outropas, h um determinado procedimento que voc deve seguir. Este procedimento no podeser diferente entre pessoas educadas e pessoas sem educao, entre ricos e pobres.Mesmo numa situao comum, como ir a algum lugar de nibus, trem ou avio; ningum irse importar em saber sobre a sua situao social ou econmica e sobre as suas realizaes.To logo tenha um bilhete com voc, ningum ir lhe perguntar se voc uma pessoa ricaou educada e que cargo voc ocupa. Elas estaro satisfeitas em saber que voc possui umbilhete e iro lev-lo a seu destino. Se no possuir a passagem, voc ser deixado para trs;

    no importando quais sejam as suas credenciais.Da mesma forma, se quiser entrar no reino da liberao, voc necessita ter a graa de Deus.Isso um requisito para a entrada. A graa de Deus o seu passaporte. Mas mesmo umpassaporte no o bastante. Se voc tiver apenas um passaporte, ainda assim pode haveralgumas objees e problemas. Voc deve possuir tambm um visto. Isso lhe d o direito deentrar em seu lugar de destino. Alm da graa de Deus, voc tambm deve ter o mrito deseus esforos e aspiraes espirituais.O doador pode estar pronto para dar o presente, mas o receptor tambm deve estar prontopara receb-lo. Deus est preparado para dar, mas voc deve ter a capacidade de receber.Por meio da sua entrega e de seus esforos espirituais, voc fica preparado para receber agraa de Deus. Portanto, para entrar no reino da liberao, voc deve ter o amor de Deus e

    tambm o mrito de seus prprios esforos espirituais. Quando estes dois se unirem, vocestar apto a obter a liberao.

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    O Contentamento a Verdadeira RiquezaSe voc deseja entrar no reino da liberao, a Gita ensinou que h 26 qualidades nobresque voc deve adquirir. Mas, na verdade, o bastante se voc obtiver apenas umaqualidade virtuosa. Isso ser o suficiente para qualific-lo a entrar neste reino. De todas asqualidades virtuosas fornecidas no captulo da Gita sobre devoo, uma das maisimportantes o contentamento. Apenas aquele que possui contentamento pode serconsiderado grande. Swami pergunta freqentemente: "Quem o maior ser humano neste

    mundo?" A resposta : "Aquele que est sempre satisfeito." Portanto, desenvolva estecontentamento em si.No fique perdido no mundo que aspira a alegrias, riquezas, posio e suntuosidadesimpermanentes. No h qualquer objeo em desfrutar a felicidade que surge em seucaminho. Mas nunca se esquea de que o mundo composto apenas pelos cincoelementos. Este mundo no possui qualquer valor eterno. Seu corpo tambm compostoapenas pelos cinco elementos. Enquanto considerar este mundo como sendo real, voctender a ter apegos ao corpo e a um determinado lugar. melhor se voc no desperdiarseu tempo mergulhado nestes apegos. Ao invs disso, lembre-se sempre do objetivo. Eisaqui um pequeno exemplo.Havia um homem rico que viajou pelo mundo. Ele resolveu construir uma manso palaciana

    sem igual em qualquer outro lugar. Esta deveria ser uma casa de to extraordinriagrandeza que estaria alm da imaginao de qualquer um. Ele resolveu construir estaestrutura nica mesmo que lhe custasse dez milhes de rupias. Vrios engenheiros earquitetos foram chamados de vrios pases para esta finalidade. Finalmente, ele terminousua bela manso e, agora, possua uma casa que agradava a pessoas de pontos de vistadistintos e de diferentes bases culturais. Dezenas de milhares de pessoas vinham olh-la.Este rico homem fez todos os preparativos para uma grande inaugurao deste seu lugarnico. Antes da inaugurao, ele chamou vrios peritos e perguntou-lhes: "Vocs encontram,mesmo no menor detalhe, algum defeito, alguma falha em qualquer ponto destaconstruo?" Eles no podiam encontrar nada. Tudo parecia perfeito.Ele convidou todos os tipos de pessoas cerimnia, incluindo muitos cidados ricos egrandes autoridades. Ele convidou tambm grandes sbios para obter suas bnos. Entreos convidados, havia vrios homens realmente sbios. Foram feitos todos os elaboradospreparativos para a estadia destes homens. Aps os sbios terem se reunido, o proprietrioorou a eles: "Eu lhes peo humildemente permitirem que eu saiba se h algum defeito,alguma falha nesta estrutura?" Os engenheiros que tinham construdo a estruturamanifestaram seus sentimentos e tambm perguntaram multido reunida: "Quem pode vir frente e mostrar apenas uma nica falha nesta bela construo? Ns sentimos que esta absolutamente sem defeitos e magnfica. totalmente original e moderna, perfeita em cadadetalhe."Nesta hora, um yogi que estava de p num canto deu um passo frente e se dirigiu ao rico

    homem estava promovendo o evento. O yogi disse: "Caro senhor, eu vejo duas grandesfalhas nesta construo." Todos os presentes ficaram bastante surpresos. Os engenheiros earquitetos ficaram chocados. Todos ficaram muito curiosos para saber quais eram estesdefeitos. O homem rico, a quem a casa pertencia, juntou as mos em splica e disse aogrande sbio: "Swami, por favor, diga-me quais so os defeitos que o senhor percebeu.Todos ns estamos esperando ansiosamente a sua resposta."O yogi disse: " homem rico, por estas falhas, voc no pode responsabilizar os seusengenheiros, ou arquitetos, ou trabalhadores. Corrigir estas falhas no est a seu alcance,nem ao alcance de qualquer outra pessoa. Um defeito que, com a passagem do tempo,este edifcio e tudo que agora est aqui ruir e ser reduzido a entulho. Este defeito nopode ser mudado. A segunda falha que a pessoa que construiu esta estrutura tambm ir

    perecer e ser esquecida. Isto tambm no pode ser alterado. Mesmo que se possa demorarum pouco para chegar a estas concluses, ambos os fatos iro ocorrer. No percebendoesta verdade, o senhor pensa que realizou algo grandioso e perfeito, que seu feito serpermanente. Mas, no assim. Estes defeitos que mencionei sempre prevalecero ao final."

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    Esta a situao das pessoas que se esquecem da morte e pensam que seus trabalhos ousua reputao sero permanentes. Somente ao se concentrar no atma, voc serpreenchido de contentamento e sentir alegria e bem-aventurana sem fim. Ao possuir estapaz e contentamento permanentes, voc estar estabelecido numa manso que jamaispoder ruir; pois, nessa hora, voc estar residindo no atma, seu imutvel ser eterno.Somente o atma possui valor durvel. No h nada que possa ser comparado a essamorada. Ao contrrio das manses que voc encontra no mundo, ele perfeito e

    permanente, livre de todos os defeitos. Portanto, voc deve reconhecer a verdade de que,neste mundo, tudo impermanente. Mantenha a sua viso e a sua concentrao no atmapermanente. Engaje-se constantemente na prtica espiritual a fim de obter esta viso internae permanecer sempre satisfeito, inalterado pelos afazeres do mundo.

