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SÃO PAULO, 4 DE FEVEREIRO DE 2014

SÃO PAULO, 21 DE MARÇO DE 2013 - prefeitura.sp.gov.br · australiana, serve buffet de café da manhã em um espaço rodeado por árvores às quais se agarram outros coalas. Menino

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SÃO PAULO, 4 DE FEVEREIRO DE 2014

Tudo Anormal: Obras em parque no Tucuruvi estão paradas há seis

meses

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Turistas abraçam coalas para tirar fotos em parques na Austrália

Prática é permitida apenas em algumas regiões do país.

Animal dorme até 22 horas por dia; saiba outras curiosidades.

Crianças tiram foto abraçada com coala no parque de Hamilton Island

(Foto: Flávia Mantovani/G1)

Coalas cheiram a eucalipto e têm textura de tapete felpudo. Essas são algumas constatações que é possível fazer ao chegar perto desse simpático animal que é um dos símbolos da Austrália.

No Wild Life Hamilton Island – uma espécie de zoológico na ilha de Hamilton, na costa leste do país --, turistas fazem fila para tirar fotos abraçados ao bichinho que parece um pequeno urso, mas na verdade é um marsupial e, assim como os cangurus, carrega seus filhotes em uma bolsa em seu corpo. O estado de Queensland, onde fica a ilha, é um dos poucos a permitir esse tipo de aproximação.

A estrela do “Koala Cuddle” no dia da visita do G1 era Willy, um macho adulto que era colocado no colo dos visitantes pelas cuidadoras do parque e ficou quietinho durante os cliques. A foto é cobrada no final da visita.

O parque, que tem também cangurus, cacatuas e outros animais típicos da fauna australiana, serve buffet de café da manhã em um espaço rodeado por árvores às quais se agarram outros coalas.

Menino tira foto abraçado a coala em Hamilton Island (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Na maioria das vezes eles estão dormindo – a espécie só fica acordada de duas a seis horas por dia, já que precisa poupar energia para digerir as folhas de eucalipto que compõem a sua dieta e que são fibrosas e cheias de componentes tóxicos.

Placas alertam os turistas para que não incomodem os bichos e não usem flash nas fotos que tirarem deles.

Bem-estar animal

Outros lugares que permitem abraçar coalas para tirar fotos são o Lone Pine Koala Sanctuary, em Brisbane, o Kuranda Koala Gardens, em Kuranda, e o Cairns Tropical Zoo, em Cairns.

Os parques negam que a atividade deixe os animais estressados. Eles afirmam que seguem o código de baos práticas sobre o tema do estado de Queensland, que determina que os coalas só podem "trabalhar" até 30 minutos por dia, e não mais de dois dias seguidos. Dizem ainda que possue, uma grande colônia de animais para que nenhum deles fique sobrecarregado.

Segundo os administradores do Cairns Tropical Zoo, pesquisas mostram que a maioria dos coalas criados em cativeiro ficam confortáveis enquanto são tocados e não sofrem impacto na saúde ou no comportamento.

Vídeo: veja ao lado um filhote de coala

Mas em New South Wales, estado onde fica Sydney, a prática é banida desde 1997. No Featherdale Wildlife Park, perto da famosa cidade australiana, o que é permitido é tirar fotos acariciando o animal em um tronco específico do zoológico. Os visitantes podem usar a própria câmera fotográfica, portanto não é preciso pagar pela imagem.

No dia da visita do G1, quem estava no tronco era um macho de dois anos que dormia, indiferente aos cliques e às caras maravilhadas dos turistas.

Na beira da estrada

Em seu habitat natural, os coalas são encontrados especialmente do leste e do sul da Austrália: Queensland, New South Wales, Victoria e South Australia são alguns estados onde eles podem ser vistos nas florestas de eucalipto.

Bebê coala ao lado da mãe em uma das árvores do Parque Nacional Cape Otway (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Um exemplo é a região do Cape Otway National Park, próxima a Melbourne. Ao passar de carro por lá, basta prestar atenção às árvores na beira da estrada para encontrar adultos e filhotes pendurados, dormindo, mastigando folhas de eucalipto ou se esticando preguiçosamente.

