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1 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA JUSSARA LOPES GOMES O JOGO COOPERATIVO COMO FATOR DE SOCIALIZAÇÃO PARA A 5ª SÉRIE CASTRO - PR 2008

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

JUSSARA LOPES GOMES

O JOGO COOPERATIVO COMO FATOR DE SOCIALIZAÇÃO PARA A 5ª SÉRIE

CASTRO - PR

2008

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

JUSSARA LOPES GOMES

O JOGO COOPERATIVO COMO FATOR DE SOCIALIZAÇÃO PARA A 5ª SÉRIE

Material Didático-Pedagógico

elaborado para definir diretrizes

de ação do Programa de

Desenvolvimento Educacional –

PDE Secretaria de Estado da

Educação do Paraná através do

Núcleo Regional de Ponta

Grossa, em parceria com a

Universidade Estadual de Ponta

Grossa.

Orientador: Prof. Ms. Nei Alberto

Salles Filho

CASTRO - PR

2008

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APRESENTAÇÃO

A presente Unidade Didática destina-se a fundamentação teórica e as

atividades práticas a serem desenvolvidos na Proposta de Intervenção

Pedagógica na Escola, como parte integrante do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná.

Esta proposta metodológica será direcionada para os alunos das 5ª

séries A e B, turno vespertino, trabalhando em conjunto com os professores e

equipe técnico-pedagógica da Escola Estadual Professora Matilde Baer,

localizada na rua: Jerônimo Cabral Pereira do Amaral, nº 2415, bairro

Invernada do Matadouro, na cidade de Castro – PR.

Ela está estruturada em tópicos, partindo da Introdução que mostra a

importância e alguns conceitos de Jogos. A seguir destaca a utilização dos

jogos na escola como uma forma de educar, porque através da brincadeira nos

socializamos com o outro e aprimoramos o aprender a conviver. Diferencia a

Competição de Convivência e Cooperação, explicando os benefícios de uma

vida com respeito a si ao outro. Na abordagem dos Jogos Cooperativos,

destaca os valores que ele desenvolve e aprimora, bem como, algumas de

suas características e conceitos. Contextualiza a realidade dos alunos das 5ª

séries, baseada na realidade e experiência profissional. Conclui com a

importância da Educação Física no processo ensino-aprendizagem e algumas

orientações que serão seguidas na aplicação do Projeto.

Nas atividades práticas que serão desenvolvidas, esboçou-se a

Gincana Cooperativa, e também, citam-se alguns exemplos de jogos

cooperativos que serão aplicados em outros Conteúdos Estruturantes.

Este material servirá de base para a implementação, sendo assim, a

expectativa é que seja a alavanca para outros conhecimentos gerados a partir

do interesse e da curiosidade dos alunos e professores envolvidos.

Objetiva-se com isto apresentar algumas possibilidades de reflexão

que possam ser capazes de abrir novos caminhos na socialização dos alunos

de 5ª série e, que ao mesmo tempo, permitam o seu sucesso na apropriação

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de novos conhecimentos e comportamentos. Atitude que pode gerar um

cidadão capaz de ouvir e emitir opiniões sobre inúmeros temas e atuar

ativamente na formação de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária,

democrática e igualitária.

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SUMÁRIO

1 - INTODUÇÃO ...................................................................................................... 5

2 - FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICA ............................................................................ 7

2.1 A ESCOLA E O JOGO ................................................................................................................... 7

2.2 COMPETIÇÃO, CONVIVÊNCIA E COOPERAÇÃO ........................................................................ 10

2.3 JOGOS COOPERATIVOS ............................................................................................................ 12

2.4 CONTEXTO SOCIAL DOS ALUNOS DE 5ª SÉRIE ......................................................................... 15

2.5 O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................................ 17

3 - SUGESTÕES DE ATIVIDADES ............................................................................ 19

3.1 GINCANA COOPERATIVA .......................................................................................................... 20

3.2 JOGOS RECREATIVOS COOPERATIVOS ..................................................................................... 24

3.3 JOGOS INTER-SÉRIE COOPERATIVOS ....................................................................................... 26

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 28

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1 – INTRODUÇÃO

“Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”.

Guilherme Arantes

.

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.php

O jogo sempre esteve presente na história da humanidade, quer como

fonte de diversão, quer como forma de convivência, às vezes como um modo

peculiar de iniciar aproximações entre tribos diferentes, mas principalmente

como um método de ensinar e aprender.

O estudo dos povos através dos jogos permite que conheçamos a sua

cultura, a sua história, a sua evolução, a sua estrutura, os seus costumes, o

seu comportamento e muitos outros aspectos que dificilmente seriam

observados com outros instrumentos. Ortiz1, no livro organizado por Murcia

(2005, p. 9) afirma que “[...] a identidade de um povo está fielmente ligada ao

desenvolvimento do jogo, que, por sua vez, é gerador de cultura.”

O lúdico acompanha as fases do desenvolvimento humano, mas é na

infância que tem o seu papel de destaque, porque para a criança brincar é vital

como respirar, comer e beber. De acordo com Huizinga2 (1999, citado por

FREIRE e VENÂNCIO 2005, p.42), o jogo

[...] é uma atividade que se processa dentro de certos limites temporais e espaciais, segundo uma determinada ordem e um dado número de regras livremente aceitas, e fora da esfera da

1 ORTIZ, J. P. Aprendizagem através do Jogo – Aproximação teórica à realidade do jogo. Porto Alegre:

Artmed, cap. 1 p. 10, 2005.

