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Sa úde Caderno E e bem- estar [email protected] MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 (92) 3090-1017 Saúde e bem-estar 4 e 5 Beleza nas artes marciais Mais que mãe e filha, elas são melhores amigas e estão aí para provar que um relacionamento perfeito não está somente na ficção O seriado norte-americano “Tal mãe, tal filha” (“Gilmore Girls”, no original) apresentou uma situação bastante curio- sa, em seus oito anos de exis- tência. A história mostrava um relacionamento perfeito entre mãe e filha (que dividiam até o mesmo nome!), com direito a diálogos recheados de referências pop e muito companheirismo, até na mais adversa das situações. Na época em que foi ao ar, o programa causou es- tranheza nos telespectadores. Afinal, será que uma relação tão próxima é coisa da ficção ou realmente existe na vida real? A verdade é que, cada vez mais, as mamães estão tão modernas quanto as filhas, e muitas vezes, até as superam nesse quesito. Um exemplo é o da funcioná- ria pública Carlene Brandão, que exibe com orgulho as três filhas (Natasha, de 24 anos, Thalita, 21, e Nathalie, 18). “Elas já estão em uma idade adulta, então agora as coisas estão mais tranquilas e eu apenas oriento no que preci- sam. Na fase que elas estão, nós nos encontramos ape- nas no final do dia, porque saio para trabalhar muito cedo, e durante o almoço não tenho tempo de ir em casa”, conta. As vantagens de ser uma “mamãe do século XXI” são muitas, como garante Carlene. “Costumamos dividir al- gumas peças de roupas e calçamos o mesmo número”, afirma. Mo- derna, ela gosta de sair com as filhas, mesmo que o ciúme dê as caras, de vez em quanto. “Curto uma balada e pro- curo estar próxi- ma, “antenada” com o que está “rolan- do”, como dizem. Elas têm um pou- co de ciúme, mas é natural. Minhas filhas são bem resolvi- das”, acrescenta. Para chegar à atual idade (que não revela de jeito nenhum!), Carlene sem- pre praticou atividade física, desde a adolescência. “Com certeza, isso me preparou para a minha vida atual. Tenho uma ajudinha da genética, e pro- curo manter uma alimentação saudável”, define. E, pelo visto, o gosto passou de mãe para filha (ou melhor, para filhas). “Faço musculação, spin- ning e corrida de rua. Sempre participo das provas de rua, correndo 5 km. A minha filha do meio é muito disciplinada, apesar de ter começado mais tarde. A mais velha é apaixonada por hi- pismo, e a mais nova adora esportes”, diz. CAMILA HENRIQUES Equipe EM TEMPO Mamães modernas Carlene e as filhas são supermodernas e gostam de sair juntas Para quem ainda não é uma mamãe moderna, mas quer ser, o caminho não é tão difícil. É o que garante a personal trainer Cristianne Montenegro. “É interessante que a mulher, ao atingir os 40 anos, se volte para a saúde por meio do exercício físico. É fundamental que ela tra- balhe o condicionamen- to cardiorrespiratório, a musculação e o alonga- mento”, enumera. O ideal é se exercitar pelo menos três vezes por se- mana. “Uma atividade boa é o circuito, que desenvol- ve a respiração. O pilates é bom pelo alongamento. Mas, é claro, tudo depende da condição física e se a mulher é sedentária ou não. Depende do empenho de mudar o estilo de vida, assim como do tempo que ela tem”, encerra. Atividade física é fundamental Carlota e a filha Mayra engravidaram no mesmo período FOTOS: ARQUIVO PESSOAL Curto uma balada e procuro estar próxi- ma e antenada com o que está rolan- do, como dizem as minhas três filhas adolescentes Carlene Brandão, funcionária pública Quem escuta a história da representante comer- cial Carlota Rodrigues, 45 anos, fica impressionado. Ela e a filha mais velha, Mayra, tiveram filhos na mesma época, com apenas dois meses de diferença. Ou seja: Carlota se tornou mãe (do pequeno Guilher- me, 4 anos) e avó (de Maria Eduarda, também com 4 anos) ao mesmo tempo. “Está sendo ótimo, por- que você revive coisas de quando era mais nova. A Maria Eduarda também foi uma surpresa, e foi ótimo para ela passar por essa experiência junto co- migo, porque deu para ela entender as reações do corpo comigo. Quando chegou a hora, ela estava pronta”, lembra. Ao falar sobre a gesta- ção de Guilherme, Carlo- ta conta que não teve os problemas que geralmente acompanham as mulheres que têm filhos após os 40 anos. “A gravidez foi ma- ravilhosa, não senti nada. Me rejuvenesceu. O cabelo cresceu mais, a pele ficou melhor...”, brinca. Além de Mayra e Gui- lherme, Carlota ainda tem Gabriela, atualmente com 22 anos. Para ela, uma das coisas mais importantes na relação com as filhas mais velhas é o diálogo aberto. “A minha gravidez e a da Mayra conseguiu nos aproximar mais. Antes, costumávamos sair juntas, eu, ela e a Gabriela. Éramos bem companheiras, sem nenhum problema”, relata. Como Carlene, ela tam- bém contou com o auxílio da genética e dos exercí- cios físicos para aguentar o pique. “Dancei até os 25 anos, dei aula de gi- nástica, e agora tenho um trabalho muito ativo, de representação comercial. Talvez o segredo seja jus- tamente ter prazer no que faz”, conclui. Surpresas que impressionam

Saúde - 13 de maio de 2012

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Saúde - Caderno de saúde do jornal Amazonas EM TEMPO

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e [email protected], DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 (92) 3090-1017

Saúde e bem-estar 4 e 5

Beleza nas artes marciais

Mais que mãe e fi lha, elas são melhores amigas e estão aí para provar que um relacionamento perfeito não está somente na fi cção

O seriado norte-americano “Tal mãe, tal fi lha” (“Gilmore Girls”, no original) apresentou uma situação bastante curio-sa, em seus oito anos de exis-tência. A história mostrava um relacionamento perfeito entre mãe e fi lha (que dividiam até o mesmo nome!), com direito a diálogos recheados de referências pop e muito companheirismo, até na mais adversa das situações.

Na época em que foi ao ar, o programa causou es-tranheza nos telespectadores.

Afi nal, será que uma relação tão próxima é coisa da fi cção ou realmente existe na vida real? A verdade é que, cada vez mais, as mamães estão tão modernas quanto as fi lhas, e muitas vezes, até as superam nesse quesito.

Um exemplo é o da funcioná-ria pública Carlene Brandão, que exibe com orgulho as três fi lhas (Natasha, de 24 anos, Thalita, 21, e Nathalie, 18). “Elas já estão em uma idade adulta, então agora as coisas estão mais tranquilas e eu apenas oriento no que preci-sam. Na fase que elas estão, nós nos encontramos ape-

nas no fi nal do dia, porque saio para trabalhar muito cedo, e durante o almoço não tenho tempo de ir em casa”, conta.

