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Salário de Contribuição O fato gerador da contribuição previdenciária de um empregado é o exercício da atividade remunerada. Todavia, nem tudo o que o empregado recebe tem natureza contraprestacional pelo seu trabalho. Há valores que, ao contrário, têm natureza de indenização, e por isso não integram o salário de contribuição. Portanto, o salário de contribuição é composto pelas verbas remuneratórias, que são compostas por: a) Salário; b) Gorjetas e comissões; c) Conquistas sociais são valores pagos também pelo trabalho, ainda que indiretamente, Renata Maria Brasileiro Sobral

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Salário de Contribuição

O fato gerador da contribuição previdenciária de um empregado é o exercício da atividade remunerada.

Todavia, nem tudo o que o empregado recebe tem natureza contraprestacional pelo seu trabalho. Há valores que, ao contrário, têm natureza de indenização, e por isso não integram o salário de contribuição.

Portanto, o salário de contribuição é composto pelas verbas remuneratórias, que são compostas por:

a) Salário;b) Gorjetas e comissões;c) Conquistas sociais – são valores pagos também pelo trabalho, ainda que indiretamente, porque a lei assim prevê (ex: férias; adicional por hora extra; descanso semanal remunerado).

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Uma das especificidades do salário de contribuição é que ele tem limites mínimo e máximo.

Ex: um empregado recebe R$ 10.000,00 por mês a título de remuneração. Todavia, o seu salário de contribuição é de R$ 3.689,663.689,66. Ao se aposentar, o limite máximo do seu benefício será nesse valor, que é o teto.

Cuidado: o salário de contribuição não tem vinculação alguma com o salário mínimo (está errado dizer que certo sujeito “contribui sobre 10 salários mínimos”).

O empregado, então, não contribui sobre a sua remuneração. Ele contribui sobre o salário de contribuição, que é aferido a partir da sua remuneração.

O limite mínimo é o piso salarial da categoria, se houver. Se não houver, o limite mínimo será o salário mínimo.

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As férias e o seu respectivo adicional de 1/3 previsto pela Constituição integram a remuneração e, por conseguinte, o salário de contribuição.

Entretanto, não se pode confundir com a possibilidade que tem o empregado de “vender” 1/3 de suas férias (art. 143 da CLT), nem com a obrigação do empregador de pagar a remuneração relativa às férias em dobro se estas forem gozadas extemporaneamente (art. 137 CLT).

Sobre o abono de férias e o abono pecuniário não incide a contribuição previdenciária, ou seja, estes não integram o salário de contribuição.

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Se o empregado é demitido sem justa causa, recebe férias proporcionais pelo tempo que trabalhou. Este valor, chamado de “férias indenizadas”, não integra o salário de contribuição.

Qualquer valor pago a título de férias após a rescisão, portanto, não integra o salário de contribuição, ainda que o sujeito tenha completado o período aquisitivo.

As férias e o respectivo 1/3 constitucional só integram o salário de contribuição quando pagos na vigência do contrato de emprego.

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O 13º salário integra o salário de contribuição, pois é uma contraprestação.

CUIDADO:

Se o empregado for demitido imotivadamente no meio do ano, ele recebe o 13º salário proporcional, sobre o qual há incidência de contribuição previdenciária. Muito cuidado com isso, pois não podemos confundir com as férias proporcionais, sobre a qual não incide a contribuição.

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As diárias recebidas pelo empregado são um ressarcimento recebido em razão de despesas com hospedagem, transporte, etc.

Não é um valor pago pelo trabalho, mas sim para o trabalho. Por isso, de regra, o valor das diárias não integra o salário de contribuição, desde que não ultrapasse 50% da remuneração (art. 28, § 9º, h, lei 8.212/91).

Cuidado, pois integrará o salário de contribuição não só o valor das diárias que ultrapassar 50% da remuneração, mas sim o total recebido a título de diárias. Ex: o empregado ganha R$ 2.000,00 de salário e percebeu mais R$ 1.900 a título de diárias. Qual o valor do salário de contribuição? Será o teto de R$ 3.689,663.689,66, pois devem ser somados os dois valores por inteiro, e não R$ 2.900, que seria a soma só com o valor de diárias que ultrapassou 50% da remuneração.

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Salário de Contribuição

O “salário indireto” ou “salário in natura” é pago como contraprestação pelo trabalho (pelo trabalho), e por isso integra o salário de contribuição. Deve-se buscar o valor real da utilidade e integrá-lo à base de cálculo da contribuição.

Cesta básica, por ex., é salário in natura, mas não integra o salário de contribuição, pois a lei exclui expressamente, desde que fornecida de acordo com o PAT (programa de alimentação do trabalhador).

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A participação nos lucros recebida pelo empregador não integra o salário de contribuição (art. 28, § 9º, j, lei 8.212/91), pois não se relaciona ao trabalho diretamente.

Para não integrar o salário de contribuição, porém, deve estar de acordo com a lei.

Prova da AGU: um sujeito recebia todo mês um valor a título de participação nos lucros. A lei, no entanto, prevê uma periodicidade mínima semestral. O valor, portanto, integrará o salário de contribuição.

