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25/08/2015 Saúde pública no Brasil ainda sofre com recursos insuficientes Câmara Notícias Portal da Câmara dos Deputados http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/480185SAUDEPUBLICANOBRASILAINDASOFRECOMRECURSOSINSUFICIENT… 1/2 CÂMARA NOTÍCIAS Saúde 08/01/2015 - 10h56 Saúde pública no Brasil ainda sofre com recursos insuficientes Gestão e financiamento são alguns dos principais problemas do SUS, segundo especialistas; proposta de iniciativa popular em tramitação na Câmara destina pelo menos 10% das receitas correntes brutas para a saúde, o que teria representado R$ 41 bilhões a mais em 2014. Saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dos maiores desafios dos governantes que assumiram em 1º de janeiro. Em um levantamento do Ministério da Saúde para atestar a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS), a média nacional ficou em 5,5, em uma escala de 0 a 10. O sistema de saúde pública que tem a pretensão de atender a todos os brasileiros, sem distinção, apresenta falhas em seus principais programas. Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais. Em 20 anos, no entanto, nenhum estado alcançou cobertura completa. Apenas dois ultrapassaram os 90% de cobertura: Piauí e Paraíba. Na outra ponta, sete estados têm atendimento abaixo da metade: Amazonas, Rio de Janeiro, Paraná, Roraima, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, com 20%. A consequência dessa e de outras falhas são hospitais lotados. Dados do Tribunal de Contas da União ( TCU) indicam que 64% dos hospitais estão sempre com superlotação. Apenas 6% nunca estão cheios. Outro problema nacional é a mão de obra. Não só faltam médicos no interior, mas também estrutura para o atendimento e oportunidades para a capacitação dos profissionais. A formação dos médicos também é questionada. “Os centros de formação formam profissionais para o mercado de saúde. O SUS é uma política pública de Estado, não é mercado. A saúde no SUS é vista como direito social, enquanto que no mercado é vista como mercadoria”, observa o consultor legislativo Geraldo Lucchese. Financiamento O financiamento do SUS é um dos problemas a serem resolvidos. Apesar da promessa de atender a todos, o Brasil é um dos países que menos investe em saúde: menos de 490 dólares por habitante em 2012. “Não podemos manter o Sistema Único de Saúde com a missão para a qual ele foi criado com esse volume de recursos”, avalia a presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Ana Maria Costa. Referências como o Canadá ou a Inglaterra investiram, respectivamente, mais de 4 mil dólares e mais de 3 mil dólares por habitante no ano. Entre os países da América do Sul, a Argentina investe quase 700 dólares por pessoa e o Chile, quase 550. Em 2000, a Emenda Constitucional 29 determinou que os municípios investissem em saúde pelo menos 15% do que arrecadam, e os estados, 12%. Já o governo federal deve investir, pelo menos, o mesmo valor do ano anterior

Saúde Pública No Brasil Ainda Sofre Com Recursos Insuficientes - Câmara Notícias - Portal Da Câmara Dos Deputados

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25/08/2015 Saúde pública no Brasil ainda sofre com recursos insuficientes ­ Câmara Notícias ­ Portal da Câmara dos Deputados

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CÂMARA NOTÍCIAS

Saúde08/01/2015 - 10h56

Saúde pública no Brasil ainda sofrecom recursos insuficientesGestão e financiamento são alguns dos principais problemas do SUS, segundoespecialistas; proposta de iniciativa popular em tramitação na Câmara destina pelomenos 10% das receitas correntes brutas para a saúde, o que teria representado R$ 41bilhões a mais em 2014.

Saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dosmaiores desafios dos governantes que assumiram em 1º de janeiro. Em umlevantamento do Ministério da Saúde para atestar a qualidade do SistemaÚnico de Saúde (SUS), a média nacional ficou em 5,5, em uma escala de 0 a 10.

O sistema de saúde pública que tem a pretensão de atender a todos osbrasileiros, sem distinção, apresenta falhas em seus principais programas. Umexemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção dedoenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais.

Em 20 anos, no entanto, nenhum estado alcançou cobertura completa. Apenasdois ultrapassaram os 90% de cobertura: Piauí e Paraíba. Na outra ponta, seteestados têm atendimento abaixo da metade: Amazonas, Rio de Janeiro, Paraná,Roraima, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, com 20%.

