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SÃO PAULO, 19 DE DEZEMBRO DE 2014

SÃO PAULO, 21 DE MARÇO DE 2013 - prefeitura.sp.gov.br · Burle Marx foi um parque feito sob encomenda - com uma área de 438 mil m2, a Chácara Tangará pertencia a Baby Pignatari,

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SÃO PAULO, 19 DE DEZEMBRO DE 2014

Cinco curiosidades sobre a Vila Andrade

Região na zona sul da capital foi a que mais cresceu nos últimos anos, praticamente

duplicando o número de moradores

1. Vila Andrade se confunde com o vizinho Morumbi - a história da Vila Andrade se

confunde com a do Morumbi. Próximos, os dois bairros um dia pertenceram à Fazenda do

Morumby e se desenvolveram a partir do loteamento de chácaras a na segunda metade do

século 20. Essa confusão aumenta com as propagandas dos empreendimentos imobiliários que

tentam pegar carona na alta valorização do vizinho.

2. Nome é homenagem a banqueiro dono de terras - parte da Vila Andrade tem

origem nas terras que pertenciam à família Pignatari, cujos jardins abrigam hoje o parque Burle

Marx. A região recebeu esse nome em homenagem ao banqueiro Agostinho Martins de

Andrade, dono de uma grande propriedade na década de 30. Após a morte do banqueiro, as

terras foram vendidas a uma empreendedora que tinha como um dos sócios Sebastião

Camargo, dono da Camargo Corrêa, dando início na década de 50 ao loteamento da área.

3. Burle Marx foi um parque feito sob encomenda - com uma área de 438 mil m2, a

Chácara Tangará pertencia a Baby Pignatari, que nos anos 1950 chamou Burle Marx para

projetar os jardins e Oscar Niemeyer para projetar a residência. Baby pretendia se mudar

depois do casamento com a princesa Ira Von Furstemberg, mas os dois se separaram antes do

fim da obra, que ficou inacabada por muitos anos. Parte do local foi loteado, mas a parte

preservada se transformou no Parque Burle Marx. O pergolado xadrez, os espelhos d'água e os

diversos jardins foram restaurados em 1991.

4. Bairro foi o que mais cresceu na última década - Vila Andrade foi o bairro que

mais cresceu nos últimos anos, praticamente duplicando o número de moradores. As áreas

disponíveis, a localização, a boa infraestrutura e os preços dos terrenos mais baratos do que

nos vizinhos Morumbi e Brooklin são apontados como os principais atrativos para as

construtoras. Na última década, segundo dados do censo, a população do bairro subiu cerca de

72%, saltando de 73.649 para 127.015.

5. Vila Andrade reúne dois extremos - bairro tem como principal atrativo as

extensas áreas verdes, a proximidade com o Parque Burle Marx e com o bairro do Morumbi.

Mas, por outro lado, a Vila Andrade reúne dois extremos: de um lado, o bairro Panamby, um

dos mais luxuosos da cidade, e do outro, a favela Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo,

com cerca de 80 mil moradores.

Com a chegada do verão, Parque Burle Marx é boa opção para prática de

esportes

Tombado pelo patrimônio histórico, o Parque Burle Marx ficará aberto durante todo o

período de festas com opções de lazer para todos os gostos e faixas etárias. Localizado entre os

bairros de Vila Andrade e Morumbi, na zona sul da capital, o local é conhecido pelo lazer

contemplativo - jardins, construções históricas e trilhas para caminhada.

São mais de 138 mil metros quadrados que garantem, além de entretenimento, um

respiro necessário de área verde em São Paulo. Com objetivo de aproximar os mais de 20 mil

visitantes mensais da natureza, as trilhas e jardins são os maiores destaques do local.

Os jardins do Parque Burle Marx foram criados e implantados pelo paisagista e

arquiteto Roberto Burle Marx ainda em 1950. O famoso gramado xadrez, assim como o

caminho das palmeiras, a área do Pergolado e o Espelho d´água com seu conjunto de fontes

foram conservados ao longo dos anos e são, hoje, cenário até de ensaios fotográficos para

editoriais.

