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 DIÁLOGO SOBRE A FELICIDADE  Nuno Paiva Página 1 de 9 Í Í N ND I I C C E E  1. Intr odu ção ......................................................................................................................................................... 2  2. Capítulo I .......................................................................................................................................................... 2  3. Capítulo II ......................................................................................................................................................... 3  4. Capítulo III ........................................................................................................................................................ 4  5. C ap ítulo IV ........................................................................................................................................................ 5  6. Co nc lusão......................................................................................................................................................... 6  7. B iblio gr afia ........................................................................................................................................................ 9  

Santo Agostinho - Diálogo Sobre a Felicidade

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Trabalho é um resumo da Obra de completa de Santo Agostinho "Diálogo sobre a Felicidade"

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  • DILOGO SOBRE A FELICIDADE

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    NNDDIICCEE 1. Introduo ......................................................................................................................................................... 2 2. Captulo I .......................................................................................................................................................... 2 3. Captulo II ......................................................................................................................................................... 3 4. Captulo III ........................................................................................................................................................ 4 5. Captulo IV ........................................................................................................................................................ 5 6. Concluso ......................................................................................................................................................... 6 7. Bibliografia ........................................................................................................................................................ 9

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    11.. IINNTTRROODDUUOO Este trabalho que irei apresentar uma anlise do Livro: Dilogo sobre a felicidade 1. O

    Livro est dividido em 4 captulos. Esta anlise consiste numa espcie de resumo, muito breve, das questes que foram levantadas na obra, e das respostas a que, para elas, surgiram.

    No Outono do ano 386, Agostinho retira-se para a quinta emprestada do seu amigo Verecundo, em Cassicaco, perto de Milo. Consigo leva um grupo de parentes e amigos. Divide o seu tempo entre meditao, orao e discusses religiosas e filosficas. E assim comea este Dialogo sobre a felicidade.

    uma reflexo a partir do pensamento agostiniano sobre a vida feliz e S. Agostinho vai dirigindo, muito ao estilo socrtico, de tal forma que a discusso chegue s concluses que ele, pela sua apurada reflexo, havia j alcanado.

    22.. CCAAPPTTUULLOO II O capitulo no se insere propriamente no dilogo sobre a felicidade. uma espcie de

    prlogo, dedicado a Mnlio Teodoro 2. Neste prlogo, Santo Agostinho compara a busca da slida felicidade, com uma viagem martima, em direco ao porto da filosofia 3. Ele v trs

    tipos de classes de homens, capazes de acolher 4.

    1 AGOSTINHO, Santo Dilogo sobre a Felicidade: Edio Bilingue. Traduo de Mrio Santiago de Carvalho. Lisboa: Edies 70, Agosto 2007. 2 Amigo e mentor de S. Agostinho. Cnsul das Glias, dedicado s letras e filosofia, nomeadamente neoplatnica. A sua relao com S. Agostinho funda-se na busca pela verdade, obviamente o cristianismo. Cf. p. 96. 3 AGOSTINHO, Santo Dilogo sobre a Felicidade. p. 19. 4 Cf. Ibidem, p. 21.

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    A filosofia como acto de pensar e discernir um instrumento privilegiado de acesso

    felicidade e neste caminho, S. Agostinho pede auxlio ao seu amigo Teodoro 5, pois ele julga que Teodoro j encontrou a felicidade. S. Agostinho vive com a sua alma inquieta, porque ainda no encontrou a felicidade e considera que ela dom de Deus, desde o incio 6.

    33.. CCAAPPTTUULLOO IIII S. Agostinho comea este dilogo com a composio do ser humano, que de uma

    alma e de um corpo 7 e que no podemos viver sem os dois elementos 8. O corpo alimenta-se

    dos alimentos e a alma alimenta-se da inteligncia das coisas e da cincia 9. Depois de algum dilogo acerca da alma, S. Agostinho coloca a questo central da

    obra: Todos queremos ser felizes? 10. A resposta de certamente afirmativa. Mas h vrios

    tipos de felicidade, a felicidade na busca de ter bens. A concluso mesmo que seja breve, que tambm no pode ser feliz quem tem tudo o que quer 11. Ento a questo da felicidade coloca-se noutro patamar. A felicidade advm da busca de adquirir sempre o que permanente

    e que no pode ser destrudo por nenhum revs da fortuna. Onde vamos encontrar sempre essa permanente felicidade? A resposta est em

    Deus. feliz quem tem Deus em si 12. a concluso que se chega ao fim deste captulo.

