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EU VENDO LENÇOS! SE O MERCADO CHORA, M E E R S E ME M M O U E U EU EU V V EU V EU V E EU V U V E U V E U V EU V E V U U V EU V V V U U EU EU E EU VE EU V E E EU U EU EU E E U U E V V U LE E L EN L LE N LE LEN N L N EN LENÇ LEN N EN EN LE LEN ENÇOS! LE LE N LEN EN EN L L EN LE LEN LEN E LEN LEN LEN LEN CAPA OPORTUNIDADE Perdeu o emprego e recebeu a rescisão? Chegou o 13º salário? Tem uma poupança que rende quase nada e não sabe o que fazer com esse dinheiro parado? Os brasileiros não querem mais esperar e estão usando essas “sobras” para abrir o primeiro negócio próprio ou fundar uma franquia consolidada em sua cidade. Quer seguir o mesmo caminho? Veja como!

SE O MERCADO CHORA, EU VENDO LENÇOS!estrelafranquias.com.br/2016/wp-content/uploads/2016/06/se-o... · do pela empresa Plano CDE em parceria com a NetQuest, dos 400 empreendedo-res

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EU VENDO LENÇOS!

SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,SE O MERCADO CHORA,

EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO EU VENDO LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS! LENÇOS!

CAPA OPORTUNIDADE

Perdeu o emprego e recebeu a rescisão? Chegou o 13º salário? Tem uma poupança que rende quase nada

e não sabe o que fazer com esse dinheiro parado? Os brasileiros não querem mais esperar e estão usando essas “sobras” para abrir o primeiro negócio próprio ou fundar uma franquia consolidada em sua cidade.

Quer seguir o mesmo caminho? Veja como!

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A economia brasileira enfrentou dificuldades em 2015. A valori-zação da moeda norte-america-na diante do Real, a alta da infla-

ção e o aumento do desemprego provoca-ram consequências sérias em todos os se-tores, da indústria ao comércio, e causa-ram a quebra da confiança dos consumi-dores, que evitaram colocar a mão no bol-so nos últimos meses. Muitos brasileiros deram adeus ao emprego e buscam uma nova oportunidade. Outros devem fugir dos gastos de Natal e utilizar o 13º salá-rio para acabar com as dívidas. Segundo uma pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), divulgada no fim de outubro, 74% dos brasileiros preten-dem usar a quantia para saldar as contas acumuladas, a maior parte delas corres-pondentes ao cartão de crédito (44%), ao cheque especial (39%) e aos financiamen-tos bancários em atraso (7%).

No entanto, cresceu a quantidade de profissionais que veem como oportuni-dade de ouro o dinheiro na mão. Seja ele proveniente da rescisão salarial após a demissão inesperada, do 13º salário ou de uma velha poupança de rendimen-to decepcionante, esse valor tornou--se o principal capital para a realização de um sonho cada vez maior da popu-lação do País: ser dono de um negócio. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contí-nua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pro-fissionais autônomos no Brasil subiu 4,6% no segundo trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período de 2014. São 22 milhões de pessoas empre-endendo individualmente. Nos últimos dez anos, a taxa de empreendedorismo no Brasil passou de 24% em 2004 para 34,5% em 2014, tornando o País o maior empreendedor mundial.

TEXTO DE ANGELA MIGUEL

“O know-how da franqueadora é um diferencial nesse momento, pois ela possui um repertório extenso sobre o mercado, consegue identificar as oportunidades e pode ajudar o profissional a administrar a franquia sem amadorismo”CLAUDIO TIEGHI, DIRETOR DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO DA ABF

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CAPA OPORTUNIDADE

Mas qual a melhor maneira de apli-car o dinheiro das férias, da rescisão ou do 13º salário? Na criação de uma start-up ou na abertura de uma franquia? Onde é seguro investir? Será que é uma boa ideia investir todo o valor em uma empreitada, especialmente em um mo-mento delicado da economia? Ou será que a crise pode ser considerada uma verdadeira impulsionadora de ideias inovadoras? Para mostrar o caminho das pedras, a Gestão&Negócios conver-sou com especialistas para ajudar você a usar seu dinheiro “de sobra” para dar o primeiro passo rumo ao negócio pró-prio. Confira!

MOMENTO É PROPÍCIOA crise impulsionou uma série de bra-

sileiros a empreender nos últimos seis meses. Segundo levantamento realiza-do pela empresa Plano CDE em parceria com a NetQuest, dos 400 empreendedo-res que iniciariam sua jornada durante 2015, 49,9% deles apontaram como prin-cipal motivo o aumento do custo de vida. Outros 25,9% afirmaram que já planeja-vam empreender. Do total, 14,7% op-taram pelo empreendedorismo porque perderam o emprego. A pesquisa mos-trou ainda que a maioria iniciou o negó-cio dentro da própria casa e 55% ainda mantêm um segundo emprego mesmo depois de fundar seu negócio. Dentre os 400 entrevistados, 79% acreditam que sua situação econômica estará melhor ou muito melhor em 2016.

Segundo o coordenador de Pesqui-sas do Serviço Brasileiro de Apoio às Mi-cro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Marcelo Moreira, o cresci-mento do empreendedorismo durante momentos de crise é visto com natura-lidade. “Quando há momentos de crise na economia, cresce o número de pes-soas que empreendem por necessidade, por precisarem obter uma nova fonte de renda. Portanto, esse movimento é natu-ral, mas é preciso lidar com essa situação com atenção e preocupação. O profissio-nal pode estar capitalizado, mas precisa saber como aplicar esse dinheiro de ma-

neira inteligente e que garanta rentabili-dade em longo prazo”, avisa Moreira.

