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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA … · 2014. 4. 22. · Em outra pesquisa realizada pela fundação Getúlio Vargas (2009), intitulada “O motivo da Evasão

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  • SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

    SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

    FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO – FECILCAM

    PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

    PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

    EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO DO PERÍODO NOTURNO:

    UMA REFLEXÃO PARA UMA AÇÃO INOVADORA

    CAMPO MOURÃO

    2011

  • JURACI ALVES MIRANDA

    EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO DO PERÍODO NOTURNO:

    UMA REFLEXÃO PARA UMA AÇÃO INOVADORA

    Produção Didático Pedagógico apresentado à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o programa de formação continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) sob a orientação da: Profª Me Cleudet Assis Scherer

    CAMPO MOURÃO

    2011

  • SUMÁRIO

    1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................ 3

    2 APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 4

    3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6

    4 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ....................................................... 8

    4.1 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO, NA

    PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL ............................................................. 13

    4.2 METODOLOGIA DE TRABALHO NA PERSPECTIVA DIALÉTICA ................. 20

    4.2.1. Fases da metodologia dialética ................................................................ 21

    4.2.1.1 Primeira fase do método: prática social do conteúdo................................. 21

    4.2.1.2 Segunda fase do método: problematização, instrumentalização e catarse 22

    4.2.1.2.1 Problematização...................................................................................... 22

    4.2.1.2.2 Instrumentalização .................................................................................. 23

    4.2.1.2.3 Catarse.................................................................................................... 24

    4.2.1.3 Terceira fase do método: prática social final do conteúdo.......................... 25

    5 ATIVIDADES A SEREM TRABALHADAS ......................................................... 26

    5.1 1ª ETAPA ......................................................................................................... 26

    5.2 2ª ETAPA ......................................................................................................... 28

    5.3 3ª ETAPA ......................................................................................................... 30

    5.3.1 Área de Português....................................................................................... 30

    5.3.2 Área de Matemática..................................................................................... 33

    5.3.3 Área de Sociologia ...................................................................................... 36

    5.4 4ª ETAPA ......................................................................................................... 39

    6 CONSIDERAÇÃO FINAL ................................................................................... 40

    REFERÊNCIAS...................................................................................................... 42

    APÊNDICES .......................................................................................................... 45

  • 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

    Professor PDE: Juraci Alves Miranda

    Área do PDE: Pedagogia

    Núcleo Regional de Ensino: Campo Mourão-PR

    Professor Orientador da IES: Cleudet de Assis Scherer – FECILCAM

    IES Vinculada: Universidade Estadual de Maringá – UEM/FECILCAM

    Escola de Implementação: Colégio Estadual de Campo Mourão – Ensino

    Fundamental, Médio Profissional e Normal –

    Campo Mourão-PR

    Público Objeto da Intervenção: Professores e Professores Pedagogo

  • 2 APRESENTAÇÃO

    O presente trabalho constitui-se como pesquisa a ser realizada no Programa

    desenvolvido para a capacitação continuada aos professores da rede pública do

    Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná. Refere-se à Produção Didático-

    Pedagógica aqui apresentada, na forma de Unidade Temática.

    Esse material foi elaborado no segundo período do PDE (Programa de

    Desenvolvimento Educacional) em parceria com a Universidade Estadual do Paraná

    campus Campo Mourão, na Área de Pedagogia, sob a orientação da professora

    Mestre Cleudet de Assis Scherer, e se constitui como uma das estratégias de ação

    do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementado na escola.

    A proposta de trabalho tem como objetivo possibilitar o estudo sobre as

    concepções que norteiam as Diretrizes Curriculares e refletir sobre a prática

    pedagógica no interior da escola. Será também realizada pesquisa para o

    levantamento de dados por meio de questionário com questões abertas, fechadas e

    semi-estruturadas a serem realizados com professores, pais e alunos. Com a

    pesquisa pretendemos dar suporte a análise e organização do trabalho pedagógico

    na escola.

    Esta produção será organizada por meio de temas que vão possibilitar a

    capacitação de professores e permitirá a reflexão e construção de ações coletivas

    que contribuam para a implementação do Projeto Político Pedagógico da Escola,

    bem como, na elaboração de um plano de aula mais eficiente, colaborando com a

    melhoria na qualidade de educação ofertada aos alunos do Ensino Médio do período

    noturno.

    Para o desenvolvimento do material didático utilizaremos como referência o

    trabalho de João Luiz Gasparim (2005), que se baseia na dialética prática-teoria-

    prática, dentro da perspectiva Histórico-Crítica. A metodologia proposta por essas

    três fases se desenvolve nos cinco passos propostos por Saviani: prática social

    inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final, onde

    Gasparin (2005) se orienta para a construção de uma didática a ser utilizada em sala

  • - 5 -

    de aula. Esses passos serão explicados no desenvolvimento desta unidade

    temática.

    Na fase da instrumentalização, na qual os conceitos científicos se estruturam,

    o autor pensa ser fundamental conhecer o processo mental de construção desse

    conceito. Como é a escola que deve possibilitar aos sujeitos o acesso à cultura

    historicamente construída e sabendo que o processo educativo não se dá

    naturalmente, sendo intencional e organizado, tomaremos como referência a teoria

    Histórico-Cultural para a discussão sobre aprendizagem e desenvolvimento das

    funções do pensamento.

    Juraci Alves Miranda

    PDE – 2010/2011

  • 3 INTRODUÇÃO

    A evasão escolar é um problema que tem sido discutido por pesquisadores e

    educadores, no entanto, parece estar longe de ser resolvido, tendo em vista os

    índices de abandono das escolas que vêm aumentando a cada ano, bem como as

    altas taxas de reprovação que juntos caracterizam o fracasso escolar.

    Tais fatores contribuem para o despreparo de nossos jovens para o mercado

    de trabalho bem como a oferta de empregos com baixos salários aumentando assim

    as desigualdades sociais existes em nosso país.

    Em matéria apresentada por Wanda Engel Aduan1 na revista Nova Escola, a

    autora aponta que a desigualdade social tem relação direta com o nível de

    escolaridade, uma vez que, a baixa renda tem implicado na oferta de um ensino de

    má qualidade aumentando o ciclo de pobreza que vem se aprofundando por

    gerações. O artigo apresenta uma pesquisa realizada em 2009, na qual constata

    que dos 10,3 milhões de jovens entre 15 e 17 anos, apenas 50,9% estava

    matriculado no Ensino Médio; 18% estão fora da escola; 69% dos jovens entre 18 a

    24 anos não freqüentam a escola e só 13% faz curso superior.

    Ainda sobre a pesquisa, para Gremaud et al.2, um dos pesquisadores

    responsável pelo estudo “Relação entre abandono escolar no Ensino Médio e

    desempenho dos alunos no Ensino Fundamental”, além do baixo desempenho no

    ensino fundamental ter um peso importante no abandono dos alunos, no Ensino

    Médio o currículo também contribui para que isto ocorra, pois não desperta mais o

    interesse dos alunos. Para os autores, é preciso pensar em outra forma de currículo

    para esta modalidade de ensino.

    1 ADUAN, Wanda Engel. A crise de audiência no Ensino Médio. Instituto Unibanco, agosto.

    Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2011.

    2 GREMAUD, Amaury Patrick; NICOLELLA, Alexandre Chibebe; SCORZAFAVE, Luiz Guilherme; OLIVEIRA, Roberto Guena; SOARES, Tufi Machado; BELLUZZO JUNIOR, Walter. Relação entre Abandono Escolar no Ensino Médio e Desempenho Escolar no Ensino Fundamental Brasileiro. Instituto Unibanco, agosto. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2011.

  • - 7 -

    Em outra pesquisa realizada pela fundação Getúlio Vargas (2009), intitulada

    “O motivo da Evasão Escolar”, é destacada a importância da educação para diminuir

    as diferenças entre as classes, sendo preciso que pais e alunos se conscientizem da

    importância transformadora da educação para as suas vidas3.

    São muitos os motivos que conduzem o estudante a abandonar seus estudos

    e esse fenômeno associado ao fato da escola estar pouco preocupada em possibilitar

    aos alunos e professores a experiência do acontecer das ideias, na sua produção, em

    consonância aos desafios concretos da vida, contribui consequentemente ao

    abandono da escola, caminho que parece mais viável.

    A complexidade que esse tema suscita, instiga o questionamento no sentido

    de refletir como resolver ou pelo menos contribuir para diminuir a evasão escolar no

    Ensino Médio, organizando uma proposta de melhoria da prática pedagógica na

    escola, pensando no aluno evadido e naquele que apresenta grande potencial de

    faltas, que, possivelmente, virá a evadir, discutindo com os educadores sobre os

    tipos de ações voltadas para este fim, que desperte no jovem a necessidade de dar

    continuidade nos estudos.

    3 Esta pesquisa foi publicada em 15/04/2009 coordenada por Marcelo Neri, faz parte do projeto

    patrocinado pelo movimento “Todos pela Educação”, pela fundação Educar Dpaschoal, Instituto Unibanco e pela fundação Getulio Vargas. Motivos da Evasão Escolar. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2011.

  • 4 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

    O grande desafio hoje para a educação brasileira se constitui em garantir às

    crianças e jovens o acesso e permanência na escola, bem como em desenvolver

    uma educação que atenda suas reais necessidades.

    No entender de Saviani (1991) é preciso que a escola forme alunos que

    possam atuar crítica e ativamente na sociedade. Para tanto, se faz necessário uma

    reflexão sobre a qualidade do ensino noturno ofertado aos jovens. Na sociedade

    contemporânea a educação tem se apresentado como uma instituição fundamental

    e indispensável na formação da sociedade e cabe aos educadores refletir sobre qual

    sociedade se quer para os jovens.

