59

Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

  • Upload
    lydang

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando
Page 2: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

ÁREA: HISTÓRIA

PROFESSOR PDE: ANTONIO GRACIANO TRINTIN

ORIENTADOR: LUPÉRCIO ANTONIO PEREIRA .

Page 3: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

2010/2011

SUMÁRIO

1. Apresentação ............................................................................................... 03

2. Conceito e Origem da Cana-de-Açúcar.........................................................03

2.1 Atividades.................................................................................................. 06

2.2 A introdução da Cana-de-açúcar no Brasil................................................ .06

2.3 A aquisição das terras para o plantio e o corte da cana ........................... 07

3. O Engenho................................................................................................... .09

3.1 Tipos de engenho.................................................................................... 15

3.2 Estrutura Organizacional para fabricação de açúcar no Engenho............. 15

3.3 Atividades................................................................................................... 18

4. A Sociedade Açucareira.............................................................................. .20

4.1 Atividades.................................................................................................. 23.

4.2 Texto Complementar – A vida na casa grande.......................................... 23

5. O comércio do açúcar no período colonial.......................................... 24

5.1 Atividades....................................................................................................25

5.2 Texto Complementar – Açúcar – Sua História e os fatores do seu sucesso

no Brasil.............................................................................................................26

6 Mão de obra escrava......................................................................................27

7 Expansão do mercado consumidor e a concorrência de outros produtores no

século XIX..........................................................................................................30

7.1 Invasão Holandesa......................................................................................30

7.2 Açúcar de Beterraba....................................................................................32

8 Passagem do Engenho para Usina.............................................................. 33

8.1 Atividades................................................................................................. 34

8.2 Estrutura Organizacional para produção de açúcar em uma Usina......... 34

9. Os derivados da Cana-de-açúcar..................................................................38

9.1 Cachaça.......................................................................................................38

9.2.Atividades................................................................................................... 42

9.3 Rapadura................................................................................................... 42

9.4 Atividades.................................................................................................. 44

10 Álcool/Etanol.............................................................................................. 45.

10.1.Atividades............................................................................................... 47

2

2

Page 4: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

11. Referências bibliográficas......................................................................... 53

1- Apresentação

O presente material didático-pedagógico caracteriza-se como uma

proposta de intervenção por meio de leituras, debates, questionários;

interpretação de textos; utilização de imagens, dentre elas, trechos de filmes

para o ensino de História.

O objetivo é discutir a importância que a cana-de-açúcar teve na História

do Brasil, desde os seus primórdios até os dias atuais.

É quase impossível falar da História do Brasil sem mencionar a grande

influência cultural, política, econômica e social que a economia açucareira

trouxe para nossos lares.

Os subprodutos da cana-de-açúcar estão integrados na rotina diária de

toda população, fazendo-se presente desde o café da manhã até os meios de

locomoção para a escola ou para o local de trabalho de grande parte dos

brasileiros. Além disso, muitos autores como Caio Prado Júnior e Gilberto

Freyre, identificam a cana-de-açúcar como elemento essencial na conformação

étnica da população brasileira, resultado da mistura de europeus, índios e de

africanos. Para um autor como Gilberto Freyre, foi à sombra dos canaviais que

se formou uma sociedade culturalmente híbrida e marcada pela tolerância

racial.

A cana-de-açúcar foi à base econômica que deu sustentação para o

crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade

excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando o

direito à cidadania plena, mesmo assim foram importantes porque implantaram

uma nova cultura para o povo brasileiro como a dança, a música, comidas,

religiosidade, etc.

2- Conceito e Origem da cana-de-açúcar

3

3

Page 5: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum.

Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um

híbrido multiespecifico, recebendo a designação "Saccharum spp.1"

A cana-de-açúcar é uma planta de tronco fino e comprido com folhas

também compridas e verdes. Seu tronco é macio e possui alta concentração de

açúcar2.

Disponível em: http://aquarelasculturais.blogspot.com/2010/08/origens-da-

cana-de acucar.html. Acesso em 31 de março de 2011.

Assunto muito controvertido é o que define a idade da cana-de-

açúcar no mundo – entre 12 mil anos e 6 mil anos atrás. O lugar onde a planta

germinou pela primeira vez também é uma incógnita, devido à quantidade de

gramíneas hibridas existente e à falta de documentação que certifique sua

1 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana_de_a%C3%A7ucar – Acesso em 30 de dezembro de 20102 Cana-de-Açúcar - Características, canaviais, produção de álcool e açúcar, geração de energia. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/cana-de-acucar.htm. Acesso em 29 de abril de 2011.

4

4

Page 6: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

origem. Uma linha de pesquisadores admite que a cana-de-açúcar tenha

surgido primeiramente na polinésia; alguns arriscam a Papua Nova Guiné

como berço da gramínea. Os estudiosos que admitem o surgimento da cana há

6 mil anos indicam a Indonésia, Filipinas e norte da África como expansão

natural nos 2 mil anos após o primeiro registro da Planta3.

Todavia, é certo que a cana é de origem asiática, chegou a Europa

no período medieval trazida pelos árabes, foi introduzida em escala modesta,

na Sicilia (sul da Itália) e distribuída por Veneza. A grande revolução no

mercado açucareiro ocorreu com a produção das ilhas do Atlântico, cuja

distribuição na Europa foi dada à Holanda, que, assim quebrou o monopólio

veneziano. É nesse contexto que irá se dar a produção brasileira.

Durante centenas de anos, o açúcar foi considerado uma especiaria

extremamente rara e valiosa. Apenas nos palácios reais e nas casas nobres

era possível consumir açúcar. Vendido nos boticários (as farmácias de então),

o açúcar atingia preços altíssimos, sendo apenas acessível aos mais

poderosos.

Segundo pesquisas,

Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia. No "Atharvaveda", o livro dos Vedas, há um trecho curioso: "Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura.... Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". A palavra "açúcar" é derivada de “shakkar” ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia4

Existem relatos ainda, de que a cana-de-açúcar expandiu-se para o

Ocidente graças a Alexandre, o Grande, no século IV a.C, sendo introduzida na

Europa pelos árabes, tendo os mouros iniciando seu cultivo na Espanha

(Andaluzia). Mais tarde, passou a ser cultivada em regiões mais quentes, mais

favoráveis à produção de açúcar: arquipélago das Canárias, pelos espanhóis, e

ilha da Madeira, pelos portugueses, vindo posteriormente a ser inserida no

Brasil.

3 Disponível em: http./www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-açucar. Php. Cana-de-Açucar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011.

4 A História da Cana-de-açúcar - Da Antiguidade aos dias atuais. Tudo sobre Plantas. Disponível em: http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/tag/cana-de-acucar/. Acesso em 29 de abril de 2011.

5

5

Page 7: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

2.1 Atividade’

Revendo o tema conceito e origem da cana – de- açúcar, resolva os exercícios.

1- Qual a origem da cana-de-açúcar?

2- O que é cana-de-açúcar?

3- Segundo Caio Prado e Gilberto Freyre, qual a importância da cana-de-

açúcar para o Brasil?

4- Por que a cana-de-açúcar formou no Brasil uma sociedade excludente?

5- Por que não se sabe com certeza absoluta a origem e a idade da cana-

de-açúcar?

2.2 A introdução da cana cana-de-açúcar no Brasil

Cristovão Colombo trouxe a cana-de-açúcar para a América na

segunda viagem ao continente, em 1493, quando começou a ser plantada na

atual república Dominicana e Haiti

Todavia, oficialmente, foi Martim Affonso de Souza, em 1532, quem

trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de

São Vicente. Lá, ele mesmo construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi

no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os

engenhos de açúcar se multiplicaram.

O estudo da cana-de-açúcar no Brasil é um tema relevante, e para

compreensão faz se necessário destacar três ciclos que marcaram a História

da produção econômica no País: O ciclo da cana, do ouro e do café, que

logicamente ao lado de outros sistemas produtivos buscaram suprir o mercado

interno e externo.

Porém, a economia açucareira foi uma das que mais se destacou na

história do Brasil e continua em evidência até os dias atuais em virtude de

vários fatores, dentre eles: a alta qualidade do solo; clima favorável; terras

férteis; mão-de-obra farta e barata e pela valorização do produto no comércio

externo.

O ciclo da cana-de-açúcar teve início no Brasil em decorrência da

necessidade dos portugueses em colonizar e explorar as riquezas aqui

6

6

Page 8: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

existentes. Assim, tendo em vista a experiência que os portugueses detinham

nas Ilhas dos Açores e da Madeira, Martin Afonso de Souza providenciou o

plantio imediato das mudas de cana nos arredores da povoação de São

Vicente (São Paulo) e, depois de um ano, tinha quantidade suficiente de mudas

para distribuir aos colonos.

O plantio da cana ocorreu principalmente na região nordeste.

Cumpre esclarecer, que, em decorrência

“das invasões de estrangeiros no Brasil, tornou-se necessário habitar a nova colônia. Para isso, o rei D. João III dividiu as terras pertencentes a Portugal, conforme o Tratado de Tordesilhas, em capitanias hereditárias, a exemplo do que havia sido feito em Madeira e Açores. As capitanias eram doadas pelo rei aos donatários – fidalgos portugueses que, em troca, deveriam povoar cultivar, desenvolver e defender, principalmente de invasores, as terras concedidas. A capitania mais importante na época do ciclo da cana era a Capitania de Pernambuco, que pertencia a Duarte Coelho, onde foi implantado o primeiro centro açucareiro do Brasil. Logo se seguiu o despertar da Capitania da Bahia de Todos os Santos – de Francisco Pereira Coutinho – e, com o desmatamento da Mata Atlântica nativa, os canaviais expandiram-se pela costa brasileira” 5.

Assim, a cana-de-açúcar e o açúcar foram no Brasil os responsáveis

diretos pelo processo da colonização sistemática e forneceram os substratos

básicos para a formação da sociedade brasileira (Miranda, 2008, p.52)

Sobre a introdução da cana-de-açúcar no Brasil, reflita e responda.

1- Como e quando a cana-de-açúcar chegou à América e

especificamente ao Brasil?

2- Por que aqui no Brasil, os portugueses tiveram como primeira

opção econômica a cana-de-açúcar?

2.3 A aquisição das terras para o plantio e o corte da cana

5 Disponível em: http//WWW.portalsofrancisco.com.br/alfa/cana-deaçucar/cana-deaçucar.php. cana-de-açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011

7

7

Page 9: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Desde a instalação das capitanias hereditárias, os donatários

estavam obrigados a distribuir terras para promover o povoamento e iniciar a

valorização econômica da colônia. Dava-se o nome de sesmarias às terras

assim distribuídas. Ao sesmeiro (quem recebia a sesmaria) cabia a propriedade

plena da terra, sem nenhum vínculo de dependência pessoal. Era dever de o

sesmeiro ocupar efetivamente a terra e fazê-la produzir no prazo máximo de

cinco anos. O não-cumprimento dessa cláusula implicaria uma multa e, em

caso extremo, a perda da terra. Por isso, a terra era concedida apenas àqueles

que comprovassem dispor de recursos suficientes para tornar a terra produtiva.

Uma sesmaria tinha em média uma a quatro léguas (entre 6 e 24

quilômetros) através dela a Coroa esperava atrair pessoas de posse de

povoadores. E, de fato, os sesmeiros transformaram-se na camada dominante

dos “homens bons” (Koshiba, 1997, p. 27).

A respeito da aquisição de terra, os senhores procuravam

informações dos lavradores mais experientes, aqueles que conheciam as terras

e estavam a par dos preços e tinham conhecimentos sobre as fontes de água

indispensável para a instalação do engenho, ainda faziam um levantamento

sobre a documentação da terra. (Antonil, p. 77).

Feita a escolha da melhor terra para a cana, faz-se o plantio das

melhores mudas, durante o crescimento às vezes não bastam três limpas

conforme o tempo. (Antonil, p. 103).

O corte da cana começa em agosto após 18 meses do plantio,

depois de cortada a cana não pode ficar muito tempo exposta ao sol, podendo

causar danos a sua qualidade.

8

8

Page 10: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Corte e retirada da Cana.6

Na pratica o corte inicia ao nascer do sol e termina ao por do sol, o

corte feito pelos escravos, que cortavam em média 350 feixes, cada feixe tem

12 canas e eram preparados pelas escravas que davam conta e ainda sobrava

a elas tempo livre. (Antonil, p. 105 e 106).

3. O Engenho

O engenho de açúcar era o nome dado às fazendas produtoras de

açúcar no período do Brasil Colonial. Dentro dos engenhos havia também a

casa-grande (habitação do senhor de engenho e sua família), a senzala

(habitação dos escravos), capela, horta e canavial.

Os engenhos apresentavam complexa estrutura física, eram

construídos com madeira de lei, forte e solida como exemplo o pau-brasil,

jacarandá entre outros7.