2 HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. Ed. São Paulo, Perspectiva, p. 42.

1999

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necessidade ou da utilidade material. O ambiente em que ele se desenrola é de arrebatamento e entusiasmo, e torna-se sagrado ou festivo de acordo com as circunstâncias. A ação é acompanhada por um sentimento de exaltação e tensão, seguida por um estado de alegria e distensão.

O prazer que a brincadeira proporciona é o fator motivacional para que

dela todos os interessados participem, obedecendo a uma seqüência lógica,

mas adaptável ao grupo. Brinca-se pelos benefícios que o lúdico proporciona.

Ela pode ser de caráter pessoal ou coletiva e desperta diferentes

sensações nos jogadores que podem alternar momentos de intensa euforia e

agitação por outros de felicidades e descontração e vice-versa.

A adaptação, das e as regras do jogo, favorece a interação do jogador

com o outro, com o grupo e com a própria sociedade. Esta é uma importante

aprendizagem para a própria evolução do pensar e agir da criança para a idade

da razão.

A mudança do mundo infantil para o adulto acontece em diversas

etapas e às vezes de modo muito conturbado. Os jogos possibilitam que esta

evolução ocorra naturalmente e de maneira menos traumática.

Conforme ORLICK (1989, p. 121), os jogos,

Eles têm o potencial de ajudar a diminuir a lacuna que existe entre as atitudes declaradas dos adultos e o seu comportamento efetivo, entre o que as crianças dizem querer e o que recebem agora. (...) Portanto, é viável que introduzir comportamentos e valores por meio de brincadeiras e jogos, com o tempo poderão afetar a sociedade como um todo.

O lúdico possibilita que ultrapassemos os limites da nossa imaginação e

descubramos caminhos diferentes para nos tornarmos melhor como pessoa e

como cidadão.

Se com a criança houver o cultivo de valores como: a confiança, o

respeito mútuo, a solidariedade, a responsabilidade pessoal e social teremos

um adulto responsável e com compreensão crítica da sociedade, do mundo e

de suas relações.

Brincando criam-se e recriam-se atitudes e comportamentos que

permitirão uma adaptação melhor ao mundo. Adquirimos novos

conhecimentos, novas habilidades motoras, desenvolvemos e aprimoramos

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relacionamentos sociais, aperfeiçoamos a técnica e nossas condutas morais,

assim desenvolvemos qualidades necessárias para a nossa humanização.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - A ESCOLA E O JOGO

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Acreditamos que a escola reflete a sociedade na qual está inserida,

sendo esta a causa de muitos conflitos, agressões e manifestações libertárias

que ali acontecem. A sua própria heterogeneidade, às vezes, impede que a

criança seja vista como um ser em formação e com uma bagagem cultural, um

histórico de conhecimentos, comportamentos e valores adquiridos com sua

família, seu grupo social, sua igreja, etc.

Hoje sabemos que o aluno não é uma “tabula rasa” (John Locke 1632-

1704). Ele é uma somatória de todas as interações com os seus grupos

sociais. Ele possui uma história construída e às vezes a escola parece

esquecer-se disto.

Segundo Freire (2002, p. 119)

Quem vai ao jogo leva, para jogar, as coisas que já possui, que pertencem ao seu campo de conhecimento, que já foram aprendidas anteriormente em procedimentos de adaptação, de suprimento de necessidades objetivas.

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Como cobrar comportamentos socialmente adequados dos educandos

quando às vezes na própria escola há falta de valores como a solidariedade, a

empatia, a cooperação e o respeito a si mesmo e ao outro?

Uma visão assim obscurecida pode gerar, para o aluno, a exclusão

pessoal ou a imposta por outros. Outra conseqüência muito comum é a

geração de comportamentos anti-sociais que muitas vezes conduzem o aluno

as drogas, aos atos infracionais e as gangues.

A escola é uma importante fonte de informação e formação dos

indivíduos. Os professores e outros profissionais da educação têm de lidar com

conflitos, mudanças, expectativas, além de preparar os alunos nos seus

aspectos cognitivo, social, emocional, psicológico e físico para as exigências do

século 21.

Cremos que os jogos são um bom subsídio para atingir as metas acima

elencadas.

Dentro dos seus estudos Freire, (2002, p. 87) explica que “o jogo é [...]

uma das mais educativas atividades humanas [...]. Ele educa não para que

saibamos mais matemática ou português ou futebol; ele educa para sermos

mais gente, o que não é pouco”.

O lúdico possibilita que ultrapassemos os limites da nossa imaginação e

descubramos caminhos diferentes para nos tornarmos uma pessoa melhor.

Mesmo não tendo a pretensão de educar ele educa, porque através da

brincadeira nos socializamos com o outro e aprimoramos o aprender a

conviver.

Acreditamos que a contribuição, dos jogos, é fundamental na

socialização do aluno e na sua preparação para exercer uma cidadania atenta

aos interesses políticos, econômicos, sociais e culturais

A importância de adequar o jogo aos valores que queremos ensinar,

priorizar ou desenvolver é embasada em Soler R. e Soler S. S. (2008, p. 35): “

Os padrões de comportamento fluem de valores que adquirimos enquanto

brincamos e jogamos durante a nossa infância.”

