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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA 26 A 29 DE JULHO DE 2011, CURITIBA (PR) GRUPO DE TRABALHO GT15 NOVAS CONFIGURAÇÕES DO TRABALHO NOS ESPAÇOS URBANOS E RURAL TÍTULO DO TRABALHO A Flexibilização da legislação trabalhista no Brasil: o caso da nova modalidade de contrato individual de emprego por tempo determinado criado pela lei 9.601/98 NOME DA AUTORA ISABELA FADUL DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA UFBA)

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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA

26 A 29 DE JULHO DE 2011, CURITIBA (PR)

GRUPO DE TRABALHO

GT15 – NOVAS CONFIGURAÇÕES DO TRABALHO NOS ESPAÇOS

URBANOS E RURAL

TÍTULO DO TRABALHO

A Flexibilização da legislação trabalhista no Brasil: o caso da nova

modalidade de contrato individual de emprego por tempo determinado criado

pela lei 9.601/98

NOME DA AUTORA

ISABELA FADUL DE OLIVEIRA

(UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA)

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A flexibilização da legislação trabalhista no Brasil: o caso da nova

modalidade de contrato individual de emprego por tempo determinado

criada pela lei 9.601/981

Isabela Fadul de Oliveira

No final dos anos 1990, foi introduzida uma nova modalidade de contrato

individual de emprego no ordenamento jurídico trabalhista brasileiro. Previsto

como instrumento de combate ao desemprego, este novo tipo contratual

contraria a regra básica dos contratos empregatícios por prazo indeterminado,

permitindo o estabelecimento de vínculos de curta duração independentemente

das hipóteses restritivas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho. Este

artigo procura refletir sobre o papel da lei n. 9.601/98 na flexibilização do ajuste

do tempo de duração dos contratos laborais, seus impactos no mercado de

trabalho e o papel que a mesma tem cumprido na lógica da desregulamentação

e precarização relações de trabalho no Brasil. Em outras palavras, pretende-se

contribuir para estudo da dinâmica das novas configurações do trabalho no

país e do papel do direito do trabalho, enquanto regulação pública das relações

de trabalho, neste contexto.

1. Novas configurações do trabalho e a instância jurídica

Em meio à nova ordem econômica mundial, o sistema capitalista

assumiu uma feição diversa daquela consagrada no período do pós-guerra. Os

desajustes na economia capitalista que tiveram início nos primeiros anos da

década de 1970 - a crise do padrão monetário internacional e os “choques” do

petróleo - puseram em xeque o modelo keynesiano de desenvolvimento

econômico. A partir desse momento foram revistas as funções

regulamentadoras e intervencionistas do Estado, bem como as condições de

continuidade do amplo sistema de proteção social consolidado nos 30 anos

“dourados” do capitalismo.

1 Este artigo contém parte dos primeiros resultados da pesquisa em andamento “A eficácia da

legislação trabalhista e o caso do contrato por tempo determinando criado pela lei 9.601/98”, desenvolvida como atividade de pós-doutoramento da autora no Instituto de Economia da UNICAMP e apoiada pelo CNPq/Capes.

Professora da Faculdade de Direito da UFBA e pesquisadora do CRH/UFBA.

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As inovações tecnológicas, a internacionalização crescente dos

mercados, a crise financeira do setor público e o aumento significativo da

importância do capital financeiro privado nas economias dos países de

economia avançada, acabaram por imprimir uma nova dimensão ao sistema

produtivo, apoiada em um novo padrão de concorrência empresarial. Esse

novo contexto contribuiu para o acirramento da competitividade entre

empresas, fazendo-as repensar suas estratégias mercadológicas, de gestão e

organização da produção e do trabalho, frente às incertezas sobre o futuro.

Ao longo da década de 1980, processos complexos de reestruturação

produtiva foram implantados em boa parte da grande empresa capitalista,

seguindo um modelo de organização da produção e do trabalho posteriormente

designado “modelo pós-fordista de produção”. Suas características principais

foram: a descentralização produtiva, com a terceirização e a subcontratação de

atividades e de parte do processo produtivo; a produção voltada para a

demanda e a horizontalização da gestão e organização do trabalho dentro da

empresa.