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Salário de Contribuição

AJUDA DE CUSTO:

Em regra, este valor não integra o salário de contribuição (art. 28, § 9º, g, lei 8.212/91), pois não tem natureza remuneratória, desde que seja pago em parcela única. Se a ajuda de custo, por ex., é paga em várias parcelas (ex: durante três meses), integrará o salário de contribuição.

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A CLT diz que toda empresa com mais de 30 mulheres tem que possuir creche para as crianças de 0 a 6 anos.

A empresa não precisa construir uma creche, podendo optar por reembolsar a empregada com o valor gasto pela mesma para deixar seus filhos em uma creche.

Este valor não integra o salário de contribuição, desde que respeitada a idade máxima de 6 anos da criança e desde que comprovada a despesa.

Muita atenção: Muita atenção: a empresa pode prever um reembolso creche para os filhos acima de 6 anos, mas, extrapolada esta idade máxima, passará a incidir sobre tal valor a contribuição

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Salário de Contribuição

Plano de saúde ou plano odontológico custeado pelo empregador não integra o salário de contribuição (art. 28, § 9º, q, lei 8.212/91), muito embora seja um salário indireto, mas desde que extensível a todos os seus empregados.

Vale-transporte não integra o salário de contribuição, desde que pago na forma da lei (art. 28, § 9º, f, lei 8.212/91). Se o vale-transporte, por ex., for pago em dinheiro, não estará de acordo com a legislação, e por isso integrará o salário de contribuição.

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Salário de Benefício

Salário de benefício é o valor básico a ser utilizado para o cálculo da renda mensal a ser paga pelo INSS.

O salário de benefício é a base de cálculo para determinar o valor do benefício.

Cuidado: o salário de benefício não é o valor do benefício, mas sim a base de cálculo para se chegar à Renda Mensal do Benefício que será paga ao beneficiário.

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Salário de Benefício

Até 1999, no Brasil o salário de benefício era calculado sobre a média aritmética dos 36 últimos salários de contribuição, em período não superior a 48 meses.

Não é a média das contribuições, mas dos salários de contribuição.

A própria Constituição de 1988 previa que o cálculo do salário de benefício seria desta forma. A EC 20/98, a primeira reforma previdenciária, retirou da Constituição a sistemática do Período Básico de Cálculo, desconstitucionalizando a matéria.

A lei 9.876/99 trouxe em seu art. 28 uma nova regra para o Período Básico de Cálculo: A média agora leva em conta todo o período contributivo, e não apenas os 36 últimos salários de contribuição.

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Salário de Benefício

Pela regra antiga, o empregado que pleiteava o benefício tinha o ônus de comprovar os seus 36 últimos salários de contribuição. Com a lei 9.876/99 inseriu-se o art. 29-A na lei 8.213/91, que prevê que “o INSS utilizará, para fins de cálculo do salário-de-benefício, as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS sobre as remunerações dos segurados”. Se o empregado discordar do constante do CNIS, deverá comprovar as suas alegações.

Pela nova regra do art. 29 da lei 8.213/99, é feita uma média aritmética simples dos oitenta por cento maiores salários-de-contribuição de todo o período contributivo, todos atualizados monetariamente pelo índice INPC. Assim, não são levados em consideração os 20% menores salários-de-contribuição. Esta sistemática só é aplicável aos segurados que ingressaram no RGPS após o advento da lei 9.876, que é de 28 de novembro de 1999.

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Salário de Benefício

Resumindo:

O salário de benefício, até novembro de 1999, era uma média aritmética sobre os 36 últimos salários-de-contribuição, em período não superior a 48 meses. Este período básico de cálculo era previsto até na Constituição, mas a EC 20/98 retirou esta previsão da Carta Magna, permitindo que a lei 9.876/99 introduzisse a nova regra: média aritmética dos 80% maiores salários-de-contribuição.

Esta nova regra só é aplicada a quem se filiou ao RGPS após 28/11/1999 (data de publicação da lei 9.876/99). Para os indivíduos que já eram filiados anteriormente ao RGPS, e que venham a postular benefícios após a entrada em vigor da lei 9.876/99, utiliza-se como salário-de-benefício a média aritmética dos 80% maiores salários-de-contribuição de todo o período contributivo de julho de 1994 em diante

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Salário de Benefício

Cuidado: para os que se enquadram nesta regra de contribuição, o tempo anterior a julho de 1994 ainda é contado para fins de carência e tempo de contribuição; só não será considerado para o cálculo do salário-de-benefício.

O valor do salário de benefício não poderá ser inferior ao salário mínimo, nem superior ao limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício (3.689,663.689,66)!

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Salário de Benefício

Das alternativas abaixo, indique aquela que contém parcela que integra o salário-de contribuição:

a) Licença-prêmio indenizada.

b) Décimo terceiro salário.

c) A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação pertinente.

d) O reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, sendo desnecessária a comprovação das despesas.

e) Participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica.

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Acerca do Salário-de-Contribuição (SC), assinale a resposta correta:a) No caso de admissão ou dispensa durante o mês, o salário de contribuição será calculado em relação à remuneração integral do mês.b) O salário de contribuição da empregada doméstica é a remuneração registrada em sua CTPS, independente do limite máximo.c) A remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7º da CF/88 integra o salário de contribuição, em qualquer hipótese.d) O valor das diárias para viagens, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado, integra o salário de contribuição pelo seu valor total

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