Só existe uma espécie de coala, e ela vive uma média de dez anos quando em seu habitat natural. É proibido mantê-los como animais de estimação.

A perda do habitat devido a incêndios, doenças nos eucaliptos e à ocupação urbana é um grave problema enfrentado por esses animais. A Australian Koala Foundation estima que haja menos de 80 mil exemplares no país – antes da colonização europeia, eram milhões. A entidade também estima que 4 mil coalas sejam mortos a cada ano atropelados por carros ou atacados por cães.

7 INFORMAÇÕES CURIOSAS SOBRE OS COALAS

Turista tira foto com coala no Featherdale Park, perto de Sydney; nessa região não é possível abraçar o bicho, mas dá para tocá-lo levemente para a imagem (Foto: Flávia Mantovani/G1)

1) Eles não são ursos

Assim como os cangurus, coalas são marsupiais, ou seja, seus filhotes nascem imaturos e se desenvolvem em uma bolsa no corpo da mãe. Eles começaram a ser

chamados de ursos pelos europeus que colonizaram a Austrália e acharam que eles se pareciam a esses animais.

Coala no Featherdale Park, perto de Sydney (Foto: Flávia Mantovani/G1)

2) Comida tóxica

A dieta do coala é composta por folhas de eucalipto, que são tóxicas para a maioria dos mamíferos, mas que eles conseguem digerir graças a adaptações em seu sistema digestivo.

Ainda assim, só absorvem 25% da fibra consumida, e por isso precisam de muita quantidade para se nutrir. Um coala adulto come cerca de meio quilo de folhas por dia.

3) Bêbado, não!

Coalas dormem entre 18 e 22 horas diariamente, pois precisam economizar energia para digerir as folhas de eucalipto, que são fibrosas, tóxicas e pouco nutritivas. Há um mito de que eles dormem muito porque ficam “bêbados” com essa planta, mas ele não tem fundamento.

4) Cada um por si

Coalas são animais solitários e não andam em grupos. Cada um deles visita regularmente um conjunto de árvores, que passa a ser sua casa. Um coala não costuma ir à “casa” de outros, exceto para acasalamento. Os machos adultos têm uma glândula no centro do peito que exala uma substância grudenta e preta que é esfregada nas árvores para demarcar território.

Coala filhote em Hamilton Island (Foto: Flávia Mantovani/G1)

5) Na bolsa da mãe

As fêmeas normalmente têm um filhote por ano quando jovens e um a cada dois ou três anos quando mais velhas. O filhote nasce com apenas 2 cm, cego, surdo e sem pelos. Ele fica na bolsa por seis a sete meses, bebendo apenas leite materno.

Após sair da bolsa, monta nas costas ou no abdome da mãe e continua retornando à sua bolsa para beber leite até ser grande demais para caber lá dentro.

6) Seletivos

Há mais de 600 variedades de eucalipto, mas os coalas comem apenas algumas poucas, que eles detectam serem mais nutritivas e terem menos toxinas. As demais servem apenas como apoio para eles.

7) Sem sede

Acredita-se que a palavra “coala” significasse “não beber” em uma das línguas aborígenes antigas. Esses animais normalmente não precisam beber água porque obtêm a hidratação das folhas de eucalipto – portanto, só buscam o líquido isolado quando necessário.

As projeções sobre o futuro da água

Por Fred Seifert*

As projeções sobre o futuro da água e suas implicações para a indústria.

Há uma crescente preocupação com a disponibilidade da água nas próximas décadas. A apreensão tem sentido, já que grande parcela da população mundial ainda vive sem acesso à água potável e ao saneamento básico, situação que tende a piorar com o aumento populacional esperado. Entre as soluções propostas está a da precificação dos recursos hídricos, o que poderia implicar em custos significativos para diversos setores da indústria. Mas será esta solução puramente econômica é a definitiva?

Água: um recurso cada vez mais escasso

As Nações Unidas definiram 2013 como o ano mundial da cooperação pela água. A preocupação com o tema não é de forma alguma infundada. De acordo com dados da própria ONU, pelo menos 780 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, enquanto 2,5 bilhões não possuem saneamento básico adequado.

