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Saúde da Família Avanços e retrocessos – o caso de Porto Alegre CMS – set/2008

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Saúde da Família

Avanços e retrocessos – o caso de Porto Alegre

CMS – set/2008

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O conceito de saúde e o modelo de atenção

“a análise do processo saúde-adoecimento evidenciou que a saúde é resultado dos modos de organização da produção, do trabalho e da sociedade em determinado contexto histórico e o aparato biomédico não consegue modificar os condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo, operando um modelo de atenção e cuidado marcado, na maior parte das vezes, pela centralidade dos sintomas” (Port.687/06)

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O Modelo da Atenção Primária à Saúde 1978 – Conferência Internacional sobre

Cuidados Primários de Saúde (Alma-Ata), promovida pela OMS reuniu 134 países. APS como a principal estratégia para a promoção e assistência. Meta “Saúde para todos no ano 2000”. Perspectiva da “tecnologia apropriada”, de baixo custo e simplicidade tecnológica, com um viés de “saúde para pobres”.

No Brasil, algumas experiências isoladas (Montes Claros –MG, Murialdo – RS)

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O Modelo da Atenção Primária à Saúde Atividades ou Ações Básicas de Saúde:

Educação para a saúde e como prevenir doenças; Imunizações; Combate às enfermidades endêmicas locais; Tratamento das doenças e traumatismos

comuns; Atendimento dos transtornos relacionados à

nutrição, abastecimento de água e saneamento básico;

Provisão dos medicamentos essenciais

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O Programa de Saúde da Família 1991 – Programa de Agentes

Comunitários de Saúde (PACS) a partir da experiência no Nordeste (Ceará)

1994 – início como projeto governamental, objetivando: racionalizar os gastos com saúde; diminuir a demanda por especialistas e

racionalizar o uso da tecnologia, das referências, da hospitalização, etc.

2006 - Pacto pela Saúde : O PSF como projeto estruturador da Atenção Básica

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O Programa de Saúde da Família JUSTIFICATIVA : estratégia que prioriza as ações de

promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua.

EQUIPE MÍNIMA: um médico generalista ou médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde. O número de ACS varia de acordo com o número de pessoas sob a responsabilidade da equipe . Há a previsão de ESB, composta por 1 cirurgião-dentista e 1 ACD ou THD. Outros profissionais poderão ser incorporados nas Unidades de Saúde da Família ou em equipes de supervisão, de acordo com as necessidades e possibilidades locais.

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O Programa de Saúde da Família

As UNIDADES : Uma Unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais equipes, dependendo da concentração de famílias do território de sua abrangência. Cada equipe atende a até 4000 pessoas. Cada ACS cuida de uma “micro-área”, com no máximo 750 pessoas e cada equipe pode agregar até 12 ACS. Cada Equipe de Saúde Bucal pode atender a área de abrangência de até duas Equipes de Saúde da Família.

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O Programa de Saúde da Família O TRABALHO EM EQUIPE:

Conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, através do cadastramento destas e do diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas ;

identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos quais a população está exposta;

elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos determinantes de processo saúde/doença;

prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda organizada ou espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar ;

desenvolver ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos problemas de saúde identificados.

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O que são os NASF

Núcleos de Apoio à Saúde da Família – criados pela Port. GM 154/08, com objetivo de ampliar a abrangência e a resolubilidade das ações de atenção básica. As equipes são compostas por profissionais de diferentes áreas do conhecimento, atuando diretamente no apoio às ESF e na Unidade na qual está cadastrado.

pressupostos : não se constituem porta de entrada do sistema; processos de referência e contra-referência

ampliados para um acompanhamento longitudinal, onde a ESF coordena o cuidado

busca da integralidade no cuidado

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O que são os NASF Modalidades:

NASF 1 – 5 profissionais entre: Médico acupunturista; Assistente social; Profissional

de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico ginecologista; Médico homeopata; Nutricionista; Médico pediatra; Psicólogo; Médico psiquiatra; Terapeuta ocupacional

NASF 2 – 3 profissionais entre: Assistente social; Profissional de Educação Física;

Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; Terapeuta ocupacional

OBS: que pelo menos “um” profissional seja da área da saúde mental

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O que são os NASF Territorialização:

NASF 1 – vinculado a no mínimo 8 e no máximo 20 ESF (total= Nº ESF / 8)

NASF 2 – apenas para municípios que tenham densidade populacional abaixo de 10 habitantes por quilômetro quadrado

Financiamento: Implantação – R$ 20.000,00 para cada NASF1 E

R$ 6.000,00 para cada NASF2 em parcela única Custeio - R$ 20.000,00 para cada NASF1 E R$

6.000,00 para cada NASF2 em parcelas mensais

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A experiência em Porto Alegre: Por que foi implantado o PSF ? “A opção pelo PSF, tal qual o propõe o

Ministério da Saúde,se constitui numa alternativa altamente potente para atingirmos, de forma direta, os bolsões de maior necessidade sócio-sanitária da cidade. Entendemos que o PSF pode constituir uma política de base do Sistema de Saúde, provocando uma reestruturação da missão do conjunto dos serviços de atenção primária à saúde já existentes. É de fundamental importância a possibilidade de remunerar as equipes do PSF através da tabela diferenciada do SUS e ainda contratar os profissionais através do sistema de convênios com as associações comunitárias”.

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ?

1995 - Elaboração de um Projeto Conjunto entre Secretaria Municipal de Saúde e Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição

Estabelecimento de critérios para a escolha dos locais de implantação.