Natureza

O Parque Burle Marx está classificado dentro da opção de lazer contemplativo que

determina o que pode e não pode ser feito dentro de suas intermediações. A biodiversidade de

Mata Atlântica abriga mais de 80 espécies de animais silvestres e árvores nativas que podem

ser encontrados nos mais de 4 quilômetros de trilhas.

Para o paulistano que deseja conhecer ou revisitar o local, a administração do parque -

feita de maneira privada, porém sem fins lucrativos (OSCIP) - ressalta que bolas, bicicletas e

skates são permitidos apenas para crianças menores de 12 anos. A alimentação como

piqueniques também não podem ser feitas nas áreas gramadas do Burle Marx, apenas na

região da lanchonete local. Com o intuito de preservar a fauna silvestre da região, não são

permitidos animais de estimação.

O Burle Marx é o primeiro parque do Brasil a ser administrado no formato de parceria

entre município e iniciativa privada sem fins lucrativos (OSCIP), segundo modelo norte-

americano aplicado aos parques Central Park e Bryant Park, em Nova York, nos EUA. A

arrecadação de recursos fica por conta do estacionamento, ações de marketing, projetos

culturais, doações da sociedade civil, eventos e comercialização de produtos.

Parque Burle Marx: Avenida Dona Helena de Moraes, 200 - Panamby

Parque do Povo tem complexo esportivo e grupo de caminhada

Nos gramados do parque, no Itaim, visitantes também podem encontrar 37 espécies de aves,

como quero-quero e asa-branca.

Parque do Povo tem pista para ciclismo, além de grupos de caminhada e de Tai Chi.

Inaugurado em 2008, o Parque Mário Pimenta Camargo, no Itaim, zona oeste de São

Paulo, é um dos mais novos da cidade. Conhecido também como Parque do Povo, o local tem

um complexo esportivo, com quadras poliesportivas com marcação especial para esportes

paraolímpicos, campo de futebol gramado, aparelhos de ginástica de baixo impacto, ciclovia,

pistas de caminhada e trilhas.

Todas as sextas-feiras, das 8h30 às 9h30, profissionais da UBS Magaldi fazem um grupo

de caminhada. O ponto de encontro é a entrada principal do parque. Às terças-feiras, das 7h30

às 8h30, é a vez do Tai Chi Pai Lin, um conjunto das práticas milenares taoístas para a saúde, o

movimento e a serenidade. Os participantes se encontram no marquise próxima ao playground

para ter aulas sob a supervisão do professores da UBS Magaldi. Todas as atividades são

gratuitas.

A vegetação do parque é composta por espécies frutíferas nativas, exóticas, madeiras

nobres, trepadeiras e jardim sensitivo com ervas aromáticas. Foram registradas 32 espécies,

das quais a grumixama e o pau-brasil estão ameaçados. As pessoas podem tocar, cheirar e até

morder folhas de espécies de plantas como mostarda, coentro, cheiro-verde, cebolinha, babosa

e manjericão.

Nos gramados do parque, os visitantes podem ver 37 espécies de aves, como quero-

quero, avoante, rolinha, asa-branca, beija-flor-tesoura, pica-pau-do-campo, suiriri-cavaleiro,

sabiá-do-campo e tico-tico. Na copa das árvores ou em sobrevoo é possível ver também

maracanã-nobre, tuim, sanhaçu-do-coqueiro, ferreirinho-relógio, alegrinho e pitiguari.

Informações:

Av. Henrique Schaumann, 420 - Itaim Bibi

Funcionamento: diariamente das 6h às 22h

Telefone: (11) 3073-1217

Agricultura urbana é centro de Encontro de Iniciativas Socioambientais

Patê de alho silvestre, geleia de malvavisco e de gardênia, beldroegão refogado e

refresco de picão com limão. O menu que pode soar um tanto quanto excêntrico é, na verdade,

símbolo de uma tendência que chega com força, aliada à agricultura urbana: as Pancs,

ou plantas alimentícias não convencionais. Um encontro com organização do Programa de Pós-

Graduação em Ciência Ambiental (Procam) da USP foi palco de diálogo e atividades práticas

sobre este tema, entre outros.

