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Seminário Nacional “Prevenção e Controle da Exposição aos Agentes Ambientais em Marmorarias: da pesquisa à prática” São Paulo/SP - 01 e 02 de julho de 2008 Apoio Realização S I N D I C A T O D O S T R A B A L H A D O R E S NA S IN D Ú S T R I A S D E M Á R M O R E S , G R A N I T O S E P E D R A S O R N A M E N T A I S D E S Ã O P A U L O HISTÓRICO DAS AÇÕES E ESTUDOS DESENVOLVIDOS EM MARMORARIAS. (PARTE II) Ana Maria Tibiriçá Bon , Golda Schawartzman , Irlon de Ângelo da Cunha ,Vanda Deli de Souza Teixeira 1 2 1 1 [email protected] [email protected] ; (1)FUNDACENTRO ; (2) CRST/Freguesia do Ó; Grupo Técnico de Marmorarias Figura 7 Visitas técnicas equipes da Fundacentro e dos CRSTs/PMSP. Figura 8 Visitas técnicas, equipes da Fundacentro e dos CRSTs na Marmoraria Escola do Núcleo de Rochas Ornamentais do SENAI Mario Amato Figura 9 Vista Geral da Marmoraria Escola Núcleo de Rochas Ornamentais do SENAI Mario Amato Figura 10 Coleta de poeira para análise de sílica cristalina Figura 11 Coleta de poeira para análise de tamanho de partículas de poeira Figura 12 Medição de vibração Figura 13 Parte da equipe da Fundacentro Nos anos de 2002 a 2003 os técnicos da FUNDACENTRO, dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, sindicatos de trabalhadores e de empregadores e outras instituições parceiras, continuaram a desenvolver estratégias e ações conjuntas para estudos de reconhecimento, avaliação quantitativa da exposição a agentes ambientais e alternativas de controle da exposição, assim como foram realizadas avaliações médicas dos trabalhadores. Os estudos e ações se desenvolveram até 2007. Em outubro de 2003 as equipes técnicas da Fundacentro e dos CRSTs visitaram o Núcleo de Rochas Ornamentais do SENAI Mario Amato formado pela Marmoraria Escola e pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica. Nesse mesmo período, entre 2002 e 2003, as atribuições do Ministério Público do Estado de São Paulo relacionadas à Promotoria de Justiça de Acidentes de Trabalho da Capital foram transferidas ao Ministério Público do Trabalho e o Projeto Marmoristas deixou de existir na forma e composição anteriormente descritas. Mas as instituições continuaram atuando de forma independente. Em agosto de 2004 por iniciativa do PNES foi criado um Grupo Técnico de Marmorarias (GT) com objetivo de integrar as diversas ações em desenvolvimento neste ramo de atividade. Este GT foi composto por representantes de instituições de governo (FUNDACENTRO, MTE, MPT e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador da PMSP), empregadores (SIMAGRAN/SP), trabalhadores (SITIMAGRAN e SINTRAMOG) e instituições convidadas com trabalhos nesta área, (SESI, SENAI e SEBRAE). São objetivos do GT - Marmorarias: estudar e propor ações de controle, mudanças de processos e, se necessárias, mudanças tecnológicas para diminuir a exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais nocivos à saúde. Dá-se ênfase ao controle da exposição à poeira contendo sílica cristalina e ao ruído. Os dados de pesquisas desenvolvidas pela FUNDACENTRO confirmaram o risco de exposição à sílica cristalina nas marmorarias, notadamente naquelas que desenvolvem atividades com acabamento a seco. Essas pesquisas também indicaram uma drástica redução dessa exposição com a substituição do processo de acabamento a seco pelo processo de acabamento a úmido. , Para os trabalhadores expostos a poeira de rochas silicáticas nos processos de acabamento a seco, encontrou-se uma concentração média de sílica cristalina respirável no ar igual a 0,36 mg/m , sendo encontrados valores de até 3,55 mg/m e nos processos de acabamento a úmido a exposição encontrada foi de 0,04 mg/m . Estes resultados representam, respectivamente 7, 70 e 0,8 vezes o valor do limite de exposição ocupacional (LEO) para sílica cristalina de 0,05 mg/m , que era o valor recomendado pela ACGIH de 2005, época da realização da pesquisa da FUNDACENTRO. O estudo de tamanhos característicos de partículas indicaram a predominância de partículas menores que 10 micrometros sendo que 92% das partículas presentes em marmorarias apresentavam uma faixa de diâmetro aerodinâmico médio entre 2,2 e 3,9 micrometros. Essa faixa encontra-se na fração respirável da poeira e caracteriza que o processo produtivo representa um risco à saúde dos trabalhadores. Em comparação com o processo de acabamento a seco, a umidificação na fonte de geração da poeira reduz cerca de 93% da quantidade de partículas suspensas no ar dos locais de trabalho em marmorarias. Com a implementação dos processos de acabamento a úmido, além da redução da poeira, existem indicativos da redução da exposição ao ruído, à vibração em mãos e braços e melhorias do ponto de vista ergonômico. Esses aspectos foram observados durante avaliações realizadas em marmorarias que haviam implantado o acabamento a úmido com a utilização de ferramentas pneumáticas manuais importadas mais leves. 3 3 3 3 2 SANTOS, A.M.A . 150p. Tese (doutorado) – Escola de Engenharia Metalurgica e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005. BON,A.M.T. . 204p. Tese (doutorado) – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. American Conference of Governmental Industrial Hygienists. . Tradução da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais –ABHO- 2005. CUNHA, I.A. 153p.Tese (doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em:<http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/teses_conteudo.asp?retorno=156>[26/02/2008] . Exposição Ocupacional a Poeiras em Marmorarias: tamanhos de partículas característicos Exposição Ocupacional à Sílica e Silicose entre Trabalhadores de Marmorarias, no Município de São Paulo Limites de Exposição Ocupacional para Substâncias Químicas e Agentes Físicos Exposição ocupacional à vibração em mãos e braços em marmorarias no município de São Paulo:proposição de procedimento alternativo de medição. 2 3 4 1 FUNDACENTRO FUNDACENTRO FUNDACENTRO FUNDACENTRO FUNDACENTRO FUNDACENTRO FUNDACENTRO