Essas transformações na forma de organizar a produção e o trabalho na

grande empresa aconteceram em meio a altas taxas de desemprego

relacionadas aos avanços tecnológicos e às políticas econômicas liberalizantes

da época. Elas foram e continuam sendo responsáveis por profundas

mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas, sobretudo no âmbito das

relações de trabalho e da vida do trabalhador. Pode-se destacar, dentre estas

mudanças, as modificações no processo de contratação, controle,

remuneração e definição da jornada de trabalho.

Nesse contexto, a demanda por flexibilidade na contratação e no uso do

trabalho passou a ser um imperativo, um clamor crescente do empresariado,

para uma melhor adaptação às flutuações da economia e da demanda do

mercado consumidor.

No Brasil, os processos de reestruturação produtiva nas grandes

empresas iniciaram na década de 1990, com a abertura do mercado nacional à

concorrência mundial. Expostas ao mercado global, elas precisaram, num curto

espaço de tempo, ajustar seus modelos de produção e de gestão do trabalho

às novas condições de concorrência. Além do ganho de qualidade, as

empresas buscaram, nas estratégias de terceirização e descentralização da

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produção, a redução do custo da força de trabalho como forma de obterem,

rapidamente, competitividade no mercado.

No entanto, a redução do custo da força de trabalho e a adoção das

novas práticas de gestão e organização do trabalho encontravam limites, ou

como se tornou comum dizer à época, se depararam com os “entraves” dos

ordenamentos jurídicos estatais. No caso brasileiro, um amplo debate foi

travado em torno do custo dos encargos trabalhistas e do papel da legislação

do trabalho, especialmente da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT em

vigor desde 1943.

As reivindicações empresariais voltavam-se para a flexibilização das

várias dimensões do contrato de trabalho, mais especificamente do contrato

individual de emprego, como a remuneração, o uso da jornada de trabalho, a

subcontratação da mão-de-obra, a ampliação das possibilidades de suspensão

do contrato sem pagamento dos encargos trabalhistas, as alterações das

cláusulas contratuais pactuadas independentemente do consentimento do

empregado, dentre outras.

Esse discurso empresarial foi também incorporado pelos governos da

época e passou a justificar as ações e políticas públicas na área da geração de

trabalho e renda, especialmente no âmbito do Ministério do Trabalho e

Emprego, responsável por algumas propostas de alteração na legislação no

sentido acima apontado2.

É o caso da lei em estudo, que criou nova modalidade de contrato por

tempo determinado, contrariando o caráter de excepcionalidade desse tipo de

contratação, até então regulado apenas pela CLT, no artigo 443 e naqueles

que o seguem. Tal artigo garante a condição de continuidade ao contrato de

emprego e o caráter de excepcionalidade ao contrato de emprego por tempo

determinado, validando-o apenas quando a contratação tratar: de serviço cuja

2 Neste sentido, são preciosos os esclarecimentos de Wilson Cano sobre a “agenda” de ajuste

e reformas estruturais designada para os países latino-americanos na década de 1990. Segundo o autor, “as reformas das relações de trabalho têm como fundamento a quebra de estabilidade, flexibilização legal para contratos temporários e o que foi realizado no maior número de países – o rebaixamento dos custos laborais (redução de jornada com redução de salário, redução de encargos trabalhistas, redução do custo de dispensa)”. Sobre essas medidas tomadas neste sentido no Brasil o autor conclui que “as reformas das relações de trabalho praticadas e propostas têm como objetivo central a flexibilização do contrato de trabalho, consubstanciada na redução de seu custo e na diminuição da abrangência da legislação trabalhista, do poder sindical e do direito de greve” (CANO, 2000, p.46).

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natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; de

atividades empresariais de caráter transitório; de contrato de experiência.

Assim, de acordo com os parâmetros da celetista, o estabelecimento do

termo final do vínculo empregatício no momento da contratação só pode

acontecer em situações especiais, autorizadas em lei, não bastando a vontade

das partes para prefixarem a duração do contrato de emprego. Tais limites

visam a segurança do empregado no âmbito do trabalho, constituindo, este

artigo, na maior expressão do princípio da continuidade da relação de

emprego, que juntamente com os princípios da “proteção ao hipossuficiente

econômico”, da “primazia da realidade”, da “irrenunciabilidade dos direitos”,

dentre outros, norteiam e orientam a elaboração, interpretação e aplicação das

normas trabalhistas na regulação pública das relações de trabalho e solução

dos conflitos delas decorrentes3.

