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Saia do buraco

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Saia do buraco

Saia do buracoDescubra como dar a volta por cima de seus problemas

Rio de Janeiro, 2007

Beth Moore

Título originalGet out that pit

Copyright © 2007 por Beth MooreEdição original por Thomas Nelson, Inc. Todos os direitos reservados.

Copyright da tradução © Thomas Nelson Brasil, 2007.

Supervisão editorial Nataniel dos Santos GomesAssistente editorial Clarisse de Athayde Costa CintraTradução Bárbara Coutinho e Leonardo BarrosoCopidesque Joel FonteneleCapa Valter Botosso Jr.Revisão Margarida Seltmann Magda de Oliveira Carlos Cascardo Cristina Loureiro de SáProjeto gráfico e diagramação Julio Fado

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

M813s Moore, Beth, 1957- Saia do buraco : descubra como dar a volta por cima de seus problemas/ Beth Moore; [tradução Bárbara Coutinho e Leonardo Barroso]. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007. Tradução de: Get out of that pit ISBN 978-85-6030-359-5 1. Espiritualidade. 2. Conduta. I. Título.

07-3327. CDD: 248.4 CDU: 248.14

Todos os direitos reservados à Thomas Nelson BrasilRua Nova Jerusalém, 345 – BonsucessoRio de Janeiro – RJ – CEP 21402-325

Tel.: (21) 3882-8200 – Fax: (21) 3882-8212 / 3882-8313www.thomasnelson.com.br

Aos Tates e aos Weirs,

Por resistirem a uma overdose de intensas tentações ao buraco e confiarem na mão invisível de Deus.Obrigado por me fazerem sentir como parte da sua família e por me convidarem para compartilhar momentos tão ternos.Tornei-me uma pessoa melhor por ter conhecido todos vocês.

E especialmente à minha amada Kendall,que se recusa a desperdiçar um momento da sua vida em um buraco.Você, querida, é minha heroína. Beth a ama muito.

Sumário

Agradecimentos

Prefácio

Introdução

Capítulo um: Vida no buraco

Capítulo dois: Quando você é lançada no buraco

Capítulo três: Quando você escorrega para um buraco

Capítulo quatro: Quando você salta em um buraco

Capítulo cinco: Saindo do seu buraco

Capítulo seis: Os três passos para fora do seu buraco

Capítulo sete: Esperando em Deus por libertação

Capítulo oito: Decida-se

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Capítulo nove: Uma nova canção

Capítulo dez: Nosso futuro sem o buraco

Notas finais

Preces das escrituras

Guia de descoberta

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Agradecimentos

Eu nunca me recuperei da graça que Deus colocou na mi-nha vida estragada. Eu tenho tido uma vida de muitas lutas, e reconheço o valor inestimável daqueles que ele trouxe para com-partilhar comigo este ministério. O caminho que Deus escolheu para lidar com esta parte deficiente de mim foi me mostrar a ex-celência e a paixão santa daqueles que se mostraram dispostos a trabalhar comigo. De forma indireta, Deus me mostrou que, se pessoas como elas estão dispostas a doar seu tempo e energia a um projeto ou ministério, Deus deve estar preparando alguma coisa que vale a pena.

A quantidade de gente que botou a mão na massa é grande. E acabou sendo um projeto emocionalmente caro, assim como a maioria dos investidores em todas as áreas necessárias de editora-ção e edição tiveram a permissão de Deus para experimentar um convite misterioso para visitar o seu próprio buraco. Nós conse-

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guimos resistir porque Deus fielmente nos equipou e, no processo, nos apaixonávamos cada vez mais por esta mensagem. A vida é um convite para um buraco após o outro. É por isso que eu agradeço muito a Rob Birkhead, Betty Woodmancy, Barb James, Kris Bearss, Jennifer Day, Amy Williams e Scott Harris por fazerem essa men-sagem chegar às mãos das pessoas e a Laura Kendall pelo guia de perguntas que ajudará as pessoas a se envolverem.

Jeana Ledbetter, minha amada amiga, você levou a maior pancada enquanto estávamos sendo provadas e você soube resistir. Ninguém trabalhou mais duro neste projeto. Você é uma mulher excelente e Cristo está com você. Nós estamos unidas para sempre.

Sealy Yates, minha amigona. Realmente digna de confian-ça. Eu sou louca por você. Seus e-mails acabam se tornando devo-ções diárias para mim.

Joey Paul e Byron Williamson, vocês roubaram meu co-ração quando colocaram todos os seus esforços e correram todos os riscos que o livro missionário Voices of the Faithful traz. Vocês são os meus amados irmãos em Cristo. Sealy e Jeana podem con-firmar, eu nunca tive a intenção de publicar esse livro com outra pessoa. Este livro é de Beth, Joey e Byron.