As vantagens de ser uma “mamãe do século XXI” são muitas, como garante Carlene. “Costumamos dividir al-gumas peças de roupas e calçamos o mesmo número”, afi rma. Mo-derna, ela gosta de sair com as fi lhas, mesmo que o ciúme dê as caras, de vez em quanto. “Curto uma balada e pro-curo estar próxi-ma, “antenada” com o que está “rolan-do”, como dizem. Elas têm um pou-co de ciúme, mas é natural. Minhas fi lhas são bem resolvi-das”, acrescenta.

Para chegar à atual idade (que não revela de jeito nenhum!), Carlene sem-pre praticou atividade física, desde a adolescência. “Com certeza, isso me preparou para a minha vida atual. Tenho uma ajudinha da genética, e pro-curo manter uma alimentação saudável”, defi ne.

E, pelo visto, o gosto passou de mãe para fi lha (ou melhor, para fi lhas). “Faço musculação, spin-ning e corrida de rua. Sempre participo das provas de rua, correndo 5 km. A minha fi lha do meio é muito disciplinada, apesar de ter começado mais tarde. A mais velha é apaixonada por hi-pismo, e a mais nova adora esportes”, diz.

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

Mamães modernas

Carlene e as fi lhas são supermodernas e gostam de sair juntas

Para quem ainda não é uma mamãe moderna, mas quer ser, o caminho não é tão difícil. É o que garante a personal trainer Cristianne Montenegro. “É interessante que a mulher, ao atingir os 40 anos, se volte para a saúde por meio do exercício físico. É fundamental que ela tra-balhe o condicionamen-to cardiorrespiratório, a musculação e o alonga-

mento”, enumera.O ideal é se exercitar pelo

menos três vezes por se-mana. “Uma atividade boa é o circuito, que desenvol-ve a respiração. O pilates é bom pelo alongamento. Mas, é claro, tudo depende da condição física e se a mulher é sedentária ou não. Depende do empenho de mudar o estilo de vida, assim como do tempo que ela tem”, encerra.

Atividade física é fundamental

Carlota e a fi lha Mayra engravidaram no mesmo período

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Mais que mãe e fi lha, elas são melhores amigas e estão aí para provar que um relacionamento perfeito não está somente na fi cção

nas no fi nal do dia, porque saio para trabalhar muito cedo, e durante o almoço não tenho tempo de ir em casa”, conta.

As vantagens de ser uma “mamãe do século XXI” são muitas, como garante Carlene. “Costumamos dividir al-gumas peças de roupas e calçamos o mesmo número”, afi rma. Mo-derna, ela gosta de sair com as fi lhas, mesmo que o ciúme dê as caras, de vez em quanto. “Curto uma balada e pro-curo estar próxi-ma, “antenada” com o que está “rolan-do”, como dizem. Elas têm um pou-co de ciúme, mas é natural. Minhas fi lhas são bem resolvi-das”, acrescenta.

Para chegar à atual idade (que não revela de jeito nenhum!), Carlene sem-pre praticou atividade física, desde a adolescência. “Com certeza, isso me preparou para a minha vida atual. Tenho uma ajudinha da genética, e pro-curo manter uma alimentação saudável”, defi ne.

E, pelo visto, o gosto passou de mãe para fi lha (ou melhor, para fi lhas). “Faço musculação, spin-ning e corrida de rua. Sempre participo das provas de rua, correndo 5 km. A minha fi lha do meio é muito disciplinada, apesar de ter começado mais tarde. A mais velha é apaixonada por hi-pismo, e a mais nova adora esportes”, diz.

MamãesMamães modernas modernas modernas modernas

Curto uma balada e procuro estar próxi-ma e antenada com

o que está rolan-do, como dizem as minhas três fi lhas

adolescentes

Carlene Brandão, funcionária pública

Quem escuta a história da representante comer-cial Carlota Rodrigues, 45 anos, fi ca impressionado. Ela e a fi lha mais velha, Mayra, tiveram fi lhos na mesma época, com apenas dois meses de diferença. Ou seja: Carlota se tornou mãe (do pequeno Guilher-me, 4 anos) e avó (de Maria Eduarda, também com 4 anos) ao mesmo tempo.

“Está sendo ótimo, por-que você revive coisas de quando era mais nova. A Maria Eduarda também foi uma surpresa, e foi ótimo para ela passar por essa experiência junto co-migo, porque deu para ela entender as reações do corpo comigo. Quando chegou a hora, ela estava pronta”, lembra.

Ao falar sobre a gesta-ção de Guilherme, Carlo-ta conta que não teve os problemas que geralmente acompanham as mulheres que têm fi lhos após os 40

anos. “A gravidez foi ma-ravilhosa, não senti nada. Me rejuvenesceu. O cabelo cresceu mais, a pele fi cou melhor...”, brinca.

Além de Mayra e Gui-lherme, Carlota ainda tem Gabriela, atualmente com 22 anos. Para ela, uma das coisas mais importantes na relação com as fi lhas mais velhas é o diálogo aberto. “A minha gravidez e a da Mayra conseguiu nos aproximar mais. Antes, costumávamos sair juntas, eu, ela e a Gabriela. Éramos bem companheiras, sem nenhum problema”, relata.

Como Carlene, ela tam-bém contou com o auxílio da genética e dos exercí-cios físicos para aguentar o pique. “Dancei até os 25 anos, dei aula de gi-nástica, e agora tenho um trabalho muito ativo, de representação comercial. Talvez o segredo seja jus-tamente ter prazer no que faz”, conclui.

Surpresas que impressionam

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012E2 Saúde e bem-estar

O derrame é a principal cau-sa de morte no Brasil. Esse é o mecanismo mais comum de um AVC, ou Acidente Vascular, popularmente conhecido como derrame. Sua incidência está crescendo ano a ano, com o avanço dos fatores de riscos relacionados à vida moderna, como diabetes e hipertensão. Além das mortes, o acidente vascular cerebral pode levar a sequelas que atingem em torno de 50% dos sobreviventes.

A ameaça não avisa que está chegando e passa despercebida pelo dono da cabeça em apuros. É como se um pequeno cano de uma vasta rede de tubulações de água de repente fi casse entupido ou se rompesse. Quanto maior a demora no atendimento, menores são as chances de sobrevivência e mais grave, e irreversíveis, serão as sequelas. O AVC pode ser pre-venido, com uma série de medidas de mudanças de estilo de vida e controle de índices metabólicos. Mas tão importante quanto a prevenção, é saber reconhecer os sintomas, mesmos os mais leves, e correr para um serviço de emergência. Um segundo depois que o vaso fechou, se desencadeia

uma cascata de eventos celula-res, culminando com a morte das células não irrigadas.

Derrames para valerConheça as duas versões mais

sérias da doença que mais mata: Isquêmicos, 85% dos casos, uma placa de gordura ou um coágulo obstruem uma artéria do cérebro, deixando de prover oxigênio e nutrientes, a alguns neurônios. Por não suportar essa privação, eles morrem. Entre os sintomas, estão dores de cabeça, perda de sensibilidade em um dos lados do corpo, alterações visuais e difi culdade para falar. Hemorrá-gicos, 15% dos casos, fragilizada, a artéria que irriga uma porção da massa cinzenta se rompe ex-travasando sangue por todos os lados. Essa enchente devasta o tecido nervoso. Os sinais desse tipo de AVC são parecidos com os do isquêmico: dores agudas na cabeça, dormência nos membros e alteração na fala e visão, difi -culdade de deglutição, perda de memória, vertigem e desmaio.

