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são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo
edição nº 8 | dezembro/janeiro 2014/2015 | r$ 12,00
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
verãoverãoroteiro de
o tietê QUe NUNCA VoCê ViU
Um aventureiro voa sobre o rio mais poluído
do país do começo ao fim
bê-Á-bÁ dA boA ANCorAgem
O que você precisa saber sobre âncoras,
cabos e amarras
os mACetes do CorriCo Como se dar com os peixes mesmo
durante os passeios
As surpresas que esta pedra escondelAje de sANtos
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
UbatUbaaParaty
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Arte_boatsp_pgdp_nautica.pdf 1 25/11/2014 15:53:36
O DIFERENCIAL DAS NOSSAS MARINAS?
P I R ATA S • V E R O L M E B R A C U H Y • R I B E I R A • R I O
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PENSAMOS EM VOCÊ
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Índice
Acesse www.nautica.com.br/nauticasudeste e baixe, de gra-ça, esta edição de NÁUTICA SUdeSTe
DIRETOR DE REDAÇÃO Jorge de Souza [email protected]
PRESIDENTE E EDITOR Ernani Paciornik
VIcE-PRESIDENTE Denise Godoy
cOlAbORARAm NESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
REDAÇÃO E ADmINISTRAÇÃOAv. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, cEP 01451-001, São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
publicidade
DIRETORA DE PublIcIDADE mariangela bontempo [email protected]
ExEcuTIVOS DE cONTAS Eduardo Santoro [email protected] Eduardo Saad [email protected]
Raquel barhum Hailer [email protected] Rabelo [email protected] Ortega [email protected]
PARA [email protected] Tel. 11/2186-1022
NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora ltda. — ISSN 1413-1412. Dezembro 2014. Jorn. resp: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados.
FOTOS DE cAPA: Shutterstock e Fausto campos/laje Viva
CTP, Impressão e Acabamento — IBEP Gráfica
NESTA EDIÇÃO...
BAIXE TAMBÉM AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA
Edição 4NaS águaS dE ParatyE + Represa de Nazaré Paulista
Edição 5o MELHor dE iLHaBELaE + Ilha Anchieta
Edição 7SaNtíSSiMa triNdadEE + edição de Aniversário –- 1º ano
são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo
edição nº 4 | abril 2014 | r$ 12,00
RIO BOAT SHOW18 bons motivos
para você ir ao salão
DO ASFALTO PARA A ÁGUA
Os passeios turísticos em ônibus-anfíbios são
a nova onda no Rio
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Você sabe o que uma simples marola
é capaz de fazer?
Nas Águas de Paraty
A represa que é uma surpresaNAZARÉ PAULISTA
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EDIÇÃO Nº 5 | JUNHO 2014 | R$ 12,00
A Alcatraz de UbatubaILHA ANCHIETA
As 12 Melhores CoisAs de CoisAs de
ilhAbelAOu uma dúzia de motivos que tornam a ilha mais bonita de São Paulo ainda mais gostosa
PRA QUE ISSO?As tralhas inúteis
mais comuns a bordo dos barcos e como
elas atrapalham
XI, NÃO PEGA...Tudo o que você
precisa saber sobre baterias, para não ficar a ver navios...
PRANCHA DE PESCA
Um stand up paddle para quem gostar de
remar e pescar
TrindadeSanTíSSimaA ex-vila caiçara, que, primeiros os hippies, depois os surfistas e os turistas adotaram, ainda enche os olhos com a beleza de suas praias – algumas ainda virgens e as últimas desse tipo no litoral entre Ubatuba e Paraty
SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO
EDIÇÃO Nº 7 | OUTUBRO/NOVEMBRO 2014 | R$ 12,00
UMA LANCHA, TRÊS MOTORES
O que muda numa lancha quando só o que muda
é a potência do motor?
E PARA COMEMORAR... Os 10 mais lindos lugares
para passear de barco, mostrados no primeiro ano
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EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO 1º ANO
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EDIÇÃO Nº 8 | DEZEMBRO/JANEIRO 2014/2015 | R$ 12,00
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
verãoverãoRoteiro de
O TIETÊ QUE NUNCA VOCÊ VIU
Um aventureiro voa sobre o rio mais poluído
do país do começo ao fim
BÊ-Á-BÁ DA BOA ANCORAGEM
O que você precisa saber sobre âncoras,
cabos e amarras
OS MACETES DO CORRICO Como se dar com os peixes mesmo
durante os passeios
As surpresas que esta pedra escondeLAJE DE SANTOS
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco deUm roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
UbatUbaaParaty
VERSÃO DIgITAL gRÁTIS!
pág. 18
pág. 50
76 NÁUTICA SUDESTE
Antes de mais nada, é bom saber que a pesca de corrico — ou seja, aquela feita com uma linha a reboque no barco em movimento, que os cariocas
também chamam de “pesca de arrasto” — difere em tudo das pescarias tradicionais. Não tem, por exemplo, nada a ver com a paz contemplativa das pescarias de beira de rio ou costeiras. Ao contrário, o que não falta
na pesca de corrico é muita ação — a começar pelo próprio barco, que precisa estar em movimento. Mas não basta amarrar uma linha com anzol na popa do barco e sair rebocando a isca. Para experimentar a deliciosa sensação de ser brindado com uma fisgada enquanto passeia com sua lancha ou veleiro é preciso outros cuidados. Como estes aqui.
Que tal, durante o passeio pelo mar, tentar pegar um peixe para o almoço?
A maneira mais fácil é corricando. Veja aqui como
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OS MACETES DO CORRICO
CARRETILHA É
MELHOR DO QUE MOLINETE
As carretilhas são mais eficazes na pesca
de corrico. E devem estar carregadas
com bastante linha. O ideal é, pelo
menos, 400 metros. As carretilhas de
perfil redondo e numerações medianas
(para linhas de 20, 30 ou 50 libras) são
ainda mais indicadas. Mas a fricção deve
permitir ao peixe descarregar linha sem
grande dificuldade, para evitar pancadas
que rompam sua mandíbula. Peixes como
sororocas, cavalas e
bicudas possuem
mandíbula frágil,
que se rompe
com facilidade
quando
submetida a uma
súbita pressão.
PRENDA A VARA
EM VEZ DE SEGURÁ-LA
Durante o corrico, deixe a vara firme
no porta-varas do barco ou presa
firmemente a algo a bordo. Manter a vara
nas mãos gera movimentos involuntários
que podem afugentar os peixes. E se,
depois de sentir a fisgada, a linha afrouxar,
recolha um pouco, para ver se ela volta
a ficar tensionada. É que, muitas vezes,
os peixes fisgados nadam em direção ao
barco, para tentar se livrar do anzol.
PERTO DE BARCOS
ANCORADOS É MELHOR AINDA
Corricar perto de navios e barcos ancorados
pode trazer bons resultados, porque as
cracas dos cascos acabam atraindo peixes.
Correntes de âncoras são melhores ainda,
porque descem até o fundo, atraindo ainda
mais espécies. Mas tome cuidado
redobrado com a navegação.
NÃO SE DEIXE LEVAR
PELOS CARDUMES
Os corricos são a maneira mais eficiente de
cobrir grandes áreas numa pescaria. Mas
não se deixe levar pela eventual visualização
de cardumes na superfície, porque eles
são muito dinâmicos e desaparecem tão
rapidamente quanto surgem. Se vir algum
cardume, circule ao redor dele e não
apenas passe sobre os peixes, para que o
motor não os afugente.
NEM FUNDO, NEM RASO DEMAIS
A profundidade ideal da isca deve ser a meia
água, mas a mesma isca pode atingir diferentes
profundidades, dependendo da velocidade
do barco. Quanto mais rápido ele navegar,
maior será a pressão da água na barbela,
fazendo com que ela desça mais. Portanto,
fique atento à velocidade de navegação.
MUITO CUIDADO
NA HORA DE EMBARCAR
Muito cuidado na hora de embarcar o
peixe, para não perdê-lo na hora agá.
O ideal é cansá-lo um pouco e ir
bicudas possuem
mandíbula frágil,
que se rompe
com facilidade
Você e seu barco
pág.62
Só quem já mergulhou nas águas limpíssimas e cheias de vida da L A J E D E S A N T O S sabe quão bonita uma s i m p l e s p e d r a n o meio do mar pode ser
A PEDRADA VIDA
NÁUTICA SUDESTE 5150 NÁUTICA SUDESTE50 NÁUTICA SUDESTE
BEM MAIS QUE UMA PEDRAA Laje de Santos, a cerca de 21 milhas náuticas da baía da cidade: quem a vê assim, não imagina o que ela esconde debaixo d´água
Q uem sair da baía de Santos e navegar umas 20 milhas adiante encontrará esta grande pedra em forma de baleia, no meio do oceano. Ela não tem vegetação, nenhum ponto
de desembarque, muito menos praia. Ou seja, nenhum atrativo visível que justifique o passeio até lá. Mesmo assim, ao chegar, é bem provável que se encontre outros barcos ancorados ao redor deste bloco de granito, que se ergue solitário no meio do mar. E a razão disso está dentro dele. Basta enfiar a cara na água para entender o porquê de tamanha fama e popularidade da Laje de Santos, nome deste quase obstáculo natural no caminho de entrada do mais movimentado porto do país. Primeiro, verá uma água com transparência difícil de acreditar, até por conta do lugar onde está, bem na rota dos navios que entram e saem do porto de Santos. E, em seguida, se impressionará ainda mais com a quantidade e variedade de espécies marinhas que ela abriga. A Laje de Santos é uma pedra cheia de vida.
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62 NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE 63
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Foi um feito, no mínimo, ousado — para não dizer inusitado. Três me-ses atrás, o piloto e aventureiro pro-fissional Lu Marini decolou com o seu paramotor (um parapente mo-
torizado), de Salesópolis, nas imediações de São Paulo, onde nasce o Tietê, e com ele per-correu toda a extensão do mais longo e polê-mico rio do estado. Levou 18 dias na empreita-da, voando cerca de duas horas por dia a baixa altitude e a relaxantes 50 km/h — o suficiente para ir admirando a paisagem e registrando to-dos os problemas do rio mais poluído e triste-mente famoso do país.
Além desses dois objetivos, a curiosa ex-pedição (que inaugurou a navegação do Tietê também pelo ar...), serviu para colher material para um livro, um documentário e uma carti-lha infantil sobre as questões ambientais do rio e como enfrentá-las. Como, por exemplo, faz Dona Maria, uma humilde moradora da beira do rio entrevistada por Marini, que, na falta de peixes para pescar e sustentar sua família, tro-cou de atividade e hoje vive de vender as porca-rias que recolhe do rio, feito uma espécie de fer-ro-velho fluvial. “Assim, também ajudo a limpá o rio”, disse Dona Maria àquele inesperado na-vegador, que, ao contrário de todos os que ela já viu passar pelo Tietê, chegou pelo ar e não pela água — mas munido da mesma curiosida-de sobre a outra face do rio que virou sinônimo de poluição e descaso com a natureza e o meio ambiente. “Foi uma expedição reveladora, tan-to da natureza do rio quanto dos sérios proble-mas ambientais que o assolam”, preferiu definir Marini, que já viajou com sua vela motorizada por diversos lugares do Brasil e do mundo. Mas jamais sobre um rio inteiro.
ARO NAVEGADOR DO
DO COMEÇO AO FIMLu Marini em ação, voando sobre o ponto onde o Tietê desagua no Paraná e termina sua trajetória. Infelizmente, nem tudo que ele viu no rio foi tão bonito assim
A bordo de um parapente motorizado, o aventureiro profissional Lu Marini fez a mais inusitada travessia do Tietê que se tem notícia: voou, do começo ao fim, sobre o rio mais famoso e polêmico de São Paulo
pág. 76
Você e seu barcoO BÊ-Á-BÁ DA BOA ANCORAGEM
Como barcos não têm
freio de mão, o jeito é ter
uma boa âncora e saber
direitinho o que fazer com
ela, em qualquer situação
Já passou pela sua cabeça que, para permanecerem parados na água, mesmo
os barcos mais modernos dependem de um primitivo peso preso a eles? É que ninguém jamais conseguiu desenvolver algo mais eficiente para impedir que um barco se mova ao sabor dos ventos e das correntezas do que as âncoras, equipamentos tão antigos quanto a própria história da navegação. A única diferença é que, ao longo dos tempos, elas sofreram mudanças na forma e na concepção, tornando-se bem mais eficientes e confiáveis.