A criança exercita diversos sentimentos, que auxiliam no

amadurecimento de suas emoções enquanto joga: ajudar, ser ajudado,

superar-se, ser superada, alegria, tristeza, raiva, compaixão, etc. São todos

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sentimentos que levam a maturidade emocional. Uma boa garantia de um

adulto mais equilibrado e adaptado socialmente é uma inteligência emocional

ajustada, e isto, o jogo bem conduzido pode contribuir

O jogo ensina sem que o jogador perceba conscientemente, ele até

pode no futuro descobrir que aprendeu com o jogo, mas na hora da atividade

lúdica, a recreação deve ser a motivação principal. A criança aprende

brincando e brincando ela aprende.

Apoiamo-nos em Freire (2002, p. 82-83) “O jogo ajuda a não deixar

esquecer o que foi aprendido [...] faz a manutenção do que foi aprendido [...]

aperfeiçoa o que foi aprendido [...] vai fazer com que o jogador se prepare para

novos desafios...”

Quando o lúdico for usado como fonte de aprendizagem todos os seus

elementos devem ser bem analisados pelo professor, para que ele realmente

seja um dos meios na construção do conhecimento ou a ponte que levará a

ele. O aluno aprende através do saudável caminho da alegria, do prazer, do

relacionamento amigável com o outro.

Aprende a se preparar para novos desafios, a superar dificuldades é

encorajado a aprendizagens inéditas que lhe servirão de alicerces sólidos para

o seu futuro, tanto na escola como na vida.

Brincando, socializando ele vai adquirindo novos conhecimentos,

desenvolvendo novas atitudes, revendo comportamentos e adequando-se para

superar os obstáculos que encontrará na sua caminhada.

Sabendo da importância dos jogos no processo educacional, a dúvida é:

Quais os melhores jogos para ensinar a criança bons hábitos que lhe permitam

uma integração positiva na família, na escola e na sociedade? E que permitam

a escola, conforme Ortiz3 (2005, p. 28)

Desenvolver a inteligência emocional, fomentar a curiosidade, estimular o senso de humor, bem como o estado de espírito, além de alcançar a felicidade são objetivos prioritários da educação para evitar o fracasso escolar.

3 Ibid.

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Cremos que ofertando atividades físicas baseadas nas trocas de

convivência, valorização das experiências, na busca de diversão, cooperação e

na aprovação do outro sem preconceito.

Jogos em que todos os participantes tenham voz ativa, que a inclusão

prevaleça sobre a exclusão, que o bem comum sobreponha-se ao interesse

individual e em que o conviver e cooperar com o outro seja priorizado em

detrimento da competição pela competição.

2.2 - COMPETIÇÃO, CONVIVÊNCIA E COOPERAÇÃO

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Incentivar a cooperação e utilizar a competição como fator motivacional

no lazer inclusivo de e para todos, é uma meta a ser buscada pelos

educadores. Freire e Venâncio (2005, p. 145) citando Montagner, Souza e

Scaglia4 (2001)

[...] entendem que a competição é um dos conteúdos das aulas de educação física que merece tratamento pedagógico. Competir é algo que deve perpassar o processo de aprendizagem de forma a atender todos e não só os mais habilidosos, “[...] competir deve ser um conteúdo a ser ensinado, e inserido num processo ensino aprendizagem [...]”

4 MONTAGNER, P. C.; SOUZA, A. J. & SCAGLIA, A. J. Pedagogia da competição em esportes: da teoria à

busca de uma proposta prática escolar. Motus Corporis, vol.8, n.2, 2001.

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A competição exacerbada estimula um comportamento que acentua as

desigualdades, valoriza o individualismo, o egoísmo e as injustiças sociais.

Através dela freqüentemente ocorre à exclusão de alguns menos dotados das

qualidades necessárias para o projeto de vencer o outro, seja ele indivíduo ou

grupo.

A competição não como um incentivo a rivalidade, ao embate ou a

disputa contra alguém ou um grupo, mas como motivação para jogar, como um

estímulo para superar os desafios, como estratégia para incentivar a

convivência e a cooperação.

O homem é um ser social e a convivência com o outro é parte

indispensável na formação da sua personalidade. Com e através do outro,

muitos dos hábitos, atitudes e comportamentos necessários para a vida são

respeitados, aprendidos, desenvolvidos e compartilhados. O conviver e

compartilhar são pré-requisitos para o bem viver, o socializar-se, o tornar-se

cidadão do mundo.

Segundo Boff, L. (2006, p. 33) “A convivência não apaga ou anula as

diferenças.” O outro não precisa se modificar, se alterar, para ser aceito, ao

contrário o aceite das diferenças acontece quando elas deixam de ser o

referencial no relacionamento, em troca das convergências, dos pontos em

comum.

A prática da convivência diária deve visar o crescimento próprio e o do

outro, sem se ater a raça, ideologia, posição social, faixa etária, local de

moradia ou poder aquisitivo.

Concordamos com Amaral (2007, p.21) quando afirma que: “Conviver é

facilitar um processo que busca o desenvolvimento pessoal, social e

profissional durante toda a vida do indivíduo, com a finalidade de melhorar a

sua qualidade de vida e da coletividade.”