    É preciso conhecer esses jovens que chegam às escolas noturnas, filhos de

    trabalhadores ou mesmo trabalhadores, que convivem com diferentes culturas,

    influenciados por uma sociedade de consumo na qual o individualismo e a

    competição favorecem o surgimento de outros valores que tem contribuído para o

    aumento das desigualdades existentes na sociedade brasileira. Esses sujeitos,

    geralmente são moradores de bairros da periferia, desestimulados, carentes de

    ideais, explorados pelo capital.

    A inserção dos jovens no mercado de trabalho é percebida nos últimos anos,

    como indispensável para a formação de sua identidade e reconhecimento no grupo

    em que está inserido. A busca sem limite de ter e ser reconhecido nesse grupo os

    leva a definirem outros interesses, distantes da escola. O conhecimento científico

    transmitido por ela, na perspectiva desses jovens, embora necessários, são

    colocados em segundo plano, priorizando sempre o trabalho.

    Sobre esta questão Madeira (1986) coloca que, para os jovens, liberdade

    significa ter autonomia para utilizar seu dinheiro ganho com o seu trabalho, para o

    consumo de bens que os identificam como jovens. Essa luta para construir sua

    identidade por meio da liberdade e autonomia, faz com que eles se insiram cada vez

    mais cedo no mercado de trabalho, onde muitas vezes se vêem obrigados a

    abandonar a escola para trabalharem.

  • - 9 -

    As justificativas que buscam explicar as dificuldades de aprendizagem da

    classe explorada têm servido de condição para a manutenção da burguesia no

    poder, e é hoje um dos maiores fatores que tem contribuído como empecilhos à

    democratização das oportunidades de acesso e permanência da maioria dos jovens

    provenientes da classe popular em nossas instituições escolares.

    É preciso avançar em relação às práticas desenvolvidas na escola e vencer

    os mitos e preconceitos de que os alunos não conseguem aprender porque são

    desinteressados, agressivos e indisciplinados. É necessário criar estratégias para

    trabalhar com eles, para modificar seu pensamento e fazer com que percebam que

    são capazes, e que o conhecimento sistematizado produzido historicamente é

    indispensável para mudar essa realidade que tem contribuído para mantê-los à

    margem da sociedade.

    No mundo contemporâneo, construído sob a forma de produção capitalista a

    formação dos professores tem sofrido devido à sua desvalorização e ao seu

    esvaziamento. Tal fato é caracterizado pela desqualificação do professor no que diz

    respeito ao ato de ensinar, conhecimentos científicos historicamente sistematizados.

    Hoje essa prática busca dar ênfase nos saberes experienciais de senso comum,

    desvalorizando o saber objetivo.

    Segundo Martins (2009, p. 451),

    Verifica-se um forte apelo às estratégias educacionais contextuais e individualizadas, que sugerem formação escolar centrada em atividades cotidianas, quer da vida, quer da sala de aula. O saber particularizado, o saber da experiência adquire grande importância, ocupando um lugar outrora concedido aos conhecimentos clássicos.

    Essa ideia está fortemente embasada nos documentos oficiais de âmbito

    nacional, cujo discurso ideológico, dizem respeito à adequação dos indivíduos às

    novas exigências da sociedade moderna, onde o sujeito deve saber fazer, saber

    aprender a aprender e pensar criticamente por si só, se adaptando ao novo mundo,

    cabendo à escola o papel de auxiliar nesta missão. Sob esta ótica, o professor perde

    a sua função específica de ensinar, não precisa de muita qualificação, mas para que

    as escolas busquem dar conta das exigências, são criados mecanismos de controle

    pelo Estado por meio de avaliações tais como: Sistema Nacional de Avaliação da

  • - 10 -

    Educação Superior (SINAES), Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB),

    Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC/“Prova Brasil”) e Exame

    Nacional do Ensino Médio (ENEM).

    Para Martins (2009), precisa-se lutar contra a alienação, na busca da

    valorização do professor para que tenha uma sólida formação profissional no

    domínio teórico, metodológico e técnico. Tal capacitação deverá ser ofertada

    continuamente, para que possa exercer a profissão de modo a atender seus alunos

    da classe menos favorecida, com buscas a reconhecer as circunstâncias histórico-

    sociais em que vivem e a necessidade de transformação, com vistas a mudar as

    condições de exploração em que se encontram. Para que isso aconteça, a autora

    acredita em uma formação embasada nos preceitos do materialismo histórico

    dialético e em fundamentos da psicologia vigotskiana.

    Nessa concepção, as Diretrizes Curriculares que norteiam a educação básica

    do Estado do Paraná trazem como referência a Pedagogia Crítica, que tem como

    princípio a valorização da escola como espaço social democrático que deve por

    meio do conhecimento levar o aluno a compreender as relações sociais de maneira

    crítica e histórica nas suas contradições políticas e econômicas para buscar sua

    transformação.

    Os sujeitos são entendidos como históricos e ideologicamente constituídos.

    Nesta perspectiva, privilegia metodologias que priorizem diferentes formas de

    ensinar, aprender e avaliar. A concepção de conhecimento deve compreender as

    suas várias dimensões: científicas, filosóficas e artísticas, enfatizando a importância

    de todas.

    Desta forma, deve-se pensar na construção de um currículo de caráter

    político que possibilite um projeto pedagógico vinculado a um projeto social. O

    currículo da Educação Básica deve ofertar ao aluno, uma formação que ofereça

    condições para que ele busque a transformação da realidade social, econômica e

    política de seu tempo.

    Devem-se valorizar os conhecimentos específicos de cada disciplina para que

    não haja o esvaziamento dos conteúdos disciplinares dando espaços aos chamados

    temas transversais, como tem ocorrido nos últimos anos conforme as diferentes

    tendências pedagógicas do século XX, que contribuíram para a reprodução da

    cultura dominante.

  • - 11 -

    Diante desse pensamento pedagógico na perspectiva das teorias críticas da

    educação, que vem nos últimos anos sendo discutidas e permeando as Diretrizes

    Curriculares do Estado do Paraná, se faz necessário compreender melhor essa

    proposta pedagógica. Embora nestes documentos não esteja clara a tendência que

    se deve seguir, acredita-se como melhor opção o desenvolvimento de uma proposta

    educativa que atenda a maioria da população, ou seja, aquela fundamentada no

    materialismo histórico dialético, a Pedagogia Histórico-Crítica.

    Essa teoria surgiu por volta de 1984 dando prosseguimento às reflexões da

    obra intitulada “Escola e Democracia” de Dermeval Saviani. Este autor procurou dar

    um novo ânimo aos debates dos grupos de esquerda que buscava uma educação

    voltada para a maioria da sociedade explorada pela classe dominante. Segundo

    Saviani (1991) surgiu como superação das teorias Não Critica e Critico

    Reprodutivistas da educação.

    A Teoria Não Critica segundo o referido autor, concebia a educação como

    instrumento de equalização social e superação da marginalidade. A sociedade é

    concebida como harmoniosa basta integrar seus membros. Cabe à educação

    adaptar o sujeito na sociedade que já está pronta. Nesse grupo se situam a

    Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista.

    Nas teorias Criticas-reprodutivista, a escola entende que existe a dominação,

    mas não consegue avançar, ela nada pode fazer. Tentam explicar o funcionamento

    escolar, mostrando que a escola na sociedade capitalista reproduz a dominação e

    exploração presente nas relações sociais. Neste grupo se situam a Teoria da Escola

    como Aparelho Ideológico de Estado e a Teoria da Escola Dualista.

    Em oposição a essas teorias, a Pedagogia Histórico-Critica segundo Scalcon

    (2002) tem sua raiz nos princípios filosóficos e políticos fundamentados em estudos

    realizados por Marx e Engels sobre o modo de produção capitalista. Nesse sentido,

    a filosofia que a fundamenta é o materialismo histórico e dialético e agrega os

    princípios psicológicos com a perspectiva da psicologia Histórico-Cultural elaborada

    por Vigotski e seus colaboradores.

    O materialismo histórico fundamenta-se na observação da realidade a partir

    das condições concretas vivenciadas na coletividade pelos homens em todo

    momento histórico postos pela produção material para a manutenção de sua

    subsistência.

  • - 12 -

    Gasparin e Petenucci (2008, p. 5) colocam que os fundamentos que

    embasam a Pedagogia Histórico-crítica e o materialismo histórico dialético

    preconizados por Marx são:

    a interpretação da realidade; a visão do mundo; práxis (a pratica articulada a teoria); a materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção da vida); e a concreticidade (caráter histórico sobre a organização que os homens constroem através de sua história).

    A dialética tem como princípio básico a contradição. Para pensar a realidade

    segundo o materialismo dialético não se pode compreender os fenômenos humanos

    e sociais sem conhecer o contexto histórico no qual se desenvolvem.

    A dialética é uma metodologia própria das ciências sociais. Para Saviani

    (2008), no processo dialético o mais importante é o conhecimento critico que

    possibilite uma prática que transforme a realidade, tendo como base os

    conhecimentos histórico-sociais.

    A Pedagogia Histórico-Crítica, segundo Scalcon (2002, p. 3) pode ser

    classificada “[...] como uma teoria histórica por compreender a educação a partir do

    desenvolvimento histórico da sociedade e por buscar uma concepção histórica do

    ser humano. É crítica porque tem consciência do condicionamento que a sociedade

    exerce sobre ela”.

    Saviani (2008) vai além, quando coloca que essa perspectiva, também é

    revolucionária porque propõe que a educação mesmo conhecendo os mecanismos

    impostos pelo capitalismo, se organiza para a transformação dessa sociedade,

    atuando como mediadora das consciências.

    Para que isso ocorra é preciso que as aulas sejam planejadas de maneira que

    leve os alunos a uma nova atitude de prática, ao conhecer sua realidade imediata

    por meio do conhecimento científico sistematizado, devem retornar à sociedade com

    uma nova proposta de ação, para uma organização mais justa e igualitária.

