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Ano XXVI • nº 296 • Dezembro / 2009 Saúde: Um Desafio Mundial – A Assistência Centrada no Paciente Esse é o título do Anuário SINDHOSP 2010, que foi lançado em dezembro e será distribuído gratuitamente a todos os contribuintes do Sindicato, autoridades e órgãos de imprensa a partir de janeiro. Conheça um pouco do conteúdo do veículo. Página 7 SINDHOSP ingressa com duas ações judiciais em favor dos associados Página 9 Como foi a entrega da Grã Cruz de Ouro da Saúde Página 6

Saúde: Um Desafio Mundial – A Assistência Centrada no ... · CEP: 14010-080 - Ribeirão Preto - SP Tel/Fax: (16) 3610-6529 - e-mail: ... Atualmente, aplicando o conceito dos cuidados

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A n o X X V I • n º 2 9 6 • D e z e m b r o / 2 0 0 9

Saúde: Um Desafio Mundial – A Assistência Centrada no Paciente

Esse é o título do Anuário SINDHOSP 2010, que foi lançado em dezembro e será distribuído

gratuitamente a todos os contribuintes do Sindicato,

autoridades e órgãos de imprensa a partir de janeiro. Conheça um pouco do conteúdo do veículo.

Página 7

SINDHOSP ingressa com duas ações judiciais em favor dos associadosPágina 9

Como foi a entrega da Grã Cruz de Ouro da SaúdePágina 6

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res de serviços e operadoras de planos de saúde. As três estabelecem obrigatoriedade de critérios para reajuste, contendo forma e periodicidade. E todos nós, inclusive diretores e equipe da ANS, sabemos que isso não vem ocorrendo.

As operadoras se recusam a aplicar o que de-termina a norma, alegando que os reajustes serão negociados entre as partes, o que nunca ocorre. A ação impetrada pelo SINDHOSP requer, já que a ANS disciplinou de forma clara as regras contratuais mínimas, que ela oficie as operadoras para que deem cumprimento ao que dita as Resoluções.

O SINDHOSP sempre defendeu o diálogo como melhor caminho para resolver impasses. Na falta de consenso, de interpretações contraditórias da lei, de ingerências de órgãos que nada têm a ver com o setor, a Justiça existe justamente para orientar as partes e preservar os direitos constitucionais. Prova que o SINDHOSP atua, sempre, na defesa do segmento que representa. Que 2010 nos traga boas notícias!

Dante Montagnanapresidente

SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIRETORIAEFETIVOSDante Ancona Montagnana (presidente), Yussif Ali Mere Júnior (primeiro vice-presidente), George Schahin (segundo vice-presidente), José Carlos Barbério (primeiro tesoureiro), Luiz Fernando Ferrari Neto (segundo tesoureiro), Marco Fábio Mello Sinisgalli (primeiro secretário) e Antônio Carlos de Carvalho (segundo secretário)SUPLENTESCarlos Henrique Assef , Sérgio Paes de Melo, Rosângela Mello Sinisgalli, Jamir Vieira das Neves, Simão Raskin, Ricardo Nascimento Teixeira Mendes e Luíza Watanabe Dal Ben CONSELHO FISCALEfetivos: Francisco Ubiratan Dellape, Roberto N. Teixeira Mendes e José Ricardo de Oliveira Ramos - Suplentes: Juljan Dieter Czapski, Gilberto Ulson Pizarro e Maria Jandira Loconto Ferrari

Neste mês de dezembro, o SINDHOSP ingressou com duas ações judiciais. A primeira questiona a legi-timidade da Resolução nº 3, publicada em novembro passado, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Anvisa. A norma proíbe a publicação de Preço Máximo ao Consumidor (PMC), em qualquer meio de divulgação, para medicamen-tos cujo registro defina ser o mesmo “de uso restrito a hospitais e clínicas”.

Novamente, os burocratas por trás de suas mesas editam normas como se conhecessem profundamen-te o setor. E quantos equívocos cometem! O PMC é uma prática utilizada há anos pelos estabelecimentos de saúde e que baliza as relações contratuais com as operadoras. Trata-se de uma ingerência capaz de comprometer todo o setor, tão segregado ante a má remuneração dos serviços por parte das operadoras. E mais: a CMED tem por competência regular o setor farmacêutico, e não o de assistência à saúde. O man-dado de segurança coletivo com pedido de liminar impetrado pelo SINDHOSP alega que a Resolução nº 3 é ilegal e fere todo o nosso ordenamento jurídico.

A segunda é uma Ação de Obrigação de Fazer, pelo Rito Ordinário, contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Após anos de tentativas e diálogo, o SINDHOSP resolveu apelar à Justiça para que a ANS cumpra o que determina as Resoluções nº 42, 54 e 71 que dispõem sobre os requisitos para celebração de instrumentos jurídicos entre prestado-

DELEGADOS REPRESENTANTESEfetivos: Dante Montagnana e Yussif Ali Mere Júnior - Suplentes: José Carlos Barbério e Luiz Fernando Ferrari Neto

REGIONAISABCRua Porto Alegre, 257 - Vila AssunçãoCEP: 09030-610 - Santo André - SPTel/Fax: (11) 4427-7047e-mail: [email protected] Bandeirantes, 7-20 - Centro - 17015-011 - Bauru - SPTel: (14) 3223-4747 - Fax: (14) 3223-4718e-mail: [email protected] Conceição, 233 - 15º andar - Sala 1510 - Centro CEP: 13010-050 - Campinas - SPTel: (19) 3233-2655 - Fax: (19) 3233-2676e-mail: [email protected] PRUDENTERua Joaquim Nabuco, 150 - CentroPresidente Prudente - SP - CEP: 19010-070 - Tel: (18) 3916-2435 e-mail: [email protected]ÃO PRETORua Álvares Cabral, 576 - 5º andar - Edifício MercúrioCEP: 14010-080 - Ribeirão Preto - SPTel/Fax: (16) 3610-6529 - e-mail: [email protected] Dr. Carvalho de Mendonça, 238 - Cj. 44 - CentroCEP: 11070-000 - Santos - SP - Tel/Fax: (13) 3233-3218e-mail: [email protected]ÃO JOSÉ DOS CAMPOSAv. Dr. João Guilhermino, 261 - 13º andar - Sala 134