Tom Williams e Leslie Peterson, obrigada pelo excelente trabalho editorial. Com certeza este livro se tornou melhor com vocês. E obrigada por não passarem uma serra elétrica no meu estilo enfadonho de escrever. Eu nunca disse que era uma boa es-critora. Eu sou apenas uma amante das pessoas. E uma apaixonada por Jesus.

Ao me aproximar da conclusão, deixo a parte mais pro-funda para o final. Estou profundamente agradecida aos meus co-laboradores do Ministério Testemunho Vivo. Não tenho idéia do que faria sem vocês. E não me façam tentar descobrir. Vocês são os meus melhores amigos no mundo.

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Agradecimentos

Eu sinto um nó na garganta só de agradecer a Amanda e Melissa, minhas amadas filhas. Eu posso imaginar a dificuldade de ter uma mãe que faz da vida dela, e conseqüentemente da vida de vocês, um livro aberto. Vocês me apoiaram muito enquanto eu contava todos os tipos de histórias sobre vocês. Vocês são jovens excelentes e a prova mais incrível da minha vida de que Deus res-tituiu os anos consumidos pelos gafanhotos.

Curt, meu genro querido, obrigada por se juntar à loucura; você é meu pregador favorito.

Keith, meu querido, você é meu verdadeiro parceiro neste ministério e certamente nesta mensagem. Mesmo depois de tudo que passamos, eu escolheria você novamente para chegarmos onde chegamos. Eu ainda sou muito apaixonada por você. Vamos ter muitos netinhos juntos.

E obrigada, meu fiel Salvador, por me tirar do buraco e por arriscar o seu nome por mim. Eu lhe adoro.

Prefácio

Estou honrado por minha esposa ter me escolhido para escrever este prefácio. Vocês logo entenderão por que só existe um escritor em nossa família. Eu conheci minha esposa há quase trinta anos em uma festa beneficente. Era de longe a menina mais bonita que havia por lá. E ainda é. Era o começo de um romance improvável que ninguém conseguia entender. As pessoas ficavam intrigadas porque nós não tínhamos nada em comum.

Quando eu tinha dois anos e meio, meu irmão de quatro anos, Duke, e eu, fomos atingidos por uma explosão e ficamos pre-sos em uma garagem em chamas. Uma ação rápida do meu pai sal-vou minha vida. Eu literalmente vi meu irmão queimar até a morte.

Beth teve o trauma dela quando era pequena. Nós dois ten-távamos entender o que aconteceu conosco. Ela procurava enten-der encontrando Jesus enquanto eu tentava achar a paz na psico-logia dos homens.

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Satanás entrou em nossa vida muito cedo. Eu acho que ele imaginou que poderia machucar mais pessoas nos virando de ca-beça para baixo do que nos matando de uma vez. O que Satanás quis por mal, Deus quis por bem. Ele fez arder nossas feridas de tal forma que estávamos dispostos a fazer qualquer coisa para quebrar o laço que nos amarrava. O nome era: alcoolismo, traição, abando-no, depressão, raiva, vício em sexo e tudo o mais que você puder imaginar. Nós lutamos pesado um com o outro na nossa própria versão do que a Bíblia chama de ferro afiado. Eu me machuquei tão profundamente algumas vezes que eu orava para Deus me deixar morrer se minha dor não pudesse ser usada para um bem maior.

Mas agora eu acho que vocês podem ver o que nós tivemos em comum trinta anos atrás. Nós fomos ambos feridos profunda-mente com muito pouca esperança de completude.

Mas Deus está no ramo da esperança. Ele renovou nossa mente e colocou a visão dele em todas as gerações de nossas fa-mílias. Eu tenho testemunhado a busca por Deus de nossas sobri-nhas, sobrinhos, irmãos e irmãs pela glória eterna. Nós recebemos nossa salvação em um momento, mas não devemos parar e viver na superfície. Como Filipenses 2:12,13 diz: “Ponham em ação a salvação de vocês... pois é Deus quem efetua em vocês tanto o que-rer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.” Nós te-mos que continuar a fazer as coisas com Deus até a libertação e o objetivo serem alcançados.

Eu sou um homem abençoado. Amo minha esposa. Ela é engraçada, esperta, bonita, ótima companhia e ama Jesus. Ela co-nhece as Escrituras de baixo para cima, de um lado para o outro, de trás para frente. E acima de tudo, eu adoro o modo pelo qual ela e o Espírito Santo se unem para ensinar e inspirar as pessoas a em-punharem a espada (Efésios 6:17) e retornarem à batalha da vida.

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Prefácio

Ela não é falsa. Eu posso dizer que ela é real. Um texano pode sentir de longe o cheiro de uma encrenca. Este livro é repleto de palavras e sabedoria. Junte-se a nós, pegue sua espada e volte à luta. Vale a pena lutar pela vida.

