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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA – UEM

GÊNERO TEXTUAL “FUNNY JOKES” COMO INSTRUMENTO DE LEITURA PARA UMA ANÁLISE CRÍTICA DA SOCIEDADE

Autor: Valéria Cristina Esteves1

Orientadora: Profa. DR ª. Sandra Maria Coelho de Souza Moser 2

MARINGÁ- PR

2010

1 Graduação em Letras - Universidade Estadual de Maringá (1985). Especialização em Fundamentos e Teorias em Educação pela Cesumar (1997). Professora de Língua Inglesa pela rede estadual de ensino desde 1986.

2 Graduação em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (1976). Mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Doutorado em 2003 pela Universidade do Estado de São Paulo. Professora titular e Coordenadora do Curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá.

RESUMO

Este artigo tem por objetivo apresentar a implementação do projeto intitulado:

“Gênero textual “funny jokes” como instrumento de leitura para uma análise crítica

da sociedade” aplicado em 2011, na turma de 1º ano do Ensino Médio do Colégio

Estadual Alberto Jackson Byington Júnior. Nosso objetivo foi propor mudanças no

trabalho pedagógico com os temas curriculares da disciplina de Língua Inglesa,

contemplando o gênero textual “funny jokes”, na busca da melhoria da qualidade de

ensino, para que o aluno desenvolvesse uma consciência crítica dos valores morais

da sociedade atual. Trabalhamos atividades estruturadas em sequência didática com

conteúdos pertinentes a série destinada. Os temas escolhidos procuraram enfocar

uma análise crítica interligada a realidade do aluno e consequentemente provocar

uma mudança em sua prática social. Concluímos após análise dos resultados que

este gênero textual motiva e desperta maior interesse pela aprendizagem da língua

inglesa e desenvolve sua criticidade pela forma como apresenta as temáticas.

Palavras-chave: leitura; funny jokes; análise crítica.

ABSTRACT

This article aims at presenting the implementation of the project entitled: Textual

gender- " funny jokes" as an instrument of reading to a critical analysis of society”,

that it was implemented in the year 2011, at the class of 1st year of High School at

State School Alberto Jackson Byington Jr. Our goal was to propose changes in the

pedagogical work with the themes of the course curriculum of English, looking at the

textual genre "funny jokes" in the pursuit of improving the quality of teaching and to

the student develop a critical awareness of the moral values of society current. We

worked in structured activities following didactic content relevant to the series

chosen. The themes focused on a critical analysis of interconnected reality of the

student and therefore caused a change in their social practice. We can conclude,

after analyzing the results that this textual genre motivated and arouses greater

interest of the students for the English language learning and developed their

criticism by the way the themes were presented.

Key-words: reading; funny jokes; critical analysis.

INTRODUÇÃO

O ensino da Língua Inglesa ainda tem acontecido com ênfase no conteúdo

pelo conteúdo e desvinculado da vivência do aluno. A mudança no trabalho

pedagógico por meio da crítica social gerada pelo gênero proposto pode contribuir

para uma leitura mais agradável e atrativa e ainda assim, produzir mudanças

qualitativas no processo ensino aprendizagem da língua inglesa. Estamos sempre

buscando inovações para atrair e melhorar a atenção dos nossos alunos. Há tempos

trabalhamos leitura e interpretação de textos, mas acreditamos que trabalhar com os

gêneros e suas capacidades enriquece e aprimora a interpretação.

Na tentativa de despertar a criticidade de nossos alunos e favorecer a

aprendizagem dos conteúdos básicos da nova língua, o gênero em questão, é um

excelente aliado do professor no incentivo da leitura. Ao contrário do que se pensa,

não gera indisciplina, mas ameniza a resistência dos alunos no processo de leitura.

Queremos ressaltar que ler e ouvir piadas em língua inglesa na sala de aula é uma

prática divertida e valiosa para a aprendizagem. As piadas estão carregadas de

significados e emoções; de estruturas gramaticais; de aspectos culturais e sociais

distintos e podem auxiliar no processo ensino aprendizagem da nova língua.

Nosso objetivo neste artigo é descrever a implementação do projeto e

apresentar os resultados obtidos. Também para mostrar que o mesmo poderá abrir

margem às adaptações que precisamos para uma melhor efetivação dependendo de

cada turma! Elaboramos o material dividindo-o em 3 temáticas principais: o abuso

de poder, a indisciplina na sala de aula e bullying.

FUNDAMENTAÇÂO TEÓRICA

O ensino de Língua Inglesa tem passado por mudanças ao longo dos anos,

sempre que as propostas curriculares e as metodologias buscam acompanhar as

mudanças sociais, no intuito de aprimorar a aprendizagem às novas gerações.

Consequentemente, sempre refletimos sobre as opções teórico-metodológicas que

seguimos para atender as necessidades e diversidades de nossos alunos, assim

garantir a função social e educacional do ensino da língua estrangeira. Assim

quando as Diretrizes Curriculares Da Rede Pública de Educação Básica do Estado

do Paraná foram elaboradas, basearam-se na concepção sócio interacionista da

linguagem e passamos a considerar os gêneros do discurso como produto da

interação social e tornaram-se referência para a elaboração de projetos de ensino.