Primeiro, as pedras usadas nas embarcações do passado,
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OU
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RAIO-X DO FERRO
Anete É a manilha ou o anel
que é ligado ao furo da haste, no qual se
prende a amarra. No caso de corrente,
é aconselhável usar também um
destorcedor, para evitar nós na amarra.
Haste Além de unir a amarra
às patas, que é a parte que prende a
âncora ao fundo, é uma das peças mais
pesadas do ferro e ajuda na sua fixação.
Quanto mais próxima do solo ela ficar,
melhor a eficiência do fundeio.
Unhas São as pontas das
patas e as partes que de fato “espetam”
o solo. Numa boa ancoragem, elas
desaparecem no fundo e não ficam
visíveis.
Patas São as partes que
enterram e fixam a âncora no solo.
Cepo Parte perpendicular
à haste, que serve para derrubar e
posicionar a âncora, de forma que as
patas penetrem bem no fundo.
Cruz Junção entre a haste e
o cepo. Pode ser usada para soltar a
âncora, quando não se consegue
içá-la pela haste.
O q u e é o q u ê n u m a b o a â n c o r a
deram lugar ao ferro — daí um dos nomes pelos quais as âncoras são conhecidas. Depois, elas passaram a ser feitas de aço e, mais recentemente, de alumínio, este um material bem mais leve e apropriado para se transportar a bordo, já que a função do peso numa âncora é apenas levá-la até o fundo — o que segura uma embarcação de fato são as “patas”, ou garras da âncora, como se verá nas páginas a seguir.
70 NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE 71
pág. 70
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DE UBATUBA... POR JORGE DE SOUZA
Um roteiro que tem a cara do verão, para você fazer com seu barco: as praias, ilhas, sacos e enseadas do trecho mais bonito — e preservado — do litoral entre Rio de Janeiro e São Paulo. E nós damos todas as dicas para esta deliciosa viagem
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6 Náutica SudeSte
8 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 9
LaNÇaMeNtO RiO BOat SHOW 2015
Representantes das principais marcas de barcos do país estiveram presentes e garantiram seus estandes
GRUPOS DE AMIGOSÀ esquerda, Bruno Gouezigoux, da Beneteau, e Marcos Soares, da Sailing. Abaixo, Allan Chechelero, da Triton. estudando a planta do salão. Na última foto, Eduardo Colunna e Lenilson Bezerra, da Acobar, com Cleide Lana, agora da Brunswick
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MUITA GENTEAcima, a equipe da CL Barcos, analisando os espaços disponíveis, e Jorge Freire, da Smart Pier. Ao lado, Jaime Alves, da Flexboat, com Antonio Carlos Lobato, da Verolme, e Pedro Guimarães,da Marina da Glória. Abaixo, Guto e Kadu, da Kadu Marine
cOMO SERá O RIO bOAT ShOwA apresentação do próximo Boat Show reuniu representantes dos principais estaleiros do país, como André Motta, da Ventura, Josué Amaral, da Coral, e Allysson Yamamoto, da Intermarine (fotos ao lado)
Aconteceu...
O salão carioca acontecerá entre os dias 26 e 31 de março de 2015
Um concorrido almoço no Rio de Janeiro marcou a
apresentação e reserva de espaços para expositores do próximo
Rio Boat Show, que desta vez acontecerá em novo endereço
Como a Marina da Glória e o Píer Mauá estão em obras para as Olimpíadas, o próximo Rio Boat Show acontecerá no Riocentro
No Riocentro haverá ainda mais espaço para a exibição dos barcos
ANfITRIõES E cONvIDADOSEduardo Perlingeiro, da Porto do Sol, e Marcos Pacheco, da Vip Náutica (acima), se uniram para organizar a primeira mostra náutica da cidade de Pederneiras, que também teve a presença de Alex Silva, da Mestra Boats, e Sidnei de Souza e Paulo Fernandes, da loja Campesca (ao lado)
MOStRa de BaRcOS MaRiNa POuSada dO SOLPela primeira vez, a cidade de Pederneiras, às
margens do rio Tietê, no interior de São Paulo, sediou
uma mostra náutica, com barcos e acessórios
O evento foi promovido pela Marina Pousada do Sol em parceria com a loja Vip Náutica
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Aconteceu...
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clientes também
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A nova loja fica dentro da Marina Astúrias, uma das melhores do Guarujá
MUITOS cONvIDADOSA inauguração da nova base da Vip Náutica atraiu vários clientes da casa, especialmente aqueles que têm casa — e barco — no Guarujá. Para eles, o atendimento junto ao mar torna tudo mais prático e fácil
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A loja funciona como um showroom permanente, para quem quiser conhecer e testar, na hora, as lanchas da marca Schaefer
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AlEGRIA NO SAcO chEIOO passeio, organizado pelos irmãos Mirian e Marcelo Caetano, da Porto do Rio (no canto, à direita),reuniu 27 barcos e um total de 130 animadíssimas pessoas. Algumas jamais haviam dormido a bordo dos seus barcos
PaSSeiO aO SacO dO euStáquiO
O Saco do Eustáquio é um dos mais bonitos refúgios náuticos de Ilhabela
A Marina Porto do Rio, de Caraguatatuba, levou
seus clientes para um programa diferente: um
pernoite a bordo na parte mais bonita de Ilhabela À noite, teve até um animado churrasco na praia
Aconteceu...
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de ubAtubA... por jorge de souza
um roteiro que tem a cara do verão, para você fazer com seu barco: as praias, ilhas, sacos e enseadas do trecho mais bonito — e preservado — do litoral entre rio de janeiro e são Paulo. e nós damos todas as dicas para esta deliciosa viagem
Ilha Anchieta - Ubatuba
Centro Histórico - Paraty
Náutica SudeSte 2120 Náutica SudeSte
ENTRE PRAIAS E ILHAS Ubatuba tem muitas praias. Paraty, várias ilhas. Este roteiro une as duas coisas num grande passeio, que só pode ser feito de barco
ansado de fazer sempre o mesmo pas-
seio com o seu barco? En-tão, que tal mudar de destino
e fazer logo uma viagem? Es-te roteiro é curto o suficiente para
poder ser feito com qualquer lancha
ou veleiro acima de 30 pés de com-primento (ou mesmo abaixo dis-
so, desde que com atenção redobrada nas condições climáticas), mas variado
o bastante para durar vários dias (ou simples horas, no caso de os planos
mudarem e você resolver voltar para casa mais cedo). Vai de Ubatuba a Paraty, ou vice-versa, já que
o roteiro é o mesmo e na água não há mão de direção, e tem cerca de 60 milhas (ou pouco mais de 100 quilômetros)
de extensão. Dito assim, mais parece outro pequeno passeio. Mas espere só para ver o que a natureza reservou de belezas
para quem sair de uma dessas cidades e chegar a outra, pelo ca-minho mais bonito que há: pelo mar. Que tal, então, sair da ro-
tina neste verão e fazer esta travessia? Nós damos todas as dicas.
C São apenas 60 milhas
de percurso. Mas o ideal
é fazê-lo em quatro ou cinco dias de roteiro
jor
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--Paraty Mirim
enseada do Pouso
Praia de jurumirim
Ilha da Cotia
Trindade
saco do Mamanguá
Praia grande da Cajaíba
Ilha das Couves
Praia de Picinguaba
Ilha do Prumirim
Praia do Cedro
Praia grande Ilha anchieta
ParaTY
uBaTuBa
saco da Velha
Ilha de Ubatumirim - Ubatuba
22 Náutica SudeSte22 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 23
ubatuba a paraty
Entre uma cidade e outra,
algumas vilas caiçaras. Como
Picinguaba e Trindade
CHEGAR E DESEMBARCARPicinguaba é uma típica vila caiçara e uma alternativa de ancoragem. Mas na deliciosa piscina natural do Cachadaço, em Trindade (foto menor à direita), só se chega de bote e se o mar nem sempre tranquilo da região deixar
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Picinguaba - Ubatuba
Costa do Sono - Trindade, Paraty
Cachadaço - Trindade, Paraty
24 Náutica SudeSte24 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 25
ubatuba a paraty
Ubatuba, no extremo nor-te do litoral paulista, tem mais de 80 praias e algu-mas lindas ilhas. Parati, na ponta sul do litoral carioca,
tem, também, estas duas coisas que os brasilei-ros tanto apreciam: praias e ilhas — além dc sa-cos e enseadas bem preservadas. Mas o melhor é que uma cidade fica ao lado da outra. Então, por que não juntá-las num só roteiro e fazer um grande pas-seio de barco que tem a cara do verão? Esta é a nos-sa proposta: ir de Ubatuba a Paraty, ou vice-versa, de barco, curtindo sem pressa cada cantinho deste litoral. Não mais de 80 quilômetros pelo asfalto da Rio-San-tos separam Ubatuba de Paraty. É um trecho tão curto que pode ser feito em pouco mais de uma hora de carro. Mas, apesar do lindo visual que se tem em alguns trechos desta estrada, nada se compara às praias, ilhas e paisagens que você encontrará fazendo esta mesma viagem pela água. E por um simples motivo: esta parte do litoral entre São Paulo e Rio de Janeiro está entre as mais inacessíveis (e por isso mesmo preser-vadas) da costa destes dois estados.
Entre Ubatuba e Paraty, a estrada passa bem longe do que a natureza reservou para esta região de mui-tas reentrâncias e topografia acentuada (daí a difi-culdade de acesso por terra), além de lindas praias, muitas ilhas e diversas cachoeiras. Só mesmo com
um barco é possível conhecer o que se esconde entre Ubatu-ba e Paraty. A começar pelo formidável Saco do Mamanguá, considerado o único “fiorde” do Brasil (ou quase isso), que também fica entre estas duas cidades, mas só pode ser aces-sado pela água. Só o Mamanguá já vale a viagem.
Mas tem mais. Muito mais. Praias, por exemplo, são de perder a conta. Algumas têm areias bem amareladas, contrastando fortemente com o verde da água. Outras, grandes pedras fincadas na areia e, muitas vezes, racha-das pela natureza com tamanha precisão que mais pa-rece terem sido cortadas à faca. Tem, também, aque-las praias de comercial de bronzeador: um praião deserto, sem viva alma por perto. Este roteiro é para quem gosta de variar de praia todos os dias.
Mas isso exige um bom planejamento do ro-teiro, a fim de aproveitar os melhores lugares sem comprometer o avanço da viagem. Exi-
Em Paraty, a navegação é em águas abrigadas. Em Ubatuba, no mar aberto. Até nisso este roteiro é bem variado
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MAR ABERTO OU ABRIGADO?O litoral norte de Ubatuba (ao lado) tem algumas ilhas e mar aberto. Já na parte sul de Paraty, predominam as tranquilas enseadas (abaixo)
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Praia Vermelha - Paraty
Costa de Ubatuba
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de ubatuba a paraty
ge, também, um comandante que saiba deter-minar a hora de parar e, principalmente, de par-
tir, para chegar a tempo (e ainda sob a luz do dia, porque navegar à noite pode ser arriscado e você
ainda perde a paisagem) nos locais escolhidos para os pernoites. Como não existem marinas nem postos
de abastecimento entre Ubatuba e Paraty, o planeja-mento precisa ser ainda mais preciso. A rigor, o único
ponto de apoio náutico deste trecho fica dentro do con-domínio Laranjeiras, entre Trindade e a Ponta da Juatin-
ga, mais ou menos na metade do caminho, mas só pode ser usado em situações de extrema emergência. Portanto,
precavenha-se e planeje tudo muito bem.
