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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA VANESSA INES HOLSCHUCH O PIBID COMO FERRAMENTA DE PRÁTICAS TRANSFORMADORAS DE ACADÊMICOS DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA SINOP2014/2

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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

VANESSA INES HOLSCHUCH

O PIBID COMO FERRAMENTA DE PRÁTICAS

TRANSFORMADORAS DE ACADÊMICOS DE LICENCIATURA

PLENA EM MATEMÁTICA

SINOP2014/2

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VANESSA INES HOLSCHUCH

O PIBID COMO FERRAMENTA DE PRÁTICAS

TRANSFORMADORAS DE ACADÊMICOS DE LICENCIATURA

PLENA EM MATEMÁTICA

SINOP2014/2

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora do

Departamento de Matemática –UNEMAT,

Campus Universitário de Sinop – MT, como

pré requisito parcial para obtenção do titulo

de Licenciado em Matemática

Orientador: Prof: Dr. Denizalde Jesiél

Rodrigues Pereira

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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATA E TECNOLÓGICAS

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

VANESSA INES HOLSCHUCH

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Denizalde J. R. Pereira

Professor Orientador

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof.a Dr.a Darci Peron

Professor Avaliador

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof.a Ms. Chiara M. Seidel Luciano

Professor Avaliador

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof. Ms. Odacir Elias Vieira Marques

Professor Presidente da Banca

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Aprovado em 24/11/2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

minha fortaleza. Dedico também à minha

família, em especial meu esposo, pela paciência

e motivação.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por me conceder sabedoria e determinação, permitindo-me atingir

meu objetivo.

Ao meu Orientador, por acreditar na minha capacidade, pela colaboração nessa

conquista e pela paciência comigo.

Aos meus professores durante a graduação por proporcionaram a base, para que eu

produzisse conhecimento.

Agradeço aos envolvidos na pesquisa: Escola Estadual prof. Edeli Mantovani, e os

bolsistas do PIBID que contribuíram significativamente nesse trabalho.

Agradeço aos colegas de curso, em especial à Rosangela, com quem pude contar

sempre que precisei de ajuda.

Agradeço profundamente a meus pais pelo apoio e incentivo, mas o meu

agradecimento especial vai para minha filha Amanda pela sua simples existência, e meu

esposo, que durante quatro anos foi meu porto seguro, que teve paciência comigo e me

motivou em todos os momentos difíceis.

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O professor passa ao próximo aquilo que

ninguém pode tirar de alguém,

que é conhecimento.

Ubiratan D’Ambrósio

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HOLSCHUCH, Vanessa Ines; Trabalho de Conclusão de Curso: O PIBID como Ferramenta

de Práticas Transformadoras de Acadêmicos de Licenciatura Plena em Matemática.

Sinop MT, 2014

RESUMO

Este trabalho surgiu da curiosidade em estudar o Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação a Docência- PIBID, em relação a seu objetivo fundamental, que é incentivar a

formação docente. A pesquisa para o mesmo iniciou se primeiro semestre de 2013, nela

estudam-se as atividades realizadas por bolsistas do programa, esses bolsistas eram

acadêmicos do Curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade Estadual de

Mato Grosso- UNEMAT. Essas atividades foram realizadas no decorrer dos anos de 2011 e

2012 na Escola Estadual Professora Edeli Mantovani. O surgimento da pesquisa se deu pela

perplexidade causada pelos apontamentos de que faltam profissionais licenciados em

Matemática no mercado de trabalho, pelos desafios que estes enfrentam, e a indagação sobre

alcance e limitações do PIBID em contribuir com possíveis soluções, fundamentado por

Bicudo & Borba (2005), Freire (1996), Skovsmose (2008), Lucchesi (1994), D’Ambrósio

(1996) entre outros. A metodologia adotada foi Estudo de Caso, Menga & Ludke (1983), e os

sujeitos do caso estudado são os bolsistas; acadêmicos do curso de Matemática e equipe

gestora do projeto. A finalidade deste trabalho foi verificar, através de entrevistas e pesquisa

literária, se o programa, no período pesquisado, no desenvolvimento das atividades propostas

e realizadas, cumpriu com seus objetivos, que buscam incentivar a formação docente. Os

dados obtidos na presente pesquisa são originários de diversas fontes entre as quais estão as

entrevistas não estruturadas. Os resultados são positivos com base no problema e objetivos

que impulsionaram a mesma.

Palavras-chave: PIBID, Formação de Professores, Metodologias Alternativas, Estudo de

Caso.

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HOLSCHUCH, Vanessa Ines; Work Course Conclusion: The PIBID as

Academic of Manufacturing Practices Tool Full Degree in Mathematics.

Sinop MT, 2014

ABTRACT

This work grew out of curiosity to study the Institutional Scholarship Program Initiation the

Docência- PIBID in relation to its primary goal, which is to encourage teacher training. The

search for the same is started the first half of 2013, it is studying the activities undertaken by

the program grantees, these fellows were academics Full Degree in Mathematics from the

State University of Mato Grosso- UNEMAT. These activities were performed during the

years 2011 and 2012 in the State School Professor Edeli Mantovani. The emergence of the

research took the perplexity caused by notes of lacking professional graduates in Mathematics

in the labor market, the challenges they face, and the question of reach and PIBID limitations

in contributing to possible solutions, based on Bicudo & Borba (2005), Freire (1996)

Skovsmose (2008), Lucchesi (1994), D'Ambrosio (1996) among others. The methodology

adopted was Case Study, Menga & Ludke (1983), and the subject of the case study are the

fellows; academic course of Mathematics and manager of the project team. The purpose of

this study was to verify, through interviews and literary research, the program for the period

studied, the development of activities proposed and built, fulfilled its objectives, which seek

to encourage teacher training. The data obtained in this study are from various sources among

which are the unstructured interviews. The results are positive based on the problem and

objectives that drove it.

Keywords: PIBID, Challenges of the Profession, Incentive Training Case Study

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 01 Confecção de Tabuada para Ensinar Alunos com Baixa Visão.............................32

Imagem 02 Confecção de Sólidos para Ensinar Geometrias……..................………………..32

Imagem 03 Painel Apresentado em Evento na UNEM...........................……………………..33

Imagem 04 Oficina Apresentada em Evento na UNEMAT....................…...………………..33

Imagem 05 Palestra do Professor Dr. Antonio Sampaio Nóvoa.........................……………..33

Imagem 06 Palestra do Professor Dr. Antonio Sampaio Nóvoa ………….............................33

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...............................................................................................................................11

2- OS DESAFIOS DA PROFISSÃO...................................................................................................13

3- FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA........................................18

3.1 PESQUISA QUALITATIVA....................................................................................................18

3.2 ESTUDO DE CASO..................................................................................................................18

3.3 MÉTODO DE COLETA DE DADOS.......................................................................................20

4- A PESQUISA....................................................................................................................................22

4.1 CAPES.......................................................................................................................................22

4.2 DEB............................................................................................................................................22

4.3 PIBID.........................................................................................................................................23

4.5 E. E. PROFa. EDELI MANTOVANI.......................................................................................27

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS E RELATÓRIOS.................................................................28

• SALA DO EDUCADOR........................................................................................................28

• REUNIÕES SEMANAIS.......................................................................................................29

• USO DO MATERIAL DIFERENCIADO.............................................................................30

• CANTEIROS PEDAGÓGICOS ............................................................................................30

• ELABORAÇÃO DE AULAS.................................................................................................31

• CONFECÇÃO DE MATERIAL CONCRETO......................................................................32

• PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS..........................................................................................33

• ACOMPANHAMENTO EM SALA DE AULA....................................................................34

• PROJETO DE REFORÇO......................................................................................................34

•SALA DE RECURSOS............................................................................................................34

• CURSO DE MATEMÁTICA BÁSICA PARA A LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DO

CAMPO.....................................................................................................................................35

•SUBSTITUIÇÃO DE PROFESSORES..................................................................................35

• CONFECÇÃO DE RELATÓRIOS........................................................................................36

4.6 AS ATIVIDADES DO PIBID NA VISÃO DOS ACADÊMICOS.........................................37

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................42

6- REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO..............................................................................................45

7- APENDICES....................................................................................................................................48

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INTRODUÇAO

Ao iniciar uma pesquisa é necessário em um primeiro momento identificar um

problema. A primeira parte desse trabalho compreende os problemas propostos e um deles é a

falta do profissional docente em Matemática no mercado de trabalho, esse fato já está sendo

estudado desde a década de 70 através dos PCN. Em diversos municípios principalmente

menores, e mais afastados, existe uma escassez desse profissional, e a disciplina acaba sendo

ministrada, por alguém sem uma formação adequada, o que resulta nesses casos uma

formação inicial ineficiente aos alunos trazendo graves consequências a educação brasileira.

O outro fator que influencia negativamente é o fato de um número razoável desses

profissionais não receberem a formação adequada e suficiente.

Por isso várias pesquisas em educação vêm evidenciando o ensino da Matemática,

buscando sentido à dificuldade do ensino-aprendizagem dessa disciplina. Parte dessas

dificuldades é considerada consequência da formação de professores, segundo D’Ambrósio

(1996), um professor não preparado influencia negativamente quando o assunto é a

dificuldade que o professor tem para ensinar e o aluno para aprender. Sabendo que ensinar,

nos dias de hoje, é algo que exige muito mais do que domínio de conteúdo, pois como garante

Lucchesi (1994), existem fora da sala de aula atrativos da modernidade ou se preferirem da

informatização, que conseguem por si só, prender a atenção e a vontade dos alunos. Então o

professor precisa de mecanismos, que facilitam, e que façam com que o aluno queira estar na

sala de aula.

Para conhecer esses mecanismos é necessário um contato maior com o campo escolar

antes de assumir a profissão de professor, ou seja, algo que deveria ocorrer durante a

graduação, mas que só acontecem com anos em sala de aula, conhecimentos adquiridos com a

chamada experiência.

Para que se possa ministrar uma aula atrativa, tendo conhecimento de diversas das

ferramentas e didáticas que pode um professor utilizar para realizar seu trabalho de maneira

produtiva e que este possa ser bem sucedido, o que segundo Bicudo (2005) é algo

fundamental, seria necessário esse contato intenso com o campo escolar durante a graduação,

conhecer não apenas a sala de aula, mas a escola como um todo. Um dos grandes medos do

professor é ele próprio sentir que não está preparado. Caso os alunos percebam esse medo, as

dificuldades do licenciado se intensificam, o que faz com que muitos se formem e não

assumam a profissão. A decisão em não assumir a profissão muitas vezes acontece durante os

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estágios. Nessa fase os acadêmicos se deparam com problemas que não conseguem resolver,

resultado de uma deficiência na sua formação.

Quando o recém graduado decide assumir a profissão, certamente irá utilizar práticas

de ensino tradicionais, e só a partir de algum tempo conseguirá ministrar aulas com

metodologias atrativas e produtivas. Durante esse período em que o professor não está

totalmente preparado os alunos é que serão prejudicados.

Pensando na prática docente mais intensa, durante a graduação, como de grande valia

na formação dos futuros professores, órgãos e instituições estão investindo em programas que

visem inserir o acadêmico no campo escolar. Como é o caso da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), que investe na criação de programas como o

PIBID.