    O Atma Nunca Nasce, O Atma Nunca MorrePara eliminar a confuso de Arjuna sobre o papel externo e a verdadeira identidade dele,Krishna disse: "Arjuna, voc est perturbado porque pensa que vai matar algumas pessoas.Voc perdeu de vista a verdade que forma a base de todos os seres. Saiba que voc o serimortal. E, embora os seus parentes tenham se engajado em ms aes, eles soessencialmente o mesmo ser imortal. Ento, quem ir morrer e quem ir se engajar em

    matana? Voc, que o atma, no matar. E seus parentes, que so o mesmo atma, nosero assassinados por voc. A morte se relaciona ao corpo fsico, no ao ser real. O atmano pode ser morto. O atma nunca nasce. O atma nunca morre. Somente ao compreender epraticar esta verdade, voc estar seguindo os sbios ensinamentos e executando o seudever no afetado pelos resultados. Reconhea a imortalidade do atma e lute para preservara retido. Ento, voc agir em harmonia com a vontade divina e estar imerso na pazinterior, mesmo no calor da batalha. Ao reconhecer o princpio do atma, percebendo a suanatureza permanente; voc saber que no pode haver qualquer tipo de defeito ou falhaneste princpio. Ento, nenhum distrbio poder surgir em sua mente e, jamais, dvidaalguma ir perturb-lo."Tudo isto deve ser compreendido em seu significado mais profundo. Estas declaraes deque uma pessoa no mata e outra no ir ser morta so aceitas rapidamente com valornominal pela maioria das pessoas que lem a Gita. Contudo, elas no tentam entender osignificado mais profundo destas afirmaes que so baseadas no princpio da naturezaimortal e imutvel do atma. Se procurar perceber como as pessoas esto praticando esteensinamento, voc ver que elas no o esto praticando de forma alguma; embora repitamabertamente todos os versos e at mesmo dem palestras sobre estes versos a outraspessoas. Eis aqui um pequeno exemplo disto.Havia um certo caador, um homem muito mau, que havia matado um grande nmero deanimais. Sua matana logo cresceu e passou a incluir os seres humanos. Ele comeou aassassinar todas as pessoas que passavam pela floresta e apareciam a sua frente a fim de

    roubar o que quer que estivessem carregando. Ao ser preso e declarado culpado, o juizdecidiu sentenci-lo morte por enforcamento como punio por todos os crimes horrveisque ele havia cometido. Foi anunciado que a sentena seria lida na corte no dia seguinte.Quando foi trazido corte para ser sentenciado, este criminoso trouxe com ele uma cpia daGita que mantinha em seu bolso. O juiz declarou que, s 7 horas da manh seguinte, eleseria enforcado. No entanto, nessa hora, muito atrevidamente, o criminoso falou: "Por que osenhor est me infligindo uma punio to drstica?" O juiz respondeu: "Esta sentena estsendo dada por voc ter assassinado muitas pessoas inocentes."Nessa hora, o condenado tirou a Gita de seu bolso. Ele a mostrou ao juiz e disse: "Senhor,de acordo com esta sagrada escritura, eu no sou o assassino daquelas pessoas e elastambm no foram mortas!" E adicionou descaradamente: "Como o senhor pode negar

    estas declaraes feitas pelo prprio Deus?" Bem, o juiz era to engenhoso quanto estehomem. Sem um momento de hesitao, o juiz disse: "Sim, certamente, verdade que vocno matou, nem aquelas pessoas foram mortas. Do mesmo modo, no que diz respeito ao

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    meu julgamento, eu no o estou matando, nem voc ser morto. Todavia, o enforcamentoocorrer amanh s 7 horas da manh."

    Reduza os Seus Desejos e Lembre-se doAtmaVoc no pode usar a Gita para alterar as circunstncias a fim de servir a sua convenincia.Voc deve praticar as verdades que esto contidas nas grandes declaraes feitas na Gitaaps ter percebido o significado interno destas. A Gita no foi ensinada apenas a Arjuna.

    Este sagrado ensinamento foi dado a todas as pessoas nascidas na Terra. A Gita foi dada aomundo inteiro por meio de Arjuna. Arjuna o representante de toda a humanidade. Estesensinamentos, que foram dados ao representante da humanidade, so aplicveis ahumanidade como um todo.Para seguir estes ensinamentos, voc deve reduzir gradualmente os seus desejos evontades e obter um entendimento do princpio do atma. Isso ir lhe proporcionar umpermanente estado de contentamento. Examine a sua vida para perceber se voc estpraticando estes ensinamentos em suas atividades dirias. Apenas memorizando os 700versos da Gita, voc no ser capaz de experimentar as grandes verdades que l estoocultas. Estas verdades mais profundas iro se revelar nas circunstncias de sua vida diria.L, nas situaes do dia a dia, voc ser capaz de experimentar diretamente estas

    verdades. Voc deve entender claramente as qualidades que devem ser praticadas nocumprimento de seus deveres. Voc deve reconhecer como cada uma destas 26 qualidadesir ajud-lo a alcanar o seu objetivo e, em seguida, dever aplic-las em sua vida diria.Portanto, mantenha seus desejos e sua ganncia sob controle e esteja sempre satisfeito.Este fato far voc obter o amor de Deus. Sua profisso de amor a Deus no o bastante.O fato de amar a Deus no de muita utilidade a menos que voc tenha o amor dEledirigido a voc. Voc deve aprender como obter o amor e a graa dEle. No h razo paragritar e afirmar que Deus lhe pertence. Voc deve aspirar a ouvir de Deus a afirmao deque voc pertence a Ele. Essa a coisa mais importante que voc deve conquistar nestavida.Deste momento em diante, desenvolva as qualidades sagradas que iro evocar estapreciosa declarao do amor do Senhor e, assim, santifique a sua vida.

    Captulo 24Tolerncia e Pacincia - O mago da Prtica EspiritualDe todas as caractersticas nobres que um devoto deve possuir, nenhuma mais vital do que a pacincia. Ao possuir pacincia, voc brilha com umaserena qualidade bondosa que permanece inalterada sob quaisquer

    circunstncias. Quando voc possui pacincia, no importando como osoutros o tratem sejam eles cuidadosos e amigveis, ou hostis, ouindiferentes voc sentir somente amor por essas pessoas.