A consequência dessa e de outras falhas são hospitais lotados. Dados doTribunal de Contas da União (TCU) indicam que 64% dos hospitais estão semprecom superlotação. Apenas 6% nunca estão cheios.

Outro problema nacional é a mão de obra. Não só faltam médicos no interior,mas também estrutura para o atendimento e oportunidades para a capacitaçãodos profissionais. A formação dos médicos também é questionada.

“Os centros de formação formam profissionais para o mercado de saúde. O SUSé uma política pública de Estado, não é mercado. A saúde no SUS é vista comodireito social, enquanto que no mercado é vista como mercadoria”, observa oconsultor legislativo Geraldo Lucchese.

Financiamento O financiamento do SUS é um dos problemas a serem resolvidos. Apesar dapromessa de atender a todos, o Brasil é um dos países que menos investe emsaúde: menos de 490 dólares por habitante em 2012. “Não podemos manter oSistema Único de Saúde com a missão para a qual ele foi criado com essevolume de recursos”, avalia a presidente do Centro Brasileiro de Estudos deSaúde, Ana Maria Costa.

Referências como o Canadá ou a Inglaterra investiram, respectivamente, maisde 4 mil dólares e mais de 3 mil dólares por habitante no ano. Entre os paísesda América do Sul, a Argentina investe quase 700 dólares por pessoa e o Chile,quase 550.

Em 2000, a Emenda Constitucional 29 determinou que os municípiosinvestissem em saúde pelo menos 15% do que arrecadam, e os estados, 12%. Jáo governo federal deve investir, pelo menos, o mesmo valor do ano anterior

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25/08/2015 Saúde pública no Brasil ainda sofre com recursos insuficientes ­ Câmara Notícias ­ Portal da Câmara dos Deputados

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Da ReportagemEdição – Marcos Rossi

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

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reajustado pela inflação. Apesar de garantir investimentos mínimos, a regra nãoestimula o governo federal a fazer muito mais do que isso.

Na tentativa de mudar a reserva de recursos, tramita na Câmara uma propostade iniciativa popular (Projeto de Lei Complementar 321/13). Chamada de“Saúde+10”, a proposta prevê a destinação, pelo governo, de pelo menos 10%das receitas correntes brutas para a saúde. Em 2014, poderiam ter sido R$ 41bilhões a mais.

Por outro lado, o governo federal avisa que só será possível chegar a valoresdesejados com um imposto específico para o setor, papel que no passadocoube à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extintaem 2007.

Para especialistas, no entanto, o problema da saúde no Brasil não é apenas definanciamento, mas também de gestão dos recursos. “Não há gestãoqualificada. Há fraude, há corrupção. Isso precisa ser resolvido e se resolve comum gerenciamento competente e também com um financiamento adequado”,defende o médico Roberto Luiz d’Ávila, ex-presidente do Conselho Federal deMedicina (CFM).

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

PLP-321/2013

COMENTÁRIOS

Erasmo Neto | 21/01/2015 - 13h12

É muito triste,mais triste ainda é que são profissionais qualificados em escolas euniversidades.Com a democracia ficaram com medo,pois podem sofrerameaças diversas internas e ainda responderem processos por nãoconseguirem provar.É prova incontestável do fracasso das unidades funcionaisda sociedade.

Marco | 09/01/2015 - 18h35

O problema não é a falta de dinheiro, mas sim a má gestão pública e acorrupção que desvia essa verba e super fatura as notas para benefício próprio.

Camila Manuella | 09/01/2015 - 11h07

Não são os recursos que são insuficientes. E sim a máquina pública que estáENORME e os recursos são desviados, desperdiçados e mal utilizados. Aincompetência para o povo brasileiros mas conformidade com o governofederal, e muitas vezes até estaduais, que prezam acima de tudo aDESESTRUTURAÇÃO da sociedade. Este governo é ilegítimo pois o sistemaeleitoral foi montado para permitir falhas. Os brasileiros estão cada vezacordando mais, é questão de tempo para esse governo cair. Na graça de Deus.O Brasil NÃO vai se curvar ao comunismo NÃO! A nossa pátria só não estáacima de Deus.