O que propomos com a presente pesquisa é um estudo desse Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação a Docência, seu intuito em incentivar a formação docente, e sua possível

contribuição na formação do licenciando de Matemática da Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT), investigando cada um de seus projetos e atividades como incentivo na

formação de futuros professores de Matemática, e como ferramenta de prática proporcionando

aos acadêmicos nele inseridos construir métodos e conhecer metodologias que tornem a

Matemática atrativa e mais fácil de ser compreendida

A segunda parte trata de justificar o tipo da pesquisa presente nesse trabalho e os

métodos utilizados na coleta dos dados. Essa é de cunho qualitativo, retratando a realidade

escolar, tratando-se de um estudo de caso porque investiga um caso dentro de um todo. Nesse

trabalho o intuito é mostrar os resultados que o programa conseguiu atingir, quando esteve

desenvolvendo suas atividades na escola Edeli, em um período que vai do início de 2011 até o

final do ano de 2013.

Nesse período, para obtenção dos dados foi necessária uma pesquisa literária que

compreende obras relacionadas à educação e educação matemática. Também foram realizadas

leituras de relatórios de bolsistas do programa. Mas a fonte fundamental de coleta de dados

nesse trabalho foi a entrevista não estruturada. Essa escolha como método de coleta de dados

é simples nessa situação, pois como não existem muitas obras científicas sobre o PIBID, e

como garante Menga & Ludke (1986), que a entrevista oferece resultados imediatos e permite

o aprofundamento do tema, essa de fato era a melhor opção. Esse trabalho apresentado agora

aconteceu em um período que vai do primeiro semestre de 2013 (2013/1) até o segundo

semestre de 2014 (2014/2). Sendo a maior parte desse trabalho coleta e analise de dados, ou

seja.

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2-OS DESAFIOS DA PROFISSÃO

O intuito da presente pesquisa é proporcionar ao leitor o conhecimento, sobre a

atuação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência - PIBID, na formação de

acadêmicos do Curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade Estadual de

Mato Grosso, campus de Sinop.

Essa pesquisa surgiu da curiosidade de conhecer as atividades desenvolvidas no

programa a partir do objetivo fundamental do mesmo: ‘‘incentivar a formação docente’’,

tentando assim compreender se os impactos sofridos pelo recém graduado, ou dos acadêmicos

em formação possam ser amenizados tendo esse sido bolsista do PIBID. Para que se possa

entender melhor o que motivou essa pesquisa, é necessário que entendamos a criação do

programa e por que este possui tal objetivo.

E como ponto de partida se destaca a falta do profissional de educação em particular

em educação matemática no mercado de trabalho. Essa carência já é percebida desde a década

de 70. (BRASIL, 2012)

Os órgãos competentes empenhados em estudar o número de licenciados no mercado,

e o seu crescimento, em relação ao crescimento da população afirma essa deficiência através

dos PCN. (BRASIL, 1997, pp.47-48)

[...] nessa década de 70 já se propunha uma democratização do conhecimento

cientifico reconhecendo se a importância da vivência científica não apenas para

eventuais futuros cientistas, mas também para o cidadão comum, paralelamente a um

crescimento da parcela da população atendida pela rede escolar. Esse crescimento

especialmente no tocante ao Ensino Médio, não foi acompanhado pela necessária

formação docente, resultando assim em acentuada carência de professores

qualificados o que só tem se agravado até a atualidade.

A carência do profissional licenciado em Matemática se deve a um conjunto de

fatores, a começar pela falta de respaldo que esse profissional recebe da sociedade e do

Estado. É tema constante de programas, na mídia, e de campanhas, a educação do Brasil, com

ênfase a escola pública, mas pouco é feito pelo profissional que está à frente dessa entidade,

como afirma os PCN, (BRASIL, 1997, p. 50): ‘‘entre outras coisas a comunidade escolar

deveria estar envolvida na concepção do projeto pedagógico e, em muitas situações, um apoio

científico e educacional das universidades e de outros centros formadores pode ser

necessário’’.

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Outro ponto que representa esse número inferior ao desejado de professores de

matemática, é o fato de que para ensinar a disciplina, se exige do professor além do domínio

considerável dos conteúdos, também uma busca em tentar tornar a Matemática uma disciplina

necessária para as diversas situações do cotidiano. Buscando mecanismos que façam com que

o aluno entenda que a matemática pode sim ser difícil, mas ela é importante e é preciso que

ele a desvende, como descreveu Bicudo, (2005, p. 111): ‘‘A chave para tudo isso está em

entender o ‘‘enigma’’ da esfinge (...) malfadadamente, pressentimos o monstro e queremos

persegui-lo, mas não conseguimos alcançá-lo: eis o desejo. O que seria da esfinge se ninguém

se interessasse por seu enigma’’?

Então, além de ter a falta de profissional de educação, em particular em educação

matemática no mercado de trabalho, temos também um número considerável de educadores

sem o preparo suficiente para enfrentar a sala de aula, e assim esse profissional não consegue

ter a segurança necessária, e tampouco, conseguirá demonstrar domínio dos conteúdos,

dificultando assim que o aluno entenda a necessidade de compreender os conceitos

matemáticos, e isso, afeta gravemente a educação como afirma Ubiratan D’ Ambrósio em seu

livro da Teoria à Prática (1996, p. 83): ‘‘há inúmeros pontos críticos na atuação do professor,

que se prendem a deficiência em sua formação. Esses pontos são essencialmente concentrados

em dois setores: falta de capacitação para conhecer o aluno e obsolescência dos conteúdos

adquiridos nas licenciaturas’’.

Está entre os fatores que faz com que faltem educadores em Matemática, ou que leve

alguns a desistirem da profissão, o medo da responsabilidade em formar cidadãos, sem se

sentirem totalmente preparados para isso, muitas vezes por conhecerem pouco da realidade

escolar, bem menos que gostariam ou deveriam. Na Universidade, durante o curso de

Licenciatura em Matemática, algumas disciplinas são destinadas à discussão e estudo sobre

como a educação e a instituição escola estão se desenvolvendo. Sendo assim, na teoria, o

acadêmico tem uma noção do que se passa na sala de aula, mas, muitas vezes nos estágios

obrigatórios, por exemplo, quando realmente necessita por em prática o que aprendeu ele

percebe que não está preparado para a esta. Por isso, existem projetos e propostas que

garantem a inserção do acadêmico durante a graduação na escola, para que ele nesse contato

desenvolva mecanismos que possam auxiliá-lo a ser um educador, diante das divergências e

dificuldades que certamente irão surgir.

No estudo das disciplinas de Didática, do curso de Licenciatura em Matemática, o

acadêmico é instruído a ser um bom educador mesmo no inicio, ou seja, quando se insere no

campo escolar.

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Mas quando o licenciando em sua graduação ou recém-formação, pretende se inserir

no campo escolar sabe, que irá se deparar com uma situação desafiadora são diversas as

condições, e situações que tornam o papel do professor um desafio. Como afirma Bicudo, é

preciso que o professor acredite que é possível. (...) ‘‘tantos monstros como eu possa ter em

minha sala de aula, é isso que tenho em mente nesse momento. Não é, é claro, um objetivo

único, mas me parece ser uma direção interessante e frutífera’’, (BICUDO & BORBA, 2005,

p.119).

Para ser educador é fundamental que seja frutífera a aula, que o professor proponha a

teoria, para que o aluno possa desenvolver sua criatividade e produzir conhecimento, pois

proporcionar um ambiente e assegurar que o aluno produza esse conhecimento é uma das

mais importantes metas da educação. No entanto, proporcionar uma boa base para que esse

aluno produza tal conhecimento é o desejo de qualquer professor, mas com tantos atrativos

fora de sala isso se torna desafiador, como afirma Ubiratan D’ Ambrosio. ‘‘O grande desafio

que nos educadores matemáticos encontramos é tornar a matemática interessante, isto é,

atrativa; relevante, isto é útil; e atual, isto é, integrada no mundo de hoje, ’’(D’Ambrósio,

2001, p.15)

Os PCN expressam a importância de que o aluno produza conhecimento, através de

uma base, que é o conhecimento proporcionado pelo professor. (...) ‘‘importante que o aluno

perceba que as definições, demonstrações e encadeamentos conceituais e lógicos têm a função

de construir novos conceitos e estruturas a partir de outros e que servem para validar intuições

e dar sentido às técnicas aplicadas’’, (BRASIL, 1997, pp.40 e 41).

Partindo do desejo de que o aluno produza conhecimento está em estudo, e existem

propostas, de como o professor poderia fornecer ao aluno uma base que satisfaça essa

produção. Para justificar que a produção de conhecimento pelos alunos não é uma realidade

na disciplina de matemática usamos um contra exemplo do que gostaríamos que acontecesse.

No estudo do livro de Lucchesi, temos justamente, a matemática sendo ensinada como

disciplina onde seus conceitos estão acabados, e o aluno tem que absorver da forma que se

encontra nos enunciados. Outra situação que se contrapõe ao desejo de que a matemática se

torne agradável é tê-la como medida de inteligência, só quem é inteligente consegue aprendê-

la. Um número considerável de professores, e principalmente os que não têm experiência,

com medo de serem questionados acabam privilegiando alguns alunos, alem de acreditar que

em sala de aula é o sábio, e que seus alunos são totalmente ignorantes. O que é um erro que

precisa ser estudado, buscando maneiras de solucioná-lo como descreve a autora:

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[...] o saber matemático não pode continuar sendo privilégio de poucos alunos, tidos

como mais inteligentes, cujo temperamento é mais dócil e, por isso, conseguem

submeter-se ao ‘’fazerem tarefas escolares’’ sem se preocuparem com os significados

das mesmas no que se refere ao seu processo de construção de conhecimento.

(LUCCHESI, 1994, p.103)

Um dos caminhos estudados para que o aluno aprenda de fato é que professor deixe

de transmitir passando a ser o incentivador da produção de conhecimento, é a percepção do

professor de que seus alunos possuem conhecimento de muitos conceitos matemáticos, mas

seu conhecimento é empírico e esse conhecer do aluno precisa transparecer como afirma

Lucchesi (ibid, p.87):

[...] os conceitos que os alunos têm ao chegarem a escola são formados por interações

com situações da vida cotidiana e pela concepção prévia que eles já têm das relações

matemáticas. Essas concepções prévias devem aflorar para que o professor possa

perceber os possíveis erros e enganos decorrentes delas, e utilizá-las, transformando-

as em conceitos mais sofisticados.

Quando esse conhecimento do aluno for perceptível pelo professor cabe a ele, buscar

meios e mecanismos que façam com que o aluno consiga compreender os conceitos, tendo

como obrigação de seu papel, funcionar como auxilio do aluno no acesso ao conhecimento

científico, sem deixar de aperfeiçoá-lo a sua realidade e sem ignorá-lo como acontece na

maioria dos casos. Segundo Lucchesi, (ibid, p. 79): ‘‘ (...) o professor deve ser capaz,

fundamentalmente, de auxiliar o aluno a integrar o saber adquirido fora da escola com o

conhecimento sistematizado, ou seja, justificar a sua técnica operatória e compará-la com

outras ensinadas na escola’’.