O contrato individual de emprego se caracteriza, portanto, por ser um

ajuste estabelecido bilateralmente, sem a intervenção de terceiros, de trato

sucessivo e com sentido de continuidade. Essa continuidade no tempo é uma

vocação do contrato de emprego. A duração indeterminada é presumível em

todos os contratos e a prova contra essa presunção cabe à parte interessada,

dentro dos parâmetros de excepcionalidade previstos em lei. Fora dessas

hipóteses não seria possível a compra direta de trabalho subordinado,

realizado com pessoalidade, onerosidade e permanência, no mercado de

trabalho brasileiro.

No entanto, com o advento da lei n. 9.601, nova amplitude é dada à

modalidade dos contratos de curta duração. Segundo o texto da lei, as

Convenções e os Acordos Coletivos de trabalho poderão instituir contrato de

trabalho por prazo determinado, de que trata o artigo 443 da CLT,

independentemente das condições estabelecidas em seu parágrafo segundo,

em qualquer atividade desenvolvida pela empresa ou estabelecimento, para

admissões que representem acréscimo no número de empregados. Nesses

casos, cabe às partes, representadas por seus sindicatos, definirem as

hipóteses de cabimento desse contrato, mesmo que fuja aos casos

3 Sobre os princípios do Direito do Trabalho e sua importância na promoção dos direitos

trabalhistas ver Américo Plá Rodrigues (2000) e Luiz Pinho Pedreira da Silva (1999).

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enumerados pelo artigo citado4, estando a nova modalidade condicionada a

admissões que representem acréscimo no número de empregados da empresa

ainda que a lei não indique mecanismos para esta aferição.

A exposição de motivos da lei n. 9.601 aponta a sua motivação principal.

Reconhecendo a necessidade de atualização do direito do trabalho frente à

realidade social e econômica do país, e da flexibilização na contratação e uso

do trabalho como medidas necessárias ao combate ao desemprego, o texto

aponta o propósito maior do projeto de lei: “criar empregos”5.

Assim, no bojo de outras normas editadas a partir de metade da década

de 1990 com o propósito de servir de instrumento de combate ao desemprego

e de adequação do direito do trabalho à nova realidade econômica do país, a

promulgação da lei em estudo confere formalmente às empresas a flexibilidade

para contratar mão-de-obra por tempo determinado sem os “entraves” e

limitações impostas pela CLT.

É pelo contexto do seu surgimento e por ela ser exemplar daquilo que se

convencionou chamar posteriormente de “fenômeno da flexibilização da

legislação trabalhista”, que a lei em estudo desperta interesse. Ela produziu os

efeitos esperados? Qual foi o real impacto da norma no mercado de trabalho

ao longo dos últimos anos? Qual a sua repercussão no âmbito jurídico? É

possível relacionar o seu advento com um processo de crise do direito do

trabalho? Estas são perguntas importantes a serem feitas diante de um

dispositivo legal que, em grande medida, contraria o paradigma do contrato

4 Vale lembrar que as modificações no marco legal que são feitas ao longo da década,

acontecem num contexto de desemprego, em que o movimento sindical, ainda pautado numa estrutura corporativista, perde força. Como chama atenção Iram Jácome Rodríguez, o novo sindicalismo que nasceu no ABC paulista no final dos anos 70 se confrontando com o Estado autoritário e os patrões, demandando melhorias nos salários e nas condições de trabalho, ao mesmo tempo em que reivindicava liberdades democráticas no âmbito da sociedade, se modificou. A estratégia sindical nos anos 90 é distinta daquela que foi desenvolvida nas duas décadas anteriores. No presente, a principal questão na agenda sindical é a defesa do emprego, a participação nos resultados, discussão das mudanças na gestão e organização do trabalho, flexibilização da jornada de trabalho etc. Ou seja, a preocupação de atenuar, ao máximo, os efeitos negativos que o processo de reestruturação industrial tem trazido para os trabalhadores, principalmente no tocante a perda de postos de trabalho (RODRÍGUEZ, 2002, p.115). 5 A exposição de motivos n. 16MTb foi encaminhada pelo então Ministro de Estado do Trabalho

ao Presidente da República em 28 de março de 1996, juntamente como projeto de lei que tratava do contrato por trabalho por prazo determinado e ainda do sistema de compensação de jornada de trabalho, mais tarde conhecido como “banco de horas”. O inteiro teor da exposição de motivos pode ser encontrado em Oliveira (2004).

