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Ano XXXI | ed. 349 | Abr | 2014 SINDHOSP e FEHOESP fazem parceria com SAP em projeto para clínicas pág. 3 Cooperação será o tema da edição 2014 do Anuário Brasileiro da Saúde pág. 11 Envelhecimento populacional e mudança no perfil epidemiológico fazem setor repensar a assistência, com o desafio de manter o equilíbrio das contas e a qualidade dos serviços. Páginas centrais SAÚDE: DE OLHO NA GESTÃO E NOS CUSTOS

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Ano XXXI | ed. 349 | Abr | 2014

SINDHOSP e FEHOESP fazem parceria com SAP em projeto para clínicaspág. 3

Cooperação será o tema da edição 2014 do Anuário Brasileiro da Saúde pág. 11

Envelhecimento populacional e mudança no perfil epidemiológico fazem setor repensar a assistência, com o desafio de manter o equilíbrio das contas e a qualidade dos serviços.Páginas centrais

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Editorial

| Jornal do SINDHOSP | Abr 2014

SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Bem (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Marcelo Luis Gratão • Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected] | RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529,

[email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected] | SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030,

[email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected] | BRASÍLIA (61) 3037-8919 /

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Reportagens – Ana Paula Barbulho • Aline Moura • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado | Produção gráfica – Ergon Ediitora (11) 2676-3211

| Periodicidade Mensal | Tiragem 15.500 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades. Os artigos assinados não re-

fletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 9o andar, São Paulo, SP, CEP 01041-000 • Fone (11) 3331-1555, ramais 245 e 255

• www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

Em junho de 1998, surgia a lei 9.656, que veio regulamentar a atividade dos planos de saúde. Com ela também nasceu a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o órgão regulador de um setor que antes navegava sem nor-te, sem muitas regras, e quase nenhuma fiscalização. Nesses quase 16 anos, houve avanços expressivos na garantia de atendimento aos beneficiários de planos de saúde, como a definição de uma cobertura assistencial mínima e o estabe-lecimento de limites para os reajustes das mensalidades.

Nos últimos anos, novos olhares passaram a contemplar também o restante da cadeira produtiva, fazendo com que a ANS começasse a criar normas de convivência entre planos de saúde e prestadores de serviços (hospitais, clínicas, la-boratórios e profissionais de saúde), admitindo que a melhora do sistema privado passa necessariamente pelos gargalos de relacionamento entre as partes.

Acredito que o crescimento da saúde suplementar deva-se, em alguma parcela, a esta regulação e atuação da Agên-cia, que ajudou indiretamente alçar o segmento a um dos mais importantes de nossa economia, com orçamento que deve ultrapassar R$ 100 bi em 2014, e cobertura assistencial de nada menos do que 25% da população brasileira.

O momento atual, no entanto, não é de comemoração. Vivemos uma turbulência no setor, causada em parte pela desconfiança daqueles que colocam em xeque a importância e a eficácia da saúde privada. Que traçam um risco e se-param de maneira simplista o serviço público e o privado, colocando os empresários na condição de vilões mercenários.

Políticas populistas vêm aumentando e muito a sinistralidade das operadoras que, em 2013, atingiu o perigoso pa-tamar de quase 90%. Isso tem um efeito, não adianta imaginarmos que operadoras de planos de saúde serão entidades filantrópicas. Muito ao contrário. Se enxergarem condições de desequilíbrio financeiro, vão sair do mercado. E a maior prejudicada, como sempre, será a população.

Não nos cabe aqui defender um lado ou outro, senão apontar situações que põem em risco o setor suplementar da saúde. Defendemos uma ANS li-vre de visões político-ideológicas, composta por pessoas que verdadeiramente irão defender o setor da saúde como um todo e olhar para todos os atores indiferentemente dos seus matizes. Não queremos uma ANS porta-voz do Mi-nistério da Saúde, e sim uma agência que atue segundo as suas origens: regular o setor de saúde suplementar para que ele evolua em harmonia com as neces-sidades da população e do país. É assim que queremos.

presidenteYussif Ali Mere Jr

POR UMA ANS REGULADORA

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ERRATAAo contrário do que foi publicado na edição de março de 2014 do Jornal do SINDHOSP, Angelina Helena Francisco não mais atua como gerente Administrativa do CTC. Atual-mente ela é sócia-diretora da Crya. Assim como Márcio Ciamponi, que não mais ocupa o cargo de diretor da Laser Ocular, e agora atua como consultor especializado em saúde.

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Em dia

Abr 2014 | Jornal do SINDHOSP |

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ARAInvestir em um sistema de

gestão e integração de dados do porte da alemã SAP parece ser uma realidade distante para as clínicas que atuam em assistência à saúde. No Estado de São Paulo, por exemplo, a maioria das 34 mil clínicas é de pequeno e mé-dio porte, ou seja, empresas que não teriam fôlego financeiro para arcar com aquisição de equipa-mentos, servidores, sistemas e consultores.

Este cenário, no entanto, ficou no passado. Com o desenvolvimento de um novo modelo de negócio, chamado Software as a service (SaaS), o sis-tema de gestão SAP Business One tornou-se acessí-vel para o setor de saúde, incluindo os pequenos negócios. “As clínicas de maneira geral sempre buscaram a possibilidade de se profissionalizarem, de terem um sistema que pudesse mensurar sua performance e cuidar da parte administrativa. Com este novo modelo de negócios, a SAP deixa de ser um sonho de consumo para se tornar realidade”, explica o diretor da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP), Marcelo Gratão. Os números do mercado mostram essa tendência: atualmente, dos 3.580 clientes brasileiros, um terço utiliza a solução Business One, voltada para empresas de pequeno porte.

O novo modelo de licenciamento permite que os dados das clínicas fiquem armazenados em um sistema de nuvem, sem que haja necessidade de investir em servidores nem em licença de software. “O serviço de backup e a manutenção estão garan-tidos na nuvem. São cinco etapas de implantação e, numa clínica com 10 a 15 usuários, levamos no má-ximo 60 dias para colocar o sistema rodando”, de-talha Gilberto Vieira Filho, diretor executivo da G2 Tecnologia, empresa parceira responsável pela ver-tente de saúde e mantenedora da solução Health One para SAP Business One no Brasil.

Vieira garante que o sistema abrange toda

SINDHOSP E FEHOESP ANUNCIAM PARCERIA COM ALEMÃ SAP

a gestão da clínica. “A solução atende de ponta a ponta qual-quer modalidade de negócio. No caso das clínicas, engloba desde o agendamento até a emissão da nota fiscal.” Especializada em saúde, a G2 é parceira SAP desde 2007, e é responsável pelo desen-volvimento da solução Health One para SAP Business One, soft-

ware para pequenas e médias empresas.