Quando o aluno realmente compreende o conteúdo ministrado, ele mesmo consegue

elaborar suas técnicas operatórias, o que permite que ele as use em outras e diversas situações,

pois é evidente que na matemática um conceito depende de outro anterior e é preciso

justamente que o aluno aprenda de fato e traduza para sua própria linguagem, não apenas

decorando para avaliação, por isso o professor deve incentivar a criação pelo aluno, como

afirmou Lucchesi (ibid, p. 43): ‘‘ (...) importante que o aluno tenha uma técnica operatória

própria, montada por ele mesmo, cujos passos ele compreenda e saiba reconstruir. Essa

técnica operatória não é, obrigatoriamente, a que o professor usa ou considera mais fácil’’.

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Conhecedores da realidade escolar concordam que a tarefa de ensinar não é fácil.

Ensinar matemática apesar do reconhecimento de sua importância é uma tarefa bem difícil

como afirmou Bicudo (2005, p. 214):

[...] sempre houve muita dificuldade para se ensinar matemática. Apesar disso todos

reconhecem a importância e a necessidade da Matemática para se entender o mundo e

nele viver. Como o elemento mais importante para se trabalhar matemática é o

professor de matemática, e como este não esta sendo bem preparado, para

desempenhar suas funções, as dificuldades nesse processo tem aumentado muito.

Então é preciso que a formação do professor esteja entre discussões e projetos, que

visam à educação de qualidade. Visando apoio à formação docente, são desenvolvidos

programas, com objetivos de que acadêmicos de licenciatura em formação, não apenas

concluam o curso, mas o concluam com mais conhecimento da sua futura profissão, podendo

estar mais bem preparado para desenvolver seu papel fundamental em sala de aula. Estando o

educador preparado, certamente ele será feliz em sua escolha, pois conseguirá se desvencilhar

das dificuldades de ensinar Matemática. Entre os programas com tal objetivo, esta o PIBID,

objeto dessa pesquisa.

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3-FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.1 PESQUISA QUALITATIVA

A pesquisa do presente trabalho é de cunho qualitativo. Faz-se um estudo dos dados

sem manipulá-los mantendo-os naturais como são por isso a pesquisa qualitativa é chamada

também de naturalística. Mesmo tratando-se de diversos participantes ou grupos desses, o

intuito é interpretar o que estes pretendem transmitir, coletando-se os dados através de

métodos considerados produtivos em seguida analisam-se esses dados.

O foco dessa pesquisa são as pessoas, e o contexto o campo escolar, geralmente

retratado na pesquisa qualitativa, segundo Ubiratan D’Ambrósio (2006, p. 10): ‘‘A pesquisa

qualitativa também chamada de naturalística, tem como foco entender e interpretar dados e

discursos, mesmo quando envolve grupos de participantes’’.

Nessa pesquisa os dados foram coletados e descritos, usando-se imagens e

investigando os motivos dos fatos. A importância maior é com o processo, não apenas com os

resultados. O processo de estudar o PIBID, em seu principal objetivo, a formação docente,

está em um contexto bastante amplo, no estudo deste podem surgir outros diversos temas, que

são extremamente particulares e semelhantes com o objetivo da pesquisa, podendo assim

elucidar problemas que não estavam propostos na mesma.

3.2 ESTUDO DE CASO

A pesquisa realizada retrata uma determinada realidade, por isso se trata de um

Estudo de Caso. Nesse estudo, mesmo que existam algumas semelhanças com outros estudos

realizados tem-se um interesse único, que é evidenciar o que ocorre com um determinado

número de licenciandos em Matemática, e sua atuação em um programa de iniciação à

docência.

O Estudo de Caso dessa pesquisa trata de uma variedade de dados coletados em

diferentes momentos com diversos tipos de informantes, mas tudo voltado a um único

objetivo. Para Good Halt (1968) apud MENGA & LUDKE, o caso se destaca por se constituir

numa unidade dentro de um sistema amplo.

No estudo de caso, o pesquisador está sempre atento a novos acontecimentos dentro da

sua linha de pesquisa, denotando-se assim que o conhecimento não é algo acabado, mas que

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este está em constantes modificações. Então, para que seja produtivo, é necessário estudar o

caso estando alerta às modificações que podem surgir, e contribuir grandemente para a

pesquisa. Um estudo de caso bem sucedido necessita do conhecimento do objeto em seu

contexto, para que seja possível interpretar as ações a que ele está sujeito. Por isso esta

pesquisa só foi possível conhecendo, os diversos sujeitos envolvidos e seu papel fundamental

no contexto estudado.

Para um bom estudo de caso, o resultado dessa pesquisa é proveniente de várias

fontes, em vários momentos do decorrer do processo, e isso, justifica o fato de tal pesquisa

contribuir para um problema que talvez não tenha sido mencionado na mesma.

Como garante Menga & Ludke (1986), o estudo de caso revela experiências de modo

que o leitor possa fazer sua generalização naturalística, isto é sua conclusão e associação do

que está vivenciando com a pesquisa apresentada. De fato, por ser retratada a realidade do

acadêmico em formação, este caso poderá contribuir em situações do cotidiano de futuros

docentes, que estejam vivenciando tal realidade. Outra característica do estudo é propor

alguns questionamentos ao leitor sobre essa realidade escolar do século XXI, que também se

identifica com características do estudo de caso.

Um dos objetivos do Estudo de Caso é o propósito, de conhecer o fenômeno, com base

no estudo detalhado de um caso, dentro desse fenômeno, buscando dentro de um contexto

amplo, os problemas considerados de maior importância. Mesmo que a meta não seja

alcançada, nesse tipo de estudo, ainda assim ele traz descobertas importantes e úteis. Segundo

Becker, (1999, p. 119): ‘‘Prepara o investigador a lidar com descobertas inesperadas e, de

fato, exige que ele reoriente seu estudo à luz de tais desenvolvimentos’’.

Esse estudo é considerado fundamentalmente útil em pesquisas exploratórias, pois

permite uma flexibilidade recomendável nas investigações, segundo Sabino (1979) apud GIL

(1991, p.79), existem critérios para selecionar os casos para que superam alguns dos

inconveniente. Estes são:

• Buscar casos típicos. Trata-se de explorar objetos que, em função da

informação prévia, pareçam ser a melhor expressão do tipo ideal da

categoria.

• Selecionar casos extremos. A vantagem da utilização de casos

extremos está em que podem fornecer uma idéia dos limites dentro das

quais as variáveis podem oscilar

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• Tomar casos marginais. Trata-se de encontrar casos atípicos ou

anormais para, por contraste, conhecer as pautas dos casos normais e

as possíveis causa de desvio.

E ainda, segundo Gil (1991, p. 80): ‘‘Quando os pesquisadores tomam a preocupação

de selecionar os casos adequadamente, mediante estes e outros critérios, é possível que as

conclusões do estudo apresentem um valor muito alto e que possam ser generalizadas para

todo o universo, com razoável grau de confiança’’.

No estudo de caso o método da coleta deve ser pensado de maneira a colaborar

significativamente à pesquisa, no presente estudo os dados foram obtidos através de diversos

métodos entre os quais estão as entrevistas.

3.3 MÉTODO DE COLETA DE DADOS

Por se tratar de uma pesquisa onde as fontes literárias científicas são mínimas, a

coleta de dados, ou mais precisamente a fonte de coleta de dados precisa ser extremamente

colaborativa, por isso a escolha pela entrevista. Temos que a entrevista como fonte permite

captar informações com diversos tipos de informantes e temas, podendo ser vantajoso para tal

pesquisa. Como diz Ludke, (1986, p.34): (...) ‘’a grande vantagem da entrevista sobre as

outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada,

praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos’’.

As entrevistas são em especial interessantes, pois nela os resultados são imediatos,

permite o aprofundamento do tema, e mudar-se o direcionamento da pergunta com a intenção

de adquirir a resposta no sentido da pesquisa, pois há um contato direto do entrevistador com

o entrevistado. Em uma entrevista não estruturada, como é o caso da utilizada nessa pesquisa,

o diálogo cria vida quando se inicia, pois não há uma pretensão de se prender ao roteiro. As

perguntas realizadas são direcionadas a busca de respostas para as questões da pesquisa,

sendo necessário, realizar perguntas que vão ao encontro das necessidades das respostas.

Claro que é necessário um respeito, não forçando uma resposta que confirme o enunciado na

pesquisa, mas que sejam dentro do tema pesquisado.

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Na entrevista gravada, como é o caso, não se deve ater apenas à fala do entrevistado,

mas também suas expressões, necessitando um tempo após a entrevista para que se façam

todas as anotações como afirma, Menga e Ludke (1986). A análise se inicia a partir do

momento em que se inicia a coleta dos dados. As entrevistas são pouco utilizadas porque

exige do pesquisador um esforço grandioso, pois, depois de feita a entrevista oral gravada, é

preciso que se transcrevam tudo dito nela conforme dito, pelo entrevistador e entrevistado.

As entrevistas podem até possuir um aspecto trabalhoso, sendo uma ferramenta que

requer muita atenção e tempo, mas é sem sombra de dúvida um método rico em detalhe.

Enfim se constitui como um método valido e eficiente no campo pesquisas.

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4- A PESQUISA

A pesquisa iniciou-se em 2013. O primeiro estudo sobre ela teve como fonte a

internet. Para conhecer o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, PIBID e

seus objetivos, a busca foi no site, www.capes.gov.br/educação-básica/capespibid. Nesse site

estão disponíveis informações sobre programas e instituições envolvidas na criação do

mesmo.

4.1 CAPES

Criada em 11 de julho de 1951 pelo decreto n 29.741 com objetivo de assegurar a

existência, quantidade e qualidade de pessoas especializadas para atender ás necessidades do

desenvolvimento do país. Antes voltada a desempenhar um papel de aperfeiçoamento de nível

superior de pós-graduação, a partir de 2007 também passou a desempenhar um papel

importante atuando na formação de professores do ensino básico. Surgindo uma idéia de

incentivo e melhoria para a educação brasileira, onde profissionais engajados percebem uma

deficiência a partir de seus estudos, essa idéia é estruturada e elaboram um programa visando

a uma melhoria. Esse programa é encaminhado a Capes onde é analisado em suas

potencialidades, e uma diretoria criada por ela se aprovado o financia. Essa diretoria é

denominada DEB.

4.2 DEB

Diretoria de Educação Básica Presencial criada em 2007 pela Capes com atribuição de

induzir e fomentar a educação inicial e continuada. Em suas atividades a DEB atua em duas

linhas: indução e apoio logístico e financeiro à formação inicial de professores da Educação

Básica; e no fomento a projetos de estudos, pesquisas e inovação, que contribuam para a

qualificação e inovação do magistério da educação básica, (BRASIL, 2009‐2011, p. 2): ‘‘a

DEB foi criada em meados de 2007, quando a lei 11502, de junho de 2007, conferiu da

CAPES as atribuições de induzir e fomentar a formação inicial e continuada de profissionais

da educação básica e estimular a valorização do magistério em todos os níveis e modalidades

do ensino’’.

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A DEB trabalha com lançamentos de editais de programas que têm por objetivo

aprimorar e melhorar a formação básica. Esses órgãos tiveram fundamental importância na

criação do PIBID. O Programa têm como característica principal estabelecer uma

proximidade do acadêmico de licenciatura com o campo escolar, de maneira a incentivar sua

formação.

[...] assim como os demais programas da DEB está o PIBID insere se em uma matriz

educacional que articula três vertentes: formação de qualidade; integração entre pós

graduação, formação de professores e escola básica; e produção de conhecimento. Na

base de cada ação da DEB está o compromisso da Capes de valorizar o magistério da

educação básica, (BRASIL, 2009‐20011, p.3).