Keith Moore

Introdução

Algum tempo atrás, eu estava em uma fila para algo que meu editor de estudos bíblicos chamou de “encontre e cumpri-mente”. Lá, tive o prazer de abraçar pelo menos uns cento e cin-qüenta pescoços que faziam parte da platéia do grupo de estudos que acabáramos de concluir. Gargalhadas e testemunhos felizes encheram o auditório e preencheram meu coração. Quando abra-cei a última pessoa, minha mente estava girando com várias coisas que tinham sido faladas ao meu ouvido. Uma mulher perdeu re-centemente a filha de vinte e dois anos em um acidente de carro. De uma forma inimaginável, uma outra mulher tinha enterrado seu filho de três anos há pouco tempo. Em seguida, abracei uma mulher graciosa com um xale colorido escondendo as marcas do câncer de mama que havia se espalhado para o cérebro. Ao seu lado, estava a irmã, que fazia de tudo para a amargura não tomar conta dela. Depois, abracei alguém com uma disfunção alimentar.

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Saia d o buraco

Uma mulher de pastor cujo marido tinha sido afastado da igreja. Uma outra pessoa me entregou uma nota e sussurrou: “Leia, mas não agora!” O bilhete era um pedido de oração para ela se livrar de um vício antigo.

Eu olhei para fora da janela no meu vôo de volta para casa e tentava colocar tudo no lugar. Lá, por cima das nuvens e com a turbulência, eu segurava cartas entregues a mim para Deus e as abria como se elas pudessem ser melhor vistas nas alturas. Falei mais uma vez com ele o que eu vou lhe dizer: as pessoas estão ma-chucadas. Ele já sabia. E aposto que você também.

A vida pode ser insuportável e até esmagadora. A pura mag-nitude das preocupações pode pressionar nossa cabeça para baixo até, inconscientemente, nos levar para o buraco do desespero, um centímetro por vez. Algo tão terrível pode acontecer que nós con-cluímos que nunca ficaremos bem novamente. Nós podemos ficar tão mal que achamos que Deus preferia que ficássemos sob a terra e fora da vista dele. Mas se estivermos dispostos a deixar a verda-de falar mais alto do que nossos sentimentos, em uma duração suficiente para que nossos sentimentos finalmente se submetam, podemos ficar mais do que simplesmente legais. Nós podemos ser levados a um lugar onde o ar é fresco, onde o inimigo é derrotado, e a vista é maravilhosa.

A Bíblia nos ensina que não há causas perdidas. Não há moradores eternos de buracos, a não ser aqueles que se recusam a sair deles. Todas as pessoas podem conhecer a redenção completa de Jesus Cristo, o propósito da vida e a plenitude da alegria. Ne-nhuma vida será fácil, mas a mudança é um giro em volta da Terra que, na verdade, não significa nada. Eu estou certa de que, quando o último capítulo de cada história de vida for gravado no paraíso, as pessoas terão preferido viver a plenitude de seus dias com mais propósito do que sofrimento.

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Introdução

As palavras nos capítulos seguintes ainda estão comple-tamente frescas para mim; enquanto eu oro de todo o coração, elas se derramarão sobre você. Elas não são a repetição de alguma mensagem antiga. Cada estação da vida oferece uma nova lição, acrescenta uma nova perspectiva, e o velho fervor se acende inin-terruptamente. Eu acredito no que diz aquele refrão: “O amor re-dentor tem sido o meu tema e o será até a morte.” Deus não parou de mandar mensagens de saudações para o meu coração desde a primeira vez que respirei fora do buraco. Uma vontade insaciável, quase louca, queima em minha alma para ver todos os seres huma-nos viverem e preencherem o destino para o qual Cristo morreu e ressuscitou para nos ofertar.

Minha paixão na vida é encorajar as pessoas a virem e co-nhecerem o amor de Jesus Cristo através do estudo de sua Pala-vra. Minha mensagem de vida é a completa e gloriosa liberdade. Do jeito que só Jesus pode trazer. Eu não sei por que, mas nunca foi suficiente para mim ser livre. Quero que você seja livre tam-bém. Não é suficiente para mim conhecer a emoção da presença de Deus. Quero que você conheça também. Quero que você conheça o poder da sua Palavra que pode enfrentar cada vício, curar qual-quer aflição e destruir qualquer buraco. Quero que você conheça um amor que é melhor que a vida. Porque eu conheço.

E eu estava na pior.Eu lembro a primeira vez que ganhei um upgrade no meu

vôo. E eu não ganhei com o cartão de milhagens. Eles não tinham mais lugares na classe econômica e, como eu estava viajando sozi-nha, disseram que precisariam do meu lugar e me mudaram. Du-rante todo o vôo, eu estava tão entusiasmada que agi como uma criança de cinco anos. Eu ficava olhando para as pessoas à minha direita e à esquerda, dizendo: “Isso não é divertido? Você pode acreditar que nós estamos sentados aqui?”