CEP: 12210-131 - São José dos Campos - SPTel: (12) 3922-5777 / 3922-5023 - Fax (12) 3946-2638e-mail: [email protected]ÃO JOSÉ DO RIO PRETORua Tiradentes, 2449 - Boa VistaCEP: 15025-050 - São José do Rio Preto - SPTel: (17) 3232-3030e-mail: [email protected] Cônego Januário Barbosa, 145 - VergueiroCEP: 18030-200 - Sorocaba - SPTel: (15) 3211-6660 - Fax: (15) 3233-0822 e-mail: [email protected]

JORNAL DO SINDHOSPEDITORA: Ana Paula Barbulho (Mtb 22.170)REPORTAGENS: Ana Paula Barbulho, Márcio Santos e Luciene CimattiPLANEJAMENTO E PRODUÇÃO GRÁFICA:Ergon Editora&Arte - (11) 2676-3211PERIODICIDADE: MensalTIRAGEM: 12.500 exemplaresCIRCULAÇÃO: entre diretores e administradores hospitalares, estabe-lecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades.

Os artigos assinados não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSPR. 24 de Maio, 208, 9º andar, São Paulo, Capital, CEP 01041-000Fone (11) 3331-1555, ramais 245 e 255www.sindhosp.com.bre-mail: [email protected]

Que a Justiça faça justiça

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Com todos os gargalos que o sistema de saúde possa apresentar, os paulistanos contam hoje com um grupo cada vez mais robusto de hospitais particulares dotados de equipamento de ponta e profissionais altamente qualificados no diagnóstico e tratamento de doenças. Inovação, colabo-ração e espírito empreendedor têm sido palavras-chave na transformação por que os hospitais particulares estão passando. Dados da Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS) destacam que cerca de 6,5 milhões de paulistanos têm acesso a planos de saúde e poderão contar com 1.800 novos leitos até 2012.

Mais de 70% dos atendimentos hospitalares, entretanto, estão relacionados a doenças crônicas. Investir em ações coordenadas com o Estado, os meios de comunicação e a sociedade para a pre-venção dessas doenças levará à redução dos custos hospitalares, permitindo que se aumente o investimento em infraestrutura, tecnologia e mão de obra especializada nos tratamentos de alta complexidade.

Na medida em que conscientizamos a população sobre a necessidade de parar de fumar e controlar o consumo de álco-ol; adotar hábitos alimentares mais saudáveis, combatendo a obesidade; praticar exercícios físicos regularmente; checar com fre quência os níveis de colesterol e triglicérides do sangue; moni-torar a pressão arterial e se submeter a um check up anual – que inclui mamografia e papanicolau para mulheres, exame de sangue PSA e toque retal para os homens, avaliação cardiorrespiratória para ambos os sexos – já estamos contribuindo para a tendência dos próximos anos: a desospitalização.

À primeira vista, todos os esforços que vêm sendo feitos pelos hospitais privados no sentido de aumentar o conforto dos pacien-tes e acompanhantes – passando a incorporar diversos conceitos da hotelaria não somente na sofisticação das acomodações, mas inclusive no cardápio, na introdução de cafeterias, restaurantes e lojas de conveniência – podem induzir à interpretação de que se pretende aumentar sua ocupação. Entretanto, caminhamos para um tempo em que a internação hospitalar será cada vez mais acolhedora e breve.

Investimentos em equipamentos de ponta permitirão ao paciente permanecer menos tempo internado. Há poucos anos, por exemplo, uma cirurgia cardíaca necessitava de dez dias de internação. Hoje, esse tempo já foi reduzido à metade, dependen-do do tipo de intervenção. Em vários países da Europa, como a Suécia, 30% dos leitos de hospital desapareceram por conta de ações preventivas. Métodos de tratamento novos e mais efeti-vos, principalmente os minimamente invasivos, encurtaram a permanência dos pacientes nos hospitais oferecendo cuidados externos.

Há dez anos, também, pacientes sem possibilidades terapêuticas passavam os úl-timos dias de suas vidas internados em um hospital. Atualmente, aplicando o conceito dos cuidados paliativos, é cada vez maior o número de pessoas que preferem receber cuidados médicos em casa, junto à família. Os cuidados paliativos vêm atendendo de forma competente a essa nova demanda, devendo simbolizar outra importante mu-dança nos tratamentos de saúde.

Embora o atendimento médico-hospita-lar tradicional ainda seja a solução mais ao alcance da população na hora da doença, a grande evolução da indústria farmacêu-

tica, o aumento maciço de campanhas preventivas e os próprios avanços da medicina tendem a reduzir cada vez mais o tempo de internação e, em muitos casos, indicar a desospitalização como opção mais acertada de tratamento.

George Schahinpresidente do Hospital Santa Paula

e segundo vice-presidente do SINDHOSP

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São Paulo caminha para a desospitalização

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O SINDHOSP realizou, no último dia 9 de dezembro, em sua sede, na Capital, evento para discutir os impactos do Seguro de Aci-dente do Trabalho (SAT) e do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) para as empresas, frente às mudanças ocorridas na legislação. Cerca de 50 administradores, gerentes Financeiros, diretores de Recursos Humanos (RH) e demais profi ssionais ligados com o tema prestigiaram o evento. A gerente Jurídica, Eriete Ramos Dias Teixeira, representou o presidente do SINDHOSP, Dante Montagnana, na abertura do evento. “Esse é um tema que preocupa as empresas, que estão sendo ainda mais one-radas com o aumento de impostos. Por isso, encontros como esse, que discute alternativas e precauções, são importantes”, ressaltou Teixeira. O evento teve a coordenação de Nelson Alvarez, que coordena a Comissão de RH do SINDHOSP.

O primeiro palestrante foi o sócio do Ma-chado Associados Advogados e Consultores, Fábio Medeiros, que lembrou que o SAT tem como finalidade o custeio dos benefícios decorrentes dos acidentes de trabalho e da aposentadoria especial. Sobre a folha de salários, as empresas recolhem uma alí-quota variável aplicada conforme o risco da atividade preponderante, que varia de 1% (risco leve) a 3% (risco grave). “É importante frisar que atividade preponderante é aquela que ocupa o maior número de empregados, não é a atividade-fi m que consta no CNPJ da empresa”, frisou Medeiros.