O consultor empresarial, sócio-dire-tor da Opportunity Consultoria e CFO da M2BS Consultores Associados, Moisés Bagagi, aponta que empreender signifi-ca assumir riscos que a maioria não está disposta, e isso não muda, tanto em mo-mentos de bonanças como de crise na economia. “Obviamente, na crise é mui-to mais complicado empreender, já que a demanda estará instável e o mercado, como um todo, muito mais retraído. Mas crise também é sinônimo de oportuni-dade. Se o empreendedor tem uma boa ideia, sabe que pode fracassar e está dis-posto a trabalhar muito, vá em frente! A dica de ouro é estudar muito o que se quer fazer, como, onde e quando. For-malizar seu plano de negócios, trabalhar duro e estar sempre buscando novidades é essencial”, completa Bagagi.

Contudo, além de encarar riscos e saber onde está pisando, o empreende-dor que optar por lançar-se no merca-do durante um momento crítico precisa avaliar se está preparado para ser dono de um negócio, seja algo novo, seja uma franquia. Afinal, a crise é uma época in-dicada para que o profissional pare e olhe para si, que se pergunte se ser seu próprio chefe é um desejo verdadeiro, se está pronto para trabalhar muito mais do que antes, se consegue avaliar seus pon-tos fortes e fracos, seus interesses e ideias para ser bem-sucedido em uma profis-são que não permite erros amadores.

A crise contribui para que as pes soas façam uma autoavaliação, ou mesmo busquem o apoio para compreenderem mais sobre si mesmas. “Nesse sentido, esse momento é um ótimo aliado das pessoas interessadas em empreender. Todo e qualquer negócio tem seus prós e contras, não existe perfeição. O negó-cio tem que combinar com o perfil, com os interesses e as expectativas da pessoa. Lembre-se de que um empreendimento exige, em geral, a dedicação integral das pessoas”, avisa o professor do curso de Administração do Centro Universitário FEI, Edson Sadao Iizuka.

DINHEIRO NA MÃOCom a vontade e o ímpeto de assu-

mir riscos, profissionais que perderam o emprego recentemente, que receberam o 13º salário ou estão sem mexer naque-la poupança há muito tempo estão in-vestindo no empreendedorismo ou em franquias. Para ter uma nova fonte de renda e com um “dinheiro de sobra” na mão, esses profissionais iniciaram a tra-jetória do mundo dos negócios, mesmo diante da turbulência econômica.

Os especialistas acreditam que essa seja uma decisão certa somente se exis-tir muito planejamento. Eles são unâni-mes ao aconselhar que jamais alguém deve se lançar no empreendedorismo ou no franchising repentinamente, sem compreender com totalidade onde es-tão se metendo.

“Quando há momentos de crise na

economia, cresce o número de pessoas que

empreendem por necessidade, por precisarem obter uma nova fonte

de renda”MARCELO MOREIRA, COORDENADOR DE

PESQUISAS DO SEBRAE-SP

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A perda do emprego e a dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho foram as responsáveis por encorajar Lucas Daniel Ducatti, de 28 anos, a tornar-se empresário e franqueado de duas marcas no ABC paulista, a Miss Pink e a Kiip ABC Delivery. “Eu era gerente administrativo de uma revendedora de marcas náuticas e após ser mandado embora até tentei me recolocar, mas não tive sucesso devido à crise. Sempre tive o sonho de ter meu próprio negócio e resolvi me arriscar. Ser meu próprio chefe sempre foi um sonho, pois muitas vezes minhas ideias eram interferidas, e hoje posso colocá-las em prática”, conta.

Assim, com sua rescisão debaixo do braço, Ducatti buscou o Sebrae para encontrar uma diretriz. A ideia de abrir franquias já consolidadas no mercado pareceu mais seguro, e o profissional buscou sócios para que a iniciativa funcionasse. Os sócios também haviam perdido seus empregos e compartilhavam o objetivo de ter um negócio próprio. Foi assim que ele pesquisou sobre o franchising no Brasil e percebeu que a área de cosméticos é pouco afetada pela crise. Conheceu, então, a Miss Pink, microfranquia que comercializa cosméticos desenvolvidos a partir de fórmulas exclusivas.

O investimento inicial para abrir a franquia foi de R$12 mil e ele foi atraído pelo modelo de loja itinerante e pela qualidade dos produtos. “Tenho ouvido das clientes que os produtos da Miss Pink são de excelente qualidade, chegando a bater marcas de nome no ramo. Com a empresa, também conto com uma sócia, pois ninguém melhor que a própria mulher para poder nos dar uma luz sobre maquiagem, até porque eu era uma negação no assunto”, brinca.

Ducatti conta que parte dos lucros da Miss Pink chega por meio de parcerias que realizam com clínicas de estética, salões de beleza, academias e até faculdades. A empresa ainda garante suporte aos seus franqueados, oferecendo materiais educativos e de marketing semanalmente para incentivar as vendas, que acontecem geralmente em eventos e até por WhatsApp. “Contamos com consultores – de ambos os sexos – que querem e precisam complementar sua renda, então temos um plano específico para esse fim. As vendas têm aumentado, até pelo fato de a marca estar se tornando bem conhecida. Trabalhamos também com o Instagram, onde sempre recebemos mensagens de blogueiras e do público”, emenda.