4.3 PIBID

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência-PIBID foi criado em 2007

pelo Ministério da Educação e implementado pela CAPES/FNDE.

O Programa tem como objetivos os seguintes tópicos:

• Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica;

• Contribuir para a valorização do magistério;

• Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de

licenciatura promovendo a integração entre educação superior e educação

básica;

• Inserir os licenciando no cotidiano de escolas da rede pública de educação,

proporcionando- lhes oportunidades de criação de criação e participação em

experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter

inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas

identificados no processo de ensino-aprendizagem;

• Incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores

como conformadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos

processos de formação inicial para o magistério;

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• Contribuir para a articulação entre teoria e pratica necessárias à formação dos

docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de

licenciatura;

• Contribuir para que os estudantes de licenciaturas se insiram na cultura

escolar do magistério, por meio de apropriação e da reflexão sobre

instrumentos, saberes e peculariedades do trabalho docente;

• proporcionar aos futuros professores participação em ações, experiências

metodológicas e práticas docentes inovadoras, articuladas com a realidade local

da escola. (BRASIL, 2012).

Através dos editais lançados pela DEB são selecionados bolsistas, para trabalharem

em subprojetos do PIBID. Esse subprojeto é coordenado por um professor de uma Instituição

de Ensino Superior (IES). São selecionados professores de escola pública, na área do

subprojeto, esses dedicam 20 horas mensais supervisionando as atividades propostas.

Também são selecionados bolsistas acadêmicos de cursos de licenciatura, esses se dedicam às

atividades do programa, estando inseridos na escola e trabalhando em prol desta por 20 horas

semanais.

Sobre o PIBID há muita coisa a dizer, abrangê-lo como um todo desde sua criação

seria inviável, pois é um tema muito extenso e que envolve muitas instituições. (BRASIL,

2012)

Atualmente, participam do PIBID 284 Instituições de Educação Superior (IES) de

todo o país que desenvolvem 313 projetos de iniciação à docência, dos quais 29

referem-se ao PIBID Diversidade. Os projetos apoiados envolvem, juntos, mais de 90

mil participantes, entre alunos de licenciatura, professores da educação básica e da

educação superior, e mais de 5 mil escolas de educação básica da rede pública de

ensino.

A UNEMAT foi contemplada com um dos projetos do PIBID. Para desenvolver esse projeto

cada curso de licenciatura, através de seu coordenador deveria apresentar um subprojeto que

visasse os objetivos do programa. O PIBID de Matemática da UNEMAT campus

universitário de Sinop teve inicio através do EDITAL n° 001/2011 no ano de 2011. Neste

foram selecionados um coordenador, duas supervisoras e dez bolsistas acadêmicos.

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Na fase que compreende o segundo semestre de 2011 (2011/1) até o segundo semestre de

2013 (2013/2) período estudado nesse trabalho, o Curso de Licenciatura Plena em Matemática

teve como coordenador do subprojeto o professor Dr. Denizalde J. R. Pereira. Em seu

subprojeto estavam previstas as seguintes ações:

a. Leitura grupal, e posterior debate com os Supervisores e o Coordenador do subprojeto

de área, acerca do Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente, pois adentrar em

um espaço escolar com jovens em formação, requer cautela e preparo adequado.

b. Elaboração de um plano inicial de trabalho pelos bolsistas em conjunto com os

Supervisores sob a orientação geral do Coordenador do subprojeto.

c. Visitação dos bolsistas a todas as instâncias e departamentos da escola, tendo como

função gerar uma base inicial de conhecimentos sobre o funcionamento administrativo

da escola e gerar empatias com as pessoas desse meio.

d. Reuniões dos bolsistas com professores de Matemática e Supervisores para mútuo

reconhecimento e levantamento de propostas de ações práticas de intervenção na sala

de aula.

e. Participação dos bolsistas no trabalho de sala de aula, sob a regência do professor da

escola, fazendo observação e visitação às carteiras, quando o professor regente avaliar

que o bolsista se encontra em condições de experimentar momentos expositivos,

poderão ocorrer tais situações.

f. Estudos da parte dos bolsistas, sob a orientação do Coordenador do subprojeto, de

textos sobre Tendências em Educação Matemática, tais como, Resolução de

Problemas, Utilização de Materiais Concretos no Ensino de Matemática,

Etnomatemática, Utilização das Mídias Eletrônicas, Assimilação Solidária, Jogos e

Brincadeiras e outros.

g. Elaboração pelos bolsistas de propostas de sequências didáticas sob a orientação

primeira do professor regente e dos Supervisores. Elaboração de materiais concretos,

de Fichas de Atividades, apostilas, de propostas de trabalho em grupos.

h. Construção pelos bolsistas de um Laboratório de Matemática (essa proposta já faz

parte do planejamento da escola) estaria agora recebendo um incremento importante

junto ao PIBID.

i. Envolvimento com questões interdisciplinares que incluam a Matemática que

advenham dos projetos realizados na comunidade, tais como “Arborização Urbana”,

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“Canteiros Fitoterápicos”, “Coleta Seletiva de Lixo”, “Saneamento Básico”, “Judô e

Karatê” e outros. Proposição de Fichas de Atividades que incluam questões

matemáticas acerca da realidade comunitária, valorizando o bairro, aumentando a

auto-estima da comunidade em geral, e gerando consciência comunitária, sanitária e

ambiental.

j. Reuniões semanais dos bolsistas com Supervisores e Coordenação do subprojeto,

eventualmente com a Direção, Coordenações e professores da escola. As reuniões

semanais servirão para uma prática permanente de “Avaliação e Planejamento”.

k. Participação dos bolsistas em todos os eventos da escola, tais como reuniões de

professores, reuniões de avaliação, reuniões de pais, atividades festivas da comunidade

na escola.

l. Diário de Campo, onde o bolsista deverá anotar todas as impressões que julgar

pertinentes e servirá ao bolsista como ferramenta fundamental para a composição de

seus Relatórios Semestrais e eventuais pesquisas, produção de artigos científicos que

por ventura venham a se tornar consecutivos.

m. Participação dos bolsistas nos eventos de Educação Matemática.

n. Apresentação de trabalhos pelos bolsistas sob forma de Artigos Científicos,

Comunicações Científicas, Pôsteres.

o. Reuniões semestrais pelos bolsistas de Balanço e Planejamento do próximo período

com o conjunto de professores, Coordenadores, Supervisores, Direção da escola e

Coordenação do subprojeto.

p. Relatórios semestrais dos bolsistas em que seja demonstrado caminhos e descaminhos

do processo de aprendizagem-ensino de habilidades e competências para o efetivo

exercício da profissão de educador matemático, nessa perspectiva interdisciplinar,

comunitária e de mobilização social no sentido de enfrentar os complexos problemas

no campo educacional. Relatório refletido que dialogue com as teorias da Educação e

da Educação Matemática, inclusive com referências bibliográficas e pautados pelas

Normas da ABNT. Com intuito de auxiliar em futuros, Trabalho de Conclusão de

Curso, Comunicação Científica, Relato de Experiência Científica, Artigo Científico.

Como resultado esperava-se, que o acadêmico bolsista construísse sentido para suas

atividades do Curso de Matemática na universidade a partir dessa rica experiência prática.

Além do contato com elementos fundamentais da profissão como; competência de

conteúdos matemáticos e conhecimento sobre Didática, em um processo permanente de

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ação-reflexão-ação.

Para realizar os propostos nesse subprojeto foi escolhida uma escola pública de

Educação Básica, onde os bolsistas poderiam realizar as atividades. A escola selecionada

foi a Escola Estadual Professora Edeli Mantovani. O coordenador do subprojeto relata que

a escola se interessou pela proposta, pois verifica uma necessidade de atenção especial no

campo da Matemática, na possibilidade de aplicarem-se novas metodologias em seu

ensino.

4.4 ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA EDELI MANTOVANI

Para conhecer um pouco da instituição de ensino, foi realizado um estudo da mesma

através de documentos, como Projeto Político Pedagógico (PPP), nele estão às informações,

referentes à estrutura física e regimento.

A escola localiza-se no centro do Bairro Jardim São Paulo, Rua Carlos Eduardo,

número 770. A escola desenvolve atividades educacionais desde o ano de 2004, atendendo

alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Mesmo localizada em um bairro de zona

periférica, a escola possui uma estrutura excelente, com 24 salas de aula, laboratório de

informática, quadra poliesportiva, uma sala de recurso, onde são elaboradas e planejadas

didáticas e materiais para atender crianças com necessidades especiais. Possui também a

estrutura básica de qualquer escola como sala de professores, coordenação, refeitório,

biblioteca, secretaria e um vasto pátio para que os alunos possam se sentir à vontade nos

intervalos de aula.

A escola conta com um número de alunos de mais ou menos 1800, divididos em três

períodos de aula matutino, vespertino e noturno.

A modalidade de ensino é o ciclo de formação humana e o Ensino Fundamental neste

é subdividido em três ciclos:

I Ciclo (infância) 1º ano: idade entre 6 e 7 anos

2º ano: idade entre 7 e 8 anos

3º ano: idade entre 8 e 9 anos

II Ciclo (pré adolescência) 1º ano: idade entre 9 e 10 anos

2º ano: idade entre 10 e 11 anos

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3º ano: idade entre 11 e 12 anos

III Ciclo (adolescência) 1º ano: idade entre 12 e 13 anos

2º ano: idade entre 13 e 14 anos

3º ano: idade entre 14 e 15 anos

Na escola onde a modalidade é a do Ciclo de Formação Humana, o intuito é que,

alunos, professores, pais e funcionários trabalhem juntos para assegurar a continuidade e o

término dos estudos dos alunos, para que esses possam assim exercer seu papel de cidadão.A

escola organizada em ciclos foi desenvolvida coma intenção de amenizar os impactos no

aprendizado dos alunos, geralmente resultado de uma diferença socioeconômica perpetuada

no país. Essa modalidade é interessante haja vista educação de qualidade para todos,

segundoScandolara (2014, apud, FREITAS, 2003, P. 16). ‘’A idéia neste caso é reorganizar a

escola juntando séries, e introduzindo inovações pedagógicas como forma de compensar os

efeitos das diferenças socioeconômicas, em uma tentativa de permitir ritmos diferenciados em

espaços maiores de tempo, pelo menos em teoria’’.

No Ensino Médio a escola trabalha com o ensino regular, sendo que nessa fase a

preocupação da escola é em aperfeiçoar e intensificar o que já foi estudado anteriormente na

fase fundamental. A escola tem como intuito, além de aperfeiçoar o que já foi estudado, no

Ensino Médio, mostrar a importância dos conceitos das propriedades e das demonstrações.

A escola desenvolve suas atividades em conjunto com a sociedade: pais, alunos,

professores e gestores têm um mesmo objetivo, um ensino onde alunos são incentivados à

responsabilidade, à pensar criticamente, cumpram seus deveres e tenham seus direitos

assegurados. Uma escola onde o aluno queira aprender, e o professor esteja disposto a ensinar.

4.5 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS E DAS ENTREVISTAS

O passo seguinte da pesquisa foram os estudos dos relatórios dos bolsistas. Nesses

relatos estão descritas as atividades realizadas pelos acadêmicos, seus objetivos como

aconteceram e os resultados atingidos. Além dos relatos também o texto a seguir conterá falas

dos bolsistas entrevistados.