O SAT é regulamentado pelo Decreto 3.048, de 1999. Segundo Fábio Medeiros, exis-te uma controvérsia entre o teor do Decreto e a Súmula 351, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para empresas com mais de um CNPJ. “O Decreto diz para a empresa analisar as ati-

vidades de todos os seus CNPJs e aplicar alíquota única do SAT. Já a Súmula orienta que a empresa aplique a alíquota sobre a atividade específi ca de cada CNPJ. A Súmula nos parece mais justa, afi nal, não tem porquê um prédio com atividade puramente administrativa recolher alíquota de 3%, como risco grave”, defende Medeiros. Segundo ele, a Justiça é a única via para que a empresa pleiteie a aplica-ção da Súmula 351. Em exemplo apresentado pelo advogado durante a palestra, a empresa pode economizar aproximadamente 35% no recolhimento do SAT caso a Súmula 351 seja aplicada.

Este ano, através do Decreto 6.957, o governo reenquadrou as 1.301 atividades econômicas nas alíquotas do SAT. A grande maioria das atividades do setor da saúde sofreu aumento, como a atividade de profi ssional de saúde não especifi cada, que passou de 1% para 2%; os serviços diagnós-ticos ECG, EEG e outros exames, bem como cen-tros de apoio a pacientes com câncer e Aids, que saltaram de 1% para 3%. “Acreditamos que esses aumentos devem ter tido estatísticas como base. Porém, o contribuinte não teve e não tem acesso a essas informações, o que é um direito consti-

tucional”, defende Fábio Medeiros. Como incentivo à melhoria das

condições de trabalho e da saúde do tra-balhador, o governo criou o FAP – Fator Acidentário de Prevenção. Trata-se de um índice multiplicador do percentual do grau de risco (que varia de 0,5% a 2%), que analisa a frequência, gravidade e custos dos benefícios previdenciários gerados pela empresa. “A alíquota do SAT pode ser reduzida à metade ou dobrar, dependendo dos resultados de cada empresa”, explica Medeiros. Para a

primeira amostragem fo-ram considerados dados de abril de 2007 a dezem-bro de 2008. “Isso também não nos parece justo, afi -nal, se a empresa declara mensalmente seus dados na GFIP, por que utilizaram dados tão defasados? A empresa que hoje investe em segurança e saúde do trabalho está sendo penalizada”, afi rma Fábio Medeiros.

Um exemplo dado pelo advogado ilustra o percentual de recolhimento. Uma empresa com grau de risco de 3% e FAP de 1,5826, terá que recolher sobre a folha 4,5826%. No site do Ministério da Previdência Social (www.previdenciasocial.gov.br) o empregador tem acesso a maiores informações.

A advogada do SINDHOSP, Lucinéia Nucci, ressaltou em sua apresentação que houve uma mudança signifi cativa para as empresas:

“Antes era o empregado que tinha que provar que determinada doença era decorrente de acidente de trabalho. Hoje, é a empre-sa que tem que provar que não é”. Nucci alerta para a necessidade de se analisar com cautela os atestados médicos. “O médico do Trabalho precisa verifi car o porquê do afastamento. Se é a primeira vez que o funcionário se afasta pelo mesmo motivo e,

principalmente, é necessário que haja uma integração entre o médico do Trabalho, RH e engenheiro do Trabalho”.

Atualmente, basta o CID do afastamento constar do CNAE da empresa para a perícia do INSS considerá-lo acidente do trabalho ou do-ença profi ssional. “Compete à empresa provar o contrário. Para isso, é fundamental ter um bom prontuário médico do empregado, além das demais medidas relacionadas à saúde e segurança do Trabalho. E tudo bem docu-mentado. As empresas não podem esquecer que quanto maior o número de acidentes de trabalho e afastamentos, maior será o percen-

Fábio Medeiros

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Eriete Teixeira e Nelson Alvarez

Os impactos do SAT e FAP nas empresas

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tual do FAP”, orienta Lucinéia Nucci. A caracterização de acidente do trabalho,

dada pelo artigo 19 da lei 8.231, foi ressaltada pela advogada. “O texto diz que acidente do trabalho é aquele que provoca lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Muitas vezes acontece um incidente no ambiente de tra-balho que não causa incapacidade ao traba-lhador, portanto, não pode ser caracterizado como acidente de trabalho”, explicou. O artigo seguinte da mesma lei, em seu parágrafo primeiro, diz que não são consideradas como doenças do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva.

Lucinéia Nucci ainda falou sobre o prazo para comunicação do acidente de trabalho à Previdência. O artigo 22 da lei 8.231 determina que as empresas devem comunicar o acidente até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e em caso de morte, de imediato. O artigo se-guinte (23) afi rma: “Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profi ssional ou do trabalho, a data do início da incapacidade labo-rativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro”. Portanto, na visão da advogada do SINDHOSP, os co-municados de acidente do trabalho só devem ser feitos após o diagnóstico (que pode levar alguns dias) ou da data de início da ausência do funcionário em virtude de incapacidade por acidente. O evento ainda contou com a partici-pação do médico do Trabalho do Hospital São Luiz, Carlos Andreoli.

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O evento lotou o auditório do SINDHOSP

Sempre ouvimos dizer que o Brasil é o país do futuro. Hoje, noto que já é o país do presente. Como dizia o poe-ta: “o homem tem a sensação de que passa pelo tempo, quando na verdade é o tempo que pas-sa pelo homem”. A frase mostra que não podemos per-der tempo, preci-samos estar informados e atualizados sobre os mais diversos temas. Quem “fica como está para ver como é que fica” perde momentos que nunca voltarão. O relógio avança e é implacável.

O Brasil está em alta no mundo. Aos poucos aprendemos a aproveitar oportu-nidades. Por exemplo: antes encarávamos os dois primeiros meses do ano como “desperdiçados” pela festa de Baco. Mas o carnaval se profissionalizou. O que era apenas “uma festa” se transformou em um grande investimento do turismo mundial. A Copa do Mundo de 2014, no Brasil, é outro bom exemplo, pois poderá representar a forma de como o mundo vê a nossa capacidade de organização. Vá-rias categorias econômicas já começaram a fazer planejamento para atender ao aumento da demanda de serviços.