Como prevenir um AVC, os fa-tores de risco e como evitá-los? Hipertensão é a principal causa. Quem tem pressão arterial acima

de 14 por 9 corre risco três vezes mais elevado de ter o problema. Como evitar: coma pouco sal, pratique atividade física e use anti-hipertensivos. Os outros fa-tores são. colesterol, tabagismo, diabetes e obesidade.

A cada ano o derrame mata 15 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS. Enquanto esse problema não perturba ou não chega, o melhor jeito de comba-ter a incidência de derrames é a prevenção. Esse fator da doença pode ser reduzido drasticamente com uma medida relativamente simples, a divulgação para a po-pulação dos fatores de riscos e dos métodos de prevenção.

O estilo de vida urbano atu-al favorece que as pessoas se-jam estressadas, sedentárias, consumam alimentos ricos em gorduras, fi quem acima do peso e desenvolvam pressão arterial alta e diabetes, é impossível com essa qualidade de vida, evitar o derrame cerebral. É assim, sem dar pistas nem deixar sequelas, que ocorre um derrame silencioso. Mas atenção: ele é muito mais comum do que se imagina e pode, com o tempo, comprometer a agilidade mental.

A doença que mais mata

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo,

Farmacêutico

EditoraVera [email protected]

RepórteresAlita MenezesCamila Henriques

DiagramaçãoMarcelo RobertWeiner Auzier

RevisãoMarco Adolfs Dernando Monteiro

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Novas pesquisas estão revelando que alguns fi tonu-trientes, como a couve, trabalham num nível muito mais profundo na eliminação dos radicais livres do organis-mo, estimulando os genes e aumentando a produção de enzimas envolvidas na desintoxicação – processo de limpeza através do qual o corpo elimina compostos nocivos. Essa sinergia natural aumenta a capacidade das células para eliminar e limpar os radicais livres e toxinas, incluindo agentes cancerígenos. Além disso, a couve tem mais vitamina C do que as laranjas, sendo rico em antioxidantes, que reduzem os radicais livres no organismo, causas básicas do envelhecimento.

Couve para desintoxicar e limpar as células

A aveia é cheia de nutrientes, como cálcio, ferro, po-tássio, sódio, magnésio, fósforo, zinco, proteínas, fi bras e vitaminas do complexo B. É benefício que não acaba mais sendo boa também para quem possui intestino pre-guiçoso, para redução da taxa de LDL (colesterol ruim), além de ser indicada para o controle da diabetes pela sua capacidade de estabilizar o nível de açúcar no sangue. Também é grande aliada na prevenção de infecções, já que melhora a imunidade e, como tem vitaminas do complexo B, melhora a concentração e o estresse, auxiliando nas crises de enxaqueca, insônia e ansiedade.

Os milagres da boa e conhecida aveia

A incidência do acidente vascular ce-rebral cres-ce a cada ano com o avanço dos fatores de risco da vida moder-na, como a diabetes e a hipertensão

É provável que a Medicina, na Índia antiga, já estivesse sistema-tizada séculos antes da invasão pelos arianos vedas, em torno do ano 2.000 a.C. A suposição é ba-seada nos estudos arqueológicos feitos na cidade de Mohenjo-Daro, no noroeste da Índia. Nessa cida-de foram encontradas ruas bem traçadas com rede de esgotos, canalização para água e banhos públicos. Os achados colaboram na confi rmação de que essa civilização tinha uma ideia bem precisa da importância dos cuidados de saúde pública na profi laxia da doenças.

A primeira sistematização da Medicina na Índia antiga está contida no Ayurveda, que signifi ca o Veda da Longevidade e cons-titui a base teórica da Medicina tradicional da Índia.

O texto original tem no seu conjunto mil capítulos divididos em 100 mil versículos ou Shlokas, divididos em Ashtânga, palavra que até hoje é utilizada na Índia como sinônimo de Medicina.

O Ayurveda tem oito capítulos bem defi nidos, e que tratam de diferentes assuntos médicos:

1- Shalya – cirurgia para retira-da de corpo estranho, feto morto retido intrauterino, drenagem de ferida com pus e a utilização de instrumental cirúrgico para efetuar esses e outros procedimentos.

2- Shalakya - cirurgia dos olhos, nariz, orelhas e garganta, considerada nos dias atuais como verdadeiro tratado de ost almolo-gia e otorrinolaringologia.

3- Kayacikitsã - trata da te-rapêutica em geral com mais de 800 diferentes tipos de plantas com propriedades medicinais.

4- Bhutavidya - ensinamen-tos que permitem tratar com os espíritos dos mortos, com os demônios e com os doentes que foram possuídos pelos deuses que causam as doenças.

5 - Kaumarabhritya - cuidados dos recém-nascidos e das mulhe-res grávidas.

6- Agadatantra - toxicologia, venenos e antídotos.

7- Rasayana ou Jarâ - ervas do rejuvenescimento e os afro-disíacos que contribuem para a manutenção da saúde.

8- Vajikarana ou Vrisha - des-creve as propriedades dos afro-disíacos.

Os tratamentos encontrados no Ayurveda distinguem os remédios que fortaleciam o organismo e os que curavam.

s primeiros eram os afrodi-síacos e os segundos eram os vegetais com propriedades te-rapêuticas que deveriam ser to-mados segundo as normas rituais contidas nos Vedas.

Ainda segundo os ensinamentos contidos no Ayurveda, as doenças se dividem em três tipos: as curá-veis ou Sadhya, as que podem melhorar ou Yapya e as incuráveis ou Pratyakhyeya.

Os deuses e os demônios védidos representam uma parte importante do conjunto médico contidos nos textos védicos. Os deuses cura-dores mais importantes são os gêmeos Ashvin, que no Rigveda (X, 39, 3b) aparecem como médicos dos cegos, dos desnutridos e dos que sofreram fraturas.

Varuna é o terceiro mais im-portante deus médico da mito-logia indiana. Ele é considerado o ordenador da ordem cósmica. A doença também é entendida como o castigo pelo pecado cometido contra a ordem es-tabelecida por Varuna.

Ainda nos Vedas, os demônios como Nirrit, que encarna a perdi-ção, Grahi o endemoninhado e os Rakshas especializados nos abor-tos são os principais causadores das doenças incuráveis.

A relação entre a doença e o castigo divino é constante. To-das as causas das doenças físicas pertencem ao domínio das trans-gressões das normas de conduta social. Alguns desses conceitos so-breviveram no tempo e continuam vivos na atualidade.

Medicina na Índia antiga

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

No Ayurveda a relação entre as doenças e o castigo divino é cons-tante, com todas doenças físicas per-tencendo ao domínio das transgressões

João BoscoBotelho,

Doutor Honoris Causa na França

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 E3Saúde e bem-estar

Coisa de [email protected]

Aprenda como controlar sua raivaA raiva é uma emoção tão

corriqueira em nossas vidas que muitas vezes nem lhe damos a atenção devida e tampouco percebemos o mal que ela pode nos fazer. Lidar com a raiva é uma arte que poucas pessoas dominam. Mas todos nós precisamos aprender como lidar e cuidar da nossa raiva.