Para aqueles que desejam seguir o mesmo caminho, o empresário aconselha que o aspirante a empreendedor faça uma pesquisa de mercado, coloque todos os planos no papel e procure franqueados que já trabalham com a marca para saber os pontos positivos e negativos. “Procure também sócios confiáveis e que tenham o mesmo propósito que o seu, pois muitas vezes duas cabeças pensam melhor que uma só. E nunca, nunca mesmo desista de seu sonho. Não importa o tamanho da sua queda, do seu erro, da sua derrota, você está mais próximo agora do que estava antes”, finaliza.

A recomendação então é investir com muita calma e somente depois de anali-sar muito o que fazer. Uma marca pró-pria tem que conquistar espaço no mer-cado e buscar se consolidar. Já uma fran-quia reconhecida tem a vantagem de uma marca já estabelecida. “Contudo, ambos têm riscos e requerem os mesmos cuidados. Por isso, recomendo, além das análises de mercado e suas alternativas, deixar um ‘colchão financeiro’ para o so-corro caso o empreendimento demore a decolar ou não dê certo”, alerta o consul-tor empresarial Moisés Bagagi.

No primeiro semestre de 2015, por exemplo, mesmo diante do enfraqueci-mento da economia, o franchising mos-trou alta de 11,2% ante o mesmo período de 2014, de acordo com dados da Asso-ciação Brasileira de Franchising (ABF). Portanto, essa tem sido uma alternati-va bastante atrativa para quem quer ter um negócio, especialmente no caso das microfranquias, que demandam valores mais baixos para sua abertura.

De acordo com o diretor de Inteligên-cia de Mercado da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Claudio Thiegi, o importante é que o empreendedor faça uma real reflexão de seus interesses e que ele busque uma empresa ou um ramo com o qual realmente se identifique para investir - e isso independe de a escolha ser uma franquia ou um negócio próprio. “É fundamental que ele tenha paixão pe-lo que faz, que se identifique com o pro-duto ou com o serviço, pois será uma atividade que necessitará de constante dedicação, seja um negócio próprio, seja uma franquia. No franchising, hoje, o fu-turo empreendedor pode recorrer a uma série de pesquisas e estudos, além de in-formações da própria ABF, a respeito dos negócios disponíveis, de forma a permi-tir uma aproximação desse profissional com as franquias”, afirma Thiegi.

Para o professor da FEI, Edson Sadao, quem tem dinheiro na mão pode se va-ler da oportunidade para empreender, porém todos esses profissionais se en-caixam, fatalmente, em três perfis: sem perfil empreendedor, com claro perfil

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Lucas Ducatti, franqueado Miss Pink.

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Diante de um cenário ainda incerto, o profissional não pode se deixar abater pelo derrotismo e perceber que o momento é propício para o empreendedorismo inovador. Para apresentar um panorama do cenário atual e as perspectivas para 2016, a Gestão&Negócios entrevistou o economista, especialista em investimentos e comentarista econômico do Jornal da Record News, Richard Rytenband. Confira!

Gestão&Negócios: Com o cenário eco-nômico instável em 2015 e o aumento do desemprego no País, muitos profis-sionais veem nesse momento a chan-ce de finalmente dar início ao negócio próprio. Para você, empreen der na crise é uma boa ideia?

Richard Rytenband: É uma excelente ideia. Os períodos de crise funcionam como uma espécie de purificação da economia, em que os maus investimentos e projetos são gradualmente eliminados do sistema. Neste momento os empreendedores ou futuros empreendedores têm à sua dis-posição as melhores informações, que vão permitir entender o que não é viável, bem como a grande chance de propor alternati-vas mais otimizadas de produtos e pro-cessos produtivos. As grandes empresas têm como desvantagem justamente seu porte, que as impede de se adaptar mais rapidamente às novas condições impostas pela crise, assim como sua estrutura de decisões que é muito mais engessada que uma startup, por exemplo. Nos momentos de grande crise que o “dinheiro troca de bolsos”..

G&N: Utilizar o dinheiro de uma rescisão contratual ou até daquela economia apli-cada vale a pena? É seguro o profissional investir esse dinheiro na abertura de um negócio próprio ou mesmo em uma fran-quia consolidada no mercado?

RR: Assim como um simples conselho de

investimento, não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta. Há uma série de fatores envolvidos, desde o perfil do pro-fissional, sua experiência empreendedora, o volume dos recursos que dispõe e as pró-prias características do negócio e o setor envolvido. A postura mais recomendada é optar por negócios com bom potencial, mas que para início exijam poucos inves-timentos, e ainda a opção de se adaptar a possíveis mudanças bruscas na econo-mia ou no setor específico. Outro caminho é buscar uma recolocação profissional, e paralelamente iniciar um negócio que de-mande pouco investimento e tempo para adquirir mais experiência e não estar total-mente vulnerável.

G&N: Você acredita que são nessas situ-ações de economia em queda que os ver-dadeiros inovadores aparecem?

RR: Sim, tanto pela necessidade quanto pela oportunidade. Muitas empresas são forçadas a reduzir custos e/ou agregar valor aos seus produtos e serviços diante de um cenário de queda na economia. E no outro caso, empresas que enxergam opor-tunidades de ofertar algo a um custo me-nor e/ou mais valor agregado a determina-do setor que durante o período das “vacas gordas” teve suas ineficiências acoberta-das pela forte demanda e preços elevados.