Dentre as teorias críticas adotadas nas Diretrizes Curriculares (2008)

destacamos o trabalho com gêneros discursivos baseados no interacionismo sócio

discursivo de Bakhtin em razão de que o objetivo é “ [...]formar sujeitos que

construam sentidos para o mundo”[...]. O trabalho com gêneros discursivos permite

a compreensão do contexto no qual o conhecimento foi produzido, portanto a

contextualização é um elemento fundamental na apropriação do conhecimento:

“A contextualização na linguagem é um elemento constitutivo da contextualização sócio-histórica e, nestas diretrizes, vem marcada por uma concepção teórica fundamentada em Mikhail Bakhtin. Para ele, o contexto sócio-histórico estrutura o interior do diálogo da corrente da comunicação verbal entre os sujeitos históricos e os objetos do conhecimento.” ( p.30)

Entendemos que gênero textual é as diferentes formas de expressão e que

toda comunicação linguística é realizada através de um texto pertencente a um

gênero textual. Existem inúmeros gêneros orais e escritos: contos, diários,

biografias, piadas, notícias, crônicas, cartas, resenhas, paródias, placas, panfletos,

provérbios, entrevistas, tiras, classificados, conferências, seminários, fábulas,

receitas, instruções, lendas, anedotas, charges... (Marcuschi, 2002, p.22)

Os gêneros textuais contribuem para o aprendizado de prática de leitura, já que

envolvem situações concretas de uso da língua. A escola é um “autêntico lugar de

comunicação” e “de produção e recepção de textos” (Schneuwly e Dolz, 2004).

Os recursos didáticos e tecnológicos disponibilizados atualmente em nossas

escolas promovem mudanças no modo de ensinar sobre os gêneros textuais, pois a

variedade de gêneros é imensa e é de ótima qualidade, quando reforçam a situação

autêntica de comunicação:

“O gênero não é mais instrumento de comunicação somente, mas é, ao mesmo tempo, objeto de ensino aprendizagem.” (Schneuwly e Dolz, 2004)

Com a intenção de validar essa escolha, e tendo consciência de que essa

proposta de trabalho não deve sanar totalmente todos os problemas e dificuldades

do ensino aprendizagem nos pautamos nos dizeres de Schneuwly e Dolz quando

apresentam o trabalho com gêneros através de uma sequência didática:

“… é possível ensinar a escrever textos e a exprimir-se oralmente

em situações públicas escolares e extra escolares … Criar contextos de

produção precisos, efetuar atividades ou exercícios múltiplos e variados: é

isso que permitirá aos alunos apropriarem-se das noções, das técnicas e

dos instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas capacidades de

expressão oral e escrita, em situações de comunicação diversas.”

(Schneuwly e Dolz, 2004, p.82)

A sequência didática é a organização para o trabalho com gêneros e auxilia o

desenvolvimento das diferentes capacidades de linguagem, que são as capacidades

de ação, discursivas e linguístico discursivas. As capacidades de ação dizem

respeito à identificação do texto, identificação da situação de comunicação na qual

está inserido, quem produziu, onde e quando foi produzido... As capacidades

discursivas dizem respeito a forma na qual o texto está organizado, como ele se

apresenta... E as capacidades linguístico discursivas que dizem respeito ao

vocabulário, adjetivos e as estruturas linguísticas próprias do gênero.

Portanto é imprescindível compreender a importância de ter um bom domínio

do gênero que se vai trabalhar, de como utilizar um texto pertencente a um

determinado gênero, para assim, propiciar ao educando uma melhor relação com

esse texto. Pois o objeto de ensino-aprendizagem vincula-se a reflexão e ao desafio

de nossos conhecimentos e crenças.

Seguindo essa linha de pensamento, voltamos a atenção para as Diretrizes

Curriculares quando afirma:

“… ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender

percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar

subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes

propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência

atingido.” (Diretrizes Curriculares, 2008, p.55)

Para o ensino-aprendizagem adquirir uma essência divertida, mas sem perder

o objetivo primordial, a aquisição do conhecimento, lançamos mão de um recurso

atrativo: a piada (funny joke). Sabemos que nossos alunos gostam de ler gibis,

charges, anedotas, e que esses textos humorísticos captam sua atenção.

Atualmente a sociedade moderna investe com muita ênfase no humor como produto

de compra e venda, obtendo excelentes resultados. Assim extrair um foco linguístico

de uma narrativa humorística, além de despertar um maior interesse pela leitura

poderá ser um facilitador para a aprendizagem. É um gênero que poderá ser muito

produtivo, incentivador e principalmente poderá contribuir para uma nova visão da

cultura brasileira e da cultura inglesa.

Sendo então as piadas bem vindas também no convívio escolar, pois os

estudantes assistem programas humorísticos e sempre comentam algo relacionado

ao humor, escolhemos este gênero levando em consideração estudos sobre o

mesmo. As piadas são textos que podem ser analisados e interpretados como tantos

outros gêneros. Uma piada revela no mínimo duas interpretações, e sendo um

texto autêntico propicia várias possibilidades de estudos. Possenti afirma que:

“... as piadas são interessantes para os estudiosos porque praticamente só há piadas sobre temas que são socialmente controversos. Assim, sociólogos e antropólogos poderiam ter nelas um excelente corpus para tentar reconhecer (ou confirmar) diversas manifestações culturais e ideológicas, valores arraigados.” (Possenti, 2008, p.25)

Consta na Wikipédia o significado para a palavra “funny jokes” que se traduz

por piadas engraçadas: uma piada ou anedota é uma breve história, de final

engraçado e às vezes surpreendente, cujo objetivo é provocar risos ou gargalhadas

em quem a ouve ou lê. É um recurso humorístico utilizado na comédia e também

na vida cotidiana (2011, on line).