O livro “Aprendendo a lidar com a raiva – sabedoria para a paz interior”, de Thich Nhat Hanh, é um achado para quem se sente incomodado com o problema, porque, segun-do ele, esse sentimento tem suas raízes tanto no corpo quanto na mente.

Para Thich, a raiva não é apenas um processo mental, porque os aspectos mentais e físicos estão interligados e não podem ser separados. A medicina moderna sabe que a doença do corpo pode ser resultado da doença na mente e vice-versa.

O interessante na exposi-ção de Thich é que ele rela-ciona a raiva com a nossa alimentação e diz que “os ali-mentos põem conter raiva”. Para exemplifi car esse con-ceito, o autor lembra o caso das galinhas que são criadas em cativeiro e, portanto, são infelizes, e a doença da vaca louca que pode ser transmi-tida ao ser humano.

Em uma análise mais am-pla, fala sobre a transmissão da raiva pelo ser humano, por meio de conversas improduti-vas ou maledicentes. “Pense nas vezes em que, depois de uma hora de conversa, as palavras de uma outra pes-soa envenenaram você com uma grande quantidade de

toxinas”, diz Thich. Mais adiante, ele diz que

nós temos, naturalmente, uma tendência a acreditar que a nossa raiva foi criada por uma situação ou pes-soa externa a nós. E acaba-mos culpando a pessoa por nosso sofrimento. “Mas, ao fazer um exame profundo, você talvez perceba que a semente da raiva que existe em você é a principal causa do seu sofrimento”. O fato é comprovado quando você percebe que muitas outras pessoas, quando confronta-das com a mesma situação, não fi cariam com a raiva com que você fi cou.

Elas ouvem as mesmas pa-lavras, presenciam a mesma situação, mas são capazes de permanecer mais calmas, sem se deixar afetar tanto pelas circunstâncias.

O autor diz ainda que quan-do não sabemos lidar com a raiva e deixamos que ela fi -que acumulada den-tro de nós, de alguma forma ela acaba vol-tando para nossa vida, por meio de nossos atos. “Quando não sabe-mos lidar com o nosso sof r imento , deixamos que ele se derrame so-bre as pessoas que estão em volta. Quan-do você sofre, faz com que as pessoas ao seu redor também so-fram”. Isso é

fato. Analise bem a situação quando você está atraves-sando um momento de es-tresse e raiva e acaba des-contando em quem não tem nada a ver com o problema.

Quando você está com raiva e não sabe lidar com ela, fi ca sem defesa, sofre e também faz as pessoas à sua volta sofrerem. Sua primeira reação é achar que a pessoa que causou sua raiva merece ser punida.

É aí que entra a orientação de Thich. Ele diz que, quando você tem plena consciência de sua raiva, você se torna mais atento e perspicaz e essa capacidade de discer-nimento o ajuda a perdoar e entender o outro. Nesse caso, com essa empatia entre você e aquele que você julgou causador de sua raiva, você tem muito mais compaixão e a capacidade de perdoar e aceitar as li-

mitações alheias.

Vera Lima

De olho na saúde bucal: infl amação nas gengivasA gengivite é apenas um estágio da periodontite, doença bucal que atinge as gengivas e o osso que sustenta os dentes

Se a sua gengiva está bastante avermelha-da e sangra durante a escovação, cuidado...

Você pode estar com gengivi-te! O problema não tem hora marcada e nem idade certa para aparecer – de crianças a idosos, todos estão propensos a esse mal, que ainda ocasiona o indesejável mau hálito e um desconforto naquela região.

A doença nada mais é que uma infl amação da gengiva, causada em grande parte por falta de higiene adequada. “Diversos estudos mostram que a gengivite está direta-mente ligada aos hábitos de limpeza, estilo de vida, acesso à educação e condições socio-econômicas”, ressalta a orto-dontista Vilma Melo. Segundo ela,esse problema aparece de-vido ao excesso de biofi lme sobre os dentes e gengivas. “O biofi lme, também conhe-cido como placa bacteriana é formado pelo acúmulo de resí-duos alimentares minúsculos, bactérias próprias da boca e saliva que vão se acumulando sobre os nossos dentes e gen-givas 24h/dia. Deformidades

nas arcadas dentárias, mau posicionamento dos dentes e diabetes também favore-cem o surgimento de gengi-vite”, acrescenta.

É importante frisar que a gengivite é apenas um estágio da doença periodontal – mais especifi camente, o primeiro nível desse problema. Se não tratada, pode evoluir para a periodontite, que atinge não só a gengiva como o osso que sustenta os dentes. “(Essa doença) Pode levar à perda dos dentes e até mesmo a com-plicações sistêmicas, ou seja, problemas em outras áreas do organismo, como o coração”, alerta a ortodontista.

Higiene e dietaNo que se refere ao tra-

tamento da gengivite, o pri-meiro passo é a reeducação do paciente quanto aos seus hábitos de higiene e dieta. “(Fazemos) Treinamento da forma correta de escovação dos dentes e uso do fi o den-tal, profi laxia profi ssional no consultório odontológico e acompanhamento periódico do paciente, para verifi car se ele está incorporando ao seu dia a dia esses hábitos novos”, explica Vilma.

Mesmo quem não tem gengivite, deve se preocupar com a prevenção da doença. Os passos para evitar essa surpresa desagradável são simples: escovar os dentes

ao menos três vezes por dia e usar fi o dental diaria-mente, além de evitar o con-sumo exagerado de açúcar. “A prevenção é, sobretudo, mecânica: os movimentos

certos da escova dental (de preferência, uma escova ma-cia), e o uso do fi o dental para desorganizar a placa bacteriana que se acumula sobre os dentes. Outra coi-

sa importante é trocar as escovas dentais periodica-mente, se possível de dois em dois meses após viroses e infecções na garganta”, conclui a ortodontista.

Dentes limpos para combater a gengivite

Escovar os dentes ao menos três vezes ao dia e usar fi o dental diariamente são maneiras efi cientes de evitar a gengivite

DIVULGAÇÃO/STCK

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

do não sabemos lidar com a raiva e deixamos que ela fi -que acumulada den-tro de nós, de alguma forma ela acaba vol-tando para nossa vida, por meio de nossos atos. “Quando

com o nosso sof r imento , deixamos que ele se derrame so-bre as pessoas que estão em volta. Quan-do você sofre, faz com que as pessoas ao seu redor também so-fram”. Isso é

de perdoar e aceitar as li-mitações alheias.