    Assim, o ponto de chegada do processo pedagógico na perspectiva Histórico-

    Crítica é o retorno à prática social. Desta forma, na construção do conhecimento no

    método dialético três passos são necessários: prática-teoria-prática. Cabe à escola

  • - 13 -

    criar condições para a transmissão e assimilação dos conhecimentos que precisam

    ser aprendidos pelos homens.

    O saber escolar na perspectiva Histórico-Crítica, segundo Saviani (2008,

    p. 62),

    [...] pressupõe a existência do saber objetivo e universal. Aliás, o que se convencionou chamar de saber escolar não é outra coisa senão a organização sequencial e gradativa do saber objetivo disponível numa etapa histórica determinada para efeito de transmissão e assimilação ao longo do processo de escolarização.

    O conhecimento que o professor pretende transmitir, pode não ser de

    interesse do aluno, portanto cabe ao professor fazer essa mediação, para que ele

    compreenda de forma sintetizada como se dá a divisão de trabalho no processo

    produtivo.

    A contribuição do Método Histórico Dialético é possibilitar ao professor

    desenvolver uma prática voltada para a leitura da realidade. Para a reflexão sobre as

    contradições existentes historicamente, percebidas nas relações de produção da

    sociedade que tem alienado o homem, tirando dele a sua subjetividade, e assim

    contribuir para que ele, nas suas ações diárias, contribua para que o aluno interprete

    essa realidade com o objetivo de transformá-la.

    Conhecer a realidade do aluno é o primeiro passo para o educador buscar

    planejar melhor as ações na escola. Outro aspecto necessário que o professor

    precisa perceber é se seu aluno está se apropriando dos conceitos disponibilizados

    por ele, se a aprendizagem está acontecendo de fato.

    4.1 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO, NA PERSPECTIVA

    HISTÓRICO-CULTURAL

    Para que o professor possa conduzir seus trabalhos com eficácia é preciso

    que escolha um método de ensino e aprendizagem pautado em teorias que efetivem

  • - 14 -

    na prática resultados positivos. Para que isto ocorra se faz necessário compreender

    a relação entre aprendizagem e desenvolvimento.

    Para o encaminhamento de como se desenvolvem os processos de

    aprendizagem e desenvolvimento dos conceitos elementares e científicos,

    utilizaremos como suporte, a Teoria Histórico-Cultural, fundamentada no Marxismo,

    a qual tem no trabalho, no uso de instrumentos e na interação dialética entre o

    homem e a natureza, a sua base teórica.

    Esta perspectiva ganhou importância no ocidente por volta dos anos de 1970

    e no Brasil, em 1980. Destacamos como seu precursor, o pensamento de Vigotski

    que em suas pesquisas buscou estudar o homem e seu mundo psíquico como uma

    construção histórica e social da humanidade.

    No entendimento dessa teoria, o conhecimento se dá na interação sujeito-

    objeto por meio de ações mediadas socialmente. Essa visão vem estabelecer a

    importância da educação escolar e do professor como mediador entre a

    aprendizagem e o desenvolvimento da criança.

    Para Vigotski (1989) o homem é um ser biológico, psicológico e social que se

    desenvolve na natureza. Ele coloca que a criança é um ser em desenvolvimento e

    as mudanças que ocorrem nela não acontecem de forma lenta e gradual, mas por

    saltos, seguidos de períodos de estagnação e inibição. Busca superar a ideia de que

    a compreensão do desenvolvimento do psiquismo humano se limita ao

    desenvolvimento embrionário das funções psíquicas elementares, onde a maturação

    cerebral dependeria da maturação orgânica da criança, ele acrescenta a esta o

    fenômeno histórico social. Porém, não deixa de dar importância aos fatores

    biológicos, uma vez que considera impossível estudar o desenvolvimento das

    funções superiores sem o estudo de suas raízes biológicas. Segundo o autor,

    Podemos distinguir, dentro de um processo geral de desenvolvimento, duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo quanto à sua origem: de um lado, os processos elementares, que são de origem biológica: de outro, as funções psicológicas superiores de origem sócio-cultural. A história do comportamento da criança nasce do entrelaçamento dessas duas linhas (VIGOTSKY, 1989, p. 52).

  • - 15 -

    Vigotski (1989) se apropria das ideias do marxismo para atribuir ao trabalho a

    condição fundamental para a existência do homem. Por meio do trabalho, condição

    necessária para a sua sobrevivência, ele necessitou criar instrumentos e

    desenvolver a linguagem para facilitar o uso coletivo desses instrumentos. O homem

    é diferente das outras espécies pela sua capacidade criadora, a falta de meios

    naturais para se adaptar a natureza, o homem transformou-a para adaptá-la à sua

    realidade. As mediações simbólicas que o homem construiu no decorrer de sua

    existência se constituem em elementos fundamentais da cultura humana e

    viabilizam o pensamento.

    Este fato trouxe transformação e a hominização do cérebro, dos órgãos de

    atividades externas e dos órgãos dos sentidos. Fazendo uma análise das teorias de

    Vigotski sobre esta questão, Facci (2004, p. 201) acrescenta que, “foi a atividade

    com outros homens, na busca de suprir suas necessidades, transformando a

    natureza, que constituiu a base material objetiva da estrutura específica da atividade

    do indivíduo humano”.

    Para Leontiev, Luria e Vigotski (1998) o homem como se apresenta hoje, é

    resultado do processo da evolução biológica das espécies animais o que possibilitou

    o aparecimento do homo sapiens, mas é também, o resultado do processo de

    desenvolvimento histórico que fez do homem primitivo civilizado. A maneira como

    ele foi se apropriando da cultura humana desenvolveu formas de conduta que

    contribuíram para modificar as funções psíquicas e criar novos níveis no

    desenvolvimento humano.

    Engels (1986) acrescenta que as modificações que foram ocorrendo no

    homem no decorrer de sua história, só podem ser entendidas tomando como base, o

    trabalho. A partir do momento que ele começou a utilizar algum objeto como galho

    ou pedra para alcançar algo distante de si ou caçar algum animal, esta ação deixou

    de ser instintiva e passou a ser racional.

    Leontiev (1978) coloca que o trabalho é uma atividade social, por meio dele o

    homem exerce uma ação sobre a natureza e se relaciona com o outro por meio da

    comunicação, a linguagem é que vai dar condições para o uso coletivo dos

    instrumentos criado por ele.

  • - 16 -

    Vigotski (1989) coloca que, é na produção material que o pensamento se

    estrutura e, assim, conclui-se que a base das representações das ideias na

    perspectiva Histórico-Cultural é dada no e pelo trabalho.

    Os signos estão relacionados com as funções psíquicas e influem na conduta,

    são utilizados para auxiliar na tarefa psicológica como memorizar, comparar,

    classificar, e outros. Os instrumentos são construídos pelo homem para o

    desenvolvimento do trabalho. Para ele os signos ampliaram as possibilidades humanas

    de transformar a natureza e consequentemente a própria consciência humana. Leontiev

    (1978) a esta questão acrescenta que, o homem ao transformar a natureza, modifica a

    si próprio, ao executar determinada tarefa no trabalho vai modificando sua anatomia

    para melhor exercer determinada tarefa e se adaptar ao meio.

    Para entender melhor sobre como o pensamento se processa no indivíduo, na

    perspectiva Histórico-Cultural, é preciso entender que as funções complexas do

    pensamento (atenção, percepção, memória, imaginação, sentimentos, raciocínio e

    outras) são históricas, estão em constante transformação e se desenvolvem na

    interação social e as funções elementares que são produtos da evolução biológica

    são caracterizadas pela ausência de uma realização consciente, mas também,

    podem ser historicamente transformadas.

    Na relação que estabelece com o mundo natural e o mundo simbólico, a

    criança vai abstraindo dos objetos características imediatas que formam as suas

    representações individuais, e esses conceitos elementares vão constituir o ponto de

    partida para a formação de conceitos mais complexos acerca da realidade em que

    está inserida.

    Sobre a formação da consciência individual Mori e Galuch (2008, p. 18)

    colocam que, ela é historicamente determinada e é produzida no social, tudo o que é

    construído na consciência do indivíduo foi produzido antes no coletivo, pelo social.

    “[...] nas atividades partilhadas, o sujeito apropria-se e reconstrói internamente o

    que, em primeiro momento, eram valores e conceitos disponíveis universalmente,

    isto é, eram sociais”. Este processo é mediado pelos signos e instrumentos. À

    medida que o homem, de acordo com suas necessidades foi criando novos

    instrumentos foi gerando outras necessidades e assim, exigindo dele novas

    operações mentais para poder suprir essas necessidades.

  • - 17 -

    Vigotski (1989) coloca que a utilização de signos e instrumentos influencia de

    maneira diferente o comportamento do indivíduo. Os instrumentos físicos

    potencializam externamente a ação do homem, orientam a ação sobre o objeto,

    enquanto os signos vão aumentar as possibilidades de ação das funções

    psicológicas superiores. Quando internaliza a linguagem o homem transmite a

    outras gerações os conhecimentos historicamente produzidos expressando o que

    pensa e o que representa estas palavras em seu meio.

    Para Vigotski (1998) internalização é a reconstrução de uma operação

    externa no plano subjetivo, e isto acontece pela interação. No início as funções

    psicológicas superiores e as funções psicológicas elementares na criança aparecem

    separadas, os processos psicológicos superiores se desenvolvem à medida que ela

    vai incorporando as formas superiores de conduta, produto da evolução histórica.