• SALA DO EDUCADOR:

Essa atividade consiste em reuniões semanais realizadas com professores e gestores da

escola. Os bolsistas foram convidados a participar. Nessa atividade eles têm contato com o

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corpo docente, e podem participar ativamente das discussões em questão. Um dos assuntos

lembrados nos relatório é a discussão à cerca da Sala de Recursos (sala onde são atendidos

alunos com necessidades especiais), como desenvolver atividades voltadas para esses alunos

especiais.

As reuniões aconteceram regularmente como havia sido proposto. Os bolsistas

afirmam a importância da troca de informações sobre as didáticas inseridas no ensino da

matemática, e como estas didáticas funcionaram na construção do conhecimento, fornecendo

aos futuros professores, e até mesmo aos veteranos, suporte para tornar suas aulas mais

atrativas. Auxiliando em situações em que o método tradicionalmente usado pelo professor,

não esta sendo satisfatório, para que todos os alunos aprendam os conceitos ministrados,

inclusive alunos que necessitam de uma atenção diferenciada, como diz um bolsista na

entrevista, (APÊNDICE I, PARTE A):

A sala do educador, e uma sala onde a escola tem um espaço reservado pra tentar desenvolver

projetos na escola, certo, pensando na melhoria da educação da escola. Eram vários projetos

discutidos semanais, um espaço reservado, quatro horas por semana, e assim um que me lembro que

chamou a minha atenção, foi uma vez que a gente discutiu a questão dos alunos com dislexia, como

trabalhar com esses alunos, e esse tipo de assunto, e um tema que me chamou a atenção, e que eu me

recordo.

• REUNIÕES SEMANAIS:

Essas reuniões aconteciam nas sextas-feiras de toda semana, elas tinham como

finalidade que os bolsistas relatassem as atividades planejadas e desenvolvidas na escola, os

relatos depois de refletidos serviam de substrato para replanejamento, das próximas

atividades. Acontecendo, assim uma troca de informações. Os bolsistas afirmam que essas

informações geradas, permitiam aos futuros docentes, que em uma próxima situação idêntica,

poderiam se posicionar de maneira correta, ou pelo menos minimizando os impactos.

Indagado sobre o benefício das trocas de experiências, o acadêmico entrevistado não deixa

duvida de como isso é importante para sua profissão, (APÊNDICE I, PARTE A):

Olha sempre ajuda. Você vê a experiência de um aluno falando, de um colega falando como foi na

sala, o que aconteceu então você vai tirando conclusões de como você poderia agir de outra forma se

caso acontecesse isso com você. Então essas discussões sobre o que acontece em sala de aula como o

aluno reagiu vai servir pra agregar conhecimento em você, você ter uma nova postura quando você

for professor, frente a esse tipo de situação.Essa comunicação entre pessoas engajadas em um

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mesmo propósito enriquece o processo de gerar conhecimento, como afirma Ubiratan

D’Ambrósio (1996, p. 24): ‘’O processo de gerar conhecimento como ação é enriquecido pelo

intercambio com outros, imersos no mesmo processo, por meio do que chamamos

comunicação. A descoberta do outro e de outros, presencial ou historicamente, é essencial

para o fenômeno da vida’’.

•USO DE MATERIAL DIFERENCIADO:

Nessa atividade os bolsistas tinham acesso aos diferentes materiais disponíveis para

ensinar os conceitos matemáticos, além de receberem instruções de como utilizá-los. Essa

atividade aconteceu, sempre que os acadêmicos sentissem necessidade ou disposição para

fazer uma aula diferenciada. Eles relatam a importância em aprender, a lidar com materiais

diferenciados, para ensinar os conceitos matemáticos, pois segundo eles os alunos conseguem

compreender melhor. Além do que a aula se torna mais produtiva. Um dos casos da utilização

da realidade para ensinar matemática está na fala da entrevista de uma acadêmica: ‘‘Assim, a

gente fazia atividades voltadas pra sala de aula, então,eu teve uma vez, que eu fiz modelagem

matemática, que eu utilizei a quadra de futebol para poder calcular’’. (APÊNDICE I,

PARTE C)

Usar a realidade escolar, para efetuar medidas e cálculo assimilando à com conceitos

das geometrias, permite ao aluno perceber que as geometrias e suas fórmulas foram

desenvolvidas para facilitar o cotidiano das pessoas como disse Lucchesi (1994, p. 72): ‘’as

atividades de geometria devem ter caráter lúdico, fornecendo assim, a aproximação ou

reaproximação ao estudo da matemática. Essa aproximação da realidade, com os conceitos

matemáticos era constantemente trabalhada também através do projeto dos Canteiros

Pedagógicos.

• CANTEIROS PEDAGÓGICOS:

Nessa atividade os bolsistas juntamente com professores da área e alunos, construíram

canteiros de hortaliças e fitoterápicos, com objetivo de extrair dessas atividades

conhecimentos interdisciplinares no campo das Ciências da Natureza, com foco na

Matemática. Buscando superar a histórica crise educacional desta por ter sido esta tratada em

seus aspectos puramente abstratos, sem ligação com a realidade. A atividade aconteceu, como

havia sido proposta, e rendeu resultados significativos, dentre eles um TCC de um bolsista.

Neste trabalho, e nos relatórios as falas são de positividade, pois os bolsistas afirmam poder

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ensinar e aprender Matemática através da realidade, assimilando conceitos até então só visto

nos livros. Esse contato tem por finalidade fornecer, aos alunos um significado maior, aos

conceitos teóricos.

• ELABORAÇÃO DE AULAS:

Nessa atividade os bolsistas elaboravam aulas diferenciadas, para a professora da

disciplina de matemática ministrar, e a pedido da mesma, eles também elaboravam materiais

concretos e jogos. Em caso de falta de professores os bolsistas ministravam, eles mesmos, as

aulas planejadas.

Nas entrevistas os acadêmicos afirmavam novamente que realizavam algo

fundamental para ser professor, preparavam aulas. Aulas comuns, mas também didáticas que

possibilitassem aulas diferenciadas. Fato confirmado pela fala da supervisora do subprojeto, e

por uma bolsista acadêmica, que hoje é professora nessa escola.

Na sala de aula a gente observa assim, era muito engraçado, eles tinham um medo da parte do

quadro eles ficavam bem receosos, então no começo ate eles quebrar, vamos dizer assim esse medo,

não sei se é um tabu , medo, não sei qual ao palavra correta eles iam todos comigo pra sala de aula.

Tinha dia que eu tinha três pibidianos (como eram chamados os bolsistas do PIBID) na minha aula,

então eu revezava, os primeiros dois meses ficavam tudo comigo, ai eles iam de três em três. Três

ficavam na biblioteca e três iam pra sala de aula, é que no começo nos começamos com menos, depois

que aumentou pra dez, no começo era seis, sete pibidianos só, ai ate o recreio ia três, daí depois do

recreio dava uma atividade pra eles ficar fazendo, pesquisando aulas diferenciadas na disciplina no

conteúdo que eu queria trabalhar, (APÊNDICE I, PARTE D).

Sim eu ia todos os dias pra sala de aula, inclusive na época, nos últimos seis meses de atuação no

PIBID, aqui na escola Edeli, tinha uma grande falta de professores. Não professores atribuídos nas

disciplinas, mas professores faltosos, é ai o que acontecia, a gente era arremetido á sala de aula a

todo o momento, então o professo fulano de tal faltou, você vai substituir o professor, as vezes o

professor deixava material que era pra gente poder passar pros alunos, mas as vezes os professores

nem deixavam material e a gente chegava na sala de aula sem nada praticamente. É ai foi onde que

alguns bolsistas também do PIBID deram a idéia de que a gente deveria ter algumas atividades

preparadas pra gente poder, quando fosse arremetido à sala de aula, poder usar essas atividades, pra

poder fazer alguma coisa com os alunos. È ai a gente preparou essas atividades,

(APÊNDICE I, PARTE C).

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•CONFECÇÃO DE MATRIAIS CONCRETOS:

Nessa atividade os bolsistas que não estivessem em sala eram encaminhados a outra

dependência, da escola. A professora regente da disciplina de Matemática verificava os

próximos conteúdos a serem ministrados e com base nesses os bolsistas confeccionariam

materiais diferenciados para ensinar os conceitos matemáticos. O objetivo dessa atividade era

proporcionar aos alunos, um incentivo no aprendizado. E aos acadêmicos uma maneira de

aprender a lidar com o diferenciado, para que em sua futura profissão seu ensino não venha

ser apenas de práticas tradicionais.

A atividade foi desenvolvida com sucesso. Durante todo o período vários materiais

foram confeccionados, e segundo os relatos dos acadêmicos aprendeu-se muito, podendo

perceber que é possível ensinar um mesmo conteúdo de diversas maneiras, além de conseguir

detectar as eventuais duvidas dos alunos, e a partir dessa elaborar uma maneira de ajudar,

como afirma um bolsista em sua fala:

Não, não, não. A gente. Os materiais eram todos feitos por nós bolsistas, ate porque a orientação que

nós tínhamos do nosso coordenador era que a gente visualizasse a dificuldade do aluno, e a partir daí

criar um material que servisse pra sanar aquela dificuldade. Então nosso trabalho era esse, em sala

captar, onde o aluno estava com mais dificuldade, e a partir dali, traçar uma meta para ajudar, com

atividades diferenciadas, (APÊNDICE I, PARTE A).

Na imagem (01) tabuada desenvolvida por bolsistas para ensinar aluno com baixa

visão, e na imagem (02) sólidos criados para facilitar o ensino das geometrias.

Imagem: 01 Confecção de Tabuada: Fonte: Rafaella

Imagem: 01 Confecção de Tabuada: Fonte: Rafaella Bonsere

Imagem: 02 Confecção de sólidos: Fonte: Alexandro Scandolara

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•PARTICIPAÇAO EM EVENTOS

Nessa atividade estava proposto que os bolsistas acadêmicos apresentassem, os

resultados de seus trabalhos, em eventos científicos do meio, com objetivo de valorizar seu

trabalho. No período pesquisado foram apresentados diversos trabalhos como Comunicação

Oral, Oficinas e Painéis. Nesses trabalhos, os acadêmicos ressaltam com fundamental

importância, a experiência adquirida, em relação ao treino na escrita e oralidade. A seguir

imagem de um Painel e de uma Oficina apresentados por bolsistas em evento científico da

UNEMAT.

Além de serem autores de trabalhos, os bolsistas também eram constantemente

orientados à participar assistido palestrantes conceituados na área da educação, com objetivo

de que adquirir conhecimento do mais diversos temas que envolvam a construção de saberes.

Uma dessas palestras relatadas pelos bolsistas foi do Professor Dr. António Sampaio da

Nóvoa (Reitor da Universidade de Lisboa), que no dia 20/08/2012 ministrou uma palestra

com o tema: “Experiências e vivências na formação profissional docente”,(imagens 05 e 06).

Imagem: 06; Fonte Rafaella

Imagem: 03 Painel Apresentado

Fonte: Romário Sidrone de Souza

Imagem: 04 Oficina Apresentada

Fonte: Ana Claudia Borsa

Imagem: 05;

fonte Rafaella Bonsere

Imagem: 06;

fonte Rafaella Bonsere

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Conhecer as Didáticas diferenciadas é importante na construção do conhecimento, mas

saber utilizá-las é fundamental na formação de professores segundo Lucchesi (1994, p.22):

‘’É importante que, num curso de formação de professores se reflita sobre a linguagem

matemática, as técnicas operatórias, o calculo mental e a resolução de problemas’’.

