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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE … · pensamento está presente nas obras de brancos que retratam o povo negro. Ao longo da exposição, encontram-se diversos objetos

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título Jogos Africanos como Conteúdo da Educação Física Escolar

Autor Zilda Alves da Costa

Escola de Atuação Colégio Estadual Vereador José Balan – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional.

Município da escola Umuarama

Núcleo Regional de Educação Umuarama

Orientador Professora Mª Eliane Josefa Barbosa dos Reis

Instituição de Ensino Superior UNESPAR- Campus de Paranavaí

Disciplina/Área (entrada no PDE) Educação Física

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar (indicar, caso

haja, as diferentes disciplinas

compreendidas no trabalho).

Não

Público Alvo (indicar o grupo com o

qual o professor PDE desenvolveu o

trabalho: professores, alunos,

comunidade...).

Alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Vereador José Balan

Localização (identificar nome e

endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Vereador José Balan – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional.

Rua Anhumai, 3284 – Jardim Tropical- Umuarama-Pr.

Apresentação: (descrever a justificativa,

objetivos e metodologia utilizada. A

informação deverá conter no máximo

1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte

Arial ou Times New Roman, tamanho

12 e espaçamento simples).

Através de estudo dos jogos africanos e afro-brasileiros, no processo

de valorização da cultura negra, do conhecimento das diversidades

culturais e sociais. Iniciaremos com estudo de textos, discussões,

reflexões, confecções dos jogos e exposição dos mesmos. Os jogos

africanos e afro-brasileiros é o principal instrumento deste trabalho

com ele pretende-se oportunizar momentos de prazer, lazer e interação

entre alunos, desenvolvendo o respeito, pensamento lógico que irá

refletir na sala de aula.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Jogos africanos, diversidades culturais e sociais, valorização.

Secretaria de Estado da Educação

Superintendência da Educação

Departamento de políticas e programas Educacionais

Coordenação Estadual do PDE

Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – Campus Paranavaí

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

OS JOGOS AFRICANOS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR

Prof.ª PDE – Zilda Alves da Costa

Orientadora: Professora Mª Eliane Josefa Barbosa dos Reis

Umuarama

2010

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UNIDADE DIDÁTICA

APRESENTAÇÃO

Nas Diretrizes Curriculares da Educação nos é apresentado que os jogos e brincadeiras

são pensados de maneira complementar, mesmo cada um apresentando suas especificidades.

Que compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da

realidade (Paraná, 2008). Através desse documento é que pensamos em realizar um estudo

dos jogos africanos e afro-brasileiros, no processo de valorização da cultura negra e do

conhecimento das diversidades culturais e sociais.

Pensando nisto, no trabalho desta Unidade Didática iniciaremos discussões, estudos de

textos, reflexões para sistematizar os conteúdos que possam nos auxiliar a favorecer a

educação para os jogos, e como principal instrumento, os jogos africanos e afro-brasileiros,

para que através dos mesmos possamos atingir a valorização da cultura negra, diante de

tamanha desigualdades sociais e discriminações raciais, além de amenizar o estigma que todo

continente africano enfrenta.

FUNDAMENTAÇÃO INTRODUTÓRIA

Tendo como função unir em uma só todas as diferenças culturais, a diversidade

cultural é um caminho que dá a todos o direito de expressão, através de suas culturas que

existem entre os povos, mostrando assim a forma de se organizar as sociedades existentes, e a

maneira que interagem no seu ambiente mudando suas concepções. É de extrema importância

ressaltar que, a diversidade cultural preserva a sobrevivência e a cultura africana, que são tão

importantes para a nossa cultura que descende dessa.

Desenvolvimento social é a maneira de como a sociedade se organiza e como se

relacionam e evolui.