Para apresentar o projeto às clínicas, o SINDHOSP e a FEHOESP realizariam, no fim de abril, um encontro na sede da SAP no Brasil, na ca-pital paulista. Com a participação do presidente do Sindicato e da Federação, Yussif Ali Mere Jr, o even-to teria como objetivo sensibilizar as clínicas para a importância de modernizar sua gestão (o encon-tro, marcado para 28 de abril, realizou-se após o fe-chamento desta edição do Jornal do SINDHOSP; confira os detalhes na edição de maio).

SAP NA SAÚDE, PELO MUNDO

Conhecida tradicionalmente pelo desenvolvi-mento de ERPs (Enterprise Resource Planning, em inglês) – que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema –, a SAP tem investido fortemente em duas outras linhas de solução: gestão do paciente como cliente (Patient Management) e sistema de prontuário eletrônico (Industry Solution Healthcare).

A empresa aposta, por exemplo, na conver-gência de dados para gerenciar doenças crôni-cas. Uma solução está sendo implementada nos Estados Unidos e encontra-se em fase de tradução para o Brasil. Trata-se do “Me-dical Insights”, que visa integrar dados clínicos para o tratamento do câncer, melhorando os resultados assistenciais e, claro, reduzindo custos. O projeto utiliza a plataforma de alta performan-ce HANA, e foi desenvolvido em parceria com o Centro Alemão para Doenças Tumorais (German National Center for Tumor Diseases – NCT) e está

atualmente em uso para testes nas instalações em Heidelberg, na Alemanha. A escolha do tratamento do câncer não foi à toa. É a doença que mais possui volume e variedade de informações geradas pelos pacientes.

O “Medical Insights” pretende usar um mode-lo genérico de dados de saúde e recursos semânti-cos para levantar dados de cada paciente em várias fontes diferentes, como sistemas de informações clínicas, registros de tumores, bancos de recursos biológicos e até documentos de texto, como ano-tações médicas. Em seguida, fará análises avançadas dos dados e fornecerá resultados em tempo real.

De acordo com o vice-presidente global da área de saúde da SAP, John Papandrea, a busca por informatização da saúde no país, a exemplo da Tro-ca de Informação em Saúde Suplementar (TISS), e a evolução do ambiente regulatório são fatores determinantes para um boom tecnológico na saúde. “Acredito que em pouco tempo vai acontecer com os registros e processos médicos o que aconteceu na área fiscal brasileira, como a nota fiscal eletrôni-ca, Sped Contábil e Fiscal.”

OBJETIVO É AMPLIAR CESTA DE SERVIÇOS AOS ASSOCIADOS

Marcelo Gratão, diretor da FEHOESP e do SINDHOSP

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4 | Jornal do SINDHOSP | Abr 2014

Em dia

Há mais de 15 anos observando as reclamações da categoria médica, a Associação Paulista de Medicina (APM), juntamente com entidades ligadas ao setor, promoveu, no dia 7 de abril, mais um dia de protesto contra os planos de saúde e diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Por meio de campanhas publicitárias lançadas no começo do mês de abril, uma novida-de para 2014, a entidade está buscando alertar a população sobre o descaso dos planos com os médicos e os pacientes. O SINDHOSP e a FEHOESP apoiaram a manifestação que contou com a participação de profissionais de medicina, enfermagem e odontologia.

Para Florisval Meinão, presidente da APM, o protesto é uma forma de chamar a atenção da sociedade quanto aos problemas de saúde pública e privada. “Queremos passar a mensagem que tanto profissionais quanto usuários são igualmente vítimas das empresas. É um alerta à sociedade, pois não abriremos a guarda em 2014.” Neste ano, assim como ocorre desde 2000, foi disponibili-zado aos usuários de planos de saúde e profissionais um “disque denúncia”, pelo número 0800 173 313, que computa as reclamações e as direcionam ao departamento de Defesa Profissional da APM, o qual se compromete a enviar um relatório com as informações à ANS.

O dia 7 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, foi marcado por diversos protestos pacíficos que ocorreram em todo o Brasil. Como forma de demonstrar solidariedade a pacientes, diversos hospitais receberam profissionais da saúde para doações voluntárias de sangue. Em São Paulo, as doações foram feitas na Irmandade Santa Casa de Misericórdia.

No estacionamento da APM mil balões brancos foram preparados para serem soltos após a leitura da pauta de reivindicações da categoria. Além do presidente da APM, participaram do evento Silvio Cecchetto, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD); Clau-dio Miyake, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp); Danilo Bernik, coordenador do departamento de Saúde Suplementar do SINDHOSP e da FEHOESP; Jorge Curi, vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); e Renato Azevedo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

A maioria das faixas colocadas naquele espaço pedia uma remuneração justa para a classe, além de respeito ao profissional e ao paciente. A saúde, citada como principal problema do brasilei-ro em recente pesquisa Interfarma/ Datafolha, passa por momentos delicados. Segundo dados da APM, no Sistema Único de Saúde (SUS), além da falta de investimento por falta do governo fede-ral, as maiores reclamações referem-se ao acesso aos serviços como consultas médicas, exames e procedimentos. Já na saúde suplementar, a queixa é a baixa remuneração aos médicos e a negativa de procedimentos ao beneficiário, que paga caro por uma saúde de baixa qualidade. Danilo Bernik reforçou as reclamações. “Unimos as entidades em busca da valorização profissional e de uma re-muneração justa, com atendimento de qualidade à população.”

“A saúde pública sofre com a deficiência em sua gestão. Existe um forte empenho da socie-dade em buscar recursos, inclusive com um projeto de lei de iniciativa popular que pede repasse de 10% da receita bruta da União”, explicou Meinão. “Agora, nos planos de saúde muitas vezes as pessoas pagam com sacrifício e ainda enfrentam os mesmos problemas de alguém que busca o SUS, com dificuldade de acesso a consultas e exames. Todos os brasileiros sabem que os planos de saúde cobram caro, remuneram mal e colo-cam obstáculos quando precisam usar o sistema. Lan-çamos este protesto porque a situação é inaceitável, e as pessoas sofrem as consequências disso. Onde já se viu os beneficiários se verem obrigados a recorrer judi-cialmente por seus direitos que deveriam ser garantidos na saúde paga?”, indagou.

Neste ano, os profissionais de odontologia tam-

bém se uniram com a APM para o protesto. “A odontologia não poderia deixar de estar presente em um momento ex-tremamente importante quando a saúde vem sendo judiada por quem deveria defendê-la. Lamentamos profundamente o momento vivido”, afirmou o presidente da ABCD. “Repre-sentamos 110 mil profissionais em São Paulo e temos que apoiar este manifesto, pois temos os mesmos problemas

que a área médica. Sempre que houver protestos, a odonto-logia estará presente. Estamos juntos em busca da valoriza-ção da área da saúde”, completou Claudio Miyake, do Crosp.