As projeções para o ano de 2050 também são alarmantes. Enquanto a população mundial vai saltar dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o aumento na utilização de água será da magnitude de 55%. Dessas pessoas, em torno de 40% viverão em regiões de severo estresse hídrico. Embora espera-se que um dos Objetivos do Milênio seja alcançado, reduzindo o número de pessoas sem acesso à água mais do que pela metade – de 780 milhões para 240 milhões, outro muito provavelmente não será. Em 2050, ainda serão 1,4 bilhão de pessoas sem saneamento básico.

Segundo informações da OCDE, as principais atividades responsáveis pela utilização dos recursos hídricos são a agricultura e a produção de alimentos (70%), seguidas pela indústria (20%), o que inclui a geração de energia. Os 10% restantes são gastos através do uso doméstico. O aumento populacional gerará uma pressão considerável na produção de alimentos e espera-se um crescimento de demanda na casa de 90% até

2050. A produção industrial não deve ficar muito atrás e só a geração de energia através da hidroeletricidade e outras fontes renováveis deve subir em torno de 60%.

A água doce é um dos ativos ambientais de valor inestimável para a vida humana e já a utilizamos em um nível superior ao que a natureza consegue repor. Apesar de nosso planeta ser, em grande parte, coberto por água, 97% desta está na forma de água salgada nos oceanos e apenas 2,5% é potável. Deste menor percentual, cerca de dois terços existem na forma de geleiras, o que nos deixa com menos de 1% de toda a água existente no globo disponível para consumo. Para piorar a situação, a maior parte dessa água potável se apresenta disponível em momentos inoportunos: monções e alagamentos. Além disso, 20% está localizada em locais muito remotos, longe do nosso alcance.

O resultado final é que apenas 0,2% dos recursos hídricos mundiais está efetivamente em uso, distribuído de modo bastante desigual, e um valor ainda menor, 0,13%, é renovável – precipitação em direção ao solo e posterior evaporação. A utilização a níveis atuais é insustentável e as previsões futuras, com aumento no consumo, tornam o cenário ainda mais preocupante. Para garantir a disponibilidade da água serão necessários mecanismos de controle e o desenvolvimento de tecnologias para aumento de eficiência.

A precificação da água no Brasil

Entre os mecanismos desenvolvidos para promover o uso eficiente dos recursos hídricos, talvez seja o da precificação aquele que ganhou maior popularidade. Muitos especialistas assumem que a determinação de um preço justo para a água é etapa necessária para garantir o consumo racional desse ativo ambiental. A ideia reside na teoria de que, havendo um preço, o usuário tem maior noção do valor do recurso e agirá de maneira mais prudente, aumentando sua eficiência e produtividade.

No Brasil, a água, de maneira geral, é tratada como bem público. De qualquer maneira, indústrias, agricultores, empresas de saneamento e qualquer pessoa que utilize a água proveniente de rios, lençóis freáticos e lagos precisa de uma outorga da Agência Nacional de Águas (ANA) para garantir o direito de uso. É através da gerência de outorga que, segundo a ANA, a agência realiza o controle qualitativo e quantitativo do uso da água.

Entretanto, já existem casos de cobranças pela utilização de recursos hídricos no país. De acordo com a Agência Nacional de Águas, o recolhimento está em vigor em alguns rios sob domínio da União e em rios, lagos e baías de responsabilidade estadual em Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. O método utilizado é o volumétrico: o usuário paga de acordo com a quantidade utilizada, existindo um valor determinado em R$/m³.

Considerando uma universalização dessa cobrança em território nacional, o que parece ser uma tendência para os próximos anos, é possível a realização de alguns cálculos exploratórios para se determinar a magnitude do impacto dessa precificação no custo operacional e no valor de mercado de empresas de determinados setores:

Para a elaboração das contas, foram consideradas como variáveis: o volume médio de água utilizado pelas empresas nos últimos anos; o preço da água, baseado nos valores já cobrados no país e de acordo com a região de atuação da companhia; as porcentagens de água captada e reutilizada; e o horizonte temporal para a cobrança efetiva pelo uso de recursos hídricos, variando conforme o nível de estresse hídrico do local onde as plantas industriais se encontram. Não foi levado em conta a possibilidade de contaminação de nascentes e seu impacto reputacional. O resultado final foi dividido pelo valor de mercado das empresas (número de ações x valor das ações).