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Page 4: Saúde - 13 de maio de 2012

E4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 E5

Feminilidade Muay thai, boxe e jiu-jítsu, esportes antes dominados pelo sexo masculino hoje são cada vez mais presentes na vida das mulheres, melhorando o condicionamento físico, contribuindo com a autodefesa e servindo como alternativa extra para combater o estresse

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Juliana, começou a praticar muay thai com sua mãe Gilda para melhorar o condicionamento

no tatame

Hoje a presença das mulheres nas artes marciais é encarada com mais naturalidade

Lutadora livre de preconceitos

Juliana, começou a praticar muay thai com sua mãe Gilda para melhorar o condicionamento

Hoje a presença das mulheres nas artes marciais é encarada com mais naturalidade

Lutadora livre de preconceitos

Para Viviane (ao centro) o boxe é mais que um esporte, é uma terapia e um estímulo

A professora faixa roxa, Débora Carla da Silva, ensina aos seus alunos a importância da amizade e do respeito ao próximo

Socos, chutes, joelha-das e cotoveladas. Falando assim mais parece a narração de

um duelo dos famosos lutado-res de MMA. Apesar dos golpes de muay thai estarem, sim, presentes dentro dos octó-gonos, seus aproveitamentos vão muito além dos combates, servindo inclusive como me-canismo de defesa para as mulheres, e ainda, para boa forma física.

Isso mesmo. É de beleza que estamos falando, mas também de técnica e deter-minação, pois não há como falar de mulher e não falar em feminilidade, mesmo quando elas forem praticantes das artes marciais. “Os treinos in-tensos favorecem a queima de caloria, muito mais que uma atividade aeróbica tradicio-nal como corrida ou bicicleta, por exemplo”, destaca Dídimo Neto, professor de muay thai há oito anos.

Segundo o instrutor, nem todo mundo procura a arte marcial para se tornar lutador. Independentemente de serem homens ou mulheres, muitos querem ganhar autoconfi ança e ter uma fi losofi a de vida. Ainda de acordo com Dídimo Neto, para algumas pessoas a musculação se torna ma-çante e os treinos de muay thai surgem como uma opção de trabalhar corpo e mente em um esporte milenar, de origem tailandesa e ligado ao budismo.

Para a empresária Gilda Bar-ros, de 50 anos, e sua fi lha Juliana, de 18 anos, a prá-tica da modalidade resultou num melhor condicionamento físico. “Estamos participando dos treinos há quatro meses e tivemos uma ótima adaptação. Hoje não me vejo mais sem prati-car o muay thai”, con-ta Gilda. Já Juliana, salienta que a evolução é gradativa e, conforme as m u d a n ç a s no corpo vão acontecendo, a motivação tam-bém aumenta.

Um nocaute no estresse Sabe aqueles dias em que

tudo parece dar errado e a vontade de “explodir” parece inevitável? Pois é, a jovem es-tudante de arquitetura Viviane Hoyos, 27, conhecida por sua generosidade, mas também pelo seu temperamento explo-sivo, encontrou no boxe uma alternativa para se livrar do estresse. Com uma exaustan-

te rotina de trabalho, trânsito e estudo, isso sem falar nos cuidados com seus dois ca-chorros da raça yorkshire, aos quais chama de fi lhos, Viviane ainda precisa de calma para cuidar dos preparativos para seu casamento.

“Nunca gostei de academia e quem me indicou o boxe foi meu noivo Felipe, que tam-bém pratica artes marciais. Durante as aulas eu descarre-

go toda minha tensão e saio dos treinos mais relaxada e com umas calorias a menos”, brinca a futura arquiteta. Ela destaca ainda que depois que começou a lutar boxe sua respiração também melho-rou. “Tenho problema de asma desde muito nova, não ando sem a mi-nha bombinha, mas depois que come-cei a lutar senti uma melhora signifi cativa”, afi rma.

Durante as aulas de boxe eu descarrego toda minha tensão e saio dos treinos mais relaxada e

com umas calorias a menos

Viviane Hoyos,estudante de arquitetura

Que o jiu-jítsu tem como base a utilização da força do próprio adversário con-

tra ele mesmo, isso muita gente já sabe, bem como que a modalidade é capaz de ocasionar extrema dor ao oponente sem que o mes-mo sofra nenhum ferimento. Mas, se engana quem pensa

que a força física e a técnica são as únicas exigências de um lutador.

“Calma, lealda-de, tolerância e respeito ao próxi-

mo fazem parte da fi losofi a do jiu-jítsu”,

ensina a professora faixa roxa, Débora Carla da Silva, 21. Ela iniciou na modalida-de desde os 10 anos e hoje ensina aos seus pequenos alunos os valores da arte marcial japonesa. Analisan-do as mudanças que ocorre-ram na sociedade ao longo dos anos, Débora acredita que hoje no jiu-jítsu não existe mais preconceito en-tre homens e mulheres.

“Por mais incrível que pos-sa parecer, o preconceito existe por parte de algumas mulheres que ainda julgam a modalidade por ser um es-porte de contato”, lamenta

a lutadora, que com um tom de voz suave e um sorriso de menina, nem de longe parece ser uma fortaleza dos tatames.

De modo geral, qualquer que seja a prática esportiva das mulheres, inclusive as artes marciais, o resultado sempre é positivo, se res-peitados os limites físicos de cada uma, e para que fi que claro nenhuma luta irá diminuir a feminilida-de nata do chamado “sexo frágil”, ao contrário, con-tribui signifi cativamente para que a mulher se sinta mais segura de si.

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E4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 E5

Feminilidade Muay thai, boxe e jiu-jítsu, esportes antes dominados pelo sexo masculino hoje são cada vez mais presentes na vida das mulheres, melhorando o condicionamento físico, contribuindo com a autodefesa e servindo como alternativa extra para combater o estresse

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Juliana, começou a praticar muay thai com sua mãe Gilda para melhorar o condicionamento

no tatame

Hoje a presença das mulheres nas artes marciais é encarada com mais naturalidade

Lutadora livre de preconceitos

Juliana, começou a praticar muay thai com sua mãe Gilda para melhorar o condicionamento

Hoje a presença das mulheres nas artes marciais é encarada com mais naturalidade

Lutadora livre de preconceitos

Para Viviane (ao centro) o boxe é mais que um esporte, é uma terapia e um estímulo

A professora faixa roxa, Débora Carla da Silva, ensina aos seus alunos a importância da amizade e do respeito ao próximo

Socos, chutes, joelha-das e cotoveladas. Falando assim mais parece a narração de

um duelo dos famosos lutado-res de MMA. Apesar dos golpes de muay thai estarem, sim, presentes dentro dos octó-gonos, seus aproveitamentos vão muito além dos combates, servindo inclusive como me-canismo de defesa para as mulheres, e ainda, para boa forma física.

Isso mesmo. É de beleza que estamos falando, mas também de técnica e deter-minação, pois não há como falar de mulher e não falar em feminilidade, mesmo quando elas forem praticantes das artes marciais. “Os treinos in-tensos favorecem a queima de caloria, muito mais que uma atividade aeróbica tradicio-nal como corrida ou bicicleta, por exemplo”, destaca Dídimo Neto, professor de muay thai há oito anos.

Segundo o instrutor, nem todo mundo procura a arte marcial para se tornar lutador. Independentemente de serem homens ou mulheres, muitos querem ganhar autoconfi ança e ter uma fi losofi a de vida. Ainda de acordo com Dídimo Neto, para algumas pessoas a musculação se torna ma-çante e os treinos de muay thai surgem como uma opção de trabalhar corpo e mente em um esporte milenar, de origem tailandesa e ligado ao budismo.