Kishimoto (2009) afirma que, atualmente, o jogo que tinha a função de desenvolver

fantasias, com caráter de gratuidade, é canalizado para uma visão de eficiência, visando à

formação do grande homem de amanhã, e toma-se, em decorrência, pago. A especialização

excessiva dos "brinquedos educativos", dirigidos ao ensino de conteúdos específicos, está

retirando o jogo de sua área natural e eliminando o prazer, a alegria e a gratuidade,

ingredientes indispensáveis à conduta lúdica. Sendo assim, este estudo visa resgatar os valores

do jogo, enfatizando sua origem, buscando a valorização da cultura africana e afro-brasileira.

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Através das aulas de Educação Física

A partir destas informações foram criados alguns questionamentos:

Em que os jogos africanos e afro-brasileiros vão contribuir para o conhecimento da

diversidade cultural e desenvolvimento social?

Qual a relação da cultura afro-brasileira nas aulas de Educação Física?

No dia-a-dia é comum se deparar com diferenças existentes e impostas pela sociedade,

desencadeando assim, situações constrangedoras, como: apelidos, brincadeira de mau gosto,

que se torna rotineiro e comum no ambiente escolar, o que acabam se tornando naturais como

exemplo disso; acreditar que pessoas de origem afro descendentes são seres humanos

inferiores.

É possível observar que com jogos, há um acolhimento étnico racial, valorização,

conforto e alegria, mas também ocorre do contrário, havendo muitas humilhações,

constrangimento e tristeza. De um jeito ou de outro são aprendizagens que oscilam entre

prazer e dor.

De acordo com a lei 10.639/03:

“Art. 26- A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e

particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo

da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra

brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do

povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil”.

(História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-

raciais, 2006 , p.13)

Partindo disso, será desenvolvido um projeto para ser aplicado no Colégio Estadual

Vereador José Balan, que incluirá jogos africanos e jogos afro-brasileiros nas aulas de

Educação Física.

O jogo é uma modalidade muito antiga no mundo, e vem sofrendo alterações na

valorização do jogar, mas o prazer de jogar não mudou. A humanidade sempre jogou; e uma

análise criteriosa permite perceber as várias funções do jogo.

Ainda é muito difícil afirmar que o Brasil é uma sociedade racista, mas analisando a

Educação Física do século passado, é possível observar que, era severamente ligada às

instituições militares e classes médicas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação

Física (1997) mostram essas influências.

Visando melhorar a condição de vida, muitos médicos assumiram uma função

higienista e buscaram modificar os hábitos de saúde e higiene da população. A

Educação Física, então, favoreceria a educação do corpo, tendo como meta a

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onstituição de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível às

doenças. Além disso, havia no pensamento político e intelectual brasileiro da época

uma forte preocupação com a eugenia. Como o contingente de escravos negros era

muito grande, havia o temor de uma “mistura” que “desqualificasse” a raça branca.

Dessa forma, a educação sexual associada à Educação Física deveriam incutir nos

homens e mulheres a responsabilidade de manter a “pureza” e a “qualidade” da raça

branca. (BRASIL, 1997, p. 19).

Com os jogos é possível desenvolver habilidades motoras significativas para seu

desenvolvimento refletindo em sua vida social e escolar. Algumas das habilidades que

poderão ser desenvolvidas são: concentração, atenção, lateralidade, coordenação motora fina e

ampla, discriminação visual, respeito, entre outras. Favorecendo o desenvolvimento físico,

cognitivo, afetivo, social e moral.

Ainda num contexto de Educação Física Escolar, o jogo deve ser proposto como uma

forma de ensinar, educar e desenvolver no aluno, o seu crescimento cognitivo, afetivo-social e

psicomotor, facilitando e permitindo a interação com o grupo.

Kishimoto (2005), afirma que: O professor de Educação Física transmite a cultura,

Pois apregoa a incorporação de valores e de conhecimento próprios da cultura como

fundamentais à formação dos jovens, devendo o professor ser um agente de

manutenção de ordem social.

Aprender diferentes culturas auxilia a perceber as diferenças na valorização do jogar.

Através da manipulação dos jogos, os alunos poderão descobrir conceitos diferenciados,

assim, o professor que utiliza jogos em suas aulas; tornam as mesmas bastante ricas em

qualidade e tornam-nas mais atrativas.