O engenho recebia esse nome porque era uma das ferramentas

mais efetivas de mecanização. O objetivo principal era transformar a

manufatura em uma só ferramenta, na qual todas as fases da produção e todas

as máquinas convertem se em uma grande unidade.8

6 Disponível em: HTTP//www.mct.gov.mz. Acesso em 02 de junho de 2011. 7 ANTONIL. André João. Cultura e Opulência do Brasil. P. 1138 Castro J. Org. A revolução da experiência. Lisboa. Ed. SNI, 1947.

9

9

Page 11: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Engenho9.

As terras do engenho eram formadas por canaviais, pastagem e

áreas dedicadas ao cultivo de alimentos. A parte destinada ao cultivo da cana

era dividida em partidos explorada ou não pelo proprietário. No segundo caso,

as terras seriam cedidas aos lavradores, que eram obrigados a moer sua

produção no engenho do proprietário. Eram as chamadas fazendas obrigadas,

nas quais o lavrador recebia apenas a metade da sua produção em açúcar e

ainda pagava o aluguel pela utilização da terra.

Um engenho de porte médio contava com cinqüenta escravos; nos

grandes, a cifra subia para algumas centenas. Muitos engenhos possuíam

destilarias: local de produção de aguardente usada no escambo de escravos

na África. Alguns existiam exclusivamente para esse fim: as engenhocas ou

molinetes, de proporções menores e menos dispendiosas.

Caio Prado Junior, destaca que o engenho era uma organização

muito dispendiosa, um mundo em miniatura que compreendia: a moenda, casa

de purgar, casa-grande, senzala, capela, oficinas, estrebarias, pastagens,

mestre de açúcar, purgadores, feitores, caixeiros, entre outros cada um com

sua especificidade, a saber:

9Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://sites.unifra.br/Portals/17/Hist%C3%B3ria/Engenhos/engenho.jpg&imgrefurl=http://sites.unifra.br/rived/ObjetosPedag%25C3%25B3gicos/Hist%25C3%25B3ria/tabid/433/language/pt-R/Default.aspx&h=401&w=706&sz=120&tbnid=6XkFjueLct54oM:&tbnh=80&tbnw=140&prev=/search%3Fq%3Dengenho%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=engenho&hl=pt-BR&usg=__LZszhi4pNB_LitQGvsoKtPb_V0w=&sa=X&ei=j1G8TeDYJ-To0QGvv8DjBQ&ved=0CDkQ9QEwBQ. Acesso em 30 de abril de 2011.

10

10

Page 12: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

• Moenda – constituída de dois eixos dentados, por onde é espremida,

esmagada a cana-de-açúcar para a obtenção do caldo;

Moenda10.

Sobre a moenda, dizia Antonil

...nem o fazer mais açúcar depende de moer mais cana, mas de ser a cana de bom rendimento, a saber, bem açucarada, não aguacenta, nem velha. Se meterem mais cana ou bagaço do que convém haverá risco de se quebrar o rodete, e a moenda dará de si e rangerá na parte de cima, e poderá ser que se quebre algum aguilhão. Se a água que move a roda, moerá tanta cana que não se lhe poderá dar vazão na casa das caldeiras, e o caldo azedará no parol de coar, por não se poder cozer em tanta quantidade, e nem tão depressa nas tachas. E, por isso, o feitor de moenda e os mestre do açúcar, hão de ver o que convém, para que não se perca a tarefa11.

• Casa de Purgar - Quando atingia o ponto certo, o melaço era purgado

(purificado) clareamento do açúcar em formas de barro;

10Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_0XzPcRRGFs8/S733Uny86dI/AAAAAAAAACI/lMBUurUGp5s/s1600/engenho.jpg&imgrefurl=http://memoriapalmares.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__VKVc_1VyL9Td12fHZAgzMie36AQ=&h=397&w=594&sz=38&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=nVONn-1VynY27M:&tbnh=90&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dcasa%2Bde%2Bpurgar%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26tbm%3Disch&ei=ZVq8TfilOYm-0QGlmujPBg. Acesso em 10 de abril de 2011.11 ANTONIL. José André. p. 187

11

11

Page 13: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Casa de purgar12

• Casa-grande: Era a residência dos senhores de engenho;

• Senzala: Era a casa onde os escravos habitavam;

Casa grande e senzala13.

• Capela: Local para encontro dos fiéis;

12Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_0XzPcRRGFs8/S733Uny86dI/AAAAAAAAACI/lMBUurUGp5s/s1600/engenho.jpg&imgrefurl=http://memoriapalmares.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__VKVc_1VyL9Td12fHZAgzMie36AQ=&h=397&w=594&sz=38&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=nVONn-1VynY27M:&tbnh=90&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dcasa%2Bde%2Bpurgar%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26tbm%3Disch&ei=ZVq8TfilOYm-0QGlmujPBg. Acesso em 10 de abril de 2011.13Disponível em http://4.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/TTO-O_wN6tI/AAAAAAAABXs/CtUGg0J7Q1U/s1600/engenho%252C+casa+grande%252C+senzala.JPG. Acesso em 05 de maio de 2011.

12

12

Page 14: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Capela de Nossa Senhora14.

• Oficinas: Era a casa de manutenção,

• Estrebarias: Onde guardavam os animais. (cavalos),

• Pastagens: Onde os animais ficavam soltos (pasto),

• Mestre de açúcar: Aquele que provava o caldo para saber quando o

melaço atingia o ponto, ele determinava a retirada do fogo e o

encaminhava para purga,

• Purgadores: Responsáveis pelo clareamento do açúcar,

• Feitores: Aqueles que escolhiam as terras e o tipo de cana para o

plantio;

• Caixeiros: fazia o encaixotamento do açúcar (embalagem do açúcar).

Vale esclarecer que o engenho não era apenas o local de fabrico do

açúcar. Por esse termo entendia-se a grande lavoura, que era uma unidade

produtora típica da colônia, em que se produzia não apenas o açúcar, mas tudo

mais de que se necessitava.

A casa do engenho possuía toda maquinaria e instalações

fundamentais para a obtenção do açúcar. Após a colheita, o açúcar era

manufaturado em instalações industriais constituídas pela moenda movida pela

força animal, humana ou da água; pela casa das caldeiras, onde ocorria a

purificação e cozimento do caldo e pela casa purgar, onde se completava sua

“branqueação”. Guardado em caixas de até cinqüenta arrobas (cerca de

setecentos e cinqüenta quilos), o açúcar era então enviado para Portugal.

14 Disponível em: municipiodevalongo. Acesso em 11-04-2011.

13

13

Page 15: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

O primeiro engenho foi construído a mando do próprio governador e

recebeu a denominação de Engenho do Governador, pois era de sua

propriedade (José Roberto Miranda, 2008, p. 42

Nos princípios do século XVII, o autor dos Diálogos das Grandezas

do Brasil calculava que cada engenho devesse dispor: primeiro, de boas terras;

segundo, bastante água para as moendas; terceiro, matas situadas perto do

engenho para a extração de lenha e madeira, de 50 peças de bons escravos e

de 5 ou 20 juntas de bois com seus carros...Terra, água, matas, negros e bois.

(Gilberto Freyre, p.75)

Disponível em: webartigos.com. Acesso em: 11-04-2

Em seguida muitos outros engenhos foram sendo instalados,

principalmente na região nordeste, onde predominou o plantio da cana. No

inicio, a tecnologia utilizada era muito rudimentar e exigia praticamente trabalho

manual, principalmente mão-de-obra escrava.

Na década de 1570, estima-se que já havia cerca de 60 engenhos

construídos ao longo do território. Já em 1627, novos dados indicavam

praticamente o quádruplo dessas instalações15.

15 SOUZA RAINER. Apogeu e Crise do Açúcar. Equipe Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/apogeu-acucar.htm. Acesso em 23 de maio de 2011.

14

14

Page 16: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

3.1 Tipos de engenho

A classificação mais comum para se definir o tipo de engenho tinha a ver

com o tipo de força que se usava para fazê-lo moer.

Assim, havia dois tipos de engenhos, os reais e os de tração animal. O

engenho real era movido a água, apresentava grande produtividade e por isso

mesmo demandavam mais custos; e os de tração animal, também chamados

de trapiches, engenhocas ou molinetes, eram mais baratos, e tinham

capacidade produtiva estimada em cerca de 50% do volume total dos

engenhos reais. Eram movidos por bois e raramente por cavalos. (Ricardo

Geraldez, p. 80 e 81).

3.2 Estrutura organizacional para fabricação de açúcar no engenho

A Atividade do engenho acumula quase quatro séculos de história.

Dentre os documentos de maior referência certamente se destaca a obra do

missionário Jesuíta Antonil, e através de sua obra, pode se classificar, de forma

bastante reduzida, a estrutura organizacional do engenho, da seguinte forma:

1- Limpeza prévia e preparação da cana; 2- moagem da cana, 3-

armazenamento do caldo; 4- cozimento; 5- purga; 6- mascavar; 7- pesagem;

8- repartição e finalmente, o encaixotamento.

Cumpre informar, que essa estrutura corresponde a um engenho de

água, ou engenho real, o qual representava a maioria dos engenhos da época.

Para se iniciar então o processo de fabricação do açúcar, a cana era

retirada, na maioria das vezes pelos escravos e levadas até a casa de cana

através de carros puxados por bois. Na casa de cana eram cortadas as folhas

e raízes e depois a cana era lavada, para que pudesse ser retirado os

possíveis insetos e fuligem. Após, a cana era armazenada ou então

encaminhada à moenda.

A cana era moída ou esmagada em duas etapas, a primeira etapa

estava presente em todos os engenhos e dava-se o nome de moagem da

cana, quando era extraído o suco conhecido como caldo de cana ou garapa.

15

15

Page 17: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Durante a moagem, o caldo da cana caía em um tipo de gamela, de

onde escorria por uma bica, caindo em enormes tanques, chamado parol, o

qual era utilizado como reservatório.

Após permanecer no parol, esse caldo era levado até a cozinha para

cozimento sobre as caldeiras. Segundo Antonil, “nas caldeiras não faltavam às

escumadeiras, cubos, passadeiras, tachos, batedeiras, bicas, espátulas,

picadeiras, pombas, reminhóis, instrumentos necessários no processo de

produção do açúcar16”.

Até o momento de ser levado à casa das caldeiras, João Antonil,

descreve o processo da seguinte forma:

Moem-se as canas metendo algumas delas, limpas da palha e da lama (que para isso, se for necessário, se lavam), entre dous eixos, aonde, apertadas fortemente, se espremem, metendo-se na volta que dão os eixos, os dentes da moenda nas entrosas, para mais as apertar e espremer entre os corpos dos eixos chapeados, que vem a unir-se nas voltas; e, depois delas passadas, torna-se de outra parte a passar o bagaço, para que se esprema mais, e de todo o sumo, ou o licor que conserva. E este sumo (ao qual depois chama caldo) cai da moenda em uma cocha de pau, que está deitada debaixo da ponde dos aguilhões, e daí corre por uma bica a um parol metida na terra, que chamam parol do caldo, donde se guinda com dous caldeirões ou cubos para cima, com roda; eixos e correntes, e vai para outro parol, que está em um sobradinho alto, a quem chama guinda, para aí passar para a casa das caldeiras, aonde se há de alimpar17.

Assim, passa-se para a etapa de limpeza do caldo cru, a evaporação

do caldo limpo, a purificação do caldo evaporado e o cozimento do caldo

purificado. Uma vez que o xarope levado à consistência adequada, dava início

à formação dos cristais de açúcar. Já era início de outra etapa do processo, a

batedura, ou seja, o momento em que a massa era batida e repartida para o

enchimento das formas18. Nesse momento, o caldo já havia se transformado

em mel.

O mel, então, é distribuído em formas cônicas, dispostas em uma

bancada, onde fica até esfriar. Após a cristalização, o mel excedente, não

cristalizado, é extraído, por decantação, através de um orifício na parte inferior

da forma. Esse mel, chamado mel-de-furo ou melaço, tem outras utilizações,

16 ANTONIL. José André. p. 11717 ANTONIL. José André. p. 18918 SOUZA, Ivan Pereira. Do engenho à usina: estudo diacrônico da terminologia do açúcar. São Paulo. 2007. p. 63.

16

16

Page 18: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

entre elas, também, a fabricação de cachaça, após fermentação por alguns

dias.19

Formas de pão-de-açúcar em casa de purgar desativada.Engenho Santa Fé, Pernambuco, Brasil.

Cabia ao mestre saber qual delas seria despejada em primeiro,

segundo e terceiro lugar dentro dos pães de açúcar, como eram chamados os

vasilhames em forma de cone, que possuíam um orifício na parte de baixo, e

poderiam conter até vinte e sete quilos de açúcar.

Segundo Antonil, o processo era necessário porque se o mestre

colocasse no recipiente só a têmpera de cozimento perfeito, esta coalharia e se

condensaria; e se fosse totalmente solta o açúcar escorreria das formas na

casa de purgar, desfazendo-se em mel.

