Saúde Mental e Espiritualidade

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Palestra ministrada pelo Dr. Fabricio Henrique no I Curso de Extensão em Saúde e Espiritualidade da UFMG (22/09/11)

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Curso de Extenso - SADE E ESPIRITUALIDADE Promoo: Depto. Cirurgia Fac. Medicina UFMG Apoio: NASCE UFMG

SADE MENTAL EESPIRITUALIDADEFabricio H. A. de Oliveira e OliveiraMdico (UFMG) Especializao em Dependncia Qumica (UNIFESP) Residente em Psiquiatria (I. Raul Soares Rede FHEMIG) Especialista em Medicina do Trfego (Fac. Cincias Mdicas MG)

ObjetivosPARTE 1 Aspectos Histricos e Conceituais PARTE 2 Aspectos Clnicos PARTE 3 Aspectos Psicolgicos e Educacionais

Reviso de Literatura

Estudos de Casos Clnicos

Introduo ao tema da Filosofia da Cincia e Espiritualidade

Uma Breve Introduo

Introduo Desde tempos imemoriais, crenas, prticas e experincias espirituais tm sido um dos componentes mais prevalentes e influentes da maioria das sociedades Profissionais de sade, pesquisadores e a populao em geral tm cada vez mais reconhecido a importncia da dimenso religiosa/ espiritual para a sade

Introduo No comeo dos anos 1960 os estudos eram dispersos e nesse perodo surgiram os primeiros peridicos especializados, entre os quais o Journal of Religion and Health. A partir de ento, estudos realizados sobre espiritualidade e religiosidade em amostras especficas (por exemplo, enfermidades graves, depresso, transtornos ansiosos) mostraram pertinncia quanto investigao do impacto dessas prticas na sade mental e na qualidade de vida.

Aspectos Histricos e Conceituais

DAS VARIAS FORMAS DE ESTUDAR A HISTORIA DA PSIQUIATRIA1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. ORIGENS DA ESPECIALIDADE FINAL SEC. XVIII ESTUDOS DE PARES DE CONCEITOS OPOSTOS EM PERMEIO S QUESTES RELATIVAS AO PROBLEMA MENTE-CREBRO - ENDOGENO X EXOGENO - PSICOSE X NEUROSE - FORMA X CONTEUDO ETIMOLOGIA HISTORICA E COMPARATIVA (ESTUDO DE TERMOS EQUIVALENTES EM DIFERENTES CULTURAS) PALEONTOLOGIA COMPORTAMENTAL (ESTUDO DOS COMPORTAMENTOS E ALTERAES CEREBRAIS ENVOLVIDAS EM DIFERENTES CULTURAS), ETC. HISTORIA DAS DISCIPLINAS (POR EX. PSICOFARMACOLOGIA, PSICOTERAPIAS, PSICOPATOLOGIA, ETC.) EVOLUO DAS INSTITUIES (SEM ANTOLOGIA OU BIOGRAFIA ESPECFICA) E SUA RELAO COM OS HOMENS, ETC.

FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

DA ANTIGUIDADE ASPECTOS HIPOCRATICOSA) DEMONIZAO DA DOENA: SENHOR PUNE NABUCODONOSOR REDUZINDO-O A UM LOBO, POR EX.) X INICIO DE UMA TENTATIVA DE BIOLOGIZAO DA DOENA, E DA CRENA EM SEUS MECANISMOS PSICOFISIOLOGICOS, COM A PERGUNTA SIMBLICA: QUE DEUS OFENDI, E QUE ENTIDADE ME PUNE, E PELO QU?) com HIPOCRATES B) ARISTTELES (CARDIOCENTRICO CORAO COMO CENTRO DAS FUNES EMOCIONAIS) X HIPOCRATICOS (CEREBROCENTRICO CEREBRO COMO CENTRO DAS FUNES MENTAIS)

FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

DA ANTIGUIDADE

ASPECTOS HIPOCRATICOSNA OBRA DE HIPOCRATES DADOS SOBRE 1. HISTERIA 2. EPILEPSIA SOBRE A DOENA SAGRADA 3. INTERPRETAO DOS SONHOS 4. DESCRIO DOS QUADROS DE DELIRIUM (ANTIGA FRENITE) 5. DESCRIO DAS FOBIAS, PSICOSES PUERPERAIS, DENTRE OUTROS ESTADOS, ETC. 6. DESENVOLVIMENTO DE METODOS PSICOTERPICOS E RUDIMENTOS DA PSICOEDUCAO.

FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

DA ANTIGUIDADE1) SEC. XX a.C. MARCA ACENSO DE ROMA SOBRE A GRECIA 2) FRASE DO XENOFOBO CATO: MEDICINA, COMO A TRAGDIA, UMA ARTE GREGA. 3) DESTAQUE DE MUITOS MDICOS GREGOS NO IMPRIO ROMANO 1) Dentre outros, Areteus da Capadcia (segundo autor, 1 a falar da diferena entre; Melancolia doena e reao depressiva psicologicamente compreensivel), at GALENO.

Galeno (121 d.C.-201 d.C.) Nasce em Pergamo,falece em Roma. Dissecou macacos freneticamente Descries dos pares cranianos (chegou aos 7, dos 12), e chegou a estudar os ventrculos cerebrais. nfase no estudo do sistema cardiovascular Descreveu os delrios dos alcoolistas e a patommia (atual simulao de doenas) Props a existncia de 3 tipos de melancolia e diferentes tipos de psicoses. Reafirma, com Hipcrates, a existncia da Doena melancolia Sintomas cardinais: medo e falta de nimo, embora as variaes individuais.

FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

Tipos Psicolgicos : De Hipcrates a Galenosegundo a teoria hipocrtica da doena, o diagnstico- olhar e ver atravs de - feito pela observao dos 4 humores. (bile, fleugma, sangue e bile negra), correspondentes, respectivamente aos elementos naturais, fogo, gua, ar e terra. Sade, equilbrio dos fluidos X Doena, o desequilbrio. Os 4 elementos regulariam as emoes e todo o carter do indivduo, cuja predominncia definiria seu tipo.

HUMOR

QUALIDADES

ELEMENTO

PERSONALIDADE

SANGUINEO

QUENTE, UMIDO

AR

OTIMISTA, FALANTE, IRREPONSVEL, GORDO EXPLOSIVO, AMBICIOSO, MAGRO LENTO, CORPULENTO, PREGUIOSO

COLRICO

QUENTE, SECO

FOGO

FLEUGMATICO

FRIO, MIDO

GUA

MELANCLICOTab. 1 Teoria dos Humores de Galeno

FRIO, SECO

TERRA

INSTROSPECTIVO, PESSIMISTA, MAGRO

FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

DAS PRDICAS MEDIEVAIS AO DESENCADEAMENTO DA LOUCURAIDADE MDIA

ALTA IDADE MDIA QUEDA DO IMP. ROMANO EM 476 AO ANO 1000BAIXA IDADE MDIA 1300 AT 1453 - QUEDA DE CONSTANTINOPLA CREIO PORQUE ABSURDO (TERTLIO)

MODELO DE SANIDADE MENTAL Fruto das vitria das foras benignas (de Deus, anjos, arcanjos) contra as foras malvolos da Satans e seus demnios.

Embora no renascimento, obra Medieval - 1486 publicao do Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas) por Henrich Kramer e Iacobus Sprenger (telogos dominicanos)Inspirado na bula Summis desiderantes (Inocncio VIII de 1448) Manual de critrios diagnsticos para reconhecimentos de Bruxas e Bruxarias em Trs Partes 1: Reafirma a existncia do demnio; e ao principalmente em casos de sexualidade exacerbada (destaque para as mulheres nelas estava aberta a possibilidade de transformao em bruxas e de conjuno carnal com o demnio); esta sesso ainda ensinava os juzes a reconhecerem as bruxas em seus mltiplos disfarces.2: Descrio das formas de maleficio resultantes da ao do demnio 3: Ensinos sobre as forma de interrogatrio e condenao. (tcnicas de anamnese ) AES DA INQUISIO POR 150 ANOS, MILHARES DE MULHERES MORTAS ( PECHA DE BRUXAS, DO QUE HOJE SERIAM AS PSICTICAS OU HISTRICAS DE FREUD)FONTE: CLNICA PSIQUITRIA VOL. 1. (USP)

Algo em comum com o Manual de Critrios diagnsticos da CID-10 para identificao dos Anmalos?