    5 Cf. Ibidem, p. 25. 6 Cf. Ibidem, p. 29. 7 Cf. Ibidem, p. 33. 8 Cf. Ibidem, p. 35. 9 Cf. Ibidem, p. 37. 10 Cf. Ibidem, p. 41. 11 Cf. Ibidem, p. 43. Para Aristteles, a mais absurda das vidas, chegando mesmo a ser a vida contra a natureza, porque a riqueza apenas um meio para outras coisas, no valendo como fim. 12 Cf. Ibidem, p. 45.

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    44.. CCAAPPTTUULLOO IIIIII No dia seguinte, S. Agostinho coloca outra questo. E quem possui Deus? Foram

    avanadas trs teses: 1. Quem faz o que Ele quer;

    2. Quem vive bem; 3. Quem no tem o Esprito impuro;

    S. Agostinho examina as respostas dadas e chega concluso de que todo aquele que vive bem faz o que Deus quer e e quem faz o que Deus quer vive bem 13 e quem

    casto vive bem e quem vive bem necessariamente casto 14. Parecia que a questo estava terminada quando S. Agostinho coloca mais uma questo:

    Deus quer que o homem O procure e a resposta : quem procura Deus, faz o que Deus quer,

    vive bem e no tem o esprito impuro. Quem procura Deus porque ainda no O possui 15. Por conseguinte, conclui Agostinho: Quem encontrou Deus, e O tem favorvel,

    feliz;

    S. Agostinho coloca mais uma hiptese: Se todo o indigente infeliz, tambm todo o infeliz indigente. Ento, a infelicidade a indigncia 16. Mas deste tema falaremos no prximo captulo.

    13 Cf. Ibidem, p. 59. 14 Cf. Ibidem, p. 61. 15 IDEM. 16 Cf. Ibidem, p. 67.

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    55.. CCAAPPTTUULLOO IIVV Neste captulo retomada a questo pendente do dia anterior: o infeliz indigente? Depois de alguma discusso chegou-se a uma resposta: que a felicidade se

    encontrava na alma dos sbios 17. Mais tarde em Retractationes (1, 2), S. Agostinho lamenta

    ter afirmado isto e reafirma que no perfeito conhecimento de Deus, poder o homem tornar-se feliz 18.

    Obviamente, pode-se carecer de muitas coisas sem perder a felicidade. Assim sendo, a maior carncia a privao da sabedoria, por isso quem possui a sabedoria nada lhe falta 19.

    Neste sentido, a indigncia da alma no outra coisa seno a estultcia 20, falta de moderao, carncia de sabedoria 21. Mas, se estultcia indigncia 22, a sabedoria ser plenitude da alma; plenitude no sentido de justa medida, no est a mais nem a menos 23. Por

    isso, possuir a justa medida ou a sabedoria e ser feliz so a mesma coisa, pois para ser feliz preciso possuir a sabedoria 24. S. Agostinho faz agora uma ligao da sabedoria sabedoria de Deus 25. O prprio apstolo So Paulo expressou que o Filho de Deus a Sabedoria de

    Deus (1 Cor 1, 24) e o Filho de Deus, evidentemente Deus 26. Portanto, a Sabedoria a Verdade, pois com efeito, tambm est dito: Eu sou a Verdade (Jo 14, 6) 27.

    17 Cf. Ibidem, p. 71. 18 Cf. Ibidem, p. 104. Note-se que esta associao da felicidade sabedoria importante e deve ser entendida como uma participao, na verdadeira sabedoria e felicidade que so a meta do Dilogo. 19 Cf. Ibidem, p. 77. 20 IDEM. 21 Cf. Ibidem, p. 81. 22 IDEM. 23 Cf. Ibidem, p. 87. 24 Cf. Ibidem, p. 89. 25 IDEM. 26 IDEM. 27 IDEM.

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    Por isso, no trmino do colquio, chegam concluso de que a verdadeira sabedoria

    a Sabedoria de Deus, ora, Jesus Cristo. Portanto, a verdadeira felicidade a comunho com a Trindade 28. Assim sendo, a comunho com a Trindade o mximo da felicidade nesta vida e a plenitude na eternidade, mas como disse S. Agostinho, ainda no possumos a plenitude 29.

    Portanto, a beatitude perfeita no deste mundo.

    66.. CCOONNCCLLUUSSOO Este trabalho permitiu atingir um conhecimento sobre mais umas das muitas obras de

    Santo Agostinho Dialogo sobre a Felicidade, De Beata Vita. Felicidade De um modo geral, todas as pessoas, em alguns momentos na sua vida,

    j se perguntaram: o que para mim a felicidade? Como alcan-la?