    Encarnaes do Amor,A pacincia o mago de toda a prtica espiritual. Trata-se de uma qualidade que todos osaspirantes espirituais devem conquistar durante a vida. A pacincia o prprio esplendor, apenitncia, o sacrifcio e a retido do verdadeiro sbio, dos grandes mestres e das grandesalmas. A pacincia a sabedoria e o amor incomensurvel destes seres. A pacincia aessncia da no-violncia, da compaixo e da profunda felicidade deles. A pacincia acaracterstica de todos os grandes seres. Na verdade, a pacincia tudo. Sem pacincia,

    no possvel perceber a verdade do atma para manifestar a eterna e sempre luminosapresena divina que, sem diminuir, brilha em voc.

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    Realize oAtma Atravs de Sua Experincia DiretaEnquanto julgar que seu corpo real e a sua divindade, irreal; voc no compreender oprincpio do atma. Enquanto se identificar com seu corpo e no com a sua verdadeessencial, seu ser real, voc no ser capaz de obter a experincia direta de sua divindadeinterna. O atma foi descrito de muitas formas, mas voc pode compreend-lo apenasatravs da sua experincia direta.Algum pode lhe descrever a deliciosa doura do nctar da manga em elaborados detalhes

    e com grande entusiasmo; mas, a menos que prove o nctar e o experimente diretamente,voc no poder apreciar a doura nica desta fruta. Quando o nctar est em sua lngua evoc se deleita com o sabor deste, ento voc compreende o que significa essa doura. Domesmo modo, a menos que voc busque a experincia direta do Senhor, a menos que vocse engaje em prticas espirituais e desenvolva as qualidades nobres que so queridas aoSenhor, voc jamais poder saborear a doura divina que surge do atma.Qual o caminho para a imortalidade? a remoo da imoralidade. Swami tem dito istofreqentemente. Somente ao remover a imoralidade de seu interior, voc ser capaz deobter a imortalidade. Quando remover as fraquezas tais como o cime, o dio, a raiva, oorgulho e todos os outros males que tm obscurecido a sua verdade; ento voc ser capazde desfrutar a fora da invarivel presena da divindade dentro de voc. Somente ao

    encarnar uma ou duas das 26 virtudes que foram mencionadas na Gita, ao compreender oprofundo significado destas virtudes, pratic-las e torn-las parte de sua vida diria; ento,ser possvel voc perceber a natureza imortal do atma. Dentre as muitas qualidadesvirtuosas que um devoto pode desenvolver, a pacincia est no mago de todas.

    Voc Obtm Pacincia Por Meio de Circunstncias DifceisA pacincia no pode ser aprendida em livros. Nem mesmo pode ser adquirida pelosensinamentos de um guru. No algo que se possa comprar num bazar. Somente aderindofielmente a sua prtica espiritual, estando sob circunstncias tentadoras, voc poderadquirir a pacincia. Somente quando voc est sob teste, em situaes cheias deproblemas e dificuldades, o cultivo da pacincia ocorre. Nessas circunstncias de teste, asfraquezas que esto escondidas dentro de voc mostraro suas horrendas faces. Estasfraquezas iro se manifestar em voc como raiva, medo, arrogncia, dio e muitos outrosmales que encobrem a sua verdade essencial. Nessas horas, voc deve reconhecer estasfraquezas e ficar acima delas. Qualquer ao que voc deva executar, essa a maisapropriada situao. Seu estado interno no deve ser afetado nem se arraigar na paz e noamor que oscilam. Esta a prtica da pacincia.Caso no tenha desenvolvido a pacincia, ento voc sofrer muita infelicidade e falta depaz em sua vida. Sem pacincia, voc pode tomar caminhos nocivos e perversos. Assim, essencial que voc reconhea a importncia da pacincia. Toda a educao, fora e renomeque voc possa ter adquirido sero inteis se voc no possuir pacincia. Houve vrias

    pessoas excelentes que adquiriram grandes poderes atravs de penitncia, mas elas eramincapazes de apreciar os frutos de sua penitncia por lhes faltar pacincia. A falta depacincia fez grandes eruditos perderem seu prestgio. A falta de pacincia a razo maisfreqente da perda de reinos por parte dos reis que os governam. A pacincia a jiabrilhante que adorna o ser humano. Se esta importante qualidade for perdida, voc sofrerincontveis problemas e pesares. Portanto, desenvolva a pacincia. Esta virtude essencialpara o seu progresso espiritual. Sem esta qualidade, voc ir se arruinar.Cultive a pacincia atravs da rdua prtica de se colocar em teste nas circunstncias muitodifceis. A pacincia a sua proteo vital. Ao estar munido de pacincia, voc no serincomodado pela tristeza, por dificuldades, problemas ou situaes inesperadas. No hnada de extraordinrio em retornar o bem pelo bem, mas fazer o bem em retorno ao mal

    uma qualidade extraordinria. O que significa fazer o bem todo o tempo, no importando sea ao que lhe dirigida certa ou errada? Quando voc est estabelecido em sua verdadeessencial, quando voc est em contato com sua realidade, voc no pode fazer nada almde dar a resposta adequada sob quaisquer circunstncias; e esta resposta vir do infinito

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    reservatrio de bondade e amor que a sua natureza imutvel. A prtica de tal virtuderequer muita habilidade e coragem, e um sincero comprometimento com a verdadeessencial da nica divindade presente em todos os coraes.No importando o quanto as outras pessoas possam critic-lo, no importando o quanto elaspossam enfraquec-lo e conden-lo, voc nunca deve perder a pacincia; voc devepermanecer imperturbvel e continuar a desfrutar a paz interna. Quando outros ocensurarem, o que voc perder voc que, em sua essncia, imortal? Como essas

    pessoas podem ter a possibilidade de prejudic-lo? Quando voc possui pacincia e estestabelecido em sua natureza divina, como algum pode diminui-lo? Como algum podeafetar a sua verdade essencial que invarivel em quaisquer circunstncias? Mas, seperder a pacincia e esquecer sua verdade devido fraqueza, ento voc est sujeito a umsofrimento sem fim e ser privado de tudo.

    A rvore, o Rio e a VacaH trs importantes expresses da natureza que so muito teis ao homem. Estas so arvore, o rio e a vaca. Sem rvores, rios e vacas, a humanidade no seria capaz defuncionar muito bem. Qualquer que seja a violncia feita contra uma rvore, seja qual for aquantidade de problema que lhe seja dada ao cortar os seus galhos e pegar parte de sua

    madeira; a rvore continua a dar proteo contra a chuva e contra o sol a qualquer pessoaque se abrigar sob ela; alm disso, ela tentar continuar dando alegria a essa pessoa. Asrvores tm feito o bem s pessoas dando frutas, flores e combustvel; mesmo que emretorno a pessoa possa ter-lhe causado dano.No caso dos rios, no importando o quanto eles sejam poludos pelas pessoas, noimportando de que maneira as pessoas usem e abusem sem mostrar gratido alguma aeles; ainda assim, eles continuaro a servir a humanidade trazendo as frescas guas dalmpida regio montanhosa. E mesmo servindo a todos, a concentrao deles est emalcanar o oceano que a morada e o objetivo. As guas dos rios do vida humanidade.Utilize voc as guas prstinas para bom ou mau uso, os rios no se importam. Elescontinuaro a servir enquanto retornam ao lar, sua origem bsica.Em seguida, h as vacas. Elas negam leite a suas prprias crias a fim de fornecer leite humanidade. Elas do livremente este alimento to bom e nutritivo ao homem. Quaisquerproblemas que voc possa dar a uma vaca, ela sempre ir dar a voc leite doce, noamargo. Assim, as vacas tambm tm feito somente o bem humanidade; ao passo que ahumanidade pode estar dando todos os tipos de problemas s vacas. Os homens podembat-las ou encarcer-las, podem negar alimento ou maltrat-las; mas as vacas mantm suadisposio interna calma e continuam a servir sob quaisquer circunstncias. A rvore, o rio ea vaca: estes trs so bons exemplos desta excelente qualidade da pacincia.