Para a empresária Gilda Bar-ros, de 50 anos, e sua fi lha Juliana, de 18 anos, a prá-tica da modalidade resultou num melhor condicionamento físico. “Estamos participando dos treinos há quatro meses e tivemos uma ótima adaptação. Hoje não me vejo mais sem prati-car o muay thai”, con-ta Gilda. Já Juliana, salienta que a evolução é gradativa e, conforme as m u d a n ç a s no corpo vão acontecendo, a motivação tam-bém aumenta.

Um nocaute no estresse Sabe aqueles dias em que

tudo parece dar errado e a vontade de “explodir” parece inevitável? Pois é, a jovem es-tudante de arquitetura Viviane Hoyos, 27, conhecida por sua generosidade, mas também pelo seu temperamento explo-sivo, encontrou no boxe uma alternativa para se livrar do estresse. Com uma exaustan-

te rotina de trabalho, trânsito e estudo, isso sem falar nos cuidados com seus dois ca-chorros da raça yorkshire, aos quais chama de fi lhos, Viviane ainda precisa de calma para cuidar dos preparativos para seu casamento.

“Nunca gostei de academia e quem me indicou o boxe foi meu noivo Felipe, que tam-bém pratica artes marciais. Durante as aulas eu descarre-

go toda minha tensão e saio dos treinos mais relaxada e com umas calorias a menos”, brinca a futura arquiteta. Ela destaca ainda que depois que começou a lutar boxe sua respiração também melho-rou. “Tenho problema de asma desde muito nova, não ando sem a mi-nha bombinha, mas depois que come-cei a lutar senti uma melhora signifi cativa”, afi rma.

Durante as aulas de boxe eu descarrego toda minha tensão e saio dos treinos mais relaxada e

com umas calorias a menos

Viviane Hoyos,estudante de arquitetura

Que o jiu-jítsu tem como base a utilização da força do próprio adversário con-

tra ele mesmo, isso muita gente já sabe, bem como que a modalidade é capaz de ocasionar extrema dor ao oponente sem que o mes-mo sofra nenhum ferimento. Mas, se engana quem pensa

que a força física e a técnica são as únicas exigências de um lutador.

“Calma, lealda-de, tolerância e respeito ao próxi-

mo fazem parte da fi losofi a do jiu-jítsu”,

ensina a professora faixa roxa, Débora Carla da Silva, 21. Ela iniciou na modalida-de desde os 10 anos e hoje ensina aos seus pequenos alunos os valores da arte marcial japonesa. Analisan-do as mudanças que ocorre-ram na sociedade ao longo dos anos, Débora acredita que hoje no jiu-jítsu não existe mais preconceito en-tre homens e mulheres.

“Por mais incrível que pos-sa parecer, o preconceito existe por parte de algumas mulheres que ainda julgam a modalidade por ser um es-porte de contato”, lamenta

a lutadora, que com um tom de voz suave e um sorriso de menina, nem de longe parece ser uma fortaleza dos tatames.

De modo geral, qualquer que seja a prática esportiva das mulheres, inclusive as artes marciais, o resultado sempre é positivo, se res-peitados os limites físicos de cada uma, e para que fi que claro nenhuma luta irá diminuir a feminilida-de nata do chamado “sexo frágil”, ao contrário, con-tribui signifi cativamente para que a mulher se sinta mais segura de si.

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012E6 Saúde e bem-estar

Personal Fitness ClubSAMANTHA ALMEIDA – fisioterapeuta

Vantagens da drenagem manualA drenagem linfática ma-

nual é um dos métodos de terapia manual mais utiliza-dos atualmente por profis-sionais de saúde e estética, sendo descrita por movimen-tos efetuados com suavi-dade, baixa intensidade de pressão e ritmo constante, com o objetivo de tratar patologias diferentes, rea-bsorvendo edema e remo-vendo impurezas do corpo. Atua diretamente sobre o sistema linfático, acelera

a renovação dos líquidos, ajuda os capilares linfáticos na absorção da linfa (líquido que retira as impurezas do sangue) e aumenta a ve-locidade de seu transporte através dos vasos. Ajuda no funcionamento do intestino, na absorção de nutrientes pelo trato digestivo, previne problemas circulatórios em geral, e ajuda na desintoxi-cação da musculatura (fadi-ga). Funciona também como relaxante e analgésico.

A drenagem é indicada para ser feita após cirurgias plásticas, na diminuição da celulite, retenção de líquido em áreas do corpo que es-tão propensas ao acúmulo de gordura, como abdômen, coxas e culote, diminuição da fibrose, estética facial, life-demas, tratamento coadju-vante da cicatriz hipertrófica ou queleideana. Favorece a queima dos estoques de gor-dura no corpo, porém sozinha não tem nenhum poder.

O caminho da felicidade pode ser muito simplesNão é dinheiro, não é beleza, nem poder, a fórmula da felicidade está na simples arte de descomplicar as coisas da vida

Tem quem ache que a felicidade esteja muito mais ligada à simplicidade que a

qualquer outra coisa. Pode ser. Simplicidade, como a própria palavra já diz, é formada por duas outras de origem latina: sin, que significa único, um só, e plex, que quer dizer dobra. Ser simples significa ter uma só dobra, ao contrário do com-plexo, que tem várias.

Simplificar a vida pode ser, então, a resposta para uma vida feliz. Pelo menos é o que parece. Entretanto, há uma diferença fundamental entre ser simples e ser sim-plório. Os simples resolvem a complexidade, os simplórios a evitam. Existem pessoas so-fisticadas, intelectualizadas, que levam uma vida plena, realizam trabalhos difíceis e continuam sendo pessoas descomplicadas.

Por outro lado, também existem pessoas simplórias, com pouca profundidade, que realizam trabalhos repetiti-vos e mesmo assim são pes-soas complicadas, para elas tudo é muito difícil.

Goldberg é professor da New York University, onde faz pesquisas sobre o cére-bro humano, e consegue falar sobre seu funcionamento de maneira compreensível. Es-creveu alguns livros, entre eles “O Paradoxo da Sabedoria”, em que afirma que, apesar

do envelhecimento do cérebro, a mente pode manter-se jo-vem. Seus textos são o melhor exemplo de como se pode simplificar o complexo, pois são sobre neurofisiologia, mas qualquer um entende.

Estudos clínicos recentes revelam que a nossa mente pode se tornar mais ágil com a idade.

Elkhonon Goldberg reúne as mais recentes descobertas e, pela sua experiência prática, defende que o cérebro dos mais velhos, apesar de cer-

tas perdas cognitivas, pode tomar decisões a níveis mais intuitivos. Esse especialista revela-nos os meandros do cé-rebro à medida que envelhece, inspira-se nos exemplos dos grandes líderes e artistas que atingiram o sucesso já numa fase tardia da vida e apresen-ta um programa de ginástica mental para travar os efeitos do envelhecimento.