O mundo da saúde, porém, ainda não entrou nesse ritmo frenético da inovação. Cria e aproveita muito pouco as oportuni-

dades. O turismo saúde é um exemplo clássico. Segundo a Organização Mundial de Tu-rismo, essa modalidade deve movimentar US$ 60 bilhões entre 2012 e 2015. A Índia recebe anualmente cerca de 250 mil turistas estrangeiros para tratamento médico. No Brasil, a estimativa é de 50 mil. Esse contingente vem sendo atendido em poucos hospitais e clínicas priva-

dos, que já detecta-ram essa excelente opor tunidade de negócios.

O f a t o é q u e para poder corres-ponder e superar as expectativas das pessoas que aten-demos em nossas i n s t i t u i ç õ e s d e saúde, precisamos qualificar a nossa matéria prima, que são os seres huma-

nos. Sabemos que a formação profissional é deficiente no Brasil em várias áreas. Mas, como diz o ditado, “ao invés de esperar a chuva devemos cavar a terra atrás de água”. Cabe aos empresários e dirigentes que buscam inovação e oportunidades investir cada vez mais no capital humano. Está aí o grande diferencial das melhores instituições de saúde do mundo!

Se por acaso as coisas não estiverem acontecendo da maneira que gostaría-mos, vamos erguer a cabeça e partir para o ataque. Procurar nos reciclar, trocar experiências com quem já passou por problemas semelhantes, participar de cursos, congressos, encontros e seminá-rios. Buscar organizações que agreguem pessoas e profissionais preparados para dar um aconselhamento de qualidade. Até no dicionário a palavra esforço vem antes de recompensa. Aos recursos escas-sos, criatividade para cortar despesas que destruam desperdícios, e não pessoas.

Encerro esse artigo com a palavra es-perança, que ganha ainda mais evidência com as festas de final de ano - e de como a filosofia de pensar objetivamente nos destinos de nossas vidas pode ser um desafio encantador. A todos um grande 2010, com muito trabalho, realizações, vitórias e - por que não - coragem para criar e inovar.

Paulo Malafaiagerente Administrativo Financeiro

do SINDHOSP

O futuro, afinal, chegou!Os impactos do SAT e FAP nas empresas

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Representantes de hospitais, clínicas, laboratórios, entidades da saúde e autorida-des reuniram-se no último dia 4 de dezem-bro em jantar promovido pelo SINDHOSP, no Rosa Rosarum, na Capital. Cerca de 300 convidados acompanharam a entrega da Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde 2009 ao médico e diretor do SINDHOSP e da FEHOESP, Juljan Czapski, e ao Hospital de Câncer de Barretos. Na ocasião também foi lançado o Anuário SINDHOSP 2010 (veja matéria na página ao lado).

Após agradecer a presença de todos, o presidente do SINDHOSP, Dante Montag-nana, ressaltou o trabalho dos dois home-nageados, fez um rápido balanço de 2009 e antecipou os desafi os para o ano que inicia. “Há uma série de projetos de lei para serem votados pelo Congresso Nacional que, se aprovados, trarão enorme impacto fi nancei-ro às instituições prestadoras de serviços de saúde. Nosso esforço é no sentido de cons-cientizar deputados e senadores quanto às consequências desses projetos, para que o atendimento à população, principalmente a usuária do SUS, não seja penalizado”, ressal-tou o líder sindical.

O Hospital de Câncer de Barretos foi o pri-meiro a receber a Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde. A instituição é o quarto serviço do mundo em excelência técnica oncológica e registra, diariamente, 2,8 mil atendimentos de pacientes vindos de todo o Brasil, 99% pelo SUS. “Para o Hospital de Câncer de Barre-tos é um orgulho muito grande receber essa homenagem prestada por uma entidade da saúde que conhece profundamente o setor,

como o SINDHOSP. É um reconhecimento e estamos profundamente agradecidos”, frisou o diretor Jurídico do Hospital, Eduardo Petrov, após receber a homenagem.

Juljan Czapski, por problemas de saúde, foi representado pelo fi lho, Cláu-dio Czapski. “A Grã Cruz representa um reconhecimento por tudo o que meu pai lutou todos esses anos de profi ssão. Ele é um homem de ideais muito fortes, de objetivos claros, alguém que nunca perdeu o brilho nos olhos, que sempre tem projetos ou alguma grande causa para perseguir. Ele sempre trabalhou para melhorar a qualidade de vida das pessoas individualmente, e da sociedade em geral. Essa homenagem é muito importante para ele, pois é o reconhecimento do SINDHOSP, de seus pares, ao seu trabalho”.

Na impossibilidade de comparecer à homenagem, Juljan Czapski escre-veu uma carta de agradecimento, que foi lida pela presidente da Hospitalar, Waleska Santos. “Sempre tive muito cuidado com o aspecto humano da relação médico-paciente, onde tantas vezes a palavra, o gesto e a atitude promovem verdadeiros milagres na terapia”, diz um trecho da carta. A ínte-gra encontra-se no site do SINDHOSP – www.sindhosp.com.br.

Em depoimento ao Jornal do SINDHOSP, Juljan Czapski falou sobre a homenagem: “Quando participei das discussões que levaram à criação da Grã Cruz de Ouro, idealizada como um reconhecimento a

personalidades ou a instituições do setor que vêm fazendo diferença para a oferta dos serviços de saúde, eu não podia supor que um dia receberia essa homenagem. Foi

uma surpresa. Creio que ainda há muito por fazer, por exemplo, na área preventiva, na humanização do atendimento, e também na formação de profi ssionais, sobretudo agora, com o rápido avanço tecnológico”.

A Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde foi criada pelo Sindicato em 1995, em cumprimento ao disposto no artigo 64 do seu estatuto social. Seu objetivo é o de reconhecer o trabalho de personalidades e ins-tituições que contribuíram e têm contribuído com a área da saúde. Desde a sua criação, 14 homenagens já foram prestadas pelo SINDHOSP (veja no site www.sindhosp.com.br os profi ssionais e instituições que já foram agraciados com a Grã Cruz).

Setor se reúne na entrega da Grã Cruz de Ouro da Saúde

Montagnana e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros

Dante Montagnana e os ganhadores da Comenda: Cláudio Czapski, representando Juljan Czapski; e Eduardo Petrov, do Hospital de Câncer de Barretos

Cerca de 300 pessoas prestigiaram o evento

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Com o tema “Saúde: Um Desafio Mundial – A As-sistência Centrada no Paciente”, o SINDHOSP lançou oficialmente, no último dia 4 de dezembro, o Anuário SINDHOSP 2010. O lançamento ocorreu em

paralelo à entrega da Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde, no Rosa Rosarum, na Capital, e reuniu cerca de 300 convidados. “As matérias trazem informações preciosas aos empresários e dirigentes do setor, com experiências nacionais e internacionais bem sucedidas que podem ser aplicadas na gestão dos estabelecimentos de saúde. Esse é o nosso objetivo com a publicação: levar conhecimento para que as empresas quebrem paradigmas e para que as decisões gerenciais sejam pautadas em informações consistentes”, ressalta o presidente do SINDHOSP, Dante Montagnana.

