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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – (ASCES-UNITA)
ATUALIZAÇÃO SOBRE
ESPECIFICIDADE, INTERFACES E
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO SUASCURSO
Módulo I – Unidade I
Facilitador: MARCOS NASCIMENTO
Introdução histórica e conceitual sobre a
Proteção Social, Assistência Social no Brasil
e a compreensão sobre Território.
De diferentes formas, apesar de variações históricas eculturais, todas as sociedades humanas desenvolveramalguma forma de proteção aos seus membros maisvulneráveis.
PROTEÇÃO SOCIAL
A proteção supõe, além da oferta de bens materiais, oacesso a bens culturais, políticos, econômicos, sociais esimbólicos que permitem a sobrevivência e a integraçãona vida social.
PROTEÇÃO SOCIAL
A expressão “questão social” surge na
Europa Ocidental na terceira década
do século XIX (1830) e do ponto de
vista histórico, vincula-se
estreitamente à exploração do
trabalho, que gera desigualdades
econômicas e sociais. Sua gênese
pode ser situada na segunda metade
do século XIX quando os trabalhadores
reagem à essa exploração.
No início da Revolução Industrial, especialmente naInglaterra, mas também na França e em outros paíseseuropeus, assistiu-se a uma pauperização massiva dostrabalhadores nas concentrações industriais. Sem dúvida,o empobrecimento desse primeiro proletariado foiuma característica do iniciante processo deindustrialização que trazia consigo um enorme custosocial.
PROTEÇÃO SOCIAL
PROTEÇÃO SOCIAL
Trata-se de uma superpopulação urbana, flutuante,miserável, cortada de seus vínculos rurais, e submetida acondições de vida degradantes, como constatam osestudos sobre as primeiras cidades industriais do séculoXIX.
Maria Stella M. Bresciani; Londres e Paris no Século XIX: o Espetáculo da pobreza. SãoPaulo, Brasiliense, 2004 (10ª reimpressão da 1ª edição de 1982)
E quem eram essas pessoas
PROTEÇÃO SOCIAL
Aos poucos, esse primeiro proletariado vai seorganizando como classe trabalhadora. Através de suaação organizada, os trabalhadores e suas famíliasapresentaram suas reivindicações à esfera pública,colocando em evidência a relação entre sua pobreza e aforma de estruturação da emergente sociedadecapitalista.
PROTEÇÃO SOCIAL
As desigualdades sociais não apenas passaram a serreconhecidas como problema social como tambémreclamaram a intervenção dos poderes políticos naregulação pública das condições de vida e de trabalhodesses trabalhadores.
As lutas e reivindicações do movimento operário (queinclusive organizou-se em sindicatos e partidos) gerarammelhores condições de trabalho e deram início asprimeiras instituições de proteção social.
PROTEÇÃO SOCIAL
As lutas por direitos sociais levam o Estado a envolver-seprogressivamente no campo social, numa abordagempública da questão social, e constituindo novosmecanismos de intervenção nas relações sociais, sejapor meio de legislações laborais ou de mecanismos deproteção social.
Advento do Estado
Capitalista nos primórdios da
industrialização
Questão Social
Transformação radical nos
mecanismos de proteção social realizada pelas famílias, ordens
religiosas e comunidades
Conjunto de
expressões
que definem
as
desigualdades
sociais
Revolução Industrial
(Inglaterra, França e outros países
europeus)
Aumento massivo da pobreza da
classe trabalhadora (condições de
vida degradantes)
Posterior organização
da classe trabalhadora em sindicatos
partidos –movimentos
operário/ reivindicações
Melhores condições de
trabalho e início das primeiras
instituições de proteção
social
PROTEÇÃO SOCIAL
PROTEÇÃO SOCIAL
Pode ser definida como um conjunto de iniciativaspúblicas ou estatalmente reguladas para a provisãode serviços e benefícios sociais visando a enfrentarsituações de risco social ou de privações sociais(Jaccoud, 2009:58).
Dinâmica com grupos:
Quem produz Proteção
Social nos diferentes
cenários e territórios?
PROTEÇÃO SOCIAL
PROTEÇÃO SOCIAL
Vídeo:
Compreendendo a
Proteção Social
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=b5XCvFFNPjc
PROTEÇÃO SOCIAL
O desenvolvimento das políticas sociais,
particularmente as protetivas, expande o
campo público que permite aos cidadãos
acessar recursos, bens e serviços sociais
necessários, sob múltiplos aspectos e
dimensões da vida: social, econômico,
cultural, político, ambiental entre outros. E é
dessa forma que as políticas sociais voltam
para a efetivação de direitos, necessidades
e potencialidades dos cidadãos.