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padrão fordista de emprego e promove mais uma forma atípica de contratação

no mercado de trabalho.

2. Os contratos de curta duração e o mercado de trabalho brasileiro

Ao olharmos a história do mercado de trabalho brasileiro, percebemos

que ele é marcado por dois momentos bem distintos: um momento de virtuoso

de estruturação, entre as décadas de 1940 e 70, e um momento de

desestruturação, que marcam os anos 1980 e 90 no Brasil.

Ao primeiro período corresponde uma economia em crescimento,

acompanhada pelo processo de consolidação do parque industrial, urbanização

e crescimento das grandes cidades, geração de postos de trabalho, tendência

de formalização e assalariamento, diminuição da taxa de desemprego.

Observa-se um crescimento dos postos de trabalho mais homogêneos gerados

por empresas tipicamente capitalistas, fundamentalmente os empregados

regulares assalariados, com acesso a um conjunto de direitos como

representação sindical, proteção ao salário e limitação da jornada, por

exemplo. Pode-se dizer que neste período havia uma tendência de diminuição

da desigualdade com a organização e com a perspectiva de homogeneização

das condições de trabalho neste mercado que, ainda que marcado pela

concentração da renda, tendia a ser ampliado de forma a garantir, ao

trabalhador, um emprego digno e duradouro.

O rompimento dessa trajetória de estruturação se deu logo no início dos

anos 1980, com o crescimento do desemprego, as altas taxas de rotatividade,

o aumento do trabalho assalariado sem registro e da desigualdade de renda, a

perda do poder de compra do salário mínimo, a maior participação da mulher

no mercado e trabalho. A década seguinte é marcada pela intensificação deste

quadro, aprofundando a tendência de desestruturação do mercado de trabalho.

Observa-se o crescimento do desemprego em um contexto de crise da

representação dos trabalhadores, a tendência de redução do assalariamento

com registro, expansão de ocupações não-organizadas e acirramento da

desigualdade ocupacional marcam este período em que manter-se no emprego

torna-se um grande desafio.

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Analisando o mercado de trabalho em geral e as transformações na sua

estrutura ocupacional ao longo das décadas de 1980 e 90, POCHMANN

mostra que no ano de 1989 o total de assalariados representava 64% da PEA e

em 1995 havia passado para 58,2%. Dentre estes, os sem-registro

apresentaram uma taxa de crescimento média anual de 3,12%. Considerando

o segmento ocupacional não-organizado, o autor mostra o agravamento da

situação no período 1989/95. As ocupações do segmento não-organizado

apresentaram taxas de crescimento médio anual de 5,2% (contra os 4,9% do

período 1980/91), em sua maior parte geradas no setor terciário da economia

(POCHMANN, 1999, p.68).

A precarização da condição de ocupação no mercado de trabalho

brasileiro pode ser observada na tabela 1 que evidencia um movimento de

crescimento do número de assalariados com carteira no período 1940/80 e

decréscimo no período 1980/96, acontecendo o inverso com o grupo dos

assalariados sem carteira. Já no período 1989/96 pode-se ainda observar o

aumento do trabalho sem remuneração e dos trabalhadores por conta própria,

que até 1989 vinham apresentando uma tendência de queda, bem como a

diminuição da participação dos trabalhadores assalariados no total das

pessoas ocupadas.