São Paulo/SP - 01 e 02 de julho de 2008 - fundacentro.gov.br · SENAI Mario Amato Figura 10 Coleta de poeira para análise de sílica cristalina Figura 11 Coleta de poeira para análise

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Seminário Nacional “Prevenção e Controle da Exposição aosAgentes Ambientais em Marmorarias: da pesquisa à prática”

São Paulo/SP - 01 e 02 de julho de 2008

Apoio Realização

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HISTÓRICO DAS AÇÕES E ESTUDOS DESENVOLVIDOS EM MARMORARIAS. (PARTE II)Ana Maria Tibiriçá Bon , Golda Schawartzman , Irlon de Ângelo da Cunha ,Vanda Deli de Souza Teixeira1 2 1 1

[email protected] [email protected];

(1)FUNDACENTRO ; (2) CRST/Freguesia do Ó; Grupo Técnico de Marmorarias

Figura 7 Visitas técnicas equipes daFundacentro e dos CRSTs/PMSP.

Figura 8 Visitas técnicas, equipes da Fundacentroe dos CRSTs na Marmoraria Escola do Núcleo de

Rochas Ornamentais do SENAI Mario Amato

Figura 9 Vista Geral da Marmoraria EscolaNúcleo de Rochas Ornamentais do

SENAI Mario Amato

Figura 10 Coleta de poeira para análise desílica cristalina

Figura 11 Coleta de poeira para análise detamanho de partículas de poeira

Figura 12 Medição de vibração

Figura 13 Parte da equipe daFundacentro

Nos anos de 2002 a 2003 os técnicos da FUNDACENTRO, dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador,sindicatos de trabalhadores e de empregadores e outras instituições parceiras, continuaram a desenvolverestratégias e ações conjuntas para estudos de reconhecimento, avaliação quantitativa da exposição aagentes ambientais e alternativas de controle da exposição, assim como foram realizadas avaliaçõesmédicas dos trabalhadores. Os estudos e ações se desenvolveram até 2007.

Em outubro de 2003 as equipes técnicas da Fundacentro e dos CRSTs visitaram oNúcleo de Rochas Ornamentais do SENAI Mario Amato formado pela MarmorariaEscola e pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica.