O Anuário é fruto da parceria entre o SINDHOSP e a Public Projetos Edi-toriais. O conteúdo editorial, pautado e coordenado pelo departamento de Comunicação do SINDHOSP, traz uma breve retrospectiva das principais ações desenvolvidas pelo Sindicato no ano de 2009, bem como tudo sobre os eventos ClasSaúde, que acontecem durante a Hospitalar. No total, são 252 páginas de informações importantes ao segmento.

Na matéria Saúde: Um Desafio Mundial, o leitor tem acesso à situação da saúde da população mundial, se-gundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O texto também traz uma síntese do funcionamento do sistema de saúde da França, que ocupa o 1º lugar no ranking da OMS; da Holanda (1º colocado no ranking da comunidade europeia); e as bases da reforma do sistema de Saúde dos EUA, país que mais investe em saúde no mundo (16% do PIB) e ocupa só a 37ª colocação no ranking da OMS. “Analisando os sistemas de saúde francês e holandês, noto algo muito interessante. Na França, onde 65% dos leitos são públicos, o governo acaba de aprovar uma lei que facilita a cooperação com a iniciativa privada. E na Holanda, que investe cerca de R$ 160 bilhões para uma população de 16 milhões, o setor é fi nanciado com fundos públicos, mas os pres-tadores de serviços são privados. Isso mostra a importância das parcerias público-privadas na saúde”, afi rma o presidente do SINDHOSP.

Gestão Baseada em Qualidade traz experiências bem sucedidas na gestão das

instituições de saúde. A matéria traz os resul-tados de um estudo realizado em um centro cirúrgico que apresentava elevada incidência de suspensão de cirurgias. Com a introdução de algumas ferramentas de gestão, a produ-tividade cresceu 40%. Também mostra que o modelo de gestão criado pela Toyota já é adotado por alguns hospitais, inclusive bra-sileiros. Na experiência nacional, a instituição conseguiu elevar a sua produtividade em 30% e economizou cerca de R$ 2 milhões por ano com a aplicação do “toyotismo”.

Dados da OMS alertam que um em cada dez pacientes hospitalizados sofre danos originados por práticas médicas erradas. No Brasil, a estimativa é que existam mais de 10 mil processos movidos contra médicos brasileiros em tribunais. O próprio Cre-mesp divulgou que nos últimos sete anos o número de médicos cresceu 26%, e o de processos contra esses profi ssionais, 120%. A matéria Segurança do Paciente aborda

todas essas questões e traz dicas de como se prevenir de ações judiciais e o que fazer para evitar erros.

Outra matéria trata dos profi ssionais de saúde. No mundo, segundo a OMS, há 59 milhões de trabalhadores em atuação no setor, mas 57 nações têm carência de profi s-sionais. A África, por exemplo, têm 30% das doenças do mundo e só 3% do total de pro-fi ssionais. Só no Brasil, 455 municípios não têm um médico sequer. A matéria mostra as difi culdades para se lidar com as exigências impostas pelo mercado, a difi culdade de se encontrar capital humano especializado e treinado para atuar na saúde e debate quais as possíveis soluções para os problemas.

O Poder da Informação mostra que um dos maiores dilemas das empresas prestado-ras de serviços hospitalares no Brasil é a sua capacidade de decisão. Segundo pesquisas,

a intuição ainda lidera boa parte das deci-sões gerenciais. Ter informação disponível e o formato dessa informação para a tomada correta de decisões é o que a matéria aborda com profundidade. Também mostra que é preciso saber o que fazer com ela. Nisso, os indicadores de desempenho têm um papel vital. O leitor terá acesso às experiências que vêm sendo desenvolvidas internacional-mente e também a experiências nacionais, como o SINHA-SINDHOSP.

Paralelamente, o mundo da saúde nunca precisou tanto das tecnologias de informação e comunicação como agora. E elas ocuparão cada vez mais espaço na cadeia de assistên-cia à saúde. Por isso, o Anuário SINDHOSP traz matéria sobre o assunto, que aborda a relação médico-paciente na Era do Conhe-cimento; o prontuário ou registro eletrônico do paciente; o atendimento remoto e mostra alguns projetos em andamento no Brasil.

Já A Assistência Centrada no Paciente mostra a comunicação como chave para um novo modelo assistencial. Além da necessidade de mudança da postura do médico para humanização da assistência, o texto lembra que na Era do Conhecimento o problema não é mais a informação em si, mas a qualidade dela. Estudos mostram que 9% de todas as buscas feitas na internet estão diretamente ligadas à saúde. E pessoas mais bem infor-madas, mas conscientes, são agentes transformadores do meio em que vivem. Outra questão fundamental é levantada: a prevenção. Experiências de remuneração por performance que

já ocorrem nos EUA e na Inglaterra também são retratadas.

Por fi m, o Anuário traz matéria sobre Saúde Mental. O texto mostra a política equivocada do governo federal, que fechou leitos especializados sem estruturar uma rede alternativa de atendimento. O setor perdeu 60% dos recursos nos últimos 15 anos e do orçamento do Ministério só 2,3% vão para a saúde mental. Um dado alarman-te levantado pela reportagem: a procura por tratamento para se abster do crack já chega a 50% da demanda nos atendimentos de emergência.

Todos os hospitais, clínicas e laborató-rios contribuintes do SINDHOSP receberão o Anuário SINDHOSP a partir da segunda quinzena de janeiro, além de autoridades, entidades da saúde e órgãos de imprensa. A tiragem é de 15 mil exemplares.