Tabela 1

Evolução da população economicamente ativa (PEA), da condição de ocupação e do

desemprego

Brasil, 1940/80/89/96

(em %)

Condição de ocupação 1940 1980 1989 1996

Empregador 2,3 3,1 4,2 3,5

Conta própria 29,8 22,1 21,2 21,7

Sem remuneração 19,6 9,2 7,6 8,8

Assalariado 42,0 62,8 64,0 58,8

Com carteira 12,1 49,2 38,3 30,4

Sem carteira 29,9 13,6 25,7 28,4

Desempregado 6,3 2,8 3,0 7,2

PEA 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: IBGE – Censos demográficos e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)

(apud DIEESE, 1999, p.7).

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Outro problema agravado na década de 1990 foi o desemprego.

Conforme os dados, o desemprego dobrou no período 1980/96. Diferentemente

da década anterior, o desemprego cresceu e se manteve alto mesmo nos

momentos de recuperação da produção.

Assim, a dinâmica do mercado de trabalho na década de 1990 foi no

sentido do desassalariamento da força de trabalho, do aumento da ocupação

não-organizada, da informalidade e do desemprego. Esse quadro, determinado

pelas transformações organizacionais na estrutura produtiva e pelos rumos da

economia nacional nesta década, apontavam para uma situação de

acirramento da desigualdade, desestruturação e precarização do mercado de

trabalho brasileiro. Foi neste contexto que a lei n. 9.601 foi criada, no intuito de

interferir nesta realidade, como instrumento de geração de emprego.

Os estudos sobre o período mais recente do mercado de trabalho

brasileiro mostram, no entanto, uma reversão dessa trajetória a partir de 2003,

ao menos no que se refere à geração de empregos formais e diminuição do

desemprego. Segundo informações do Ministério do Trabalho em Emprego, o

período 2003-2010 é mercado por um crescimento dos empregos formais

(celetistas e estatutários) que corresponde a 53,63% no período6. Diante

desses números, resta saber o peso das contratações de curta duração,

sobretudo da modalidade estudada, neste processo.

Em trabalhos publicados sobre o assunto, KREIN aponta o crescimento

da contratação por tempo determinado no país demonstrando que, no período

recente de bom desempenho do emprego formal, a contratação por prazo

determinado cresceu de forma significativa se comparada com a geração de

empregos no modelo padrão (contratação por tempo indeterminado). Como

aponta o autor, considerando os contratos de trabalho temporário, contratos de

aprendizagem, contratos de obra certa, contratos de safra e as modalidades de

contrato de emprego por prazo determinado, há um crescimento de 71,4% nas

contratações no período 1990-2005 (2007, p. 36).

6 Informações disponíveis em

<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D2E7318C8012FE039D8AA15D9/resultado_2010.pdf>

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No entanto, se considerarmos o peso da contratação na modalidade da

lei n. 9.601, nota-se que, na média, esta é a modalidade que menos gerou

novos postos de trabalho formais.

Tabela 2

Total de contratações incluindo serviço público, total de contratações por tempo determinado

(na modalidade prevista na lei n. 9.601/98) e trabalho temporário (lei n. 6.019/74).

Brasil: 1999 - 2010

Ano Vínculos ativos em

31/12

Vínculos ativos em

31/12

Contrato por tempo

determinado

Lei 9.601/98

Vínculos ativos em

31/12

Trabalho

temporário

Lei 6.019/74

1999 24.933.265 18.529 174.467

2000 26.228.629 16.274 199.071

2001 27.189.614 116.600 157.899

2002 28.683.913 40.229 183.737

2003 29.544.927 34.355 186.713

2004 31.407.576 30.023 217.482

2005 33.238.617 44.005 209.468

2006 35.155.249 56.575 215.039

2007 37.607.430 62.672 233.007

2008 39.441.566 50.066 184.257

2009 41.207.546 55.117 226.506

Fonte: MTE/RAIS.

A partir dos dados da RAIS7, pode-se observar que o montante de

contratação na modalidade estudada é inexpressível se comparado com o

volume total de contratações. Esta consideração vale para todo o período de

vigência da lei em estudo, com exceção do ano de 2001.