O açúcar cristalizado recebe o nome de pão-de-açúcar.

Segundo dissertação apresentada pelo Sr Ivan Pereira de Souza,

essa atividade compreendia cinco operações, são elas:

• Furação dos pães pelo orifício inferios das formas e colocação em purga por alguns dias, isto é, fazendo descansar as formas suspensas em andainas;• Quebra das caras dos pães ainda enformados, para separar as impurezas;• Entaipamento, que consistia em igualar, com macetes, as caras quebradas das formas;• Barreamento, que era a cobertura das caras, já igualadas, com argila saturada de água. A água ia percolando a massa de açúcar contida na forma e assim lavando o açúcar. A primeira purga se fazia sem argila, durante cerca de quinze dias. O mel que escorria pelos furos inferiores da forma era recolhido para reaproveitamento.

19 Disponível em http//pt.wikipedia.org/wiki/Engenho_de_a%C3%A7%C3%BAcar. Acesso em 05 de maio de 2011.

17

17

Page 19: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

• Umedecimento da argila. A argila era umedecida com frequencia a fim de assegurar a lavagem do açúcar. Essa operação durava, às vezes, mais de trinta dias.• Retirada dos pães das formas.

Com sabedoria, Antonil descreve essa parte do processo da seguinte

forma:

... os instrumentos de que se usa na casa de purgar são furadores de ferro, para furar os pães em dereitura do buraco das formas, cavadores também de ferro, para cavar o pão no meio da primeira cara, antes de lhe botar o primeiro e o segundo barro, e macetes, para o entaipar20.

Depois de retirados da forma, os pães passavam por uma etapa

classificatória.

Dessa operação dependia o segredo do bom açúcar, vendido de

acordo com a qualidade – branco, mascavado e panela; todas encontradas em

uma forma.21

Na parte de cima deste "pão" o açúcar era branco e, embaixo,

aparecia um açúcar mais escuro que se chamava de açúcar mascavo;

Depois de seco, o açúcar era quebrado em pequenos torrões e

estendidos sobre toldos para secar ao sol. Essa operação era repetida para

expor igualmente ao sol todo o lote de açúcar.

Após, o açúcar era classificado em tipos e finalmente colocado em

caixas para ser enviado à Europa.

3.3 Atividades :

Verifique o que aprendeu:

1- Como era organizado o engenho, segundo Caio Prado Júnior?

2- Segundo Gilberto Freyre, de que deveria dispor um bom

engenho?

20 Antonil 1711, p. 213.21 Ricardo Giraldez e Sandra Ventura, p.104 e 10

18

18

Page 20: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

3- Qual a diferença entre os engenhos reais e os engenhos de

trapiches?

4- Qual a função do mestre de açúcar?

5- Complete o esquema sobre a estrutura organizacional do

engenho, segundo o jesuíta Antonil:

Fase 1: _________________________________________________

Fase 2 :_________________________________________________

Fase 3 :_________________________________________________

Fase 4: _________________________________________________

Fase 5: _________________________________________________

Fase 6: _________________________________________________

Fase 7: _________________________________________________

Fase 8: _________________________________________________

5 - Resolva a seguinte cruzadinha

1- O que é indispensável para a instalação do engenho?

2- Por que a cana não pode ficar muito tempo exposta ao sol?

3- Quem disse que o engenho devia dispor de água, terras, matas, negros

e bois?

4- Como era conhecida a residência do senhor de engenho?

5- Quem trouxe a cana-de-açúcar para a América?

6- Quem refinava o açúcar produzido no Brasil?

7- Quem era a principal figura da sociedade patriarcal?

8- Que autor disse que o engenho é um mundo em miniatura?

9- Em que período histórico a cana chegou a Europa?

10-Onde o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar?

19

19

Page 21: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

5 C4 A

2 S8 A

1 G3 R

10 A6 N

7 D9 E

4 – A sociedade açucareira

O posto mais elevado na complexa sociedade açucareira cabia ao

Senhor de Engenho, o qual desfrutava de admirável status social, como diz

Antonil:

“O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz

consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for qual dever

ser homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor

de engenho, quando proporcionadamente se estimam os títulos entre os

fidalgos do Reino22

A sociedade açucareira era a sociedade formada pelas pessoas que

viviam nas regiões produtoras de cana e de açúcar, nos engenhos. A primeira

coisa que se pode dizer sobre essa sociedade é que era uma sociedade

agrária, rural; uma sociedade que vivia da exploração da terra.

A sociedade açucareira era patriarcal, onde o senhor de engenho

tinha autoridade absoluta sobre a mulher, os filhos e agregados e qualquer um

que habitasse seus domínios.

Na sociedade açucareira existiam também lavradores livres,

proprietários de suas próprias terras, que moíam a sua cana em qualquer

engenho, mas ao preço de deixar nas mãos do senhor de engenho a metade

do açúcar produzido.

22 ANTONIL, André, João. P. 75

20

20

Page 22: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Os lavradores livres e fazendas obrigadas não eram camponeses,

mas senhores de terras e escravos e, como tais, pertenciam à camada

dominante da sociedade. (KOSHIBA.p.27)

Com o aumento da produção de cana-de-açúcar, o país precisou de

mão-de-obra para o trabalho nas lavouras, e os escravos, trazidos da África em

navios negreiros, vieram para esse trabalho. Isso aconteceu por volta do ano

de 1535. 23

Nessa pequena sociedade fechada, que era o engenho, havia dois

grupos importantes: o grupo da casa-grande, habitação do senhor de engenho,

e o grupo da senzala, moradia dos escravos. Dois grupos totalmente

diferentes, mas que se relacionavam entre si. (Nelson Piletti, História e vida, v.

1 p.97)

Exemplo da especificidade da Casa-Grande e da senzala: A casa

grande, sede das grandes propriedades rurais, principalmente no Nordeste.

Residência dos proprietários de uma fazenda. Em seu livro Casa-Grande e

Senzala (1933), Gilberto Freyre descreve-a assim: cozinhas enormes, vastas

salas de jantar; numerosos quartos para hóspedes; capelas; puxados para

acomodação dos filhos casados. (enciclopédia britânica do Brasil, p. 100)

Sociedade Açucareira - Casa Grande24.

23 MIRANDA, José Roberto. P. 11924 Disponível em: tribunodahistoria.com.br Acesso em 13 -04-2011

21

21

Page 23: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Senzala, conjunto de casas ou cômodos onde viviam os negros

escravos de um senhor de engenho. Nas senzalas não havia divisão de

cômodos e nelas dormiam juntos homens, mulheres e crianças. Não havia

conforto nem higiene. Era lá, também, que as escravas faziam seus trabalhos

manuais. (enciclopédia britânica do Brasil, p. 164)

É ilusão supor-se a sociedade colonial, na sua maioria, uma

sociedade de gente bem alimentada. Quanto à quantidade, eram-no em geral

os extremos; os brancos das casas-grandes e os negros da senzala. Os

grandes proprietários de terras e os pretos seus escravos. Estes porque

precisavam de comida que desse para fazê-los suportar o duro trabalho.

(Gilberto Freyre, p. 33).

A alimentação do negro nos engenhos brasileiros podia não ser

nenhum primor de culinária; mas faltar nunca faltava. E sua abundância de

milho, toucinho e feijão recomendava-a como regime apropriado ao duro

esforço exigido do escravo agrícola. O escravo no Brasil parece-nos ter sido

com todas as deficiências ao seu regime alimentar, o elemento melhor nutrido

em nossa sociedade patriarcal. (Gilberto Freyre, p. 44).

A utilização do trabalho escravo foi de suma importância para a

agroindústria canavieira no Brasil. Gilberto Freyre exalta a figura do negro,

lembrando que sem ele não teria havido colônia de plantação no Brasil e a

civilização do açúcar não teria chegado ao patamar que chegou.

O negro foi na verdade o pé-de-boi da colonização agrária do Brasil.

Sem ele, a colonização do nordeste pela cana-de-açúcar não se teria realizado

tão solidamente25.

25 Freyre, Gilberto. Introdução à História da sociedade patriarcal no Brasil – Casa-grande & Senzala. P. 75

22

22

Page 24: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Sociedade do açúcar.26

4.1 Atividade

1- Analisando a pirâmide acima, descreva como era dividida a sociedade

açucareira.

4.2- Texto complementar. A vida na casa-grande.

O texto abaixo conta alguns aspectos da vida na casa-grande e de suas

relações com a senzala, mostrando o poder do senhor de engenho.

“Quem se resolve a lidar com engenho”, adverte Antonil, “ou se há de retirar da cidade, fugindo das ocupações urbanas, que obrigam a divertir-se, ou há de ter atualmente duas casas, abertas, com notável prejuízo onde quer que falte a sua assistência, e com despesa dobrada”. A opção do senhor de engenho foi fixar-se na casa-grande, que muitas vezes ostentava um luxo digno de um palácio. Em casa-

26 Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/331197/gd/1255219680/Sociedade-acucareira.jpg&imgrefurl=http://turma.spaceblog.com.br/553234/Sociedade-acucareira/&usg=__JVMMSkM0n2xf-6vlQiOXdUHVCaQ=&h=551&w=600&sz=201&hl=pt-BR&start=1&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=FIoKEQspJ_ozSM:&tbnh=124&tbnw=135&prev=/search%3Fq%3DSOCIEDADE%2BA%25C3%2587%25C3%259ACAREIRA%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1003%26bih%3D562%26tbm%3Disch&ei=G_jKTdSQL6yP0QHEvLSECA

23

23

Page 25: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

grande e senzala, Gilberto Freyre fala “de mesas cobertas de prata e louça fina. De camas forradas de riquíssimas colchas de seda. De portas com fechaduras de ouro”. A importância do chefe da família transparecia no próprio tratamento que lhe era dispensado. Fosse chamado de “sinhô”, “nhonhô”, ou “ioiô” pelos escravos, o senhor de engenho era sempre o senhor – o dirigente da produção e da vida familiar A esposa e os filhos dirigiam-se a ele tratando-o sempre por “senhor” – restringindo-se o termo “papai” ao uso exclusivo dos filhos pequenos. Para fazerem a primeira barba, os rapazes precisavam de sua autorização, e só depois de casados ousavam fumar em sua presença. As ligações entre a casa-grande e a senzala eram ambíguas: as mucamas e negrinhos quase sempre eram aliados naturais dos filhos contra os “senhores pais”, das mulheres jovens contra os “senhores maridos” bem mais velhos – era comum o casamento de mocinhas de quinze anos com homens de cinqüenta e até mais. Havia, contudo, casos de escravas delatoras de namoros, reais ou imaginários, das “sinhás-moças” ou “sinhá-dona”. Por vezes, essas histórias levavam o senhor de engenho a ordenar o assassinato da esposa ou de uma filha, demonstrando a amplitude de seu poder27.

Questões sobre o texto.

1-Que exemplos Gilberto Freyre apontam para mostrar o luxo que muitas vezes

existia na casa-grande?

2- Como o chefe de família, o patriarca, devia ser tratado?

3- Cite exemplos que demonstrem o poder que o patriarca detinha sobre seus

filhos e outros subordinados.

4- Cite exemplos que mostrem como as ligações entre a casa-grande e a

senzala eram ambíguas.

5. O comércio do açúcar no período colonial.

O açúcar produzido no Brasil seguia em embarcações para ser

refinado na Holanda, já que eram eles quem os comercializava. Contudo, em

decorrência de problemas de ordem interna, as relações portuárias entre

Portugal e Holanda foram interrompidas, o que restou por culminar na idéia da

Corte Holandesa tomar o Nordeste Brasileiro. Apoiados pela Companhia das

Índias Ocidentais, empresa fundada em 1621, e pelos Estados Gerais das

27 Disponível em: Saga: a grande história do Brasil. São Paulo, Abril Cultural, 1981, v. 1, p. 191. Livro História e Vida v. 1, Nelson Piletti, p.33)

24

24

Page 26: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Províncias Unidas (governo da Holanda na época), os Holandeses

desembarcaram no Brasil em 163028

No decorrer do ciclo da cana-de-açúcar, os holandeses, figuras que

contribuíram para o êxito da economia açucareira, foram, por determinado

período os detentores do transporte e comercialização do açúcar brasileiro na

Europa.

Embarcação de açúcar para a EuropaDisponível em: www.povoadevarzim.olx.pt. Acesso em: 11-04-2011

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar

produzido pelos portugueses nas ilhas atlânticas.

Enquanto os holandeses permaneceram no Brasil, adquiriram

conhecimentos técnicos necessários para implantarem sua própria base

industrial, vez que até então, eram somente financiadores e Portugal os

produtores.