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Mas eles podiam. Eu era uma deslumbrada para eles. Nem um pouco interessante. Durante todo o tempo que a aeromoça nos serviu, eu lutei contra o desejo devastador de saltar e ajudá-la. Se eu agradecesse uma vez, agradeceria mil. A cabine inteira estava saturada de mim quando chegamos ao destino. Fiquei sem um up-grade por um bom tempo. Acho que a companhia aérea enviou um memorando.

Acredite quando digo que ganhei um upgrade do buraco e também não o absorvi por inteiro. Embora já tenham se passado anos, ainda me sinto inebriada por isso. Penso nisso todos os dias. Carente da graça escandalosa de Deus, tudo que sei fazer com a sobrecarga é servir.

Eu estou escrevendo para lhe dizer que Deus já marcou o seu vôo para fora do buraco. E você vai precisar estar lá para esse compromisso. Minha prece é para que o que se segue sirva de iti-nerário. Sim, você está com uma oferta de upgrade nas suas mãos. Você realmente pode sair do buraco. Se você me der o privilégio, eu gostaria de ser sua aeromoça por um tempo. Eu já estive nesta viagem antes. É cheia de turbulências, mas o destino compensa. Obrigada por me levar com você.

Coloquei toda minha esperança no SENHOR; ele se inclinou para mim e ouviu o

meu grito de socorro.Ele me tirou de um poço de destruição,

de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha

e firmou-me num local seguro.Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus.

Muitos verão isso e temerão, e confiarão no SENHOR.

(Salmo 40:1-3)

Capítulo um

Vida no buraco

Você não tem que ficar lá. Mesmo que você tenha passado sua vida toda, pode colocar um fim nisso. Mesmo que você mereça o fundo do poço em que vive, ainda assim você não está grudada nele. Talvez você seja uma daquelas pessoas nobres que tentam fa-zer o melhor do seu buraco. Você fica imaginando porque não está satisfeito lá. Porque você não é maduro o suficiente para estar feliz lá. Não foi o apóstolo Paulo que nos disse para ficarmos contentes onde estamos?

Você já parou para pensar que talvez o buraco não seja um lugar onde você deva ficar satisfeita? Talvez devesse agradecer a Deus por não estar. Algumas coisas não foram feitas para serem aceitas. O buraco é uma delas. Pare de tentar fazer o melhor possí-vel. Está na hora de cair fora. Quando Cristo disse: “Venham, me sigam,” essas palavras eram o equivalente a sair. As leis da física dizem que, se você tenta ir a um lugar sem deixar um outro, você terá que se esticar muito. E isso não dá para fazer.

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Capítulo d ois

Não me leve a mal. Eu não estou falando em pegar e deixar um lugar físico — embora isso possa, no fim, se mostrar necessário. E se você for casada, Deus me ajude, não estou falando em deixar seu esposo. Estou falando em deixar um lugar muito mais íntimo do que o lugar em que você recebe a sua correspondência — estou falando de um lar sombrio do coração, da mente e da alma, tão perto e tão íntimo que, como a lama nos pneus, nós o arrastamos onde quer que nossas circunstâncias físicas nos levem.

Não importa onde vamos, um buraco sempre se encaixa. Em qualquer caminho nós podemos girar nossas rodas e jogar lama até cavarmos uma vala bem no meio de um bom emprego e um bom casamento. Logo, nossos corações afundam quando per-cebem que não estamos melhores na nova situação. O cenário à nossa volta pode ter mudado, mas ainda estamos vivendo no mes-mo buraco. Nós começamos a nos remoer para imaginar como vamos dar o fora em uma pessoa ou situação desagradável, quando a real solução é sair do buraco em que vivemos. O problema é que esse buraco pode ser tão pequeno que mal podemos vê-lo.

Meu marido, nossos dois cachorros e eu acabamos de che-gar em casa após uma viagem de mais de 2.700 quilômetros, “cos-turando” cinco estados como uma colcha de retalhos. Nós fazemos isso várias vezes ao ano. Beanie sempre fareja o ar-condicionado à procura de pássaros como em uma caçada (Beanie é um dos cães, não o meu companheiro) e Sunny nunca deixa de sorrir a não ser que ela tenha que se coçar. A alegria continua e as distâncias pas-sam até alguém ficar um pouco mal-humorado. Eu não vou citar nomes, mas Deus perdoa os lapsos e concede muitas misericórdias ao dar um descanso oportuno da estrada aberta. Ele nos presta diversos tipos de favores, como fazer um bar aparecer em lugares remotos, que me fazem pensar se eles realmente estão lá. Eu acho que eles são miragens que nunca encontraremos novamente em milhões de anos. Mas contanto que consigamos algum refrigerante,

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eu não ligo se tudo for obra da minha imaginação. Os melhores cappuccinos que já bebi no mundo foram em lugares inacredita-velmente remotos.