7 Conforme informações do site oficial do Ministério do Trabalho e Emprego, a Relação Anual

de Informações Sociais – RAIS foi instituída pelo Decreto n. 76.900/75 e consiste em um Registro Administrativo, de âmbito nacional, com periodicidade anual, obrigatória para todos os estabelecimentos, e criada para fins estatísticos e administrativos, e tem como universo abrangido de aproximadamente dois milhões de estabelecimento com vínculos empregatícios, contemplando cerca de 20 milhões de empregos celetistas e 5 milhões de estatutários e abrangendo em torno de 97% do mercado de trabalho formal brasileiro.

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Pode-se observar ainda a baixa incidência da nova modalidade de

contratação se confrontada com outras formas de contratação de curta duração

já existentes no mercado de trabalho, como é o caso do “trabalho temporário”,

autorizado pela lei n. 6.019/74. Se considerarmos o ano de 2006, por exemplo,

foram 215.039 os contratos ativos na modalidade trabalho temporário em

31/12, contra os 56.575 na modalidade estudada. Os contratos temporários

representavam, neste momento, 6% do total de contratações, enquanto que na

modalidade estudada este percentual era de apenas 0,16%. Em todo o

período, a contratação na modalidade trabalho temporário é maior do que a

contratação na modalidade estudada.

No entanto, não podermos desconsiderar o fato da lei n. 9.601, ao

autorizar mais uma hipótese de contratação de curta duração, contribuir para

um fenômeno que parece crescer a cada: o processo de incremento de

contratos de curta duração no mercado de trabalho brasileiro. Isto em um

mercado de trabalho marcado, desde a sua origem, por altas taxas de

informalidade e por regras já bastante flexíveis de contratação e de ruptura

contratual.

Segundo os dados do Ministério do Trabalho e emprego, no que se

refere ao tempo de emprego, ou seja, à duração dos contratos formais, o

mercado de trabalho, apesar de apresentar um incremento significativo de

ocupações, continua marcado pelo alto índice de rotatividade. As extinções dos

contratos empregatícios com menos de 6 meses de duração superaram 40%

do total dos desligamentos, sendo que metade desses contratos não chegaram

a atingir três meses de duração (MTE, 2011).

Ou seja, a adoção de novas modalidades de contratação de curta

duração surge em um contexto já flexível de ajuste do volume de trabalho às

oscilações da produção. Este fato certamente ajuda a explica a baixa

efetividade da modalidade estudada. Tal dinâmica não foi revertida neste

período recente e as novas modalidades contratuais parecem corroborar com o

acirramento da questão. À facilidade de contratar e demitir soma-se nova

alternativa de contratação de curta duração, menos onerosa para o

empregador já que garante um padrão mais precário de direitos formais e não

permite a acumulação de benefícios dada a efemeridade da contratação,

institucionalizando-se, portanto, a instabilidade e a insegurança no emprego.

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3. Flexibilização da regulação do tempo de duração do contrato de

emprego e a precarização das condições de trabalho

O processo de regulação pública das relações de trabalho no Brasil

coincide com o processo de industrialização do país. Apesar da origem do

mercado de trabalho livre no Brasil se dar formalmente com o fim da

escravidão, em 1888, estruturação do mercado de trabalho assalariado só

acontece com a emergência de uma nova dinâmica de desenvolvimento e

acumulação do capital baseada na indústria. Até então, o que prepondera é

uma concepção liberal não intervencionista de ação do Estado, inibidora da

atuação normativa heterônoma no mercado de trabalho. As relações de

trabalho tinham um caráter fortemente servil, e quando assalariadas

aconteciam por intermédio de um contrato de prestação de serviço regulado

pelo código civil, com autonomia das partes para disporem livremente sobre as

condições da compra e venda do trabalho, sobretudo daquelas que envolvia o

trabalho de imigrantes.

A organização dos trabalhadores em torno da pressão por formas mais

dignas de uso da força de trabalho ao lado da necessidade de uma maior

harmonia entre o capital e o trabalho para alavancar o processo de

industrialização proposto por Vargas resultaram no processo gradativo de

regulação das relações sociais e de trabalho, consolidada na CLT em 1943.

Conforme BIAVASCHI, a regulação do trabalho foi intensa no período

1930-1942, quando os trabalhadores foram elevados à categoria de sujeitos de

direitos sociais, o que teve grande importância para assegurar harmonia entre

capital e trabalho, algo central no projeto de industrialização do país, cujo

mercado de trabalho já era marcado pela desigualdade, heterogeneidade,

relações autoritárias e excedente de mão-de-obra (BIAVASCHI, 2007).