A importância de “funny jokes” para a aprendizagem é a sua função como

manifestação crítica social a qualquer ideia, seja ela, política, social ou econômica,

além de ser amplamente explorada pela indústria do entretenimento, pois atrai a

atenção e o gosto popular. As piadas podem satirizar fatos políticos, situações

econômicas, personalidades, profissões diversas, diferenças culturais, grupos

étnicos, enfim, quase tudo e todos. O que buscaremos neste projeto é estabelecer

uma relação saudável com aquilo que parece ser apenas engraçado, que a primeira

vista não tem valor para a sala de aula, mas que ao contrário está carregado de um

contexto riquíssimo, que poderá reforçar a formação de um aluno crítico.

METODOLOGIA

Este trabalho é fruto do programa Plano de Desenvolvimento Educacional –

PDE realizado no Estado do Paraná, na Universidade Estadual de Maringá no

período de agosto de 2010 à julho de 2012. Durante este período fizemos a

elaboração do projeto de intervenção pedagógica enriquecendo nossos

conhecimentos por meio de diversas leituras. Produzimos o material didático

pedagógico seguido da elaboração e realização do GTR e finalmente a

implementação da produção didático pedagógica na escola.

O projeto de intervenção pedagógica, elaborado no 2º semestre de 2010, tem

como título “Gênero textual, funny jokes, como instrumento de leitura para uma

análise crítica da sociedade” e apresenta o tema “a leitura como prática crítica e

reflexiva por meio do gênero “funny jokes” no Ensino Médio. O projeto teve como

objetivo desenvolver a leitura e interpretação de piadas com ênfase na análise

crítica; promover um repensar da realidade sugerida em seus contextos sociais e

incentivar os alunos a repensar o mundo e suas próprias ideias através do humor. A

utilização do humor como recurso didático é um suporte facilitador e encorajador

para a aprendizagem. Este projeto de intervenção justificou-se pelas diversas

dificuldades quanto ao nível do conhecimento vocabular e estrutural dos alunos,

levando em consideração também, a falta de recursos didáticos satisfatórios, o

número excessivo de alunos em classe e o pouco tempo para o ensino de língua

realmente efetivo. Ainda observando a realidade das escolas, especificamente nas

aulas de Língua Inglesa, verificamos a preocupação em entender o processo de

leitura e os fatores que favorecem a formação de bons leitores. Uma das queixas

dos educadores muito preocupante é a desmotivação e a resistência dos alunos

diante da proposição de atividades dessa prática. Por ser um dos elementos mais

importantes no processo ensino-aprendizagem, a leitura deve ser repensada a partir

de suas práticas pedagógicas. Para isso, tentamos amenizar tais dificuldades com

atividades diversificadas e prazerosas, propiciando aos alunos uma convivência

mais positiva com a disciplina de língua inglesa e consequentemente ampliando as

possibilidades de comunicação do aluno, capacitando-o a enviar e a receber

mensagens em Língua Estrangeira por meio dos gêneros textuais habilitando-o a

reconhecer nas formas: falada e escrita as principais ideias e o conteúdo da

mensagem.

A produção didático pedagógica, unidade temática, foi elaborada no primeiro

semestre de 2011. Esta unidade foi composta de 3 piadas principais com atividades

diversificas e intercaladas por piadas curtas e que também revelam questões

polêmicas. Cada piada apresenta sua sequência didática e finaliza com atividades

que propõem discussões para análise crítica e social. Estas atividades foram

elaboradas para oportunizar a reflexão dos alunos em relação ao contexto social,

político e econômico que estão inseridos; para despertar maior interesse na prática

da leitura e perceber que é possível aprender Inglês na escola pública com aulas

divertidas e críticas.

Ao retornarmos para a escola em agosto/2011, tivemos a oportunidade de

apresentar nosso trabalho e relatar nossas experiências vivenciadas neste curso.

O Grupo de Trabalho em Rede – GTR ocorreu no mesmo período da

implementação do material didático, no segundo semestre de 2011. Os professores

participantes eram de diferentes cidades do Estado do Paraná, com vivências

próprias, com diferentes realidades e que atuavam em modalidades de ensino

diferenciadas: ensino fundamental, ensino médio, ensino de jovens e adultos.

O GTR iniciou em outubro de 2011 e terminou em novembro do mesmo ano.