SINDHOSP lança Anuário 2010

O lançamento do Anuário ocorreu em coquetel que antecedeu a entrega da Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde

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A Clínica de Repouso de Ita-pira, conhecida como Clínica Cristália, hospital especializado na internação e tratamento de pa-cientes com transtornos mentais e dependência química, completou 40 anos, em dezembro de 2009. A instituição, fundada em novembro de 1969 pelos médicos Ogari de Castro Pacheco, Paulo Fernan-des, João Baptista Breda e João Maria Stevanatto, começou com 30 pacientes e 16 colaboradores. Até novembro de 2009, a Clínica havia registrado 100.934 internações e empregado 3.704 colaboradores, ao longo de sua trajetória. Atualmente, o quadro de diretores Executivos é composto por Francisco Eduardo de Almeida Job, diretor Administrativo e Financeiro; Paulo Gaspe-rotti Sampaio, diretor Técnico e Clínico; e Ademir Morelli, assessor da Diretoria.

Localizada na Rodovia Itapira-Lindóia, km 30,5 - São Paulo, a instituição possui 10.405 m2 de área construída, para atendi-mento dos setores de internação e apoio. Lá são atendidos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como particu-lares e planos de saúde. Em 2006, a Clínica passou a contar com 338 leitos distribuídos

em sete setores de internação, cinco para atendimento SUS (quatro masculinos e um feminino) com 240 leitos, e dois setores para atendimento particular e planos de saúde, com 98 leitos.

A Clínica Cristália aposta em equipe multidisciplinar de profissionais, compos-ta por médico psiquiatra, médico clínico, fisioterapeuta, dentista, professor de edu-cação física, psicóloga, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista e enfermeira. Além disso, o lazer e o esporte interno fazem parte do dia a dia da institui-ção e, juntamente com passeios e progra-mas externos, buscam melhorar o convívio e a qualidade de vida dos pacientes.

Uma de suas conquistas foi a cons-trução do Departamento Científico e Cultural da Clínica Cristália - DCC, sendo por muitos anos, segundo os gestores, o único em sua região com cursos e seminários semanais, promo-vidos não só para a sua equipe interna como aberto gratuitamente a todos os profissionais da área.

O resultado desse empenho é ter se tornado uma das referências em sua área de atuação. A Clínica Cristália posicionou-se como o quarto melhor hospital brasileiro com capacidade ins-

talada para atender mais de 400 pacientes, no Programa Nacional de Assistência dos Serviços Hospitalares – PNASH.

Mas a história da instituição também envolve desafios, entre eles, enfrentar as dificuldades econômicas do país, manten-do o nível de atendimento dos pacientes, além de atender rigorosamente o que determina a legislação vigente.“O maior foco da Clínica Cristália é manter-se atu-alizada na mais eficiente terapêutica no tratamento de seus pacientes, bem como continuar gerando empregos de tanta importância sócio-econômica na região onde está instalada”, afirmam os gestores da instituição.

Cristália celebra 40 anos de conquistas e desafios

A clínica possui 10.405 m2 de área construída

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Na tarde do último dia 9 de dezem-bro, aconteceu, na sede do SINDHOSP, na Capital, reunião do departamento de Psiquiatria da Federação Brasileira de Hospitais (FBH). O encontro foi divulgado e organizado em conjunto com o departa-

mento de Saúde Mental do Sindicato. Ricardo Mendes, coordenador de Saúde Mental do SINDHOSP, iniciou os trabalhos fazendo uma

breve retrospectiva dos principais fatos que marcaram o setor este ano. “Só neste ano, cerca de 600 leitos es-pecializados foram fechados na cida-de de São Paulo. O município, que de-veria ter, segundo recomendação do próprio Ministério da Saúde, cerca de 4.500 leitos, não tem nem mil leitos credenciados ao SUS”, frisou Men-

des dando a dimensão do problema na Capital paulista.

O presidente do de-partamento de Psiquia-tria da FBH, Eduardo Spínola, também fez um breve relato das princi-pais matérias veiculadas recentemente pela mídia sobre a saúde mental. Os participantes ainda de-bateram a situação dos hospitais credenciados ao SUS no país, ações que podem ser desen-

volvidas em âmbito nacional a partir de 2010 e a homenagem da Associação de Amigos, Familiares e Doentes Mentais no Brasil (AFDM) ao poeta Ferreira Gullar.

SINDHOSP sedia reunião do departamento de Psiquiatria da FBH

Ricardo Mendes, do SINDHOSP, abre os trabalhos

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O d e p a r t a m e n t o J u r í d i c o d o SINDHOSP/FEHOESP ingressou com duas medidas judiciais, no mês de dezembro. “O diálogo é sempre o melhor caminho. Na falta de consenso, de interpretações contraditórias da lei, ou caso alguma das partes sinta-se prejudicada, a Justiça existe justamente para orientar e preser-var os direitos constitucionais”, defende o presidente do SINDHOSP, Dante Mon-tagnana.

No últ imo dia 7 de dezembro, o SINDHOSP foi a primeira entidade repre-sentativa do país a ingressar com manda-do de segurança coletivo com pedido de liminar junto à 13ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília contra o secretário Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Anvisa em face da Resolução nº 3, publi-cada em 6 de novembro passado. O artigo 3º da referida norma proíbe a publicação de Preço Máximo ao Consumidor (PMC), em qualquer meio de divulgação, para medicamentos cujo registro defina ser o mesmo “de uso restrito a hospitais e clínicas”.

“O PMC é uma prática utilizada há anos pelos estabelecimentos de saúde e que baliza as relações contratuais com as operadoras”, lembra Montagnana. Na ação impetrada, o SINDHOSP alega que o intuito da norma foi o de caracterizar tí-pica modalidade “reembolso”, quando na

Com o objetivo de levar informações imprescindíveis para os profi ssionais do setor saúde sobre a Terminologia Unifi cada em Saúde Suplementar (TUSS), o SINDHOSP promoveu, no dia 9 de dezembro, no ABC, mais um encontro, para abordar o tema. Durante o último trimestre de 2009, a TUSS foi tema de palestra nas cidades de São Paulo, Campinas, São José dos Campos e Santos.