PARACELSUS- PROPOS QUE O SER HUMANO TEM UMA ALMA DIVINA QUE HABITAVA UM CORPO ANIMAL-1493-1541

-

MDICO SUIOREJEITOU A TEORIA HUMORAL

- ORIGENS DOS TRANSTORNOS PSIQUITRICOS: QUANDO OS INSTINTOS SUPLANTAVAM O ESPRITO.

Aspectos Histricos : Mitos e Verdades A ideia de que religio e psiquiatria sempre estiveram em conflito senso comum. A alegada oposio entre a iluminada medicina e a teologia obscurantista, assim como entre o mdico humanista e o religioso cruel, tem sido profundamente questionada. (Kroll, 1973; Vandermeersch, 1991)

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Aspectos Histricos: Mitos e verdades No Ocidente, organizaes religiosas proveram alguns dos primeiros cuidados aos portadores de sofrimento mental 1 Hospital - construdo em Valncia, na Espanha, em 1409, dirigido por religiosos.

Grupos religiosos fundaram e mantiveram hospitais psiquitricos nos Estados Unidos, na Gr-Bretanha, na Alemanha e nos Pases Baixos, entre outros. No Brasil, vrias das primeiras instituies de tratamento psiquitrico tambm foram construdas e mantidas por grupos religiosos catlicos e espritas.http://www.hoje.org.br/site/bves.php

Aspectos Histricos: Mitos e verdades A partir do sc. XIX Intelectuais anti-religiosos Religiosidade como um estado social e intelectual primitivo

Mdicos como Charcot e Maudsley Desenvolveram crticas e tomaram como patolgicas vrias experincias religiosas

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Aspectos Histricos: Mitos e verdades Freud: postura de desvalorizao da R/E Grande influencia sobre comunidade mdica e psicolgica Enfatizou a influncia irracional e neurtica sobre da religiosidade sobre a psique humana Sobre a religio, em 1930, em O mal estar da civilizao: desvalorizao da vida e distoro da viso do mundo real de uma maneira delirante o que pressupe uma intimidao da inteligncia. Embora outros , como Jung, valorizassem este lado, a postura negativa era predominante.http://www.hoje.org.br/site/bves.php

Aspectos Histricos: Mitos e verdades Final dos anos 1980, o psiclogo Albert Ellis, fundador da terapia racional emotiva, grande influncia sobre a terapia cognitivo-comportamental afirmou: religiosidade , em muitos aspectos, equivalente a pensamento irracional e distrbios emocionais, ento,

a soluo teraputica elegante para problemas emocionais ser no religioso [...] quanto menos religiosa elas [as pessoas] so, mais saudveis emocionalmente elas tendem a ser. No entanto, essas enfticas declaraes acerca da espiritualidade e da religiosidade em sade mental no eram baseadas em estudos bem controlados, mas principalmente na experincia clnica e na opinio pessoal.http://www.hoje.org.br/site/bves.php

A sofisticao intelectual faz do atesmo algo elegante no final do Sc. XIX e comeo do Sc. XX

Aspectos Histricos: Mitos e verdades Segundo Lukoff et al. (1992), um fator que pode ter contribudo para essa atitude negativa em relao religiosidade seria a existncia de um abismo religioso entre profissionais de sade mental e seus pacientes. Psiquiatras e psiclogos tendem a ser menos religiosos que a populao em geral e no recebem treinamento adequado para lidar com questes religiosas na prtica clnica. Por esse motivo, tm frequentemente grandes dificuldades de entender pacientes com comportamentos e crenas religiosas. A personalidade do terapeuta o grande fator curativo da psicoterapia Jung

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Diminuindo o Religious GAP Falta de Treinamento Lacuna entre prtica e os conhecimentos sobre a importncia da R/E para a vida dos pacientes e de sua abordagem no contexto clnico O nmero de estudos que investigam a relao entre R/E e sade tem crescido exponencialmente. Hoje existem, literalmente, milhares de estudos na rea. Grande carncia de textos de boa qualidade sobre o tema em lngua portuguesa se constitui num marcante fator limitador na educao continuada nesse tpico pelos profissionais de sade em nosso pas. (Moreira-Almeida)http://www.hoje.org.br/site/bves.php

E o que Espiritualidade? E Sade? Conceito de Sade da OMS bem estar bio-psico-social e no somente a ausncia de enfermidades. E o tema, relevante? Espiritualidade e Religiosidade so a mesma coisa?