Os professores participantes entravam na Plataforma Moodle, ambiente virtual de

aprendizagem da Secretaria de Estado da Educação: www.e-escola.pr.gov.br e faziam

as leituras e postavam as respostas e sugestões. O curso foi dividido em 3

temáticas. A temática 1 iniciada em 10/10/2011 a 07/11/2011 apresentou o projeto

“Gênero textual “funny jokes” como instrumento de leitura para uma análise crítica

da sociedade” no qual os participantes tiveram um aprofundamento teórico com a

leitura e discussões e sugestões em relação ao projeto. A temática 2 ocorreu em

24/10/2011 a 07/11/2011, apresentou o material didático para que fosse analisado,

discutido e que gerasse contribuições; fizemos a leitura e discutimos sua

funcionalidade e sua aplicação para a 1ª série do Ensino Médio. E a temática 3 no

período de 07/11/2011 a 21/11/2011 privilegiou a implementação do material para os

participantes do grupo. Em razão do período letivo em que aconteceu o GTR, não foi

possível aos professores participantes implementar todo o material. Portanto os

professores escolheram algumas atividades, aplicaram para seus alunos e relataram

as experiências obtidas. Dentre vários comentários trouxemos alguns para ilustrar.

Uma professora fez o seguinte comentário: “...gostei muito de sua tarefa

sobre a pesquisa das siglas. Assim, copiei, colei e a apliquei no meu grupo de

Ensino médio da EJA. Esta foi uma bela oportunidade de levá-los ao laboratório,

pois não dei como tarefa e sim como atividade da sala de aula. Imagine que em meu

grupo que é muito heterogêneo, pois tenho jovens e idosos que sabem pesquisar na

internet e outros idosos que ainda não sabem, houve uma grande interação: era um

querendo ensinar o outro, foi uma festa só! O mais importante é que demos conta do

recado num período (5 aulas consecutivas ) e até pesquisamos outras coisas nos

sites que você sugeriu e todos gostaram muito da aula no laboratório e estão

esperando para repetir o evento. É obvio que para alguns, tudo isto não foi novidade

e quiseram fazer outras coisas além da pesquisa,...”

Outro professor relatou a seguinte experiência: “Dentre os tópicos a serem

escolhidos para serem implantados, fiquei com as siglas. Trabalho no Ceebja e os

alunos são de várias idades e períodos, além disto, trabalho na área. Fiquei

pensando como implementar e resolvi fazê-lo através de uma oficina com carga

horária de 5 horas. Fomos ao laboratório de informática, os alunos mais novos

dominam bem os computadores, os senhores e senhorinhas têm medo, levamos

dicionários também. Os alunos procuram os significados na internet, outros usaram

dicionários mas com mais dificuldades, então resolvi sentar os mais velhos perto dos

mais novos para trabalharem juntos, procurando no google, foi uma boa experiência,

no final tudo deu certo.”

E outra professora comentou que “estou trabalhando com o Ensino

Fundamental, porém analisando seu projeto foi possível aplicá-lo, mesmo com

pouco tempo, mas apenas a primeira atividade (Informal Survey), que deu uma

discussão boa sobre o assunto e a segunda joke (compreensão e a organização da

sequência de diálogos).Os alunos gostaram das atividades, apenas na discussão

encontrei mais dificuldade de fazê-los participar, alguns são tímidos em atividades

assim, mas é necessário incentivá-los...”

Ao final do GTR, cada professor respondeu um questionário on-line para fazer

a avaliação do curso. As avaliações dos professores de um modo geral foram

positivas. Eles escolheram algumas atividades para aplicarem em suas aulas.

Nenhum professor do GTR aplicou a unidade inteira. Os comentários foram de que

havia muitas atividades interessantes, diferentes, bem criativas e que na aplicação

deram bons resultados. E outras atividades acharam um pouco difícil de aplicar e

algumas justificativas foram: pouco tempo para desenvolvê-las, o número grande de

alunos em sala, falta de estrutura em sala etc...

A implementação ocorreu no segundo semestre de 2011. O material foi

xerocado e disponibilizado para os alunos da 1ª série C do Ensino Médio, do período

da manhã, do Colégio Estadual Alberto Jackson Byington Júnior- Ensino

Fundamental e Médio. A sala de aula tinha 21 alunos frequentes e com idade

compatível a série. Em cada unidade, os conteúdos trabalhados foram

desenvolvidos com atividades diversificadas como: exercícios de compreensão,

pesquisa na Internet, slides, formulários, mapas, jogos (huntword game, crossword

game, word definitions, unscrambled dialogues...).

IMPLEMENTAÇÃO

Para a implementação do material didático, apresentamos aos alunos os

objetivos do projeto de intervenção, o gênero textual escolhido, a justificativa, os

conteúdos escolhidos para estudar, a metodologia que seria aplicada, o

envolvimento do grupo para obter melhores resultados e o próprio material que seria

utilizado. Após esta apresentação questionei os alunos sobre o que pensavam

daquilo que ouviram sobre o projeto. A maioria achou interessante, que iria ajudar

quem tem mais dificuldades com a língua, que facilitaria o aprendizado e que

gostavam de piadas. Perguntei se eles se sentiam interessados e apenas 2 alunos

disseram que não.

Também perguntei se gostavam de estudar inglês, 3 alunos disseram que

não, 4 alunos mais ou menos e o restante disseram que gostavam da língua inglesa.

Por último perguntei o que eles esperavam ao estudar o gênero piada, anotei

algumas respostas:

“...além de contar piada, aprender mais vocabulário e pronúncia das palavras...”

“...ter mais conhecimento, mais vontade de estudar inglês...”

“...aprender muito, mas ao mesmo tempo me divertir...”