Para o vice-presidente da AMB, o caos na saúde só co-meçará a ser resolvido com a união de forças das entidades da área, além de protestos e cobranças por um sistema dig-no de atendimento. “A categoria deve estar sempre reunida para debater temas importantes como esses. Além disso, a presença da mídia para comunicar a população brasileira dos reais problemas enfrentados é muito importante. Devemos batalhar por melhorias de financiamento, de recursos, pelo desespero das famílias em prontos-socorros. Essa realidade deve mudar. Com o lançamento do projeto Caixa-Preta vimos quantas deficiências estão espalhadas pelo Brasil e buscamos fazer propostas concretas e objetivas para levar aos órgãos competentes. Esperamos melhorias.”, disse Curi.

O presidente do Cremesp salientou que “a população decidiu em Constituição que a saúde é um direito do povo e um dever do Estado, logo os investimentos em gastos de saúde devem mudar na história do Brasil”. Para Azevedo, “a situação só mudará quando o governo federal encarar a saú-de pública como prioridade, investir e aplicar dinheiro. Me-nos investimentos do que os países africanos não é possível, assim como a sétima economia mundial continuar tratando a saúde dessa maneira. O investimento deveria ser de no mí-nimo 10% da receita bruta da União. É preciso equacionar a saúde do brasileiro”.

MÉDICOS PROTESTAM NOVAMENTE CONTRA PLANOS DE SAÚDE

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Mil balões foram soltos como símbolo da esperança dos médicos

Danilo Bernik (1o à esq.), Florisval Meinão (à frente) e representantes de entidades da saúde

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5Abr 2014 | Jornal do SINDHOSP |

Eventos

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GERENCIAMENTO EFICIENTE É SOLUÇÃO PARA SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA

Como melhorar a gestão na saúde pública e privada a ponto de criar modelos ideais de trabalho e melhorias no atendimento ao paciente? Este foi o objetivo do Qualihosp 2014 - Seminário Internacio-nal de Qualidade em Serviços e Sistemas de Saúde, realizado em 14 de abril, pela divisão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o apoio do SINDHOSP. O evento teve duas mesas de deba-te, uma conferência e um talk show debatendo o tema. A opinião foi unânime de todos os partici-pantes: a saúde vive hoje um caos em sua gestão e está cada vez mais difícil encontrar profissionais qualificados para gerir o setor.

O ponto-chave discutido pelos palestrantes foi a falta de avanços da área, que segue ainda regras e padrões do século XX e vem condensando regras e procedimentos. Para Eugênio Vilaça Mendes, con-sultor em saúde pública e autor de publicações rea-lizadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), este é o primeiro passo na transformação da gestão, porém, não é suficiente. As equipes de traba-lho devem acompanhar e contribuir para que con-

tinue havendo evolução. “Tanto o sistema quanto as equipes devem acompanhar a tecnologia e utilizar a proatividade para alcançar a excelência e eficiência na gestão. As situações do nosso século estão sen-do respondidas com teorias de séculos anteriores. Isso mostra a nossa lerdeza e incapacidade de fazer mudanças no sistema de saúde, o que gera esta crise contemporânea na qual vivemos”, explicou. O con-sultor também apresentou o livro “As Redes de Aten-ção à Saúde”, que aborda níveis de atenção no setor, dividindo-os por organização, plano estratégico, atendimentos multidisciplinares e diretrizes clínicas.

Questionado pela plateia sobre qual seria a par-te mais deficiente na gestão, Mendes destacou as

falhas na prevenção e tratamento de doenças crô-nicas. “Se nós tivéssemos um modelo de atenção às condições crônicas, investigando, prevenindo e tra-tando os fatores de risco ligados ao comportamento de vida, fatores biológicos e disposição genética, com certeza poderíamos melhorar a gestão hospitalar”, afirmou. “A cada cem pessoas, 50 conseguem ser diagnosticadas corretamente quanto à sua doença. Dessas, apenas 10% terão o tratamento adequado. Os 90% restantes ocupam leitos de UTI e superlo-tam os hospitais sem necessidade”, completou.

Maria do Carmo, diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e Urgência do Ministério da Saúde, endossou a fala de Mendes, apresentando ainda os programas específicos da saúde pública. “Hospital é um local de passagem. O prédio deve ser visto somente como um ponto de atenção na rede e não como hospedagem”, disse. “O que precisamos é definir mais estratégias prioritárias e ampliar a oferta de exames e procedimentos mé-dicos, assim como está sendo feito pelo Ministério da Saúde com os programas Rede Cegonha, Álcool e Drogas, Combate ao Crack e o próprio Mais Mé-dicos”, disse.

Os convidados internacionais do evento, Felix Hector Rígoli, gerente da Área de Sistemas de Saú-de e coordenador da Unidade Técnica de Recursos Humanos da Opas/OMS, e José Luís Castanheira dos Santos, professor de Saúde Pública pela Fa-culdade de Ciências Médicas da Universidade de Lisboa, elogiaram o Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando que o modelo criado é um do melhores do mundo, no entanto, com as gestões falhas, pou-cos são os pontos positivos. “O mais importante da criação do SUS no Brasil é essa universalização, vista em pouquíssimos países do mundo, com o objeti-vo de sanar a necessidade coletiva do povo quanto aos serviços prestados. Porém, não vemos as coisas funcionando corretamente. Reclamam de inves-timentos, de falta de profissionais, mas o que está sendo feito para colocar o modelo em prática?”, questionou Rígoli. Castanheira complementou: “O Brasil precisa se organizar e aceitar a ideia de que a resposta à sociedade também deve ser universal e chegar a todos, independentemente de quem se-jam e de onde estejam. A própria OMS prega que o mundo deve ter cobertura de saúde. Então temos que ser cada vez mais universais”.

Claudia Meirelles, diretora do Conselho Muni-cipal de Secretarias do Estado de São Paulo, abor-dou os desafios politico-administrativos ao modelo universalizado de gestão do SUS. Segundo ela, “o

SUS passa por uma enorme crise e um grande re-conhecimento, quase um paradoxo. O maior desa-fio é como integrar cabeças tão diversas em prol de um algo tão universalizado”. E completou: “Saímos do modelo analógico. A diferença do SUS para to-das as outras operadoras é a Constituição brasileira, que garante que os gestores sigam e obedeçam as regras impostas mesmo com todas as dificuldades”.

Para debater a saúde privada e apresentar ca-ses de sucesso, foram convidados Helidéa de Oli-veira Lima, gestora de Qualidade do Hospital Barra D’Or, e Sérgio Ricardo Rodrigues, diretor técnico--assistencial da Rede Nacional de Serviços Próprios da Amil. Segundo Helidéa, a crise na saúde no Brasil, tanto pública como privada, dá-se pelo desencon-tro entre a situação epidemiológica, o agravamen-to das condições crônicas e sistemas de atenção à saúde voltados somente para emergências, sem tratar as causas e possíveis sintomas anteriores. “Em toda a Rede D’Or buscamos melhorar a qualidade técnica de nossa equipe independente dos sistemas de acreditação. Antes de buscarmos a certificação devemos aprender a fazer gestão hospitalar em prol da segurança do paciente.”