Durante os séculos XVI e XVII a empresa açucareira brasileira foi à

maior do mundo Ocidental. A contribuição dos holandeses para a expansão do

mercado açucareiro foi um dos principais fatores para o êxito da colonização do

Brasil.29

5.1 Atividades

1- Indique três fatores que levaram os portugueses a introduzir o cultivo da

cana-de-açúcar no Brasil.

28 Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-açucar.php Cana-de-açúcar. Acesso em 10 de fevereiro de 2011.29 Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-açucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011.

25

25

Page 27: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

2- Por que é difícil definir a idade da cana-de-açúcar?

3- Por que a cana-de-açúcar continua em evidência até os dias atuais?

4- Com que finalidade foi criada as sesmarias?

5- Quem era responsável pelo comercio do açúcar? Por quê?

5.2-Texto complementar - 2

Açúcar – sua história e os fatores do seu sucesso no Brasil.

O Texto abaixo apresenta uma pequena história do açúcar- um

produto de luxo, na época – e os fatores do sucesso do açúcar brasileiro

durante o século XVII.

Planta silvestre da costa indiana de Bengala, a cana-de-açúcar foi cultivada primeiramente em jardins. O açúcar era considerado um remédio, e como tal aparecia nas prescrições dos médicos persas e bizantinos. Por volta do século VIII, a planta difundiu-se pelo litoral chinês, nas vizinhanças de cantão.Dois séculos depois ganhava o Egito, onde o açúcar era fabricado com técnicas aprimoradas. Os cruzados conheceram-no na Síria e, no final do século XIII, levaram-no para a ilha de Chipre, enquanto os árabes o introduziram na Sicilia e em Valência, na Espanha moura. Foi a partir de Valência que, no século XV, os canaviais desceram para o Marrocos, na mesma época os portugueses iniciavam suas plantações nas ilhas do Atlântico e os espanhóis cultivavam as primeiras mudas de cana nas Canárias e nas AntilhasO açúcar tornara-se artigo de luxo, vendido em grãos nas boticas (lugar onde se preparam e ou se vendem medicamentos) e lojas de especiarias; já no final da Idade Média constituía herança valiosa e presente de reis.O hospital dos pobres de Paris recebeu um legado cerca de 20 quilos de açúcar. Leão VI da Armênia, expulso de seu pais em 1383 pelos mulçumanos, recebeu treze arráteis (antigo peso de quase 460 gramas) de açúcar de Carlos VI da França, cujo filho Carlos VII, seria presenteado com um quintal pelo sultão otomano. Vários fatores contribuíram para a hegemonia do açúcar brasileiro sobre seus concorrentes, no início do século XVII. Em primeiro lugar, o aumento da produção do Nordeste coincidiu com a alta dos preços na Europa, provocada pelo afluxo dos metais preciosos da América Espanhola. Nesta fase – conhecida como “revolução dos preços” -, circulava maior quantidade de moedas, possibilitando mais ampla aquisição de produtos caros e luxuosos como o açúcar. Em segundo lugar, a Coroa limitou as cotas de açúcar brasileiro; assim procurava impedir a queda dos preços e a concorrência entre os principais produtores. Finalmente, a conquista dos tesouros astecas e das minas mexicanas provocou o desinteresse dos espanhóis pela lavoura açucareira, implantada desde 1506 no Haiti, em Cuba e Porto Rico. Sem a concorrência dos espanhóis, os portugueses transformaram o açúcar brasileiro no grande protagonista do comércio mundial no século XVII.

26

26

Page 28: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Questões sobre o texto

1- Comente resumidamente a História do açúcar.2- Mostre com exemplos como o açúcar era considerado um

produto valioso na idade média.3- Cite Três fatores que contribuíram para o sucesso do açúcar

brasileiro durante o século XVII.

6. Mão de obra escrava

No porão dos navios negreiros que por mais de 300 anos cruzaram o

Atlântico, dede a costa oeste da África até a costa nordeste do Brasil, mais de

3 milhões de africanos fizeram uma viagem sem volta, cujos horrores geraram

fortunas fabulosas, ergueram impérios familiares e construíram uma nação. O

bojo dos navios da danação e da morte foi o ventre da besta mercantilista: uma

máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar

as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos

senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.

Embora a escravidão seja uma instituição quase tão velha quanto a

humanidade, jamais o tráfico de escravos fora um negócio tão organizado,

permanente e vultoso quanto se tornou depois que os portugueses

estabeleceram, no início do século 16, uma vasta rota triangular que uniu a

Europa, a África e a América e transformou milhões de negros em lucrativa

moeda de troca.

A mais antiga referência à importação de africanos para o Brasil é

encontrada num documento escrito em São Vicente em 3 de março de 1533,

no qual Pero de Góis pede ao rei “ 17 peças de escravos, forros de todos os

direitos e frete que soem pagar”

Em 1539, Duarte Coelho, donatário de Pernambuco repete o pedido,

insistindo também na isenção de impostos.

Mais bem adaptados ao modo de produção agrícola e ao trabalho

organizado, os negros se revelaram, de início uma opção superior para os

senhores de engenho. Trocados por fumo e cachaça os escravos eram baratos

na África.

Devido aos maus-tratos freqüentes, à jornada de trabalho nunca

inferior a 18 horas diárias, às péssimas condições de alojamento e às rações

27

27

Page 29: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

criminosamente exíguas, os escravos, em média, não sobreviviam mais do que

sete anos no Brasil.

Eles eram plantadores e moedores de cana, derrubadores de mata e

semeadores de mudas; eram vaqueiros, remeiros, pescadores, mineiros e

lavradores; eram artífices, caldeireiros, marceneiros, ferreiros, pedreiros e

oleiros; eram domésticos e pajens, guarda-costas, capangas e capitães-do-

mato, feitores, capatazes e até carrascos de outros negros. Estavam em todos

os lugares: nas cidades, nas lavouras, nas vilas, na mata, nas senzalas, nos

portos, nos mercados, nos palácios. Carregavam baús, caixas, cestas,

caixotes, lenha, cana, quitutes, ouro e pedras, terra e dejetos, Também

transportavam cadeirinhas, redes e liteiras onde, sedados ou deitados, seus

senhores passeavam ( ou até viajavam). Eles eram, de acordo com o jesuíta

Antonil, “as mãos e os pés do senhor de engenho”

Em pleno alvorecer do segundo milênio, o Brasil ainda parece

comungar da tese segundo a qual trabalho é escravidão. Por quanto tempo,

nestes tristes trópicos, liberdade será sinônimo de ócio e inatividade?

A partir do instante em que o número de “fêmeas” vindas da África

aumentou, e o trabalho forçado adquiriu feições também domésticas, muitas

escravas foram transferidas da zenzala para o seio da casa-grande. Eram

amas de leite e mucamas, “escolhidas dentre as mais limpas, as mais bonitas,

as mais fortes!, como observou Gilberto Freyre em “Casa-Grande & Senzala”<

clássico da historiografia brasileira quase inteiramente dedicado ao assunto.

A Historiografia brasileira, até cerca de 25 anos atrás, preferiu adotar

a tese segundo a qual os escravos “ se adaptaram bem” ao regime tirânico que

lhes foi imposto no Brasil e que, neste país, a mão de obra escrava teria sido

relativamente branda. O mito do “bom senhor” quase adquiriu força de lei

depois do lançamento,em 1933, de “Casa-Grande & Senzala”, de Gilberto

Freyre.

Estudos mais recentes e mais profundos, porém, revelam que a

resistência dos escravos foi feroz e constante: milhares de negros lutaram de

todas as formas contra os horrores que o destino lhes reservava. A fuga,

solitária ou coletiva, não era a única forma de rebelião: houve incontáveis

casos de escravos que quebraram ferramentas, incendiaram senzalas,

dispersaram os rebanhos ou atacaram seus feitores.

28

28

Page 30: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Texto disponível em: História do Brasil. Os 500 anos do pais em uma obra

completa, ilustrada e atualizada. Folha de São Paulo. Encarte das edições das

segundas-feiras de 4 de agosto a 8 de dezembro de 1997. páginas

73,74,75,77,78 e 79.

Quanto custava um escravo africano?

Os preços variavam, segundo as necessidades do comprador ou

segundo “a qualidade da máquina”. Nos períodos de grande carência de mão-

de-obra, pagava-se por um africano adulto e sadio de 300 a 600 oitavas (uma

oitava equivalia a pouco mais de 3 gramas de ouro), enquanto – só para

comparar – o preço de um casaco de bom tecido era de 20 oitavas, e o de um

boi,100 oitavas.

Vendidos, os escravos iam para onde seus novos senhores

mandassem: famílias inteiras eram separadas, ou porque seus vários membros

tinham sido arrematados por patrões diferentes, ou porque não interessava

manter junto escravos já unidos por laços de sangue ou por idêntica origem. A

separação visava reduzir ao mínimo o risco de rebeliões coletivas. Por outro

lado, entendiam os senhores que a constituição de famílias de escravos era

financeiramente desvantajosa: a seu ver, a “reprodução natural da mão-de-

obra” saía mais cara que a importação de africanos já adultos.

Nas grandes plantações, os escravos eram alojados em construções

precárias, as senzalas, trabalhavam de manhã à noite, só tendo direito à folga

nas tardes de domingo, e assim mesmo nem sempre. Nas cidades, quando

não estavam prestando serviço ao amo, eram alugados a terceiros. E, num

lugar ou outro eram constantemente submetidos a castigos corporais. O que

variava era o instrumento: bacalhau, palmatória, tronco, açoite, chibata. O ferro

em brasa era reservado aos menos dóceis.

Editora: Nova Cultural Ltda, Conhecer atual, página 140

29

29

Page 31: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

7. Expansão do mercado consumidor e a concorrência de outros produtores no

século XIX

7.1 Invasão Holandesa

O açúcar foi à base de sustentação da economia e da colonização do

Brasil durante os séculos XVI e XVII, sendo a empresa açucareira brasileira a

maior do mundo Ocidental. Contudo, no século XVIII a economia açucareira

enfrentou uma violenta crise.

Não tendo condições de arcar com os altos investimentos exigidos pela

fabricação de açúcar, os portugueses realizaram uma sólida parceria com os

comerciantes holandeses, sendo a contribuição dos holandeses um dos

principais fatores para o êxito da colonização do Brasil,30 sendo eles os

detentores do transporte e comercialização do açúcar na Europa por

determinado tempo.

O açúcar produzido no Brasil seguia em embarcações para ser

refinado na Holanda, já que eram eles quem os comercializava.

Em suma, os mercadores da região flamenca recolhiam o açúcar que

chegava à cidade de Lisboa e realizava a distribuição do produto em várias

regiões da Europa, como França, Inglaterra e no Báltico. Em outros casos, os

holandeses participavam da produção açucareira oferecendo empréstimos para

a construção de engenhos no Brasil31.

Contudo, em decorrência de problemas de ordem interna, as relações

portuárias entre Portugal e Holanda foram interrompidas, o que restou por

culminar na idéia da Corte Holandesa tomar o Nordeste Brasileiro. Apoiados

pela Companhia das Índias Ocidentais, empresa fundada em 1621, e pelos

Estados Gerais das Províncias Unidas (Governo da Holanda na época),

holandeses desembarcaram no Brasil em 163032.

30 (Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-acucar.phpCana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011).31 SOUZA RAINER. Apogeu e Crise do Açúcar. Equipe Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/apogeu-acucar.htm. Acesso em 23 de maio de 2011.

32 Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-acucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011.

30

30

Page 32: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar

produzido pelos portugueses nas Ilhas Atlânticas.

Enquanto permaneceram no Brasil, adquiriram conhecimentos técnicos

necessários para implantarem sua própria base industrial, vez que até então,

eram somente financiadores e Portugal os produtores.

Quando Portugal foi absorvido pela Espanha modificou-se profundamente o quadro político-econômico do Brasil, surgindo o interesse da Holanda em controlar o comércio do açúcar. Desse interesse surge uma guerra sem quartel contra a Espanha. Como efeito dessa guerra temos o controle, por parte dos holandeses, do transporte e comercialização de açúcar na Europa do século XVII33.

Segundo Celso Furtado os holandeses deixam a colônia após Portugal

pagar uma soma de 63 toneladas de ouro aos holandeses.

Contudo, após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, os

mesmos passaram a não só financiar, mas produzir o açúcar nas Antilhas, o

que, de certa forma, trouxe conseqüências negativas ao Brasil e reduziu a

economia açucareira no país, já que as colônias inglesas acolheram com

entusiasmo a possibilidade de um intenso comércio com os holandeses, tendo

em vista todas as vantagens oferecidas.

Assim, o açúcar prosperou nas Antilhas e as conseqüências disto foram a diminuição da população de descendência européia e o aumento da população de escravos africanos. Nas colônias francesas nas Antilhas, tentou-se, por tentativa de Colbert, a adoção de medidas que evitassem a vertiginosa queda da população branca e tentou-se introduzir na ilha, em vão, atividades manufatureiras34.