“...o humor em inglês...”

“nada, não gosto de piadas...”

Iniciamos a implementação do material no dia 24 de agosto. Durante a

implementação tivemos várias surpresas em relação a produtividade dos alunos.

Algumas atividades foram muito bem recebidas e tiveram um excelente

aproveitamento. Outras nem tanto, acredito que o grau de dificuldade da tarefa foi

além do que eu esperava. Penso que abordei vários pontos gramaticais na primeira

joke, talvez teria sido mais interessante ter feito menos atividades gramaticais.

Fazendo um breve comentário do material, percebi que trabalhar o gênero joke, foi

muito interessante e me fez repensar minha prática pedagógica.

Os alunos receberam a primeira tarefa “Informal Survey”, escreveram suas

respostas e em seguida discutimos suas observações. Todos afirmaram que gostam

de rir, que gostam de textos engraçados e riem de quase tudo. Observei que alguns

têm noções do gênero como que tipos de textos são piadas, o que se fala em uma

piada e conseguem identificar algumas características do gênero.

A tarefa sobre “Chicago Police” aguçou a curiosidade dos alunos, poucos

sabiam os dados geográficos ou culturais sobre esta cidade. Com relação aos

pontos turísticos, ninguém conseguiu lembrar de nenhum e tivemos duas respostas

erradas: a Casa Branca e cassinos.

A apresentação dos slides da cidade de Chicago cativou a atenção dos

alunos, comentaram que tiveram vontade de conhecer a cidade, que viram lugares

lindos, e que facilitou a compreensão das frases. Como homework, foi dada uma

pesquisa na Internet sobre Chicago porém alguns não fizeram, alegando falta de

interesse. Os demais comentaram que “...fui para a Internet e achei bem

interessante esse tipo de atividade, em mim despertou um interesse maior no

inglês.”

O trabalho com a primeira piada “The Chicago Police Department” começou

em 02/setembro e terminou em 04/novembro. Apresentamos o texto, fizemos uma

leitura silenciosa e já iniciamos a compreensão do gênero piada. Discutimos as

características, os temas e onde encontramos este gênero. Os slides sobre o gênero

textual também despertaram a atenção dos alunos e houve grande participação nos

comentários especialmente quando tratamos do assunto sobre os preconceitos que

as piadas apresentam. Uma das atividades propostas pedia para identificar as

palavras transparentes do texto e foi interessante como a participação, até mesmo

dos alunos mais tímidos, se elevou com bons resultados. Perceberam que

conheciam muitas palavras no meio de tantas, o que foi surpresa para eles.

A atividade sobre as siglas de algumas organizações internacionais a

princípio pareceu muito complicada, porque não tinham muito conhecimento, mas

após ter direcionado a pesquisa na Internet, incentivou os alunos com mais

dificuldades, porque perceberam que eles conseguiam responder sozinhos algumas

questões. E a homework de pesquisa na Internet levou-os a ler muito mais sobre

essas organizações enriquecendo seu vocabulário e conhecimento. Esta atividade

me surpreendeu e emocionou quando no dia da entrega, o primeiro aluno a entregá-

la com um olhar de satisfação, era um garoto que já havia sido meu aluno e jamais

tinha feito uma tarefa desse porte antes. Percebi orgulho em seu olhar quando o

elogiei perante a turma.

Para a leitura e compreensão desta piada e deste gênero, o que eu buscava

além de despertar interesse nos alunos, a aquisição de palavras novas e a

gramática, era principalmente revelar e discutir a criticidade que ela carregava. Para

isso o questionário “In Your Opinion” , uma das atividades propostas na sequência

didática, foi fundamental. A questão 1 discutia o ato de “por fogo na floresta para

resolver um problema”. Todos concordaram ser um ato irracional, cruel, um crime

contra a natureza, entendendo que para achar uma solução não devemos criar um

problema maior.

A questão 2 mostrou que quando eles têm um problema difícil para resolver,

primeiramente tentam solucionar sozinhos, depois pedem ajuda ao colegas e

poucos pedem ajuda aos pais.

A questão 3 revelou que eles percebem que deixar coisas para resolver no

último minuto, dificilmente dá certo. Alguns admitem que embora saibam disso, de

vez em quando o fazem.

As questões 4, 5 e 6 dessa unidade provocaram reações fortes ao colocar a

vingança e a morte trágica do coelho em discussão. Os alunos concordaram que o

coelho não merecia morrer e que a vingança não é saudável, mas alguns alunos

colocam a vingança “...como um ato de defesa” , “...é um alívio”, “...porque a pessoa

merecia e não devia nem ter nascido”, “... talvez, às vezes devemos sentir o gosto

da vingança”. Essas discussões foram produtivas porque perceberam que eles não

têm a mesma opinião e durante as discussões, alguns mudaram sua maneira de

pensar sobre a vingança. Esse foco social é muito importante nos trabalhos com

gêneros textuais.

As questões 7, 8 e 9 tratam da acusação de inocentes. Apenas dois alunos

disseram que acusar um inocente é uma forma esperta de atingir um objetivo, mas

que eles não gostariam de ser acusados por algo que não cometeram. Os demais

alunos concordaram que é um ato ilegal, absurdo e abuso de poder. Quando

questionados sobre a reação deles ao acusarem um inocente, todos concordaram

em desculpar-se e que não era um sentimento bom. Pedir perdão para eles é o certo

a ser feito. Apenas um aluno disse que “... não é importante pedir perdão porque é

muita melação e que não é fácil pensar no que fez, é muito rancoroso...”.