LIVRE DE COMPLICAÇÕES

Quem optou pela simplicidade carrega uma leveza própria das pessoas que decidi-ram não complicar, sem abrir mão de seus desejos, projetos, pe-quenos luxos, enfim, da vida normal

DIVULGAÇÃO/STCK

As pessoas simples conseguem sentir felicidade nos pequenos gestos e em momentos corriqueiros com bom humor e serenidade

Ser simples não significa que seja preciso abrir mão de tudo

Quem optou pela simpli-cidade carrega uma leveza própria das pessoas que decidiram não complicar, sem abrir mão de seus desejos, projetos, peque-nos luxos, enfim, da vida normal. Pessoas assim, que fazem a opção da simplicidade, têm alguns traços comuns. Aqui vão

cinco deles:1. São desapegadas: não

acumulam coisas, doam o que não vão usar mais;

2. São assertivas: vão direto ao ponto com naturalidade, sem medo de decepcionar, não sofisticam o vocabulário desnecessariamente;

3. Enxergam beleza em tudo: em uma flor no campo e

em um quadro de Renoir; em uma modinha de viola e em uma sinfonia de Mahler;

4. Têm bom humor: são capazes de rir de si mes-mas e, mesmo diante das dificuldades, fazem co-mentários engraçados;

5. São honestas: consi-deram a verdade acima de tudo, pois ela é sempre

simples e, ainda que possa ser dura, é a maneira mais segura de se relacionar com o mundo.

Ser simples, definitivamen-te, não é abrir mão de nada. É possível apreciar o conforto, a sofisticação intelectual, as artes, o prazer da culinária, a aventura das viagens e continuar sendo simples.

Algumas dicas para descomplicar a rotina

Para emagrecer com perda de gordura é neces-sário reeducação alimen-tar e prática de exercícios físicos. A drenagem lin-fática entra apenas para auxiliar e complementar o tratamento.

Suas contraindicações são: Infeccões agudas, insuficiência cardíaca, hi-pertensão, diabetes des-compensada, tromboses, câncer, entre outras.

A frequência das sessões são 2 a 3 vezes na semana. No caso de pessoas que procuram esse método so-mente para estética, cerca de dez sessões poderá ser o suficiente.

Procurando aliviar os sintomas, primeiro trata o sistema linfático supe-

rior, ou seja, a zona do coração, as zonas dos gânglios linfáticos do pescoço, da garganta, e dos ombros, evoluindo depois, de forma pro-gressiva, para as zonas afectadas, mais afas-tadas do coração. Na maioria dos casos este tratamento tem a dura-ção de uma hora.

Ela também estimula a circulação linfática nos vasos linfáticos ao acele-rar a absorção de líquidos e das macromoléculas do tecido intersticial, pela ativação da capacidade peristáltica desses va-sos. Por isso, a drenagem linfática manual faz ab-sorver inúmeras formas de edemas.

Novos hábitos na alimentação

Os edemas pós-ope-ratórios dos membros, assim como os ede-mas pós-traumáticos e outros edemas ainda menos visíveis também podem ser tratados com a drenagem lin-fática manual.

Esse tratamento e mais você pode en-contrar na Clínica de Dermato-Funcional e Estética da Academia Personal Fitness Club, que fica localizada na rua Acre, nº. 66 – Vieiral-ves. Telefones: 3584-0317 ou 3584-2115. Avaliação grátis.

Eficácia em edemas menos visíveis

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012 E7Saúde e bem-estar

Estética

Óleos vegetais que emagrecemEles são grandes aliados

da saúde. Ricos em antioxi-dantes, ajudam a fortalecer o sistema cardiovascular, imunológico e, claro, dão aquela força que você pre-cisa na perda de peso

Já não existe mais aquele paradigma de que apenas alimentos pouco calóricos são ideais na construção de uma dieta eficiente. Isso porque não param de surgir pesquisas que mostram que coisas antes consideradas proibidas pelos nutricionis-tas também podem ser en-caixadas em uma alimenta-ção considerada saudável.

A chamada gordura vege-tal também é calórica (uma colher de sopa pode ter até 135 cal), só que por outro lado ela é uma grande aliada da saúde.

Os óleos vegetais funcio-nais são compostos por ácidos graxos essenciais, como os ômega 3, 6 e 9, que não são fa-bricados pelo organismo, sen-

do necessário sua obtenção por meio da alimentação. “É bom considerar que qualquer óleo ou gordura têm a mes-ma quantidade de calorias,

ou seja, 9 por grama. Mas o que vai diferenciar os seus benefícios são as proprieda-des, que no caso dos óleos vegetais, que não têm coles-terol, são monoinsaturados, levando ao emagrecimento”, esclarece a médica nutróloga Liliane Oppermann (SP).

Estudos comprovam que os óleos vegetais são grandes aliados na ingestão de gordu-ras boas. Entre os que podem ser adicionados a uma dieta confiável, estão os óleos de macadâmia, linhaça, casta-nha-do-pará, noz-pecã, cár-tamo, coco, além de azeite de oliva, que são ricos em ácidos graxos essenciais. As gorduras vegetais são ótimas para fazer aquela faxina no organismo, desinflamando as células, e assim, auxiliando na perda de peso.Os óleos vegetais não têm colesterol e são monoinsaturados, que favorcem o emagrecimento

DIVULGAÇÃO/STCK

Receita de duas colheres que vai mudar sua vidaConheça o chá de hibisco, o novo queridinho das mulheres porque não é amargo e ainda estimula a queima de gordura

Parece até milagre, mas os benefícios do hibis-co são quimicamen-te comprovados pela

alta concentração de anto-cianina, pigmento da família dos flavonoides que tem ação antioxidante, além do forte poder anti-inflamatório, que combate a inflamação das células, permitindo que elas voltem a exercer totalmente suas funções.

“Não se trata de mais uma dieta do chá, o favorece para que o organismo deixe de acumular toxinas, que são substâncias inimigas e que dificultam o emagrecimen-to”, explica Lucyanna Kalluf, nutricionista funcional espe-cializada em fitoterapia do Instituto Alpha de Saúde In-tegral, em São Paulo.

Além dessas vantagens, o chá de hibisco ainda traz a deliciosa surpresa de não ser amargo, pelo contrário, tem um suave sabor de frambo-esa. “Vale lembrar que o chá é feito das flores e botões do Hibiscus Sabdariffa, uma espécie diferente daquela ornamental, encontrada co-mumente nos jardins”, alerta Maria de Fátima Ramos, mé-dica homeopata e membro

da Sociedade Brasileira de Fitoterapia (Sobrafito).

A planta age em diferentes áreas do organismo, come-çando pelo estômago onde facilita a digestão. No intesti-no, impede parte da absorção do carboidrato e da gordura dos alimentos, enquanto nos rins, anula temporariamente a ação do hormônio antidiu-rético, quando o organismo aproveita para se livrar do excesso de líquidos.

“O hibisco tem vitamina C, que diminui a pressão na pare-de dos vasos sanguíneos, me-lhorando a circulação, e cálcio mineral importantíssimo para os ossos e um facilitador na perda de peso”, completa a bióloga Lúcia Helena Guerra Arantes, de Belo Horizonte.