As interações positivas, geradas pelo jogo, se tornam práticas cotidianas

e, por proporcionarem sensações prazerosas, estimulam a busca por atitudes

que desencadeiem as mesmas emoções. Da convivência surgirá a

cooperação.

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Segundo Hartmann5 (1932, citado por Orlick, 1989, p.23-24): “A

cooperação é a força unificadora mais positiva, que agrupa uma variedade de

indivíduos com interesses separados numa unidade coletiva.”

Contextualizando esta definição para a realidade escola sabemos que

brincando sozinha a criança pode ser feliz, mas ao participar do jogo, que é

coletivo,compartilhado, ela terá uma visão humanizada do mundo, se

relacionará melhor com as pessoas, aprenderá a cooperar e as oportunidades

de aprender serão multiplicadas.

Uma boa proposta para alcançar, manter e ampliar a convivência e a

cooperação é proporcionad0 através do jogo. De acordo com Brotto (2001,

p.13) o jogo e a vida exercem e sofrem influências um do outro quando: “eu

jogo do jeito que vivo e vivo do jeito que jogo”

Ela aprenderá, através da convivência e da cooperação, a se preparar

para novos desafios, a superar dificuldades e será encorajada a aprendizagens

inéditas que lhe servirão de bases sólidas para o seu futuro, tanto na escola

como na vida.

2.3 - JOGOS COOPERATIVOS

Cleide Pizzato – Dança Cooperativa – 03/07/2008

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens2.php

Encontramos nos Jogos Cooperativos um indicativo a seguir, porque

segundo Amaral (2007, p.29), eles desenvolvem os seguintes valores

5 Hartmann, N. Ethics: moral values. MacMillan, Nova York, 1932.

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educativos: “construção de uma relação social positiva; a empatia; a

cooperação; a comunicação; a participação; o apreço e autoconceito positivos

e a alegria”

São todas qualidades que habilitam uma pessoa a ser chamada de

cidadã. Que conferem o status de „ser humano‟ na sua essência mais profunda,

como aquele que se preocupa em ser, aprimorar, desenvolver e preservar o

humano.

Também destacamos algumas características dos Jogos Cooperativos

que correspondem aos nossos anseios e são descritas por Samaniego e

Sanchis (1999, citados por Gómez e Samaniego6 (Murcia (Org.), 2005, p. 130)

A ausência de eliminação ou exclusão, a possibilidade de desenvolver a autonomia na tomada de decisões, a possibilidade de viver a falha como parte do processo e não como fracasso, a diversidade de soluções para o mesmo problema ou a necessidade de integrar o próprio papel do jogo com o dos demais são alguns dos principais traços afetivos desses jogos.

Jogar pelo prazer de jogar. Aprender com erro. Descobrir várias

respostas para a mesma dúvida. Participar na resolução dos problemas. O jogo

cooperativo é instigante, desafiador e motivador levando os participantes a

desenvolver e aprimorar atitudes, atos e comportamentos solidários, além de

resgatar valores necessários para uma cidadania participativa.

Acentuando e confirmando as características dos Jogos Cooperativos

Brotto (2001, p.46) assim os conceitua:

Os Jogos Cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si mesmos. Eles reforçam a confiança pessoal e interpessoal, uma vez que, ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento de todos.

Eles visam à inclusão e participação do grupo, incentivam o resultado

coletivo ao individual, excluem a competitividade exagerada diminuindo assim

as manifestações de agressividade.

6 GÓMEZ, R. S. e SAMANIEGO V. P. Aprendizagem através do Jogo – A aprendizagem através dos jogos

cooperativos. Porto Alegre: Artmed, cap. 7 p. 130, 2005.

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Promovem boas atitudes e facilitam o encontro consigo mesmo, com os

outros e com o mundo em geral. No final, os jogadores, ganham com a

experiência que os jogos propiciam porque não há somente vencedores e

vencidos, o importante será a aquisição de novos conhecimentos e

comportamentos que facilitam a interação e a comunicação entre todos.

A convivência lúdica com o companheiro através de atividades

prazerosas e agradáveis, reforçando os laços de amizade e respeito, em que o

trabalho conjunto não objetiva a vitória ou derrota, e sim o salutar exercício de

conviver, de compartilhar de somar junto com o outro isto é jogar

cooperativamente.

Concordamos com Soler (2006, p. 15) “Quando joga cooperativamente,

cada pessoa é responsável por contribuir com o resultado bem sucedido do

jogo e assim cada um se sente co-responsável e co-participante.” Não existe

líder e nem liderado, todos desempenham o mesmo papel, exercem a mesma

influência, participam juntos e a meta é comum.

Através do descobrir, a si e ao outro, a criança vai se preparando para a

vida onde a inclusão terá participação ativa, escolher não será tarefa delegada

a outros e o “nós” vai substituir o “eu”. Este comportamento é indicativo de

civilização, de educação e futuro para a humanidade,e deve ser incentivado

pelos educadores, pais, governos e sociedade em geral.

Para a escola a inserção dos Jogos Cooperativos, através do Conteúdo

Estruturante: Jogos, encontra suporte em Orlick (1989, p. 110)

Os jogos cooperativos podem ter um significado especial, para

as crianças encabuladas ou reservadas, que não confiam em si mesmas e se sentem inseguras, que não se sentem amadas, que têm habilidades sociais inadequadas, que não sabem reagir de uma maneira amistosa ou que relutam em abordar

problemas ou pessoas.