A questão 11 levantou debate quanto à reação deles ao se sentirem

enganados por alguém. Apenas um aluno disse preferir ficar calado, todos se

colocaram contra. Disseram que preferem procurar ajuda com as autoridades ou

ajuda profissional para serem compensados pelos danos morais. E também apenas

uma aluna disse que “... espalharia a experiência a todos, pois era uma forma de

revidar o agressor.” Durante esse trabalho, e as discussões que ele proporcionou, o

professor começa a conhecer um pouco mais seus alunos, seu lado social que

muitas vezes não enxergamos com atividades meramente gramaticais. É uma

experiência muito inovadora para o professor.

No final da aula foi dado uma homework para verificação de aquisição dos

novos vocábulos. Na aula seguinte poucos alunos não a fizeram, houve poucas

dúvidas nesta tarefa. Os alunos colocaram que “... a professora deveria cobrar mais

pesquisa de palavras novas...” pois eles sentiram que aprenderam mais com esta

atividade. E ainda sugeriram que fosse trabalhada mais a parte oral, eles se

preocupam bastante com a pronúncia correta das novas palavras. A atividade

trabalhada a seguir, pedia aos alunos para colocar em ordem de importância para

eles, quais afirmações em relação ao comportamento humano, tinha mais valor. É

interessante ressaltar que muitos deles colocaram que “a única forma de vencer é

fazer o correto” e em segundo lugar que “desrespeitar a lei é imprudente”.

A atividade “Guessing” tinha por objetivo além de adivinhar o final da piada,

rever os preconceitos que elas carregam. A segunda piada sobre o advogado

mostrou o que muitos pensam sobre esta profissão hoje no meio de tanta corrupção

e violência. O princípio de que todos nós temos direito a defesa foi bastante

discutido e as opiniões bem diversificadas. E a discussão avançou para outro

profissional, o médico. A visão deles sobre esse profissional, a saúde no Brasil etc...

também foi bem polêmica e muito produtiva.

As atividades de Word Definitions e o Crossword Game foram realizadas com

sucesso. Usamos o próprio material didático e os alunos tiveram poucas dúvidas,

mas também aproveitaram para dizer que “... tinham folhas (xerox) demais para

pesquisar. Portanto também usamos o dicionário e pude perceber que alguns alunos

ainda não sabem trabalhar com o mesmo. Ao imaginar a dificuldade dos alunos em

relação a parte gramatical desta unidade, me propus preparar atividades

interessantes e criativas.

Neste espaço vou relatar uma atividade gramatical, que nem sempre é

agradável, mas que meus alunos realmente me surpreenderam. Trata-se do

exercícios 3 e 4 da primeira joke sobre preposições, advérbios e pronomes. O

exercício 3 foi feito com auxílio de dicionário e da professora. Eles tiveram bastante

dificuldade para resolver. O exercício 4 era a aplicação dessas palavras em frases.

Nas primeiras frases eles não arriscavam nenhuma resposta, mas a partir da frase

5, houve um “despertar” para a compreensão das preposições, dos advérbios e

pronomes que promoveu uma disputa entre eles para ver quem acertava mais. A

maioria dos alunos participou com entusiasmo, me surpreendendo muito, visto que

era uma atividade gramatical!

Após a correção do exercício, perguntei qual foi o grau de dificuldade deles

para resolver esta atividade. Uma aluna disse que “... tive alguma dificuldade mas

consegui superar”, outro aluno afirmou “... foi um tanto complicado para mim porque

não conseguia entender todas as frases antes de responder” e um outro aluno

afirmou”... eu não entendia muito sobre isso , mas depois que terminamos acho que

consigo fazer melhor” e duas alunas afirmaram que “... foi fácil, os exercícios eram

fáceis e a explicação foi boa.”

O assunto a seguir, Tempo Passado Simples, iniciou com alguns exemplos de

frases com verbos regulares. As frases foram lidas e os verbos foram destacados na

sua forma infinitiva e sua forma no tempo passado. Buscaram então no texto os

verbos irregulares e identificá-los foi um tarefa fácil para os alunos. Foi solicitado a

eles que escrevessem alguns verbos que conheciam de outras leituras e se

conheciam o passado dos verbos lembrados e que então os escrevessem ao lado.

Nesta etapa apresentaram pouca dificuldade. Classificar os verbos na atividade

seguinte conforme a regra de cada verbo, foi mais fácil ao observá-los na lista

construída por eles. No final da atividade havia mais uma piada, sobre um cachorro

com deficiência física e após debates, os alunos concordaram que “... não é legal

fazer piada com pessoas ou animais com deficiências”. A piada perde a graça, ainda

mais hoje com a nossa consciência mais voltada para a inclusão.