Um professor em inicio de carreira tem domínio da teoria sobre os conteúdos.No

entanto, o problema está em como aplicá-lo, ou seja,a prática. Segundo afirma PONTE apud

Bicudo & Borba (2005, p.523): ‘’Os conhecimentos e competências adquiridos pelos

professores antes e durante a formação tornam se insuficientes para o exercício de suas

funções ao longo de toda a sua carreira’’. E um dos objetivos do PIBID é que os acadêmicos

selecionados como bolsista tenham a qualidade de sua formação elevada através da integração

entre educação superior e educação básica, através de atividades que inserem os bolsistas na

sala de aula.

• ACOMPANHAMENTO EM SALA DE AULA

Nessa atividade o objetivo era inserir os bolsistas na sala de aula, para que estes

pudessem vivenciar a futura profissão, os desafios e as soluções para eventuais problemas. A

atividade iniciou com os bolsistas inseridos na sala de aula, a priori só para observar. Após os

primeiros dias, eles começaram a atuar como monitores, auxiliando o professor regente, no

que diz respeito às duvidas dos alunos. Em seus relatos e nas entrevistas os acadêmicos

ressaltam essa atividade como uma atividade altamente produtiva com relação à construção

do saber docente.

• PROJETO DE REFORÇO

Nesse projeto o objetivo era auxiliar os alunos com mais dificuldades. Os professores

da disciplina identificavam esses alunos e em um horário contra turno ao horário das aulas

deles, eles foram convidados a permanecer na escola para que os bolsistas os ajudassem,

sanando suas dúvidas, em aulas de reforço. Esse projeto surgiu através da percepção da

escola, de que alguns alunos tinham muitas dificuldades no aprendizado dos conceitos

matemáticos, como relata um dos acadêmicos entrevistado, (APÊNDICE I, PARTE A)

O projeto de reforço eu participei, num período de seis meses, a gente começou a desenvolver esse

projeto de reforço, ate mesmo a pedido da escola, que sentiu que os alunos de primeiro ano do ensino

médio, eles estavam com muita dificuldade mesmo na matemática básica, e eles não conseguiam

avançar nos conteúdos, por isso, a coordenação veio até nós, que trabalhávamos no PIBID e pediu

pra gente começar a fazer aulas de reforço com esses alunos, então eu e mais outros colegas, a gente

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dividia os temas, os dias da semana, em horários contra turno, a gente fazia atividades de reforço

com os alunos.

• SALA DE RECURSOS

Na escola existe uma sala de recursos equipada para atender alunos com necessidades

especiais. Os acadêmicos desenvolvem atividades adaptados as condições desses alunos. Nos

relatos e entrevistas, as falas dos bolsistas revelam a importância desse contato, pois com a

implantação da inclusão, é preciso aprender a lidar com fatos semelhantes, para atender os

possíveis casos com os quais o licenciado certamente ira se deparar. Existe um bolsista que

mesmo após o PIBID não estar desenvolvendo suas atividades nessa escola continua

trabalhando voluntariamente na Sala de Recurso da mesma.

A questão de ser monitor de sala de aula até hoje, pra mim foi uma das melhores experiências, a sala

de recursos também foi muito bom, é muito que eu ainda trabalho na sala de recursos lá, sou

voluntário, e a aluna que eu trabalho já fazem dois anos, ela esta indo bem na disciplina de

matemática, realmente ela esta sendo elogiada pelo que a professora falou, e que eu sempre procuro

saber como está indo, basicamente trabalho uma aula tradicional com ela. (APÊNDICE I, PARTE

B)

•CURSO DE MATEMÁTICA BÁSICA PARA A LICENCIATURA EM

PEDAGOGIA DO CAMPO

Bolsistas do PIBID participaram da elaboração de uma proposta de ensino de

Matemática para Pedagogos do Campo em formação (professores leigos que atuam em

escolas do meio rural e cursam Licenciatura em Pedagogia do Campo), baseados nas

experiências de Oficinas de Modelagem Matemática e Realidade. Proporcionando a esses

pedagogos conhecer um pouco das metodologias, que os bolsistas desenvolvem, e tem acesso

no PIBID.

• SUBSTITUIÇÃO DE PROFESSORES

Nessa atividade o objetivo era colaborar com bom funcionamento da escola. Os

acadêmicos bolsistas regiam aulas em caso de ausência de professores. Como os casos de

problemas com saúde têm sido freqüentes, os bolsistas foram preparados para fazer

substituições, auxiliando a escola e tendo a oportunidade de atuar como o responsável por

uma turma nessas ocasiões.

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As cinco atividades citadas acima são de prática dos conceitos matemáticos. Essa

prática proporcionada pelo PIBID aos acadêmicos em formação possibilita, ao futuro

professor avaliar seus métodos, refletindo criticamente sobre como ensinou, verificando se

conseguiu proporcionar a construção do conhecimento que almejou quando planejou sua aula

e assim se necessário mudar a pratica na próxima aula, como afirmou Paulo Freire (1996, p.

18) ‘‘(...) por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é

o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de ontem que se pode

melhorar a próxima prática’’.

Através da reflexão da prática, o futuro professor evidência as dificuldades dos alunos,

e a partir disso pode construir novas didáticas ou aperfeiçoar as que já existem corrigindo nela

as suas falhas de maneira que beneficie o aprendizado. Essas atividades de prática dos

conceitos aprendidos na graduação foram evidenciadas pelos entrevistados.

Desde o inicio a gente, logo no inicio começamos com observação mesmo, porque tava tudo no

começo, depois de um semestre daí agente já começou muitas vezes interagir mais com os alunos em

alguns casos agente chegou ate estar sozinho com os alunos em sala de aula. (APÊNDICE I,

PARTE A)

Acredito que o PIBID, acredito não, foi bom e é, gostei muito de ser monitor de sala de aula, ate hoje

eu gosto, se eu pudesse só ser monitor das atividades do PIBID eu seria só monitor realmente ser

monitor é muito bom, (APÊNDICE I, PARTE B).

A oportunidade que acadêmico do curso de licenciatura tem através do PIBID, desse

contato com o campo escolar durante a graduação, propicia a prática mais elaborada podendo

assim atingir melhor seus objetivos, relacionar os conceitos teóricos que esta em contato em

sala durante sua formação, com a prática. O que fornece ao futuro professor um meio de

desenvolver metodologias diferenciadas e atrativas que facilitam na compreensão do aluno.

Como afirma Pires (2000, p.13): (...) ‘’as competências profissionais do professor em

formação são construídas processualmente, com práticas de ação/ reflexão/ ação numa

dinâmica dialética e contínua que transforma prática em conhecimento e vice versa’’.

• CONFECÇÃO DE RELATÓRIOS

Outra maneira interessante de desenvolver metodologias, que contribuem no

ensinamento dos conceitos matemáticos aos alunos é a observação das dificuldades

apresentadas por eles, à anotação dos fatos mais frequentes, e como agir para superá-los.

Nesse contexto o PIBID desempenha um papel relevante que é o relatório semestral elaborado

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pelos acadêmicos bolsistas, onde estes descrevem sobre os projetos desenvolvidos, suas

atuações, e seus respectivos resultados.

Esses relatórios são resultado das anotações, que os acadêmicos fazem no decorrer do

semestre, através dessas os acadêmicos refletem sobre suas práticas, e a prática dos

professores regentes, sobre os diferentes métodos usados e como foram aceitos pelos alunos,

além das trocas de informação com colegas sobre suas experiências, de maneira que o futuro

professor possa pensar como prosseguir na construção do saber. Em suma os relatórios são as

experiências colaborativas na construção do saber. Os relatórios também possibilitam ao

acadêmico verificar, quando professor, se aquela prática é colaborativa, ou se é necessário que

se desenvolva outra, mais adequada. Nos relatos de experiências trabalha-se com ferramentas

como observação, ensaio e erro, e é possível refletir sobre a educação matemática e de que

maneira ela pode ser mais cativante e menos complexa aos olhos dos alunos, assim a reflexão

sobre conceitos aplicados podem gerar novas praticas possibilitando didáticas diferenciadas,

(BICUDO, 2005).

Através da confecção dos relatórios os bolsistas podem refletir, e assim perceber as

dificuldades dos alunos, e quais metodologias utilizarem para solucioná-las. Ou seja, poderá

fazer uso de diferentes práticas metodológicas quando inserido no campo escolar como

professor e se deparar com as mesmas dificuldades, sendo que este é um privilégio de

bolsistas do PIBID. No programa os futuros docentes são incentivados a relatar suas

experiências, o que segundo Pires pode melhorar a atuação desse profissional.

[...] os professores em formação precisam ser incentivados a registrarem suas

reflexões por escrito e assumirem responsabilidade com a própria formação. Para que

o professor seja capaz de interpretar e analisar o contexto da realidade educativa e

planejar interpretações didáticas apropriadas e de qualidade é preciso que em sua

formação ele se aproprie de conhecimentos teóricos’’. (Pires, 2000, p.13)

Os acadêmicos, inseridos no programa, afirmam que esses relatórios, além de proporcionarem

a reflexão também, os auxiliava nas disciplinas da faculdade, (APÊNDICE I, PARTE A):

Olha a questão do PIBID que contribuiu bastante foi a questão dos relatórios, é a questão dos

estágios, como a gente tinha que fazer bastante relatórios, quando eu cheguei na disciplina de

estágios, eu não tive problemas pra desenvolver o estágio, então e também, tanto na parte que você

tem que relatar o estágio, quanto na parte prática que é onde você vai pra sala de aula e, é tem que

assumir a responsabilidade quanto professor. Esse período no PIBID fez com que essas disciplinas de

estágio fossem bem tranquilas.

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4.6 AS ATIVIDADES DO PIBID NA VISÃO DOS ACADÊMICOS

Em entrevistas com acadêmicos que foram bolsistas do PIBID, suas falas foram de

constantes elogios ao programa. Identificando as atividades desenvolvidas e seu fundamental

papel no incentivo a futura profissão. As atividades e projetos desenvolvidos pelos bolsistas

entrevistado foram importantes, para cada qual diferentemente, cada bolsista se identificou

com um tipo de atividades. Na segunda entrevista feita. O acadêmico, hoje ainda bolsista,

evidencia o Projeto da Sala de Recurso, onde o futuro educador tem a oportunidade de

trabalhar com o diferente, pois os alunos encaminhados a esse espaço necessitam de um

acompanhamento mais intenso, necessitam de atenção especial, para que possam competir de

igual com os demais alunos. O entrevistado garante que a aluna em questão esta tendo um

desenvolvimento muito bom na disciplina de matemática. Este acadêmico, atualmente,

mesmo o subprojeto não estando mais nas mesmas instalações, continua voluntariamente

auxiliando a aluna nas dependências da escola. Mostrando que, esse acompanhamento gera

algo fundamental para um professor, que é essa dedicação e afeto pelos alunos. A curiosidade

em saber dos resultados é demonstração de amor a profissão, fundamental para que essa seja

produtiva para ambos os envolvidos com o diz Ubiratan D’Ambrósio (1996).