    A comunicação auxilia no desenvolvimento mental da criança. À medida que

    a criança vai ganhando autonomia com a utilização da linguagem, ela vai precisando

    da participação do outro de seus diferentes conceitos e linguagem para formar o seu

    próprio conceito. Facci (2004, p. 212) coloca que “o signo e a palavra é que permite

    ao indivíduo dominar e dirigir suas próprias operações psíquicas, controlando o

    curso de sua atividade e orientando-a de forma que resolva a tarefa proposta pelo

    meio em que vive”.

    Para Vigotski (1998) é na primeira infância que deve ser estimulada a criança

    por ser nesta fase que está a raiz para o desenvolvimento dos processos que mais

    tarde formará os conceitos, porém somente na adolescência é que eles vão se

    desenvolver plenamente.

    Nos primeiros dias de vida, o choro do bebê acontece devido às

    necessidades biológicas, é uma reação instintiva, com o passar do tempo o choro e

    gestos realizado por ele deixam de ser instintivos porque passa a provocar uma

    ação do outro. Para o autor, no inicio o pensamento é caracterizado como

    inteligência prática, o pensamento é pré-linguístico e a fala pré-intelectual. Quando a

    criança brinca com o objeto, manuseia-o, mas não internaliza o significado que ele

    tem com o meio físico, caracteriza o período pré-linguístico. No período da fala pré-

    intelectual caracteriza-se pela forma instintiva que a criança se comunica, choro, riso

    e na linguagem gutural.

  • - 18 -

    À medida que o adulto fala com a criança, apresenta diferentes brinquedos,

    dizendo o nome, diferenciando cores, relacionando sons aos objetos, ele vai dar

    condições mais elaboradas para a criança, desenvolvendo formas de percepção,

    atenção, memória, raciocínio. Desta forma com o uso da linguagem a criança vai

    exercendo controle sobre o meio e sobre si.

    Para ele a formação de conceitos pode ser identificada nos seguintes

    estágios: agrupamento sincrético, aqui as crianças fazem agrupamentos sem

    estabelecer relação entre os objetos, sem a interiorização, o significado da palavra

    não esta definido, os elementos de acordo com a percepção da criança estão

    relacionados entre si em uma imagem, este período se caracteriza pelo ensaio e erro.

    O segundo estágio é o pensamento por complexos, nesta fase ocorre a

    formação de conexões, a criança começa a reunir figuras homogêneas no mesmo

    grupo de acordo com relações objetivas que começa a descobrir nas coisas,

    formando com elas o pensamento por complexos. Este se baseia em relações

    concretas e reais entre seus componentes individuais.

    O terceiro estágio do pensamento infantil é o da formação de conceitos, nesta

    fase não há a união e a generalização dos elementos isolados, mas também ocorre

    a capacidade de abstrair esses elementos separados sem as conexões reais e

    concretas.

    Para Vigotski (1998) aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados

    desde o nascimento, antes de ir à escola, porém o aprendizado escolar produz algo

    novo no desenvolvimento da criança, ele desperta vários processos internos que

    surgem quando a pessoa se relaciona com outras pessoas ou com a ajuda de um

    adulto. A ação mediadora do professor tem um papel importante na potencialização

    das funções psicológicas superiores do educando, na escola isto ocorrerá por meio

    dos conhecimentos e experiências produzida pela ciência, filosofia, arte, política e

    outras objetivações genéricas que vai garantir a apropriação de características que

    garanta ao sujeito a humanização. Vigotski (1989) propõe dois níveis de

    desenvolvimento, o primeiro é denominado nível de desenvolvimento atual,

    representa os processos de desenvolvimento que já foram atingidos pelo sujeito, se

    apresenta como construção já efetivada, pois o indivíduo já consegue realizar a

    atividade de forma independente e autônoma. O segundo nível é conhecido como a

    zona de desenvolvimento próximo, representa as funções que se encontram em

  • - 19 -

    construção, nesta etapa a criança não consegue realizar a atividade sozinha, mas

    consegue fazer imitando o adulto. Por meio da imitação orientada pelos adultos ela

    no futuro terá condições de realizá-la de forma independente e com autonomia.

    Para Vigotski (1993) o bom ensino é aquele que provoca o desenvolvimento

    da criança, porém é importante que ele se apresente condizente com o nível de

    desenvolvimento dela, sendo necessário que o professor conheça o nível de

    desenvolvimento e as possibilidades de aprendizagem.

    Segundo Duarte (2007, p. 98),

    Cabe ao ensino escolar, portanto a importante tarefa de transmitir a criança os conteúdos historicamente produzidos e socialmente necessários, selecionando o que desses conteúdos encontra-se, a cada momento do processo pedagógico na zona de desenvolvimento próximo.

    Para Duarte (2007), quando o conteúdo transmitido pelo professor estiver no

    nível além do que a criança pode compreender, não terá sucesso, ela não

    conseguirá apropriar-se do conhecimento e não desenvolverá as funções

    psicológicas superiores a ele correspondente. Também se o conteúdo escolar só

    exigir dela aquilo que ela já realiza com autonomia, não permitirá o desenvolvimento

    de nenhuma capacidade intelectual.

    É necessário que o professor compreenda como se estabelece o processo de

    desenvolvimento e aprendizagem, que ele consiga perceber o que o seu aluno já

    consegue realizar com autonomia e aqueles que ainda estão em construção, onde a

    princípio a criança consegue realizar com a ajuda do outro mas, que no futuro

    poderá fazê-lo de forma autônoma.

    Fontana e Cruz (1997, p. 66) colocam que o professor tem um papel importante

    no desenvolvimento das pessoas. Assim, quando o professor “faz junto, demonstra,

    fornece pistas, instrui, dá assistência, ele esta interferindo no desenvolvimento

    proximal de seus alunos, contribuindo para a emergência de processos de elaboração

    e de desenvolvimento que não ocorrem espontaneamente”.

    Para Vigotski (1998) o objetivo da escola é levar a criança a aprender o novo.

    A aprendizagem estimula uma série de funções que estão em amadurecimento

  • - 20 -

    promovendo o desenvolvimento da criança. É preciso, no entanto, que ao ministrar

    um conteúdo o aluno internalize-o para poder desenvolver as formas de

    pensamentos que estão em processo de elaboração. É fundamental que o professor

    privilegie a qualidade e não a quantidade.

    O ensino e a aprendizagem devem vir antes do desenvolvimento. Para ele a

    aprendizagem ocorre de fora para dentro, de acordo com os estímulos que os

    indivíduos recebem no decorrer de sua vida.

    Facci (2004 p. 230) acrescenta “o desenvolvimento das funções psicológicas

    superiores depende da convivência dos seres humanos com seus pares, de modo a

    haver a superação do biológico pela utilização de mediadores produzidos suprindo

    as necessidades postas historicamente”.

    A humanidade não é dada naturalmente ao homem, ele não nasce sabendo

    sentir e pensar, ele precisa aprender, é na escola, na interação com o professor por

    meio de um processo educativo, com um currículo organizado, metodologias

    adequadas, que vai possibilitar ao sujeito o acesso a conhecimentos sistematizados

    produzidos historicamente no social, onde individualmente novas estruturas mentais

    vão aparecer, levando-o ao domínio de novas atividades impulsionando o seu

    desenvolvimento cognitivo.

    4.2 METODOLOGIA DE TRABALHO NA PERSPECTIVA DIALÉTICA

    O desenvolvimento do trabalho pedagógico que se propõe neste estudo é

    fundamentado pelo método proposto pela pedagogia Histórico-Crítica que vai da

    prática social inicial a nova prática social pela mediação da teoria. Essa teoria

    compreende que a apreensão do conhecimento científico cultural, na escola

    acontece por meio das três fases do método dialético: prática-teoria-prática.

    Vasconcellos (1994) coloca que devemos partir da prática em que esta mos

    inserido como desafio para a transformação. Por meio da reflexão crítica e coletiva

    buscar subsídios para conhecer a realidade, suas leis e contradições para saber

    como agir procurando transformá-la na direção desejada.

  • - 21 -

    A metodologia dialética proposta por estas três fases se desenvolve nos cinco

    passos propostos por Saviani onde Gasparin (2005) se orientará para a elaboração

    de uma didática a ser implementada em sala de aula pelos professores, e propõe

    uma educação crítica e transformadora.

    Gasparin (2005) coloca que os professores e alunos devem ter uma nova

    postura em relação aos conteúdos e a sociedade, pois a aprendizagem escolar

    deverá consistir em,

    [...] domínio teórico do conteúdo e no seu uso pelo aluno, em função das necessidades sociais a que deve responder [...] Implica que seja apropriado teoricamente como um elemento fundamental na compreensão e na transformação da sociedade (GASPARIN, 2005, p. 2).

    4.2.1 Fases da metodologia dialética

    4.2.1.1 Primeira fase do método: prática social do conteúdo

    Esta fase tem seu ponto de partida no conhecimento que professor e aluno

    têm do conteúdo a ser desenvolvido nas aulas, em níveis diferenciados. No

    processo de construção do conhecimento é o nível de desenvolvimento atual do

    educando. Caracteriza-se na preparação do aluno para a construção do

    conhecimento escolar. O primeiro contato que o mesmo mantém com o conteúdo a

    ser desenvolvido pelo professor, o já conhecido, as experiências pessoais, as ideias

    que possui sobre o assunto que acumulou nas suas relações que estabelece na sua

    vida social e que possibilita agirem na busca de solucionar os problemas cotidianos.

    Nessa fase a compreensão que o aluno possui em relação à realidade é uma

    percepção do senso comum, empírica, confusa, sincrética, onde tudo aparece como

    natural. Em relação à mesma realidade social o professor se posiciona de maneira

    mais clara e mais sintética, uma vez que ele deve ter planejado e preparado o

    caminho que o aluno deverá percorrer, conduzindo seu trabalho com segurança

    dentro de uma visão de totalidade.