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Crenas espirituais pelo mundoPasndia

Temos uma alma (%)81

H vida aps a morte (%)66

Estados UnidosIndonsia Brasil Paquisto Bangladesh

9699 82 100 99

8199 71 100 56

NigriaRssia Japo Mxico Filipinas

9767 71 93 96

8837 51 76 86

AlemanhaEgito

88100

45100 Fonte: www.worldvaluessurvey.org

Envolvimento Religioso do BrasileiroDimenses da religiosidade Filiao Catlico Protestante Esprita Outras Sem religio 68 24 2 1 5 %

Frequenta mais de uma religio Frequncia a servios religiosos 1 vez por semana 1 a 2 vezes por ms Algumas vezes por ano Raramente NuncaO quanto a religio importante em sua vida? Muito importante Um pouco importante Indiferente No importante

1137 18 14 18 12

83 11 4 2 Fonte: Moreira-Almeida

Espiritualidade e ReligiosidadeReligiosidadeSistema organizado de crenas, prticas e smbolos desenvolvidos para facilitar a proximidade com o sagrado ou transcendente (Koenig et al., 2001) o aspecto institucional da espiritualidade. Religies so instituies organizadas em torno da ideia de esprito (Hufford, 2005)

EspiritualidadeRelao com o sagrado ou o transcendente (Deus, poder superior, realidade ltima)

(Koenig et al., 2001) Referente ao domnio do esprito (Deus ou deuses, almas, anjos, demnios) [...] algo invisvel e intangvel que a essncia da pessoa (Hufford, 2005)

Religiosidade Intrnseca e ExtrnsecaReligiosidade Intrinseca1) A religio tem um lugar central na vida do indivduo, seu bem maior. 2) Outras necessidades so vistas como secundrias, de menor importncia e, na medida do possvel, so colocadas em harmonia com sua crena e sua orientao religiosa.

Religiosidade Extrnseca1) a religio um meio utilizado para obter outros fins, como consolo, sociabilidade, distrao e status. 2) Sua religio aceita de modo superficial ou adaptada para atender suas necessidades e seus objetivos pessoais.

3) Tendo aceitado uma religio, o indivduo procura internaliz-la e segui-la integralmente.

Fonte: Allport e Ross

Coping no tem uma traduo exata para a lngua portuguesa, mas pode significar lidar, manejar, adaptar- se ou enfrentar. trata-se de um processo de interao entre o indivduo e o ambiente, com a funo de reduzir ou suportar uma situao adversa que exceda os recursos do indivduo.

Fonte: Moreira-Almeida et al. (2009)

Definies de coping religioso e espiritual (CRE)Estratgias de coping religioso-espiritual positivo O CRE positivo abrange estratgias que proporcionam efeito benfico ou positivo ao praticante como: procurar o amor e a proteo de Deus ou maior conexo com foras transcendentais; buscar ajuda e conforto na literatura religiosa; buscar perdoar e ser perdoado; orar pelo bem-estar de outros; resolver seus problemas em colaborao comDeus etc. Estratgias de coping religioso-espiritual negativo O CRE negativo envolve estratgias que geram consequncias prejudiciais ou negativas ao indivduo, como: a crena em um Deus punitivo; questionar a existncia, o amor ou os atos de Deus; delegar a Deus a resoluo dos problemas; sentir insatisfao ou escontentamento em relao a Deus ou sua instituio religiosa

Fonte: Koenig (2001)

Uma Reviso de Literatura

Pubmed - 23/09/2011SCHIZOPHRENIA

DRUG ABUSE

MAJOR DEPRESSION

DEPRESSION

TERMOS USADOS (GERAL/DE REVISO)

BIPOLAR

ANXIETY

MENTAL HEALTH (118.783 / 11.385)

8681/ 1.009

1662 / 153

14.744 / 1607

2574 / 359

8703/ 1089

1048 / 113

SPIRITUALITY 48 /11 (473/82)