Modo certo de fazerLeve um litro de água ao

fogo e assim que começar a levantar as primeiras bolhi-nhas, acrescente duas colhe-res de sopa cheias do hibisco seco ou dois sachês. Desligue o fogo, tampe e deixe des-cansar por cinco minutos, no máximo dez, coe em seguida. Evite voltar a aquecer para não diminuir os efeitos tera-pêuticos da planta.

Faça seis refeições por dia, evitando ficar mais de três horas sem comer, mas-tigando bem os alimen-tos, isso é imprescindível para uma boa digestão e absorção dos nutrientes. Varie bastante as frutas, os legumes e as verduras para obter todos as vita-minas e os minerais que seu organismo precisa, além do chá de hibisco, aproximadamente um li-tro ou cinco xícaras por dia. Não esquecendo de beber água, no mínimo um litro em cada intervalo das refeições, evitando beber lí-

quido durante as mesmas. ComplementarÉ importante frisar que

não adianta tomar um cha-zinho para livrar o organis-mo das toxinas e comer alimentos superindustria-lizados. Para fazer efeito é preciso que a pessoa tenha uma alimentação saudável e balanceada. A nutricionista Lucyanna Kalluf montou um cardápio com alimentos funcionais, conhecidos por estimula-rem o bom funcionamento do organismo, que deve ser aliado ao chá de hibisco.

Regra básica da dieta do chá

FOTOS:DIVULGAÇÃO/STCK

GORDURA BOAAlguns óleos vegetais que podem ser adicio-nados na dieta: maca-dâmia, linhaça, casta-nha-do-pará, noz-pecã, cártamo, coco, além de azeite de oliva, que são ricos em ácidos graxos essenciais

As flores para o chá de hibisco não são as mesmas do jardim

MEIA HORA ANTES DO CAFÉUm copo de suco desintoxicante.

CAFÉ DA MANHÃOpção 1Um copo (200 ml) de leite de soja light com café (op-

cional) + duas torradas ou uma fatia de pão integral com margarina light + uma fatia de peito de peru ou presunto magro ou duas colheres de chá de geleia diet.

Opção 2Um copo (200 ml) de leite de soja light com uma

colher de sobremesa de achocolatado light (opcional) + omelete de um ovo mexido com duas fatias de peito de peru + mix de fibras.

LANCHEOpção 1Uma fruta média + duas castanhas-do-pará + uma

xícara de chá de hibisco.

Opção 2Uma fatia média de melão, abacaxi ou melancia + três

amêndoas + uma xícara de chá de hibisco.

MEIA HORA ANTES DO ALMOÇOUma xícara de chá de hibisco.

ALMOÇOOpção 1Salada de folhas verde-escuras + um filé médio de

frango grelhado + duas colheres de sopa de arroz inte-gral + uma concha média de lentilha ou feijão + uma taça de gelatina.

Opção 2Salada de alface, agrião e tomate + um filé médio

de peixe grelhado + duas batatas pequenas assadas ou cozidas com um fio de azeite de oliva e orégano + uma taça de gelatina.

LANCHEOpção 1Uma fruta + uma xícara de chá de hibisco.

Opção 2Uma barrinha de cereais light sem chocolate ou uma

banana seca + Uma xícara de chá de hibisco.

JANTARSopa funcional + uma fruta assada com canela.

* Consuma duas colheres de sopa de hibisco pela manhã para estimular o funcionamento do intestino. Bata no suco desintoxicante ou no leite de soja ou acrescente na fruta do lanche. Mas, se preferir, mis-ture na sopa do jantar.

Cardápio funcional paralelo

O chá de hibisco beneficia o funcionamento de todo o intestino

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E8 MANAUS, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012Saúde e bem-estar

É hora de vencer o medo da primeira menstruaçãoÉ sempre algo muito constrangedor para a maioria das meninas quando chega o momento de ir ao ginecologista

O que geralmente deveria acontecer entre os 12 e 15 anos de idade, hoje

é cada vez mais precoce, sen-do esperada a partir dos 9 anos. Estamos falando da menarca, que é a primeira menstruação da mulher.

A alimentação mais rica em hormônios e o apelo visual, que faz com que as crianças se comportem como adultas, são as principais teorias de-fendidas para a antecipação da passagem da vida de me-nina para mulher. E, muitas são as dúvidas nesse período, como as mudanças do corpo e a cobrança mais excessiva oriunda dos pais.

É essa incerteza, aliada a timidez de expor sua intimida-de para uma pessoa estranha, que mais contribui para que a primeira consulta ao ginecolo-gista seja tão assustadora. De acordo com a doutora Rafaella Seffair, é quase uma regra que a primeira consulta ao gine-cologista seja acompanhada pela mãe.

“Dificilmente a paciente comparece ao consultório por

vontade própria, é sempre a mãe quem a leva, seja pela chegada da primeira mens-truação, seja por alguma outra mudança que fuja do controle materno”, afirma a médica ginecologista.

CumplicidadeAlém das principais mudan-

ças físicas que o corpo da

menina sofre, após a primeira menstruação, como o aumen-to dos seios, o crescimento dos pelos pubianos, cólicas ocasionais ou constantes, excesso ou sangramento in-terrompido, cabe ao gineco-logista também explicar as principais dúvidas relaciona-das ao sexo.

“Tanto para a menina que

é virgem como para a que já teve sua primeira relação sexual é complicado ir ao gi-necologista pela primeira vez, porque elas sentem vergonha em revelar suas incertezas e experiências, ainda mais na presença da mãe”, comenta a doutora Rafaella Seffair.

Ainda segundo a especia-lista, é por essa barreira da timidez que algumas mulhe-res preferem se consultar somente com ginecologistas mulheres, por fazer parte da mesma realidade.

“Descrever corrimentos e outros problemas ocasio-nados pela relação sexual é algo muito particular e, às vezes, constrangedor de uma mulher contar para um homem”, completa.

Independentemente da pre-ferência pelo sexo dos pro-fissionais, Rafaella afirma que a relação entre médico e paciente não pode se res-tringir ao atendimento técni-co e precisa estabelecer um laço de confiança. “A paciente só vai detalhar seus hábitos íntimos, que podem ser fun-damentais para o diagnóstico do quadro clínico, após sentir certa segurança no especia-lista”, defende.

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

PREVENÇÃOÉ logo na primeira vez que a menina vai ao gi-necologista que devem ser feitas as recomen-dações sobre o papilo-ma vírus humano, ou HPV, hoje responsável por 90% dos casos de câncer de colo uterino

A menarca é o iníco das consultas ginecológicas regulares

É logo na primeira vez que a menina vai ao gi-necologista que devem ser feitas as recomen-dações sobre o papilo-ma vírus humano, ou HPV, e a indicação da vacina, atualmente dis-ponível apenas na rede particular. O HPV é hoje responsável por 90% dos casos de câncer de colo uterino, por isso a melhor idade para que se faça a preven-ção contra o mesmo é antes ou logo no início da vida sexual.

“No caso dos anti-concepcionais é mais complicado, porque al-gumas temem que a administração do medi-camento possa estimu-lar a primeira relação sexual da filha”, explica a ginecologista.

Orientações que devem ser regra

INMIDIA

DIVULGAÇÃO/STCK

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