Conforme pode-se observar pelo gráfico, o impacto da precificação da água no market cap das empresas dos setores de alimentos, bebidas, energia, mineração, papel e celulose e siderurgia do IBOVESPA, que são intensivos no uso do recurso, varia entre 0,1% e 5,3%.

As diferenças intrassetoriais se explicam, basicamente, por uma melhor gestão hídrica e investimento em tecnologias para a redução do consumo e reaproveitamento da água. O caso mais expressivo é na indústria de alimentos processados, onde a empresa menos impactada, nas condições atuais, poderia ter seu valor reduzido em 0,6% após a imposição de um valor para água, enquanto que a que sofreu abalo teve seu market cap reduzido em 5,3%.

O caso do setor de bebidas é atípico. Embora seja uma indústria que utilize consideravelmente os recursos hídricos, a empresa listada no IBOVESPA é bastante eficiente tanto no uso quanto no reuso desse ativo. E, principalmente, o seu valor de mercado é tão alto que minora a extensão do impacto da precificação.

De qualquer modo, o preço da água pode ter um custo significativo para as corporações desses e de outros setores, aumentando custos operacionais, reduzindo margens e, consequentemente, afetando o seu valor de mercado. A eficiência na utilização dos recursos hídricos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento podem ser fatores de diferenciação consideráveis em um futuro próximo.

Precificação e mercado de água: solução inteligente ou saída mais fácil?

Como dito anteriormente, a determinação de um preço para a água se baseia no racional de que, ao se determinar um valor para esse recurso, ele seria utilizado com maior precaução, aumentando a eficiência no consumo, melhorando sua alocação e reduzindo seu uso. Contudo, ao se colocar o preço como único determinante da viabilidade de exploração de um ativo natural, todas as questões socioambientais são subjugadas pelas considerações econômicas. Dessa maneira, os valores estéticos, éticos e até mesmo, em alguns casos, espirituais dos rios, lagos e outras fontes são deixados de lado.

Em questões práticas de mercado, a criação do sistema de preços para a água e um subsequente mercado pode ter outros efeitos perniciosos. Nesse cenário, regiões abundantes em recursos hídricos e, por esse motivo, historicamente desenvolvidas, possuirão maior acesso à água a um preço mais baixo do que regiões de estresse hídrico, exatamente as que precisariam de água em valor mais baixo para se desenvolver. Ao mesmo tempo, empresas que acumularam maior capital financeiro e tecnológico, talvez até mesmo através da exploração abusiva de recursos naturais, possuirão enorme vantagem competitiva sobre companhias em desenvolvimento, seja na venda dos “créditos” para uso adicional de certos ativos quanto na obtenção desses ativos.

É muito improvável que lançando mão apenas de artifícios da mesma natureza daqueles que levaram à contínua depredação dos recursos naturais é que o problema do uso excessivo desses recursos seja resolvido. Faz-se necessária uma profunda revisão da questão do hiperconsumo e da ideia de desenvolvimento ilimitado, não condizente com um planeta de recursos finitos, o que envolve uma mudança de cultura e educação importantes. Além disso, é vital a criação de instrumentos que tragam considerações éticas, morais e estéticas para a determinação dos uso dos recursos naturais, incluindo a imposição de limites, definidos após extensa análise dos impactos em comunidades locais, fauna e flora.

A solução deve ir além dos simples incentivos econômicos que têm se provado, em sua maioria, insuficientes.

* Fred Seifert é economista pela UFRJ, consultor da SITAWI – Finanças do Bem desde agosto de 2011 e vencedor do Prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis 2012 ([email protected] | www.sitawi.net).

** Publicado originalmente no site Ideia Sustentável.