Participar recreativamente de uma atividade lúdica pelo prazer que ela

proporciona e ser parte do grupo com ele compartilhando o resultado. Sentir-se

incluído e incluir o outro, participando e atuando nas tomadas de decisões,

sendo respeitado, valorizado, e, assim também respeitando e valorizando os

companheiros.

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Um pré-requisito para o sentir-se bem e, ao mesmo tempo desenvolver e

fortalecer a auto-estima, é tomar ciência de que somos todos, parte integrante

do mesmo universo, recebemos os mesmos benefícios e sofremos as mesmas

conseqüências. Quanto antes acontecer esta conscientização, menos

violência, menos discórdia, menos terrorismo, menos guerra e mais paz, mais

cooperação, mais solidariedade, e assim um futuro para a humanidade.

Este bem-estar pode ser ampliado, conforme Boff (2006, p.43) com “a

paz” resultante, na definição da Carta da Terra: “a plenitude que deriva da reta

relação para consigo mesmo, para com os outros, para com a natureza, para

com outras vidas e para com o Todo maior do qual somos parte”.

2.4 - CONTEXTO SOCIAL DOS ALUNOS DE 5ª SÉRIE

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Hoje na maioria das cidades as crianças são reféns do crescimento

desordenado acresce-se aí a violência social, a desagregação familiar, as

barreiras culturalmente impostas e a falta de planejamento dos órgãos

públicos.

O resultado são que as brincadeiras infantis não têm mais espaço para

existir e sem elas perdem-se todos os seus benefícios principalmente no

campo educativo.

Nas escolas é muito comum ouvir reclamações a respeito do

comportamento infantil, por parte de pais e professores, principalmente dos

alunos de 5ª série. Frases como: “... Cada ano eles vêm pior... Essas crianças

não têm mais educação... No meu tempo a gente sabia brincar sem brigar... Os

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alunos de hoje não sabem nem se comportar... Não sei o quê acontece com

esses alunos... Não existem mais brincadeiras saudáveis... Não agüento mais

essas crianças...”.

E a questão que se vislumbra é: Quem se responsabiliza por essas

crianças?

Analisando rapidamente vemos um jogo de repasses. A sociedade acusa

a escola de não educar; esta responsabiliza os pais; estes imputam aos

patrões pela falta de tempo para dedicarem-se aos filhos; os chefes cobram

dos governos a diminuição das taxas tributária; os mandatários transferem a

responsabilidade para a sociedade e esta retorna a crítica à escola. E assim

perpetua-se um circulo vicioso em que o aluno é a

primeira vítima. Depois vem seu grupo social, sua cidade, o país e enfim toda a

humanidade.

Nas escolas de um modo geral, os professores, têm uma formação mais

conteudista, acrescida a um olhar mais operacional que social sobre a

educação, que os impede de ver os alunos de 5ª série, como crianças de 10 a

12 anos que precisam de um período de adaptação em que predomine o

cuidado, a atenção e a paciência para melhor prepará-los à nova realidade.

Somada esta realidade escolar ao desconhecimento da realidade do

aluno e podemos ter uma série de problemas como: a evasão, a reprovação, o

aumento da agressividade, que são elementos ligados à individualidade do

aluno.

Sabemos que somos interdependentes e a resposta envolve a todos nós

porque ninguém vive por si só e segundo Orlick (1989, p. 182)

Se nossa qualidade de vida futura, e talvez até nossa sobrevivência, depender da cooperação, todos pereceremos se não estivermos aptos a cooperar, a ajudar uns aos outros, a sermos abertos e honestos, a nos preocuparmos com os outros, com as nossas gerações futuras...

A escola como instituição social tem a responsabilidade de difundir e reforçar

os valores positivos e de preparar seus alunos para viver „em‟ e „com‟ a

sociedade. Assim cabe aos educadores, elaborarem propostas e concretizá-las

com atitudes coerentes e conscientes para diminuir o abismo que separa os

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alunos de 5ª série do cidadão engajado com o mundo que pretendemos ajudar

a formar.

A interação: escola X família X sociedade X governos, é reforçada por

Brotto (2002, p. 34) quando afirma: “Entendo que aprender é sempre uma

aprendizagem compartilhada, que ocorre numa situação dinâmica de co-

educação e cooperação, em que todos são, simultaneamente, professores e

alunos”.

2.5 - O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA

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A Educação Física é participante do processo ensino-aprendizagem e

pode contribuir eficazmente para a sociabilização dos alunos, mas em especial

para o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos da 5ª série.

Para o professor de educação física fica a responsabilidade de quando

usar este auxiliar valioso, ensinar que o grande vencedor do jogo não é um só

indivíduo, mas todos que usufruíram dele de forma agradável e prazerosa. Que

compartilhar não é dividir ou ter diminuindo o seu prazer, e sim, é ampliar muito

a capacidade de ser feliz. Ter bons amigos é muito importante não só para nos

divertirmos juntos, mas como a garantia de no futuro ser parte de um grupo.

Como confirma Amaral (2007, p. 43)

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Os jogos cooperativos são um enorme aliado para o trabalho de integração do grupo no início do ano letivo, na formação de um novo grupo, na entrada de um novo membro. Desde o início, as crianças vivenciam e aprendem a superar a competição, a respeitar os outros e o grupo, a discutir os valores, a fazer amizades, e assim estarem confiantes e suficientemente felizes consigo mesmos para se expressarem livremente com todo o seu ser.