Para Rodrigues, o monitoramento das inter-nações e controle dos prontuários são as melhores saídas. “É importante buscarmos a integração, am-pliar e melhorar a qualidade assistencial ambulato-rial e reduzir a hospitalização, como consequência. Nós precisamos trazer este projeto para a gestão inicial fazer a prevenção de possíveis eventos e não tratar somente emergências. A melhor forma de se fazer a desospitalização é fazer com que o paciente não chegue ao hospital.”

O talk show “Hospital do Século XXI” debateu as tecnologias recentes, avanços e problemas na ges-tão hospitalar que se estendem ao longo dos anos.

Mesa de debates do evento

Plateia acompanhou atenta as discussões

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Manchete

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SETOR BUSCA GESTÃO INTEGRADA PARA TER EFETIVIDADE DOS CUSTOS

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ÃOAs empresas de saúde passam por um momento de reflexão: a necessidade da modernização, incorporação de novas tecnologias, a busca constante pelo alto grau de eficiência, reconhecimento e re-sultados no cenário em que as margens de lucro diminuem e o gerenciamento efetivo de custos é uma das alternativas para o sucesso de toda instituição.

Não diferente deste cenário, os pres-tadores de serviços de saúde, particular-mente os hospitais, necessitam de práticas administrativas mais eficazes, com foco não somente na assistência, mas também buscando ma-ximizar os resultados, reconhecimento, preço e qualidade para obter uma vantagem competitiva sobre a concorrência.

Nesse aspecto, remuneração, modelo de contratação de corpo clínico e retenção de talentos são algumas das variá-veis quando o assunto é o engajamento médico. Mas afinal, como trazer o profissional mais importante da entidade para uma realidade de custos, gastos e controle do orçamento?

Esse foi o tema de abertura do 4o Hospital Manage-ment Summit (HMS), realizado de 7 a 9 de abril, pela Inter-national Business Communications (IBC), em São Paulo, que reuniu especialistas e lideranças do setor, gestores e adminis-tradores de hospitais públicos e privados, representantes de operadoras de planos de saúde e de fornecedores e consul-tores para discutir o modelo de assistência à saúde no Brasil, o cenário atual, as ações para garantir conquistas na presta-ção de serviços à saúde e equilibrar os custos sem perder a eficácia da qualidade.

O superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, iniciou o fórum abordando a questão da ges-tão do corpo clínico e de como fazer saúde e prestar serviços nessa área são funções distintas, mas que se complementam nas estratégias de gerenciamento tanto de hospitais públicos como de privados. “Gestão e administração são sinônimos na questão hospitalar. O que temos que falar é do mar que separa a questão financeira para se gerir e administrar uma instituição de saúde. Temos o espaço físico e a capacidade de gerir esses recursos. O fato é que eles têm que caminhar juntos”, disse.

Ele lembrou que o envelhecimento populacional tem contribuído para a mudança no perfil epidemiológico, o que também fez mudar o padrão de serviços prestados na saúde e a gestão do hospital. “Falta proatividade. Ainda se espera o paciente chegar, não se tem atenção primária. Para o futuro, o hospital terá que ser um agente mais ativo e menos passi-vo. Como? Isso ainda não sabemos”, constatou Vecina.

O que se sabe é que todos os envolvidos na cadeia da saúde estão em busca de soluções para prestar serviços de qualidade, com custos controlados, eficiên-cia e atendimento satisfatório ao cliente (paciente). Segundo o superintendente do Sírio-Libanês, se a gestão do estabelecimento de saúde não for muito bem controlada, pode ser deficitária. “A profissionalização da administração, com o in-tuito de viabilizar o sistema é uma exigência quase que formal, porém esbarra-se em outro problema que é o modelo de relação de emprego com o profissional de medicina. Com o médico distante da administração hospitalar é difícil alcançar resultados”, alerta. Para ele, a relação entre médico e hospital deve ser de parceria. “Temos que trabalhar com médicos parceiros. É uma tendência a administração se aproximar do corpo clínico para que se possa gerar recursos aos hospitais e isso acontece com os médicos trazendo pacientes. É uma mudança de paradigma.”

Essas mudanças refletem na gestão da equipe, inclusive de enfermagem, e no modelo de assistência focada no paciente. De acordo com Vecina, esse trabalho tem que seguir ao lado da gestão clínica, a qual interfere na vida de todos os profissionais, inclusive do médico. “Efetividade clínica, gerenciamento de riscos, uso da informação, auditoria, educação permanente e transparência são práticas assistenciais que estão sendo feitas em boa parte do mundo civilizado e que começam a ser realizadas aqui. A adoção de algumas destas medidas já pode ser sentida em al-gumas instituições. O entendimento de que a sustentabilidade do setor atinge a todos participantes da cadeia de valor da saúde é essencial, exigindo o desapego a questões de vaidades individualistas bem como a compreensão de que o compartilhamento de informações é necessário para a cons-trução de um novo modelo de relacionamento”, concluiu.

Para o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, que coordenou as mesas de debates no primeiro dia do evento, um hospital para atingir seus resultados técnicos e financeiros precisa de alinhamento com o seu corpo clínico. “Diante da nossa realidade, investir no relaciona-mento e integração entre hospital e corpo clínico é vital para a conquista de resultados para ambos.”

Dessa mesma filosofia compartilham o diretor médico do Hospital Santa Paula, Raphael Eins-feld, e Teresinha Covas Lisboa, membro da diretoria da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH). “A relação com o corpo clínico tem que ser de confianças assim como com os demais profissionais, para todos ganharem”, afirmou Einsfeld.

“São cerca de 6.800 hospitais no país e se não mudarmos a estratégia e as políticas de gestão da saúde como em países europeus e os Estados Unidos, vamos caminhar para um desempenho parecido com o dos países africanos, onde somente poucos, com dinheiro, poderão pagar para ter saúde no país.” Essa é a opinião do diretor do Hospital Pró-Cardíaco, Evandro Tinoco Mesquita, que também reforçou que os profissionais de medicina e suas associações são parte integrante do pro-cesso de transformação da gestão clínica do hospital para que a instituição haja como um agente de saúde. “A medicina mudou mais nos últimos cinco meses do que nos últimos cinco anos, assim como o país. Há mudanças no modelo de remuneração, nos indicadores de assistência e tornar o médico um parceiro é um desafio. Mas a acreditação está mudando essa realidade e transforman-do o médico em um parceiro de negócios”, afirmou.

Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), o corpo clínico é importante, mas não se pode perder o foco no paciente. “Transformações acontecem e vão continuar acontecen-do. Todo profissional, não só o médico, tem que atuar cumprindo protocolos, diretrizes clínicas, praticando a medicina baseada em evidências. O mais importante é a qualidade no acesso ao aten-dimento e transparência no sistema”, ressaltou, argumentando que a contratação de médicos no regime celetista favorece a assistência ao paciente. “Cada vez mais temos profissionais que querem atuar em um só local. Isso contribui para o controle da qualidade, formação de uma equipe perma-nente e um modelo que desenvolve uma relação de confiança e otimiza custos”, afirmou Cardoso.