Boa parte da população branca das Antilhas, particularmente holandeses donos de pequenas propriedades, se dirige ao Norte da América. Eles viram como única solução a venda de sua fatia de terra, já que a penetração do açúcar nas Antilhas minou qualquer esboço de se montar uma colônia de povoamento na região35.

33 Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.34 Formação Econômica do Brasil e Subdesenvolvimento. Disponível em: http://kleimedeiros.blogspot.com/2010/06/formacao-economica-do-brasil.html. Acesso em 20 de fevereiro de 2011.35 Formação Econômica do Brasil e Subdesenvolvimento. Disponível em: http://kleimedeiros.blogspot.com/2010/06/formacao-economica-do-brasil.html. Acesso em 20 de fevereiro de 2011.

31

31

Page 33: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Em decorrência dessa crise do último quartel, onde o comércio

estava voltado para o mercado externo, os holandeses passam a ter

praticamente todo o comércio dos países Europeus realizados por mar, que era

o meio mais rápido e importante da época e passam também a controlar a

produção de açúcar realizada pelo Brasil, haja vista que as terras que ficavam

mais próximas da Europa substituíram o açúcar brasileiro. .

A partir desse momento, estaria perdido o monopólio e alterado os dois

grupos representativos da época, os portugueses produtores e os holandeses

financiadores36.

7.2 – Açúcar de Beterraba

Outro acontecimento, que restou por prejudicar a economia açucareira

no Brasil, foi o aparecimento e comercialização do chamado “açúcar-alemão”,

ou ainda, o açúcar de beterraba, principalmente pela distancia entre o Brasil e

os portos consumidores, e pelo baixo nível técnico de produção.

Esse novo produto foi utilizado pelos países consumidores como um

produto substituto ao açúcar de cana, ocorrendo o agravamento da crise do

nosso açúcar e os maus efeitos decorrentes da monocultura latifundiária em

nossa economia37.

O Brasil cai então para quinto lugar na lista de produtores de cana, com

apenas 8% da produção mundial. A economia açucareira teve nova queda e o

declínio da produção acentuou-se no fim do século, obrigando o Brasil a voltar-

se para o mercado interno, que era pequeno e estava fragilizado pela crise do

açúcar38.

Segundo Paulo Paranhos,

Em meados do século XVI o Brasil era detentor do monopólio do açúcar nos mercados europeus. Nos séculos XVII e XVIII,

36 Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.37 (SCHWARTZ Fallíola. Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-açucar. Acesso em: 07 de dezembro de 2010.38 (Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-acucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011).

32

32

Page 34: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

com o surgimento de políticas de comércio monopolístico, acentua-se a queda do preço do açúcar. Pelo fim do século XVIII a participação do Brasil diminuiu apenas a 10% do comércio açucareiro internacional, o qual foi saturado pela massa de produtores de colônias não-portuguesas, na zona do Caribe e da Ásia, bem como pela utilização do açúcar de beterraba, cultivada no extremo oriente da Europa39.

Outro acontecimento que restou por prejudicar o açúcar brasileiro foi

o Bloqueio de Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses transportadores

de açúcar do nosso continente para o mercado consumidor europeu40.

Todavia, apesar da crise, a agroindústria canavieira se reergueu, e

mesmo após séculos, continua sendo fonte de riquezas, trazendo grandes

benefícios e colocando o Brasil como principal produtor no mundo atual.

8. Passagem do engenho para usina

Até meados do século XX os engenhos eram a principal indústria

sucro-alcooleira, esteio da economia do Brasil e, em especial, de Pernambuco,

Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo.

Tendo em vista a crise enfrentada, decorrente, dentre outros fatores,

da implantação do açúcar de beterraba, os complexos engenhos foram sendo

modernizados. Assim, a partir do século XIX foram introduzidos em

Pernanbudo os engenhos movidos a vapor.

Nas últimas décadas do século XIX, alguns proprietários mais ricos e empreendedores, melhoraram as condições técnicas dos seus engenhos, com a implantação de máquinas para a produção do açúcar cristal. Esses engenhos modernos seriam chamados de engenhos centrais e usinas. Os engenhos centrais não tinham diferença do ponto de vista técnico das usinas, mas sim do ponto de vista econômico: geralmente pertenciam a uma sociedade, não possuíam terras e não desenvolviam atividades agrícolas.41

39 PARANHOS, PAULO. O açúcar no Norte Fluminense. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao08/materia02/texto02.pdf. acesso em 20 de fevereiro de 2011.)40Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011. 41 GASPAR, Lúcia. Usinas de Açúcar de Pernambuco. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br. Acesso em 20 de maio de 2011.

33

33

Page 35: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Assim, com a evolução da agroindústria, os engenhos foram sendo

desativados, permancendo alguns até a segunda metade do século XX.

Muito diferente do período colonial, hoje o setor açucareiro conta

com grandes incentivos por meio de organismos como o Programa Nacional de

Melhoramento da Cana-de-açúcar (PLANALÇÚCAR); o Programa Brasileiro do

Álcool (PROALCOOL) e o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).

Ainda assim, muitas Usinas encontram-se hoje paralisadas, ou

desativadas, como por exemplo, no Estado de Pernambuco, que já chegou a

ter mais de cem usinas e hoje conta com somente 38.

8.1 Atividade.

1 - Pesquise em qual Estado e cidade foi implantada a primeira usina de Cana-

de-açúcar no Brasil.

2 - Pesquise quais fatores influenciaram a desativação de tantas usinas no

Estado de Pernambuco.

8.2 Estrutura organizacional para produção de açúcar em uma Usina.

Apesar da complexidade e especificidades de cada Usina, ou mesmo

cada método de produção, será apresentado o processo de produção de

açúcar disponível pela Usina Ester do Estado de São Paulo.

Corte da cana Através do controle e planejamento dos canaviais, é montado um programa de corte baseado na maturação da cana. Dessa forma, tem-se áreas com cana plantada que vão estar próprias para o corte em momentos diferentes, o que permite seu manejo. O corte feito manualmente representa 50% da cana colhida. Os outros 50% são colhidos por colhedeiras (safra 2000).TransporteO transporte da lavoura até a unidade industrial é feito por caminhões. Cada carga transportada, pesa aproximadamente 16 toneladas. Hoje há caminhões com capacidade de até três ou quatro carrocerias em conjunto, aumentando muito a capacidade do transporte. Depois de cortada e transportada para a Usina, a cana-de-açúcar é enviada para a moagem, onde se inicia o processo de fabricação do açúcar e do álcool.

34

34

Page 36: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

PROCESSOMoagemA cana que chega à unidade industrial é processada o mais rápido possível. Este sincronismo entre o corte, transporte e moagem é muito importante, pois a cana é uma matéria prima sujeita a contaminações e conseqüentemente de fácil deterioração. A moagem diária é de 9.000 toneladas.Antes da moagem, a cana é lavada nas mesas alimentadoras para retirar a terra proveniente da lavoura. Após a lavagem, a cana passa por picadores que trituram os colmos, preparando-a para a moagem. Neste processo as células da cana são abertas sem perda do caldo. Após o preparo, a cana desfibrada é enviada à moenda para ser moída e extrair o caldo. Na moenda, a cana desfibrada é exposta entre rolos submetidos a uma pressão de aproximadamente 250 kg/cm², expulsando o caldo do interior das células. Este processo é repetido por seis vezes continuamente. Adiciona-se água numa proporção de 30%. A isto se chama embebição composta, cuja função é embeber o interior das células da cana diluindo o açúcar ali existente e com isso aumentando a eficiência da extração, conseguindo-se assim extrair cerca de 96% do açúcar contido na cana. O caldo extraído vai para o processo de tratamento do caldo e o bagaço para as caldeiras. Geração de vaporO bagaço que sai da moenda com muito pouco açúcar e com umidade de 50%, é transportado para as caldeiras, onde é queimado para gerar vapor, que se destina a todas as necessidades que envolvem o acionamento das máquinas pesadas, geração de energia elétrica e o processo de fabricação de açúcar e álcool. A sobra de bagaço é vendida para outras indústrias. O bagaço é muito importante na unidade industrial, porque é o combustível para todo o processo produtivo. Um bom sistema térmico é fundamental.Usamos processo vapor direto, vapor de escape e vapor vegetal.Geração de energia elétricaParte do vapor gerado é enviado aos turbogeradores que produzirão energia elétrica suficiente para movimentar todos os acionamentos elétricos e a iluminação. O consumo é de 4.500 kw.

35

35

Page 37: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

FABRICAÇÃO DE AÇÚCARTratamento de caldoO caldo extraído na moenda, chamado de caldo misto, é um caldo impuro, sendo necessário passar, por um processo de clarificação para retirada de sólidos em suspensão. O caldo é sulfitado e caleado. Este processo é chamado de dosagem. A adição de enxofre e cal facilita a floculação das substâncias coloidais.Após a dosagem, o caldo é aquecido a 107ºC em aquecedores verticais e enviado aos clarificadores que retêm o caldo por aproximadamente 3 horas em regime contínuo. Neste tempo de retenção, ocorrem reações de floculação e precipitação do material em suspensão que são retirados na forma de lodo. O caldo clarificado e limpo segue o processo para evaporação e o lodo irá para filtração à vácuo onde é recuperada a sacarose ainda existente.Filtração do lodoComo o lodo ainda é rico em sacarose, é feito uma filtração nos filtros rotativos à vácuo para succionar o material líquido, chamado de caldo filtrado, que sofrerá novo tratamento de clarificação. O material sólido retido nas telas dos filtros é denominado torta de filtro. Esta torta é enviada à lavoura, sendo utilizada como adubo.

Caldo clarificadoO caldo clarificado obtido da decantação do caldo é enviado para a evaporação.EvaporaçãoO caldo clarificado com aproximadamente 15ºBrix entra em um conjunto de evaporadores de múltiplo efeito para a retirada de maior parte da água, concentrando até cerca de 65ºBrix, tomando consistência de um xarope. Este xarope é bombeado aos tachos de cozimento para a cristalização do açúcar.Cozimento AOs tachos de cozimento são equipamentos que continuam a evaporação do xarope, tornando o meio supersaturado dando as condições necessárias à cristalização da sacarose. O produto obtido

36

36

Page 38: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

neste cozimento é a massa A. Esta massa A é uma mistura de cristais de açúcar e o seu correspondente licor-mãe (mel), de onde foi obtida a cristalização do açúcar.Cozimento BNo cozimento B é onde formamos os cristais para o cozimento A. Os tachos de cozimento B recebem o mel A e por um processo de nucleação, produz-se os pequenos cristais, de modo controlado e padronizado. Este processo é fundamental na qualidade do produto final, onde todos os cristais são induzidos a uma formação conjunta e uniforme, chamado de semeamento total. A massa B, da mesma forma que a massa A, é uma mistura de cristais de açúcar e o seu correspondente licor-mãe (mel) de onde foram obtidos os cristais.Centrifugação da massa AA massa A é um produto que contém cristais de aproximadamente 0,5mm envolvidos numa película de mel. Na centrifugação ocorre a separação do mel, denominado mel A, que irá para os tachos de cozimeto B, e açúcar propriamente dito, que é enviado ao secador de açúcar.Centrifugação da massa BA massa B é um produto que contém cristais de aproximadamente 0,2mm e melaço. Na centrifugação, os cristais são separados do mel B (ou melaço) onde o magma (cristais de açúcar B) será utilizado como núcleo para o cozimento A e o melaço é enviado para a fabricação do álcool.Secagem do açúcarNesta etapa o açúcar passa no secador para a retirada da umidade contida nos cristais. Na saída do secador, o açúcar é enviado por esteiras sanitárias até a moega de açúcar (reservatório próprio para açúcar), de onde é feito o ensacamento.

EnsacamentoO açúcar é ensacado em sacos de 50 kg ou em contêineres ("big-bag") de 1000 kg.ProduçãoA produção diária da Usina Ester é de 13.000 sacos de açúcar.42

Assim, percebe-se que as etapas do processo de fabricação do

açúcar, se iniciam com a retirada e preparação da cana; tratamento do caldo;

evaporação; cozimento; cristalização do açúcar; secagem e ensacamento.

42 Disponível em: http://www.usinaester.com.br/Produtos/produtos.html. Acesso em 26 de maio de 2011.

37

37

Page 39: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Nas usinas o caldo de cana passa pelos processos de purificação,

evaporação, cristalização, centrifugação e secagem para se transformar em

açúcar cristal. (Ricardo Geraldez e Sandra Ventura, p. 124).

9- Os derivados da cana-de-açúcar.

O sociólogo Gilberto Freyre afirmou certa vez que é por meio do

cotidiano que se fixam nos povos suas características e valores. Não há

dúvida: a cana e seus derivados forjaram a cultura do Brasil (Ricardo Giraldez,

p. 13)

O açúcar brasileiro mudou os hábitos alimentares do mundo e

enriqueceu a culinária, inserindo no velho mundo o hábito das sobremesas.