De acordo com Maranhão (2006), os jogos na cultura africana, assim como em outras

culturas, possuem algumas particularidades em relação a gênero, idade e número de

participantes. Alguns jogos na cultura africana são praticados somente por meninas e outros

somente por meninos. Afirma ainda ser fundamental levar em consideração, o contexto em

que se desenvolve (u) o jogo para haver compreensão e respeito à cultura.

Nas aulas de Educação Física Escolar, observamos que o jogo se manifesta nos alunos

de maneira espontânea e descontraída, aliviando a tensão interior, bem como demonstrando

expressão de contentamento.

Segundo o Coletivo de Autores (1992), o jogo satisfaz necessidades da criança,

especialmente a necessidade de “ação”.

O jogo não pode ser visto e nem trabalhado como divertimento ou como forma de

gastar energia.

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Muitos colegas, professores de Educação Física preferem os esportes, deixando de

lado as outras atividades, como: jogos, ginásticas, lutas, brincadeiras, danças, mas este

trabalho tem como um dos seus objetivos; apresentar jogos africanos e afro-brasileiros nas

aulas, destacando sua história e sua cultura, realizando confecção dos mesmos.

OBJETIVO DA UNIDADE DIDÁTICA

Sistematizar conteúdos dos jogos africanos e afro-brasileiros.

ROTEIRO DE ATIVIDADES

TEMÁTICA I – 4 aulas

Neste momento, discutiremos a importância de estudar diferentes culturas nas aulas de

Educação Física, analisaremos os costumes e valores da sociedade do país de origem dos

jogos, percebendo assim, as diferenças entre as mesmas.

Refletiremos sobre o papel do jogo numa sociedade que está em transformação,

valorizando-o como uma parte para a mudança de valores e atitudes do cotidiano; ressaltando

que a educação é um processo que precisa atingir a pessoa em sua totalidade, na busca de tudo

aquilo que a faz crescer. Assim, as aulas de Educação Física; na escola nos parece um ótimo

espaço pedagógico para se trabalhar estes propósitos.

Pretende-se dessa forma; fazer com que o tema abordado esteja bem desenvolvido em

sua problemática.

SUGESTÕES DE VÍDEOS:

A África que nunca

vimos, ou que

ninguém nos mostra.

http://www.youtube.com/watch?v=3vllE0-Xuo0&feature=related

Globo Repórter –

África – part. 02

http://www.youtube.com/watch?v=6kQr1hZwuQQ&feature=related

Globo Repórter –

África – part. 03

http://www.youtube.com/watch?v=I6svw6RUYLE&feature=related

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Globo Repórter –

África – part. 04

http://www.youtube.com/watch?v=1G-qkMRuOPk&feature=related

Globo Repórter –

África - Final

http://www.youtube.com/watch?v=Vd23cdao6f4&feature=related

TEXTO I

Olhares sobre o negro

Cultura africana é fonte de inspiração para artistas do passado e do presente

Por: Cristina Souto, Instituto Ciência Hoje/RJ

Publicado em 06/11/2000 | Atualizado em 15/07/2010

Regresso de um proprietário , de Jean-Baptiste Debret

Dois módulos da exposição, Negro de corpo e alma têm como proposta apresentar o

olhar do branco sobre o negro e o olhar do negro sobre seu

próprio povo. Essas visões permitem perceber como a

força do pensamento do homem branco se fez presente e

marcou as manifestações artísticas da época.

Entre os brancos, a ambição pelo poder, a conquista

de territórios, o comércio de escravos e o sentimento de

superioridade, que reduziram o negro a objeto de troca,

eram comuns no período do tráfico negreiro. Esse

pensamento está presente nas obras de brancos que

retratam o povo negro. Ao longo da exposição, encontram-

se diversos objetos do cotidiano, como caixas de charutos, saboneteiras e panelas, que tinham

a cara de negros esculpida ou pintada. Para os artistas, essas representações reforçavam a

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idéia de que o negro estaria sempre servindo o branco. Também, eram bastante comuns

esculturas com imagens negativas dos negros, às vezes retratados sob a forma de diabo e de

animais.