    H Momentos em que Voc Deve Impedir a Pacincia

    Contudo, s vezes, os sinais exteriores da pacincia devem ser ajustados para fornecer aresposta adequada a uma determinada situao. Embora deva ter a pacinciaprofundamente arraigada em seu corao todo o tempo, voc no deve demonstr-la emtodas as circunstncias que surgem no mundo. Ao praticar a pacincia, voc deve examinarcuidadosamente as circunstncias que demandam e empregam discernimento. Na histriaindiana, bem sabido que um odioso invasor ameaou o reino do norte e deu muitosproblemas ao bom rei. Este impiedoso assaltante invadiu o pas 17 vezes. Sempre quechegava, ele causava destruio generalizada no pas e levava grande quantidade deriqueza. Ele colocou uma populao inteira em inmeras dificuldades e proporcionougrandes perdas. Apesar disto, quando o rei capturava seu inimigo, ele o desculpava e opermitia retornar a seu pas de origem.

    O bom rei, a quem faltava o adequado discernimento, perdoava seu cruel inimigo por causado corao generoso que possua. Sempre que o rei vencia o inimigo e o bandido derrotadopedia perdo e proteo, o bom rei o desculpava e o mandava de volta para casa sem infligirqualquer punio. Mas o invasor sem corao no demonstrava gratido alguma. Ele

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    absolutamente no se arrependia, tratava-se de uma pessoa perversa que alimentava seudio contra o rei e sua ganncia para conquistar o reino. No momento em que o invasor eralibertado e mandado de volta a seu prprio pas, ele tornava a invadir novamente.Finalmente, por meio de uma fraude, ele conseguiu prender o bom rei. Sem misericrdia, elearrancou fora os olhos do rei. Voc no deve demonstrar pacincia a pessoas ingratas comoessa, que so vingativas como serpentes. Voc precisa de usar o discernimento e responderapropriadamente.

    Quando Usar a Pacincia e Quando Esta ImprpriaNo grande pico Mahabharata, que narra a Guerra da Retido entre os irmos Pandava eseus primos perversos, descrito um incidente no qual Arjuna arrastou o assassino de todasas crianas de Draupadi at ela, que era a esposa dos cinco irmos Pandava. Os Pandavastinham acabado de ganhar a guerra quando a ao horrenda foi cometida. Apesar deDraupadi estar cheia de pesar, ela mostrou a Arjuna as circunstncias em que uma pessoam deve ser perdoada. Draupadi disse a Arjuna que no era apropriado executar umapessoa que se encontrava subjugada pelo medo; ou uma pessoa que estava humilde epenitentemente implorando misericrdia; ou uma pessoa que havia perdido sua sanidade ese tornado louca; ou uma pessoa que tenha agido durante inconsolvel tristeza; ou mulher e

    criana, em geral, mesmo que meream tal punio. Em tais casos, apropriado demonstrarpacincia e trat-los misericordiosamente.No entanto, para pessoas que so repetidamente ingratas e maliciosas, que no searrependem e so indignas de confiana, no adequado demonstrar pacincia. Voc develidar com essas pessoas de maneira firme, de acordo com as circunstncias. Contudo,lembre-se de que todas estas aes se relacionam somente a sua vida externa no mundo.Em seu corao, voc nunca deve perder seu tranqilo estado interno de pacincia. Para asua vida espiritual, a pacincia uma qualidade essencial para alcanar o estado divino;voc deve pratic-la assiduamente.No caso de Jesus, voc tambm pode perceber a qualidade da pacincia altamentedesenvolvida nele. Havia 12 discpulos vivendo e viajando com ele. Jesus ofereceu-lhes todoo amor e compaixo, toda proteo e abrigo. Mas um deles, Judas, era tentado pelo dinheiroe se tornou um traidor de seu mestre. Apesar da infidelidade de Judas, Jesus permaneceutranqilo e continuou a estender seu amor a Judas. No h qualquer necessidade de vocorar a Deus para que tais pessoas sejam punidas. Assim era o caso de Judas, seus prpriosatos iriam lev-lo runa. Quaisquer aes ms que uma pessoa cometa, os frutos dessasaes devero ser suportados apenas por ela. Ningum pode escapar dos frutos de suasprprias aes. Voc pode no ser capaz de prever quando e sob quais circunstncias apessoa sofrer as conseqncias, mas certo que o sofrimento vir em algum momento.Em ambos os grandes picos indianos, o Ramayana e o Mahabharata, esto descritosvrios exemplos que mostram como as pessoas sofreram, no final, quando elas no

    exerceram a pacincia. Considere o grande sofrimento por que os cinco irmos Pandavapassaram tendo que ir floresta e viver de razes e folhas por causa da ao precipitada doirmo o mais velho, Dharmaraja, ao aceitar um desafio para jogar um jogo de dados.Dharmaraja, como rei, sentiu que seu correto dever era responder ao desafio e, emborasoubesse que o jogo estava fraudado contra ele, to ansioso que estava para defender asua honra, ele ignorou as instrues dadas por Krishna e o conselho dado por seus irmos.Com a determinao de ser honesto a seus princpios, ele se precipitou na jogatina e teveque sofrer as conseqncias. Como resultado, ele e os irmos perderam o reino e forambanidos para a floresta por quatorze anos sofrendo privaes e dificuldades inenarrveis.Todas estas conseqncias ocorreram somente por causa da pressa e falta de pacincia deDharmaraja.

    Voc descobre que at mesmo uma grande alma como Rama, s vezes, no tinha pacinciasuficiente. No fim do Ramayana, h o incidente em que Rama, depois de ouvir as crticas ecomentrios de um servial sem valor, decidiu imediatamente banir Sita do reino. Mais tarde,ele sofreu as grandes dores da separao. Mas Rama era o avatar de sua era, a

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    encarnao de todos os princpios divinos. No caso da divindade, haver sempre umsignificado e um propsito mais profundo para as aes do avatar. Ainda assim, ao tentarcompreender as aes de Rama num sentido mundano; voc pode perceber que, por perdera pacincia, Rama baniu Sita e teve que sofrer depois. Obviamente, quando as pessoas quefazem somente o bem e vivem apenas para o bem-estar coletivo experimentam inmerosproblemas, elas sofrero seus problemas com benevolncia. Desta forma, elas agem comoum exemplo e ensinam o valor da pacincia e tolerncia ao sofrer apuros no mundo.