2/0

79 / 16

6/1

12/ 4

4/1

RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE TRANSTORNOS BIPOLAR E ESQUIZOFRENIAMaior frequncia de uso de coping Outros estudos investigaram o papel de crenas e prticas religiosas sobre a doena mental. Apontaram: 1) uma especial importncia de aspectos religiosos e msticos na vida de pacientes bipolares e esquizofrnicos, 2) bem como a maior frequncia com que utilizam suas crenas religiosas para lidar com situaes de estresse e com sua doena (CRE)

Investigaes sistemticas a respeito da relao entre RE e transtorno bipolar so recentes e em pequeno nmero. Esses estudos apontam, em sua maioria, que pacientes bipolares tendem a apresentar maior envolvimento de RE e um uso mais frequente de CRE Comparados a pessoas portadoras de outros transtornos mentais. relao frequente e significativa entre sintomas manacos e experincias msticas e modificaes na intensidade da f aps o incio do transtorno.http://www.hoje.org.br/site/bves.php

RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E TRANSTORNOS ANSIOSOS 17 estudosConcluso Mais pesquisas sero necessrias para esclarecer estas e outras questes, mas os poucos estudos parecem promissores Estudos mais voltados para Tecnicas de meditao Questes ainda sem resposta: As abordagens religiosas para tratar ansiedade so efetivas somente em pessoas religiosas? Ou pessoas no religiosas podem se beneficiar? Quais as formas eficazes de encorajamento e envolvimento espirituais capazes de tratar problemas de ansiedade?

Alguns com melhora Outros com piora Outros indiferente

Fator mais importante: o tipo de religiosidade: INTRNSECA mais correlacionada a menores nveis de estressehttp://www.hoje.org.br/site/bves.php

RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E SUICDIOEnvolvimento religioso com menor frequncia de suicdio Koenig (resumo de 1 sculo de pesquisas) No encontraram associaes seguras entre determinada filiao religiosa e risco de suicdio.

Diversos estudos apontam a religio como importante fator protetor contra pensamentos e comportamentos suicidas. Entretanto, a relao entre religio professada e taxas de suicdio controversa.

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RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E SUICDIOAlgumas consideraes - Hoje se sabe a importncia que a religio tem para a vida do individuo - Diferena desta importncia para indivduos diferentes da mesma religio - Grupos religiosos podem sofrer forte influencia das crenas religiosas de geraes anteriores

Entretanto, dados consistentes encontrados: Relacionava maior envolvimento religioso com menor frequncia de suicdio. Muitos estudos indicam que o nvel de envolvimento religioso em uma dada rea inversamente proporcional ao nmero de mortes por suicdio.

Possveis mecanismos: uma rede social de apoio, outros mecanismo crenas na vida aps a morte, Autoestima e objetivos para a vida, modelos de enfrentamento de crises, significado para as dificuldades da vida, Uma hierarquia social que difere da hierarquia socioeconmica da sociedade, alm de desaprovao enftica ao suicdiohttp://www.hoje.org.br/site/bves.php

RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E USO/DEPENDENCIA DE SUBSTANCIAS Relao inversa entre religiosidade e uso/abuso de substncias Existe uma correlao forte, consistente e inversa entre religiosidade e uso/abuso de lcool e outras drogas, tanto entre adolescentes quanto entre adultos Trs estudos brasileiros envolvendo milhares de adolescentes constataram que fatores religiosos esto fortemente associados com menor frequncia de uso de drogas, Bem como indivduos assduos em servios religiosos so menos suscetveis a Iniciar ou continuar fumando, fazer uso excessivo de lcool e outras drogas.

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OS "10 MELHORES ESTUDOS" EM ESPIRITUALIDADE E "SADE MENTAL" Eles foram escolhidos baseados em estudos, anlises estatsticas e debates entre os autores das descobertas e integrao com outras pesquisas na rea. Um rpido sumrio descreve cada citao. Idler, E. L. e Kasl, S. V. (1997). A religio entre idosos deficientes e no-deficientes: estudo cruzado nas prticas de sade, atividades sociais e bem-estar. Journal of Gerontology. 52B: 300-3005. Sumrio: Estudo cruzado feito entre 2812 idosos participantes em um estudo epidemiolgico em Yale. A freqncia religiosa foi positivamente relacionada a menor ingesto de lcool e nofumantes. A freqncia religiosa significantemente relacionada a menor depresso e maior otimismo, mas apenas em pessoas fisicamente incapacitadas.