G&N: De que forma o empresário pode proteger seu negócio (ainda tão jovem) de futuras turbulências?

RR: O negócio deve ter características que permitam rápidas adaptações às condições, e mesmo uma mudança de atuação, se necessário. Muitas empre-sas começaram com uma proposta, mas diante das turbulências se aproveitaram para migrar para setores que as consa-graram depois. Dentre os exemplos está a Coca-Cola, que começou como um pro-duto farmacêutico, ou a Tiffany & Co., uma empresa de joias extravagantes que começou como uma loja de artigos de papelaria. A grande lição é que tenha um negócio em que sua exposição não seja tão elevada no início, tenha opções em

BATE-PAPO COM QUEM ENTENDE

CAPA OPORTUNIDADE

mãos que lhe permita adaptar ou trans-formar o negócio diante de turbulências.

G&N: O que o empreendedor pode es-perar do cenário econômico brasileiro para 2016? A confiança do consumidor vai voltar, incentivando o giro do mer-cado e os lucros dos micro e pequenos empresários?

RR: Neste momento o ajuste da economia está parcialmente concluído. Pelo lado das contas externas, a forte desvalorização do dólar reduziu a vulnerabilidade externa (o País agora necessita de menos dólares) já em 2015, e em 2016 esse processo será ainda mais favorecido. Este tipo de ajuste tem um custo, e no caso foi a queda nas importações, gastos de turismo no exterior e na remessa de lucros. Mas, com o tempo, as exportações serão favorecidas, e o Brasil se tornou mais competitivo internacional-mente, com os custos e preços dos ativos em patamares historicamente baixos. Pelo lado do ajuste interno, a crise política tem emperrado o processo de equilíbrio das contas públicas, e com isso o patamar da taxa de juros têm se mantido muito eleva-do. Para 2016, a expectativa é que essa cri-se política tenha sido superada, e com isso o Banco Central possa reduzir a taxa básica de juros e remover a economia do atual cír-culo vicioso. Grande parte da inflação deste ano é devido ao fim do represamento dos preços administrados (como gasolina, energia elétrica, gás, etc.), e com a grande recessão em curso e a finalização do ajuste na economia ela deve cair para patamares bem menores em 2016. Concluindo, es-tamos em um momento de transição em que os empreendedores devem se prepa-rar para a retomada do crescimento econô-mico a partir de 2016.

Richard Rytenband, comentarista econômico do Jornal da Record News

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Formada em Nutrição Clínica e Esportiva, Sabrina Saldanha de Paris Dias nunca pensou em ser sua própria chefe, mas as circunstâncias da vida a levaram para esse caminho. Depois de trabalhar por cinco anos em uma clínica, perdeu o emprego como nutricionista. O tombo foi inesperado, especialmente por ser mãe recente de um menino.

Contudo, não se deixou abater e passou a buscar uma solução para que pudesse conciliar um novo trabalho e o acompanhamento do crescimento do filho. Foi quando seu marido sugeriu que abrissem um negócio e quando conheceram a Mídia Pane, franquia voltada para publicidade em sacos de pão. “Nunca tinha pensado em ser a minha própria chefe, mas fiquei muito animada com a ideia por ter total domínio e liberdade sobre os meus horários de trabalho. O modelo de negócio da publicidade se mostrou uma ótima solução para mim, pois permitiu que eu trabalhasse de casa e fizesse minha agenda de acordo com os horários do meu filho. Assim, posso ficar com ele por mais tempo e atender às suas necessidades. Claro que o fato de o modelo da Mídia Pane ser de baixo custo também interessou”, conta Sabrina.

Tanto ela quanto o marido foram fisgados pela forma inteligente de propaganda da franquia, não apenas por aproveitar um espaço ocioso do saco de pão, mas também por ser sustentável e, de alguma forma, ajudar as pessoas a fazerem algo pelo meio ambiente. Para dar o pontapé inicial no negócio, Sabrina e o marido investiram R$17 mil, detendo o direito de distribuir os sacos de pão por toda a cidade de Niterói. Os gastos se resumem aos royalties

e com o contador, que devem ser pagos mensalmente com ou sem produção de sacos. Nos meses de produção, há ainda o frete para o transporte das caixas de São José dos Campos, interior de SP, até Niterói.

Atualmente, o casal tem realizado uma reestruturação na franquia para aumentar as vendas e conta com duas funcionárias de vendas, enquanto Sabrina assume como diretora administrativa e também faz vendas e seu marido é o gerente financeiro da empresa. Com a flexibilidade necessária e empenho, Sabrina afirma que pretende continuar com a franquia e investir na carreira como empresária. “No futuro só ficarão de pé as empresas que tiverem foco, missão ou que pelo menos apoie de alguma maneira a sustentabilidade, e nós da Mídia Pane já estaremos fazendo história nessa área. Com certeza continuarei com a franquia! Temos um projeto para ela para os próximos 12 meses, 24 meses, 36 meses e assim por diante”, completa.

De nutricionista a empresária, Sabrina conta que ser uma franqueada não é garantia de sucesso, pois, como toda empresa (própria ou não), é essencial que o profissional se dedique ao ofício para fazê-la funcionar e ter sucesso. Aqueles que desejam fazer o mesmo e encarar a demissão como uma oportunidade, Sabrina avisa que uma boa pesquisa de mercado é o início correto.