    A Pressa e o Atraso Excessivos So Dois Extremos a Serem EvitadosAs qualidades da pacincia e tolerncia devem ser usadas com grande discernimentodependendo das condies e das circunstncias. H circunstncias em que voc possuiuma justificativa para agir rapidamente. Voc deve sempre pensar adiante e estar ciente dasconseqncias daquilo que faz. Sob determinadas circunstncias, exercer a pacinciairrestrita pode levar a grandes problemas mais tarde. Na maioria das situaes, a pressa criaproblemas. Contudo, se voc for demasiadamente lento, isso tambm pode criar problemas.Diz-se que o atraso excessivo pode transformar nctar em veneno.A lentido e a pressa so dois extremos. Por um lado, se voc for demasiadamenteapressado, suas aes podem ser fatais; mas, se voc atrasar demais, elas tambm podem

    ser nocivas. Assim, voc deve usar seu poder de discriminao e exercer a pacincia nograu adequado s circunstncias. Se primeiros socorros tiverem que ser dadosimediatamente, ou se voc estiver atendendo a uma pessoa que esteja muito doente e quepode perder a vida em poucos minutos se o remdio no for dado; ento, voc deve agirrapidamente. Em tais situaes no deve haver qualquer atraso. O atraso seria prejudicial.Voc deve agir com rapidez e fazer o que adequado.H tambm circunstncias em que voc se defronta com pessoas que so ms e queadotam posturas nocivas. Nessa hora, pode ser necessrio que voc advirta essas pessoase as corrija ou, por outro lado, lide com a situao. Neste caso, perder aparentemente apacincia pode ser seu melhor recurso. Freqentemente, tudo que necessrio apenasmudar o tom de sua voz um pouquinho. Isto no significa que voc perdeu a sua qualidadeinterna da pacincia. Mesmo se elevar o tom de sua voz e parecer estar irritado, voc aindapode manter a santidade de seu corao e no perder a sua paz interior.

    Aderir Verdade o Mesmo que Praticar a PacinciaSeguindo o caminho da verdade, voc estar naturalmente praticando a pacincia. Emquaisquer circunstncias, sempre se aferre ao caminho da verdade. No entanto, s vezes,voc pode ter que mudar o tom e o volume de sua voz de maneira a lidar adequadamentecom uma situao difcil. H uma histria bem conhecida no Mahabharata. Ashvattama, queera o filho do professor dos Pandavas e de seus primos cruis e tambm um dos trsguerreiros restantes no lado oposto, fez um juramento solene e poderoso na ltima noite da

    guerra: ele usaria toda a sua fora e poder de penitncia acumulado para destruir os irmosPandava antes que o Sol surgisse na manh seguinte.Krishna, naturalmente, sabia da resoluo assassina de Ashvattama e tambm conhecia aconsidervel riqueza de poder espiritual dele para levar essa resoluo a cabo. Portanto,Krishna, devido a seu profundo amor pelos Pandavas, tomou algumas medidas paraproteg-los. Era perto de meia-noite e Ashvattama tinha sido incapaz de encontrar osPandavas. Krishna sabia que Ashvattama iria ao onisciente sbio Durvasa e perguntariaonde os Pandavas estavam. Agora, um grande sbio como Durvasa jamais mentiria. Ele erabem conhecido por sua raiva, mas a raiva dele era usada somente para proteger a retido eextinguir os fogos da maldade e perversidade. Mesmo em sua raiva, ele iria aderir verdade; mas, freqentemente, ele mudaria o volume e o tom de sua voz conforme

    declarava essa verdade.

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    Voc Pode Ter Que Levantar Um Pouco o Tom de Sua Voz Para Dizer a VerdadeNesta noite, em particular, Krishna foi ver Durvasa. Durvasa estava extremamente feliz porreceber Krishna. Durvasa disse a Krishna quo imensamente abenoado ele se sentia porser honrado com a visita do Senhor. Ele perguntou a Krishna: "Swami, por favor, diga-mequal o propsito de Sua visita?" Krishna respondeu: "Durvasa, Eu preciso de sua ajuda."No fundo do corao, Durvasa estava enlevado pelo fato de Krishna, que era o protetor eSenhor de todos os mundos, t-lo abordado para pedir ajuda. Mas, mesmo para isto, h um

    limite. Durvasa, que era extremamente inteligente e sabia tudo, disse a Krishna: "Swami, euestou preparado para dar qualquer ajuda de que o Senhor precise, mas eu no estoupreparado para mentir." Krishna disse a Durvasa: "Eu sou o morador interno do corao detodos os seres. Eu naso repetidas vezes a fim de proteger o dharma, para salvaguardar aretido. Como poderia Eu jamais pedir que voc dissesse uma mentira? Dharma significaconduta correta, sua prpria base a verdade. Certamente, Eu jamais pediria que vocdissesse uma mentira." Durvasa respondeu: "Neste caso, eu estou pronto para fazer o quequer que o Senhor diga. Qual o Seu plano, Swami? Eu irei execut-lo."Krishna pediu que fosse cavado um buraco fundo no qual caberiam cinco pessoas. Emseguida, Krishna disse aos Pandavas para entrarem nesse buraco. Tbuas de madeiraforam colocadas sobre o poo para cobri-lo completamente. Um tapete foi posto sobre essas

    tbuas e a cadeira de Durvasa foi, ento, colocada por sobre o tapete. Krishna pediu aDurvasa para se sentar na cadeira. Ele disse a Durvasa: "Ashvattama vir lhe perguntaronde os Pandavas esto. Voc deve dizer a verdade. Mas, ao dizer a verdade, voc deveapenas mudar o tom de sua voz um pouco." Como previsto por Krishna, Ashvattama veio.Oferecendo suas saudaes ao sbio, ele perguntou a Durvasa: "Swami, o senhor sabe tudoem todos os trs mundos. Por favor, diga-me onde eu posso encontrar os Pandavas?"Durvasa fez como instrudo por Krishna. Ele disse a verdade. Ele disse a Ashvattama: "OsPandavas, no ? Os Pandavas, no ? Sim, eles esto aqui! Certamente, eles estoaqui!ELES ESTO BEM AQUI SOB OS MEUS PS!"Quando Durvasa, fingindo estar muito irritado, disse a Ashvattama que o Pandavas estavamprecisamente sob ele; Ashvattama ficou muito assustado. A raiva de Durvasa era bemconhecida e muito temida. Ashvattama pensou que, em vez de matar os Pandavas, elemesmo poderia ser morto pelo poder da yoga de Durvasa bem ali naquele momento.Repentinamente subjugado pelo medo, ele foi embora. Durvasa tinha dito a verdade.Mantendo sua prpria integridade e estatura de um grande sbio, aderindo verdade, eleseguiu os comandos do Senhor para dar proteo s boas pessoas. Contudo, ele mudou umpouco o impacto levantando o tom de sua voz.