Fonte: Koenig. Espiritualidade no cuidado com o paciente

OS "10 MELHORES ESTUDOS" EM ESPIRITUALIDADE E "SADE MENTAL" Willits, F.K., Crider D.M. (1998). Religio e bem-estar: Homens e mulheres de meia idade. Review of Religious Research, 29: 281-294. Sumrio: Estudo de trinta e sete anos sobre religio e bemestar; entrevistadas 2806 pessoas em 1947 e 1650 reentrevistados em 1984. A freqncia a igrejas e crenas religiosas tiveram significante relao satisfao de vida e satisfao com a comunidade. Das 1984 pessoas que no ano de 1947 tinham participao e crena religiosa enquanto adolescentes tiveram melhor satisfaes em sua carreira (1984). Concludo que as tradicionais crenas religiosas eram mais consistentes relacionadas a bem-estar.

Fonte: Koenig. Espiritualidade no cuidado com o paciente

OS "10 MELHORES ESTUDOS" EM ESPIRITUALIDADE E "SADE MENTAL" Koenig, H.G., George L.K. e Peterson, B.L. (1998). Religiosidade e remisso da depresso em pacientes idosos doentes. American Journal of Psychiatry, 155:536-542. Sumrio: Estudo de 47 semanas seguidas em 87 pacientes com desordens depressivas. Para cada 10 pontos aumentados na religiosidade intrnseca (IR), houve significante 70% de aumento na velocidade da remisso da depresso. Entre um subgrupo de pacientes cujas doenas fsicas no melhorava ou piorava (n=48), a cada 10 pontos aumentados na escala IR eram associados com mais de 100% de aumento na velocidade da remisso.

Fonte: Koenig. Espiritualidade no cuidado com o paciente

Aspectos Clnicos

A Espiritualidade do Paciente e as Decises Mdicas

dieta cooperao com o tratamento mdico, Receber quimio ou radioterapia, aceitar transfuso de sangue, vacinar crianas, cuidado pr-natal, tomar antibiticos e medicamentos, mudar o estilo de vida, aceitar o encaminhamento a um psiclogo ou psiquiatra, bem como retornar consulta mdica.

F em Deus ficou em segundo lugar de sete fatores que mais comumente influenciaram a deciso de aceitar quimioterapia. Crenas religiosas podem conflitar com tratamentos mdicos e psiquitricos, afetar tomadas de decises no fim da vida, como doao de rgos ou retirada de alimentao ou suporte ventilatrio. Certos grupos fundamentalistas no acreditam em medicaes antidepressivas ou psicoterapia. Muitos religiosos podem buscar apenas tratamentos religiosos e recusar um tratamento mdico concomitante (Koenig, 2007; Pargament, 1997).

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Quando no se indica a coleta da Historia Espiritual para realizar procedimentos de curta durao, Papanicolau tratar um resfriado uma dor de cabea outro problema menor

Na sala de emergncia e Admisso em uma UTI. E os melhores momentos?..

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Quando seria mais indicado colher a historia espiritual? Durante a entrevista clnica de um paciente novo. Em pacientes com doenas crnicas e graves, bem como quando tenha havido morte e o luto estiver presente. Quando o paciente recorre ao hospital por um problema novo ou exacerbao de uma condio antiga. Quando da admisso em uma casa de repouso ou instituio de longa permanncia, bem como em hospice. Durante a realizao de um check-up para manuteno da sade. Especialmente quando decises mdicas precisam ser feitas e que poderiam afetar as crenas religiosas/espirituais do paciente.