  • - 22 -

    Nesta etapa o aluno não tem clareza dos conceitos científicos propostos e a

    sua importância social. Os dados levantados na busca de verificar o que os alunos já

    sabem e qual o seu uso na vivência cotidiana sobre os conteúdos a serem

    desenvolvidos na sala de aula devem ser encaminhados de maneira que os

    educandos percebam o que eles já conhecem na sua prática cotidiana.

    Com base no que foi descrito podem-se definir como procedimentos práticos

    nesta etapa, duas formas de conduzir os trabalhos: a primeira, o anúncio dos

    conteúdos apresentando os objetivos da aprendizagem, a segunda, fazer o

    levantamento das questões sobre a vivência cotidiana do educando sobre o

    conteúdo para descobrir o que já sabem e desafiá-los para novas curiosidades sobre

    o tema proposto para que digam o que gostariam de saber a mais.

    4.2.1.2 Segunda fase do método: problematização, instrumentalização e catarse

    Este segundo momento consiste na teoria: zona de desenvolvimento

    imediato. Todas as questões que foram levantadas sobre o cotidiano imediato dos

    alunos conduz à busca de uma teoria que explique essa realidade.

    A teorização permitirá ao aluno passar do senso comum da explicação

    particular e única da realidade para conceitos científicos que permitem a compreensão

    da realidade em todas as suas dimensões por meio de juízos universais. Esta fase

    estrutura-se em três passos: problematização, instrumentalização e catarse.

    4.2.1.2.1 Problematização

    Nesta etapa busca-se identificar os problemas percebidos no cotidiano da

    vivência social do educando relacionando ao conteúdo que será trabalhado pelo

    professor, “[...] trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito

    da prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar”

    (SAVIANI, 1991, p. 80).

  • - 23 -

    Portanto esta etapa constitui-se em um desafio, criação de uma necessidade

    para que o educando por meio do conteúdo escolar mediado pela ação do professor

    seja apreendido por ele.

    Nesta relação dos conteúdos com a prática social que vão surgindo ás

    questões que por meio do conteúdo específico podem ser encaminhadas e

    resolvidas, justificando-se as razões da necessidade do conhecimento do conteúdo

    escolar, criando significado para o que vai ser desenvolvido na aula.

    Desta forma, deve-se fazer uma seleção de perguntas por meio de questões

    problematizadoras, levando em conta as dimensões científica, conceitual, cultural,

    social, política, ética, econômica, religiosa, histórica, entre outras, de acordo com os

    aspectos que se deseja abordar com o tema, considerando os seus múltiplos

    olhares.

    A problematização é a etapa que vai desencadear todas as atividades que os

    alunos irão desenvolver no processo de construção do conhecimento. As questões

    selecionadas sobre os conteúdos serão trabalhados na fase de Instrumentalização.

    Segundo Gasparin (2005, p. 49) a fase da problematização para o professor

    “[...] implica uma nova maneira de estudar e preparar o que será trabalhado com os

    alunos: o conteúdo é submetido a dimensões e questionamentos que exigem do

    mestre uma reestruturação do conhecimento que já domina”.

    4.2.1.2.2 Instrumentalização

    Este é o terceiro passo do método, é o momento que ocorre o estudo dos

    conteúdos propostos que se efetiva quando começa a serem dadas as respostas às

    questões levantadas da prática social, que foram consideradas relevantes na fase

    anterior da problematização.

    Professores e educandos efetivam aos poucos, o processo dialético de

    construção do conhecimento escolar que vai do empírico ao abstrato para o

    concreto. Neste momento a visão do aluno sobre os conteúdos escolares deve

  • - 24 -

    passar da síncrese à síntese, realizando as operações mentais de analisar, deduzir,

    explicar, generalizar, comparar, criticar, conceituar, julgar e outras.

    O conteúdo científico é analisado e comparado com o conhecimento

    cotidiano, mediado pelo professor, de forma que ele seja incorporado não de forma

    neutra, pois, aluno, professor e conteúdo são condicionados por vários aspectos

    provenientes do meio em que estão inseridos. A incorporação dos conteúdos deve

    ser, não apenas como exercício mental, mas como uma necessidade social.

    4.2.1.2.3 Catarse

    Neste momento o aluno irá mostrar o quanto ele aprendeu e até onde se

    aproximou da solução dos problemas anteriormente levantados sobre o conteúdo da

    aula.

    Esta é a fase de sistematização, o aluno deve dizer o que compreendeu de

    todo o processo de trabalho e expressar uma nova maneira de ver a prática social.

    Uma postura mais consistente, uma nova posição em relação ao conteúdo.

    Neste momento segundo Gasparin (2005, p. 128),

    O educando mostra que, de um sincretismo inicial sobre a realidade social do conteúdo trabalhado, conclui agora com uma síntese, que é o momento em que ele estrutura em nova forma, seu pensamento sobre as questões que conduziram seu processo de aprendizagem. É o momento em que indica quanto incorporou dos conteúdos trabalhados, qual o seu novo nível de aprendizagem.

    Na síntese o aluno não percebe mais a realidade conhecida como natural,

    mas é histórica porque é produzida intencionalmente pelos homens, atendendo as

    necessidades de grupos situados em determinado tempo e espaço.

    O aluno mostrará o que aprendeu por meio de avaliação realizada pelo

    professor utilizando-se de instrumentos com critérios definidos, pode ser realizado

    de maneira formal ou informal. O aluno deverá traduzir oralmente ou por escrito a

    compreensão que teve de todo o processo de trabalho.

  • - 25 -

    Na catarse o aluno aprende um conteúdo que tem significado e utilidade para

    a sua vida.

    4.2.1.3 Terceira fase do método: prática social final do conteúdo

    Esta fase representa traduzir na prática a teoria estudada tendo em vista os

    objetivos da unidade de estudo, as dimensões do conteúdo e os conhecimentos

    adquiridos. O aluno retorna à prática social, com uma nova postura, modificada

    intelectualmente. A teoria possibilitará um novo suporte para a nova prática que

    segundo Gasparin (2005, p. 144) por meio da ação pedagógica direcionada

    corretamente será alterada qualitativamente. Para ele nesta etapa ocorre uma nova

    prática social final, um novo nível de desenvolvimento atual do educando, uma nova

    ação a partir do que foi estudado. “Professor e aluno ao reconstruírem o conteúdo

    passam de um estágio de menor compreensão para um estágio maior, uma fase de

    maior clareza e compreensão dessa mesma concepção dentro da totalidade”.

    Este é o momento em que o aluno a partir do conteúdo trabalhado assumirá

    um compromisso de usá-lo no seu cotidiano, que deverá ultrapassar o que foi

    ensinado na escola, levando-o a um fazer prático teórico.

    Para Saviani (1991) é importante que a compreensão teórica possibilite ao

    educando traduzi-la em atos, pois somente uma prática efetiva é que demonstrará a

    compreensão da teoria.

    Esta proposta didática pedagógica consiste basicamente em dois pontos. O

    primeiro é a manifestação da nova atitude prática do aluno, a sua nova postura

    mental em relação à realidade estudada. Como agirá no seu dia a dia diante da nova

    maneira de compreender o conteúdo estudado. O segundo ponto é a proposta

    concreta da ação. Professores e alunos realizam um plano de ação de acordo com

    os conteúdos trabalhados prevendo o que cada aluno individualmente ou

    coletivamente fará no seu cotidiano dentro e fora da escola. São as ações que o

    aluno se propõe a executar após o novo conhecimento científico adquirido para o

    exercício social.

  • 5 ATIVIDADES A SEREM TRABALHADAS

    As atividades serão desenvolvidas em etapas como seguem:

    5.1 1ª ETAPA

    Na primeira etapa pretendemos fazer a apresentação da proposta de

    intervenção junto aos professores, com uma pesquisa de campo para coleta e

    análise de dados sobre as possíveis causas da evasão dos alunos do período

    noturno, aplicando questionários1 aos professores, pedagogos, direção, à família e

    aos alunos.

    Tenciona-se ainda fazer uma discussão sobre os dados obtidos na pesquisa

    de campo, bem como uma reflexão a respeito das práticas pedagógicas no interior

    da escola, visando minimizar o problema da evasão no Colégio.

    Serão promovidos momentos de leitura e reflexão para discutir a respeito

    dessas práticas inovadoras usando como referência o trabalho de vários autores,

    entre eles João Luiz Gasparim que se fundamenta na dialética prática-teoria-prática,

    dentro de uma perspectiva histórico-crítica. As leituras sugeridas são:

    • “Uma didática para a pedagogia histórico-crítica”, de João Luiz Gasparin,

    obra na qual o autor procura delinear os cinco passos propostos pela

    metodologia dialética o qual contribuirá com o trabalho que está sendo

    proposto;

    • “Relação entre abandono Escolar no Ensino Médio e Desempenho Escolar

    no Ensino Fundamental Brasileiro”. Autores Anaury Patrick Gremaud,

    Alexandre Chibebe Nicolella, Luiz Guilherme Scorzafave, Guena de

    Oliveira, Tufi Machado Soares e Walter Beluzzo Junior, Fundação para

    1 Vide Apêndices.

  • - 27 -

    Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia

    (Fundace) de Ribeirão Preto;

    • “Os determinantes do Fluxo Escolar entre o Ensino Fundamental e o

    Ensino Médio no Brasil” dos professores André Portela Souza, Bruno

    Oliveira e Vladimir Ponczek, Pesquisadores do Centro de Microeconomia

    Aplicada da EESP-FGV. Pesquisas divulgadas na Revista Nova Escola

    nº 239 janeiro/fevereiro 2011.

