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neuza-teixeira
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poema
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Se soubesses, minha esperança,
Que anelar ardente e incerto
Na aridez deste desertoMe fazia esperar e crer!
Ai, bem-vinda, mensageira
De uma indizível ventura!
A uma vida de amargura,
Ridente imagem, põe fim!
Para longe esta tristeza,
Vejo enfim formosos dias!
Oh! dá-me, dá-me alegrias,
Que me cansa a vida assim!
Qual a terra desflorida
Pelas mãos do Inverno agreste,Que de gelos a reveste,
E lhe afrouxa a luz do Sol;
Cinge as vestes de verdura,
Toda de amor palpitante,
Qual virgem junto do amante
Da Primavera ao arrebol;
De um passado de incerteza,
Rasga o seu véu de tristeza,
Ao ver-te surgir, amor!
E num hino de alegria
Saúda a risonha aurora,
Que deslumbrante a namora
Com fatídico fulgor,
Bela flor, fragrante rosa
Nos agros campos da vida,
Tal minha alma envolta em trevas
Entre as outras escondida,
Como pudeste florir!
Como os vendavais furiosos
Das tempestades humanas,
Em suas fúrias insanasTe não puderam ferir?
Foi condão do Céu por certo,
Foi talvez aura celeste
Que, ao nasceres, recebeste
E em ti se difundiu;
E, forte, desceste ao mundo,
Brilhando de luz divina;
Essa luz que me fascina,
Que nas trevas me sorriu!
Também, tu, bela, aspiravasA um futuro vago ainda?