No entanto, dois dos artistas brancos que mais se destacaram no período da escravidão

foram o alemão Johann Moritz Rugendas e o francês Jean Baptiste Debret. Ao chegarem ao

Brasil, os pintores começaram a reproduzir cenas da realidade da escravidão, como os

castigos sofridos pelos negros, o cotidiano e as viagens nos navios negreiros. Algumas obras

desses artistas fazem parte da exposição.

Mas havia também artistas negros que retrataram sua própria cultura. Alguns tiveram a

oportunidade de frequentar uma academia de arte para aprender a pintar, como Estevão da

Silva (que gostava de retratar naturezas mortas), Emmanuel Zanor e Benedito José Tobias,

que pintava os negros. Outros não tiveram a mesma chance, mas com o talento conseguiram

ser grandes artistas, como Aleijadinho e Mestre Valentim. No entanto, a cultura negra não foi

apenas fonte de inspiração no passado: ela continua fascinando os artistas do presente. É o

caso do francês Pierre Verger, que veio ao Brasil para conhecer a cultura negra e se encantou

pelo candomblé. Não satisfeito, foi à África descobrir as origens do culto. Fotografou os

orixás nos terreiros do Brasil e da África. Outros artistas também foram influenciados pela

cultura negra e até trocaram de religião, como Mestre Didi e Ronaldo Rêgo.

E é por isso, que toda a riqueza desse povo, deve ser resgatada e valorizada. A

presença do negro foi fundamental na formação do povo e da cultura brasileira que hoje

conhecemos. A proposta da exposição é exatamente essa: redescobrir nossas raízes culturais,

raciais e artísticas, para podermos entender um pouco mais o significado de ser brasileiro.

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TEMÁTICA II – 2 aulas

Nessa temática será realizada com os estudos das origens dos jogos propostos:

Shisima; Labirinto; Mankala; Matacuzana; My God; Tchuka; Yoté.

SHISIMA

Jogo procedente do Quênia, onde normalmente pratica-se desenhando o tabuleiro na

terra. Pertence o grupo dos três em linha.

Elementos do jogo: Um tabuleiro como o da figura, Seis peças, três de cada cor.

Número de jogadores: 2.

Objetivo do jogo: Alinhar as três fichas.

Regras de jogo:

Colocam-se as peças, chamadas imbalavali,

como indica a figura acima. Alternativamente, os

jogadores desprezam uma peça de uma casa

contigua, até que se consigam alinhar as três, por

exemplo, ver a figura. Não será permitido saltar

sobre as suas fichas ou as do adversário.

http://www.gamesmuseum.uwaterloo.ca/VirtualExhibits/rowgames/graphics/shisima.jpg

LABIRINTO

Local: quadra ou pátio

A brincadeira do Labirinto é originária de Moçambique e possui uma dinâmica

simples e interessante. Para começar é preciso que se faça um desenho do labirinto no chão.

Os jogadores iniciam o jogo na primeira extremidade.

Para seguir em frente; tira-se par ou ímpar repetidas

vezes. Toda vez que um jogador ganhar ele segue para

a extremidade à frente. O jogador que chegar à última

extremidade primeiro vence a partida. Sugestões de

variação: - Ao invés de tirar par ou ímpar para seguir

em frente, os jogadores poderão utilizar a pedra, papel

e tesoura. - Pode-se jogador com mais de duas

crianças, mas para isso é preciso mudar a disputa de

par ou ímpar para adedanha.