Infelizmente, nosso requinte de viajantes só vai até o nosso café. Quando você insiste em viajar pelo país com dois cães enor-mes, você economiza dinheiro em quartos de hotel. Na maior parte das vezes, ficamos em motéis de beira de estrada que têm núme-ros em vez de nomes. Não importa qual a rede, todos os quartos em promoção são quase idênticos, com camas de casal sem graça, cobertas com os mesmos lençóis azul-marinhos encomendados de um catálogo de 1972. As costuras já se desfizeram há muito tempo, e quando você se vira na cama seus dedos dos pés ficam embolados nos fios soltos. Eu durmo entre Keith (agora sim, meu marido) e Beanie, e, pelo som, cada um tem um septo desviado. Eu reajo ligan-do o ar-condicionado que, por sua vez, reage gelando e desligando.

Viajante de coração, eu ainda acordo feliz e começo minha rotina matinal abreviada. O xampu vem em um pequeno sachê individual que tenho que abrir com os dentes. Cuspo o que fica na boca e espalho o resto, rapidamente, na cabeça. Tenho muito cabelo, então não posso desperdiçar nem uma gota. Keith acaba tendo que usar o sabonete branco genérico no cabelo dele. Tende a deixar uma fina membrana. Mas é um pequeno preço para ele pagar pelo meu cabelo. Particularmente pequeno se comparado ao que ele paga para eu manter minhas luzes. Além do mais, ele pode usar um boné de beisebol.

As pessoas que sabem como nós viajamos às vezes me per-guntam por que não compramos um trailer. A resposta está em uma palavra: banheiro. O pouco espaço e a falta de ar fresco em um trai-ler fazem a presença de um banheiro... insustentável. Dizem que a gente se acostuma a isso, mas eu realmente quero? O que significa quando não mais notamos aquele cheiro? Não, na minha opinião, nós não fomos feitos para nos acostumarmos a certas coisas.

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Capítulo d ois

Como viver em um buraco.Mas, infelizmente, nós nos acostumamos. Podemos ficar

tão acostumados aos arredores do nosso buraco que nem pensaría-mos em seguir sem ele.

Vamos imaginar que há anos você vive em um trailer ve-lho tão pequeno que você não consegue esticar as pernas ou ficar em pé direito. Visualize a desordem de bagagem demais em um espaço pequeno demais. Imagine o odor inevitável daquele lava-tório apertado. Suas roupas até começam a cheirar como ele. Ou é seu cabelo?

Agora, imagine que lhe ofereceram uma casa novinha em folha. Uma de verdade com um alicerce sólido com armários enor-mes e espaços amplos. Você mal pode esperar para se mudar para lá. Cheia de ansiedade, você acelera o motor do velho trailer e o leva até a nova sala de estar, derrubando uma parede ou duas no caminho. Ah, finalmente! Um novo lugar para chamar de lar! Você se recosta no assento do seu trailer, respira fundo e procura sentir algo novo. Algo diferente.

Então você percebe: aquele suspiro profundo tinha quase o mesmo gosto daquele velho lavatório. Você tinha buscado uma mudança, mas sua alma afunda com a percepção de que, embora você esteja em um lugar novo, tudo parece e cheira assombrosa-mente familiar.

Por mais desencorajadora que esta percepção possa ser, ela pode vir a se tornar a melhor notícia que você ouviu o ano inteiro. Se ela a acorda para a possibilidade de que toda situação em que você se encontra parece um buraco, porque você está levando o buraco com você, então, acabou de descobrir algo que realmente precisa saber: você pode parar de dirigir para cima e para baixo naquele trailer fedorento. Esta é uma exceção gloriosa à regra do “se o sapato couber, calce-o”. Mesmo se o volante couber, você não tem que continuar a segurá-lo.

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Se percebe que é você que está dirigindo aquele trailer ve-lho, por favor, entenda que a última coisa que quero fazer é enver-gonhá-la. O único motivo pelo qual reconheço um habitante de um buraco móvel é que só um reconhece outro. Posso ter esbarra-do na única coisa na qual sou expert: vida no buraco. Quando se trata de buracos, acho que já vivi em todos os tipos imagináveis. Já fiz meu passeio, trocando um modelo por outro, da infância até a idade adulta. Um buraco foi meu inferno sempre presente em tem-pos de crises e problemas. E só consegui a audácia de escrever este livro porque não estou mais lá. Eu saí porque algo — alguém — funcionou para mim. Confie em mim quando digo: se eu posso sair, qualquer um pode.