Nosso roteiro parte do principal polo náutico de Ubatuba, o Saco da Ribeira, e avança até o cen-tro histórico de Paraty — ou vice-versa, bastando inverter a sequência dos lugares. Mas o objetivo não é apenas chegar (o que poderia ser feito em
cerca de três horas de navegação com qualquer lancha de médio porte ou pouco mais de 12 horas com um veleiro) e sim aproveitar o
que há de melhor entre um e outro lugar. Por isso, o ideal é que esta viagem seja feita em quatro ou cinco dias, com três ou quatro pernoi-
tes, que, no entanto, terão de ser feitos no próprio barco, porque tam-pouco existem pontos de hospedagem ao longo do roteiro – mas dormir
a bordo pode ser outro diferencial em relação aos passeios convencionais. Por ser um trecho que combina as pacatas enseadas de Paraty com
o mar aberto nas águas de Ubatuba, a navegação nem sempre é tão tran-quila do começo ao fim, especialmente na travessia da Ponta da Juatinga,
onde sempre balança um pouco. Mas fica bem mais suave no verão, quan-do os ventos diminuem drasticamente na região. Mesmo assim, em nome do
bem-estar a bordo, convém evitar os ventos de leste, se estiver indo de Ubatu-ba para Paraty, e os de sudoeste, se vier na direção contrária. Também é bom
ficar atento à direção dos ventos quando for ancorar em alguma praia, porque nem todas são tão abrigadas quanto parecem, especialmente no trecho entre Pi-
cinguaba (ainda em Ubatuba) e a Enseada do Pouso (já em Paraty). O bom sen-so recomenda fazer este trecho numa esticada só, ignorando as praias da região
de Trindade, que podem se tornar arriscadas para os barcos sob ventos mais fortes. Mas, se o mar estiver calmo, dá para ir costeando sem maiores problemas e até visi-
tar uma ou outra dessas praias (todas lindas e praticamente desertas, do tipo que todo mundo sonha encontrar), mantendo, no entanto, uma providencial distância da areia
— como regra básica, só ancore onde houver mais de cinco metros de profundidade, porque a partir disso a possibilidade de ondas é menor.
Planejar muito bem a rota é requisito básico para esta viagem deixar (boas) lembranças para sempre. Ou apenas vire a página e siga o nosso roteiro. Depois é só embarcar e aproveitar.
AzUL E vERDEA Praia Grande da Cajaíba, nas águas de Paraty, está entre as principais atrações deste roteiro. Mas há muitas outras, como a cor do mar na Ilha do Algodão (ao lado)
O trecho entre Ubatuba e Paraty é o mais preservado do litoral entre São Paulo e Rio
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Praia Grande da Cajaíba - Enseada do Pouso, Paraty
Ilha do Algodão - Paraty
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Quem já conhece, adora. Imagine, então, quem só a descobre agora!
Primeira parada: Ilha Anchieta
P ara quem tem barco em Ubatuba, a Ilha Anchieta, a míseros 500 metros do continente e bem diante do principal polo náutico da região, o Saco da Ribeira, não é nenhuma novidade. É um passeio quase obri-gatório de fim de semana. Mesmo assim, com lin-
das praias, a ilha sempre agrada. Imagine, então, para quem não tem muita intimidade com o litoral norte paulista, nem conhece em de-
talhes a história do famigerado presídio que existiu na ilha? Por isso, a Ilha Anchieta é a primeira (ou última, dependendo da direção do rotei-
ro) parada desta viagem. Com a desativação do presídio (do qual ainda restam ótimas ruínas, que podem ser visitadas), a ilha tornou-se um parque
estadual e virou uma espécie de playground da natureza. Sua principal praia, bem diante do presídio, é encantadora, mas a mais
abrigada para ancoragens é a praia Grande, que fica ao lado. Já o verdadei-ro paraíso da Ilha Anchieta chama-se Praia do Sul e fica escondida numa en-
seada bem fechada na face sul — claro! — da ilha, onde o mar penetra, entre encostas forradas de vegetação e grandes pedras. Do outro lado da ilha, há ou-
tra praia do mesmo gênero, a praia do Leste, ainda mais virgem. É difícil acre-ditar que lugares assim tão intactos fiquem a menos de dez minutos de barco do
centro da cidade. Ancore, desembarque e fique lá, pelo menos, um par de horas. Será, sem dúvida, um ótimo início (ou final) de viagem.
A Ilha Anchieta é bem conhecida pelos donos de barcos. Mas sempre agrada, com suas praias, natureza e história
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fáCIL, fáCILA Ilha Anchieta tem meia dúzia de praias e praticamente todas são acessíveis aos barcos
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Praia do Leste - Ilha Anchieta, Ubatuba
Praia Grande - Ilha Anchieta, Ubatuba
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Só dependerá de onde você preferir ancorar para dormir no mar
A segunda parada podem ser duas. Ou três
Dependendo do lugar escolhido para o primeiro (ou último, para quem vem de Paraty) pernoite deste roteiro, a idílica Praia do Cedro, praticamente dentro de
Ubatuba, mas providencialmente isolada da cida-de pela sua localização na ponta de uma penín-
sula, aonde só se chega a pé ou de barco, pode, ou não, ser incluída nesta viagem. Quer um conselho?
Inclua. Nem que seja para um simples mergulho nes-ta prainha, que é considerada a mais tranquila de Uba-
tuba. E com ancoragem idem. Só desista se a opção for pernoitar na igualmente lin-
da (mas um pouco distante) Ilha das Couves, a fim de che-gar lá com tempo de aproveitar o resto do dia na ilha, que
tem duas prainhas (com mar verdinho, verdinho), ligadas por uma pequena trilha. A ancoragem é razoavelmente tran-
quila na Ilha das Couves (veja o melhor ponto na tabela no fi-nal desta matéria), mas, como alternativa, há a quase vizinha
vila de Picinguaba, ainda hoje um típico povoado caiçara, onde praticamente todos são pescadores ou caseiros de gente famosa
— que, a despeito da total insignificância turística daquela vila, ali tem casa e não quer nem saber de outro lugar. Em Picinguaba, o
maior atrativo é o Picimbar, um bar deliciosamente fincado no can-tinho da praia e que oferece até poitas para os barcos visitantes.
Mas se a opção for pernoitar em outra praia, a melhor escolha é a estupenda Ilha do Prumirim, bem antes da Ilha das Couves, que tem
uma praia cinematográfica em forma de língua de areia e que permi-te ancoragem segura dos dois lados. Se o vento virar, é só mudar o barco
para o outro lado da praia e continuar curtindo a paz de uma prainha que faz qualquer um se sentir um náufrago privilegiado. Se for pernoitar em
Prumirim, a parada na praia do Cedro é ainda mais indicada. E, neste caso, a visita à Ilha das Couves ficará para o dia seguinte, quando estiver indo para
a próxima parada: a Enseada do Pouso, já nas águas de Paraty.
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ILHA RACHADANo caminho entre a praia do Cedro e a Ilha das Couves fica esta curiosa ilha, que a natureza partiu ao meio. Mas, de barco, nem sempre dá para ver isso claramente
TRêS PARAÍSOSA praia do Cedro (no alto, à esquerda) é considerada a mais tranquila de Ubatuba e merece uma parada. Já a Ilha das Couves (ao lado) tem duas prainhas e é ótima opção para um pernoite, bem como a Ilha do Prumirim (acima)
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Praia do Cedro - Ubatuba
Ilha Rachada - Ubatuba
Ilha das Couves - Ubatuba
A ilha do Prumirim tem uma praia com dois lados. Se o vento virar,
é só mudar o barco para o outro lado
ubatuba a paratyIlha do Prumirim - Ubatuba
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PRAIAS E MAIS PRAIASA prainha da Ilha das Couves (ao lado) é coisa de cinema. Mas, nas águas de Ubatuba, há outras do mesmo gênero. Como a deliciosa praia com dois lados da ilha do Prumiriam (abaixo, à esquerda), a da vila caiçara da Ponta Negra (ao centro) e a encantadora Praia do Sul, na Ilha Anchieta (abaixo)
No trecho de Ubatuba,
há uma praia depois
da outra. Mas cada uma
de um jeito diferente
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Ilha das Couves - Ubatuba
Ilha do Prumirim - Ubatuba Praia da Ponta Negra - Trindade, Paraty
Praia do Sul - Ilha Anchieta, Ubatuba
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O trecho entre a Ilha das Cou-ves, ainda nos limites de Uba-tuba, e a Enseada do Pouso, já nas águas de Paraty, é lindo. Mas nem sempre pode ser visi-
tado pelos barcos, porque este trecho do lito-ral, bem na divisa entre São Paulo e Rio de Janei-ro, não é nada abrigado. Por isso, quem escolher o dia de vento errado não poderá visitar as maravilho-sas praias (algumas totalmente desertas) da região de Trindade, o que, sem dúvida, será uma pena.
Mas, quem der sorte de pegar um dia de mar bem tranquilo e sem vento, poderá até arriscar um desembar-que nas imediações da vila de Trindade e, desde que tenha um pequeno bote para isso (algo, por sinal, essencial nesta via-gem), visitar a maior atração da região, a piscina natural da praia do Cachadaço, onde enormes pedras represam o mar e criam uma piscina de fato. Nas mesmas condições, também dá para ten-tar desembarcar nas praias do Sono e Ponta Negra, onde há peque-nas comunidades caiçaras, ou nas formidáveis areias desertas da praia dos Antigos e Martim de Sá. Mas, de novo, só se o mar deixar.
Um dos problemas é que não existe nenhum ponto de ancora-gem razoavelmente abrigado nesta região, exceto o elegante condomí-nio Laranjeiras, onde, porém, barcos de não moradores só podem parar em situações de emergência — e olhe lá! Outro problema deste trecho é a proximidade com a temida Ponta da Juatinga, uma estreita faixa de terra que avança mar adentro, onde a navegação quase sempre não é nada tran-quila, ao contrário do restante deste roteiro. A melhor maneira de vencer a Juatinga, jocosamente apelidada de “Enjoatinga”, porque costuma fazer os barcos sacudirem adoidado, é passando bem longe dela, cerca de duas ou três milhas mar afora — ou nem tentar, se o mar estiver realmente ruim, coisa que, felizmente, é bem mais rara nos meses de verão. Por isso, muitos donos de barcos optam por simplesmente pular esta parte do litoral, seguindo direto, em linha reta, da Ilha das Couves até a Enseada do Pouso, em vez de ir costeando as praias de Trin-dade. Mas vale mais escolher bem a data da viagem, em função das condições climá-ticas, do que desperdiçar esta linda parte do roteiro.
o trecho de Trindade tem praias magníficas, mas só dá para visitá-las se o mar estiver bem calmo
Aqui, só se o mar deixar
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Entre Picinguaba e a Enseada do Pouso há uma sucessão de praias maravilhosas.
Mas nem sempre dá para chegar de barco
DEPENDE DO TEMPONem sempre o mar está tranquilo na Ponta da Juatinga (no alto), que separa as enseadas de Paraty do mar aberto de Ubatuba. Mas, se estiver, dá até para chegar de barco às lindas praias da região de Trindade, como a dos Antigos (acima) e do Sono (ao lado), sem falar na piscina natural do Cachadaço (ao centro)
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Piscina do Cachadaço - Trindade, Paraty
Praia do Sono - Trindade, Paraty
Ponta da Juatinga - Trindade, Paraty
Praia dos Antigos - Trindade
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de ubatuba a paraty
O nome Enseada do Pouso já dá uma boa ideia da tranqui-lidade das praias que você irá encontrar nesta quase baía, de águas bem abrigadas, logo
após o costumeiro mau humor do mar na Pon-ta da Juatinga. Só o que ele não diz é que elas
também são lindas. A principal é a praia Grande da Cajaíba, que é grande não só no tamanho, mas
também na beleza: uma generosa faixa de areia le-vemente amarelada, com um rio rasinho desaguan-
do no meio dela. Num dos cantos, ficam alguns bo-tecos bem rústicos e, atrás deles, uma trilha conduz a
uma cachoeira próxima, a não mais que 15 minutos de caminhada. Depois, subindo o tal riozinho pelas pedras,
surgirão outras cachoeiras, morro acima, mas só a primei-ra, bem pertinho da praia, já vale a parada.