A seguir citamos algumas orientações que embasarão a aplicação do

Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, que será realizado no 1º

semestre do ano de 2009, na Escola Estadual Professora Matilde Baer:

1º - Usar o diálogo como instrumento de superação das desigualdades,

para suplantar as dificuldades, também como facilitador na apropriação de

conhecimentos e na aquisição de valores necessários para uma vida mais

digna e justa para todos.

2º - Ser tratado e tratar com respeito auxiliará no estabelecimento de

vínculos positivos entre professores e alunos. O relacionamento será

construído cooperativamente e assim todos serão autores e personagens da

história que passam a construir.

3º - Na resolução dos conflitos, ouvir todas as partes, permitir e

incentivar a opinião do grupo na escolha da melhor decisão. Estimulando

atitudes de empatia, amizade, estima e comunicação que servirão de

parâmetro em situações que envolvam ética e moral.

4º - Integrar todos, não discriminar ninguém. Estimulando e

oportunizando que cada um possa mostrar e utilizar o seu potencial criativo o

grupo se fortalece, enriquece e aprende

5º - “Provar que a vitória não depende da derrota dos outros, que

podemos ser competentes sem destruir o outro, aprendendo a compartilhar as

nossas habilidades, e notando que todos são importantes dentro do jogo.”

(SOLER, 2006, p. 46)

Estes princípios alicerçarão o projeto e temos ciência que: “Uma aula,

portanto eficaz, não se basta não se esgota no momento de sua realização, de

forma que a missão de cada disciplina é, mais que ensinar conteúdos

específicos, ensinar a viver.” (FREIRE; VENÂNCIO, 2005, p. 3).

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3 - SUGESTÕES DE ATIVIDADES

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Na Semana pedagógica apresentação, na escola aos professores e

equipe técnico-administrativa, do Projeto de Implementação Pedagógica na

Escola e da Unidade didático-Pedagógica. Após esclarecimento das dúvidas

será pedido que os professores em grupos apresentem sugestões à Gincana

Cooperativa, tanto na data quanto nas atividades previstas.

No primeiro contato com os alunos, a professora se apresentará e pedirá

que os alunos façam o mesmo, mas escrevendo uma autobiografia. Esta

atividade permitirá um conhecimento mais próximo dos alunos, da sua

realidade e até mesmo detectar problemas ou dificuldades nos e com os

educandos.

Nos primeiros dias de aula conversação com os alunos das 5ª séries A e

B sobre o que entendem por: cooperação, solidariedade, respeito, empatia,

diálogo. Após as apresentações por parte de todos, escolhem as melhores

definições e confeccionam 4 cartazes para serem colocados nas suas salas de

aula. Todos juntos confeccionarão um mural, que ficará no refeitório/pátio

interno com figuras em atitudes que exemplifiquem cada definição.

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3.1 – Gincana Cooperativa

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A-1 – Sorteio da equipes –Os alunos sorteiam de um saquinho um cartão que

serão de formato, cor, símbolo e letra diferentes. A seguir se organizem

primeiro por cor.

A-2 – Cada equipe escolhe um nome. Prepara um grito da paz que tenha no

mínimo duas das seguintes palavras ou seus correlatos: cooperação,

solidariedade, amigos, respeito, união, responsabilidade, diálogo. Fazer uma

paródia de qualquer cantiga de roda para o seu hino. Ganharão pontos todas

as equipes que realizarem as tarefas. Um ponto extra para a equipe que

conseguir a melhor integração entre os seus componentes na realização de

cada tarefa.

A-3 – Quebra-cabeça-cooperativo.

Desenvolvimento – Cada equipe recebe dois itens diferentes dos

seguintes materiais: papel, lápis, canetas coloridas, revistas para recortar,

tesouras, cola, pincel e tintas. A facilitadora pede que desenhem o símbolo da

sua equipe com o maior número de itens possíveis. A atenção será nas trocas

realizadas e a equipe que mais contribuir com as outras, ganha um ponto extra.

Após a conclusão trocam entre si os desenhos e cada equipe recorta-os em

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forma de um grande quebra- cabeça. Nova troca e o objetivo será montar

novamente os desenhos, colando-o numa cartolina e entregando-o a equipe

que o confeccionou. (Baseado em SOLER, 2006, p.91).

A-4 – Dança das cadeiras cooperativas.

Três cadeiras para cada equipe (eles pegarão e depois devolverão na

sua sala de aula). Escolhem-se os alunos que tenham algum símbolo no

cartão. Quando a música pára, todos devem sentar-se. Ninguém é eliminado, e

quem sai é a cadeira. Os alunos devem descobrir por si que todos devem

sentar-se sobre os elementos existentes, cadeiras e colos. Todos pontuam. Os

últimos alunos de cada equipe colocam seu cartão no saquinho e faz-se um

novo sorteio para outra equipe e cada um pode escolher um companheiro para

levar junto para a nova equipe. (Baseado em SOLER, 2006, p.81).

A-5 – Telefone sem fio (desenho).