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http://i43.tinypic.com/2uxwthe.png

MANKALA

Local: quadra ou pátio

Trata-se de um jogo com profundas raízes filosóficas. É jogado, habitualmente, com

pequenas pedras ou com sementes. A movimentação das peças tem um sentido de

"semeadura" e "colheita". Cada jogador é obrigado a recolher sementes (que neste momento

não pertencem a nenhum dos jogadores), e com elas semeá-las suas casas do tabuleiro, mas

também as casas do adversário. Seguindo as regras; em dado momento o jogador faz a

"colheita" de sementes, que passam a ser suas. Ganha quem mais sementes tiver no final do

jogo. É um jogo em que não há sorte envolvida, mas exclusivamente raciocínio lógico e

matemático.

Geralmente é disputado por duas pessoas, mas existem variantes para até seis pessoas.

No mesmo livro mencionado acima, são colocadas como características comuns dos

jogos de Mancala, segundo Odeley:

a) São jogados por duas pessoas, uma em frente à outra, com o tabuleiro

longitudinalmente colocados entre elas;(*)

b)Antes de começar o jogo, o mesmo número de sementes é distribuído em cada uma

das cavidades do tabuleiro;

c) Os jogadores se alternam para jogar, distribuindo as sementes da cavidade

escolhida, uma a uma, no sentido anti-horário, nas cavidades subsequentes;

d) Sempre há captura de sementes, sendo a forma de captura diferente, dependendo do

jogo em questão

e) A partida termina quando restam

muito poucas sementes para o jogo continuar,

ou quando resta apenas uma semente em cada

lado;

f) Ganha quem tem o maior número de

sementes;

g) As estratégias do jogo envolvem

movimentos calculados, que exigem muita

concentração, antecipação e esforço intelectual;

* - esta característica não é absoluta, na

medida em que existem variações para mais de dois jogadores.

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O tabuleiro pode ser extremamente simples (como buracos no chão), podem ser

toscamente esculpidos em madeira ou finamente trabalhados. Diz-se que antigos Marajás

indianos, jogavam em tabuleiros decorados, usando como peças, pedras preciosas.

http://mindlabcolegiao.files.wordpress.com/2010/03/mancala.jpg

MATACUZANA

A matacuzana é muito popular em Moçambique com suas raízes africanas. Para

brincar são necessárias apenas algumas pedrinhas.

Como jogar:

É preciso realizar um buraco no chão, cada jogador com uma pedrinha na mão, é

preciso encher o buraco com outras pedrinhas. O objetivo do jogo é jogar a pedrinha para o

alto e tirar uma das pedrinhas do buraco

e pegar a pedrinha antes que toque no

chão. Os jogadores se revezam até que

não haja mais pedrinhas no buraco.

Quem errar perde a vez. E vence o

jogador que mais adquirir pedrinhas. É

possível aumentar o nível de

dificuldade, como por exemplo, pegar

duas pedrinhas do buraco por vez ou

ainda bater palmas.

http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2010/212/imagens/matacuzana.jpg/image

MY GOD

É necessário qualquer tipo de lata e os alunos divididos em dois grupos dispostos nas

laterais da quadra. No centro, as latas deverão ser

empilhadas (mais ou menos cinco latas). Um grupo

tem por objetivo derrubar as latas com uma bolinha

(pode ser de meia) ou “queimar” o outro grupo,

impedindo que sejam novamente empilhadas as

latas. Ganha o jogo o grupo que conseguir montar e

derrubar mais vezes as latas, gritando My God.

http://4.bp.blogspot.com/_JhTMRp2Dm3M/TALSVxo4WsI/AAAAAAAAADY/jLckuqJIPUE/s1600/

my+god.jpg

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TCHUKA

O objetivo desse jogo é conduzir todas as peças até a maior casa do tabuleiro (Ruma).

O tabuleiro apresenta uma casa maior (ruma) e quatro casas menores.

No início do jogo a Ruma deve estar vazia e as demais com duas peças.

No sentido horário é preciso

escolher uma casa e distribuir nas

demais. Caso a última peça cair na

Ruma, o jogador pode escolher outra

casa e fazer outra distribuição, caso a

última peça caia em uma casa vazia o

jogo deverá ser recomeçado.

http://loja.jogosdeempresa.com.br/ecommerce_site/arquivos4275/arquivos/1242239119.jpg

YOTÉ

É um jogo para dois jogadores. As peças do tabuleiro estão fora e serão colocadas

gradativamente e depois de todas colocada, joga-se como Damas.