Na praia Grande da Cajaíba, você escolhe se quer to-mar banho de água doce ou salgada. Ou os dois, quase ao
mesmo tempo, na foz do tal riozinho, na beira da praia. Uma delícia. E um ótimo lugar para passar a noite com seu barco,
na segurança que o próprio nome da Enseada do Pouso sugere.
Na praia Grande da Cajaíba, você escolhe entre banho de água salgada ou doce
Em seguida, uma praia deliciosa
óTIMA PARA TODOSQuem ancorar e desembarcar na tranquila praia Grande da Cajaíba e subir o riacho que desagua na areia encontrará poços e cachoeiras assim. E ainda poderá dormir tranquilo, numa enseada bastante abrigada para os barcos
A praia Grande da Cajaíba tem um riozinho que conduz a uma série de cachoeiras. Como esta aqui
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Praia Grande da Cajaíba - Enseada do Pouso, Paraty
Praia Grande da Cajaíba - Enseada do PousoRio Itaóca - Enseada do Pouso, Paraty
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ubatuba a paraty
NO DIACERTOA Praia Vermelha, bem perto de Paraty, atrai muitas escunas de passeio nos finais de semana, mas, fora disso, está sempre assim: vazia e linda
As tranquilas águas de Paraty escondem praias assim. E os barcos podem chegar bem pertinho da areia
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Praia Vermelha - Paraty
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O Saco do Mamanguá é um bra-ço longilíneo de mar que pene-tra oito quilômetros terra adentro e dá a sensação de ser um canal. Mas não é, porque não leva a lu-
gar algum. Também é considerado o único fiorde do Brasil, já que é margeado, dos dois lados, por al-
tas montanhas, como nas típicas paisagens da No-ruega. Mas tampouco é isso também. Tecnicamente,
trata-se de uma ria, ou leito de rio que, um dia, o mar tomou para si, o que, no entanto, o torna ainda mais
curioso e especial. Suas águas são muito abrigadas e óti-mas para velejar, porque o vão formado pelas montanhas
canaliza o vento e potencializa o seu efeito. Dentro do Saco, a paisagem vai se repetindo ao longo
das margens (uma casinha caiçara ali, uma prainha deser-ta acolá...), mas, de tão relaxante, não cansa. No meio do ca-
minho, fica a Praia do Cruzeiro, a única vila do Mamanguá (e onde só agora chegou a energia elétrica), que tem meia dú-
zia de casas e uma igrejinha. De lá, parte uma trilha que leva ao topo do Pão de Açúcar, que é como os locais chamam a bonita
pedra saliente no alto do morro, que domina a paisagem, a 575 me-tros de altura, da qual se tem uma vista completa de toda a região.
Mas o ideal mesmo é navegar o Mamanguá até o fim, toman-do apenas cuidado com o baixo calado depois da Ponta do Bananal,
bem no fundo do Saco, um ótimo local para pernoitar, por sinal. De lá em diante só é possível avançar com um bote, pelos riozinhos que
desaguam no Mamanguá e que levam a tesouros como as cachoeiras do Cairuçu, aonde bem poucos vão (leia mais sobre elas no final desta
matéria). Aliás, o próprio Mamanguá não é tão visitado quanto merece. A grande maioria dos desavisados donos de barcos costumam passar reto
pela entrada do Saco, quando estão a caminho de Ubatuba ou Paraty. Coi-tados... Não sabem que estão perdendo o melhor da viagem.
O fIORDE BRASILEIRONo Saco do Mamanguá, o mar penetra terra adentro, entre altas montanhas, dando a impressão de um fiorde. Do pico do Pão de Açúcar (ao lado e abaixo), dá para ver todo o Saco. Mas bem melhor do que isso é navegá-lo
o Saco do Mamanguá é atração de primeira grandeza deste roteiro. Mas é preciso navegá-lo até o fim para descobrir as belezas que ele esconde
Próxima parada: o melhor da viagem
No Saco do Mamanguá, o mar avança entre montanhas e forma uma espécie de fiorde. Não existe nada igual no país
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oubatuba a paraty
Saco do Mamanguá - Paraty
Praia do Cruzeiro - Saco do Mamanguá, Paraty Saco do Mamanguá - Paraty
42 Náutica SudeSte42 Náutica SudeSte
Nesta parte da travessia, o roteiro combina a histórica paraty-Mirim com as deliciosas águas da Ilha da Cotia
Aqui, história e natureza se completam
O caminho de volta no Saco do Ma-manguá é tão bonito quanto o de ida, pela óbvia razão de que se tra-ta da mesma paisagem. Mas o ide-al é fazê-lo pela outra margem,
aproveitando assim os dois lados. Para quem estiver indo na direção de Paraty, a próxima parada inevita-
velmente será na imperdível Ilha da Cotia, depois de uma escala na histórica vila de Paraty-Mirim.
A Ilha da Cotia é altamente recomendada para pernoi-tes, porque, além de graciosa, com duas prainhas, uma de
cada lado da ilha, mas interligadas pela mesma faixa de areia e banhadas por uma água quase transparente, é totalmente abri-
gada na parte de dentro. Já Paraty-Mirim, que batiza a própria enseada onde fica, é uma vila mais histórica até do que a pró-
pria Paraty, com uma antiga igrejinha de frente para uma praia tão tranquila que, no passado, serviu de porto para os navios portugue-
ses, que traziam escravos e levavam ouro. As crianças vão adorar a prainha de Paraty-Mirim, e os adultos, a rica história desta vila.
Um pouco adiante ficam outros dois sacos, que merecem uma visita – ou bem mais do que isso. Um deles é o Saco do Fundão,
com água tão tranquila que reflete o verde da mata ao redor. O ou-tro, é o Saco Grande — anote esse nome —, uma plácida lagoa es-
condida após uma sucessão de reentrâncias, que só mesmo a curiosida-de faz seguir em frente. Você vai entrando com o barco e se escondendo
cada vez mais na paisagem. No final, após a última curva, surge uma pequena baía, que, ao ser penetrada, encobre a estrada. A ilusão de es-
tar dentro de um círculo verde é quase perfeita. Dormir ali é sensacional.Mas, bem antes disso, vale a pena parar e comer (muito bem) na casa
do Seu Zizinho, um velho pescador do Mamanguá, na margem esquerda de quem está saindo do Saco, cuja mulher prepara, possivelmente, o me-
lhor peixe frito com farinha do Hemisfério Sul. O “restaurante” é improvi-sado na varanda da casa e os peixes vêm direto da água para a panela, mui-
tas vezes pescados no próprio trapiche do Seu Zizinho. O almoço ali promete deixar tantas lembranças quanto a beleza do Mamanguá.
Só PARA OS BARCOSA centenária igrejinha de Paraty-Mirim fica bem diante da praia, que, no passado, foi um porto histórico. Mais adiante, fica o ainda mais bucólico Saco do Fundo (abaixo)
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IMAGINE vOCê AqUIA prainha de fora da Ilha da Cotia mais parece uma piscina. Até na cor da água
A ilha da Cotia tem duas prainhas, com águas tranquilas e clarinhas. É o melhor lugar para dormir no barco, no litoral de Paraty
ubatuba a paraty
Paraty-Mirim - Paraty
Ilha da Cotia - Paraty
Paraty-Mirim - Paraty
Saco do Fundo - Paraty
44 Náutica SudeSte44 Náutica SudeSte
ubatuba a paraty
o trecho final até paraty é curto, mas merece paradas de praia em praia. ou, ao menos, nestas aqui
Para começar ou terminar bem
Entre Paraty e a quase vi-zinha Paraty-Mirim (não confundir, porque são lu-gares diferentes, apesar do nome em comum), há uma
sucessão de praias ao longo da península que divide estas duas enseadas. E todas tão bonitas que é impossível resistir à tentação de fazer uma — ou várias — paradas ao longo deste pequeno, mas delicioso trecho.
Se o tempo for curto, opte por parar apenas no Saco da Velha, uma praia de cartão-postal e repleta de lindas pedras, que simplesmente não pode ser igno-rada neste roteiro. Muitos barcos optam por pernoitar lá mesmo, atraídos pela ancoragem segura e pela paisagem de calendário de parede. Mas, se tiver tempo, faça tam-bém outras escalas nas praias Vermelha (meio muvucada nos fins de semana, por causa dos passeios de escunas, mas ainda assim belíssima), Jurumirim (a “Praia do Amyr”, já que sua única casa pertence a Amyr Klink e onde sempre há tarta-rugas na água) e na prainha da ponta do Cantagalo, esta tam-bém conhecida como a “Praia dos Vagabundos”, porque é ali que o pessoal que mora nos barcos de Paraty se encontra para ani-mados churrascos na praia. E na hora em que você a vir, entende-rá por que mesmo quem vive no mar adora aquela prainha.
Paraty estará logo adiante e, para quem vem de Ubatuba, ali terminará este roteiro. Mas não fique triste, porque na vol-ta (oba!) começa tudo de novo. fo
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TODAS SãO LINDASA praia Vermelha (acima) tem sempre um ou outro barco e Jurumirim, a “praia do Amyr”, normalmente tartarugas na água (no detalhe). Já a prainha (ao lado) é a favorita de quem mora nos barcos de Paraty
Praia Vermelha - Paraty
Praia de Jurumirim - Paraty
Prainha - Paraty
Paraty fica logo adiante e ali termina o roteiro. Na volta, começa tudo de novo
46 Náutica SudeSte46 Náutica SudeSte
ubatuba a paraty
Cachoeiras do CairuçuNão são muito fáceis de achar nem de chegar. Mas
é garantido que ninguém se arrependerá. O Cairuçu
é um riachinho no meio da mata, bem no fundo do
fundo do Saco do Mamanguá, com uma sequência
de poços e cachoeiras assim. Para chegar até lá,
troque o barco por um bote a remo (o rio é raso e
motores são proibidos porque fica dentro de uma
reserva ambiental) e penetre no manguezal, até
ele virar floresta e encontrar um pequeno porto
de canoas. De lá, são 15 minutos de caminhada
até a primeira queda d’água. Depois, há várias
outras. Um verdadeiro tesouro.
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Além de tudo o que você já viu, o que você
também não pode perder entre Ubatuba e Paraty
Não esqueça de levar
Combustível de sobra Não existe nenhum posto de abastecimento em todo o rotei-ro. Para as lanchas, o ideal é ter autonomia para o dobro do per-curso, ou seja 120 milhas.
Água e galão Também não existe nenhum ponto formal de reabastecimen-to de água doce no caminho. Portanto, encha bem os tanques e leve um galão, para, se precisar, coletar água em casas, riachos e cachoeiras.
Bote de apoio Como tampouco há marinas ao longo deste roteiro, ter um bote é fundamental para desembar-car nas praias sem se molhar — pelo menos demais (e não es-queça o remo!). Uma prancha de sup também cai bem nos pas-seios das paradas.
Duas âncoras Como todas as paradas vão exi-gir ancoragens e certamente per-noites (porque não existem piers entre uma cidade e outra), con-vém exagerar na segurança e le-var duas âncoras — para usá-las ao mesmo tempo ou como equi-pamento reserva.
Roupa de frio Mesmo sendo verão, o vento da navegação resfria o corpo e, à noite, sempre fica bem mais gelado. Casacos impermeáveis (para o caso de chuvas, bem fre-quentes nesta época do ano, por sinal) também são altamente re-comendados.