    As Qualidades Negativas Devem Ser Desarraigadas e DestrudasVoc deve ter a tolerncia e pacincia; mas, ao mesmo tempo, voc deve saber sob quaiscircunstncias e de que maneira us-las. Como ns mostramos, h as situaes em que

    voc deve ajustar sua atitude externa de pacincia. Voc precisa usar seu discernimentopara saber como e quando expressar a qualidade da pacincia, a qualidade que deve estarsempre firmemente estabelecida em seu corao.A tolerncia e a pacincia so os indicadores de seu estado interno. Estas qualidades so osinstrumentos que voc utiliza para opor as qualidades negativas que esto em seu interior,os traos nocivos de carter que bloqueiam a percepo de sua verdade divina. Considerecomo um teste a habilidade de praticar a pacincia em circunstncias difceis. Nessas horas,as qualidades negativas escondidas dentro de voc iro levantar suas cabeas e tender a semanifestar em aes inquas ou prejudiciais. D boas-vindas a tais situaes difceis comodesafios e oportunidades para descobrir e destruir estas qualidades negativas. Voc faz istoatravs de sua tolerncia, pacincia e conteno; quando, de outro modo, seu impulso seria

    usar palavras ou realizar aes prejudiciais. Somente depois de obter pacincia e tolernciae estabelec-las firmemente em seu interior, voc desenvolver a paz e a equanimidadeinternas necessrias compreenso dos verdadeiros princpios da espiritualidade e dadivindade.

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    H muitas qualidades negativas que devem ser completamente evitadas por devotos. Emparticular, voc no deve ter qualquer apego, dio ou cime dentro de voc. Se possuirapego, dio e cime, mesmo que s um pouquinho; voc no poder progredirespiritualmente. O apego, o dio e o cime, e a raiva resultante, so os grandes inimigosdos devotos. Estes so opostos pacincia e tolerncia. Em seguida, ns estudaremosestas qualidades negativas e aprenderemos como desarraig-las completamente.

    Captulo 25Cime e dio - Pragas Gmeas que Destroem a sua PazA divindade una. Ela eterna, imutvel e perptua. Ela o moradorinterno de todos os corpos. Como o morador interno dos corpos dos seresvivos, ela chamada de atma, o ser imortal. Como o morador interno domundo, ela chamada de Deus. Trata-se da nica divindade presente emformas diferentes. Assim como o ser fsico pode ser considerado o corpo doatma, assim, tambm, o mundo pode ser considerado o corpo de Deus.

    Encarnaes do Amor,

    O corpo impermanente, surge e desaparece; mas o morador interno do corpo permaneceo mesmo. Um outro nome para morador interno atma, o ser imortal, o esprito universalque forma a base de tudo que pode ser nomeado ou expresso em palavras. Trata-se danica entidade permanente e imutvel que permeia todo o espao e toda a matria, sendo abase de todos os seres vivos. Este ser pode ser chamado de Deus, atma, ou moradorinterno. OAtma, Deus e o morador interno so exatamente o mesma coisa. Eles so a nicadivindade.

    Descubra o Morador Interno Atravs da sua Prpria Prtica InternaAs sagradas escrituras fornecem diretrizes para se buscar e reconhecer o morador interno.No entanto, esses ensinamentos no sero suficientes para conhec-lo. Voc no podealcanar a divindade meramente estudando as escrituras. Usando as declaraes dasescrituras como a sua base, voc deve fazer um certo esforo para desenvolver a visointerna. As escrituras podem apenas mostrar o caminho. Elas so como placas mostrando adireo. Para alcanar o objetivo, voc deve percorrer o trajeto por si mesmo. Seguindo asdirees fornecidas, voc deve empreender e aderir inabalavelmente a esta viagem sagradaat que o objetivo seja alcanado. Para este propsito, a Gita exps o caminho.Na Gita, as direes da jornada comeam no dcimo primeiro verso do segundo captulo.Esse o comeo do ensinamento de Krishna. Este ensinamento comea com a regra: nose aflija por aqueles pelos quais no se deve afligir. Por quem no se deve afligir? Qual amaneira de evitar a aflio? O mestre da Gita declarou que no h motivo para se afligir por

    coisas que so impermanentes e transitrias. Os corpos e as personalidades soimpermanentes e transitrias. Todas as coisas do mundo so impermanentes e transitrias.Krishna disse: "Arjuna, toda a sua aflio por nada."

    As Cinco Caractersticas Que a Tudo CompeCada criatura desta mirade de seres que podem ser encontrados neste universomanifestado composta por cinco caractersticas bsicas:

    1. Cada uma . Ela existe. Possui a caracterstica de ser.2. Cada uma brilha com luz interna, possui brilho. Ela est naturalmente viva, comenergia.3. Cada uma tem um propsito mais profundo, uma razo para a sua existncia. Ela

    querida e tambm uma fonte de alegria.4. Cada uma tem um nome especfico, uma categoria ou designao.5. Cada uma tem uma dada forma, tangvel ou sutil. Ela possui uma caracterstica que adistingue.

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    Assim, estas so as cinco caractersticas encontradas em tudo que pode ser descrito. Setangvel ou intangvel, uma vez que algo concebido; ns podemos dizer que este algoexiste, brilha, tem uma finalidade, possui um nome e uma forma.Das cinco, as trs primeiras caractersticas compem a verdade eterna que jamais muda.Esta a realidade permanente. o atma, Deus, o morador interno, a divindade. Emsnscrito, conhecida como sat-chit-ananda, significando: existncia, conscincia e bem-aventurana. Para sat-chit-ananda, no h nascimento e no h morte. Sat-chit-ananda

    pode ser descrito como a marca ou a assinatura da divindade. As duas caractersticasrestantes falam do corpo da divindade. O nome e a forma so apenas transitrios e ilusrios.Na verdade, estes so apenas imaginao. Assim, das cinco caractersticas bsicas que atudo compe, trs formam a divindade subjacente que jamais muda; as outras duas so osnomes e as formas em mutao que compem o mundo.Perceba que todas as criaturas que voc v no mundo so irreais. Todas surgiram em algummomento e partiro em alguma hora no futuro; ou seja, esto sujeitas ao nascimento e morte. Estes seres podem ser comparados a parentes. Os parentes vm por um momentopara ficar com voc e depois vo embora. Eles no ficaro em sua casa permanentemente.Assim como os parentes, a alegria e a tristeza vm e vo. De maneira similar, tudo quepossui nome e forma impermanente. Para compreender a espiritualidade, voc deve