O próximo assunto foi uma breve revisão do tempo “Past Continuous”,

e revisar o “verb to be” parece ser sempre novidade. Alguns alunos ainda não

aprenderam os pronomes pessoais e não sabem separá-los dos verbos que os

acompanham. Trouxe como exemplos frases das piadas trabalhadas para que eles

percebessem onde estavam os pronomes e onde estavam os verbos. Observar as

frases com pronomes e verbos “... foi uma ótima ideia” de acordo com uma aluna e

“.. .ajudou-a a entender melhor na hora de completar as frases”.

Para introduzir a segunda piada “Smart Student”, foi realizado um

“Personal Question” levando em consideração o conhecimento do aluno em relação

ao gênero piada. Foi concluído que gostavam do gênero e que foi possível aprender

novos vocábulos. Um comentário de alguns alunos e que nos alerta no futuro no

preparo de atividades em outras sequências didáticas foi “... cansa um pouco muitas

atividades com a mesma piada”. E no final do questionário, eles apontaram que

preferem piadas sobre professores e não sobre alunos.

Em relação ao texto “Smart Student” os alunos identificaram corretamente as

características e fizeram a interpretação com facilidade. O objetivo desta piada era a

discussão sobre o “comportamento do aluno” diante do professor. A questão número

6 trazia novamente a reação diante de uma acusação injusta e uma aluna afirmou

que “... eu não ligo quando isso acontece, para o que as pessoas acham, acredito

que uma hora a verdade sempre aparece e a pessoa vê que estava errada”. Desta

vez ninguém assinalou a resposta que propunha um desejo de vingança. Os alunos

discutiram bastante sobre ser “punido sem merecer” e surgiram histórias entre

irmãos e amigos que já aprontaram com eles. Por fim entenderam que punir quem

não merece é uma grande injustiça. Não gostaram da opção “deixar que o colega

decida sua punição” do exercício 9, afirmam que o colega não deve decidir, mas

apenas o professor ou o diretor da escola devem definir as punições.

Para reforçar o uso do “would”, preparei o questionário com 12 questões

sendo algumas pessoais. Eles gostaram bastante porque tiveram oportunidade de

dar sua própria resposta e opinião.

A atividade “Let's Have Fun” revisou vocabulário e foi realizada pela grande

maioria sem erros. Os alunos puderam consultar o material para completar o jogo.

Para o final desta unidade eu trouxe um diálogo para ser completado com um

assunto independente dos contextos até aqui trabalhados e é claro de outro gênero.

Pedi aos alunos para trabalhar em duplas. Após a correção do diálogo, comentamos

sobre a Internet, o uso que fazemos dela e sua importância para os estudos e para

as tarefas de pesquisa.

Iniciamos a última piada, após a Semana Cultural, no final de novembro.

Fizemos a leitura da piada, discutimos significados das palavras novas e iniciamos

os exercícios. A segunda questão foi sobre o gênero “blonde jokes” e suas

características, o qual foi respondido com êxito. As discussões giraram entorno de

uma piada preconceituosa e que inferioriza o outro. Na sala de aula não havia

nenhuma aluna loura. Mas as meninas já demonstraram ter presenciado cenas de

constrangimento com amigas louras. E algumas disseram que já haviam “zoado”

amigas. Os rapazes também confirmaram o mesmo. O restante das questões de

interpretações foi realizado sem problemas. Desenvolvemos uma atividade diferente

com as palavras novas. Cada um colocou numa lista cinco palavras novas do texto

que gostariam de saber o significado. As listas foram trocadas para primeiro os

outros colegas verem se sabiam o significado daquelas palavras para depois

procurarem para o colega os significados daquelas palavras que ele gostaria de

saber e a lista era devolvida ao dono. Foi um desafio e gostaram bastante disso.

Novamente propus um exercício “In Your Opinion” com 10 questões para

discutirmos sobre bullying. Nas 1ª e 2ª questões todos concordaram que um

sequestro é traumatizante tanto fisicamente quanto moralmente e causa dor e

sofrimento para a vítima e para a família. Na questão 3 houve variações de

respostas, ninguém marcou a opção que sugeria pegar dinheiro sem permissão,

mas 3 alunos marcaram a segunda opção, porém não fizeram comentários.

Quando entramos nas atividades que falavam de bullying especificamente, a

classe se identificou com mais transparência com as atividades. Houve mais

atenção e todos pareciam ter histórias a contar sobre eles mesmos e sobre colegas.

Durante os questionamentos eles mesmos afirmaram que já haviam sofrido bullying

como também já haviam praticado e que em algumas vezes nem tinham percebido o

que estavam fazendo. Na questão 7 somente 4 alunos responderam não a todas as

questões.

O objetivo da questão 10 era identificar o que motiva um grupo de alunos

tentar tirar vantagem de um colega pela prática de bullying, apresento algumas

respostas: “... o modo diferente desse estudante, ou seja, um conceito que não seria

certo para a sociedade e seus ideais; gordos, negros, nerds e assim por diante”, “...a

diferença étnica, social, aparência...”, “muitas vezes somente para chamar a

atenção, só para ser engraçado, pra se mostrar superior, melhor que o outro

indivíduo”, “...para descarregar toda sua raiva que recebe dos outros neste aluno”,

“... ter problemas ou alguma deficiência, cor, sexualidade, entre outros motivos.”