    Saber mais sobre a pesquisa no site:

    • MARTINS, Lígia Márcia. Formação de Professores: desafios

    contemporâneos e alternativas necessárias. In: Marx, Gramsci e Vigotski:

    Aproximações. Organizadores: Sueli Guadelupe de Lima Mendonça,

    Vandeí Pinto da Silva, Stela Miller. Araraquara, SP: Junqueira & Martins;

    Marília, SP; Cultura Acadêmica, 2009;

    • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – n. 9.394/06. Brasília,

    DF: MEC, 1996 (p. 13-36);

    • SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras

    aproximações. 10. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008;

    • MORI, N. N. R.; GALUCH, M. T. B. Aprendizagem e desenvolvimento das

    funções complexas do pensamento, na perspectiva histórico-cultural. In:

    ______ . (Org.). A aprendizagem e Desenvolvimento: intervenção

    pedagógica para pessoas com deficiência sensorial auditiva. Maringá:

    Eduem, 2008. p. 13-34.

  • - 28 -

    Após a leitura dos textos e livros escolhidos, propomos os seguintes

    questionamentos:

    a) De acordo com a teoria Histórico-cultural, qual a contribuição da educação

    escolar e do professor no desenvolvimento das funções psicológicas

    superiores?

    b) Como o entendimento das psicologias do desenvolvimento pode ajudar a

    melhorar seu desempenho enquanto professor?

    c) Liste algumas sugestões que podem ser relevantes para a melhoria do

    processo educativo levando em consideração a Psicologia do

    desenvolvimento segundo a perspectiva Histórico cultural.

    d) De acordo com a sua realidade escolar, você acredita que o baixo

    desempenho escolar dos alunos no ensino fundamental contribui para o

    abandono dos alunos no ensino médio?

    e) A distorção série idade, também pode ser fator importante que contribui

    para a evasão no Ensino Médio?

    f) Que ações podem ser implementadas na escola com vista a minimizar a

    evasão escolar no Ensino Médio noturno?

    5.2 2ª ETAPA

    Nesta etapa haverá momento para refletir sobre filme relacionado ao tema

    trabalhado.

    Sugestões de Filmes:

    O Enigma de Kaspar Hauser (Alemanha, 1975), direção de Werner Herzog.

  • - 29 -

    O filme retrata a vida de um garoto que foi deixado na Praça de Nuremberg,

    em maio de 1828. Ninguém sabia quem era e de onde vinha. Durante muitos anos

    viveu trancado em um porão, tinha mais ou menos 15 ou 16 anos de idade. Não

    sabia andar nem falar. O filme retrata a maneira que as interações sociais foram

    sendo construídas entre o garoto e a comunidade e a maneira como as pessoas

    tentaram inseri-lo no processo civilizatório daquela comunidade.

    O menino selvagem é uma história verídica, que começa ha duzentos anos,

    numa região da França chamada Aveyron. O menino foi encontrado por uma mulher

    que andava a colher cogumelos. O rapaz vivia na floresta, onde fora abandonado

    ainda bebê pelos seus pais. Não sabia falar nem ter comportamentos humanos por

    viver com os animais da selva e longe do convívio humano.

    Foi capturado por caçadores e levado para a civilização, mais propriamente,

    para um colégio de surdos mudos por não conseguir comunicar com as outras

    crianças, nem com os adultos. O médico Itard soube da sua existência e decidiu

    levá-lo para casa e ensinar-lhe como viver na civilização. Com o passar do tempo, o

    rapaz foi interiorizando e aprendendo o que lhe era ensinado. Chegou a fugir, mas

    acabou regressando à casa de Itard, por perceber que não era capaz de sobreviver

    longe da civilização. Assim, ele viveu até ao fim dos seus dias, cuidando do jardim e

    da casa de Itard.

    Após assistir os filmes indicados responder:

    O Menino Selvagem (França, 1970) direção de François Truffaut.

    O que torna o comportamento humano tão singular?

  • - 30 -

    5.3 3ª ETAPA

    Elaboração de um plano de trabalho na perspectiva da Pedagogia Histórico-

    crítica, tendo como referência os cinco passos propostos por Gasparin (2005 ).

    Esta etapa será reservada para tirar dúvidas e orientar na execução de plano

    de aula utilizando o método dialético, analisando os três exemplos que seguem:

    5.3.1 Área de Português

    INSTITUIÇÃO:

    DISCIPLINA: Português

    TEMA: Leitura e Produção de Texto de Opinião

    HORAS-AULAS: 2

    PROFESSORA:

    OBJETIVO GERAL:

    • Expressar suas ideias e opiniões de forma oral e escrita para aprimorar

    sua capacidade comunicativa.

    OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

    • Distinguir tipos de produção de texto;

    • Desenvolver o hábito de ler para ter facilidade produção de texto de

    opinião, de qualidade;

    • Elaborar texto de opinião para apresentar em diferentes situações da vida

    social;

    • Reconhecer as diferentes vozes dentro de um texto.

  • - 31 -

    1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO

    1.1 Conteúdo

    Produção textual

    • Texto de Opinião.

    1.2 Vivência do Conteúdo

    a) O que os alunos já sabem:

    • Os alunos sabem que texto de opinião é um tipo de produção textual.

    • O texto de opinião deve conter a posição que o autor deve assumir em

    relação a determinado tema.

    b) O que gostariam de saber mais:

    • Como conseguir produzir bom texto de opinião?

    • No texto de opinião deve utilizar a 1ª pessoa?

    2 PROBLEMATIZAÇÃO

    2.1 Discussão sobre questões importantes de um texto de opinião.

    • Porque os alunos têm dificuldades para escrever?

    • Quais as características de um bom texto de opinião?

    • Quais as etapas para trabalhar texto de opinião?

    • Qual a função do texto de opinião?

    • Qual a diferença de texto expositivo e argumentativo?

    2.2 Dimensão do conteúdo a ser trabalhado:

    • Conceitual: O que é um texto de opinião?

    • Operacional: Como trabalhar texto de opinião?

    • Escolar: Qual é o papel da escola no ensino da leitura e produção

    textual?

    • Social: Qual a importância de conhecer texto de opinião para a vida

    social do indivíduo?

    • Político: Porque muitas pessoas são facilmente persuadidas por

    outras?

  • - 32 -

    • Ético: Os meios de comunicação são utilizados de maneira ética para

    argumentar sobre temas relevantes para a sociedade?

    3 INSTRUMENTALIZAÇÃO

    3.1 Ações didático-pedagógicas

    • Leitura de textos sobre o tema, análise, pesquisa, produção de texto de

    opinião.

    3.2 Recursos humanos e materiais

    • Professor, alunos, apostila, texto, livro, jornal, internet.

    4 CATARSE

    4.1 Síntese mental do aluno

    • Texto de opinião é a forma que cada um tem de expressar suas ideias,

    devendo ouvir as opiniões dos outros, na mesma proporção que opina.

    • O texto de opinião é um gênero textual. Os gêneros textuais são

    fenômenos históricos profundamente vinculados à vida cultural e social.

    São manifestações lingüísticas concretas, constituindo textos

    empiricamente realizados que cumprem funções diversas em

    diferentes situações comunicativas.

    4.2 Expressão da síntese

    • Produzir um texto de opinião.

    5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO

    5.1 Nova postura prática

    • Pesquisar mais sobre texto de opinião.

    • Produzir textos.

  • - 33 -

    5.2 Ações dos alunos

    • Ler textos em jornais e analisá-los.

    • Reestruturar textos de opinião.

    REFERÊNCIAS

    GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

    PAZINI, Maria C. Oficina de textos: teoria e prática. Proleitura, Maringá: UNESP/UEM/UEL, ano 5, n. 19, p 4 - 5, abr. 1998.

    5.3.2 Área de Matemática

    INSTITUIÇÃO:

    DISCIPLINA: Matemática

    TEMA: A Matemática: Estudo de Geometria de Forma Lúdica

    HORAS-AULAS: 2

    PROFESSORA:

    OBJETIVO GERAL:

    • Construir com o aluno conteúdos básicos de Matemática, com

    compreensão lógica, desenvolvendo conceitos matemáticos relacionados

    aos corpos redondos.

    OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

    • Identificar semelhanças e diferenças que permitam classificar e definir

    objetos e figuras, verificando algumas propriedades;

    • Identificar os sólidos geométricos em diferentes situações do cotidiano;

  • - 34 -

    • Diferenciar e classificar os sólidos geométricos em poliedros e corpos

    redondos;

    • Redescobrir as formas e compreensões dos corpos redondos;

    • Fixar conceitos simples e elaborados, utilizando jogos.

    1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO

    1.1 Conteúdo

    a) Geometria

    • Corpos redondos

    1.2 Vivência do Conteúdo

    a) O que os alunos já sabem:

    • Os alunos sabem que a palavra Geometria é composta de duas

    palavras gregas: geos (terra) e metron (medida). Esta denominação

    deve a sua origem à necessidade que, desde os tempos remotos, o

    Homem teve de medir terrenos.

    • Geometria é o estudo das figuras geométricas.

    • O mundo está cercado por figuras geométricas.

    b) O que gostariam de saber mais:

    • Quais as melhores técnicas para aprender geometria?

    2 PROBLEMATIZAÇÃO

    2.1 Discussões sobre a aprendizagem da Matemática, em especial a Geometria.

    • Porque os alunos odeiam a Matemática?

    • Existem métodos modernos para ensinar a gostar de Matemática e

    aprender Geometria? Os jogos seriam estratégias viáveis para este

    estudo?

    • O Pedreiro no seu trabalho utiliza da geometria?

    • Qual a diferença da matemática utilizada pelo Pedreiro e pelo

    Engenheiro?

    • Qual a diferença de figuras planas e dos sólidos geométricos?

  • - 35 -

    2.2 Dimensão do conteúdo a ser trabalhado:

    • Conceitual: O que é Geometria?

    • Histórico: Qual a origem da Geometria como ciência dedutiva?

    • Operacional: Que estratégias se podem usar para facilitar o ensino dos

    corpos redondos?

    • Social: Qual a importância da Geometria para a sociedade?