Por que a maioria da humanidade aprecia tanto bolos, tortas,

sorvetes, chocolates e doces em geral? O simples fato de visualizar uma vitrine

de doces já é suficiente para aguçar nosso apetite e nos fazer pensar nos

prováveis sabores.

A princípio, prescrito pela farmacopéia árabe, o açúcar também era

usado como tempero, ainda hoje uma pitada é recomendada para cortar o

excesso de sal.

A humanidade é testemunha histórica desse apreço pelo sabor

adocicado, e os portugueses logo adquiriram o hábito de consumir açúcar de

cana, numa época em que na Europa o mel era praticamente único adoçante

conhecido (José Roberto Miranda p. 85).

Durante o período colonial o engenho produzia além do açúcar a

cachaça, rapadura e a garapa. Tendo em vista que o açúcar já foi amplamente

comentado, será feito um breve comentário acerca dos principais derivados.

9.1 Cachaça

Os descobridores da cachaça foram os escravos dos engenhos de

açúcar, em meados do século XVI. Na época, era considerada um produto de

baixo status, vez que era consumida principalmente pelos escravos.

38

38

Page 40: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

A cachaça era produzida nas destilarias de aguardentes, que ficavam

anexas aos engenhos, eram lugares exclusivos para esse fim e eram

chamadas de engenhocas ou molinetes. Normalmente eram mais simples e

mais acessíveis e utilizavam como matéria prima, o melado, resíduo da

produção do açúcar adquirido nos engenhos.

Não se sabe com exatidão, quando ou onde foi feita a primeira cachaça

no Brasil e grande parte dos estudiosos do tema atribui ao acaso a criação da

bebida. É certo, porém, que a aguardente surgiu a partir das impurezas

retiradas da borra do caldo de cana, que fervia nos tachos de cobre durante o

processo produtivo do açúcar. Tempos depois, ao ser destilado, esse material

daria origem à cachaça.

Uma corrente de historiadores acreditava que a bebida foi feita

primeiramente em São Vicente, pois Martin Afonso de Souza foi o primeiro

donatário a se estabelecer oficialmente, com infra-estrutura de colonizador no

território, em 1532. Outro grupo de estudiosos aponta que o destilado nacional

teria surgido em Pernambuco, capitania onde a cana de açúcar floresceu.

(Ricardo Giraldez e Sandra Ventura, p. 132 e 133).

Em razão do alto consumo, esses engenhos de cachaça foram se

espalhando e tornando a cachaça a bebida alcoólica mais consumida no Brasil

Colônia43.

Em decorrência,

a Corte Portuguesa proibiu sua produção, comercialização e consumo sob a justificativa de que seu consumo pelos escravos poderia ameaçar a segurança e a ordem da Colônia, e que prejudicava, também, o rendimento dos trabalhadores das minas de ouro e no comércio local. Entretanto, o principal motivo, segundo alguns historiadores, é que a cachaça produzida no Brasil começou a ganhar espaço junto à classe média da época, levando à diminuição do consumo da bagaceira, importada de Portugal e, consequentemente, arrecadando menos impostos44.

43SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.44 SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.

39

39

Page 41: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Não logrando êxito, a cachaça tornou-se símbolo de resistência

contra dominação Portuguesa e passou a ser apreciada por alguns setores da

elite e da classe média do século XIX e XX

Hoje, é considerada a mais brasileira de todas as bebidas e famosa

em todo o mundo45

Segundo o Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente

de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC), a produção é em torno de 1,3 bilhão

de litros por ano, sendo que cerca de 75% desse total é proveniente da

fabricação industrial e 25%, da forma artesanal.

O Brasil consome quase toda a produção de cachaça; por volta de

1% a 2 %, apenas, é exportado (2,5 milhões de litros). Os principais países

compradores são: Alemanha, Paraguai, Itália, Uruguai e Portugal (Tabela 1).

Tabela 1. Principais países importadores de cachaça.

45 SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.

40

40

Page 42: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Fonte: Rodrigues et al. (2006)46.

O estado da Bahia, tradicional produtor de cachaça de alambique,

desponta nesse mercado por não ser produzida em escala industrial, mas

unidades agroindustriais, o que garantem aroma e sabor suaves, próprios das

bebidas artesanais. Para estimular o mercado o SEBRAE apóia iniciativas de

produção por todo o estado baiano47.

46 Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.47 Sebrae incentiva produção de cana-de-açúcar e seus derivados. Fonte: Sebrae/BA. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/uf/bahia/setores-de-atuacao/agronegocios/derivados-de-cana-de-acucar. Acesso em: 13-04-2011

41

41

Page 43: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

9.2 Atividades

1- Pesquise. Quais são os Estados que mais produzem cachaça no Brasil?

2- Explique como se dá a produção de cachaça nos alambiques artesanais?

9.3 .Rapadura

A Rapadura é um alimento típico da culinária brasileira, Produto de

alto teor nutritivo, altamente rico em ferro, cálcio, fósforo, sódio e potássio e por

isso, indicada para prevenção de anemias e para pessoas com intensa

atividade muscular.

A rapadura originou-se da raspagem das camadas (crostas) de

açúcar que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de

açúcar. O mel resultante era aquecido e colocado em formas semelhante às de

tijolos.

Rapadura para secagem nas formas48.

Há registro de que a rapadura tenha sido fabricada no ano de 1633,

na região do Cariri, Ceará.49

48 Disponível em: http://www.agrovalorl.com.br. Acesso em 31 de maio de 2011.49Engenhos de Rapadura. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?

42

42

Page 44: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Todavia, existe contradição quanto ao local e data onde se iniciou a

produção de rapadura, haja vista que:

há quem diga que essa forma de produção teve início aqui, no Brasil, no Nordeste, estado da Paraíba, atual município de Areias, localizado na região serrana do estado, uma zona de clima ameno conhecida pelo nome de Brejo Paraibano. Fundado em 1605 como vila e elevado ao status de cidade em 1846, o lugar comemora a declaração de Patrimônio Histórico Nacional. Na intenção de manter viva a fabricação tradicional e o seu significado popular, a Universidade Federal da Paraíba criou, em Areia, na Fazenda da Várzea, o Museu da Rapadura, o único do país50.

A maior parte dos engenhos de rapadura estão localizados no

Sertão Nordestino, mais precisamente na região de Triunfo e Santa Cruz da

Baixa Verde, em Pernambuco e a maioria deles mantêm a estrutura e tradição

dos antigos engenhos.

Engenho de rapadura em Buritis51.

A comercialização da rapadura enfrenta grande problema, tendo em

vista que uma empresa alemã, denominada Rapunzel Naturkost AG registrou a

patente da marca rapadura nos Estados Unidos e na Alemanha. O registro

consta nos órgãos oficiais na Alemanha desde 1989, e nos Estados Unidos

desde 1996.

A descoberta do registro foi feita só em 2006. Na época, pedidos e notificações pela anulação da patente foram endereçados ao Itamaraty, ao Ministério Público Federal e às embaixadas da Alemanha e dos Estados Unidos no Brasil. Em vão. Por isso, produtores brasileiros só podem exportar o doce típico com essa

option=com_content&view=article&id=263&Itemid=184. Acesso em 01 de junho de 2011.50 Disponível em: http://www.viaintegral.com/via2007/paginas/rapadura.htm.Acesso em 31 de maio de 2011.51 Disponível em: Http//www.andarilhodaluz.com.br. Acesso em 02 de junho de 2011.

43

43

Page 45: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

marca para os dois países, se pagarem direitos de comercialização à Rapunzel52.

9.4 Atividade.

1- Elabore um texto comentando a importância da cana-de-açúcar no

nosso dia a dia.

2- Copiem e tragam para expor na sala de aula uma receita de doce ou

bolo para sabermos qual foi à quantidade de açúcar utilizada.

3- Leia o texto abaixo e discuta a respeito.

VEJA ESSE NOTICIÁRIO

Roubaram a nossa rapadura

10/10/2006, 08:00

Bundenwar!!! Oh Fritz, que coisa durra é esse aqui? Oh Frida, esse é o rapadurra que eu trazer de Brasil! Pro que serve rapadurra, Fritz? Pro nóis ganha muito dinheirrra, eu registrar rapadurra em nome de nosso filha Rapunzel na mundo inteirra e agorra o rapadurra é nossa!!!Aí está um tema intreressante para o próximo debaste do Presidente Lula com o ex-governador Alckmin, pode parecer inacreditável, mas se a gente quiser vender rapadura na Europa ou nos Estados Unidos vamos ter que pagar royalties, direitos, aos alemães que registraram a nossa rapadura em nome da empresa Rapunzel Naturkost Fachgeschäften, uma poderosa multinacional de produtos naturais com filiais na Áustria, Holanda, Bélgica, França, Luxemburgo, Itália e Suíça.Como é que esses alemães chegaram aqui, conheceram a rapadura, provaram a rapadura, viram o potencial mundial de consumo da rapadura, registraram o produto em nome deles e nenhum brasileiro, nenhum nordestino, nenhum sergipano, que convivem há mais de 300 anos com a rapadura em cima da mesa e debaixo do nariz não conseguiram enxergar a mesma coisa?Nessas horas é que se pergunta para que serve o governo? Como é que a Embrapa, o Sebrae, a Secretaria de Agricultura, de Indústria e Comércio, os Ministérios do Planejamento, da Fazenda, da Agricultura, ninguém cuida do que é nosso? Qualquer um vai assim, chegando e levando, sem que ninguém tome nenhuma providência. E não é só a rapadura não. Toda nossa flora medicinal e amazônica está virando patente de estrangeiros. Para falar com índio vai ter que ser em inglês ou francês, é questão de tempo.Não estão nos levando a sério. Não estão levando esse país a sério. E eles precisam ser punidos, exemplarmente punidos com o nosso desprezo, com o nosso asco, com a nossa indignação. Eles precisam sentir que rapadura é doce mas não é mole não. O articulista Max

52 Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/rapadura-5.php. Acesso em 20 de maio de 2011.

44

44

Page 46: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Augusto, do Jornal da Cidade, escreveu uma inteligente e antológica matéria intitulada “A última rapadura de Sergipe” sobre a lamentável decadência dos nossos engenhos de cana-de-açúcar, documento vivo do descaso dos governos sergipanos com a nossa economia, com a nossa vida, com a nossa alma.A indignação ainda é o alimento do espírito do espoliado. Não dá mais para ser indiferente a essas formas criminosas de governar. Vamos ver se agora a coisa muda, porque eram vândalos, espécimes da pior qualidade, indignos da luz do sol, seres que marcham para o juízo final quando o tribunal do povo poderá então condená-los ao fogo eterno. Amém.Infonet - Zoroastro Sant'Ana.53

10 Álcool/Etanol

O álcool, surgiu como tema de estudos durante o governo Venceslau

Brás, em 1914. Por conta das dificuldades oriundas da primeira Guerra

Mundial, foram realizadas pesquisas visando à substituição da gasolina pelo

álcool. Essa idéia tomou corpo durante o governo Vargas (1930-1945/1951-

1954), que passou a adicionar álcool anidro à gasolina. (Ricardo

Giraldez/Sandra Ventura p. 14).

Assim, em 1931, atendendo aos interesses da indústria

sucroalcooleira, o governo de Getúlio Vargas instituiu a obrigatoriedade da

adição de álcool anidro à gasolina consumida no terrítório nacional, à

proporção de 5% em volume.54

Depois disso, a produção e o consumo do álcool no Brasil foi

crescendo, tendo em vista a implantação do Programa Nacional do Alcool, o

Proalcool, em novembro de 1975, como será oportunamente discutido.

Atualmente, a denominação correta passou a ser Etanol, tendo em vista

determinação da Agencia Nacional do Petróleo ANP publicada em 13 de

dezembro de 2009, vejamos:

A Agencia Nacional do Petróleo (ANP) determinou que a partir do mês de setembro do ano que vem, será obrigatória a utilização do termo “etanol” em vez de “álcool” em todos os postos de combustível do país. O diretor de comunicação corporativa da Única (União da

53 Disponível em: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070304115840AAIpFIe. Acesso em 30 de maio de 2011.54 LEME, Rodrigo Marcelo. ÁLCOOL COMBUSTÍVEL DERIVADO DA CANA-DE-AÇÚCAR E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível em: http://www.feagri.unicamp.br/energia/agre2004/Fscommand/PDF/Agrener/Trabalho%20110.pdf

45

45

Page 47: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Industria de Cana de Açúcar), Adhemar Altieri, disse que na medida em que o etanol se torna de interesse global, é essencial o Brasil adotar a nomenclatura que o mundo inteiro usa55.

A semelhança entre o álcool para automóveis, derivado da cana-de-

açúcar e o etanol, é que esse último é um constituinte principal que é

denominado etano ou álcool etílico.