Protetor solar e repelente A região entre Ubatuba e Paraty ainda é bem virgem, portanto, su-jeita a ataques de bichinhos nem sempre desejáveis. Leve repelen-te e também bastante protetor solar, porque este verão — e este passeio! — prometem.
restaurante da Ilha do algodão
A verde Ilha do Algodão fica bem diante
da Enseada de Paraty-Mirim e só tem
uma casa: a do viciante restaurante do
Hiltinho (viciante porque todo mundo vai e,
depois, quer voltar), no alto do morro, com
uma vista estupenda. Mas os frutos do mar
são tão bons que competem com a própria
paisagem. Você não sabe se olha ou come
primeiro. A saída? Sentar-se numa das mesas
externas, onde é possível fazer as duas coisas, ao
mesmo tempo. Para não perder a viagem, ligue
antes (tel. 24/3371-2155) e reserve.
saco da VelhaUma praia de filme de
aventura, com grandes pedras
na areia e água bem tranquila,
semiescondida na entrada da
Enseada de Paraty-Mirim. Muitos
barcos pernoitam aqui, atraídos pela
beleza da praia, pela segurança da
ancoragem e por um rústico bar que
há no canto, quase escondido atrás
daqueles fabulosos pedregulhos gigantes.hel
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48 Náutica SudeSte48 Náutica SudeSte
ubatuba a paraty
um profundo conhecedor da região indica os locais mais seguros para ancorar ao longo desta viagem, dependendo do vento predominante
Onde ancorar quando o vento deixar
Boa parte do trecho entre Ubatuba e Paraty acontece em águas não
tão abrigadas, onde a ação dos ventos pode influenciar bastante a
navegação, principalmente a segurança nas ancoragens. Por isso, o navegador
Hélio Magalhães, autor de um novo guia de navegação entre Santos e o Rio
de Janeiro, a ser lançado nas próximas semanas, e também dono de uma
empresa de aluguel de barco, a Latitude, que opera charters nesta região, fez um
levantamento completo dos principais pontos de ancoragem nas ilhas, praias e
sacos do litoral entre estas duas cidades — e que reproduzimos abaixo.
A tabela mostra sob quais ventos as ancoragens são tranquilas e seguras (quadrados
verdes), proibitivas ou perigosas (vermelhos) ou apenas exigem atenção, se a intensidade
dos ventos for pequena (amarelos). Também indica as coordenadas do fundeio mais seguro
em vários pontos de paradas e pernoites desta viagem, desde que o vento predominante (e,
especialmente, o previsto para aquela noite) tenha a cor verde na tabela.
É, sem dúvida, uma valiosa ajuda na hora de planejar esta viagem. Mas, bem melhor
do que apenas saber quais são os piores ventos em cada ponto é ter a sabedoria de evitá-
los, além de consultar, seguidamente, a previsão do tempo, durante o próprio passeio. “Em
alguns pontos deste roteiro é perfeitamente possível acessar a internet pelo celular e checar
a meteorologia”, diz o especialista Hélio Magalhães, autor da tabela abaixo.
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Ancoragem imprópria ou perigosa Exige atenção se o vento aumentar Segura e tranquila com este vento
Saco do Mamanguá - Paraty
anCoragem
Paraty
Praia do Cantagalo
Praia de Jurumirim
Praia do Engenho
Praia Vermelha
Saco da Velha
Ilha da Cotia
Praia de Paraty-Mirim
Mamanguá - Bananal
Mamanguá - Pta. do Buraco
Praia Grande da Cajaíba
Ilha das Couves
Praia de Picinguaba
Ilha do Prumirim
Praia do Cedro
Praia Grande Ilha Anchieta
n ne e se s sw w nw latitude longitude
S 23º 13,359´
S 23º 13,354´
S 23º 12,445´
S 23º 12,306´
S 23º 11,648´
S 23º 12,844´
S 23º 13,563´
S 23º 14,279´
S 23º 16,920´
S 23º 14,407´
S 23º 16,036´
S 23º 25,292´
S 23º 22,685´
S 23º 22,971´
S 23º 27,493´
S 23º 32,174´
W 44º 42,323´
W 44º 41,483´
W 44º 39,922´
W 44º 39,485´
W 44º 38,483´
W 44º 37,560´
W 44º 38,424´
W 44º 37,896´
W 44º 38,000´
W 44º 35,914´
W 44º 34,804´
W 44º 51,453´
W 44º 50,409´
W 44º 56,900´
W 45º 01,981´
W 45º 04,454´
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Sem título-2 1 25/11/2014 16:22:27
Só quem já mergulhou nas águas limpíssimas e cheias de vida da L A J E D E SA N T O S sabe quão bonita uma s i m p l e s p e d r a n o meio do mar pode ser
A pedrAdA vidA
Náutica SudeSte 5150 Náutica SudeSte50 Náutica SudeSte
bem mais que uma pedraA Laje de Santos, a cerca de 21 milhas náuticas da baía da cidade: quem a vê assim, não imagina o que ela esconde debaixo d´água
Q uem sair da baía de Santos e navegar umas 20 milhas adiante encontrará esta grande pedra em forma de baleia, no meio do oceano. Ela não tem vegetação, nenhum ponto
de desembarque, muito menos praia. Ou seja, nenhum atrativo visível que justifique o passeio até lá. Mesmo assim, ao chegar, é bem provável que se encontre outros barcos ancorados ao redor deste bloco de granito, que se ergue solitário no meio do mar. E a razão disso está dentro dele. Basta enfiar a cara na água para entender o porquê de tamanha fama e popularidade da Laje de Santos, nome deste quase obstáculo natural no caminho de entrada do mais movimentado porto do país. Primeiro, verá uma água com transparência difícil de acreditar, até por conta do lugar onde está, bem na rota dos navios que entram e saem do porto de Santos. E, em seguida, se impressionará ainda mais com a quantidade e variedade de espécies marinhas que ela abriga. A Laje de Santos é uma pedra cheia de vida.
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laje de santos
limpa e permitidaA visibilidade submarina ao redor da Laje de Santos costuma passar dos 15 metros de profundidade. E os barcos de visitantes são sempre bem-vindos
52 Náutica SudeSte
Dentro d’água, a visibilidade é surpreendente para um lugar tão perto da poluída baía de Santos
Náutica SudeSte 53
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S e fora d’água a Laje de San-tos pouco impressiona, a não ser pelo seu formato curioso e dimensões generosas (tem mais de 500 metros de comprimento
por uns 200 metros de largura, com um solitá-rio farol no cocuruto), basta colocar a máscara e mergulhar para mudar radicalmente de opinião – e adorar ter ido até lá. Em dias normais, quando o mar não está batido demais, a visibilidade dentro d’água costuma passar dos 15 metros de profundidade, e, nos melhores, chega ao dobro disso. Nada a ver com a habitual coloração do mar da região, que costuma es-tar mais para o cinza do que para o azul do oceano.
Por isso mesmo, para os mergulhadores, que não por acaso são os maiores frequentadores desta insólita rocha dentro d’água, a Laje de Santos é uma espécie de playground da natureza. E, ain-da por cima, relativamente próxima, tanto de São Paulo quanto do trecho mais frequentado do litoral do estado. No mínimo, fica muito mais perto do que Abrolhos e Fernando de Noronha, dois dos melhores pontos de mergulho da costa brasileira, aos quais a visibilidade submarina da Laje de Santos é comparável, apesar de o rochedo santista ter bem mais vida marinha. A temperatura da água é outra maravilha: na média, deliciosos 23 graus. Impossível não gostar. Essas formidáveis condições para o mergulho contemplativo (e só isso, porque, como fica dentro do único parque marinho do litoral de São Paulo, é proibido desembarcar e pescar na Laje de Santos) são
54 Náutica SudeSte
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Náutica SudeSte 55
A pesar das dimensões gigantescas (podem
chegar a oito metros da ponta de uma
nadadeira a outra e passar das duas toneladas
de peso), as mantas são arraias absolutamente
inofensivas. Não têm sequer ferrão. Alimentam-
se apenas de plânctons, que retiram do mar
filtrando a água na boca. Também são os peixes
migratórios com o maior cérebro entre todos
do gênero e estão sempre em movimento.
Alguns lugares, contudo, são tradicionais
pontos de parada da espécie. A Laje de Santos é
um deles. O único no Brasil, por sinal
Adoráveis gigantes
laje de santos
Há mais de 20 anos, uma ONG monitora as arraias mantas da Laje. Recentemente, até ajudou a proibir a captura da espécie em todo o mundo
fruto das fortes correntes marinhas que por ali passam, limpando constantemente a água. Basta bater as nadadeiras rumo ao fundo para encontrar garoupas, olhos-de-boi, budiões coloridos e (muitas, muitas…) tartarugas, que estão sempre por ali, já que não existem outras formações rochosas ou ilhas que sirvam como concen-tração de alimentos nas proximidades. Golfinhos também são frequentes e nu-merosos. E as correntes marinhas também são responsáveis por levar para os arredores da Laje visitantes, literalmente, de peso. Como as baleias, que, nos meses de inverno, vira e mexe, aparecem por lá.
Mas nenhum outro frequentador da Laje de San-tos é tão famoso, raro e imponente quanto as gi-gantescas arraias mantas (também apelidadas de “jamantas”, pelo seu tamanho de caminhão), que surgem entre maio e setembro, com especial pre-
dileção pelo mês de julho. Não existe outro ponto do litoral brasi-leiro onde estes dóceis mas enormes seres, com entre três a cinco metros da ponta de uma nadadeira a outra e peso de até duas toneladas, aparecem com tamanha frequência e quantidade.
Na Laje de Santos, as maiores arraias do mundo não só podem ser vistas de perto pelos mergulhadores como são estudadas por um instituto especializado, o Laje Viva, responsável pelo Projeto Mantas do Brasil, que, des-de 1993, registra e cataloga as mantas que surgem nas imediações. Mesmo assim, até hoje, ou seja, mais de 20 anos depois de ter sido criado (e justamente para monitorar esta espécie), o Laje Viva só contabiliza 107 mantas avistadas nas águas da Laje, o que ilus-tra bem o grau de raridade deste peixe no Brasil.
Náutica SudeSte 57
laje de santos
sempre temAs tartarugas são presença constante nas água da Laje, em qualquer época do ano.Já as baleias e as arraias gigantes só chegam no inverno
56 Náutica SudeSte
As águas da Laje também são frequentadas por baleias e muitas, muitas tartarugas
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Por essas e outras é que a decisão bra-sileira de proibir a captura e o comér-cio das mantas no país, tomada no ano passado, por meio de uma ação conjun-ta dos ministérios da Pesca e do Meio Am-
biente, foi tão comemorada pela ONG que cuida destes animais, na Laje de Santos. Não que ali ela fosse ostensi-vamente pescada no passado, o que jamais aconteceu, até porque sua carne não é das mais saborosas. Mas sim porque, ao proibir a pesca das mantas, o Brasil pôde se unir ao Equa-dor, país que tem uma das maiores populações deste tipo de ar-raia no mundo, no esforço para incluir a espécie na lista interna-cional dos animais mais ameaçados pelo comércio, o que foi feito com sucesso. É que, em vários países asiáticos, a capacidade das mantas de filtrar a água em busca de alimento levou à crendice de que algumas partes do seu corpo são capazes de fazer o mesmo com o sangue humano, gerando assim “remédios” de efeito tão inócuo quan-to devastador para a espécie, que passou a ser capturada cada vez mais.
Mas esta mobilização internacional só aconteceu graças a um lance fortuito. Dois anos atrás, durante um mergulho recreativo jun-to com alguns especialistas em arraias, inclusive do Brasil, o então to-do-poderoso secretário de governo do Equador testemunhou uma gran-de manta tentando se desvencilhar de uma rede de pesca deixada no mar e aquilo mexeu tanto com o político, que, ao sair da água, ele decretou que, pelo menos no Equador, aquele animal passaria a ser protegido pela lei.
laje de santos
onde parar? É permitido ancorar na face que fica voltada para o continente, mas só a partir dos 30 metros de profundidade, para proteger a fauna da Laje
58 Náutica SudeSte
A Laje de Santos fica a 21 milhas da costa,
na altura do litoral de Santos. Lanchas de
médio porte fazem a travessia de Santos até
lá em cerca de uma hora, dependendo das
condições do mar. embora pertença a um
parque marinho, é permitido mergulhar (mas
não desembarcar!) e há até poitas para os barcos
visitantes, que também podem jogar âncora na
face norte, a que fica voltada para o continente,
a partir da profundidade de 30 metros. O único
inconveniente é que, por ficar em mar aberto e
não oferecer enseadas ou pontos abrigados, a
Laje é sujeita a fortes correntezas, que podem
chegar aos
6 nós de
velocidade,
o que exige
ter sempre
alguém a bordo,
para qualquer
eventualidade,
enquanto
os demais
aproveitam os
mergulhos na
sua água limpa e
cheia de vida.
Onde ficA ?