    3 INSTRUMENTALIZAÇÃO

    3.1 Ações didático-pedagógicas

    • Pesquisa sobre as etapas para a resolução de um problema de

    construção geométrica: das propriedades e da seqüência de

    operações.

    3.2 Recursos humanos e materiais:

    • Professor, alunos, revistas, livros.

    4 CATARSE

    4.1 Síntese mental do aluno

    • A Geometria como ciência dedutiva teve início na Grécia Antiga, cerca

    de sete séculos antes de Cristo (a.C.), graças aos esforços de muitos

    notáveis predecessores de Euclides, como Tales de Mileto (640 – 546

    a.C.), Pitágoras (580 – 500 a.C.) e Eudoxio (408 – 355 a.C.).

    • Platão interessou-se muito pela Geometria e ao longo do seu ensino

    evidenciou a necessidade de demonstrações rigorosas.

    4.2 Expressão da síntese

    • Interessar-se pelo estudo de Geometria, buscando estratégias diversas,

    incluindo jogos.

    5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO

    5.1 Nova postura prática

    • Revisar a matéria estudada sempre que puder.

  • - 36 -

    5.2 Ações dos alunos

    • Formar grupo de estudo.

    • Utilizar diversos recursos didáticos, dos quais fazem parte alguns

    materiais concretos manipulativos, destacando jogos geométricos planos e

    espaciais, do tipo “quebra-cabeça”, e jogos que utilizam espelhos,

    dobraduras de papel.

    REFERÊNCIAS

    EVES, Howard. Tópicos de História da Matemática para uso em sala de aula: Geometria. Tradução de Higino H. Domingues. São Paulo: Unicamp, 1992. v. 3.

    GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

    GERDES, Paulus. Sobre o despertar do pensamento geométrico. Curitiba: UFPR, 1994.

    5.3.3 Área de Sociologia

    INSTITUIÇÃO:

    DISCIPLINA: Sociologia

    TEMA: Sexualidade e prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis

    – DSTs

    HORAS-AULAS: 2

    PROFESSORA:

    OBJETIVO GERAL:

    • Compreender a importância da orientação sexual e da prevenção contra

    as DSTs.

  • - 37 -

    OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

    • Evitar a banalização do corpo, da relação entre as pessoas;

    • Buscar exercer com responsabilidade a vida sexual;

    • Exercitar a consciência crítica para se ter condições de tomar decisões

    equilibradas a respeito de sua sexualidade, com visão positiva sobre a

    mesma.

    1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO

    1.1 Conteúdo

    • Sexualidade/DSTs

    1.2 Vivência do Conteúdo

    c) O que os alunos já sabem:

    • Os alunos sabem que é perigoso manter relações sexuais com muitos

    parceiros e sem usar preventivos.

    d) O que gostariam de saber mais:

    • Qual é o perigo de manter relação sexual sem responsabilidade.

    • AIDS é uma doença sexualmente transmissível?

    • Existem doenças sexualmente transmissíveis que podem matar?

    • Na gravidez a mãe com algum tipo de doença sexualmente transmissível

    pode passar para o filho?

    2 PROBLEMATIZAÇÃO

    2.1 Discutir com os alunos a respeito das questões:

    • A quem compete a formação da sexualidade dos adolescentes?

    • Que contribuição a escola pode dar ao educando para que ele possa

    desenvolver sua sexualidade com responsabilidade?

  • - 38 -

    • Quem é a pessoa indicada para falar sobre prevenção das DSTs?

    2.2 Dimensão do conteúdo a ser trabalhado:

    • Conceitual: O que é sexualidade responsável?

    • Histórica: Quando as pessoas passaram a se preocupar com as DSTs?

    • Operacional: Que atitude o professor pode tomar quando perceber que

    seus alunos precisam ser orientados a respeito da sexualidade?

    • Social: Como se pode ajudar a comunidade escolar a evitar as DSTs?

    • Política: O governo investe o suficiente em campanhas preventivas?

    • Ética: Diante do valor cada vez mais baixo da virgindade e o poderoso

    apelo às relações sexuais precoces, qual seria a vantagem de se manter

    virgem?

    3 INSTRUMENTALIZAÇÃO

    3.1 Ações didático-pedagógicas

    • Palestras sobre sexualidade e a prevenção contra as DSTs.

    • Organização de um mural enfatizando a sexualidade e DSTs.

    3.2 Recursos humanos e materiais

    • Médico, professor, alunos, Internet, panfletos, folders, revistas, livros.

    4 CATARSE

    4.1 Síntese mental do aluno

    • Não se podem ter relações sexuais com vários parceiros é preciso se

    prevenir contra as DSTs que é um grupo de doenças transmitidas por

    meio da relação sexual banalizada.

    4.2 Expressão da síntese

    • Produção de um texto individual mostrando a necessidade da sexualidade

    responsável.

  • - 39 -

    5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO

    5.1 Nova postura prática

    • Ter respeito com o sexo oposto, agindo sempre com responsabilidade.

    5.2 Ações dos alunos

    • Participar de grupo sadio de jovens e debaterem sobre o assunto em

    questão, orientados por pessoas habilitadas para isso.

    REFERÊNCIAS

    ARANTANGY, Lídia. Educação sexual: para além dos tabus. Revista Isto É, São Paulo, n. 1340, p. 94, jun. 1995.

    BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.

    GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

    Tendo discutido a respeito dos planos apresentados, os professores se

    reúnem por área de atuação e montam um plano com essa metodologia.

    5.4 4ª ETAPA

    Nesta etapa os educadores dão início à prática em sala de aula, sendo

    orientados pelos pedagogos.

  • 6 CONSIDERAÇÃO FINAL

    O presente trabalho pretende buscar o entendimento sobre os problemas

    apresentados pelos educandos nos últimos anos no que diz respeito as causas que

    os tem levado a abandonarem a escola, excluindo-os do sistema escolar, e que a

    princípio parece ser impossível buscar na prática soluções para os problemas

    econômicos e sociais que tem reproduzido em nosso país as desigualdades

    existentes entre os homens.

    No entanto, com vista ao enfrentamento desta problemática entendemos a

    necessidade de buscar suporte teórico que sirva de reflexões e apoio para a prática

    docente com o objetivo de contribuir para a efetivação de uma educação que atenda

    igualmente todos os alunos, na tentativa de amenizar a evasão escolar.

    Busca o estudo teórico e metodológico que permita professores e alunos a

    pensarem na necessidade de uma educação que possibilite a transformação de

    consciência na busca de uma sociedade emancipatória, que seja mais justa e

    igualitária.

    A teoria Histórico-Cultural compreende o homem como ser histórico,

    construído por meio das relações sociais e das relações que estabelece com a

    natureza. Busca enfatizar a escola como principal espaço para a socialização do

    conhecimento, onde por meio dos conteúdos das diferentes disciplinas escolares

    contribua para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores como raciocínio,

    percepção, atenção, memória e outros, promovendo o aperfeiçoamento intelectual

    do indivíduo.

    Ao fundamentar a teoria na perspectiva histórico-critica cuja a base se

    encontra na dialética prática-teoria-prática, propõe que o professor deva partir do

    cotidiano do aluno para uma nova prática social tendo como mediação nesse

    processo a teoria. Para isso, se faz necessário um novo encaminhamento

    metodológico de conduzir os trabalhos em sala de aula o que justifica a escolha da

    proposta didática elaborada por Gasparin (2005), onde permite uma nova maneira

    do professor atuar na sala de aula, cujo o objetivo é buscar uma nova direção para

  • - 41 -

    se pensar a escola, como um espaço comprometido com o ensino de

    conhecimentos científicos significativos para o educando.

  • REFERÊNCIAS

    ADUAN, Wanda Engel. A crise de audiência no Ensino Médio. Instituto Unibanco, agosto. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2011.

    ARANTANGY, Lídia. Educação sexual: para além dos tabus. Revista Isto É, São Paulo, n. 1340, p. 94, jun. 1995.

    BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.

    DUARTE, Newton. Educação Escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 4. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.

    ENGELS, F. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem. São Paulo: Global, 1986.

    EVES, Howard. Tópicos de História da Matemática para uso em sala de aula: Geometria. Tradução de Higino H. Domingues. São Paulo: Unicamp, 1992. v. 3.

    FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da psicologia vigotskiana. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

    FONTANA, Roseli A. C.; CRUZ, Nazaré. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo: Atual, 1997.

    GASPARIN, J. L.; PETENUCCI, M. C. Artigo Científico: Pedagogia Histórico-Crítica: da Teoria à Prática no Contexto Escolar. Maringá. Disponível em: . Acesso em: 22 jul. 2011.

    GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

    GERDES, Paulus. Sobre o despertar do pensamento geométrico. Curitiba: UFPR, 1994.

  • - 43 -

    GREMAUD, Amaury Patrick; NICOLELLA, Alexandre Chibebe; SCORZAFAVE, Luiz Guilherme; OLIVEIRA, Roberto Guena; SOARES, Tufi Machado; BELLUZZO JUNIOR, Walter. Relação entre Abandono Escolar no Ensino Médio e Desempenho Escolar no Ensino Fundamental Brasileiro. Instituto Unibanco, agosto. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2011.

    LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.

    LÚRIA, Alexander R et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 5. ed. São Paulo: Ícone, 1994.

    MADEIRA, Fálicia Reicher. Os jovens e as mudanças estruturais na década de 70: questionando pressupostos e sugerindo pistas. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n. 58, p. 15-48, ago. 1986.

    MARTINS, Lígia Márcia. Formação de Professores: desafios contemporâneos e alternativas necessárias. In: MENDONÇA, S. G. L.; SILVA, V. P. ; MILLER, S. (Org.). Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações. Araraquara, SP: Junqueira & Marin; Marília, SP: Cultura Acadêmica, 2009. p. 449-472.