O etanol pode ser obtido através da fermentação dos açúcares. Este

é o método mais comum no Brasil, que utiliza a cana-de-açúcar para obter os

açúcares que darão origem ao etanol. Este álcool é o que se encontra em

todas as bebidas alcoólicas, assim como no álcool combustível e na gasolina,

como um aditivo56.

Atualmente, o Estado de São Paulo concentra a maior quantidade de

canaviais do País. As usinas produzem álcool, principalmente o etanol para ser

usado como combustível de automóveis.

O etanol é bem menos poluente em comparação aos combustíveis

fósseis (derivados do petróleo: diesel e gasolina).

A produção mundial de etanol aproxima-se dos 40 bilhões de

litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam

utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de

litros deste total.

Produção Mundial de Etanol.

55 Blog Andando sobre Rodas. Disponível em: http://tfzeh.blogspot.com/2009/12/alcool-ou-etanol.html. Acesso em 01 de junho de 2011.

56 MEDEIROS, Miguel A. Álcool ou Etanol? Pubicado em 04 de julho de 2004. disponível em: http://www.quiprocura.net/etanol.htm. acesso em: 01 de junho de 2011

46

46

Page 48: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Fonte: Elaboração D. L. Gazzoni, a partir de diversas fontes57

Segundo notícia publicada em nove de maio de 2008, os produtos

derivados da cana-de-açucar geram mais energia que usinas hidrelétricas,

vejamos:

O crescimento do mercado de etanol no país, que em fevereiro último ultrapassou o consumo de gasolina pela primeira vez nos últimos 20 anos, fez os produtos derivados da cana-de-açúcar ultrapassarem, em 2007, a fonte hidráulica como geradora de energia, ficando atrás apenas do petróleo e seus derivados. Entre os derivados, estão o próprio etanol e o bagaço, usado como fonte geradora de calor e energia....Os números da EPE foram apresentados pelo seu presidente, Maurício Tolmasquim. Ele disse que a nova posição ocupada pela cana-de-açúcar é irreversível e deve-se, principalmente, ao consumo de etanol no país...."O ano passado foi muito importante e simbólico para o setor energético do Brasil: primeiro 70% do crescimento de energia no país foi devido à expansão das fontes renováveis, o que reforça o papel de um país com qualidade muito boa em sua matriz energética; e em segundo lugar, a cana-de-açúcar passou a ser mais importante na matriz energética do que a energia hidráulica. Portanto, é um ano simbólico porque durante décadas, a energia hidráulica era a segunda fonte na matriz depois do petróleo. E tudo indica que isso é uma tendência que veio para ficar".58

10.1 Atividades

1- Como iniciou a história do álcool no Brasil?

2- Porque a utilização de Etanol ou invés de Álcool?

57 Disponível em: http://www.biodieselbr.com/energia/alcool/etanol.htm. Acesso em 02 de junho de 2011.58 Disponível em: http://www.agrosoft.org.br/agropag/100838.htm. Acesso em 26 de maio de 2011.

47

47

Page 49: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

Leia o texto abaixo e após discussões, formalize sua opinião sobre a

importância do Programa Nacional do Álcool.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DO ÁLCOOL - Proálcool O Programa Nacional do Álcool ou Proálcool foi criado em 14 de novembro de 1975 pelo decreto n° 76.593, com o objetivo de estimular a produção do álcool, visando o atendimento das necessidades do mercado interno e externo e da política de combustíveis automotivos. De acordo com o decreto, a produção do álcool oriundo da cana-de-açúcar, da mandioca ou de qualquer outro insumo deveria ser incentivada por meio da expansão da oferta de matérias-primas, com especial ênfase no aumento da produção agrícola, da modernização e ampliação das destilarias existentes e da instalação de novas unidades produtoras, anexas a usinas ou autônomas, e de unidades armazenadoras.A cana-de-açúcar tem o mais alto retorno para os agricultores por hectare plantado. O custo de produção do açúcar no país é baixo (inferior a US$ 200/toneladas6), podendo dessa maneira competir no mercado internacional. Tal mercado é, entretanto, volátil e apresenta grandes oscilações de preços.A produção mundial de açúcar em 2000 foi de 131 milhões de toneladas, sendo de cerca de 13% a participação do Brasil. As etapas na produção do açúcar e do álcool diferem apenas a partir da obtenção do suco, que poderá ser fermentado para a produção de álcool ou tratado para o açúcar. Caso a produção de açúcar se torne menos atrativa devido às reduções de preços internacionais o que freqüentemente ocorre poderá ser mais vantajoso a mudança na produção para álcool. A decisão de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar, além do preço do açúcar, é política e econômica, envolvendo investimentos adicionais. Tal decisão foi tomada em 1975, quando o governo federal decidiu encorajar a produção do álcool em substituição à gasolina pura, com o objetivo de reduzir as importações de petróleo, então com um grande peso na balança comercial externa. Nessa época, o preço do açúcar no mercado internacional vinha decaindo rapidamente, o que tornou conveniente a mudança de produção de açúcar para álcool.No programa Brasileiro do Álcool, Proálcool, destacam-se cinco fases distintas:1a. 1975 a 1979 - Fase Inicialo esforço foi dirigido sobretudo para a produção de álcool anidro para a mistura com gasolina. Nessa fase, o esforço principal coube às destilarias anexas. A produção alcooleira cresceu de 600 milhões de l/ano (1975-76) para 3,4 bilhões de l/ano (1979-80). Os primeiros carros movidos exclusivamente a álcool surgiram em 1978.2a. 1980 a 1986 - Fase de Afirmaçãoo segundo choque do petróleo (1979-80) triplicou o preço do barril de petróleo e as compras desse produto passaram a representar 46% da pauta de importações brasileiras em 1980. O governo, então, resolve adotar medidas para plena implementação do Proálcool. São criados organismos como o Conselho Nacional do Álcool - CNAL e a Comissão Executiva Nacional do Álcool - CENAL para agilizar o programa. A produção alcooleira atingiu um pico de 12,3 bilhões de litros em 1986-87 (gráfico 1), superando em 15% a meta inicial do governo de 10,7 bilhões de l/ano para o fim do período. A proporção de carros a álcool no total de automóveis de ciclo Otto (passageiros e

48

48

Page 50: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

de uso misto) produzidos no país aumentou de 0,46% em 1979 para 26,8% em 1980, atingindo um teto de 76,1% em 1986 (gráfico 2).3a. 1986 a 1995 - Fase de Estagnaçãoa partir de 1986, o cenário internacional do mercado petrolífero é alterado. Os preços do barril de óleo bruto caíram de um patamar de US$ 30 a 40 para um nível de US$ 12 a 20. Esse novo período, denominado “contra-choque do petróleo”, colocou em xeque os programas de substituição de hidrocarbonetos fósseis e de uso eficiente da energia em todo o mundo. Na política energética brasileira, seus efeitos foram sentidos a partir de 1988, coincidindo com um período de escassez de recursos públicos para subsidiar os programas de estímulo aos energéticos alternativos, resultando num sensível decréscimo no volume de investimentos nos projetos de produção interna de energia.A oferta de álcool não pôde acompanhar o crescimento descompassado da demanda, com as vendas de carro a álcool atingindo níveis superiores a 95,8% das vendas totais de veículos de ciclo Otto para o mercado interno em 1985. Os baixos preços pagos aos produtores de álcool a partir da abrupta queda dos preços internacionais do petróleo (que se iniciou ao final de 1985) impediram a elevação da produção interna do produto. Por outro lado, a demanda pelo etanol, por parte dos consumidores, continuou sendo estimulada por meio da manutenção de preço relativamente atrativo ao da gasolina e da manutenção de menores impostos nos veículos a álcool comparados aos à gasolina. Essa combinação de desestímulo à produção de álcool e de estímulo à sua demanda, pelos fatores de mercado e intervenção governamental assinalados, gerou a crise de abastecimento da entressafra 1989-90. Vale ressaltar que, no período anterior à crise de abastecimento houve desestímulo tanto à produção de álcool, conforme citado, quanto à produção e exportação de açúcar, que àquela época tinham seus preços fixados pelo governo. A produção de álcool manteve-se em níveis praticamente constantes, atingindo 11,8 bilhões de litros na safra 1985-86; 10,5 bilhões em 1986-87; 11,5 bilhões em 1987-88; 11,7 bilhões em 1988-89 e 11,9 bilhões em 1989-90. As produções brasileiras de açúcar no período foram de 7,8 milhões de toneladas na safra 1985-86; 8,2 milhões em 1986-87; 7,9 milhões em 1987-88; 8,1 milhões em 1988-89 e 7,3 milhões de toneladas em 1989-90. As exportações de açúcar, por sua vez, reduziram-se nesse período, passando de 1,9 milhões de toneladas na safra 1985-86 para 1,1 milhão de toneladas na safra 1989-90.Apesar de seu caráter efêmero, a crise de abastecimento de álcool do fim dos anos 1980 afetou a credibilidade do Proálcool, que, juntamente com a redução de estímulos ao seu uso, provocou, nos anos seguintes, um significativo decréscimo da demanda e, consequentemente, das vendas de automóveis movidos por esse combustível. Deve-se acrescentar ainda outros motivos determinantes que, associados, também contribuíram para a redução da produção dos veículos a álcool. No final da década de 1980 e início da década de 1990, o cenário internacional dos preços do petróleo sofreu fortes alterações, tendo o preço do barril diminuído sensivelmente. Tal realidade, que se manteve praticamente como a tônica dos dez anos seguintes, somou-se à tendência, cada vez mais forte, da indústria automobilística de optar pela fabricação de modelos e motores padronizados mundialmente (na versão à gasolina). No início dadécada de 1990, houve também a liberação, no Brasil, das importações de veículos automotivos (produzidos, na sua origem

49

49

Page 51: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

exclusivamente na versão gasolina e diesel) e, ainda, a introdução da política de incentivos para o “carro popular” – de até 1000 cilindradas – desenvolvido para ser movido a gasolina.A crise de abastecimento de álcool somente foi superada com a introdução no mercado do que se convencionou chamar de mistura MEG, que substituía, com igual desempenho, o álcool hidratado. Essa mistura (60% de etanol hidratado, 34% de metanol e 6% de gasolina) obrigaria o país a realizar importações de etanol e metanol (que no período entre 1989-95 superou a 1 bilhão de litros) para garantir o abastecimento do mercado ao longo da década de 1990. A mistura atendeu as necessidades do mercado e não foram constatados problemas sérios de contaminação e de saúde pública.4a. 1995 a 2000 - Fase de RedefiniçãoOs mercados de álcool combustível, tanto anidro quanto hidratado, encontram-se liberados em todas as suas fases de produção, distribuição e revenda sendo os seus preços determinados pelas condições de oferta e procura. De cerca de 1,1 milhão de toneladas de açúcar que o país exportava em 1990 passou-se à exportação de até 10 milhões de toneladas por ano (dominando o mercado internacional e barateando o preço do produto). Se questionou como o Brasil, sem a presença da gestão governamental no setor, encontrará mecanismos de regulação para os seus produtos (altamente competitivos): açúcar para o mercado interno, açúcar para o mercado externo, etanol para o mercado interno e etanol para o mercado externo. Dadas as externalidades positivas do álcool e com o intuito de direcionar políticas para o setor sucroalcooleiro, foi criado, por meio do decreto de 21 de agosto de 1997, o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool - CIMA.Segundo os dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, de 1998 a 2000, a produção de veículos a álcool manteve-se em níveis de cerca de 1%. A constituição da chamada “frota verde”, ou seja, o estímulo e a determinação do uso do álcool hidratado em determinadas classes de veículos leves, como os carros oficiais e táxis, tem provocado um debate entre especialistas da área econômica, contrários aos incentivos, e os especialistas da área ambiental, favoráveis aos incentivos ao etanol. Em 28 de maio de 1998, a medida provisória nº 1.662 dispôs que o Poder Executivo elevará o percentual de adição de álcool etílico anidro combustível à gasolina obrigatório em 22% em todo o território nacional até o limite de 24%. Os produtores e centros de pesquisa testaram a mistura de álcool e óleo diesel.Para a implementação do Proálcool, foi estabelecido, em um primeiro instante, um processo de transferência de recursos arrecadados a partir de parcelas dos preços da gasolina, diesel e lubrificantes para compensar os custos de produção do álcool, de modo a viabilizá-lo como combustível. Assim, foi estabelecida uma relação de paridade de preços entre o álcool e o açúcar para o produtor e incentivos de financiamento para as fases agrícola e industrial de produção do combustível. Com o advento do veículo a álcool hidratado, a partir de 1979, adotou-se políticas de preços relativos entre o álcool hidratado combustível e a gasolina, nos postos de revenda, de forma a estimular o uso do combustível renovável.5a. Fase AtualTrinta anos depois do início do Proálcool, o Brasil vive agora uma nova expansão dos canaviais com o objetivo de oferecer, em grande escala, o combustível alternativo. O plantio avança além das áreas tradicionais, do interior paulista e do Nordeste, e espalha-se pelos cerrados. A nova escalada não é um movimento comandado pelo governo, como a ocorrida no final da década de 70, quando o Brasil encontrou no álcool a solução para enfrentar o aumento abrupto dos