Antes parte da programação do Simpósio Interdisciplinar de Ciência Ambiental, o

Encontro de Iniciativas Socioambientais (EISA) ganhou a sua independência nesta segunda

edição, em um evento de três dias dedicados ao tema “Do evento ao movimento de agricultura

urbana”.

Joaquim Alves, mestrando do Procam, e um dos organizadores, conta que o EISA teve

a proposta de “trazer o debate científico em torno da ciência ambiental e juntá-lo ao debate da

extensão universitária, da educação ambiental e das iniciativas que podem ter contato com a

academia, mas não necessariamente são realizadas por ela”.

Esses são trabalhos, em geral, de ONGs que atuam com educação ambiental ou com

jardinagem. Para o gestor ambiental, o primeiro EISA teve um grande papel na aproximação

desses setores, o que permitiu a “pauta mais robusta em relação à agricultura urbana” da

segunda edição.

Práticas não acadêmicas

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Em uma breve pesquisa para a elaboração de um artigo científico, os organizadores

perceberam que não existem muitos trabalhos acadêmicos sobre agricultura urbana, e que, a

despeito disso, é observada na capital paulista a sociedade civil – na forma de coletivos, ONGs e

pessoas – ocupando e se apropriando de praças, terrenos públicos e privados. “Muito mais

inserida, portanto, no movimento e no tema do que a própria academia”, explica Henrique

Kefalás, oceanógrafo e mestrando do Procam.

Kefalás destaca que próprio termo “encontro” sugere uma interação entre o chamado

terceiro setor e a academia, cuja produção científica não se deveria descolar das necessidades

dos movimentos. “A intenção é conseguirmos algumas articulações para que realmente possam

ser tomadas iniciativas pontuais e práticas”, comenta.

Diálogo e ação

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O segundo EISA aconteceu no início de dezembro na Cidade Universitária com

palestras, exposições, oficinas e apresentações. No primeiro dia, professores considerados

referências no tema participaram da mesa de abertura: Marcos Sorrentino, da Escola Superior

de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, Emmanuel Almada, da Universidade Estadual de

Minas Gerais (UEMG), Ladislau Dowbor, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-

SP) e, mediando a mesa, a hortelã urbana e jornalista Claudia Visoni.

O objetivo era provocar os participantes do evento: na medida em que a fala fosse

pronunciada, esperava-se uma reflexão da plateia, que em alguns casos tinha seu primeiro

contato com acadêmicos da área. O discurso dos professores transpareceu a esperança em

uma mudança no modelo de agricultura atual. Temas como compostagem, plantas medicinais,

consumo de água, separação entre campo e cidade e agricultura familiar também ganharam

lugar.

Em seguida, vieram as atividades práticas. No primeiro

dia, foi oferecida uma oficina sobre telhados e paredes verdes com o engenheiro agrônomo

Volker Minks, da Universidade de Humboldt, na Alemanha.

Em outra atividade, o gestor ambiental Guilherme Ranieri levou o público à horta do

Procam, onde mostrou espécies de plantas alimentícias não convencionais, as Pancs, indicando

como reconhecê-las e prepará-las.

De acordo com o pesquisador, o maior estímulo ao consumo das Pancs é o

conhecimento – o fato de a pessoa saber que aquele vegetal é comestível e como prepará-lo

gera uma demanda diretamente relacionada ao aumento do consumo.

Para ilustrar, Ranieri levou algumas preparações simples feitas com os vegetais, e o

público teve oportunidade de experimentar o quão saborosas as Pancs podem ser.

Extensão universitária

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Para Joaquim Alves, este tipo de evento tem uma grande importância ao fortalecer a

dimensão da extensão, e da Universidade como um local irradiador de informação e de ciência.

“A Universidade tem muito respaldo porque gera conhecimento, e traz o que há de mais novo

acontecendo na sociedade. O que queremos é unir o acadêmico ao prático.”

Alves conta que um terço dos inscritos no EISA foram oriundos de prefeituras e de

governos, inclusive de fora do estado. Isso mostra a dimensão da complexidade do tema, dado

que abrange, além da academia e do terceiro setor, o Estado. Em última instância, o Estado

pode ser um grande incentivador da prática, em especial se embasada em pesquisas que

busquem dar respostas às dificuldades e limitações que hoje se apresentam.