    perceber que todas as coisas criadas so transitrias e temporrias. Qualquer dia, estascoisas desaparecero; elas esto sofrendo constante mudana. Afligir-se por coisas que soimpermanentes certamente uma insensatez.Se deseja compreender as trs qualidades bsicas permanentes, voc deve desenvolverdeterminadas caractersticas e virtudes nobres. Como foi declarado por Krishna no captulosobre devoo, o aspirante que alcanou as 26 qualidades nobres muito querido aoSenhor. Mas no h necessidade possuir todas as 26 qualidades. Numa caixa de fsforos,voc encontrar um grande nmero palitos. Caso deseje fogo, voc no tem que riscartodos os palitos; somente um precisa ser riscado para fornecer todo o fogo que voc deseja.Se desenvolver uma ou duas destas virtudes de maneira completa em voc, ento as outrastambm iro se desenvolver por conta prpria. Contudo, estas devem se tornar uma parteindelvel e integral de seu ser antes que voc possa esperar compreender o princpio doatma. Lutando para adquirir estas virtudes, voc encontrar determinadas qualidadesnegativas em seu interior. So seus inimigos internos. Eles tentaro evitar que vocmanifeste estas qualidades virtuosas.

    Cime e dioNo captulo anterior, foram discutidas as virtudes da tolerncia e da pacincia. Agora, nsanalisaremos seus males opostos: o cime e o dio. O cime e o dio so ladres gmeos.Um no pode viver sem a companhia do outro. H um relacionamento inextricvel entreeles. Eles sempre iro se resguardar um no outro. O dio pode ser comparado a uma peste

    subterrnea e o cime pode ser comparado a uma peste acima da terra. Juntos, eles podemdestruir uma rvore. Imagine uma rvore muito verde, florescendo, produzindo frutos e muitoatraente de se ver. Quando as pestes entram nesta rvore, a mesma ir secar em poucosdias. Uma das pestes ir aos galhos e s folhas que esto acima, enquanto a outra atacaras razes embaixo. Enquanto uma estraga a beleza, a outra tentar destruir a prpria vida darvore. Estas pragas sero sempre companheiras.Assim tambm com o cime e o dio. Onde quer que haja cime, l estar tambm o dio.E, sempre que o dio estiver visvel, voc encontrar o cime espreitando invisivelmente portrs. O dio assume uma determinada forma. Este se manifesta de vrias maneiras. Ocime no possui forma alguma, permanece escondido abaixo da superfcie. Foi dito queno h pessoa alguma no mundo que no sofra de um pouco de cime; em qualquer

    pessoa, haver ao menos uma pequena tendncia ao cime. Para se certificar de que estecime e este dio no entrem em seu sistema, voc deve desenvolver o amor abnegado.Onde h um amor sem ego, no h lugar algum para o cime e o dio entrarem e se

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    apoderarem. Quando o cime e o dio so mantidos longe, voc pode ter a experincia dojbilo divino.A beleza uma forma de felicidade. Onde quer que haja beleza, voc tambm encontraralegria. Algo belo sempre uma alegria. O que beleza? O mundo fornece beleza a algo ouesta beleza j inerente ao objeto? Ns vimos como todas as coisas sofrem mudana.Considerando todas estas coisas mutveis, por quanto tempo podem permanecer belas?Somente o que permanente pode ser belo. A nica entidade permanente Deus; assim,

    somente Deus belo. No h nada no mundo que seja mais belo do que Deus. O devermais importante de um devoto beber o nctar de jbilo que emana dessa beleza. Paraabsorver e preencher-se com esta divindade to cheia de beleza, h a necessidade deadquirir determinadas virtudes. A fim desenvolver estas virtudes, voc ter que destruir asfraquezas e as falhas que se inflamam dentro de voc.

    Tendo Cime da DivindadeO cime pode at mesmo surgir em seu relacionamento com a divindade. Trata-se de umaforma de arrogncia onde voc tem mais considerao por si do que pelo Senhor e fica comcimes da ateno indevida que sente que lhe est sendo dada por Ele. H um exemplodisto no Mahabharata, o grande pico que narra a guerra entre as foras da retido e as

    foras do mal. Nesse pico, Arjuna lutou ao lado do bem e o Senhor Krishna era o seucocheiro. Durante essa grande guerra, Arjuna ficava sentado na carruagem atrs de Krishna,que era quem a dirigia. Momentos antes da guerra, Arjuna ouviu todos os ensinamentos quecompem a Gita sendo explicados e expostos por Krishna; mas ele ainda no estavainteiramente pronto a pratic-los. Ele sentiu que Krishna era uma pessoa maravilhosa, ummestre divino, mas ele no era capaz de compreender a completa divindade do Senhor.A grande guerra continuava e algumas das mais terrveis armas eram empregadas nocampo de batalha. Num determinado dia, Arjuna lutava contra o av, Bhishma, que era ogeneralssimo do lado oposto e considerado maior guerreiro daquela poca. Durante essaluta, vrios msseis poderosos e terrveis atirados por Bhishma entraram na carruagem deArjuna, mas no lhe causaram dano algum. Arjuna lutou brilhantemente o dia inteiro,empunhando habilidosamente seu arco enquanto dirigia a carruagem usando seus ps parapression-los contra os ombros de Krishna que iria, desse modo, dirigir os cavalos a fim devolver a carruagem para a direita ou esquerda.A fria da batalha no decrescia e nenhum dos lados ganhava superioridade at que,finalmente, ao fim do dia, Bhishma desmaiou em sua carruagem e saiu de cena. Nessa hora,Arjuna, esgotado mas triunfante, soprou sua concha para proclamar a vitria na luta em quetinha se engajado nesse dia. Arjuna, certamente, teve f na divindade; mas, naquelemomento, ele tambm se sentiu um pouco arrogante. Naquele momento de glria, ele sentiuser o responsvel pela vitria e que, apesar de tudo, Krishna no tinha lutado, mas apenasdirigido a carruagem.

