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Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
Universidade Estadual de Ponta Grossa
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
- UNIDADE DIDÁTICA -
“POESIA: UMA AVENTURA NO UNIVERSO DAS PALAVRAS.”
Autora: Profª. Rosana Aparecida Barbosa Reis
Orientador: Prof. Dr. Ubirajara Araujo Moreira
Piraí do Sul, PR
2011
UNIDADE DIDÁTICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Profª Rosana Aparecida Barbosa Reis
Área PDE: Língua Portuguesa
NRE: Ponta Grossa
Professor Orientador IES: Prof. Dr. Ubirajara Araujo Moreira
IES vinculada: Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
Escola de implementação: Colégio Estadual Jorge Queiroz Netto,
Município de Piraí do Sul
Público objeto da intervenção: 5ª Série do Ensino Fundamental
Tema: Formação do leitor literário.
Título: “Poesia: uma aventura no universo das palavras.”
Ano: 2011.
* * * * *
APRESENTAÇÃO
A leitura da poesia pode alargar o horizonte das pessoas, aprimo-
rar a sensibilidade estética, ampliar a imaginação, explorar o senso lúdi-
co, desenvolver a percepção de novas relações, assim como aguçar o es-
pírito crítico. A poesia é a arte da palavra, mexe com o intelecto assim
como sensibiliza e emociona e, deste modo, desperta e/ou estimula o
prazer para conhecer novos textos e novos mundos.
Daí a importância de se trabalhar a poesia na sala de aula. De se
desenvolver junto aos alunos, através de estratégias participativas, a
percepção da poesia como expressão artística e produto cultural, ajudan-
do–os a aprimorarem sua sensibilidade estética e seu potencial criador
em relação ao texto poético.
A poesia desperta o interesse das crianças, porque elas se deixam
envolver pelo ritmo, pela sonoridade e pela rima, brincam com as pala-
vras. Pode se apresentar como uma leitura fácil e divertida, estimulando
o gosto pelo ato de ler. Mas, ao mesmo tempo, penetra em suas mentes
e corações, deixando sementes que frutificarão durante a vida, muitas
vezes em momentos decisivos!
Ao mesmo tempo em que mexe com o sentimento e a emoção, a
poesia, cujo principal instrumento é a palavra, ativa inúmeros saberes
relacionados com os diferentes significados e sentidos que cada uma
possa pode ter, e isto certamente proporcionará o prazer da descoberta e
o doce sabor de ler.
POESIA:
UMA AVENTURA NO
UNIVERSO DAS PALAVRAS.
A pretensão do projeto: “Poesia: uma aventura no universo das
palavras“ é atrair a atenção das crianças para a poesia, possibilitando a
empatia para este gênero textual tão peculiar.
Nesta nossa proposta, as atividades que serão desenvolvidas são:
roda de leitura, seminário, mini–oficinas, mural, varal de poemas, jogral,
declamação e sarau poético.
Sabe-se muito bem que a maioria dos alunos demonstra desinte-
resse pela prática da leitura, mais ainda quanto se trata de poesia. Então
é necessário e urgente o trabalho com poesia nas aulas de Língua Portu-
guesa e assim iniciar ou retomar o hábito da leitura.
O público–alvo deste projeto são os alunos da 5ª série do Ensino
Fundamental, junto aos quais se tem o objetivo de despertar a sensibili-
dade e a emoção estéticas, através de estratégias interessantes, motiva-
doras, participativas, desenvolvendo consequentemente o gosto pela lei-
tura de poesia.
Procedimentos
formas variadas de leitura , especialmente em voz alta
(observar ritmo e sonoridade)
análise da estrutura (versos e estrofes): acrósticos , tro-
vas , sonetos, haicais, poemas livres...
exercitar memorização e declamação de poemas
elaboração de diferentes modalidades de poema
Leitura de um fragmento do poema “Convite”,
de José Paulo Paes.
Poesia é brincar com palavras
Como se brinca
Com bola, papagaio, pião.
Vamos brincar de poesia?
PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1990.
Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo1.html
Acesso em: 05 jul 2011
A seguir, alguns comentários e questionamentos, conside-
rando que os alunos terão acesso ao texto integral.
VOCÊ SABIA QUE...
Poema é um texto escrito
em linhas medidas em sílabas.
Cada linha do poema chama-se verso.
Os versos podem se juntar,
formando pequenos conjuntos chamados de estrofes.
1) Apresentação do projeto utilizando o banner.
a) Você conhece este tipo de texto?
b) Observe a ocupação do papel: o que você
nota a respeito da disposição dos versos?
c) Quantos versos possui o poema ? É dividido
em estrofes ? Quantas estrofes há?
d) Você gostou do poema ? Por quê ?
Distribuir cópias do poema “Trem de ferro” de Manuel Bandeira,
ler o poema em vez alta, enfatizando o ritmo. Pedir para os alunos
fazerem também uma leitura em voz alta, em conjunto: “não dei-
xando o trem descarrilar“...