50

50

Page 52: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

preços do petróleo que importava. A corrida para ampliar unidades e construir novas usinas é movida por decisões da iniciativa privada, convicta de que o álcool terá, a partir de agora, um papel cada vez mais importante como combustível, no Brasil e no mundo. A tecnologia dos motores flex fuel veio dar novo fôlego ao consumo interno de álcool. O carro que pode ser movido a gasolina, álcool ou uma mistura dos dois combustíveis foi introduzido no País em março de 2003 e conquistou rapidamente o consumidor. Hoje a opção já é oferecida para quase todos os modelos das indústrias e, os automóveis bicombustíveis ultrapassaram pela primeira vez os movidos a gasolina na corrida do mercado interno. Diante do nível elevado das cotações de petróleo no mercado internacional, a expectativa da indústria é que essa participação se amplie ainda mais. A relação atual de preços faz com que o usuário dos modelos bicombustíveis dê preferência ao álcool.A velocidade de aceitação pelos consumidores dos carros bicombustíveis, ou flex fuel, foi muito mais rápida do que a indústria automobilística esperava. As vendas desses veículos já superaram as dos automóveis movidos a gasolina. Os bicombustíveis representaram 49,5% do total de automóveis e comerciais leves vendidos no mês, enquanto a participação dos movidos a gasolina ficou em 43,3%, segundo a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de VeículosAutomotores. A preferência do mercado levou a Câmara Setorial de Açúcar e do Álcool, órgão ligado ao governo, a rever suas projeções e indicar que a participação da nova tecnologia deveráatingir 75% dos carros vendidos em 2006. Perspectivas para o Pro-Álcool Como na época das crises do petróleo dos anos 70, o mundo está empenhado em encontrar uma solução duradoura para seu problema energético. A preocupação ambiental se somou à redução dos estoques e à alta dos preços dos combustíveis fósseis para valorizar as fontes renováveis e menos poluentes de energia. O setor energético no Brasil vem sofrendo diversas mudanças, como a tentativa de se retomar projetos que levem em conta o meio ambiente e o mercado de trabalho. Tendo-se como referência a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o governo brasileiro tem mostrado interesse em manter e reativar o Proálcool, dado que o álcool combustível exerce um importante papel na estratégia energética para um desenvolvimento sustentado.O surgimento, em todo o mundo, de novos tipos de veículos e tecnologias de motores (como é o caso dos motores de pilhas a combustível e dos veículos “flexfuel”) tem provocado mudanças importantes na tradicional postura da industria automobilística e de outros agentes atuantes no mercado. As perspectivas de elevação do consumo do álcool se somam a um momento favorável para o aumento das exportações do açúcar, e o resultado é o início de uma onda de crescimento sem precedentes para o setor sucroalcooleiro.Um estudo da Única aponta que o setor terá que atender até 2010 uma demanda adicional de 10 bilhões de litros de álcool, além de 7 milhões de toneladas de açúcar. A produção desta safra, iniciada em abril, deve ser de 17 bilhões de litros de álcool e 26 milhões de toneladas de açúcar. Para incrementar a produção, será preciso levar mais 180 milhões de toneladas de cana para a moagem, com uma expansão dos canaviais estimada em 2,5 milhões de hectares até 2010. Esses investimentos deverão criar 360 mil novos empregos diretos e 900 mil indiretos.Cerca de 40 novas usinas estão em projeto ou em fase de implantação, com um total de investimentos calculado em 3 bilhões

51

51

Page 53: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

de dólares. A maior parte delas concentra-se no oeste do Estado de São Paulo, ocupando espaço aberto pelo deslocamento da pecuária. Há 21 novas usinas em instalação na região, informa Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Udop – Usinase Destilarias do Oeste Paulista, associação fundada em 1985 para agrupar as destilarias ali implantadas no embalo do Proálcool. O oeste de São Paulo, segundo Zancaner, oferece custos menores de arrendamento em relação às regiões tradicionais do Estado e condições naturais de clima, solo e topografia adequadas para os canaviais. “Temos a vantagem de uma cana mais rica em açúcar que a da região de Ribeirão Preto, por causa do clima menos úmido”, diz ele59.

59 Disponível em: http://www.biodieselbr.com/proalcool/pro-alcool.htm. Acesso em 02 de junho de 2011.

52

52

Page 54: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

11. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRÉ. João Antonil. Cultura e Opulência do Brasil. Editora Itatiaia. Edição

Limitada. Belo Horizonte, 1982.

CASTRO J. Org. A revolução da experiência. Lisboa. Ed. SNI, 1947.

Furtado, Celso. Formação Econômica do Brasil. Editora Universidade de

Brasília. Brasília 1963.

Freyre, Gilberto. Introdução à História da sociedade patriarcal no Brasil – Casa-grande & Senzala. P. 75

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes

Curriculares da Educação Básica - História. 2009.

FURTADO, Milton Braga. Síntese da Economia Brasileira, Livros Técnicos

e Científicos. Editora S.A, 1980.

53

53

Page 55: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

FREYRE Gilberto. Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil –

Casa-grande & Senzala. 34 ª Ed. Editora Record, Rio de Janeiro, 1998.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.

Coleção Educação Contemporânea, 2002.

GIRALDEZ Ricardo; VENTURA Sandra. Cana de Açúcar – passado,

presente e futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo – Núcleo comunicação

Integrada – 2009.

JUNIOR, Caio Prado. Formação do Brasil Contemporâneo. Editora

Brasiliense, 1969.

KOSHIBA, Luiz. História do Brasil. Atual Editora. 1945.

LINHARES, Maria Yeda. História Geral do Brasil. Editora Campos. 1990.

MIRANDA, José Roberto. História da cana-de-açúcar. Editora Komedi, São

Paulo, 2008.

Ricardo Giraldez e Sandra Ventura. Cana de Açúcar: passado, presente e futuro no Brasil. São Paulo, Núcleo Comunicação Integrada. 2009

SOUZA, Ivan Pereira. Do engenho à usina: estudo diacrônico da terminologia do açúcar. São Paulo. 2007. p. 63.

SOUZA RAINER. Apogeu e Crise do Açúcar. Equipe Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/apogeu-acucar.htm. Acesso em 23 de maio de 2011.

SHMIDT, Mario Furley. Nova História Crítica do Brasil. Editora Nova

Geração, 1998.

SIMONSEN, Mário Henrique. A Nova Economia Brasileira. Livraria José

Olympio. Editora 1974.

54

54

Page 56: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana_de_a%C3%A7ucar – Acesso em 30 de dezembro de 2010

Cana-de-Açúcar - Características, canaviais, produção de álcool e açúcar, geração de energia. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/cana-de-acucar.htm. Acesso em 29 de abril de 2011.

Disponível em: http./www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-açucar. Php. Cana-de-Açucar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011.

A História da Cana-de-açúcar - Da Antiguidade aos dias atuais. Tudo sobre Plantas. Disponível em: http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/tag/cana-de-acucar/. Acesso em 29 de abril de 2011.

http//WWW.portalsofrancisco.com.br/alfa/cana-deaçucar/cana-deaçucar.php. cana-de-açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011

HTTP//www.mct.gov.mz. Acesso em 02 de junho de 2011.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://sites.unifra.br/Portals/17/Hist%C3%B3ria/Engenhos/engenho.jpg&imgrefurl=http://sites.unifra.br/rived/ObjetosPedag%25C3%25B3gicos/Hist%25C3%25B3ria/tabid/433/language/pt-R/Default.aspx&h=401&w=706&sz=120&tbnid=6XkFjueLct54oM:&tbnh=80&tbnw=140&prev=/search%3Fq%3Dengenho%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=engenho&hl=pt-BR&usg=__LZszhi4pNB_LitQGvsoKtPb_V0w=&sa=X&ei=j1G8TeDYJ-To0QGvv8DjBQ&ved=0CDkQ9QEwBQ. Acesso em 30 de abril de 2011.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_0XzPcRRGFs8/S733Uny86dI/AAAAAAAAACI/lMBUurUGp5s/s1600/engenho.jpg&imgrefurl=http://memoriapalmares.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__VKVc_1VyL9Td12fHZAgzMie36AQ=&h=397&w=594&sz=38&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=nVONn-1VynY27M:&tbnh=90&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dcasa%2Bde%2Bpurgar%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26tbm%3Disch&ei=ZVq8TfilOYm-0QGlmujPBg. Acesso em 10 de abril de 2011.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_0XzPcRRGFs8/S733Uny86dI/AAAAAAAAACI/lMBUurUGp5s/s1600/engenho.jpg&imgrefurl=http://memoriapalmares.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__VKVc_1VyL9Td12fHZAgzMie36AQ=&h=397&w=594&sz=38&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=nVONn-1VynY27M:&tbnh=90&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dcasa%2Bde%2Bpurgar%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26tbm%3Disch&ei=ZVq8TfilOYm-0QGlmujPBg. Acesso em 10 de abril de 2011.

55

55

Page 57: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

http://4.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/TTO-O_wN6tI/AAAAAAAABXs/CtUGg0J7Q1U/s1600/engenho%252C+casa+grande%252C+senzala.JPG. Acesso em 05 de maio de 2011.municipiodevalongo. Acesso em 11-04-2011.

http//pt.wikipedia.org/wiki/Engenho_de_a%C3%A7%C3%BAcar. Acesso em 05 de maio de 2011.

tribunodahistoria.com.br Acesso em 13 -04-2011

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/331197/gd/1255219680/Sociedade-acucareira.jpg&imgrefurl=http://turma.spaceblog.com.br/553234/Sociedade-acucareira/&usg=__JVMMSkM0n2xf-6vlQiOXdUHVCaQ=&h=551&w=600&sz=201&hl=pt-BR&start=1&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=FIoKEQspJ_ozSM:&tbnh=124&tbnw=135&prev=/search%3Fq%3DSOCIEDADE%2BA%25C3%2587%25C3%259ACAREIRA%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1003%26bih%3D562%26tbm%3Disch&ei=G_jKTdSQL6yP0QHEvLSECA

Saga: a grande história do Brasil. São Paulo, Abril Cultural, 1981, v. 1, p. 191. Livro História e Vida v. 1, Nelson Piletti, p.33)

http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.

Formação Econômica do Brasil e Subdesenvolvimento. Disponível em: http://kleimedeiros.blogspot.com/2010/06/formacao-economica-do-brasil.html. Acesso em 20 de fevereiro de 2011.

http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.

SCHWARTZ Fallíola. Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-açucar. Acesso em: 07 de dezembro de 2010.

PARANHOS, PAULO. O açúcar no Norte Fluminense. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao08/materia02/texto02.pdf. acesso em 20 de fevereiro de 2011.)

http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011. GASPAR, Lúcia. Usinas de Açúcar de Pernambuco. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br. Acesso em 20 de maio de 2011.

56

56

Page 58: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

http://www.usinaester.com.br/Produtos/produtos.html. Acesso em 26 de maio de 2011.

SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.

Agencia de informação Embrapa. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.

Sebrae incentiva produção de cana-de-açúcar e seus derivados. Fonte: Sebrae/BA. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/uf/bahia/setores-de-atuacao/agronegocios/derivados-de-cana-de-acucar. Acesso em: 13-04-2011

Engenhos de Rapadura. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=263&Itemid=184. Acesso em 01 de junho de 2011.

http://www.viaintegral.com/via2007/paginas/rapadura.htm.Acesso em 31 de maio de 2011.

http//www.andarilhodaluz.com.br. Acesso em 02 de junho de 2011.

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/rapadura-5.php. Acesso em 20 de maio de 2011.

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070304115840AAIpFIe. Acesso em 30 de maio de 2011.

LEME, Rodrigo Marcelo. ÁLCOOL COMBUSTÍVEL DERIVADO DA CANA-DE-AÇÚCAR E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível em: http://www.feagri.unicamp.br/energia/agre2004/Fscommand/PDF/Agrener/Trabalho%20110.pdf

Blog Andando sobre Rodas. Disponível em: http://tfzeh.blogspot.com/2009/12/alcool-ou-etanol.html. Acesso em 01 de junho de 2011.

MEDEIROS, Miguel A. Álcool ou Etanol? Pubicado em 04 de julho de 2004. disponível em: http://www.quiprocura.net/etanol.htm. acesso em: 01 de junho de 2011

http://www.biodieselbr.com/energia/alcool/etanol.htm. Acesso em 02 de junho de 2011.

57

57

Page 59: Secretaria de Estada da Educação · crescimento e desenvolvimento do Brasil, porém, formou uma sociedade excludente e explorada, através do uso da mão-de-obra escravista, tirando

http://www.agrosoft.org.br/agropag/100838.htm. Acesso em 26 de maio de 2011.

58

58