MUDANÇA EPIDEMIOLÓGICA E ENVELHECIMENTO LEVAM PRESTADORES A REPENSAR MODELO DE ASSISTÊNCIA

Yussif Ali Mere Jr coordenou os debates no 1o dia do HMS

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Manchete

Abr 2014 | Jornal do SINDHOSP |

SETOR BUSCA GESTÃO INTEGRADA PARA TER EFETIVIDADE DOS CUSTOSepidemiológica refletem muito nos hospitais e que por isso hoje é fundamental gerenciar a gestão de doenças crônicas, pois 83,3% dos municípios com menos de 50 mil habitantes no país estão em calamidade pública. “Digo que não tem como gerir políticas públicas quando não há gerenciamento. Temos que ir à raiz do problema porque a questão é educa-ção e qualificação primeiramente”, defendeu.

O diretor do SINDHOSP e da FEHOESP, Luiz Fernan-do Ferrari Neto, informou que as DCNT são responsáveis por 72% das causas de mortes e que em 2020, elas serão responsáveis por 80% de toda a carga de doença dos países em desenvolvimento. No Brasil, elas representam a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, e envolvem perda significativa de qualidade de vida. “O país passa por um rápido processo de envelhecimento. A redução da taxa de fecundi-dade e o aumento da expectativa de vida vêm contribuindo para este processo. Entre os idosos, oito em cada dez pos-suem pelo menos uma doença crônica. O que precisamos fa-zer é que essas doenças sejam menos incapacitantes”, refletiu.

Para tanto, segundo Ferrari, é preciso mudar do modelo vertical de atenção à saúde para o horizontal de cuidados, contemplar a atenção ambulatorial especializada e multidis-ciplinar e o cuidado hospitalar quando necessário, integrado à atenção básica. Ele também destacou a importância dos cuidados continuados e da educação como essências na manutenção da saúde. “Hoje, mais da metade das necessi-dades de saúde de um brasileiro é paga pelo próprio cida-dão, e não pelo setor público. A conclusão que chegamos é que todos os futuros profissionais, da saúde e outros, preci-sam ser competentes em todos os aspectos relacionados ao envelhecimento”, finalizou.

Os diretores do SINDHOSP e da FEHOESP, José Carlos Barbério e Marcelo Luis Gratão, também estiveram no evento.

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICAEquilibrar os custos sem perder a eficácia da qualidade tem sido um desafio para as instituições

de saúde. Para a diretora financeira, de Planejamento e Controle do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Joyce Chacon Fernandes, o custo da não-qualidade gera descontentamentos e traz prejuízos. Ela defendeu a realização de treinamento 100% das lideranças e criação de comitês de sustentabilidade e do cidadão. Ela também chamou a atenção para a defasagem tecnológica que tem trazido prejuízos ao setor e comentou que a pesquisa clínica traz recursos para o hospital. “Precisamos de muitos projetos para resolver o problema da saúde no país e de regras de conformidades, e as pesquisas são um caminho efetivo para alcançar este objetivo.”

Para o supervisor de Custos, Orçamento e Investimentos do Hospital Alemão Oswal-do Cruz, Fernando Dal Zot, e para o controller do Hospital Samaritano, Antônio Shenjiro, o modelo de gestão matricial de despesas para redução de custos e o planejamento es-tratégico são fundamentais para equilibrar as despesas hospitalares. Privilegiar a produtivi-dade e a qualidade em detrimento ao crescimento é outro viés favorável no controle de custos. Shenjiro afirmou que sem a acreditação, que prima pela qualidade, não se estaria no patamar que hoje se encontram algumas instituições de saúde. “O custo não caiu, mas a qualidade aumentou e isso é fundamental para o gerenciamento das despesas.”

Na análise das estratégias para melhorar a relação entre prestadores e operadoras de planos de saúde, o coordenador do departamento de Saúde Suplementar do SINDHOSP, Danilo Bernik, falou sobre modelos de remuneração proposto para o setor pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Uma das propostas é o pagamento por meio de procedimentos gerenciados e que leva em conta o desempenho das entidades médico--hospitalares. “A iniciativa nasceu da necessidade do mercado implantar concorrências mais igualitá-rias, uma vez que atualmente o setor enfrenta uma crise de sustentabilidade”, explicou.

Segundo Bernik, esse modelo tem como premissa a gestão da assistência que estimula a previsibilidade de custos/sinistros; diminuição das divergências de pagamentos e glosas; qualidade e segurança assistencial do paciente; simplificação do faturamento e cobranças; maior rapidez na agilização dos processos de autorizações; manutenção do equilíbrio econômico-financeiro com revisões sistemáticas, inclusive de reajustes. Mas também têm desvantagens para o prestador, como: cálculos de custos errados ocasionando prejuízos irrecuperáveis; contratos/aditivos sem cláusulas específicas mencionando a periodicidade, entre outras.

Outra proposta é a conta aberta aprimorada, com o compartilhamento de riscos para o prestador, que consiste em um conjunto de diárias e taxas pré-definidas que devem ser negociadas com um preço único, considerando todos os itens incluídos. “Essa modalidade, na forma de tabela compacta, é recomendável que seja aplicada para os procedimentos hospitalares que ofereçam dificuldades de padronização dos insumos e serviços”, comentou, destacando que a revisão periódica dos itens que compõe a tabela deve ser combinada entre prestador e operadora e devidamente contratualizada.

Bernik também falou da remuneração por diária global, que consiste na precificação única de um conjunto de serviços hospitalares prestados. E finalizou dizendo que há muitas distorções no mercado e defendeu que as realidades diferentes sejam levadas em conta no contexto de um país de serviços ainda muito heterogêneos. ”Preocupa-nos a capacidade financeira da maioria dos prestadores para implantar e acompanhar as exigências impostas pelo mercado. Para todas estas formas de remuneração devemos nos ater em um item muito importante e necessário nos atuais tempos com uma inflação que começa a nos preocupar. Estamos falando de uma planilha de custos extremamente confiável, atualizada mês a mês, para que possamos acompanhar a evolução ou não dos custos.”

O mote do último dia do 4o HMS foi a gestão de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e o papel do ambulatório hospitalar. Alberto Kaemmerer, coordenador de Ensino, Pesquisa e De-senvolvimento do Hospital Mãe de Deus, disse que o envelhecimento da população e a mudança

Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor do Sindicato e da Federação

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8 | Jornal do SINDHOSP | Abr 2014

Artigo

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AÇÃO

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NISAFATOR DE SOBREVIVÊNCIA

PARA PRESTADORES DE SERVIÇOS ASSISTENCIAIS

O segmento da saúde é considerado, pelos espe-cialistas, como um dos mais difíceis no espectro das ati-vidades econômicas. Peter Drucker, o guru da moder-na administração, considerava o hospital como uma das organizações mais complexas a serem geridas.