1) Vamos ler mais alguns poemas? Pesquisar na biblioteca da
Escola. Encontre um poema de seu agrado. Copie–o, com le-
tra caprichada, numa folha, ilustre–o e traga o
poema para colocá–lo num varal para que todos
possam lê–lo.
Assistir ao vídeo “O Relógio”, Vinícius de Moraes
(www.youtube.com/watch ).
Sabia que sou mais bonita?
A borboleta disse ainda ao sapo:
Pobre batráquio asqueroso,
O que você é me causa nojo! [...]
Dorival Pedro dos Santos. In: O livro dos acrósticos.
São Paulo: Editora João Scortecci, 1994.
O cravo brigou com a rosa,
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido.
E a rosa despedaçada.
Domínio público
2) Confeccionar um mural com diversos poemas.
Veja alguns exemplos!
Procura–se algum lugar do planeta
onde a vida seja sempre uma festa. [...]
Roseana Murray. Classificados poéticos. São Paulo:
Companhia Editora Nocional, 2004. pág. 23.
Amigo grilo.
Sua vida foi curta.
Minha noite vai ser longa.
Alice Ruiz. Desorientais, 4. ed. São Paulo:
Iluminuras; 2001. pág.28.
Era uma vez
Era uma vez
Um lugarzinho no meio do nada
Com sabor de chocolate
E cheiro de terra molhada
Era uma vez
A riqueza contra a simplicidade
Uma mostrando para outra
Que dava mais felicidade
Pra gente ser feliz
Tem que cultivar as nossas amizades
Os amigos de verdade
Pra gente ser feliz
Tem que mergulhar na própria fantasia
Na nossa liberdade [...]
Álvaro Sacci e Cláudio Matta. Era uma vez. Sandy & Júnior ao vivo. São Paulo: Polygram / Universal, 1998, CD.
As formas dos poemas
Há poemas que são estruturados em formas fixas,
com número preestabelecido de versos e estrofes;
outros têm número variável de versos e estrofes.
Vamos ver alguns casos.
1) ACRÓSTICO: é um tipo de poema no qual se forma, em sentido
vertical, uma ou mais palavras combinando-se, na sequência, a
primeira letra de cada verso. Pode ser também formado com as
letras do meio ou do fim de cada verso. A palavra formada deve
se relacionar com o assunto desenvolvido no poema.
2) TROVA, QUADRA ou QUADRINHA: trata-se de um poema de
forma fixa, composto de uma única estrofe de quatro versos, em
geral de sete sílabas cada um, e com rima nos versos 2 e 4. É o
tipo mais comum do cancioneiro popular brasileiro e aborda os
mais variados temas.
3) HAICAI ou HAIKAI: constitui um pequeno poema de origem
japonesa, com forma fixa. Compõe-se de apenas três versos. Na
sua modalidade mais tradicional, é formado de 17 sílabas assim
distribuídas: 5 sílabas no verso inicial, 7 sílabas no verso do
meio, e 5 sílabas no último verso. Em geral tem como assunto a
natureza ou as estações do ano.
4) SONETO: palavra que vem do italiano “sonetto” e quer dizer
“pequena canção“. É uma forma poética fixa composta por 14
versos, distribuídos em quatro estrofes: as duas primeiras são
os quartetos (estrofes de 4 versos) e as duas últimas são os
tercetos (estrofes de 3 versos). Presta-se aos mais variados
temas.
5) POEMA LIVRE: todo e qualquer poema, de qualquer temática,
que se organiza com versos de medidas variadas, assim como
suas estrofes também são formadas por um número variado de
versos – portanto, sem obedecer um padrão preestabelecido.
3) LEITURA E ANÁLISE DOS POEMAS do
mural e outros poemas xerocados – co-
mo: Casa de avó – Roseana Murray; Gra-
fite no muro do Colégio - Sérgio Caparel-
li; Ritmo – Mário Quintana; Desabar –
Carlos Drummond de Andrade; Borbole-
tas – Vinicius de Moraes; Ficção Científi-
ca, José Paulo Paes.
Explorar os temas, os títulos (propor ou-
tros?!), recursos de sonoridade (ritmo,
rima, repetições), ilustrações, técnicas
de recitação, declamação e dramatização.
Explorar os temas, os titulos, recursos
de sonoridade (ritmo, rima, repetições),
ilustrações, técnicas de recitação / de-
clamação.
Mão na massa!!
Vocês irão produzir seus textos: acrósticos, trovas, haicais,
poemas livres.
Trocarão os textos entre vocês, lerão e comentarão as pro-
duções dos colegas, dando sugestões.
Só então passarão a limpo, com letra caprichada e ilustrações
coloridas, para assim montarmos um VARAL com os poemas
criados por vocês!
05) PRODUÇÃO!!! Agora – juntos - produziremos
um acróstico, uma trova, um haicai e
um poema livre.
06) VARAL INÉDITO: novos poemas decorarão
a sala.
04) BIOGRAFIA – Comentário sobre os autores dos
poemas analisados. Novos textos: acrósticos, trovas,
haicais e outros tipos de poemas – com ilustração.
Pen-drive usando a TV multimídia.
07) Preparando o sarau. Seleção dos poemas.