O contrato individual de emprego passa a ser o instrumento jurídico que

possibilita o exercício privado da liberdade e da vontade de comprar e vender

força de trabalho na sociedade. Apesar de ser um a figura típica do direito civil,

quanto tem como objetivo a forca de trabalho ele assume características

especificas. Ao reconhecer a assimetria entre os contratantes, a ordem jurídica

impõe limites ao exercício da vontade livre das partes. Assim, o contrato de

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emprego se caracteriza por uma “certa” ordem e por estabelecer uma

institucionalidade protetiva em torno da figura do empregado.

A centralidade da relação de emprego na construção do direito do

trabalho não é uma especificidade brasileira. Muito pelo contrário. Com a

hegemonia da relação assalariada após a revolução industrial e a partir da

construção do estatuto do trabalhador, no bojo da política social democrata do

pós-guerra, a regulação das condições de compra e venda do trabalho partiu

da idéia de um contrato de trabalho padrão, aceito socialmente, capaz de

garantir acesso à cidadania, limitar o exercício poder diretivo do empregador,

garantir condições dignas de trabalho além de uma “certa” liberdade ao

trabalhador na sua condição de empregado.

É este padrão de contratação e suas “promessas” que são tensionados

pelas novas formas de organização da produção e gestão dos trabalhadores

que demandam flexibilidade no uso do trabalho. Neste sentido, o marco

regulatório existente é questionado pelas demandas empresariais de

flexibilização do sistema protetivo existente em torno das formas de

contratação, remuneração e uso do tempo de trabalho.

No que se refere ao aspecto aqui estudado, trata-se de romper com a

idéia de continuidade do vinculo empregatício, que se entendia feito para durar.

Se abrirmos um exemplar do primeiro modelo de Carteira de Trabalho e

Previdência Social (CTPS) emitido pelo então Ministério do Trabalho, Indústria

e Comércio, encontraremos uma mensagem que revela esse valor e esse

ideal. Dizia o então ministro Alexandre Marcondes Filho ao portador da mesma:

Por menos que pareça e por mais trabalho que dê ao interessado, a carteira

profissional é um documento indispensável à proteção do trabalhador.

Elemento de qualificação civil e de habilitação profissional, a carteira

representa também titulo originário para a colocação, para a inscrição sindical

e, ainda, um instrumento prático do contrato individual de trabalho.

A carteira, pelos lançamentos que recebe, configura a historia de uma vida.

Quem a examinar, logo verá se o portador é um temperamento aquietado ou

versátil; se ama a profissão escolhida ou ainda não encontrou a própria

vocação; se andou de fábrica em fabrica, como uma abelha, ou permaneceu no

mesmo estabelecimento, subindo a escada profissional. Pode ser um padrão

de honra. Pode ser uma advertência.

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É esta idéia de permanência do emprego que também está presente na

lógica da regulação públicas das relações de trabalho criada por Vagas. Como

explica SILVA, o “princípio da continuidade da relação de emprego” integra o

conjunto de princípios especiais do direito do trabalho sendo “aquele em virtude

do qual o contrato de trabalho perdura até que sobrevenham circunstâncias

previstas pelas partes ou em lei como idôneas para fazê-lo cessar” (SILVA,

1999, p.144). Tal princípio orienta as normas trabalhistas para emprestarem ao

contrato individual de emprego a maior duração possível, uma vez que no

mesmo está a fonte de subsistência do trabalhador e de sua família e, por isso,

quanto mais duradoura for a relação de emprego, maior será o equilíbrio

pessoal e familiar do empregado.

Ao regular contra os princípios que estruturam e conferem unidade a

regulação pública estatal das relações de trabalho, acaba-se pondo em

questão a lógica sistêmica do ordenamento trabalhista. E esta parece ser uma

tendência, como aponta FARIA, de enfraquecimento firme e progressivo do

direito do trabalho. Segundo o autor, seguindo a linha das pressões dos

agentes econômicos e das demandas surgidas do novo modo de organização

do trabalho, dificilmente padronizáveis, corre o risco de a legislação trabalhista

perder o seu caráter estatutário, ou seja, “quanto mais os contratos de locação

de serviços vão assumindo a forma de simples contratos de obrigações, na

melhor tradição do direito privado tradicional, mais eles vão tomando o espaço

anteriormente ocupado pelas normas protetoras e padronizadores da

legislação laboral de inspiração social democrata” (FARIA, p.36).