Em outros segmentos de atividade, o conceito de cadeia produtiva é largamente praticado, ou seja, seus integrantes atuam de forma cada vez mais in-tegrada até o produto ou serviço chegar ao consu-midor final. Já na saúde, há um conflito entre o pres-tador de serviço, que gera uma receita, e o pagador final por este serviço: o governo ou as operadoras de planos de saúde, que em última análise são os financiadores ou pagadores dos serviços assisten-ciais. Por outro lado, como o paciente não paga di-retamente o prestador do serviço assistencial, des-conhece o custo do serviço prestado e não exerce nenhuma fiscalização ou controle sobre o mesmo.

É neste “fogo cruzado” que estão inseridos os prestadores de serviços assistenciais brasileiros: de um lado estão os pacientes, que pressionam pela melhora da qualidade dos serviços prestados, e de outro os financiadores – governo ou operadoras de planos de saúde que, por seu turno, premidos pelos custos crescentes da saúde, impõe regras e di-ficuldades aos prestadores na obtenção de autori-zação para os serviços assistenciais aos seus clientes, na negociação e reajuste de suas tabelas de preços, nas glosas, nos prazos de pagamento muito longos.

A implantação de um sistema de apuração e gestão de custos neste cenário pode contribuir, sig-nificativamente, como uma ferramenta de gestão, respondendo perguntas tais como: são os preços praticados adequados para remunerar os custos e investimentos da organização? Qual o resultado obtido com cada uma das operadoras de planos de saúde com a qual minha organização está cre-denciada? Qual o resultado dos procedimentos médicos hoje realizados? E por último: como esta-belecer ou gerenciar uma tabela de preços para os serviços prestados, se eu desconheço os custos dos itens que compõem esta tabela?

Entretanto, o que temos observado em nossa atividade de consultoria é que somente 20% dos hospitais no Brasil conseguem, hoje, apurar seus custos de forma sistemática e regular, respondendo a algumas das perguntas antes formuladas. Situação mais crítica é a enfrentada pelas clínicas de serviços de diagnóstico, ambulatórios, policlínicas, e outras

Sérgio L. BentoDiretor técnico da Planisa

atividades de prestação de serviço assistencial, além do hospital. Nestas, pouquíssimas são as organiza-ções que apuram seus custos.

É importante observar que a implantação de uma ferramenta de apuração de custos hospitalar prescinde de um sistema informatizado de gestão hospitalar. Se houver vontade da administração em fazê-lo, é possível se implantar um sistema de custos utilizando até planilha eletrônica – o trabalho é maior, mas é perfeitamente possível de ser realizado. Exis-tem no mercado plataformas de apuração de custo hospitalar que independem do prestador de servi-ços dispor de um sistema de gestão informatizado.

Depois de implantar os sistemas de apuração de custos em centenas de organizações prestado-ras de serviços assistenciais, a Planisa recomenda a seguinte sequência de atividades:• Ter o apoio da alta administração, pois ela enten-de que pode melhorar a qualidade da gestão da organização a partir das informações sistemáticas geradas por um sistema de custos;• Designar ou contratar um profissional para ser o “guardião” do sistema de apuração de custos a ser implantado. Este profissional pode ser desde um ana-lista, assistente, até um coordenador ou gerente, de-pendendo do porte e dos recursos da organização;• Criar o conceito de centros de custos, com o obje-tivo de registrar todas as receitas, custos e despesas. Esta ação tem como finalidade implantar o concei-to de Contabilidade por Área de Responsabilidade, pelo qual todos os gastos e receitas são associados a um gestor ou área responsável pelos mesmos. A criação dos centros de custos é, também, um dos pré-requisitos;• Revisão do plano de contas contábil, visando ajus-tá-lo às necessidades de informações para a apura-ção sistemática dos custos;• Implantar a coleta dos dados de volume de pro-dução, para todos os centros de custos, tanto os produtivos - aqueles envolvidos no processo assis-tencial -, quanto os de apoio e os administrativos. Esta é a etapa do processo de implantação mais demorada, e que envolve a mobilização de todos os gestores, pois todos terão, que de alguma for-ma, participar do processo, informando à área de custos, seus volumes de produção. Também nesta etapa, recomenda-se o uso de sistemas de infor-mática, controles realizados por meio de planilhas eletrônicas são possíveis de serem implantados e

funcionam, com o envolvimento dos gestores e o apoio da alta administração;• Processamento de todas as informações recebi-das pelo setor de custos, de natureza econômico-financeira, e as de volume de produção, segundo a metodologia do custeio por absorção;• Apuração do custo total dos centros de custos, e os custos totais (com os respectivos rateios);• Apuração dos custos das unidades de serviços: por paciente-dia de cada unidade de internação, da hora do centro cirúrgico, do paciente-dia das unidades crí-ticas de internação, dos exames e de cada consulta;• Emissão dos relatórios gerenciais: para cada um dos centros de custos, com apuração de resultado para os produtivos, e de custos para os demais e das unidades de serviços.

Outra etapa importante é o treinamento e a capacitação dos gestores, nos seus vários níveis, não só nos conceitos básicos de custos, como também na utilização dos relatórios e informações recebidas como ferramenta de gestão para melhorar a quali-dade das decisões tomadas pelos gestores.

Nossa experiência tem mostrado que, com o envolvimento da alta administração da organi-zação, este processo de aprendizado é o principal legado da implantação de um sistema de apuração de custos, ou de qualquer outra melhoria no pro-cesso de gestão, pois passa a ser um processo contí-nuo de evolução, que contribui decisivamente para melhorar os resultados da instituição.

Não resta dúvida que, num ambiente de negócios cada vez mais hostil e competitivo, a implantação de um sistema de apuração de custo hospitalar, que passe a gerar informações sistemáticas sobre custos e resulta-dos é um poderoso instrumento de gestão, que con-tribuirá para a sustentabilidade dos hospitais brasileiros.

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9Abr 2014 | Jornal do SINDHOSP |

Em dia

MINISTRO TRAZ CARAVANA DA SIMPLIFICAÇÃO PARA SÃO PAULO

COMITÊ VAI INCENTIVAR BOAS PRÁTICAS ENTRE OPERADORAS E PRESTADORES

Em evento promovido pela Secretaria Nacional da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, realizado no dia 4 de abril, na sede do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessora-mento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Pau-lo (Sescon-SP), o ministro e atual vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, reuniu autoridades políticas e membros do empresariado para a edição paulista da Caravana da Simplificação.

O encontro teve como objetivo apresentar as ações do governo no sentido de fortalecer os micro e pequenos empresários em todo o país. Para isso, a Secretaria vem buscando o apoio dos Estados no sentido de aprovar o projeto de lei (PL) no 237/2012, que tramita no Congresso Nacional e institui a “universalização do Simples”.