Em coluna. O último participante deverá fazer um desenho com o seu

dedo nas costas do colega que está na sua frente. Este passará o mesmo

desenho para o próximo da coluna, até chegar ao primeiro da coluna, que

deverá desenhar em uma folha de papel e só apresentá-lo aos colegas, após o

que iniciou o desenho contar qual era o desenho. (Baseado em AMARAL,

2007, p. 56).

A-6 – Teatro.

O desafio do grupo será montar um telejornal com notícias que

transmitam aos telespectadores os sentimentos de alegria, tristeza, medo e

paz. (Após a realização da tarefa, conversar com os alunos sobre os

sentimentos despertados e associá-los as notícias dos jornais televisivos

citados por eles, sempre perguntando a opinião do grupo). (Baseado em

AMARAL, 2007, p.57).

A-7 – Somos um só

Três de cada equipe, deitados de costas no chão e com uma bola no

centro do círculo formado pelas cabeças. O objetivo é levantar com a bola, sem

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deixá-la cair, não podendo utilizar as mãos. Após todos estarem em pé, as

equipes irão se unir promovendo uma dança das bolas. Os três trocam de

equipes conforme o explicado no A-4. ( Baseado em Amaral, 2007, p. 58).

A-8 – Pega – foge igual.

Um voluntário é o pegador. O restante do grupo deverá fugir. Quem for

pego se junta ao pegador, de mãos dadas. Os demais devem juntar-se em

grupos com o mesmo número que esteja o pegador e permanecer com as

mãos dadas. Ao atingir determinado número os grupos subdividem-se e a

brincadeira continua até todos serem pegos. (Baseado em AMARAL, 2007,

p.88)

A-9 – Percurso de dominós.

As equipes em colunas, formando um sinal de mais. Um espaço de uns

três metros da coluna na sua frente. O primeiro de cada uma pega uma peça

de dominó e a coloca em pé, defronte a equipe a sua direita e vai atrás desta

coluna. Assim que ele colocar-se no lugar sai o seguinte da sua coluna e

repete o mesmo movimento. Até que todos tenham ido. Sempre que um

dominó cair e desmontar o percurso, todos os que o montaram devem

remontá-lo na mesma seqüência. A equipe que conseguir concluir sem que

nenhum de seus elementos, ou das outras equipes, tenham sido discriminado

por eles ganha um ponto extra.

A-10 – Montagem de um quebra cabeças coletivo.

Entrega-se um número igual de peças para cada equipe e pede que

montem o quebra-cabeça mostrado. Não se comenta que eles só conseguirão

se trabalharem como uma única equipe já que todos estarão com as peças do

mesmo quebra-cabeça. Aqueles que mais cooperarem com os colegas

ganharão pontos extras para suas equipes.

A-11- Bexigas.

Cada equipe forma um circulo e procuram manter no ar a bexiga,

utilizando qualquer parte do corpo. Cada um só pode dar uma batida por vez.

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Ao apito 3 alunos de cada equipe devem trocar de grupo, enquanto os demais

continuam mantendo a bexiga no ar. Novo apito nova troca, mas não podem ir

para o mesmo grupo dos primeiros. Repete-se o jogo mais uma vez. Havendo

condições pode-se colocar mais bexigas por equipe. ( Baseado em

SOLER&SOLER, 2008, p. 105).

A-12- Jogo dos 10 passes.

Duas equipes de cada lado da quadra. Sorteia-se com quem começará a

bola, que ao ouvir o sinal passa a bola para um colega, este procura passar a

outro e assim consecutivamente. O objetivo é conseguir 10 passes sem perder

ou deixar a bola cair. A cada 10 passes é ponto para a equipe que conseguiu,

mas um de seus jogadores passa para a equipe adversária. Caso seja muito

fácil atingir o objetivo, sugerir que se use só a mão direita. (Baseado em

SOLER & SOLER, 2008, p. 113).

A-13- Passeio do Bambolê.

Cada equipe forma um circulo com todos os componentes de mãos

dadas. Entre duas mãos coloca-se um bambolê. A escolha da dupla fica a

critério da equipe. O objetivo é tentar passar o bambolê pelo círculo todo sem

soltarem as mãos.(Baseado em SOLER & SOLER, 2008, p. 118).

A-14- Levando a bola.

As equipes dividem-se em duas partes e ficam frente a frente em lados

oposto da quadra. Os dois primeiros de cada lado seguram, cada um, 1 cabo

de vassoura e de um dos lados, a dupla tem a sua frente uma bola de papel.

Ao sinal, estes procuram erguer a bola do chão apenas utilizando os cabos.

Quando estiver acima da cabeça de ambos deslocam-se em direção aos

companheiros do outro lado da quadra. Se a bola cair durante o trajeto devem

pegá-la usando os cabos e continuar o caminho. Chegando ao outro lado

devem passar a bola para a outra dupla usando apenas os cabos. Quando

conseguirem, voltam correndo e entregam os cabos para a próxima dupla,

entrando atrás da sua fila. A dupla que recebeu a bola repete o exercício. O

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jogo termina quando todas as duplas tiverem feito o percurso pelo menos uma

vez. (Baseado em DEACOVE, 2002, p. 7)

A-15- Conclusão da Gincana.

Será com a elaboração das regras cooperativas, que serão sugeridas

pelos alunos, transcritas em cartazes que serão colocados em um lugar de

destaque nas suas salas de aula e com o compromisso pessoal dos alunos em

segui-las.