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Lanchas de médio porte vão de Santos até a Laje em cerca de uma hora de viagem
Em seguida , através da Laje Viva, o governo do Equador pe-diu o apoio tam-
bém do Brasil, já que são neces-sários pedidos de dois países para a abertura de um processo mun-dial. O resultado foi a expansão da proibição de qualquer tipo de comér-cio envolvendo as arraias mantas para todos os países, o que já está em vigor. Em parte, graças ao que também aconte-ce ao redor desta simples pedra no meio do mar, não muito distante da mais movimen-tada baía do litoral de São Paulo. Nas águas da Laje de Santos, as mantas passaram a ser conhecidas, admiradas e protegidas pelos bra-sileiros e, agora, também, pelo resto do mundo.
Sem título-1 1 03/11/2014 12:39:33
62 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 63
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Foi um feito, no mínimo, ousado — para não dizer inusitado. Três me-ses atrás, o piloto e aventureiro pro-fissional Lu Marini decolou com o seu paramotor (um parapente mo-
torizado), de Salesópolis, nas imediações de São Paulo, onde nasce o Tietê, e com ele per-correu toda a extensão do mais longo e polê-mico rio do estado. Levou 18 dias na empreita-da, voando cerca de duas horas por dia a baixa altitude e a relaxantes 50 km/h — o suficiente para ir admirando a paisagem e registrando to-dos os problemas do rio mais poluído e triste-mente famoso do país.
Além desses dois objetivos, a curiosa ex-pedição (que inaugurou a navegação do Tietê também pelo ar...), serviu para colher material para um livro, um documentário e uma carti-lha infantil sobre as questões ambientais do rio e como enfrentá-las. Como, por exemplo, faz Dona Maria, uma humilde moradora da beira do rio entrevistada por Marini, que, na falta de peixes para pescar e sustentar sua família, tro-cou de atividade e hoje vive de vender as porca-rias que recolhe do rio, feito uma espécie de fer-ro-velho fluvial. “Assim, também ajudo a limpá o rio”, disse Dona Maria àquele inesperado na-vegador, que, ao contrário de todos os que ela já viu passar pelo Tietê, chegou pelo ar e não pela água — mas munido da mesma curiosida-de sobre a outra face do rio que virou sinônimo de poluição e descaso com a natureza e o meio ambiente. “Foi uma expedição reveladora, tan-to da natureza do rio quanto dos sérios proble-mas ambientais que o assolam”, preferiu definir Marini, que já viajou com sua vela motorizada por diversos lugares do Brasil e do mundo. Mas jamais sobre um rio inteiro.
ar
do começo ao fimLu Marini em ação, voando sobre o ponto onde o Tietê desagua no Paraná e termina sua trajetória. Infelizmente, nem tudo que ele viu no rio foi tão bonito assim
A bordo de um parapente motorizado, o aventureiro profissional Lu Marini fez a mais inusitada travessia do Tietê que se tem notícia: voou, do começo ao fim, sobre o rio mais famoso e polêmico de São Paulo
A bordo de um parapente motorizado, o aventureiro profissional Lu Marini fez a mais inusitada travessia do Tietê que se tem notícia: voou, do começo ao fim, sobre o rio mais famoso e polêmico de São Paulo
O navegadOr dO
Náutica SudeSte 6564 Náutica SudeSte
o tietê é assimO Tietê nasce em Salesópolis, bem pertinho de São Paulo, e avança até o rio Paraná, na divisa com o Mato Grosso do Sul. No total, tem cerca de 1 100 quilômetros de extensão e atravessa o estado praticamente inteiro. Lu Marini registrou todas as paisagens (acima) e barragens (ao lado) do rio
São Paulo
Lu Marini vive de suas expedições no ar. Aos 45 anos, casado e pai de dois filhos, mora em Santos, tem patroci-nadores de peso, como a Amanco e a
Chevrolet, e, pelo menos uma vez por ano, em-barca numa aventura minuciosamente plane-jada, a bordo de um paramotor. Com sua vela motorizada, já voou todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, boa parte do Pantanal e atravessou a cordilheira de vulcões (um deles, ainda ativo) do México, quando, inclusive, bateu o recorde continental de altitude com um veículo desse tipo. No ano passado, sobrevoou a malfadada rodovia Tran-samazônica inteira. Agora, fez o mesmo no não menos polêmico rio Tietê.
“Eu queria ver o nível de poluição e degra-dação do rio inteiro, e não apenas de um peda-ço dele, bem como se era verdade que o Tietê volta a ser limpo da metade para a frente”, con-
tou Marini, ao fazer o 40o e derradeiro pouso da travessia, na pequena cidade de Itapura, onde o Tietê desagua no rio Paraná e finaliza o seu percurso, de impressionantes 1 100 quilômetros. “No primeiro caso, os problemas são realmen-te grandes, ainda mais com a estiagem que di-minuiu o nível do rio e expôs ainda mais o seu lado imundo. Mas, felizmente, o segundo tam-bém é verdadeiro: o Tietê ainda é puro e lim-po mais ou menos de Barra Bonita em diante, apesar do atual baixo nível das águas”, resumiu o piloto aventureiro que ama a natureza e, por isso mesmo, escolheu o Tietê como tema da sua mais recente expedição. A próxima também já está definida e será em outro rio: o São Francis-co, que ele pretende “navegar” a sua maneira, ou seja, voando rente à água, no ano que vem. Como se vê, a expedição aerofluvial de Marini no Tietê rendeu outros frutos, além de lindas fo-tos, como as que ilustram estas páginas.
O trecho mais tenso foi a travessia de São Paulo. Se fosse preciso, não haveria onde pousar
lu marini
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66 Náutica SudeSte
lu marini
A travessia aconteceu da maneira que você previu?
Tecnicamente, sim. Levou apenas dois dias a mais do que eu imaginava, porque tive que esperar os ventos amai-narem, na região de Araçatuba. Mas, do ponto de vista da natureza, eu esperava encontrar um pouco mais de verde junto ao rio, de São Paulo em diante. O Tietê é um rio fa-dado a se tornar “urbano”, ou quase isso, em toda a sua extensão, porque, além de atravessar muitas cidades, suas margens estão dominadas pela agricultura. E as plantações se estendem até a beira d’água, sem nenhum respeito às fai-xas de mata ciliar. Praticamente todo o “verde” que há nas margens do rio vem da agricultura, não da natureza, o que é uma pena. Daria perfeitamente para ter as duas coisas.
A ausência da natureza lhe trouxe algum
tipo de problema durante a expedição?
Não chegou a ser um problema, mas me obrigou a ficar ainda mais atento durante os voos, do que normal-mente eu já fico. Eu voava procurando a todo instante al-ternativas para eventuais pousos de emergências, o que nem sempre é fácil quando se está cercado de plantações ou construções, sem falar nas muitas torres de alta tensão que cruzam o rio. Na cidade de Sabino, acabei pousando no meio da rua. Mas nada foi mais tenso do que a traves-sia da cidade de São Paulo, que consegue ser estressante até para quem está voando.
Por quê?
Porque, além da absoluta falta de pontos alternati-vos de pouso — já pensou ter que pousar nos canteiros da Avenida Marginal? —, o tráfego aéreo sobre a cidade é quase tão intenso quanto o terrestre. Tive que voar bem abaixo dos helicópteros, quase rente ao rio, tão baixo que
sentia o cheiro do esgoto. E ainda havia o risco de, na fal-ta de alternativas, ter que pousar na água, o que, conve-nhamos, não seria algo nada agradável.
E o que viu de mais bonito no rio?
Vi fantásticos entardeceres, com o sol tingindo de la-ranja o rio inteiro, trechos tão largos que mais parecem re-presas, e uma parte lindamente sinuosa e com mata ainda preservada nas margens, entre Salesópolis e Mogi das Cru-zes. Mas, acima de tudo, vi o Tietê de uma forma que, tal-vez, até hoje ninguém tenha visto, inteirinho e de cima.
Você já conhecia o Tietê?
Não, embora tenha nascido em São Paulo e seja neto de um dos fundadores do Clube Espéria, que organiza-va competições de natação e remo no Tietê, no passado, quando ele era cristalino. Cresci ouvindo isso e, de cer-ta forma, essas lembranças me influenciaram na criação do projeto de sobrevoar o rio inteiro. Também ouvia dizer que, mesmo hoje, o Tietê era puro e limpo de Barra Boni-ta em diante e resolvi ter certeza disso, indo até lá para ver. Perto de Araçatuba fiz até questão de pescar, para ver se ti-nha mesmo peixe na água, como o pessoal dizia. E, feliz-mente, havia. Na parte final, a água do Tietê ainda é como sempre foi: limpa e com vida. Pena que, com a estiagem violenta que assolou São Paulo, ele estivesse com tão pou-ca água. Nem as barcaças de carga conseguiam navegar.
O principal objetivo da travessia era
conhecer o rio ou avaliar os seus problemas?
As duas coisas juntas, mas com ênfase especial na questão do meio ambiente, que sempre me interessou bas-tante, até porque o que eu faço está intimamente ligado à natureza. Eu queria, de alguma forma, contribuir para conscientizar as pessoas sobre os problemas que o Tietê enfrenta e a maneira que encontrei para isso foi percorrê-lo inteiro, para ver lá de cima a realidade do rio, e transfor-mar essa experiência em livro, documentário e uma car-tilha para crianças, que sairão no início do ano que vem. Estou particularmente entusiasmado com a cartilha, por-que os problemas do rio são tão sérios que duvido que a nossa geração os resolva. A esperança está nas crianças, por meio da educação ambiental desde pequenas. Na minha opinião, o futuro do Tietê depende disso.
lu marini
“Vi a realidade do rio”
Depois de sobrevoar o Tietê, Lu Marini
tem certeza de que muito ainda precisa ser feito.
E a única esperança está nas crianças
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68 Náutica SudeSte
descontrole verde No represamento da barragem de Bariri, a cerca de 400 quilômetros da capital, Marini encontrou um rio surpreendentemente verde. Mas, em vez de alegria, a imagem trouxe preocupação, porque o bonito tom é consequência da proliferação descontrolada de algas e vegetações aquáticas, que roubam oxigênio da água e já chegam a impedir a navegação em certos trechos do rio.
neve? não. sujeiraParece neve mas é espuma gerada pelo excesso de sabão, detergentes e outros resíduos lançados no rio, no seu trecho mais poluído, na Grande São Paulo. Esta foto foi feita na região de Salto, cidade que tem este nome justamente porque ali o Tietê ganha pequenas corredeiras, que, com a poluição, aceleram a formação das espumas. Feito uma gigantesca máquina de lavar roupas. Sujas.
seca violentaMarini sobrevoou o Tietê no auge da seca que atingiu o estado de São Paulo e isso se refletiu, também, no (outrora) caudaloso rio. Logo após sua nascente, ainda em Salesópolis, ele viu esta triste imagem: o rio tão abaixo do seu leito original que até a carcaça de um velho carro atirado na água ressurgiu na superfície.
O q u e m a i s e l eAlém da poluição, outros problemas que estão afetando o Tietê viuviuviulu mariniini
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Você e seu barcoO bÊ-Á-bÁ da bOa ancOragem
Como barcos não têm
freio de mão, o jeito é ter
uma boa âncora e saber
direitinho o que fazer com
ela, em qualquer situação
Já passou pela sua cabeça que, para permanecerem parados na água, mesmo
os barcos mais modernos dependem de um primitivo peso preso a eles? É que ninguém jamais conseguiu desenvolver algo mais eficiente para impedir que um barco se mova ao sabor dos ventos e das correntezas do que as âncoras, equipamentos tão antigos quanto a própria história da navegação. A única diferença é que, ao longo dos tempos, elas sofreram mudanças na forma e na concepção, tornando-se bem mais eficientes e confiáveis.
Primeiro, as pedras usadas nas embarcações do passado,
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Raio-X do feRRo
anete É a manilha ou o anel
que é ligado ao furo da haste, no qual se
prende a amarra. No caso de corrente,
é aconselhável usar também um
destorcedor, para evitar nós na amarra.
Haste além de unir a amarra
às patas, que é a parte que prende a
âncora ao fundo, é uma das peças mais
pesadas do ferro e ajuda na sua fixação.