Eu poderia ter mantido isto só para mim exceto por uma coisa que muitas pessoas me disseram recentemente. Vários me-ses atrás, Deus me atirou em sua Palavra para fazer uma análise do que um buraco é exatamente. Eu concordei e confiei, procurei todas as ocasiões em que o termo era usado, e me lancei no tra-balho. Lá nas Escrituras, Deus me mostrou três maneiras como podemos entrar em um buraco e duas maneiras como podemos sair. A mensagem me caiu tão bem que, nos meses que seguiram, passei adiante alguma forma dela em três reuniões bem diferentes. A primeira foi com um grupo de quatro mil mulheres, de todas as idades, na Califórnia. A segunda foi também com um grupo de milhares, mas agora só com universitárias. A terceira foi com uma platéia muito refinada em uma gravação para a televisão.

Lá pelo final de cada mensagem eu fazia as mesmas per-guntas. A primeira: “Depois de tudo que você aprendeu biblica-mente sobre um buraco, quantas de vocês diriam que já estiveram em um?” Nos três grupos, todas as mãos foram atiradas para cima. Não era de surpreender. A segunda pergunta: “quantas de vocês já entraram em vários buracos das três maneiras que eu disse?” Quase todas as mãos se levantaram, incluindo a minha. Pedi que

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elas fechassem os olhos para a última pergunta: “Quantas de vocês diriam que estão em um buraco agora mesmo?” Para minha sur-presa, uma maioria esmagadora de mãos tímidas se levantou — até a altura do ombro, para o caso de suas vizinhas estarem espiando.

Então, qual é a grande surpresa? Se eu gostasse de apostar, botaria todo o meu dinheiro que todos os três grupos continham a elite das mulheres que buscavam a Deus e seguiam a Jesus. Mui-tas delas tinham freqüentado estudos da Bíblia por anos. Muitas são consideradas bem-sucedidas por suas colegas. Outras as vêem como exemplos. Quanto às universitárias, um grande número sen-te o chamado de Deus em sua vida. Muitas são espiritualizadas... e infelizes.

Cheguei à conclusão de que muitas pessoas são mais in-felizes do que não. A grande maioria se acha mais derrotada do que vitoriosa. Se pressionadas, dezenas de milhares confessariam que “não estão funcionando tão bem” quanto elas esperavam. Um sem-número de fiéis está totalmente confuso — se não, em com-pleto desespero. Sim, tirando as caras de blefe de pôquer, estão em um buraco. Não sem um motivo, mas absolutamente sem neces-sidade. Cheguei também à conclusão de que alguns buracos são decorados para ficarem mais bonitos do que outros. Mas não se deixe enganar. Um buraco é um buraco.

Esse é o problema. Muitas vezes não reconhecemos um bu-raco quando estamos em um. Por que então pensaríamos que preci-samos sair? Uma razão por que algumas de vocês, pessoas melhores, estão em um buraco sem perceber é porque caracterizam errada-mente buracos somente em termos de pecado. Em nossa subcultura cristã, nós pensamos que um buraco de pecado é o único buraco que existe. Mas quando fazemos uma análise bíblica de um buraco, te-mos que pensar muito além disso. Nós precisamos de uma maneira para identificar buracos e saber quando estamos neles. Então aí vai: você pode saber que está em um buraco quando...

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Você se sente presa. Isaías 42:22 diz que um buraco é um lu-gar em que você se sente presa. Você tende a pensar que as suas úni-cas opções são se comportar mal (isto é, espernear e gritar, torcendo para o seu ataque ajudá-lo a escapar) ou se entregar (isto é, consi-derar que você cavou sua própria cova e morrer nela). O Salmo 40 adiciona às características de um buraco palavras como “destruição”, “atoleiro” e “lama”. Juntas essas palavras nos dizem uma coisa crítica em relação a um buraco: você não consegue sair sozinha.

Já estive lá de várias maneiras. Keith esperou apenas alguns meses de nosso casamento para tentar transformar sua esposa de-fensora dos direitos dos animais em uma caçadora. Ele achou mais inteligente começar com criaturas que não tivessem pêlos. As pe-nas, ele argumentou, fariam a caçada parecer menos pessoal. Ele me vestiu para a minha primeira e última caça a gansos com um par de botas de borracha dos excedentes do exército, e percebeu na checagem que ambos eram pés direitos, mas como o tamanho era um pouco maior que os meus pés, elas iam caber numa boa. Com um sorriso de orelha a orelha, como se tivesse achado dinheiro na rua, Keith abriu aqueles monstros bem na minha frente. Olhei para os bicos das duas botas fazendo a mesma curva e então olhei fixamente para ele. Eu lhe disse que onde quer que nós estivésse-mos indo, eu esperava que fosse para a direita.

O amanhecer foi impiedoso. Eu me vi andando atrás dele com dificuldade, cedo demais, em uma manhã fria, por um arrozal alagado perto de Houston. A cada três passos que eu dava, um dos meus pés ficava preso na lama, até que finalmente um deles ficou preso tão fundo que eu não conseguia sair.