À época da aprovação da lei em estudo, cinco Ações Direitas de

Inconstitucionalidades tentaram chamar a atenção para o fato de a lei destoar

da vocação do direito do trabalho e contribuir para a degradação do estatuto do

emprego. Conforme SUSSEKIND, a lei n. 9.601 fere o princípio da isonomia ao

tratar trabalhadores inseridos em circunstancias semelhantes, no caso a

submissão a um contrato de duração certa, com condições distintas de

proteção laboral, por exemplo no que se refere ao recolhimento do FGTS, à

possibilidade de mais de uma prorrogação do contrato ou à indenização

diferenciada da prevista na CLT no caso de rescisão antecipada do contrato

(SUSSEKIND, 1998). Sem contar com o fato de a lei atentar contra o

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compromisso do direito laboral com a promessa de continuidade do vínculo de

emprego, ou seja, com a regra da contratação por tempo determinado. No

entanto, apesar dos questionamentos de alguns setores sindicais e do

posicionamento questionador do instituto de parte dos juristas da área, o

Superior Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade da norma e de sua

coerência com o ordenamento jurídico8.

Uma vez em vigor, coube ao Poder Judiciário interpretar e aplicar seus

dispositivos na solução de conflitos que elas viessem a ensejar ao longo do

tempo. Tendo em vista a baixa adoção da modalidade, pode-se imaginar que

não são numerosos os casos de conflito que ela enseja.

Em pesquisa realizada no dia 23 de maio de 2001 no site do TST com a

palavra-chave “lei 9601”, apenas 19 dos 160 acórdãos encontrados traziam no

seu conteúdo alguma questão referente à nova modalidade de contrato por

tempo determinado. Essa situação não parecer ser diferente da realidade dos

Tribunais Regionais. Consultando-se, por exemplo, o site do TRT da 5ª Região

com a mesma metodologia de busca, do total de 19 sentenças encontradas,

apenas 8 delas referiam-se ao aspectos da contratação de curta duração

autorizada pela lei. As demais tratavam do sistema anual de compensação de

jornada (Banco de horas)9. Em termos de acórdãos, dos 38 encontrados

apenas 2 tratavam do tema.

Ainda assim, a atuação do Poder Judiciário tem sido no sentido de

procurar interpretar e aplicar a norma garantindo seu caráter de

excepcionalidade.

Considerações finais

No que ser refere ao novo tipo contratual de emprego criado pela lei n.

9601/98, um primeiro olhar sobre o papel dessa norma na sociedade brasileira

releva o baixo grau de sua efetividade ao longo da sua vigência.

Se por um lado a norma não parece atender ao seu objetivo principal,

por outro cumpre um papel relevante na flexibilização do direito do trabalho,

8 Para um estudo sobre o debate travado na época sobre a constitucionalidade da lei n. 9.601,

bem como sobre os comentários técnico-jurídicos dos diversos aspectos da norma, ver as séries da Revista LTr de 1998 e 1999. 9 A pesquisa no site do TRT 5a Região foi realizada no dia 8 de junho de 2011.

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compondo um quadro de reformas pontuais na legislação trabalhista que

aponta para uma maior autonomia das partes na negociação das condições de

trabalho, transferência dos riscos da atividade econômica para o trabalhador e

pulverização das formas atípicas de trabalho e emprego.

Ao promover o uso ordinário do contrato de emprego por tempo

determinado, a norma em estudo estimula a desigualdade intracategorias, no

caso, entre os assalariados inseridos no mercado de trabalho sob a proteção

do estatuto do emprego. Estatuto este que parecer estar perdendo, a cada dia,

sua dimensão promotora da homogeneidade do mercado de trabalho e

garantidora de direitos sociais durante conquistado pela classe trabalhadora.

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