    Santo Agostinho diz que quem se determina a ser feliz deve adquirir o que sempre permanente e no adquirir o que pode ser destrudo por algum acaso da vida. Esta ideia de que a felicidade est dependente daquilo que eterno, do Eterno, de Deus, no exclusiva do

    cristianismo. Tambm os filsofos buscaram a felicidade na perenidade. Para um ateu, por exemplo, tudo isto estranho. Para ele nada permanente. Tudo muda. Nos tempos de hoje, torna-se muito difcil aceitar esta concepo da felicidade, pois este tempo, em que reina o

    leviano, as modas, tudo passageiro. Ora pondo este raciocnio, se a procura da felicidade consistir na busca do que

    permanente, na busca de Deus, ento a felicidade consistir na aquisio do ser perante

    28 Cf. Ibidem, p. 91. 29 IDEM.

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    Deus, como diz Seren Kierkegaard. uma viso Cristianizada que no meu ponto de vista a

    verdadeira. O prprio S. Agostinho na sua vida, pde experimentar as duas situaes. Uma vida cheia de pecado, no completo atesmo e depois v-se o longo caminho de converso, que ele prprio disse que foi mediante converses sucessivas, difceis, mas necessrias para a

    Graa em Deus. Santo Agostinho e de um modo geral, todo o ser humano quis e procura uma vida feliz. Mas onde que o ser humano conheceu a felicidade? Que a temos, certo.30. H

    pessoas que so felizes com a esperana. uma felicidade inferior daqueles que j so realmente felizes, mas, mesmo assim melhor, do que a dos que ainda no tm nem a felicidade nem a esperana. Ser que a felicidade habita na memria? 31 Mas se existe porque j fomos felizes,

    porque se no a conhecssemos, no podamos gostar dela. Portanto, a nossa alma j experimentou momentos de felicidade. Tambm h pessoas que confundem a alegria com a felicidade. Mas a verdadeira felicidade no reside na alegria mundana, como afirma So

    Toms: a felicidade no se pode equacionar com prazer, riqueza, honra ou qualquer bem corporal, mas deve consistir na actividade de acordo com a virtude, especialmente a virtude intelectual. A actividade intelectual que satisfaz os requisitos aristotlicos para a feli-cidade s se encontra perfeitamente na contemplao da essncia de Deus; a felicidade, nas condies vulgares da vida presente, tem de continuar imperfeita. A verdadeira felicidade, ento, mesmo nos termos de Aristteles, s se encontra nas almas dos bem-

    30 SANTO AGOSTINHO Confisses. Braga: Livraria Apostolado da Imprensa, 1999, p. 236. 31 Para Santo Agostinho a memria muito importante. nela que guardamos todos os acontecimentos da nossa vida, como exemplo: imagens, corpos, cincias, artes e at movimentos da alma.

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    aventurados no Cu. Os santos, na devida altura, recebero um bnus de felicidade, no

    sonhada por Aristteles, na ressurreio dos corpos na glria.32. Portanto, para So Toms a verdadeira felicidade s se alcana na outra vida, com Deus. Bocio disse que a felicidade encontra-se em Deus Altssimo, o detentor do

    sumo e perfeito bem 33. Para Santo Agostinho, a verdadeira felicidade no concedida aos mpios34 mas s

    queles que desinteressadamente Vos servem: essa felicidade, sois Vs.35. Portanto, para

    Santo Agostinho, esta a definio de vida feliz e esta tambm a minha definio, que consiste em alegramo-nos em Deus. Tudo por Deus. Esta a vida feliz. No h outra. Aos que dizem que h outra, porque se apegam a uma alegria que no verdadeira. Portanto, ser feliz adquirir sempre o que permanece, possuir Deus.

    32 Cf. KENNY, Anthony So Toms de Aquino. Lisboa: Publicaes Dom Quixote, 1980. p. 46. 33 Cf. BOCIO, Severino Consolao da Filosofia, traduo de Lus M. G. Cerqueira, Lisboa, FCG, 2011. 34 Is 48, 22. 35 SANTO AGOSTINHO Confisses. p. 238.

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    77.. BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA FONTES SANTO AGOSTINHO Dialogo sobre a Felicidade. Lisboa: Edies 70, 2007.

    ESTUDOS BOCIO, Severino Consolao da Filosofia, traduo de Lus M. G. Cerqueira, Lisboa, FCG, 2011.

    KENNY, Anthony So Toms de Aquino. Traduo Maria M. Pecegueiro. Lisboa: Publicaes Dom Quixote, 1980. SANTO AGOSTINHO Confisses. Braga: Livraria Apostolado da Imprensa, 1999.