    Foi aps o Sol se pr que eles volveram a carruagem em direo ao lar. Assim que acarruagem alcanou o acampamento dos Pandavas, Krishna parou a certa distncia dabarraca, se voltou para Arjuna e disse: "Arjuna, por favor, desa e entre na barraca." Arjuna,que estava um pouco ensoberbado, pensou consigo: 'eu lutei e venci a batalha hoje. Krishnaera apenas o cocheiro orientado por mim. Particularmente falando, Ele deveria descerprimeiro e abrir a porta para mim. Esse seria o protocolo correto.' E, assim, Arjuna disse aKrishna: "Eu penso que voc deveria descer primeiro." No entanto, Krishna insistiu: "No,Arjuna, desa primeiro." Enquanto isso continuava, Arjuna desenvolveu alguns pensamentosnegros e comeou a sentir um certo ressentimento em relao a Krishna.Arjuna disse a si mesmo: 'At aqui, eu tenho pensado que Krishna to eminente e,certamente, por eu t-Lo elogiado e expressado minha admirao, Ele est agindo assim

    agora, se considerando mais importante. Bem, trata-se de minha prpria falta. Mas a guerraainda continua, deve ser travada e eu preciso de Krishna. Assim, seria melhor se eu nodesenvolvesse qualquer sentimento desgastante entre ns. Discutir com Ele agora,certamente, no seria do interesse de ningum.' Dessa forma, muito relutantemente, Arjuna

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    desceu da carruagem. Depois de descer, ele ficou perto da carruagem. Krishna continuoupressionando Arjuna: "No fique ai. Entre na barraca." Sem qualquer alternativa, Arjunaentrou na barraca. Krishna pulou de imediato, saltando para longe da carruagem. Nomomento em que Krishna saiu, a carruagem inteira explodiu e foi reduzida a cinzas.

    A Divindade Jamais Possui Motivo EgostaArjuna e Dharmaraja, seu irmo mais velho, ambos observando de longe, ficaram pasmos.

    Arjuna perguntou a Krishna: "O que acabou de acontecer aqui? O que foi responsvel poreste espetculo?" Krishna respondeu: "Arjuna, ningum compreende Minhas aes. Comrelao divindade, nunca h qualquer presuno ou egosmo. A proteo de Meus devotos Meu nico interesse. O benefcio e o incentivo de Meus devotos o Meu nico desejo. Eumantive todas aquelas terrveis armas, que foram usadas por Bhishma e tinham entrado nacarruagem, inofensivamente sob Meu p. Enquanto Eu as mantinha sob Meu p, elas nopodiam exercer seus poderes sobre voc. Se Eu descesse primeiro, estas armas iriamdestrui-lo junto com a carruagem. Voc seria reduzido a cinzas. Inconsciente disto, vocpediu que Eu descesse primeiro."No momento em que Arjuna ouviu estas palavras de Krishna, ele percebeu seu prpriocomportamento arrogante e ignorante. Ele exibia todos os sinais de cime. Encontrar faltas

    na divindade e pensar ser maior do que Krishna pode ser visto como uma forma de cime.H vrios indcios importantes do cime. O cime aparece quando voc se encontra comuma pessoa que obteve uma fama maior do que a sua. Ou este ir se desenvolver quandouma pessoa possui mais riquezas do que voc. O cime tambm aparecer quando voc seencontrar na presena de uma pessoa mais bonita e elegante. Para o estudante, o cimeaparecer logo que houver um outro estudante que possua notas mais altas do que as dele.Desenvolver cime ao entrar em contato com pessoas que os superem em termos deriqueza, posio, beleza, inteligncia e outras qualidades uma fraqueza dos sereshumanos medocres.O cime no viver em voc sem prejudic-lo. No momento em que o cime entra, todas asvirtudes que voc cultivou por longo tempo, todas as grandes qualidades voc desenvolveuso destrudas. O cime arruina a natureza humana, fortalece a natureza animal e promovea natureza demonaca. O cime no possui qualquer escrpulo. O cime no olha para afrente ou para trs. Trata-se de uma qualidade to insidiosa que voc deve cuidar para queesta nunca se apodere de voc. Aprecie a prosperidade das outras pessoas. Aprecie oprogresso das outras pessoas. Aprecie o bem-estar dos outros. Aprecie a beleza das outraspessoas. Esta a verdadeira virtude. Este um dos ensinamentos mais importantes daGita. Desejar o bem dos demais uma qualidade louvvel que todos devem possuir.

    Domine o Cime e Voc Poder Conquistar Qualquer CoisaH uma antiga estria de uma devota que tinha a reputao de ser completamente

    equnime e livre de cime. At mesmo seu nome significava 'sem cime'. Quando os trsaspectos da divindade Brahma, Vishnu e Shiva os aspectos divinos de criao,preservao e destruio, vieram test-la: sua extrema pureza de corao pode subjug-lose transform-los em pequenos bebs. Ela se tornou como uma me para Eles. Diante dela,Eles permaneciam alegremente aninhados em seus braos.Os trs aspectos da divindade representam tambm as trs qualidades da natureza aativa, a passiva e a cclica que governam toda a vida fenomenal no mundo. Estas trsqualidades formam nossas experincias no mundo e os trs aspectos da divindade so osubstrato destas qualidades. Portanto, o significado mais profundo desta estria : quandovoc estiver livre do cime, tudo no mundo ser como um beb em seus braos. Voc ser ame, tudo buscar e ir atrs de voc. Na verdade, uma vez livre do cime, voc poder

    conquistar qualquer coisa.Contudo, no se pode enfatizar demasiadamente o fato que, ao possuir cime, este irdestruir todas as suas boas qualidades. Voc pode pensar que o cime ir destruir as outraspessoas; mas, de fato, este ir destruir voc, no os outros. O cime far de voc uma

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    pessoa doente. Voc no poder dormir bem. Voc no poder comer bem. Mesmo sendototalmente saudvel, uma vez que o cime tome conta de voc, ele far com que todos ostipos de doenas fsicas se manifestem em voc. como um consumo interior. Assim comoa tuberculose entra lentamente e o consome, assim tambm o cime o enfraquece sem vocperceber. Este pode entrar em voc de vrias formas e, por fim, ir destrui-lo.O cime uma doena viciosa a qual no se deve permitir obter um ponto de apoio emvoc. Voc deve sentir que Deus ir sempre abeno-lo com graa. Mesmo que voc esteja

    numa posio abaixo do que pensa merecer, voc deve ter prazer com a felicidade dasoutras pessoas. Voc deve ficar contente por ouvir as realizaes delas e no se sentir tristeapenas porque elas possuem coisas que voc no tem. O cime est em toda parte nestaera imoral. Este prevalece em todos os tipos de pessoas, tenham elas inclinao pelomundo ou pela espiritualidade. Na maior parte das vezes, por causa do cime que aspessoas perdem a paz mental e desperdiam suas vidas. Junto com o cime, a calnia e odio logo aparecem de maneira horrenda. Se voc for o alvo destas ms qualidadesmanifestadas em outras pessoas, sua melhor proteo a grande virtude da pacincia. Eisaqui uma pequena histria.

    A Pacincia Superar o dio

    Buddha andava pela zona rural pedindo esmolas. Ele estava se aproximando de uma vila.Muitas pessoas nessa vila tinham uma grande afeio por Buddha. Contudo, logo antes dealcanar os limites da vila, alguns jovens arruaceiros que vadiavam pela estrada comearama escarnecer dele. Um pouco surpreso com esta recepo, Buddha parou e sentou numarocha. Ele lhes disse: "Bem, cavalhe