Sabrina de Paris, franqueada da Mídia Pane.

empreendedor e com perfil parcialmen-te empreendedor. No primeiro caso, a re-comendação é que a pessoa invista parte dos seus recursos em um curso de espe-cialização ou em uma capacitação de cur-to prazo para ampliar as chances de retor-no ao mercado de trabalho. Já para os dois últimos casos, a sugestão é que o investi-mento de parte dos recursos seja destina-do a uma atividade empreendedora.

O risco existe em qualquer tipo de empreendimento, em maior ou menor grau, inclusive no caso das franquias mais tradicionais. “Sendo assim, deve-mos lembrar de não colocarmos todos os ovos em uma mesma cesta e também termos a consciência de que se pode perder todo o dinheiro utilizado ao em-preender. A aversão ao risco deve ser al-go que nos dê prudência, mas não nos impeça de agir”, completa.

“Obviamente, na crise é muito mais complicado empreender, já que a demanda

estará instável e o mercado, como um todo, muito mais

retraído. Mas crise também é sinônimo

de oportunidade”MOISES BAGAGI, CONSULTOR

EMPRESARIAL

MAE EEMPRESÁRIA

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Após trabalhar por anos na área de automação industrial, Sergio Gotti teve a chance de abrir o próprio negócio ao criar uma revenda de canetas carimbo em 1994. Com esse início tímido, ele fundou a Sertha Brindes, que possui mais de 80 produtos e 100 itens para revenda, como baldes, pipoqueira, canecas, kits manicure, coqueteleiras, chaveiros, copos, squeezes, entre outros.

Após 20 anos de prosperidade, com a crise iniciada em 2014, Gotti enfrentou uma queda de 50% no faturamento. A solução encontrada foi se adaptar e se reinventar. “Com a crise, tivemos que dispensar funcionários e foi preciso nos reinventar. Antes da crise pensamos em criar minifranquias com a máquina de personalização, mas tudo mudou. A solução encontrada foi apostar em um outro nicho de mercado com a venda direta dos equipamentos, criando a Thale Suprimentos”, conta o empresário. A nova empresa surgiu como uma divisão da Sertha Brindes, mas assumiu voo solo apostando na criação da VICM-19, uma máquina brasileira de transfer para personalização de brindes.

O equipamento foi desenvolvido e patenteado por ele, e um grande atrativo da máquina é oferecer às pessoas a oportunidade de ter o próprio negócio com baixo investimento, cerca de R$11 mil entre máquina, produtos para personalização e insumos para atender a festas, empresas, eventos corporativos e muitos outros segmentos, produzindo lembranças, convites e brindes no segmento de foto produto.

Mesmo que o desenvolvimento da Thale Suprimentos crie concorrentes para a Sertha Brindes, Gotti se sente realizado de poder ajudar outros empreendedores como ele a trilharem seus próprios caminhos. “Acredito que o projeto da máquina VICM-19 e da Thale é muito maior do que a própria Sertha Brindes e seria uma pena não produzir um equipamento que pode ajudar tanta gente com o sonho de ter o próprio negócio. Outro ponto é que uma venda é sempre uma venda, então através da Thale entramos em um outro nicho e também vamos faturar, só que com produtos diferentes”, completa.

Para Gotti, desde que a pessoa tenha um fundo de reserva, usar o dinheiro da rescisão ou de uma economia é boa ideia para quem quer empreender em um momento como este, sabendo onde e como aplicá-lo com inteligência. “Acredito que o momento crítico da economia é bom para empreendedores abrirem seu próprio negócio, pois é um período que exige que as pessoas se reinventem. Tornar-se um empreendedor é um trabalho duro, porque o melhor empresário é um excelente trabalhador. Mas o período que vivemos é bom para quem tem um grau maior de idealismo, então depois de acreditar no seu sonho, o passo seguinte é arregaçar as mangas e colocar a mão na massa, porque o seu negócio depende de você para ser um sucesso”, afirma.

CAPA OPORTUNIDADE

Para ter essa prudência tão necessá-ria, Marcelo Moreira, do Sebrae-SP, refor-ça três fatores: “Primeiro é preciso che-car se há um comportamento empreen-dedor em você, se há dinheiro suficiente para não começar o negócio já endivida-do e se o planejamento foi abrangente o bastante para garantir segurança ao ne-gócio. É necessário entender o que é re-levante para o negócio sobreviver antes de lançá-lo no mercado. Para ajudar esse profissional, é possível buscar o apoio do Sebrae em todo o Brasil”.

COMO INVESTIRIdentificando seu perfil como dono

de um negócio e seus interesses, o pró-ximo passo para o profissional é fazer um estudo do mercado onde pretende se estabelecer como um negócio indepen-dente ou como uma franquia. Se por um lado os pequenos negócios representam 99% das empresas do Brasil e respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e 52% dos empregos formais, por outro, menos de 2% das franquias fecham no primeiro ano, número que já sobe para 24% no caso dos pequenos empreendi-mentos próprios.