Quanto mais próxima do solo ela ficar,
melhor a eficiência do fundeio.
Unhas São as pontas das
patas e as partes que de fato “espetam”
o solo. Numa boa ancoragem, elas
desaparecem no fundo e não ficam
visíveis.
Patas São as partes que
enterram e fixam a âncora no solo.
Cepo Parte perpendicular
à haste, que serve para derrubar e
posicionar a âncora, de forma que as
patas penetrem bem no fundo.
Cruz Junção entre a haste e
o cepo. Pode ser usada para soltar a
âncora, quando não se consegue
içá-la pela haste.
O q u e é o q u ê n u m a b o a â n c o r a
deram lugar ao ferro — daí um dos nomes pelos quais as âncoras são conhecidas. Depois, elas passaram a ser feitas de aço e, mais recentemente, de alumínio, este um material bem mais leve e apropriado para se transportar a bordo, já que a função do peso numa âncora é apenas levá-la até o fundo — o que segura uma embarcação de fato são as “patas”, ou garras da âncora, como se verá nas páginas a seguir.
70 nÁutica SudeSte nÁutica SudeSte 71
Você e seu barco
nãO baSta apenaS a âncOra Ser bOa
Para ser eficiente e segura, qualquer âncora
depende muito do tipo de cabo preso a ela: a
“amarra”. Uma boa amarra precisa ser resistente,
mas também ter certa elasticidade, a fim de
absorver o movimento da água na superfície.
Precisa, ainda, ter algum peso, para não flutuar e
acabar “puxando” a âncora para cima. as amarras
de cabo de náilon de três cordões são as mais
usadas, mas as melhores são as de corrente de aço,
porque resistem ao atrito com eventuais pedras no fundo.
Também por serem mais pesadas, elas formam uma curvatura
dentro d’água que suaviza os trancos e forçam a haste da âncora a
ficar na posição horizontal, unhando melhor o fundo. No entanto, além de
difíceis de manusear (cada metro de corrente de oito milímetros pesa cerca
de um quilo e meio!), as amarras de metal só podem ser empregadas em barcos que
tenham guincho e lançador de âncora para guiá-las, porque, do contrário, serão muito
pesadas para puxar na mão e o ferro, ao subir, ainda baterá no casco.
Por isso, são inviáveis na maioria dos pequenos barcos.
Há, no entanto, uma solução intermediária, que consiste
em ter apenas um pedaço de corrente na parte que une a
âncora à amarra de náilon. É a melhor solução para barcos de até
médio porte. além disso, há também a manilha, uma espécie
de anel de metal que fixa a ponta da amarra à âncora
e que deve sempre ser a maior possível.
Quanto ao diâmetro da amarra, depende
do tamanho do barco e do material do
qual ela é feita. Se for um cabo de náilon de
três fios, ele deve ter, no mínimo, 12 mm de
espessura, para barquinhos de 20 pés de
comprimento, ou 16 mm, para embarcações de
30 a 40 pés. Lembre-se: pouco adianta ter uma
boa âncora se a amarra e a manilha não tiverem
a mesma qualidade e resistência.
a regra básica da ancoragem segura
é soltar na água entre cinco e dez vezes
a distância até o fundo; quanto maior for
a amarra, mais eficiente será o fundeio.
Já barcos que usam um pedaço de
corrente junto ao ferro, devem usar, pelo
menos, dois metros e meio de amarra
de aço na ponta do náilon.
O cabo (ou “amarra”) também tem que ser de qualidade
Quantos metros de amarra precisa?
5 paSSOS da bOa
ancOragem
1 escolha um local bem
abrigado e com espaço livre
o bastante para o seu barco
girar totalmente sem tocar em
nada — especialmente em outros
barcos. e prefira
os fundos de
areia, cascalho
ou lama, nesta
ordem.
2 ancore sempre contra o
vento e a correnteza, para
o barco não ser empurrado
sobre a amarra — que assim pode
se enroscar no leme, no hélice, ou,
se for um veleiro, na quilha.
3 depois de jogar a âncora,
dê ré, em baixíssima
velocidade, para a âncora
unhar bem o fundo. Quando não
conseguir mais segurar a amarra
com as mãos, é porque o ferro
unhou bem.
4Solte uma quantidade
de amarra na água
equivalente à profundidade
do local, na proporção de,
no mínimo,
cinco vezes mais
cabo do que a
distância até
o fundo.
5 ao içar a âncora, posicione
o barco exatamente sobre
ela, para facilitar a operação,
mas nunca passe
com o barco
sobre a âncora,
para não forçar
sua haste.
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72 nÁutica SudeSte
SerÁ que unhOu?
A maioria dos problemas no fundeio acontece não
pelo rompimento da âncora ou da amarra, mas sim
porque o ferro “garra” no fundo — o que, no entanto, no
jargão náutico, significa exatamente o contrário do que
parece, ou seja, que a âncora está sendo “arrastada” e não
“agarrou” o fundo coisa alguma. Por isso, além de não
confundir os termos, é preciso, depois de jogar a âncora,
verificar se ela unhou o fundo — este sim o termo correto.
Para tanto, enquanto o barco estiver dando ré, segure bem
a amarra. Quando não mais aguentar segurá-la, é porque
o ferro “unhou”. Mas, se ainda conseguir segurá-la, é sinal
de que a âncora está “garrando” — ou seja, sendo arrastada
no fundo. Nesse caso, solte mais cabo. Mas, se mesmo
assim o ferro continuar sendo puxado pelo barco, recolha
e recomece a manobra inteira. Não adianta ter pressa. Na
hora de ancorar, é sempre bom duvidar.
o jeito certo Para saber se a âncora está bem presa ao fundo, dê ré no barco e segure o cabo com as mãos. Quando não conseguir mais segurá-lo, é porque o ferro unhou
Como saber se o barco está bem preso ao fundo
danfOrth Ou bruce?
As âncoras do tipo danforth e, principalmente, bruce, são
as mais usadas pelos donos de barcos no Brasil. Mas
elas são bem diferentes entre si, tanto no formato quanto no
desempenho. as danforth se caracterizam por terem duas
patas paralelas e pontiagudas, que, não importa o lado que
caiam na água, conseguem unhar o fundo, porque a haste
se move e sempre permite o contato com o solo. Mas, por
possuírem haste e cepo longos, ocupam mais espaço no
paiol e exigem cuidado no manuseio, já que a haste se
move e pode machucar as mãos.
Já as âncoras bruce têm três patas e
haste fixa e curta, o que as tornam mais
compactas e seguras. Também em fundo
de pedras são mais resistentes e unham
rapidamente na lama, o que nem sempre
acontece com as danforth, que, no entanto,
são imbatíveis em fundos de areia. Também na relação peso
X eficiência, as danforth, especialmente as de alumínio, dão
um banho nas bruce. Mas sua desvantagem é o preço, bem
mais alto, especialmente as importadas, como a da marca
americana fortress, considerada uma das melhores do mundo e
razoavelmente vendida no Brasil. o índice de resistência de uma
danforth da marca fortress (ou seja, a força que ela aguenta
para cada quilo que pesa), chega a ser sete vezes superior ao
das melhores bruces nacionais — que, no entanto, costumam ser
as mais vendidas por aqui, justamente porque custam menos
do que as danforth.
Qual é a melhor? Bem, como se vê, depende do
tamanho do compartimento da âncora no barco e do tipo
de fundo que há no local onde ela for ser usada com mais
frequência. Mas, uma coisa é certa: economizar na âncora é
colocar em risco a sua própria segurança.
As âncoras do tipo danforth e, principalmente, bruce, são
as mais usadas pelos donos de barcos no Brasil. Mas
elas são bem diferentes entre si, tanto no formato quanto no
Qual, afinal, é a melhor âncora? A resposta é: depende...
se move e sempre permite o contato com o solo. Mas, por
possuírem haste e cepo longos, ocupam mais espaço no
paiol e exigem cuidado no manuseio, já que a haste se
move e pode machucar as mãos.
rapidamente na lama, o que nem sempre
acontece com as danforth, que, no entanto,
Você e seu barco
76 Náutica SudeSte
Antes de mais nada, é bom saber que a pesca de corrico — ou seja, aquela feita com uma linha a reboque no barco em movimento, que os cariocas
também chamam de “pesca de arrasto” — difere em tudo das pescarias tradicionais. Não tem, por exemplo, nada a ver com a paz contemplativa das pescarias de beira de rio ou costeiras. Ao contrário, o que não falta
na pesca de corrico é muita ação — a começar pelo próprio barco, que precisa estar em movimento. Mas não basta amarrar uma linha com anzol na popa do barco e sair rebocando a isca. Para experimentar a deliciosa sensação de ser brindado com uma fisgada enquanto passeia com sua lancha ou veleiro é preciso outros cuidados. Como estes aqui.
Que tal, durante o passeio pelo mar, tentar pegar um peixe para o almoço?
A maneira mais fácil é corricando. Veja aqui como
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OS maceteS dO cOrricO
Carretilha é
melhor do que molinete
As carretilhas são mais eficazes na pesca
de corrico. E devem estar carregadas
com bastante linha. O ideal é, pelo
menos, 400 metros. As carretilhas de
perfil redondo e numerações medianas
(para linhas de 20, 30 ou 50 libras) são
ainda mais indicadas. Mas a fricção deve
permitir ao peixe descarregar linha sem
grande dificuldade, para evitar pancadas
que rompam sua mandíbula. Peixes como
sororocas, cavalas e
bicudas possuem
mandíbula frágil,
que se rompe
com facilidade
quando
submetida a uma
súbita pressão.
Prenda a vara
em vez de segurá-la
Durante o corrico, deixe a vara firme
no porta-varas do barco ou presa
firmemente a algo a bordo. Manter a vara
nas mãos gera movimentos involuntários
que podem afugentar os peixes. E se,
depois de sentir a fisgada, a linha afrouxar,
recolha um pouco, para ver se ela volta
a ficar tensionada. É que, muitas vezes,
os peixes fisgados nadam em direção ao
barco, para tentar se livrar do anzol.
Perto de barCos
anCorados é melhor ainda
Corricar perto de navios e barcos ancorados
pode trazer bons resultados, porque as
cracas dos cascos acabam atraindo peixes.
Correntes de âncoras são melhores ainda,
porque descem até o fundo, atraindo ainda
mais espécies. Mas tome cuidado
redobrado com a navegação.
não se deixe levar
Pelos Cardumes
Os corricos são a maneira mais eficiente de
cobrir grandes áreas numa pescaria. Mas
não se deixe levar pela eventual visualização
de cardumes na superfície, porque eles
são muito dinâmicos e desaparecem tão
rapidamente quanto surgem. Se vir algum
cardume, circule ao redor dele e não
apenas passe sobre os peixes, para que o
motor não os afugente.
nem fundo, nem raso demais
A profundidade ideal da isca deve ser a meia
água, mas a mesma isca pode atingir diferentes
profundidades, dependendo da velocidade
do barco. Quanto mais rápido ele navegar,
maior será a pressão da água na barbela,
fazendo com que ela desça mais. Portanto,
fique atento à velocidade de navegação.
muito Cuidado
na hora de embarCar
Muito cuidado na hora de embarcar o
peixe, para não perdê-lo na hora agá.