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4 Casos Clnicos

Caso 1 Do Budismo Motivacional Paciente 35 anos A minha tolerncia zero Iniciada ao Budismo do Norte de Minas na infncia Interrompeu suas atividades aos 13 anos para namorar, e acabou tendo filhos cedo Veio para Belo Horizonte para ganhar a vida Empregou-se como auxiliar de servios Gerais, enfadada da atividade, comeou a orar para mudar e profisso O Ritual dela: 01 hora de manha e um a hora a tarde Membro da linha da Ao e Reao

A retomada da Religio Tava tudo muito difcil A distoro cognitivaconceitual (A explicao da Patroa)

Caso 2 Universitria de Medicina com Pais Evanglicos Ortodoxos 18 anos Recm egressa na universidade Vem do Interior para Estudar Perfil de Pais muito ortodoxos Chega ao Pronto Socorro em Coma alcolico Se nega a conversar sobre religio E a, como abordar a Espiritualidade desta paciente?

Caso 3 Um Esprita-Equizofrnico

47 anos Aposentado pelo INSS devido ao quadro de Esquizofrenia Relato de inadaptao ao trabalho Esprita de bero Alega ter abandonado o Espiritismo, pois percebeu melhora com o remdio, passei a ver e ouvir s coisas boas Apresenta inmeros relatos paradigmticos de sua mediunidade, embora ainda no confirmada pelos envolvidos A Superviso do caso e o vis em Psiquiatria pela Psicanlise

E a, como abordar a Espiritualidade desta paciente?

Ver Revista de Psiquiatria Clnica, Moreira Almeida (2011) para proposta de diagnstico diferencial para o Cid-11 / 33 (suppl.1): s21-s28

Caso 4 A via crucis De remdio em remdio, de religio em religio, e de namoro em namoro

Solteira, atriz, renda de 10 a 15 salrios mnimos Catlica no praticante Iniciou com psicanalise, aos 25 anos Queixas de labilidade de humor associada ao trmino de seus relacionamentos. Inapetncia, aumento de peso, ansiedade e medo de ser deixada sozinha. Ficou grvida, abortou. Mais um ano de psicanlise Sugesto de um amigo: Psicoterapia de grupo e praticar a doutrina do Santo Daime Rompeu relacionamento, aps viagem aos EUA, novo rompimento Internada. Uso de Diazepam, amitriptilina, sem melhora. Troca pra ISRS, depois Venlafaxina, sem melhora. Tentou o Espiritismo, terapia e vidas passadas, sem resultado. Iniciou medicao para emagrecer, com piora do quadro. (aps morte de um companheiro idoso, muito rico). Inmeros outros parceiros. (Danarina em boate) Usou antipsictico, submetida a sesses de ECT. (Inmeros outros relacionamentos frustrados) Melhorou com IMAO.Fonte: (Mari, & Pita) Psiquiatria por meio de Casos Clnicos. Adaptado. (Ed. Manole)

Caso 4 A via crucis De remdio em remdio, de religio em religio, e de namoro em namoroSituao de estabilidade Usando Sertralina em situaes de Estresse Encontrou emprego estvel, relacionamento estvel com um msico, mudou-se para o interior. Parou de cantar e passou a ser modelo. Uso constante de maconha associada a praticas de Ioga e Vegetarianismo Aos 34 anos, torna-se especialista em msica indgena sul-americana A paciente acredita que a medicao tenha sido fundamental e a psicoterapia lhe tenha proporcionado o entendimento de sua vida.

Fonte: (Mari, & Pita) Psiquiatria por meio de Casos Clnicos. Adaptado. (Ed. Manole)

A histria espiritual CSI-MEMO Suas crenas religiosas/espirituais oferecem conforto ou so fontes de estresse? Voc tem crenas espirituais que podem influenciar suas decises mdicas? Voc membro de alguma comunidade espiritual ou religiosa, e ela oferece apoio? Qual? Voc tem outras necessidades espirituais que gostaria que algum as atendesse? (Koenig, 2007)

Como abordar significado existencial em um paciente no religioso?

(Koenig, 2007) Como o paciente est lidando com a doena? O que d significado ou propsito na atual situao da doena? O que ou quais crenas culturais so usadas e que podem influenciar o tratamento? Quais so os recursos sociais disponveis para apoi-lo em casa ou no hospital? Obs.: e se o paciente no tem uma religio? Se ele agnstico ou mesmo ateu, de que maneira se pode acessar informaes relevantes concernentes a crenas culturais que possam influenciar minha prtica clnica? importante termos em mente que no s crenas religiosas/espirituais influenciam e impactam condutas mdicas, etc. a proposta de antes aplicar o questionrio a si mesmo