O ministro destacou os principais pontos do

No início de abril, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou a Resolução Normati-va (RN) 346, que cria o Comitê de Incentivo às Boas Práticas entre Operadoras e Prestadores (Cobop). O objetivo, segundo a ANS, é estabelecer um canal de diálogo permanente entre operadoras e prestado-res de serviços de saúde e, dessa forma, desenvolver mecanismos que induzam estes agentes a priorizar a qualidade dos serviços prestados aos consumidores.

As ações do Cobop incluem a inserção de in-dicadores essenciais no monitoramento das boas práticas. Esses indicadores, no entanto, ainda não foram criados e o serão por meio de Instrução Normativa. Segundo a RN, no entanto, poderão medir a ampliação da assistência em rede prestado-ra qualificada (considerando, entre outros aspectos, o Programa Qualiss), a redução da utilização dos modelos de pagamento por procedimento; a va-

PL, como a extinção da substitui-ção tributária, e pediu tratamen-to diferenciado para empresas da categoria. “Devemos fazer valer a Constituição que, em seu artigo 179, determina tratamen-to diferenciado aos pequenos negócios”, destacou Afif.

Na opinião do presidente do Sescon-SP, Sérgio Approbato Machado Jr, aprovar o projeto “é de suma importância para o país,

pois simplifica a carga tributária”. Segundo ele, cerca de 95% das empresas nacionais se encaixam como micro ou pequenos negócios.

O ministro Guilherme Afif Domingos tam-bém destacou o lançamento da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM), um sistema integrado para abertura, fechamento e alteração de empresas com base em todas as juntas comer-ciais do país, diminuindo a burocracia e otimizando

lorização da eficiência e adequação dos processos relacionados à cobrança e ao pagamento dos com-promissos assumidos, e valorização de ações e me-canismos que privilegiem soluções para prevenir e solucionar controvérsias.

A definição de “boas práticas”, conforme a RN, é o ”conjunto de ações adotadas por operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços para resolução de conflitos a fim de proporcionar maior qualidade na assistência à saúde”. A minuta da Re-solução Normativa referente ao tema foi submeti-da à participação da sociedade por meio de câmara técnica, audiência pública e consulta pública, tendo essa última recebido mais de mil contribuições.

Além do corpo técnico da ANS, o Cobop con-tará com representantes do setor e de instituições, inclusive de ensino, que possuem experiência e co-nhecimento sobre o assunto.

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Ministro Guilherme Afif Domingos

o processo. “Hoje o nosso sistema de abertura de empresas é medieval”, justificou.

Entre as autoridades presentes, o prefeito do muni-cípio de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a cidade também apoia a iniciativa. “Quero firmar publi-camente a parceria com a agenda do Ministério”, disse.

Outras autoridades e dirigentes participaram do evento, entre eles, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP); o subsecretário de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo, Ernesto Vega Senise; o presidente da Asso-ciação Comercial de São Paulo, Rogério Amato; o presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Alencar Burti; o presiden-te nacional do Sebrae, Luiz Barretto; e os deputados federais Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e Guilherme Campos (PSD-SP), entre outros.

Representando o SINDHOSP e a FEHOESP, estiveram presentes Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor das duas entidades, e Paulo Malafaia, supe-rintendente do Sindicato.

“Os programas voltados à aferição da qualifica-ção de prestadores, ao desenvolvimento de novos modelos de remuneração e ao incentivo à adoção de boas práticas nas relações entre operadoras e prestadores passaram a ocupar lugar de destaque, tendo em vista um dos objetivos centrais da ANS no que concerne à melhoria da qualidade do atendi-mento aos beneficiários de planos de saúde”, ressal-tou a gerente de Avaliação da Qualidade Setorial da ANS, Gina Régnier, à época do lançamento da RN.

Para o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, a iniciativa de criação do Comitê é positiva, mas preocupa em relação à efetividade. “Temos visto muitas ações da ANS, nos últimos anos, na tentativa de regular o setor. Os resultados, no entanto, são lentos. Preocupa-nos a ausência de prazo em relação ao efetivo funciona-mento deste grupo, e quem fará parte dele.”

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Em dia

| Jornal do SINDHOSP | Abr 2014

ANAHP ENTREGA LIVRO SOBRE SAÚDE À DIRETORIA DO SINDHOSP

PRESIDENTE DA SBPC/ML VISITA SINDICATO

Com o objetivo de apresentar as principais propostas para melhorias na área da saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) produziu, no início deste ano, uma pu-blicação intitulada “Livro Branco - Saúde Brasil 2015 - A sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro”, que foi entregue aos pré-candidatos à Presidência da República. Na manhã do dia 16 de abril, o presidente do Conselho de Administração da Anahp, Francisco Balestrin, esteve no SINDHOSP para realizar a entrega do estudo ao presidente do Sindicato e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr. A reunião também contou com a presença dos diretores Luiz Fernando Ferrari Neto, José Carlos Barbério e Marcelo Gratão.

“A ideia do livro surgiu pelo fato de queremos participar do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e estreitar o diálogo entre os setores público e privado, sem as barreiras ideológicas e institucionais”, afirmou Balestrin. “O SUS é bem conce-bido, mas faltam recursos, investimentos e gestão profissional. Já o sistema privado possui recursos e investimentos, tem gestão, mas falta o modelo assistencial. O SUS precisa dar as respostas que o cidadão brasileiro precisa”, completou.

Para a laboração da publicação foram entrevistadas mais de 60 personalidades, entre autoridades, ministros, ex-ministros, secretários, empresários, acadêmicos, estu-diosos e gestores do setor. Todas as etapas da idealização até o acabamento duraram um ano. O livro também demandou cerca de 1.200 horas de pesquisas, 180 reuniões, encontros e visitas técnicas no Brasil e no exterior, tanto que acabou divido em dois volumes: o caderno conceitual, com o embasamento necessário para a elaboração de um modelo de saúde mais eficiente, justo e sustentável, e o caderno de propostas, com as recomendações da Anahp para a sustentabilidade do sistema.

O primeiro presidenciável a receber o livro foi o governador licenciado de Per-nambuco Eduardo Campos (PSB), seguido do senador Aécio Neves (PSDB-MG), outro pré-candidato à Presidência da República. Os representantes da Anahp também esperam entregá--lo à presidente Dilma Rousseff (PT).

A publicação é constituída por um modelo esquemático, que tem como centro o cida-dão/usuário, e, ao seu redor, 12 modelos interligados e divididos em micro, meso e macroges-

tão. As recomendações da Anahp, segundo Balestrin, vi-sam à sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro, que vão desde a integração entre os setores público e privado até a criação de um sistema nacional de avaliação da qua-lidade em saúde, passando pela melhoria na formação de recursos humanos, fomento à inovação científica, além do aumento de investimentos e de eficiência na aplica-ção de recursos públicos para o setor. “Todas as propostas

foram pesquisadas, pensadas e amadurecidas durante um ano. Ao oferecê-las aos candidatos e autoridades, espera-mos contribuir para que as iniciativas integrem planos de governo no futuro próximo e possam ser implementadas em benefício único da população brasileira”, concluiu.