— Puxe, querida, puxe! — Keith me encorajava.— Estou tentando! — eu berrei. — Eles não querem sair!A cada segundo em que eu estava lá, eu afundava mais dois

centímetros. Quando aquela lama nojenta começou a entrar em mi-nhas botas, finalmente fiz o que qualquer mulher que se respeite fa-

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ria: comecei a gritar. Exasperado, Keith se virou e veio em minha di-reção. Ele estava murmurando algo que eu não conseguia entender bem, mas eu tinha certeza de que alguém precisava lavar sua boca. Ele puxou e puxou até conseguir tirar meu pé da maldita bota. Nós voltamos para o carro mais cedo aquele dia, sem pássaro, sem bota, e com Keith me carregando nas costas. Não foi a última vez.

Afundando centímetro por centímetro. É isso que acon-tece em um buraco. Jeremias sabia bem como era e, note, ele não entrou lá pecando. Jeremias 38:6 descreve seu buraco como um lugar de afundar. Imagine como era pior de sandália. Não importa como estão seus pés, você pode levar este fato para seu banco es-piritual: um buraco só afunda. Terreno baixo sempre afunda. Não tem como viver em um nível de manutenção em um buraco.

Você pode até pensar que já se falou o bastante sobre a ironia dos cristãos e da vida abaixo dos padrões... até mesmo da minha boca grande e da minha caneta apressada. Não sei por que, mas pessoas que ficam em lugares ruins quando não precisam me deixam louca. Essa é uma grande parte do que faz do buraco um buraco: sentir-se presa.

Acho que me deixa louca vê-las naqueles buracos porque eu já estive lá. Eu fiquei presa bastante tempo antes de perceber que não tinha que ficar lá. E agora que não estou mais cativa, quero que todo mundo saia daquela armadilha.

Você não consegue ficar em pé. No Salmo 69:2, Davi disse: “Nas profundezas lamacentas eu me afundo; não tenho onde firmar os pés.” Se você ainda não está convencida, está na hora de aceitar a verdade bíblica de que sua alma tem um inimigo muito real, e ele não é de carne e osso. Nós não podemos continuar a ignorar alguém que está sistematicamente tentando destruir nossa vida. A passividade tem que ir embora. Efésios 6:11 nos implora: “Vis-tam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo.” Para você ficar firme. Ninguém pode ficar firme

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para sempre por você. Se você e eu seremos pessoas vitoriosas, temos que ficar firmes com nossos próprios pés em terreno firme. Efésios 6:13 exorta: “Vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.”

Uma maneira de você saber que está em um buraco é que você se sente ineficaz e completamente sem forças contra um ata-que. Você não consegue se defender de ataques, provações ou ten-tações, porque seus pés estão em um atoleiro lamacento. Você vi-vencia o que o salmista vivenciou e o que eu certamente vivenciei — você está em um lugar em que “não tenho onde firmar os pés”. É por isso que o testemunho da pessoa resgatada do buraco pinta esta figura de um lugar novinho em folha: “Ele [...] pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro” (Salmo 40:2b).

Eu imploro que você veja que seu inimigo fez um tremen-do investimento não só em cavar um buraco e camuflá-lo no seu caminho, como também, caso você tropece, em convencê-lo a ficar lá dentro depois que você cair. Ele sabe que no buraco cavado por ele, você se sentirá sem forças para se defender dele. Lá, você fica vulnerável e fora do caminho dele.

Para os antigos hebreus, um buraco era uma referência li-teral ou figurativa à sepultura ou a um abismo tão profundo que aquele que estivesse lá se sentia como um morto-vivo. Já esteve lá? Eu também. Partindo dessa aplicação figurativa, nós definiremos buraco assim: um buraco é uma sepultura antecipada que Satanás cava para você na esperança de poder enterrá-lo vivo. Se você cair dentro dela, não se deixe enganar: ele não pode fazê-lo ficar. Iro-nicamente, nem Deus fará você sair. Goste você ou não, algumas coisas são simplesmente decisão nossa.

Você perdeu a visão. Diferentemente daquele trailer velho e fedorento, buracos não têm janelas. As Escrituras os pintam como lugares de escuridão. Não estou falando de escuridão demoníaca,

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embora se formos bem fundo e ficarmos por bastante tempo, cer-tamente encontraremos a escuridão do mal completo. Estou falan-do de algo mais básico que isso. Estou me referindo ao tipo de es-curidão que simplesmente atrapalha nossa visão. Um buraco é tão mal-iluminado que não podemos mais ver as coisas que podem algum dia ter sido óbvias para nós. Essa é outra razão pela qual freqüentemente ficamos em um buraco. Sem janelas, estamos con-vencidos de que não temos mais para onde ir. Sim, nós podemos olhar para cima — Deus sabe que é a única abertura que temos —, mas normalmente estamos concentrados demais em nossos pés afundando para levantarmos o pescoço para o brilho do céu. Nós adquirimos o que a Bíblia chama de torcicolo. O confinamento apertado de um buraco nos exaure com o eco sem fim de auto-ab-sorção. A visibilidade se resume a não mais que quinze centímetros de nossos narizes. Nós não podemos enxergar fora, então viramos nossa visão para dentro. Depois de um tempo, a pouca visão traz a falta de esperança. Nós nos sentimos enterrados demais em nosso estado atual para nos apaixonarmos por um futuro prometido.