DÚVIDAS
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Vídeo:
A História da Assistência
Social no Brasil
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qPE5MdntV2Y
Como está essa história no seu
município
O que o CMAS tem feito para
fortalecer a Assistência Social
como uma política pública no
seu âmbito de atuação
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Quando em
nome da
Proteção
cometemos a
exclusão
Quando
produzimos
desproteção
social nos
serviços
Dinâmica com grupos:
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
QUAIS AS
SEGURANÇAS
DEFINIDAS PELA
PNAS 2004?
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
SEGURANÇAS SOCIAIS DE RESPONSABILIDADE DA ASSISTÊNCIA
SOCIAL
A segurança de acolhida deve garantir alojamento e condições de
sobrevivência para aqueles que, por quaisquer circunstâncias, estejam em
situação de abandono ou ausência de moradia;
A segurança de convívio busca impedir o isolamento e afirmar e
fortalecer relações de sociabilidade, reconhecimento social, troca e
vivência, seja na família ou na comunidade;
A segurança de renda e sobrevivência implica tanto na garantia de
acesso a uma renda mínima, seja para as famílias pobres ou para idosos
ou pessoas com deficiência que estejam impossibilitados para o trabalho,
além de benefícios eventuais como nos casos de calamidade, carências
ou urgências específicas.
A segurança de autonomia visa atuar na promoção do protagonismo,
participação e acesso a direitos.
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
Segurança de Acolhida: provida por meio da oferta pública
de espaços e serviços para a realização da proteção social
básica e especial, devendo as instalações físicas e ação
profissional conter:
- Condições de recepção;
- Escuta profissional qualificada;
- Repasse de informações e orientações;
- Estabelecimento de referência e contra referência;
- Concessão de benefícios;
- Aquisições materiais, econômicas, políticas, culturais e
sociais;
- Abordagem em territórios de maior vulnerabilidade e de
incidência de situações de risco;
- Oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência
de indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência.
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
Segurança de Renda: operada por meio da concessão de
auxílios e da concessão de benefícios continuados, nos termos
da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de
proteção social, que apresentem vulnerabilidades decorrentes
do ciclo de vida e/ou incapacidade para a vida independente e
para o trabalho.
Exemplos: BPC e PBF.
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
Segurança de Convívio ou Vivência Familiar, Comunitária e
Social: exige a oferta pública e continuada de serviços que
garantam oportunidades e ação profissional para:
a. A construção, a restauração e o fortalecimento de laços de
pertencimento, de natureza geracional, intergeracional,
familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários;
b. O exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e
de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade.
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
Segurança de Desenvolvimento da Autonomia: exige ações
profissionais e sociais para:
a. O desenvolvimento de capacidades e habilidades para o
exercício do protagonismo, da cidadania;
b. A conquista de melhores graus de liberdade, respeito à
dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção social
para o cidadão, a família e a sociedade;
c. Conquista de maior grau de independência pessoal e
qualidade nos laços sociais, para os cidadãos sob
contingências e vicissitudes.
Exemplo: acesso a saúde, educação, documentação civil,
habitação, geração de trabalho, emprego e renda.
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS
Apoio e Auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a
oferta de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter
transitório, denominados de benefícios eventuais para as
famílias, seus membros e indivíduos.
Exemplo: Auxílio funeral.
Os Benefícios Eventuais são assegurados pelo artigo 22 da
LOAS, e integram organicamente as garantias do SUAS. A
Resolução nº 212, de 19 de outubro de 2006, do CNAS, e o
Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007, estabeleceram
critérios orientadores para a regulamentação e provisão de
Benefícios Eventuais no âmbito da Política Pública de
Assistência Social pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
- Matricialidade Sociofamiliar: o foco
atribuído no SUAS, a centralidade da
família, pressupõe romper com a
lógica individualista de prestação dos
serviços socioassistenciais, o que
significa avançar da atenção individual
ou ainda por faixa etária e por
necessidades específicas, para
intervir considerando a dinâmica
familiar.
FAMÍLIA OU
FAMÍLIAS?????
- A família exerce uma função assistencial
primária;
- Toda proteção passa pela via da família
comum a íntima relação como território;
- É preciso buscar a segurança de
convivência para a família e seus membros.
Por que a FAMÍLIA é o
OBJETO DE PROTEÇÃO para
a Política de
Assistência Social?
MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
TERRITÓRIO
FALAR
ESCUTAR
TOCAR
OLHAR
SENTIR
Território: é a base de organização do SUAS, o
território representa muito mais do que o espaço
geográfico.