Discussão com as comunidades, associações de moradores, CLS e CMS explicando as diretrizes do Programa.

Aprovação no CMS

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ?

Critérios para a implantação das Unidades de Saúde do PSF: Regiões com indicadores sócio-econômicos desfavoráveis Áreas em que estão ocorrendo assentamentos Regiões com indicadores epidemiológicos mais

desfavoráveis São ainda exigências operacionais para a instalação que

as equipes do PSF, em conjunto com as Unidades públicas já existentes, devem configurar uma rede assistencial que abranja todo, o território selecionado, evitando a tensão com os territórios – populações de alta carência e vizinhos aos espaços atendidos.

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ?

1996 - Discussão na II Conferência Municipal de Saúde, que reconhece as deliberações tomadas pelo CMS decidindo pela implantação do PSF em Porto Alegre e define novo modelo, não como complementar ao sistema, mas com parte integrante do SUS.

Estabelecimento de duas etapas de implantação definindo 65 áreas com vazios de saúde e maior carência sócio-sanitária.

Discussão nos CLS e no CMS para definição das equipes em cada etapa..

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ?

1996 - Visita aos locais escolhidos Implantação das 24 primeiras equipes Assinatura de Convênio para contratação

de trabalhadores entre Prefeitura e Associação de Moradores

Seleção de profissionais para compor as equipes.

Contratação e Capacitação dos profissionais

1997 – implantação de mais 4 equipes 1998 – implantação de mais 1 equipe

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ? 2000 – cobertura de 10% I Seminário de Saúde da Família de

Porto Alegre – Saúde Tamanho Família – A Comunidade em Cena

Avaliação das dificuldades: Processo de contratação (Assoc. Moradores) se

mostrou oneroso, pouco funcional; Distorção do papel de controle social na relação

“patronal” com as Assoc Moradores (conflitos) Rotatividade dos profissionais (7 processos

seletivos) Mudança da forma de contratação e

celebração do convênio com a FAURGS

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A experiência em Porto Alegre: Como foi implantado o PSF ? 2001 – implantação de mais 6

equipes 2002 – implantação de 21 novas

equipes, inserção de segunda equipe em 5 Unidades e implantação de 3 equipes de saúde bucal

2003 – implantação de 1 nova equipe e inserção de segunda equipe em 1 Unidade

Adesão do município ao PROESF

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A expansão do PSF em Porto Alegre PROESF – Projeto de Expansão e

Consolidação do Saúde da Família – iniciativa do MS, apoiado com financiamento do BIRD, com o objetivo de estimular a “conversão” da rede para a estratégia de Saúde da Família.

500 milhões de dólares para todo o Brasil, com prazo de execução de 5 anos e meio

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A expansão do PSF em Porto Alegre

PROESF – para Porto Alegre a meta é a cobertura de 50% da população, ou seja, estender o programa para mais 691.000 cidadãos, para o que estariam previstos aproximadamente 9 milhões de reais, a serem repassados nos 11 semestres, a partir do cumprimento das metas.

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A expansão do PSF em Porto Alegre

PROGRAMAÇÃO DE DESEMBOLSO FINANCEIRO E METAS DE COBERTURA ASSISTENCIAL PELO PSF

 

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Cronograma financeiro 1.106.000,00 707.000,00 2.602.000,00 1.745.000,00 1.456.000,00 1.442.000,00

Metas de cobertura pelo PSF

16,80% 30% 35% 45% 50% 50%

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A expansão do PSF em Porto Alegre 2004 – implantação de 20 novas

equipes, sendo 4 delas num processo de conversão, 10 delas nas Unidaes de Saúde do GHC e 2 em parceria com o HMV, totalizando 84 equipes

2005 – implantada mais 1 equipe 2006 – implantadas mais 8 equipes,

sendo 2 em parceria com o HDP

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A expansão do PSF em Porto Alegre 2007 – fim do convênio com a FAURGS,

e contratação do Instituto Sollus, sem a aprovação do CMS. Maior crise na história da saúde em Porto Alegre

2008 – ainda se mantém o número de 93 equipes, 8 ESB e 376 ACS (15,9%). Os técnicos são contratados pelo Instituto Sollus e os ACS pela PMPA, em caráter temporário. Ainda não foi resolvido o convênio com o GHC, nem implantadas as equipes da Restinga pelo HMV.

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A expansão do PSF em Porto Alegre 2007 – fim do convênio com a

FAURGS, e contratação do Instituto Sollus, sem a aprovação do CMS. Maior crise na história da saúde em Porto Alegre

2008 – ainda se mantém o número de 93 equipes, 8 ESB e 376 ACS (15,9%). Ainda não foi resolvido o convênio com o GHC, nem implantadas as equipes da Restinga pelo HMV.

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A situação atual e perspectivas Os técnicos são contratados pelo

Instituto Sollus e os ACS pela PMPA, em caráter temporário.

Há um TAC determinando que seja realizado concurso público para a criação dos cargos e contratação dos profissionais.

Envio de Projeto de Lei para CV, criando o Departamento do PSF, que não passou pela Comissão de Constituição e Justiça.

Convênio com o Instituto Sollus vencendo em agosto/08

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A situação atual e perspectivas Não foram criados os cargos, e foram

contratados emergencialmente mais 80 ACS, sem processo seletivo amplo, com participação do Controle Social, como anteriormente.

Processo de educação e atualização das Equipes feito por terceiros, além de não ter um programa definido e inclusivo.

O projeto Acolhimento foi abortado, e as Unidades voltaram a operar com agendas e filas de espera.