    MORI, N. R.; GALUCH, M. T. B. Aprendizagem e desenvolvimento das funções complexas do pensamento, na perspectiva histórico-cultural. In: ______ . (Org.). A aprendizagem e Desenvolvimento: intervenção pedagógica para pessoas com deficiência sensorial auditiva. Maringá: Eduem, 2008. p. 13-34.

    PAZINI, Maria C. Oficina de textos: teoria e prática. Proleitura, Maringá, UNESP/UEM/UEL, ano 5, n. 19, p. 4-5, abr. 1998.

    SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1991.

    SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 10. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.

    SCALCON, Suze. À procura da unidade psicopedagógica: articulada a psicologia histórico-cultural com a pedagogia histórico-critica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

    VASCONCELLOS, Celso. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1994.

  • - 44 -

    VIGOTSKI, Lev S. A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores, São Paulo: Martins Fontes, 1989.

    VIGOTSKI, Lev S. – Obras Escogidas/. Madrid, Centro de Publicaciones del M.E.C. y Visor Distribuciones, 1993.

    VIGOTSKI, Lev S. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

    VIGOTSKI, L. S.; LÚRIA, A. R. & LEONTIEV, Alex. Linguagem, desenvolvimento e Aprendizagem. 2 ed. São Paulo, Ícone, EDUSP, 1998.

  • APÊNDICES

  • - 46 -

    APÊNDICE A - ENTREVISTA COM OS ALUNOS EVADIDOS

    COLÉGIO ESTADUAL DE CAMPO MOURÃO – EFMPN PESQUISA SÓCIO ECONÔMICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

    1. Idade:_______ 2. Sexo: ( ) F ( ) M 3. Série: _______ 4. Trabalha: ( )Sim ( ) Não 5. Profissão:_________________________________________________________ 6. Você gosta do seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não 7. Quantas horas você trabalha por dia? ________________________________ 8. O seu salário contribui na renda familiar? ( ) Sim ( ) Não 9. Aproximadamente qual a renda familiar:

    ( ) Até um Salário Mínimo ( ) 01 a 02 Salários Mínimo ( ) 03 Salários Mínimo ( ) Acima de o3 salários Mínimo.

    10. Quantas pessoas moram com você?

    ( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) quatro ( ) cinco ( ) mais de cinco

    11.Quem são as pessoas que moram com você? 12. Você tem acesso a internet? ( ) Sim ( ) Não 13. Bairro onde reside:_______________________________________________ 14. Qual a distância aproximada da sua casa até a escola ?

    ( ) até 500 m ( ) 500m a 1.000m ( ) 1.000m a 1.500m ( ) 1.500m a 2.000 ( ) acima de 2.000 m

    15. A casa onde mora é:

    ( ) própria ( ) financiada ( ) alugada ( ) cedida ( ) outros 16. Depende de transporte escolar? ( ) Sim ( ) Não

  • - 47 -

    17. Qual o principal meio de transporte que você utiliza para chegar ao Colégio Estadual de Campo Mourão?

    ( ) à pé, carona, bicicleta; ( ) Transporte coletivo; ( ) Transporte escolar; ( ) Transporte próprio (carro/moto).

    18 Você (aluno) já participou (a) de algum programa de Bolsa?

    ( ) Sim ( ) Não 19. Você reprovou alguma série ? ( ) Sim ( ) Não 20. Qual(is) Série(s) ?

    Ens. Fund. (anos iniciais): ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série ( ) 4ª série Ens. Fund. (anos finais): ( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série Ensino Médio: ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série

    21. Motivo da reprova:________________________________________________ ___________________________________________________________________ 22. Você já abandonou os estudos antes de concluir o ano letivo?

    ( ) Sim ( ) Não 23. Série que desistiu?

    Ens. Fund. (anos iniciais): ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série ( ) 4ª série Ens. Fund. (anos finais): ( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série Ensino Médio: ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série

    24. Qual o motivo da desistência?

    ( ) Escola distante da casa ( ) Falta de transporte escolar ( ) Dificuldade de aprendizagem do aluno ( ) Falta de interesse ( ) não quis freqüentar (problema com a direção, professores, colegas, outros motivos) ( ) Doença ( ) ajudar nos afazeres domésticos ( ) falta de vaga ( ) Os país ou responsáveis não deixaram estudar ( ) os pais ou responsáveis preferem que trabalhe ( ) falta de dinheiro para as despesas com matéria, transporte, uniforme, etc. ( ) trabalho ( ) mudança de cidade ( ) casamento ( ) gravidez ( ) outros motivos (descrever): _________________________________

    25. Você retornou a escola ? ( ) sim ( ) não

  • - 48 -

    26. Caso não tenha retornado, você pretende voltar estudar? ( ) sim ( ) não 27. Qual o motivo do retorno? ___________________________________________________________________ 28. Os pais incentivam você a estudar? ( ) Sim ( ) Não 29. Você pretende continuar os estudos depois de completar o ensino médio? a) ( ) Não b) ( ) Sim, fazer faculdade. Qual curso? ________________________________ c) ( ) Sim, fazer curso profissionalizante. Qual? __________________________ d) ( ) não pensei ainda. 30. Você acha importante estudar? ( ) Sim ( ) Não 31. Para você qual a principal função da escola? ( ) preparar para o trabalho ( ) preparar para a cidadania ( ) preparar para o vestibular ( ) preparar para a vida ( ) outros, descrever _______________________________________________ 32. O que você aprende na escola você utiliza no seu cotidiano? ( ) sim ( ) não 33. Quais os benefícios que a escolarização traz para o indivíduo? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 34. Em sua opinião como a escola poderia se organizar para atender melhor os alunos trabalhadores? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs. Ao responder estas questões, o autor não será identificado. Elas servirão como base para pesquisa e análise no trabalho que a professora está desenvolvendo no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.

    Obrigada

  • - 49 -

    APÊNDICE B - ENTREVISTA PARA OS PAIS

    COLÉGIO ESTADUAL DE CAMPO MOURÃO – EFMPN PESQUISA SÓCIO ECONÔMICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

    ENTREVISTA PARA PAIS

    1. Idade:_______ 2. Sexo: () F () M 3. Profissão: ________________________________________________________ 4. Escolaridade do pai?

    Ens. Fund. (anos iniciais): ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série ( ) 4ª série Ens. Fund. (anos finais): ( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série Ensino Médio: ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série Ensino Superior: ( ) completo ( ) incompleto

    5. Profissão do pai:___________________________________________________ 6. Atualmente está trabalhando? ( ) sim ( ) não 7. Escolaridade da mãe?

    Ens. Fund. (anos iniciais): ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série ( ) 4ª série Ens. Fund. (anos finais): ( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série Ensino Médio: ( ) 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série Ensino Superior: ( ) completo ( ) incompleto

    8. Profissão da mãe: _________________________________________________ 9. Atualmente está trabalhando?: ( ) sim ( ) não 10. Você incentiva seu filho a estudar? ( ) sim ( ) não 11. Você procura a escola de seu filho (a):

    ( ) somente quando é chamado ( ) somente para buscar o boletim escolar de seu filho(a)

  • - 50 -

    ( ) sempre, mesmo sem ser convocado, para verificar como esta a participação de do filho na escola

    ( ) nunca foi a escola 12. Você participa das reuniões quando convocado(a) pela escola?

    ( ) sim ( ) não ( ) às vezes 13. Como é seu relacionamento com a Direção, Professores, Equipe Pedagógica e Funcionários da escola?

    ( ) ótima ( ) boa ( )regular 14. Porque seu filho (a) abandonou os estudos?

    ( ) Escola distante da casa ( ) Falta de transporte escolar ( ) Dificuldade de aprendizagem do aluno ( ) Falta de interesse ( ) não quis freqüentar (problema com a direção, professores, colegas, outros motivos...) ( ) Doença ( ) ajudar nos afazeres domésticos ( ) falta de vaga ( ) os pais ou responsáveis não deixaram estudar ( ) os pais ou responsáveis preferem que trabalhe ( ) falta de dinheiro para as despesas com matéria, transporte, uniforme, etc.) ( ) trabalho ( ) mudança de cidade ( ) casamento ( ) gravidez ( ) outros motivos

    15. Em sua opinião qual a função da escola?

    ( ) preparar para o trabalho ( ) preparar para a cidadania ( ) preparar para o vestibular ( ) preparar para a vida ( ) outros, descrever

    16. Quais as vantagens de concluir o Ensino Superior? ___________________________________________________________________ 17. Em sua opinião o que a escola poderia fazer para contribuir para que seu filho (a) não abandonasse os estudos? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Obs. Ao responder estas questões, o autor não será identificado. Elas servirão como base para pesquisa e análise no trabalho que a professora está desenvolvendo no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

    Obrigada

  • - 51 -

    APÊNDICE C - ENTREVISTA PARA OS PROFESSORES

    COLÉGIO ESTADUAL DE CAMPO MOURÃO – EFMPN PESQUISA SÓCIO ECONÔMICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

    ENTREVISTA PARA OS PROFESSORES

    1. Nome:____________________________________________________________ 2. Quantos anos atua na educação? ____________________________________ 3. Disciplina que ministra no Ensino Médio? _____________________________ 4. Exerce outra função além do magistério ( ) sim ( ) não 5. Você conhece o Projeto Político da(s) escolas onde trabalha?

    ( ) sim ( ) não 6. Você contribuiu na elaboração do projeto político pedagógico do Colégio Estadual de Campo Mourão?

    ( )Sim ( ) Não 7. Em que momentos?_______________________________________________ 8. O PPP do Colégio Estadual de Campo Mourão é colocado em prática?

    ( ) Sim ( ) Não 9. Você conhece o regimento Escolar do Colégio Estadual de Campo Mourão? ( ) Sim ( ) Não 10. Em sua opinião qual a função da escola? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________