Escolham o tipo de leitura que farão dos
poemas: leituras individuais, em duplas
ou em trios.
Praticar a leitura de seu poema: gestos,
entonação, ritmo, voz audível.
Preparar um lugar agradável e escolher
uma data para o evento.
8) Organizar um livro artesanal
com os poemas recitados no sarau.
Algumas breves reflexões...
A intenção aqui é enfatizar a importância da leitura, cons-
truir um elo forte dos alunos com o ato de ler. Não só ler para
adquirir informações, melhorar sua capacidade de compreen-
são. Todavia e principalmente ampliar a autonomia e compe-
tência leitora de nossos educandos. Ensiná-los a desenvolver a
capacidade de desfrutar a leitura e buscar prazer nessa ativi-
dade.
Como afirmou Elisabeth Baldi:
“É preciso alimentar a imaginação de nossos alunos,
compartilhar leituras com eles e oferecer-lhes experiências de
fruição para que descubram os encantos da literatura como
uma forma de arte que possibilita conhecerem melhor a si
Conteúdos de estudo
A) Leitura: fluência e compreensão – leitura oral.
B) Linguagem literária. A poesia e suas características.
C) Criação e ilustração de poemas.
D) Declamação.
mesmos, ao mundo e aos que os cercam, para que se tornem
pessoas mais sensíveis, mais críticas, mais criativas.” (Baldi,
2009, p. 8)
Por isso escolhi a poesia, pois como qualquer outra ex-
pressão artística (a música, a pintura, o cinema, etc), é capaz
de nos transformar em pessoas melhores, porque desperta
sentimentos e emoções que enriquecem nossa vida, ressaltan-
do o que há de melhor em nós. Precisamos de indivíduos sen-
síveis, educados, gentis, solidários e respeitadores dos princí-
pios éticos e morais.
Para concluir esse comentário, é necessário afirmar que
para desenvolvermos o gosto pela leitura de poemas e uma
mínima capacidade de sentir prazer, é essencial que o profes-
sor goste e sinta prazer ao ler, para realmente poder ajudar
seus alunos, ao contrário dificilmente eles serão bons leitores.
“Ler é muito mais que possuir um rico cabedal de estra-
tégias e técnicas. Ler é sobretudo uma atividade voluntária e
prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em
conta. As crianças e os professores devem estar motivados pa-
ra aprender e ensinar a ler.” (Solé, 1998, p. 90).
Enfim, esse é o meu, o nosso grande e maravilhoso desa-
fio. Jamais poderemos ensinar alguém a gostar do que nunca
provamos e gostamos. Com as atividades que planejei, quero
dar os primeiros passos para tornar esses alunos leitores apai-
xonados por poesia.
* * * * *
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
DA PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
Nesta unidade didática a avaliação não será
um mero instrumento de medição da aprendizagem de
conteúdos. Objetiva-se que a avaliação seja subsídio para
reflexões sobre a produção dos alunos, levando-os à su-
peração das suas dificuldades, ao enriquecimento do sa-
ber e ao desenvolvimento de suas aptidões.
A avaliação ocorrerá em todos os momentos,
através da observação e reflexão a respeito das ativida-
des propostas ao longo desta unidade didática.
Serão observados e avaliados os seguintes as-
pectos:
Participação dos alunos em todas as ativida-
des.
Interesse, empenho e entusiasmo na realiza-
ção das tarefas.
Desempenho na execução das atividades de
exploração de leitura.
Originalidade e sensibilidade nas produções de
poemas.
Criatividade e desenvoltura na realização do
Sarau Poético.
O processo avaliativo, além de reflexivo, tam-
bém será contínuo e cumulativo, visando o melhor
aproveitamento dos alunos nas atividades desenvol-
vidas.
* * * * *
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA
ANDRADE. Carlos Drummond de Andrade. Simplesmente Drummond.
Rio de Janeiro: Record, 2002.
BALDI, Elisabeth. Leitura nas séries iniciais: uma proposta a para
formação de leitores de literatura. Porto Alegre: Editora Projeto,
2009.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1990.
CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. 3. ed. revista e
aumentada. São Paulo: Cultrix, 1978.
CAPARELLI, Sérgio. Restos de arco-íris. 6ª ed. Porto Alegre: L&PM,
1995.
http://office.microsoft.com/pt-
br/images/??Origin=EC790014051046&CTT=6. Ilustrações.
http: // www.youtube.com/watch?v=AjQdFJTdLPU. Vídeo do poema O
relógio, de Vinícius de Moraes.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 2. ed. São Paulo:
Cultrix, 1978.
MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letri-
nhas, 1991.
MURRAY, Roseana. Classificados Poéticos. São Paulo: Companhia Edi-
tora Nacional, 2004.
________. Casas. Belo Horizonte: Formato, 1994.
PAES, José Paulo. Poemas para brincar. 12ª ed. São Paulo: Ática,
1997.
________. Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna, 2001.
RUIZ, Alice. Desorientais. 4ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.
SACCI, Álvaro; MATTA, Cláudio. Era uma vez. Sandy & Júnior ao vivo.
São Paulo: Polygram / Universal, 1998. CD.