Criados à imagem de Deus, nós fomos feitos para trans-bordarmos de criatividade. Sim, isso inclui você. Não me diga que não é do tipo criativo. Eu não estou falando daquela baboseira de lado direito versus lado esquerdo do cérebro. Eu não estou falando do tipo contador versus o tipo ator. Todos aqueles semelhantes a Deus foram feitos para transbordar de vida efervescente, mexendo e respingando a visão de Deus. Era disso que o apóstolo Paulo esta-va falando quando orou pedindo que os olhos de nossos corações se iluminassem para conhecerem a esperança para a qual Cristo nos chamou (Efésios 1:18). A Bíblia amplificada o chama de “ter os olhos do coração transbordando de luz”. É isso que você perde no buraco.

Nossas imaginações foram feitas como pavios a serem acendidos pelo fogo da revelação, pingando a cera que Deus nos

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imprime com suas assinaturas sem fim. Ele escreve em fontes e sombreados que ainda não vimos, nos dizendo quem ele é, e o que é capaz de fazer. Na luz do rosto de Deus brilhando sobre nós, ve-mos também reflexos de nossos verdadeiros eus. Fomos feitos para nos vermos como parte de algo muito maior do que nós. Uma coi-sa vital. Uma coisa incrivelmente emocionante. Mas os olhos de al-guns de nós se ajustaram para a escuridão do buraco à nossa volta. Nós nos esquecemos do que costumávamos ver ou dispensamos aqueles encontros divinos de antes como algo que provavelmen-te inventamos quando éramos menos maduros, exatamente como Susan Pevensie fez depois que retornou de Nárnia. Na história fi-nal de Nárnia, A última batalha, C. S. Lewis nos conta que Susan, que em O leão, a feiticeira e o guarda-roupa testemunhou a morte e a ressurreição do leão divino Aslan, olhou para trás e se referiu ao tempo que passou em Nárnia como “brincadeiras divertidas que tínhamos quando crianças”. Ela chegou à conclusão de que a ter-ra maravilhosa de sua experiência de criança não passou de uma fantasia infantil porque era “uma bela visão, radiante demais para ser adulta”.

A visão obscurecida nos envelhece rapidamente, e nós per-demos a infantilidade que uma vez nos fez sentir como príncipes e princesas de verdade em um reino. Nós podemos ser jovens e ainda assim nos sentirmos velhos. Sobrecarregados. Carregando um fardo. Em um buraco onde a visão foi perdida e os sonhos são bobagens.

Nas páginas a seguir, alguns de vocês vão reconhecer seus buracos. Para a maior parte, essa consciência não virá porque você, de repente, descobriu como está mal, mas, ao contrário, porque você despertará do seu imenso tédio. A falta de luz e ar fresco nos botaram para dormir. Sair começa com andar para fora. e (e esta pode ser a parte mais difícil) com estar disposto a sentir novamente.

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No Salmo 40:2, Davi exclamou,

Ele me tirou de um poço de destruição,de um atoleiro de lama;pôs os meus pés sobre uma rochae firmou-me num local seguro.

De acordo com o Salmo 27:6, bem sobre aquela rocha “triunfarei sobre os inimigos que me cercam”. Está vendo o que Satanás tem a perder quando você sai do seu buraco? Não só a admiração, a esperança e a visão são naturais quando nossos pés estão firmes sobre uma rocha, como também o é nosso ponto de vista, de onde podemos ver a atividade do inimigo à nossa volta. (A propósito, não há ninguém na terra que Satanás gostaria de ver em um buraco mais do que alguém com visão divina. Per-gunte a José.)

Aí está. Nós não precisamos estar atolados em pecado para estar em um buraco. Nós só precisamos nos sentir emperrados, sentir como se não pudéssemos encarar nosso inimigo, e sentir que perdemos nossa visão. Basta isso para constituir um buraco. Já esteve em um? Está em um agora? Alguém que você ama está em um? Como uma pessoa entra em um desses buracos? Mais impor-tante: Como uma pessoa sai? Essas são as perguntas que responde-remos no restante deste livro.

Ele se i nclinou

p a r a m i m e

enviou o meu grito desocorro