Nesse mesmo período, entre 2002 e 2003, as atribuições do Ministério Público do Estado de São Paulorelacionadas à Promotoria de Justiça de Acidentes de Trabalho da Capital foram transferidas ao MinistérioPúblico do Trabalho e o Projeto Marmoristas deixou de existir na forma e composição anteriormentedescritas. Mas as instituições continuaram atuando de forma independente.

Em agosto de 2004 por iniciativa do PNES foi criado um Grupo Técnico de Marmorarias (GT) com objetivo deintegrar as diversas ações em desenvolvimento neste ramo de atividade. Este GT foi composto porrepresentantes de instituições de governo (FUNDACENTRO, MTE, MPT e Centros de Referência em Saúdedo Trabalhador da PMSP), empregadores (SIMAGRAN/SP), trabalhadores (SITIMAGRAN e SINTRAMOG) einstituições convidadas com trabalhos nesta área, (SESI, SENAI e SEBRAE).

São objetivos do GT - Marmorarias: estudar e propor ações de controle, mudanças de processos e, senecessárias, mudanças tecnológicas para diminuir a exposição dos trabalhadores aos agentes ambientaisnocivos à saúde. Dá-se ênfase ao controle da exposição à poeira contendo sílica cristalina e ao ruído.

Os dados de pesquisas desenvolvidas pela FUNDACENTRO confirmaram o risco de exposição à sílicacristalina nas marmorarias, notadamente naquelas que desenvolvem atividades com acabamento a seco.Essas pesquisas também indicaram uma drástica redução dessa exposição com a substituição do processode acabamento a seco pelo processo de acabamento a úmido.

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Para os trabalhadores expostos a poeira de rochas silicáticas nos processos de acabamento a seco,encontrou-se uma concentração média de sílica cristalina respirável no ar igual a 0,36 mg/m , sendoencontrados valores de até 3,55 mg/m e nos processos de acabamento a úmido a exposição encontrada foide 0,04 mg/m . Estes resultados representam, respectivamente 7, 70 e 0,8 vezes o valor do limite deexposição ocupacional (LEO) para sílica cristalina de 0,05 mg/m , que era o valor recomendado pela ACGIH de2005, época da realização da pesquisa da FUNDACENTRO.

O estudo de tamanhos característicos de partículas indicaram a predominância de partículas menores que 10micrometros sendo que 92% das partículas presentes em marmorarias apresentavam uma faixa de diâmetroaerodinâmico médio entre 2,2 e 3,9 micrometros. Essa faixa encontra-se na fração respirável da poeira ecaracteriza que o processo produtivo representa um risco à saúde dos trabalhadores.

Em comparação com o processo de acabamento a seco, a umidificação na fonte de geração da poeira reduzcerca de 93% da quantidade de partículas suspensas no ar dos locais de trabalho em marmorarias.

Com a implementação dos processos de acabamento a úmido, além da redução da poeira, existem indicativosda redução da exposição ao ruído, à vibração em mãos e braços e melhorias do ponto de vista ergonômico.Esses aspectos foram observados durante avaliações realizadas em marmorarias que haviam implantado oacabamento a úmido com a utilização de ferramentas pneumáticas manuais importadas mais leves.

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SANTOS, A.M.A . 150p. Tese (doutorado) – Escola de Engenharia Metalurgica e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais, BeloHorizonte, 2005.

BON,A.M.T. . 204p. Tese (doutorado) – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

American Conference of Governmental Industrial Hygienists. . Tradução da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais –ABHO- 2005.

CUNHA, I.A. 153p.Tese (doutorado) - Escola Politécnica,Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.Disponível em:<http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/teses_conteudo.asp?retorno=156>[26/02/2008]

. Exposição Ocupacional a Poeiras em Marmorarias: tamanhos de partículas característicos

Exposição Ocupacional à Sílica e Silicose entre Trabalhadores de Marmorarias, no Município de São Paulo

Limites de Exposição Ocupacional para Substâncias Químicas e Agentes Físicos

Exposição ocupacional à vibração em mãos e braços em marmorarias no município de São Paulo:proposição de procedimento alternativo de medição.

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