No final da atividade pude perceber que o assunto tocou a sensibilidade da

maioria dos alunos e eles compartilharam algumas experiências. No questionamento

sobre a opinião deles sobre esta atitude, todos assinalaram as opções negativas em

relação a este comportamento. E acrescentaram que esta forma de agressão social

não era somente dirigida às louras, mas a outras categorias também.

A piada do “The Lonely Frog” foi trabalhada com mais leveza, pois o objetivo

era mais divertir do que levantar polêmica. E eles gostaram mais desta piada. E a

última piada sobre “Drunk Man” também não causou muita polêmica, embora alguns

até admitiram que já tomavam bebidas alcoólicas e outros já haviam experimentado.

Nenhum aluno comentou sobre o fato de já ter ou não ficado “bêbado demais”.

Nossa última aula foi sobre a atividade “unscrambled sentences to write

dialogues”, na qual alguns alunos já não mais compareceram nas aulas, porém os

que fizeram, não tiveram muitas dificuldades e gostaram de fazê-la, principalmente

porque perceberam que conseguiam responder certo. Não houve tempo para fazer a

produção final.

Verificamos que com a aplicação do gênero piada foi possível ensinar e

aprender diversos conteúdos básicos da série destinada. Vários momentos

estimulantes, alegres, e engraçados que levaram os alunos a questionar atitudes,

propiciaram aprendizagem tanto da própria língua inglesa como especialmente

repensar atitudes e comportamentos. Houve também uma maior interação entre os

alunos, algumas atividades foram feitas em duplas e participaram com entusiasmo.

O GTR ocorreu neste período, porém mais para o final do 4º bimestre, no mês

de novembro, período de provas, conselhos de classe, reuniões, feriados, não

permitiu a sua aplicação total. Portanto os professores participantes tiveram que

escolher algumas atividades e infelizmente perdendo o contexto das mesmas. O

GTR de 2011 foi meu primeiro trabalho como professor tutor. Este trabalho

promoveu discussões sobre o projeto de intervenção e sobre o material didático por

mim produzido. Também promoveu interação entre os participantes e o professor

tutor.

Embora nem todos os professores inscritos participaram do GTR, a

contribuição daqueles que seguiram até o final foi muito valiosa para meu trabalho.

Houve sugestões de prática das atividades propostas de forma diferente e que me

proporcionaram uma reflexão mais elaborada do meu material. Como todo trabalho

tem pontos positivos e negativos, gostaria de colocar alguns pontos negativos.

Fiquei muito apreensiva e tive dificuldades para inserir os materiais nas temáticas,

visto que ainda tenho dificuldades com a "nova" tecnologia. Mas tive o apoio do

CRTE (Coordenação Regional de Tecnologia Educacional) que primam pela

formação dos professores no que se refere ao uso de novas tecnologias na prática

pedagógica, na forma de cursos, assessoria a projetos, eventos e pesquisas. Penso

que também a época para este GTR foi ruim, pois final de ano, notas para fechar,

alunos para recuperar, dificultou a implementação por parte dos cursistas.

Finalmente a experiência foi válida por todos os pontos positivos que

propiciou aos cursistas e a mim principalmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação deste material didático na turma do 1º ano C, do Ensino

Médio, diurno, foi muito bem aceito e revelou resultados bem satisfatórios. A

participação dos alunos foi excelente, houve entusiasmo em diversas atividades e a

aprendizagem foi percebida até mesmo pelos próprios alunos.

Os objetivos delineados pelo projeto alcançaram sua totalidade, pois os

alunos discutiram vários temas polêmicos propostos pelos textos, debateram várias

ideias, compartilharam experiências, enfim tiveram oportunidades de repensar

atitudes e comportamentos e o que foi mais interessante para eles, tudo isso na aula

de língua inglesa.

Podemos concluir que propiciar uma mudança no trabalho pedagógico, a

partir dos gêneros textuais, especificamente o gênero piada, pode trazer resultados

positivos, pois tem conexão com a realidade dos alunos e favorece aulas mais

atraentes e principalmente integram o conteúdo básico da língua aos anseios,

reflexões e construção de sentidos e valores historicamente construídos.

Esperamos que este trabalho possa auxiliar na contextualização da língua

inglesa, que seja uma ferramenta motivadora e questionadora na construção das

relações sociais e ainda que torne o processo de leitura e interpretação, mais

agradável e instigador para aqueles que se interessarem em aplicá-lo.

REFERÊNCIAS

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÀO, Diretrizes Curriculares da

Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.

BAKTHIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da Linguagem. 13ª ed. São Paulo. ed.

Hucitec, 2009.

DOLZ , J. E SCHNEUWLY, B. “Gêneros e Tipos de Discurso: Considerações Psicológicas e Ontogenéticas”. In. / tradução e organização Rojo, R. Cordeiro, G.

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DOLZ,J. E SCHNEUWLY, B. “ Gêneros Orais e Escritos na Escola. 2ª ed. São

Paulo ed. Mercado de letras Edições e Livraria Ltda, 2010

VIGOTSKY. L. S. Pensamento e Linguagem. Tradução de Jéferson Luiz Camargo.

São Paulo. Editora Martins Fontes. 1934/1993

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais:definição e funcionalidade. 4ª ed.

Rio de Janeiro, 2005.

POSSENTI,Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. 6ª ed.

Campinas, São Paulo. Mercado de Letras,2008.