É importante considerarmos que o princípio da
territorialização reconhece a presença de múltiplos
fatores sociais e econômicos, que levam o indivíduo
e a família a uma situação de vulnerabilidade, risco
pessoal e social. Pensando nisso, as ações da
assistência social devem ser planejadas
territorialmente, tendo em vista:
- a superação da fragmentação;
- o alcance da universalidade de cobertura;
- a possibilidade de planejar e monitorar a rede de
serviços;
- a realização de vigilância social das exclusões e
estigmatizações presentes nos territórios de maior
incidência de vulnerabilidades e carecimentos. (BRASIL, Caderno SUAS 2, 2008, p.53).
A proteção social requer uma maior aproximação
possível da vida das pessoas, o que pressupõe
considerar:
- A identificação das efetivas condições de vida das pessoas e do território,
onde elas vivem com suas famílias;
- O município, como uma menor escala administrativa governamental, do
ponto de vista federal, onde se operacionalizam programas, projetos,
serviços, benefícios e
transferência de renda;
- A identificação das diferentes manifestações e expressões da pobreza, dos
riscos e vulnerabilidades sociais nos territórios de atuação;
- A localização dos serviços socioassistenciais e sua relação com a
concentração da demanda, ou seja, o tipo/perfil de demandas e necessidades
que devam ter a atenção nos serviços;
- A identificação das necessidades da população, mas também é fundamental
a identificação das potencialidades (das pessoas, das famílias e da
comunidade) existentes e/ou que devem e podem ser potencializadas.
O “território pode ser fator de proteção
e/ou de desproteção” (SPOSATI, 2009,
p.45).
Partindo dessa afirmação, que iniciativas
você identifica no território de sua
atuação que promovem a proteção e
quais fatores têm, ainda, contribuído
para a desproteção das pessoas que lá
vivem?
Rede Socioassistencial: é composta por serviços
públicos prestados pelos órgãos governamentais ou
por organizações e entidades de assistência social.
A rede socioassistencial cumpre um
importante papel político no
processo de fortalecimento do
SUAS. Por exemplo: a articulação
da rede de proteção social básica
referenciada no CRAS consiste no
estabelecimento de contatos,
alianças e fluxos de informações e
encaminhamentos entre o CRAS e
as demais unidades de
proteção social básica do território,
assim como a articulação da rede
de proteção social especial
referenciada nos CREAS.
Intersetorialidade: refere-se ao
diálogo com as demais políticas e
setores, garantindo o acesso das
famílias aos serviços setoriais e a
outros direitos e oportunidades. As
normativas do SUAS reconhecem a
necessária complementaridade entre
os serviços das diversas políticas
públicas sociais, visando garantir
proteção integral às famílias e
indivíduos.
Mas como articular a rede intersetorial em seu
município ? ? ? ?- criar mecanismos de compartilhamento por meio de um sistema de
comunicação formal e contínuo entre estruturas e órgãos para
viabilizar iniciativas, recursos, lideranças e processos de
acompanhamento e controle, com as câmaras intersetorias e os
conselhos de controle social articulados;
- compreender que a intersetorialidade não é um mero arranjo
informal; ao contrário, necessita ser institucionalizada e normatizada
de maneira que propicie uma ação contínua e efetiva;
- substituir a competição entre as políticas sociais pela cooperação,
atuando com base em interesses comuns, compartilhados e
negociados em comum acordo, sempre visando a atender às
necessidades da população usuária, na perspectiva do interesse
público;
Mas como articular a rede interinstitucional em
seu município ? ? ? ?
- substituir a competição entre as políticas sociais pela cooperação,
atuando com base em interesses comuns, compartilhados e
negociados em comum acordo, sempre visando a atender às
necessidades da população usuária, na perspectiva do interesse
público;
- reconhecer as especificidades de cada política social. No caso da
assistência social, a interlocução com os demais setores e a
construção de agendas comuns dependem de uma boa
compreensão por parte dos demais setores, do campo de atuação da
assistência social, suas normativas, bem como das funções do
CRAS, CREAS, Centro POP e demais serviços ofertados,
prioridades de acesso e fluxos.
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAS
Os serviços que são
ofertados e garantidos por
meio da rede
socioassistencial estão
caracterizados na tipificação
nacional (Resolução do
CNAS, nº 109 de 2009, da qual
trataremos mais adiante) que,
pela primeira vez na história da
política de assistência social,
define e estabelece critérios de
qualidade para essa oferta.
DÚVIDAS
Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e Capacitação
www.sigas.pe.gov.brE-mail: [email protected]
Telefone: 81 3183 0702
Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA
E-mail: [email protected]: (081) 2103-2096