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Francisco Balestrin, da Anahp, e Yussif Ali Mere Jr, presidente do Sindicato

A presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Paula Fernandes Távora, esteve no SINDHOSP, no último dia 15 de abril, em reunião com o presidente do Sindicato e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr. Luiz Fernando Ferrari Neto e José Carlos Barbério, ambos dire-tores do SINDHOSP e da Federação, também participaram do encontro.

Mineira de Belo Horizonte, Pau-la assumiu seu mandato em 1o de janeiro deste ano, e fica no cargo até 2015. Graduou-se em medicina em 1988 pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na África do Sul, trabalhou no Hospital Regional do Transvaal, em medicina do Traba-lho, medicina preventiva e no labora-tório de doenças infecciosas.

Desde que voltou ao Brasil, tem trabalhado em la-boratórios clínicos privados, na área técnica e como con-sultora, fundou sua própria empresa, especializada em

prestação de serviços de imunização e fez parte do grupo que fundou, em 1998, o Programa de Acredita-ção de Laboratórios Clínicos (PALC) da SBPC/ML.

A parceria entre o SINDHOSP e a SBPC/ML vem de longa data, já que os ambos defendem os interes-ses dos laboratórios atuantes no país. Este ano, mais uma vez, a Sociedade de Patologia apoia a realização do 8o Congresso Brasileiro de Laborató-rios Clínicos, em 22 de maio, durante a Feira Hospitalar.

A partir da esq.: Luiz Fernando, Paula, Yussif e Barbério

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11Abr 2014 | Jornal do SINDHOSP |

Em dia

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AÇÃO

ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE TERÁ COMO TEMA COOPERAÇÃO

COM FOCO NA AÇÃO SOCIAL

“Saúde no século 21: a Era da Cooperação” foi o tema eleito para nortear o conteúdo edi-torial do Anuário Brasileiro da Saúde, edição 2014. Ano passado, a FEHOESP uniu-se ao SINDHOSP na produção da publicação, que antes levava o nome apenas do Sindi-cato, agregando valor à publicação que já é referência para o setor.

A publicação, que une as maiores entidades representativas dos prestado-res de serviços de saúde do Estado de São Paulo, é feita em parceria com a Public Projetos Editoriais, tem uma tiragem de 15 mil exemplares e começa a ser confeccionada levando em conta as tendências de cooperação na área da saúde, ao redor do mundo e pelo Brasil. A ideia é mostrar que o setor de saúde pode atingir melhor de-sempenho se começar a agir em parceria. “A cooperação evitará desperdícios, mau uso dos recursos e pode, se valendo da tecno-logia, chegar a muito mais pessoas do que se imagina”, considera o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.

Responsabilidade social, respeito, auxílio ao próximo e voluntariado. 2014 ficará marcado para o SINDHOSP, a FEHOESP e o Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saú-de (IEPAS) como o ano de início das ações sociais, desenvol-vidas pela Comissão de Endomarketing, formada por pro-fissionais que atuam nas três organizações. No dia 11 de abril foi realizada a primeira ação. Chamada de Páscoa Solidária,

Um entusiasta do tema escolhido, Yussif faz suas ressalvas sobre as experiências de cooperação: “Nem tudo que foi posto em prática é bom, daí a importância de abordar-

mos, dentro do conteúdo do Anuário, os projetos que deram certo e aqueles que fra-cassaram. Queremos problematizar e debater a questão, de forma clara, objetiva

e densa. O papel do Anuário é este: convidar as pessoas ao debate e à reflexão”. Entidades importantes do setor da saúde apoiam a publicação, como a Con-

federação Nacional de Saúde (CNS), Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Comitê de Saúde da Fiesp (ComSaúde), Hospitalar Feira e Fórum,

Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia (Abimed), Associação Brasileira da Indústria Médico-Hospitalar (Abimo), Sociedade Brasileira de In-formática em Saúde (SBIS), entre outras.

Eleito em 2011, pelo Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo, como uma das cinco melhores publicações de jornalismo corporativo do

país, o Anuário conquista cada vez mais espaço no mercado. “É uma publicação inovadora, muito bem elaborada e tornou-

se num veículo importante para as empresas que busca, anunciar em publicações com conteúdos inteligentes, pois isso agrega valor às marcas”, acredita Gilberto Fi-

gueira, diretor de Projetos Especiais da Public. Inovação é, realmente, um dos atributos do Anuá-rio Brasileiro da Saúde.

A publicação foi a primeira da área da saúde a ser totalmente sustentável, a obter o selo Neu-tro de Carbono, concedido pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), e a pioneira na saúde no lançamento da versão digital para tablets e smartphones. O lançamento da edição 2014 deve acontecer em outubro.

a iniciativa contou com a entrega de bombons doados pelos colaboradores das entidades para o Centro Comunitário da Criança e do Adolescente (CCCA).

Localizada no bairro da Liberdade, na capital paulista, a instituição trabalha atualmente com 60 crianças e adolescentes carentes da região central de São Paulo. “A maioria dos jovens que estão aqui moram em ocupações, pensões, invasões. Nosso trabalho é promover a integração social e cultural, além de prevenir ações de criminalidade ou distúrbios de comportamento”, explicou Elizabeth Gou-lart, gerente de Serviços do CCCA. “Eles chegam até nós por meio uma ficha preenchida pelos pais nas subprefeituras. A partir daí iniciamos as pesquisas que incluem visitas domiciliares para determinar quem efetivamente necessita de uma vaga na instituição.”

Para o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, o diferencial da ação não foi somente a arrecadação de doações, mas também a prática do voluntariado por parte dos profis-sionais das entidades de saúde. “Não buscamos somente a doação de bens materiais. O que que-remos é que nossos colaboradores possam também ceder um pouco de seu tempo e experiência para ir às instituições para as ações sociais e participar do convívio de quem frequente esses locais”, salientou. “Sabemos que algumas organizações recebem doações, mas, muitas vezes, crianças e adolescentes precisam mais do que isso. Precisam de carinho, de uma palavra amiga. Queremos que nossos colaboradores possam ofertar essa atenção”, completou.

A criação da Comissão da Endomarketing pelas três entidades visa à integração do ambiente de trabalho e da sociedade como um todo, além de promover ações de bem-estar entre os cola-boradores, implementar políticas de auxílio a comunidades carentes, meio ambiente, arte e cultura. Considerada um sucesso a primeira ação motivou outras atividades. A próxima campanha prevista é a doação de agasalhos, nos meses de maio e junho.

Crianças e adolescentes do CCCA ganharam chocolate

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