Durante apresentação do coordenador de Saúde Suplementar do Sin-dicato, Danilo Valter Bernik, no auditório da APM, em Santo André, foram esclarecidas dúvidas sobre prazos e procedimentos relativos à implantação da TUSS. Abordou-se, ainda, a TISS, o rol de procedimentos e qualifi cação de prestadores e operadoras de saúde. Participaram do encontro, além de administradores de hospitais, clínicas e laboratórios, profi ssionais das áreas de faturamento, recepção, TI, entre outros. O encontro contou com a participação de cerca de 60 pessoas.

verdade não o é. “Os prestadores de ser-viços submetem-se às práticas comerciais próprias de seu mercado regulador, não podendo sofrer interferência de órgão que tem por competência regular o setor farmacêutico”, afirma a gerente Jurídica do Sindicato, Eriete Ramos Dias Teixeira. Segundo ela, não se verifica dentre as inú-meras atribuições da CMED (artigo 2º do Decreto 4.766, de 26/06/2003) nenhuma que seja dirigida aos estabelecimentos de assistência à saúde.

N a o p i n i ã o d o p r e s i d e n t e d o SINDHOSP, a Resolução da CMED é uma ingerência “capaz de comprometer todo o setor, tão segregado ante a má remu-neração dos serviços por parte das ope-radoras”. A ação proposta pelo SINDHOSP alega que a Resolução nº 3 da CMED é ilegal, que fere “os princípios basilares do ordenamento jurídico, a exemplo da legalidade, do livre exercício de qualquer atividade, da reserva legal e da hierarquia das leis”. Por isso pede concessão de limi-nar e imediata suspensão dos efeitos da Resolução nº 3 aos associados do Sindica-to. A CNS seguiu outro caminho jurídico: ingressou, no dia 11 de dezembro, com medida cautelar contra a Resolução nº 3 da CMED.

ANSNa 29ª Vara Federal do Rio de Janeiro,

o departamento Jurídico do SINDHOSP

Bernik em Santo André, no dia 9 de dezembro

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ingressou com Ação de Obrigação de Fa-zer, pelo Rito Ordinário, contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo a lei 9961/2000, a ANS tem o de-ver de regular toda a cadeia que compõe as atividades relacionadas à saúde suple-mentar. Por isso, publicou as Resoluções nº 42, 54 e 71 que dispõem sobre os re-quisitos para celebração de instrumentos jurídicos entre prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde.

As três Resoluções estabelecem obri-gatoriedade de critérios para reajuste, contendo forma e periodicidade. “Mesmo assim, todos sabem que isso não vem ocorrendo. As operadoras se recusam a aplicar o que determina a norma, ale-gando que os reajustes serão negociados entre as partes, o que nunca ocorre”, lembra Montagnana. A ação impetrada pelo SINDHOSP requer, já que a ANS disciplinou de forma clara as regras con-tratuais mínimas, que a Agência oficie as operadoras para que deem cumprimento ao que dita as Resoluções 42, 54 e 71.

“As operadoras têm seus preços rea-justados anualmente, com índice estipu-lado pela ANS. Os planos coletivos, além do reajuste anual, têm aumentos que se dão pela sinistralidade do contrato, nor-malmente estipulada em 70% do prêmio. Apesar disso, nenhum reajuste é assegu-rado aos prestadores. Isso não é justo”, finaliza o presidente do SINDHOSP.

SINDHOSP ingressa com ações judiciais em favor dos seus associados

Eventos esclarecem sobre a TUSS

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referência em saúde liga-do aos maiores hospitais do mundo. E, por outro lado, temos carências na periferia que criam um contraste alto. Muitas pessoas sem acesso aos serviços. Como equilibrar isso é o grande desafio do setor.

Jornal do SINDHOSP – E quais as suas expectativas para as eleições de 2010?

Afi f Domingos - 2010 é o fi m de um ciclo, que começou em 1964. Digo isso porque o governo que se encerra é o governo da mais radical das oposições do passado, que chegou ao poder. Portanto, todos os parti-dos já passaram pelo poder. Todo mundo já mostrou a que veio. Inclusive parece até que os escândalos de corrupção que acom-panhamos pela mídia são iguais. Acho que a população está ansiando por algo realmente novo. E é isso que eu espero que aconteça.

O Jornal do SINDHOSP entrevistou, no fi nal de 2009, durante a entrega da Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde, o secretário de Emprego e Relações de Trabalho do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Ele falou sobre as perspectivas para 2010, o que espera do setor da saúde e também das eleições.

Jornal do SINDHOSP – Quais as suas perspectivas como secretário de Estado para 2010?

Guilherme Afi f Domingos - Esperamos que 2010 seja melhor que 2009. 2009 foi um ano de travessia de um período difícil, o da crise mundial. Tínhamos esperança de que essa crise não nos atingisse com a força com que atingiu o mundo. E isso, como vimos, é verdadeiro. Nesse fi nal de ano já temos sintomas sensíveis de melhorias, embora não ainda uma sinalização fi rme de melhoria externa, mas do mercado interno. Embora 2009 seja um ano de crescimento zero, que afeta a empregabilidade, em 2010 teremos uma situação melhor, embora o Brasil para poder atender à demanda de emprego

precisa crescer 7% ao ano, e isso ainda não vai acontecer em 2010.

Jornal do SINDHOSP – Como secretário como o sr enxerga o setor da saú-de? E, na sua opinião, qual o grande desafio deste segmento?

Afi f Domingos - Hoje há uma consciência no Brasil sobre a importân-cia da saúde para a po-pulação. O que há no país, porém, é um contraste. De um lado, São Paulo é o centro internacional de referência, há instituições de qualidade inquestionável e temos até o turismo saúde. Hoje, a Capital paulista é procurada por turistas de toda a América Latina e de outros países, que buscam atendimento médico-hospitalar. Há alguns anos, essas pessoas viajavam para os EUA em busca desse tratamento. Mas São Paulo, hoje, já é reconhecida como centro de alta

2010 na visão do secretário de Emprego de São Paulo

Guilherme A� f Domingos

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O Fórum Permanente em Defesa do Em-preendedor se reuniu, no início de dezem-bro, com representante do governo contra o aumento do IPTU, proposto pela Prefeitura da Capital. A proposta poderia aumentar em até 60% o IPTU dos imóveis comerciais e em até 40% o dos imóveis residenciais.

O gerente Administrativo Financeiro do SINDHOSP, Paulo Malafaia, representando o presidente da entidade, Dante Montagnana, participou da reunião, no dia 1º de dezembro, com o vere-ador José Police Neto (PSDB) para discutir o Projeto de Lei que previa a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV). Além do SINDHOSP, estiveram presentes também ao encontro, representantes do Ses-con, Fecomércio, Ciesp, Associação Comercial de São Paulo, entre outras entidades. Na ocasião, foi entregue um documento ao vereador do PSDB, manifestando o repúdio das entidades à aprovação do PL. “As

empresas já estão extremamente oneradas. Estamos em um ano de crise, onde qualquer aumento na já ultrajante carga tributária pode representar um impacto insustentável”, afi rmou Malafaia.