O ideal é cansá-lo um pouco e ir
bicudas possuem
mandíbula frágil,
que se rompe
com facilidade
Você e seu barco
puxando gradativamente para a borda
do barco. Depois, sem dar trancos,
segure firme e traga para bordo, com
um movimento contínuo.
isCa artifiCial é a mais indiCada
Iscas vivas ou naturais dão muito
trabalho e não combinam com um simples
passeio de barco. Para corricar, as melhores
iscas são as artificiais de barbela, de tamanho
pequeno (entre 6 e 10 cm) e bem coloridas,
em forma de manjubas. Se, no entanto,
preferir usar isca natural, use anzóis do
tipo garateia, com várias pontas, que dão
melhores resultados do que os convencionais.
navegue a baixa veloCidade
A velocidade do barco no corrico
costeiro deve variar entre 3 e 6 nós,
dependendo do peixe que se queira
pegar e do tipo de isca usada. Mas
a mesma espécie pode atacar em
diferentes velocidades, de acordo com
o dia, pressão atmosférica, temperatura
da água, transparência, etc. Por isso,
variar a velocidade periodicamente é
recomendável. Mas, em dias nublados
ou com água turva, a velocidade do
barco deve ser menor, para facilitar a
visualização da isca pelos peixes.
use linha resistente e líder
A resistência da linha de náilon deve
variar entre 20 e 50 libras. Já o “líder” (ou
seja, a parte reforçada da linha, que fica
próxima à isca) deve ser mais grosso, com
quatro a seis metros de comprimento.
alguns Peixes são mais fáCeis
Dependendo da época do ano,
os peixes mais frequentes no litoral
entre São Paulo e Rio de Janeiro são as
sororocas, as enchovas, as cavalas
e as bicudas. Mas não se espante se
for surpreendido no corrico por um
belo badejo ou vermelho, que, apesar
de serem peixes de fundo, podem
desferir ataques-relâmpago
surpreendentes na meia água.
vara é mais efiCiente
do que linhada
Varas rígidas e curtas
(entre seis e sete pés de
comprimento), que têm
fácil manejo dentro do
barco e não incomodam
as outras pessoas, são bem mais
indicadas do que as linhadas. Um
conjunto de varas com ação de
resistência entre 20 e 25 libras
dá conta do recado. Mas, se for
corricar com plugs de barbela
comprida, que atingem
profundidades maiores, use
varas entre 30 e 40 libras.
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Você e seu barco
O fundo do casco mais
ou menos acentuado tem
diretamente a ver com a
navegação. Veja por quê
do casco
é o
da questão
“V”
“X”
O ângulo do “V” tem tudo a ver
Na lanchas, o ângulo do “V” do fundo do casco costuma variar entre 10 e 30
graus, dependendo do local e condições prioritárias de navegação. Como regra
geral, quanto maior a velocidade e mais severas as condições de navegação,
maior deverá ser o ângulo do “V”. Embarcações projetadas para navegar apenas
em baías, lagos e represas, costumam ter ângulos de apenas 10 ou 15 graus. Já
as de navegação costeira, entre 18 e 20 graus. E a oceânica, de 20 e 30.
O que mais conta é o “V” da popa
A função do ângulo da proa é melhorar a penetração do casco nas ondulações,
evitando que a frente do barco “suba” demais. Já o ângulo do casco a partir da
meia-nau até a popa tem a ver com o planeio e com as eventuais pancadas na
superfície da água — daí a sua maior importância. Se a superfície da água fosse
totalmente plana, cascos chatos ou com ângulos mínimos de popa seriam os
mais indicados. No entanto, a navegação sobre ondulações exige aumentar o
poder de penetração do casco na água — ou seja, com ângulos maiores tanto
de proa quanto, principalmente, de popa.
Quanto maior o “V”, mais motor
Ângulos de popa maiores exigem mais velocidade para atingir o planeio, daí a
necessidade de motores mais potentes. No entanto, maior potência e velocidade
para o planeio podem tornar a navegação mais “molhada” e aumentar o balanço
do casco. Para atenuar esses pontos negativos é comum os projetistas incluírem
“nervuras”, ressaltos ou multiangulações no fundo do casco, a fim de buscar
soluções que mantenham as vantagens do V acentuado.
Quanto mais antigo o projeto, menos “V”
Como regra geral, projetos mais antigos de cascos costumam ter ângulos de V
de popa menores que os atuais. Isso acontece porque, para planar, um casco
precisa de velocidade, que, por sua vez, é consequência direta da potência
do motor. E antigamente os motores não eram tão potentes, o que levava os
projetistas da época a diminuir o “V” do casco, para não aumentar ainda mais o
tempo do planeio.
Além do “V”, tem, também, os “degraus”
Os desníveis (ou “degraus”) no fundo dos cascos de certos barcos servem
basicamente para diminuir a resistência da água, aumentando assim a
velocidade. Em altas velocidades, geralmente acima dos 40 nós, esses “degraus”
sugam ar para baixo do casco, diminuindo o atrito e aumentando a performance.
Além disso, fazem o casco sofrer menos com o caturro. No entanto, são mais
indicados para barcos com “V” bem acentuado, acima dos 20 graus.
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1 Formação localizada no rio Araguaia, a maior do mundo no seu gênero • 2 Circulação de ar • 3 Armazém junto a litoral marítimo, lacustre ou
fluvial para depósito de mercadorias em trânsito • 4 Aluno de Academia Militar • 5 Sair com o destino a • 8 Uma das capitais sul-americanas
banhadas pelo rio da Prata • 11 O segundo maior curso d’água da América do Sul • 12 Raia encontrada em águas tropicais, com até 6,5 m de
comprimento, também conhecida como morcego-do-mar ou peixe-diabo • 13 Relativo ao sul • 14 Patrulha de acompanhamento para proteção • 15
A capacidade de carga de um navio • 16 Pequeno barco de formato variado usado em águas calmas, próprio para o lazer • 17 Mestre de qualquer
tipo de embarcação • 18 Revezamento alternativo em certas atividades • 19 Região costeira a prumo que facilita a aproximação de navio • 21
Um dispositivo de segurança para residências, carros, lojas etc. • 24 Barco movido pela energia gerada pelas partículas gasosas emanadas da água.
4 O nome do famoso navio do explorador francês Jacques-Yves Cousteau • 6 Barco típico dos povos primitivos • 7 Fricção entre dois corpos que
tocam um no outro • 8 Banco de areia oculto sob a água e perigoso à navegação • 9 Um dos mais difíceis estilos de natação • 10 O estado com as nascentes do rio
Xingu • 13 Peixe semelhante à garoupa, vive geralmente sobre fundos rochosos ou arenosos • 18 Formação rochosa, à flor da água ou submersa, em áreas de pouca
profundidade, geralmente próxima à costa • 20 Lançar borrifos de água • 22 A época dos peixes porem ovos • 23 Iguaria feita com ovas salgadas de alguns peixes
• 25 A capital do menor estado brasileiro • 26 Que dura pouco, mas vai e volta • 27 Termo que significa reduzir a área vélica • 28 Medida correspondente a 0,22 m.
Você entende de mar?
Elab
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cruzadas náuticas
Nome popular desta arraia
COMUNICADO AOS LEITORES
Informamos que o anúncio publicitário publicado nas páginas 10 e 11 da edição nº 312 de Agosto de 2014 da Revista Náutica intitulado com o nome fantasia BRASCREDITO BRASILE, que foi às bancas no período de 15/08/2014 a 10/09/2014 e também nas páginas 3 e 4 da edição nº 06 de Agosto e Setembro de 2014 da Revista Náutica Sudeste que foi às bancas no período de 14/08/2014 à 16/10/2014, não se trata de anúncio real da empresa que suposta-mente teria contratado o anúncio, cuja razão social é BRASILIA PRESTIMOS DE CAPTAÇÃO E ANALISE LTDA, mas sim de estelionatários que utilizaram indevidamente o nome, CNPJ e dados desta empresa para divulgar serviços fraudulentos.
Em respeito aos seus leitores e assinantes, a revista NÁUTICA faz este comunicado, pois tomou ciência de que o referido anúncio era na realidade um golpe, situação que a revista não teria como verificar antecipadamente à sua publicação já que foi utilizado o CNPJ de empresa existente e idônea no mercado conforme consulta de dados cadastrais e comerciais que normalmente são efetuados para a aprovação de crédito a clientes novos de acordo como norma interna da empresa G. R. Um Editora Ltda. que edita as Revistas Náutica e Náutica Sul.
Informamos também que a revista NÁUTICA já tomou as devidas providências (B.O.) buscan-do assegurar que os órgãos responsáveis tomem as providências para que os estelionatários não voltem a cometer o referido crime.
Atenciosamente, G. R. Um Editora Ltda
Revista Náutica e Náutica Sudeste
Diretoria
Comunicado aos leitores.indd 2 18/11/2014 16:07:22
80 náutica SudeSte
“PESCAR tAmbém é CoiSA dE mulhER”
Em 1997, a então repórter de TV Maraisa Ribeiro foi escalada para fazer uma reportagem sobre um pes-cador esportivo. Gostou tanto do assunto que virou
uma especialista, tanto no âmbito profissional quanto pes-soal. Hoje, aos 52 anos, casada e com um marido que gosta de pescarias bem menos do que ela, é, seguramente, uma
das mulheres que mais pescam no Brasil — tanto que virou colunista da revista Pesca Esportiva, além de ter um marlin tatuado nas costas, lembrança do maior peixe que pescou até hoje. “Como sempre, eu era a única mulher no meio de um monte de homens, e fui a única que pegou um da-queles peixões”, brinca, como conta nesta rápida entrevista.
Uma das pioneiras da pesca esportiva do gênero feminino, a campineira Maraisa Ribeiro garante que as mulheres que não pescam é porque ainda não experimentaram isso direito
1 2 3“Quando eu comecei a pescar,
quase 20 anos atrás, sim. E muito. Ainda
mais porque eu fazia reportagens sobre
pescarias para a televisão e choviam
cartas dos telespectadores, todos homens,
naturalmente, com piadas e comentários
nada elogiosos a respeito. O mínimo que
eles diziam é que o lugar de mulher na
pescaria era no fogão, preparando os peixes
pro almoço — sem falar nos comentários de
duplo sentido, envolvendo varas e coisas do
tipo. Mas, naquela época, mulher pescadora,
ainda mais na pesca esportiva, que tem por
objetivo apenas a diversão, já que os peixes
são devolvidos à água, era quase um ET. Não
havia pousadas de pesca preparadas para
receber mulheres, nem roupas femininas
específicas. Eu era obrigada a me vestir
como um homem e, por isso, várias vezes fui
confundida com um sapatão. Mas hoje não.
Canso de ver casais pescando e acho que,
de certa forma, contribuí para isso.”
“Sim (rindo): os homens não deixam
que eu carregue peso nem arraste o barco.
Sempre tem um cavalheiro que se oferece
para fazer o serviço mais pesado e eu, por
educação (rindo ainda mais), aceito. Ou seja,
fico só com o melhor da pescaria, que é o
prazer de sentir as fisgadas e trazer o peixe.
Mas é claro que nem todo grupo gosta
de ter uma mulher por perto, porque isso
tira um pouco da liberdade deles de falar
bobagens e fazer besteiras. Eu tento deixar o
pessoal à vontade e aviso logo que, quando
eles quiserem fazer xixi, por exemplo, é só
me avisar que fico olhando a paisagem.
Mas, no fundo, sempre fui bem tratada,
justamente porque era a única mulher no
grupo. Mas acho que as mulheres têm mais
sensibilidade e paciência, o que combina
com pescarias. Sem contar que mulher não
tem vergonha de perguntar e mostrar que
não sabe, aprendendo assim mais rápido,
coisa que os homens não fazem.”
“Tenho certeza de que é apenas
porque ainda não experimentaram. Veja
as orientais, por exemplo. Pescar sempre
fez parte da cultura delas, porque, no
passado, era uma forma de buscar alimento
e cabia à mulher cuidar da alimentação
da família. Hoje elas continuam pescando,
apenas porque gostam de fazer isso. Mas
é certo que as mulheres em geral prezam
o conforto mais do que os homens e isso
nem sempre combina com certos locais
de pescarias. Além disso, muitos maridos
desencorajam propositalmente suas
mulheres, dizendo que tem cobra, mosquito
e outros bichos, porque querem ficar
sozinhos e se divertirem também depois
das pescarias. Para estes, pescar virou
desculpa. Isso já foi bem mais comum do
que é hoje, mas deixou a tradição de que
pescaria é coisa de homem. Mas eu posso
garantir — e da maneira mais inequívoca
possível — que também é coisa de mulher.”
Os homens não estranham ter uma mulher na pescaria?
As mulheres levam alguma vantagem nas pescarias?
Por que as mulheres em geral não gostam de pescar?
ar
qu
ivo
pe
sso
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3 perguntas
Sem título-1 1 24/11/2014 09:10:49
82 NáutiCA SudEStE
férias de verão
PACOTEs de
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