A elaboração do Painel Cooperativo será também iniciada. Ele conterá

boas notícias da escola, do bairro, da cidade ou de outros lugares, e ficará a

cargo dos professores, equipe técnico-pedagógica e alunos de todas as

turmas.

3.2 - JOGOS RECREATIVOS COOPERATIVOS

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Usaremos como Jogos Cooperativos a divisão de Orlick (1989, p. 125 –

135):

1 – Jogo Cooperativo sem perdedores – Existe uma única equipe com

todos os participantes. São 100% cooperativo. Exemplos: Bola quente, Terra,

Teia.

2 – Jogos de resultado coletivo – Pode haver mais de duas equipes, mas

o objetivo do jogo só pode ser alcançado com a união de todos. Exemplos: O

anel da sabedoria, Juquempô ccoperativo, coelho/temporal...

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3 – Jogos de inversão – Há uma alternância dos jogadores o que

dificulta reconhecer vencedor e perdedor.. Subdividem-se em:

A) – Rodízio – Existe a troca de lado após acordos pré-estabelecidos.

Exemplos: Futpar, Futebol cego, bola no balde...

B) – Inversão do goleador – Aquele que atinge o objetivo troca de

equipe. Exemplos: relóginho, boliche ao inverso, moeda ao alvo

C) – Inversão do placar – O ponto obtido vai para a outra equipe.

Exemplos: voleibol cego, futebol de duplas, gol nas marcas...

D) – Inversão total – O ponto obtido e, quem o marcou passam para a

outra equipe.Exemplos: basquetebalde, futepano, bola em zig-zag.

4 – Jogos semi-cooperativos – serão usados nas modalidades

esportivas. O destaque passa a ser o envolvimento de todos os alunos no jogo

e na diversão de jogar.

Pela sua diversidade vemos que a inclusão dos Jogos Cooperativos nas

horas de recreação e lazer, dentro e fora do espaço escolar, com os alunos de

5ª série será facilitada, porque gradativamente serão apresentados a variados

exemplos desta forma diferenciada de brincar e conviver.

3.3 - JOGOS INTER-SÉRIE COOPERATIVOS

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Ao término de cada bimestre, serão realizados, em contra-turno e

envolvendo todos, os jogos esportivos fundamentados nos princípios de Brotto

(2001, p. 149): “desenvolver processos facilitadores de participação, inclusão,

do exercício da cidadania sem fronteiras, do desenvolvimento integrado de

todas as competências pessoais e coletivas, da empatia, da solidariedade,

confiança mútua, auto – [...} estima [...]”.

Também aproveitaremos as orientações de Soler (2006, p.46) a respeito

do “princípio sócio-educativo, cujas metas, segundo o INDESP (Instituto

Nacional de Desenvolvimento do Esporte), são: ‟

- O princípio da participação – todos participam independente do papel que

desempenharão (jogador, torcida, árbitro, cronometrista, bandeirinha etc.).

- O princípio da co-educação – respeito às diferenças, sejam elas quais forem.

- O princípio da cooperação – valorizar o grupo e não o individual.

A forma de disputa será definida conforme o número de equipes

participantes. As regras serão adaptadas ao nível dos participantes e conforme

a modalidade envolvida. A arbitragem ficará a cargo de alunos de outras

turmas, comunidade, professores ou colaboradores. A ela caberá, além de

seguir as regras previamente combinadas, incentivar as atitudes cooperativas,

algumas baseadas, no que sugere Brotto (2001, p. 151):

- Parar para ajudar um amigo de outra equipe;

- Ser honesto nas situações duvidosas;

- Torcer com respeito para sua equipe, (e não contra a outra), mesmo após um

erro.

- Valorizar o colega que pertence à outra equipe como companheiro e não

inimigo.

- Respeitar as regras e os árbitros.

Paralelamente as competições, serão debatidos alguns temas como os

problemas que envolvem o esporte como doping, corrupção e violência e

valorizados alguns destaques positivos como a geração de empregos, o

incentivo as pesquisas esportivas que beneficiam a todos, etc.

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4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AMARAL, J. D. Jogos cooperativos. 2. ed. São Paulo; Phorte, 2007. BOFF, L. Virtudes para um outro mundo possível. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. v. 2: convivência, respeito, tolerância BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de conveniência. Santos, SP: Projeto Cooperação, 2001.

DEACOVE, J. Manual de jogos cooperativos. 2. Ed. Tradução de Andréia de Faria Freire. Ilustração de Audrey Duarte. Santos, SP: Projeto Cooperação, 2002. Co-Operative Games Manual. FREIRE, J. B. O Jogo: entre o riso e o choro. Campinas, SP. Autores Associados – 2002. (Coleção educação física e esportes) FREIRE, J. B. (Org.). VENÂNCIO, S. O jogo dentro e fora da escola. Campinas, SP. Autores Associados, apoio Faculdade de Educação Física da UNICAMP, 2005. - (Coleção educação física e esportes). MÚRCIA, J. A. M. (Org.). Aprendizagem através do jogo. Tradução de Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005. Aprendizage a través del juego. ORLICK, T. Vencendo a competição. Tradução de Fernando José Guimarães Martins. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. Winning through cooperation. SOLER, R. Jogos cooperativos. 3. Ed. Rio de Janeiro: 3. ed.: Sprint, 2006. SOLER, R. ; SOLER,S. S. Alfabetização cooperativa. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.