Police Neto defendeu a revisão do IPTU, que fi cou sem correção desde 2001, dizendo que o imposto representa 1,4% da carga de tributos, mas é responsável por 20% do total

arrecadado pelo município para conversão em benefícios para a cidade e para a po-pulação, sendo a segunda maior fonte de arrecadação - a primeira é o Imposto Sobre Serviços (ISS). Ele enfatizou a concentração tributária na União e nos Estados. “De cada R$ 8 arrecadados pelo município, R$ 1 so-mente é retido para a cidade”, reclamou.

Notícias veiculadas em praticamente todos os jornais do Estado, no dia 2 de dezembro, deram conta que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, recuou e determinou aumento menor do IPTU. O vereador José Police Neto (PSDB) comandou as negociações. Um projeto substituto foi aprovado na Câmara Mu-nicipal de São Paulo, na noite do próprio dia 1º, com aumentos menos pesados do que a proposta original, sendo o aumento para imóveis residenciais de até 30% - e não mais 40%. Para imóveis comerciais, o reajuste máximo passa a ser de 45% e não de 60% como queria, inicialmente, o prefeito.

Integrantes do Fórum, entre eles o gerente do SINDHOSP, Paulo Malafaia, entregam documento ao vereador

Prefeitura de São Paulo recua e IPTU tem aumento menor

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Fórum do Empreendedor reúne-se com Michel Temer

Comitê de Laboratórios realiza almoço de confraternização

Grupos de Clínicas do SINDHOSP realizam último encontro do ano

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Integrantes do Fórum Perma-nente em Defesa do Empreendedor, do qual o SINDHOSP é integrante, reuniram-se, no último dia 11 de dezembro, em São Paulo, com o pre-sidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, para tratar do Projeto de Lei (PL) 4.302, de 1998, que dispõe sobre a terceirização. O presidente e a gerente Jurídica do SINDHOSP, Dante Montagnana e Eriete Ramos Dias Teixeira, respectivamente, par-ticiparam do encontro.

O PL foi aprovado pelo Senado Federal, passou por todas as Comissões da

Representantes do Comitê de Laboratórios do SINDHOSP/FEHOESP esti-veram reunidos, no dia 8 de dezembro, para um almoço de confraternização que marcou o término das atividades do ano de 2009. O encontro ocorreu no Novotel São Paulo Jaraguá Convention, na Capital, e contou com a participação do presidente do Sindicato, Dante Montagnana, que enalteceu o comprometi-mento do grupo e a importância das atividades realizadas pelo Comitê durante o ano. “O segmento tem uma ferramenta para discutir e buscar soluções viáveis para o dia a dia das instituições, além da troca de informações que enriquece a atividade”, disse.

O Comitê de Laboratórios é coordenado pelo diretor do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, conta com encontros mensais e a próxima reunião do Grupo ocorrerá no início de 2010, com data a ser defi nida.

Em encontros festivos, promovidos pelo SINDHOSP e realizados em Santo André e Campinas, nos dias 09 e 16 de dezembro, respectivamente, participantes dos Grupos de Clínicas encerraram os trabalhos do ano de 2009. O SINDHOSP esteve representado pelo supervisor Regional de cada região e pelo coordenador de Interior, Erik von Eye.

Em Campinas, a advogada do SINDHOSP, Lucinéia Nucci, proferiu palestra sobre a Nor-ma Regulamentadora (NR) 32. Tratou sobre os pontos polêmicos e a implantação da norma, que tem como objetivo estabelecer as diretrizes básicas para implementação de

Câmara e aguarda sua inclusão na ordem do dia. “A falta de uma legislação sobre

o tema torna esse PL de extrema importância aos empregadores”, lembrou Dante Montagnana. Ocorre que, entre a bancada patronal, al-gumas entidades aceitam a respon-sabilidade solidária, incluída no PL; outras insistem na responsabilidade subsidiária.

Michel Temer propôs um encon-tro entre as centrais sindicais e os representantes dos empregadores, para que ambos cheguem a um con-senso antes da votação do PL pela Câmara. Essa reunião será agendada

para o próximo mês de janeiro.

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O Fórum discute o PL sobre terceirização com o deputado Michel Temer

Um almoço de confraternização encerrou as atividades do ano

medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.

No ABC foram defi nidas algumas pautas para o ano de 2010. Serão tratados, entre outros assuntos, temas como legislação e Vigilância Sanitária, fornecimento e suporte de software para as clínicas, certifi cação de quali-dade, entre outros. Em ambas as regiões houve confraternização entre os participantes.

Agenda ABC O próximo encontro do Grupo de Clínicas

do ABC será realizado no dia 22 de janeiro, no escritório regional do SINDHOSP em Santo An-

dré, à Rua Porto Alegre, 257 - Vila Assunção - SP. Informações podem ser obtidas com Roberta ou Reinaldo, pelo telefone: (11) 44277047, ou pelo e-mail: [email protected].

Campinas O Grupo de Clínicas de Campinas inicia

os trabalhos no dia 20 de janeiro de 2010, às 14h30, no auditório localizado na sobreloja do Shopping Jaraguá Conceição, à Rua Con-ceição, 233 - Centro, Campinas. Informações podem ser obtidas com Sandra ou José Be-nedito, através do telefone (19) 3233-2655, ou e-mail: [email protected].

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Veja as fotos do lançamento do Anuário SINDHOSP 2010 e da entrega da Co-menda Grã Cruz de Ouro da Saúde em homenagem ao médico Juljan Czapski e ao Hospital de Câncer de Barretos.

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s i n d h o s p . c o m

sindhosp.comO DESAFIO DAS DROGAS Artigo do soció-logo e ex-presi-dente da Repú-blica, Fernando Henrique Car-doso, discute as táticas adota-das no combate às drogas. FHC defende uma mudança de paradigma que substitua a repressão aos usuários de drogas por estratégias de tratamento e prevenção.

TUSS: DE/PARA Confi ra a tabela De/Para, que consiste em um informativo indicando a alteração sofrida pelo código das tabelas anterio-res para a TUSS, disponível na seção de Saúde Suplementar do site.

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