Por isso, o profissional precisa enten-der quais são as especificidades de cada segmento para decidir qual caminho to-mar. Isso está diretamente ligado ao pró-ximo passo da estratégia - fazer o plane-jamento financeiro da empreitada. “É preciso saber quais são os custos fixos e os variáveis para que a empresa sobrevi-va, e esses dependem do segmento em que o profissional quer atuar. Mas alguns gastos devem ser sempre muito bem es-tudados, como aluguel, energia e água, além dos salários de funcionários, cus-tos de distribuição e armazenagem de produtos, os impostos, custos com con-tador e advogado, além de despesas co-merciais e de propaganda e marketing”, exemplifica Moisés Bagagi.

Em paralelo, o profissional precisa fa-zer também o planejamento pessoal pa-ra evitar que o dinheiro da empresa se misture com as despesas “de casa”. Esses

Sergio Gotti, fundador da Sertha Brindes e diretor comercial da Thale Suprimentos.

ADAPTAÇAO AO MERCADO

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cálculos e previsões também são funda-mentais para que o futuro dono do negó-cio saiba suas metas e busque os resul-tados com foco e dedicação. “No mais, deve-se pensar em como irá manter o capital de giro durante a etapa inicial do negócio, já que a sobrevivência da em-preitada depende de um bom começo”, completa Bagagi.

No caso das franquias, Claudio Thie-gi recomenda que o profissional faça es-tudos geoestatísticos dos segmentos de interesses em sua região, de forma a mi-nimizar a ocorrência de riscos. “O know--how da franqueadora é um diferencial nesse momento, pois ela possui um re-pertório extenso sobre o mercado, con-segue identificar as oportunidades e po-de ajudar o profissional a administrar a franquia sem amadorismo”, aconselha.

Essa também foi a característica posi-tiva destacada pela advogada da área de franquias do escritório TLNP Advogados, Melitha Novoa Prado. “A franqueadora, recém-formada ou consolidada no mer-cado, não garante - e nem deve garantir - o sucesso de seus franqueados. O su-cesso depende exclusivamente deles. No entanto, a franqueadora deve ofertar à sua rede todo o material e auxílio neces-sário para reprodução do modelo de ne-gócio, o que é inerente ao franchising e à padronização característica deste tipo de relação”, afirma.

MAS VAI FALTAR, E AGORA? Entretanto, se no momento do plane-

jamento financeiro e da escolha do negó-cio o profissional perceber que não pos-sui dinheiro suficiente para dar o pontapé inicial na empreitada, seria uma boa ideia contrair um empréstimo? Segundo os es-pecialistas, o cenário turbulento requer atenção, portanto o empréstimo deve ser o último recurso. “Às vezes, você tem uma ideia que merece ser explorada, mas pedir empréstimos neste momento é uma ati-tude séria e preocupante. Os juros estão altos e, mais do que conseguir o dinheiro, o importante é saber como pagá-lo. Não está proibido tomar dinheiro com insti-

empréstimos na atual conjuntura: “Os juros estão altos, o crédito está cada vez mais difícil, especialmente por conta da inadimplência alta, e a inflação está muito acima do centro da meta. Soma--se a isso investir um alto valor em um negócio de risco que pode não dar cer-to, pelo menos em curto prazo, e o can-didato a empreendedor pode fracassar por falta de liquidez”.

Edson Sadao lembra que as pessoas, em geral, desconhecem os juros cobra-dos em empréstimos e não estão prepa-radas para assumir as taxas de juros mais altas. Por isso, ele concorda com Bagagi ao ver no empréstimo de terceiros, fami-liares ou amigos, uma solução para ala-vancar o negócio. “Como os custos rela-tivos aos empréstimos no Brasil são ele-vados, os cuidados, portanto, têm que ser redobrados. Uma alternativa interes-sante aos empreendedores individuais, os micros e pequenos empreendedores são os bancos de microcrédito governa-mental, tal como o Banco do Povo do Go-verno Estadual Paulista e também outras organizações da sociedade civil, como o Banco Pérola, pois são organizações que praticam, em geral, taxas de juros infe-riores aos bancos tradicionais”, completa o professor da FEI.

Mesmo assim, só no terceiro trimes-tre de 2015, a busca por crédito pelas pequenas e médias empresas (PMEs) paulistas cresceu 27%, de acordo com números da Desenvolve SP - agência de desenvolvimento que financia empre-sas no Estado de São Paulo. Os dados apontam que a soma dos recursos de-sembolsados no período foi de R$95,5 milhões, superior aos R$74,9 milhões apurados no trimestre anterior. Grande parte do montante, 89%, foi destinada para investimentos de longo prazo, in-cluindo projetos ligados à inovação de processos, produtos e serviços.

ONDE INVESTIREm relação a segmentos que prome-

tem dar resultados positivos em 2016, tanto Marcelo Moreira quanto Claudio

“Acredito que os negócios mais interessantes

para os próximos dois ou três anos são aqueles que

ajudem as pessoas e as empresas a melhorar a

eficiência do que fazem ou realizam, produtos e serviços

que contribuam com o combate ao desperdício e que, finalmente, agreguem novos consumidores de mercados pouco

explorados”EDSON SADAO,

PROFESSOR DA FEI

tuições, mas é imperativo ter consciên-cia da quantia. Se possível, meu conselho é que o profissional consiga capital com familiares ou amigos a juros bem meno-res”, projeta o coordenador de Pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira.