Em uma das suas falas o acadêmico ressalta esse sentimento:

A gente se sente bem, sente, sabe que ela é bem interessada, não falta, antes faltar eu do que ela, la na

escola. Então, ela sempre foi assim dedicada, tem dificuldade ela sempre me procurou, então eu me

sinto muito bem, (APÊNDICE I PARTE B).

Na primeira entrevista com um acadêmico que acaba de se formar em Licenciatura em

Matemática, este busca chamar bastante atenção para um dos projetos que foi tema de sua

monografia, a Horta Pedagógica. Este retrata as atividades, com fundamental importância, as

dificuldades que o professor tem em ensinar a disciplina de Matemática, identificando no

PIBID, a possibilidade de poder ensinar a disciplina, usando ferramentas que demonstram a

disciplina no dia a dia dos alunos, fazendo com que os alunos possam assimilar o conteúdo

com algo palpável. Este destaque dado pelo acadêmico a esse projeto é proveniente das

dificuldades que percebeu em seu acompanhamento em sala de aula, porque o mundo fora da

sala oferece mais atrativos do que a disciplina de Matemática na escola, então buscando

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mecanismo de atrair os alunos, e facilitar o trabalho do professor, essa busca de ensinar

através realidade.Isso é evidente na sua fala, (APÊNDICE I, PARTE A):

Olha dos projetos que eu participei do PIBID que teve mais destaque pra mim, e que eu mais me

aprofundei foi sim, a questão da horta pedagógica que era onde a gente tentava fazer com que os

alunos, ver uma matemática que era extraída ali da realidade, e que pudesse ser transformada em

sala de aula, e eles pudessem visualizar como ela acontece, porque muitos alunos, eles acham não,

eles tem na mente que a matemática e uma coisa totalmente abstrata e de certa forma se você só ver

ela em livros, ela se torna mesmo abstrata. Então a gente tentava fazer com que eles visualizassem

melhor através de onde que saiam os cálculos, o porque dos cálculos, e esse projeto com certeza

agregou muito conhecimento pra mim, enquanto agora professor e certamente foi, o que pra mim dos

que eu participei, das atividades que eu realizei no PIBID, durante o tempo que eu tive, essa foi a que

mais contribuiu.

Na terceira entrevista realizada, a entrevistada foi bolsista da escola, e hoje ela é

professora da mesma. Ela destaca em uma de suas falas, algo fundamental na profissão,

aplicar o que se aprende no curso de graduação na realidade escolar isto é, transformar toda

aquela teoria aprendida durante a formação, em prática, fato importante segundo, Ubiratan

D’Ambrósio em sua obra Da Teoria a Prática, (1996).

Na sala de aula, quando professora não se pode ficar fazendo testes, pois as ementas

são apertadas então a entrevistada destaca a importância do programa em possibilitar essa

prática quando a entrevistada diz (APÊNDICE I, PARTE C):

Na verdade eu utilizei o PIBID para aplicar algumas disciplinas da universidade. La na didática da

matemática a gente aprende alguns métodos pra trabalhar em sala de aula, então eu utilizava essa

disciplina porque agente tinha algumas atividades a fazer voltadas a essa disciplina. Então fazia

algumas aplicações no momento que eu estava trabalhando como bolsista do PIBID, fazia algumas

aplicações em sala de aula e ai eu podia responder essas atividades propostas pela disciplina de

didática da matemática que daí eu já podia através da aplicação em sala de aula, eu conseguia ter um

norte pra dizer como e que acontece em sala de aula.

Nas entrevistas, tanto de acadêmicos como a entrevista feita com a supervisora do

programa, todos destacaram com bastante evidência o acompanhamento em sala de aula,

também denominado por alguns, como monitoria, pois nessa atividade era extremamente

necessário estudar para conseguir ensinar, planejar didáticas que tornassem suas aulas mais

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atrativas e produtivas. Dessa forma, os acadêmicos em formação tinham a oportunidade, de

vivenciar a realidade escolar.

Na entrevista feita a supervisora, ela define o PIBID com ‘‘uma das idéias brilhantes

do governo’’ afirmando em suas falas que a evolução dos acadêmicos bolsistas do Programa

era algo notório, tendo como resultado todos esses acadêmicos que já estão formados como

profissionais elogiados pelo corpo docente, colegas dizem que parece fazer tempo que são

professores, quando na verdade são recém formados, estes dizem não ter dificuldade em

ministrar suas aulas. A supervisora relata um pouco do seu inicio de carreira como professora

ela garante não ter sido fácil. Quando indagada sobre o PIBID e suas atividades como as

coisas aconteciam e que efeito tinha para os bolsistas dentre a sua fala algo marcou bastante,

(APÊNDICE I, PARTE D):

Aí começou a faltar pibidianos na escola, não tinha pra todos, e o que eu vejo assim no PIBID o

amadurecimento dos acadêmicos é bem grande sabe. No estagio se você vê percebe se o quanto eles

amadureceram. Eles já são professores quando saem da escola, são professores tranqüilos pra dar

aula, esses que acompanharam assim que nem eu estou falando, eles tinham uma desenvoltura pra

dar aula. Na conclusão os acadêmicos que saíram formados do PIBID observei assim, até um dia fiz

comentário com o coordenador do curso, quem dera se na minha época tivesse um PIBID desse jeito

pra mim poder ter saído com essa base. Porque na verdade a faculdade da a parte só teórica, a parte

prática essa parte a gente não recebe lá, a parte prática o PIBID oferece.

Através das entrevistas feitas aos acadêmicos eles garantem estar seguros de que estão

na profissão certa, nenhum dos entrevistados cogita a possibilidade de assumir outra

profissão, afirmando que o PIBID com certeza os ajudou muito, permitindo que eles possam

ingressar em sala de aula, com uma ótima base, pois através do PIBID eles puderam vivenciar

a sala de aula e o funcionamento da escola como um todo. Os acadêmicos bolsistas

questionados nas entrevistas, se o programa cumpre com seu objetivo fundamental, incentivar

a formação docente respondem, (APÊNDICE I).

ENTREVISTA (APÊNDICE I PARTE A):

P- Então, assim na sua opinião como participante por um longo prazo, estando como bolsista do

PIBID. O objetivo fundamental dele é a formação docente, o incentivo a essa formação, então com

base em tudo isso você acredita sinceramente que o PIBID contribuiu de forma produtiva na sua

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formação? Então você se sente capaz de assumir uma sala de aula, com tranquilidade, com uma base

tranqüila com relação a você ser professor?

R- Eu acredito que sim, tirando por mim eu acredito que o projeto veio com uma boa intenção que era

preparar o acadêmico pra que ele saia mais qualificado e tirando as conclusões próprias, acredito

que esse projeto consegue fazer isso e hoje a gente percebe que os alunos, que o projeto abriu uma

extensão para os alunos do primeiro semestre, então quer dizer, quando você entra na faculdade você

já pode estar sendo inserido no projeto, então você tem aí praticamente quatro anos pra você estar aí

trabalhando com o que você trabalha na universidade, e ao mesmo tempo intercalando com a escola,

e isso vai fazer com que o teu conhecimento quando você esta lá no oitavo semestre você já está

preparado, preparadíssimo pra assumir uma sala de aula.

ENTREVISTA (APÊNDICE I PARTE B):

P- então participar do PIBID fez você tomar gosto pela profissão, tipo, o objetivo fundamental do

PIBID é esse incentivar essa formação, do seu ponto de vista você acha que ele cumpriu com esse

objetivo, realmente, esse contato fez você gostar de trabalhar, tanto que você continua trabalhando

voluntariamente na escola em contato com os alunos, o PIBID foi interessante pra você nesse

sentido?

R- É foi, foi interessante e ai tipo, como eu vou dizer. A sala de recurso ou quando estiver em sala de

aula também que alguém apresenta algum aspecto de dificuldade, a gente sabe também como é que

pode lidar com esses alunos, eu acredito foi muito bom mesmo e me ajudou bastante na faculdade ate

hoje continua ajudando e a tendência pelo jeito é fazer com que eu fique cada vez melhor

ENTREVISTA (APÊNDICE I PARTE C):

P - Ok. Assim. Então com relação a tudo que você vivenciou no PIBID, esse tempo que você ficou

como bolsista, você acha que ele cumpre com o objetivo dele, que é incentivar a formação docente.

Ele realmente com esse papel. Então. Assim a pesquisa que eu estou fazendo e voltado a isso, a esse

objetivo principal do PIBID. Você acha que ele vem cumprindo com esse objetivo?

R- Eu acho que sim principalmente porque o bolsista tem que entrar em sala de aula, porque às vezes

você esta no quarto semestre e você nem imagina o que vai enfrentar dentro de uma sala de aula. É ai

você faz parte PIBID, e você é obrigado a ir pra sala de aula.

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ENTREVISTA COM A SUPERVISORA DO PIBID (APÊNDICE I, PARTE D):

P - Na questão de atividades que eles desenvolviam quais que como supervisora você via que havia

esse incentivo que fazia com que eles quisessem continuar e concluir o curso, que eles tinham vontade

de continuar, quais atividades do PIBID, que demonstravam que eles eram incentivados a continuar,

que você acha que dava esse incentivo a eles?

R- Então, que nem eu falei antes eu observo que a parte de eles estarem em sala de aula participando

tendo ali o cotidiano do professor, o dia a dia como é que funciona, quais eram os problemas que um

professor tem, quais são as coisas boas que também acontecem em sala de aula. Todo dia é um

aprendizado. E a parte de eles prepararem é bem importante. O pibidiano estando em sala de aula,

quando ele vem pra escola ele já se define se quer ser professor ou não, ali ele já observa, ou ele já

adquiri aquele carinho, jeito, ou ele já, o supervisor já observa. Eu falava pro Denizalde, esse, esse,

esse, é bom pra sala de aula, esse, esse e esse não vai ficar em sala de aula, teve uns que já se

mandaram, falaram professora isso não é pra mim. A gente observava o jeito dele, a didática, o

carisma com com os alunos, ser professor também tem que gostar, se não, não agüenta sala de aula,

sala de aula não e fácil. Eu odeio, odeio sala de aula, mas vou ficar, não adianta não fica, não

agüenta, está lidando com gente. A gente observava bem isso, o crescimento deles eu acredito, ta aí, a

sala de aula, vivenciar isso.

As atividades e projetos propostos são voltados para sala de aula. E com isso garantem

aos bolsistas uma participação constante no cotidiano escolar, e um aprendizado que é

inegável. Terminando a graduação estão preparados para ministrar aulas, da maneira que se

espera que o professor deva fazer utilizando se de diversas das ferramentas, métodos e

metodologias, pois as conhece e tem domínio sobre elas. Dessa forma é possível concluir que,

as atividades propostas e realizadas, por essa equipe, cumpriram com o que é proposto pelo

PIBID.

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Pesquisa ganhou força nos anos 80 e começou a crescer em 1990. Ela é uma

ferramenta, que permite ao futuro professor estudar possibilidades, que o auxiliem a

incentivar o aluno no aprendizado das disciplinas. A pesquisa por parte dos professores em

formação é necessária, através dela eles podem conhecer métodos e metodologias pesquisadas

a priori e seus resultados, produzindo-se assim conhecimento, como afirma André (2001, p.

109): ‘‘A formação de professores pesquisadores, isto é, de professores que produzam

conhecimento sobre o pensar e o fazer docentes, de modo que o desenvolvimento dessas

atitudes e capacidades permita-lhes reconstruir saberes, articular conhecimentos teóricos e

práticos e produzir mudanças no trabalho docente’’.