O Yoté possui 30 buracos divididos em cinco filas possuindo seis buracos cada uma.

A cada jogador pertencem 12 peças de cores e formatos diferentes. Cada jogador coloca uma

peça por vez alternadamente, podendo escolher colocar mais uma peça ou mover alguma do

tabuleiro, com exceção da movimentação

em diagonal. A captura de peças do

adversário ocorre como em um jogo de

damas.

Aquele que ficar sem peças, ou com

peças bloqueadas de modo a não poder

mover-se, perde o jogo.

O empate é possível, bastando que

não tenham os jogadores peças suficientes

para forçar a vitória.

http://www.geartefono.com.br/media/images/yote_dara_grd.jpg

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TEMÁTICA III – 12 aulas

Aqui confeccionaremos os jogos africanos, para que a partir desse trabalho seja

possível realizar a prática planejada.

TEMÁTICA IV – 5 aulas

Serão estudadas estratégias de intervenções, que serão realizadas nas aulas de

Educação Física, com alunos do Ensino Médio, nas quais serão repassados aos alunos os

objetivos do trabalho e seus encaminhamentos metodológicos.

TEMÁTICA V – 3 aulas

Com os alunos, será discutida a importância de que nossa sociedade possui raízes

africanas e enaltecendo a cultura de um povo que nunca desiste, e que essas raízes nunca

caiam no esquecimento, para que os ideais desse povo permaneçam vivos nas mentes de cada

brasileiro, sendo que somos descendentes advindos desse povo. Cabendo também, a nós

professores fazer com que essa cultura perdure.

SUGESTÕES DE VÍDEOS:

Kiriku e a feiticeira

Kiriku e os animais selvagens

TEMÁTICA VI – 6 aulas

As aulas de Educação Física serão próprias para os alunos explorarem o espaço total

do local, com isso, o desenvolvimento será pleno; respeitando as limitações e tempo de cada

um, pois isso afetará o desenvolvimento orgânico e funcional.

Os alunos responderão a um questionamento para refletirmos sobre tudo que foi

trabalhado, realizaremos um feedback para expor os pontos positivos e relevantes de nosso

trabalho.

Depois partiremos para trabalhos expositivos à comunidade escolar, dentro dessa

exposição, os alunos que participaram dessa produção pedagógica, organizarão oficinas para

que os jogos sejam apresentados para toda escola.

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REFERÊNCIAS

BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Coleção

Espírito Crítico, Duas Cidades: Ed. 34, 2005.

BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das

relações étnicos raciais e para o ensino da história e cultura afro brasileira. Brasília,

MEC, 2004.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo, SP: Cortez,

1992.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. (org.); 8ª Ed.

São Paulo: Cortez, 2005.

MAJARO, Adebayo Abidemi. III Encontro de Educadores Negros. Faxinal do Céu, 2006.

MARANHÃO, Fabiano. Jogos africanos e afro-brasileiros como possibilidades na

formação de uma identidade cultural negra positiva. 2006. Monografia (Licenciatura em

Educação Física) – UFSCar: São Carlos, 2006.

MARCELINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e a Educação Física. Ijuí: Ed. Unijuí,

2003.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento

de Ensino Fundamental. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as

relações étnico-raciais / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da

Educação. Departamento de Ensino Fundamental. – Curitiba: SEED-PR, 2006. Cadernos

Temáticos.

SOUTO, Cristina. Olhares sobre o negro. Revista Ciência Hoje das Crianças. Disponível em http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/historia/redescobrimento/presenca-dos-negros-no-

brasil/olhares-sobre-o-negro, visto em 02/08/2011.

ZASLAVSKY, Claudia. Jogos e Atividades Matemáticas do Mundo Inteiro. São Paulo.

Artmed, 2000.