Já o consultor empresarial Moisés Bagagi acredita que o melhor é evitar

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Formada em Jornalismo, Renata Castello logo mergulhou na área da comunicação, trabalhando em uma multinacional do setor de infraestrutura. Durante anos seguiu coordenando a comunicação dos projetos do setor de energia, mas sentia falta de novos desafios e de explorar uma nova linguagem. Essa inquietude a levou a abandonar o emprego seguro para fundar o Eugosto.de, primeiro site feminino com o diferencial da personalização do conteúdo - o usuário recebe conteúdos específicos de acordo com seu interesse.

Para chegar à startup lançada neste ano, Renata investiu seu bônus anual e se programou, utilizando o dinheiro para dar início à empreitada. “Fiz meu pé-de-meia. Estamos vivendo uma revolução na comunicação e queria fazer parte disso. Decidi, então, que era a hora de partir para novos desafios, de experimentar novas linguagens e conteúdos. O Eugosto.de não me dá a tranquilidade financeira que eu tinha ao trabalhar em uma corporação internacional em anos sem crise, é importante citar. Por outro lado, estamos dentro de todos os nossos cronogramas de planejamento, o que me dá mais confiança no futuro”, afirma a empresária.

O sonho de ser dona do próprio negócio nunca foi seu e Renata lembra que houve pouco contato com o empreendedorismo durante a graduação. “Não somos formados para a possibilidade de fundar um negócio, criar uma nova cultura, ou pensar em como inovar o setor em que você está se inserindo como profissional. Por isso, ser minha

própria chefe não era um sonho. Essa possibilidade começou a surgir no momento em que comecei a pensar e a modelar o que seria o meu negócio. Empreender se tornou um sonho no momento em que eu comecei a sonhar, e é um círculo virtuoso”, emenda.

Para chegar aonde desejava, Renata também contou com o sócio-fundador, Bruno Memoria, que possui uma enorme veia empreendedora e voltou sua carreira para esse estudo, com passagens pelo Vale do Silício, na Califórnia, e atividade acadêmica. Diante do mercado constantemente em mudança, Renata acredita que investir no sonho do negócio próprio é a maneira ideal de se firmar profissionalmente. “Para o atual momento da economia, bootstrap, fazer por si só, sem auxílio externo, é o caminho a seguir. Mostrar que seu negócio consegue ser sustentável mesmo sem investimento externo mostra a maturidade e a validação da proposta de valor de uma startup. Conseguir sobreviver no período pré-investimento é fundamental, principalmente em momentos de crise, em que o investimento em startups é escasso”, finaliza.

Renata Castello, fundadora do Eugosto.de

CAPA OPORTUNIDADE

Thiegi afirmam que o principal é ter um negócio diferenciado, que se mostre melhor e mais competitivo na compa-ração com seus concorrentes, indepen-dentemente de seu ramo de atuação. No caso do franchising, no terceiro trimes-tre do ano, os segmentos que mais cres-ceram em faturamento foram Educação e Treinamento, Negócios, Serviços e Ou-tros Varejos e Veículos, com 15% de cres-cimento, seguidos por Hotelaria e Turis-mo, com 14% de expansão.

Para a advogada Melitha Novoa Pra-do, é importante que o empreendedor se mantenha atualizado e tenha cuida-do com segmentos que ascenderam em 2015, mas podem cair em 2016. “Nos últimos anos, observamos no Brasil uma grande explosão de ‘franquias da moda’, como as brigaderias, cupcake-rias e paleterias. Apesar de sua rápida ascensão e popularidade, o aumento da oferta e a baixa demanda são fatais para esse tipo de segmento. Novamen-te, entra em cena a figura do empreen-dedor que traz novidades constantes a seu negócio, mantendo os consumido-res interessados. No caso das franquias, essa inovação é rígida, uma vez que é condicionada à aprovação da franque-adora, que, por sua vez, deve prezar pe-la padronização da rede. No entanto, destacam-se as franquias que a tuam no ramo de alimentação as quais, se-gundo a ABF, representam mais de 20% das marcas existentes no mercado bra-sileiro”, aponta.

Segundo o diretor de Inteligência de Mercado da ABF, o franchising é um or-ganismo vivo que reage a qualquer estí-mulo, pois o mercado brasileiro tem se mostrado forte, resiliente e estruturado. “O franchising começou no Brasil há 30 anos, em um momento de hiperinfla-ção, e superou. Temos experiência para enfrentar. Prova disso é o crescente nú-mero de negócios em território nacional e mais de cem marcas brasileiras no ex-terior”, opina Thiegi. Uma das alternati-vas que os franqueados têm encontra-do diante de adversidades e que garante certa estabilidade é o repasse de unida-des. Com isso, a unidade não fecha e é

SEDE POR MUDANÇA

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“Nos últimos anos, observamos no Brasil uma grande explosão de ‘franquias da moda’, como as brigaderias, cupcakerias e paleterias. Apesar de sua rápida ascensão e popularidade, o aumento da oferta e a baixa demanda são fatais para esse tipo de segmento”MELITHA NOVOA PRADO,ADVOGADA DO TLNP ADVOGADOS

• INVESTIGUE ANTES DE INVESTIR: saiba mais do que dados, processos e números; busque informações com outros franqueados.

• NÃO COMPRE POR IMPULSO: analise o mercado, seu perfil profissional e reflita sobre como o franchising pode se encaixar em sua vida.

• ENTENDA O NEGÓCIO: ele precisa abordar assuntos que você tenha interesse e que irá satisfazê-lo.

• FRANQUIA TAMBÉM É RISCO: não existe negócio sem risco no mercado, por isso, é necessário estar pronto para a batalha.

• SIGA AS REGRAS: tornar-se um franqueado significa seguir padrões e respeitar procedimentos. Liberdade o interessa mais? Então caia fora!

QUER UMA FRANQUIA? FUJA DAS CILADAS

repassada para outro franqueado inte-ressado. A taxa do trimestre foi de 0,6%.

No caso das MPEs, o coordenador de Pesquisas do Sebrae-SP aponta que 2016 ainda deve ser um ano delicado, mas não tão difícil quanto 2015. “Esperamos o iní-cio de uma retomada, mas isso depende muito da inflação. Esperamos a retoma-da do poder de compra do consumidor para o aquecimento do mercado interno. Quanto a setores, o importante é investir cada vez mais em inovação, pois perante grandes dificuldades surgem as grandes saídas. Há ramos que vão muito bem e outros que deverão passar por um novo fôlego em 2016, mas o ideal é que o em-preendedor faça o melhor para seu negó-cio, independentemente do seu ramo de atuação”, destaca Marcelo Moreira.

A dica de investimento do professor

da FEI diz respeito à segmentação. Pa-ra ele, uma boa ideia para os empreen-dedores é destinar sua empresa para ni-chos do mercado, como cosméticos pa-ra homens ou de baixo custo para a ba-se da pirâmide. “É preciso perceber que em um momento como o que estamos vivendo, ao mesmo tempo em que os restaurantes mais caros diminuem sua clientela, os vendedores de quentinhas aumentam a sua demanda. Em sínte-se, acredito que os negócios mais inte-ressantes para os próximos dois ou três anos são aqueles que ajudem as pessoas e as empresas a melhorar a eficiência do que fazem ou realizam, produtos e servi-ços que contribuam com o combate ao desperdício e que, finalmente, agreguem novos consumidores de mercados pouco explorados”, opina Edson Sadao. FO

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*João Cristofolini é um empreendedor serial, autor do livro “O que a escola não nos ensina”, palestrante e consultor.

TEXTO DE JOÃO CRISTOFOLINI

1.  Está disposto a trabalhar mais horas do que já trabalha hoje?

A. Sim, inclusive em finais de semana, feriados e noites afora quando necessário.

B. Pretendo trabalhar a mesma quantidade que trabalho hoje.

C. Quero empreender para justamente trabalhar menos tempo.

2. Como avalia sua habilidade de vendas?

A. Adoro vendas, já trabalhei na área e busco sempre informações a respeito.

B. Nunca trabalhei com vendas, mas estou disposto a aprender ou encontrar um sócio que me complemente nessa habilidade.

C. Não gosto de vendas e acho que meu produto ou serviço se vende sozinho.

3.  Como avalia sua habilidade de marketing?

A. Tenho conhecimento em marketing, estudo e acompanho frequentemente os maiores especialistas sobre o assunto e suas grandes mudanças nos dias de hoje.

SOU OU NAO SOUUM EMPREENDEDOR?EIS A QUESTAO!

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RESULTADOMAIORIA DAS RESPOSTAS A: Você apresenta habilidades

fundamentais para empreender, parabéns. O que não quer dizer que você terá sucesso nessa área, e sim que está ciente das habilidades necessárias e deverá cada vez mais desenvolvê-las. É hora de tirar sua ideia do papel e colocá-la em prática.

MAIORIA DAS RESPOSTAS B: É importante que você busque

desenvolver algumas habilidades como empreendedor, o que não quer dizer que não deva empreender. Busque cada vez mais informação e conhecimento a respeito e esteja preparado para começar seu negócio assim que possível. Concilie sempre estudo com a prática, empreendendo.

MAIORIA DAS RESPOSTAS C: Será importante você desenvolver

algumas habilidades fundamentais para um empreendedor. Busque conhecimento e experiências que o ajudem sobre isso. Lembre-se de que nenhum empreendedor nasce pronto, é preciso desenvolver suas habilidades para isso. Se esse é seu sonho, não desista dele.

DESCUBRA SE VOCÊ ESTÁ REALMENTE PREPARADO PARA EMPREENDER NO PRÓXIMO ANO

TESTE

B. Nunca trabalhei com marketing, mas estou disposto a aprender ou encontrar um sócio que me complemente nessa habilidade.

C. Não gosto de marketing e acho que meu produto ou serviço se vende sozinho.

4.  Como avalia sua habilidade de educação financeira?

A. Tenho condições financeiras de me manter nos próximos 12 meses sem depender da receita do negócio.

B. Consigo me manter por poucos meses e logo o negócio precisará pagar meu pró-labore.

C. Não tenho nenhuma reserva financeira e ainda penso em buscar uma linha de empréstimo para montar meu negócio.

5.  Como avalia sua inteligência emocional?

A. Tenho controle sobre minhas emoções e não permito que fatores externos interfiram nela.

B. Dependendo do momento e dos fatores externos, consigo manter meu equilíbrio emocional.

C. Tenho grande dificuldade nessa área.

6.  Como avalia suas possibilidades de fracasso?

A. Tenho ciência de que fracassos são caminhos naturais do empreendedorismo e estou disposto a recomeçar quantas vezes forem necessárias.

B. Consigo permitir que algo dê errado, mas não por muito tempo.

C. Não tenho tempo, condições ou interesse em considerar qualquer possibilidade de fracasso.

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