No cotidiano de uma aula, não é possível testar hipóteses, o professor não pode correr

o risco de errar, então aí a importância da pesquisa antes da formação. Nessas o futuro

professor percebendo um problema, cria uma hipótese para solucioná-la, e com base nessa

hipótese realiza seu trabalho. As pesquisas realizadas por estudantes podem ser de diferentes

maneiras, podendo resultar de diferenciadas fontes e podendo para efetuá-la utilizar-se de

varias ferramentas na coleta dos dados. Os resultados são importantes documentos de consulta

para professores em inicio das atividades docentes, podendo aprender através desses, métodos

e metodologias, que o auxiliem no ensino-aprendizagem da Matemática.

Com base na pesquisa realizada com acadêmicos de Licenciatura em Matemática

sobre as atividades desenvolvidas por eles, através da PIBID, e seus respectivos resultados é

preciso ressaltar que, ser professor nos dias atuais não é de forma alguma tarefa fácil. E o

PIBID na visão dos acadêmicos foi algo que permitiu o aperfeiçoamento de maneira a

prepará-los melhor durante a graduação, através do contato com o campo escolar, onde era

possível aplicar os conceitos aprendidos na faculdade, pois a matemática acadêmica não é

suficiente para quem pretende ensiná-la, é preciso aprender técnicas de como fazê-lo. A

experiência que possuímos é mínima, basicamente nossa referência de como atuar em sala de

aula tem como base as nossas experiências, quando alunos da educação básica, mas como já

foi dito a educação vive em constantes mudanças e o licenciando precisa se atualizar, e a

melhor maneira de conhecer o que se passa no momento, na educação do país atualmente é

estar em contato com o campo escolar e suas transformações.

Como resultado da presente pesquisa que visava o objetivo do PIBID em incentivar a

formação docente, e formar com mais qualidade, é possível concluir que sim, o subprojeto

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estudado, de fato contribuiu, e continua contribuindo, sendo considerado, pela supervisora

deste ‘‘ uma idéia brilhante do governo’’.

Está na hora de se abandonar as velhas crenças, para que se consiga elaborar técnicas

novas. E ainda, está na hora de se formar educadores com novo currículo baseada em coisas

novas, como afirma Ubiratan D’ Ambrósio (1996, p. 59):

[...] já é tempo de os cursos de licenciatura perceberem que é possível organizar um

currículo baseado em coisas modernas. Não é de se estranhar que o rendimento esteja

cada vez mais baixo em todos os níveis [...] não se pode fazer todo aluno vibrar com a

beleza da demonstração do Teorema de Pitágoras e outros fatos matemáticos

importantes.

O professor precisa se preparar durante a graduação para seu ensino ser satisfatório,

para seus alunos e para si mesmo. Precisando conhecer a realidade escolar estar inserido em

projetos dentro desse campo e discutir a realidade do mesmo com colegas e outros já

professores, isso é uma experiência que só tem a contribuir aos acadêmicos em formação.

Como afirma Bicudo & Borba (2005, p.259), o caminho para a construção de conhecimento, e

ensinar com a qualidade é longo e é influenciado pela prática: (...) ‘‘os processos de aprender

a ensinar e de aprender a profissão, ou seja, de aprender a ser professor e aprender o trabalho

docente, são processos de longa duração e sem um estagio final estabelecido a priori. Tais

aprendizagens ocorrem grandes partes das vezes, nas situações complexas que constituem as

aulas’’.

O que não se pode esquecer é que, para ensinar não basta um diploma, e a experiência

é preciso acima de tudo gostar da profissão, com afirma Ubiratan D’Ambrósio (1996, p.84):

‘‘(...) ninguém poderá ser um bom professor sem dedicação, preocupação com o próximo, sem

amor num sentido amplo. O professor passa ao próximo aquilo que ninguém pode tirar de

alguém, que é conhecimento. Conhecimento só pode ser passado adiante por meio de uma

doação’’ (...)

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APENDICES

APENDICE I

As entrevistas a seguir terão as perguntas marcadas por P as respostas por R:

PRIMEIRA ENTREVISTA (PARTE A)

P- Seu nome

R- Alexandro Scandolara

P- Quando você começou a participar do PIBID?

R- Então, foi em 2011 metade do ano 2011/2 que começou o PIBID, no inicio o projeto era pra ser 02

anos, então ele iria ate 2013, metade do ano, só que ai ele acabou sendo prolongado por mais 06

meses, então ele foi ate o final de 2013.

P- qual semestre você estava cursando quando começou a ser bolsista?

R- Quando eu entrei no PIBID eu tinha iniciado o terceiro semestre, eu tinha iniciado o terceiro

semestre ai eu passei esses dois anos e meio fazendo PIBID e desenvolvendo a faculdade e quando

eu sai do PIBID eu estava no sétimo semestre.

P- Quando encerrou esse PIBID, nesse projeto coordenado pelo professor Denizalde, certo.

R- sim

P-depois o PIBID continuou, mas com outra coordenação, outros projetos, outras atividades, voltadas

a mesma área, mas abrangendo de maneira diferente. Nesse PIBID coordenado pelo Professor

Denizalde, quais atividades, projetos que você participou que você desenvolveu.

R- Olha foram varias atividades, quando você está inserido dentro de um projeto que nem o PIBID,

várias atividades você participa, você apresenta painéis, faz relatórios, você faz atividades com jogos

na escola com os alunos, feiras de ciências, então todas essas foras as atividades. Eu pra ser mais

exato, eu focava a realidade dos alunos, trabalhava num projeto de horta pedagógica, certo agente deu

inicio a esse projeto um semestre depois que começou o PIBID, e começamos a desenvolver ele, até

porque esse projeto tinha pra mim a importância do tema da minha monografia, tinha bastante

importância pra mim trabalhar com esse projeto.Fora o projeto da horta pedagógica, tinha outros, mas

eu basicamente fiquei trabalhando durante bastante tempo com essa questão da horta pedagógica.

P- Ok. Os outros projetos e atividades, como por exemplo, sala do educador, você também

participou?

R- Sim. Sim. A gente participou, eu me lembro que eu participei um ano e meio da sala do educador,

deu pra ter uma experiência boa, como e que funciona.

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P- Que atividades que eram desenvolvidas, como era essa sala do educador na escola Edeli

Mantovani?

R- A sala do educador, e uma sala onde a escola tem um espaço reservado pra tentar desenvolver

projetos na escola, certo, pensando na melhoria da educação da escola. Eram vários projetos discutidos

semanais, um espaço reservado, quatro horas por semana, e assim um que me lembro que chamou a

minha atenção, foi uma vez que a gente discutiu a questão dos alunos com dislexia, como trabalhar

com esses alunos, e esse tipo de assunto, e um tema que me chamou a atenção, e que eu me recordo.

P- Essa questão de trabalhar com aluno de uma maneira diferenciada, vocês também trabalhava na sala

de recursos, tinha uma sala de recursos também no programa.

R- Essas salas de recurso tiveram vários acadêmicos nossos, meus colegas que trabalharam que eram

portadores de algumas deficiências. Eu necessariamente não trabalhei com a sala de recursos, mas teve

colegas meus que trabalharam lá, que desenvolveram jogos para os alunos, acompanhavam os alunos

que precisavam de digamos assim, de um reforço, ou algo parecido.

- Por exemplo, os relatórios de vocês que eu li, fala bastante de um projeto de reforço, desse projeto de

reforço você participou?

R- O projeto de reforço eu participei, num período de seis meses, a gente começou a desenvolver esse

projeto de reforço, ate mesmo a pedido da escola, que sentiu que os alunos de primeiro ano do ensino

médio, eles estavam com muita dificuldade mesmo na matemática básica, e eles não conseguiam

avançar nos conteúdos, por isso, a coordenação veio até nós, que trabalhávamos no PIBID e pediu pra

gente começar a fazer aulas de reforço com esses alunos, então eu e mais outros colegas, a gente

dividia os temas, os dias da semana, em horários contra turno, a gente fazia atividades de reforço com

os alunos.

P- Como eram essas atividades, essas aulas, eram aulas tradicionais, ou havia metodologias, didáticas

diferentes trabalhadas?

R- Na verdade a gente caiu na aula tradicional, quando dava a gente aplicava ferramentas como jogos,

elaborados pra poder auxiliar e fazer com que o aluno visualizasse a matemática ali compreendesse

melhor, mas foram praticamente aulas tradicionais mesmo, voltado pra necessidade própria do aluno.

P- vocês chegaram a usar, por exemplo, material dourado. Você em particular chegou a usar material

dourado para estarem ensinando algumas disciplinas, alguns conteúdos matemáticos aos alunos?

R- Eu particularmente utilizei material dourado sim, tanto e que naquele projeto que a gente tinha da

horta pedagógica em certa altura da atividade, necessitou trabalhar com material dourado. Eu tive

contato com material dourado, tive que aprender como se trabalha com ele e durante as atividades que

eu construí com os alunos, eu utilizei o material dourado.

P- Então, por exemplo, uma opinião sua com relação a esse material, e outras didáticas. Sendo

bolsistas do PIBID vocês tinhas que buscar outras formas de lecionar os conteúdos matemáticos.

Porque vocês percebiam que eles tinham muitas dificuldades, certo. Você Considera interessante essa

questão de trabalhar com esses, você acha necessário conhecer, têm materiais que são difíceis de ate

mesmo para um futuro professor, saber como usar. Às vezes ele não utiliza porque não os conhece?

R- Sim. Eu acho extremamente necessário, a gente percebe nas escolas, e que muitos professores não

utilizam porque eles mesmo não sabem, eles não tem conhecimento de como aplicar o material, que na

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verdade não e difícil, só que quando você não sabe, não tem como usá-lo pra ensinar alguém, então

muitas vezes os professores acabam deixando de lado porque não tiverem aprendizado como este que

eu tive durante o PIBID, é acabam deixando tudo de lado e fazendo aula tradicionalíssima mesma,

com resolução no quadro, exercícios, explicação.

P-Aula expositiva

R- Sim

P- você em sua fase de bolsista, você chegou a acompanhar os alunos em sala de aula. Observar,

auxiliar.

R- Desde o inicio a gente, logo no inicio começamos com observação mesmo, porque tava tudo no

começo, depois de um semestre daí agente já começou muitas vezes interagir mais com os alunos em

alguns casos a gente chegou ate estar sozinho com os alunos em sala de aula.

P- Assumir a aula. Como professor regente

R- Sim, assumir a aula como professor regente

P- Em sua fase participando do programa você aprendeu a confeccionar material para trabalhar com os

alunos ou só utilizou os materiais que tinham disponíveis na escola?

R- Não, não, não. A gente. Os materiais eram todos feitos por nós bolsistas, ate porque a orientação

que nós tínhamos do nosso coordenador era que a gente visualizasse a dificuldade do aluno, e a partir

daí criar um material que servisse pra sanar aquela dificuldade. Então nosso trabalho era esse, em sala

captar, onde o aluno estava com mais dificuldade, e partir dali, traçar uma meta para ajudar, com

atividades diferenciadas.

P- vocês, além da sala do educador, vocês tinham reuniões, essa reuniões eram destinadas pra que?

Que tipo de assuntos vocês tratavam nessas reuniões

R- Então. As reuniões eram seguintes, aconteciam uma vez por semana, geralmente a gente

estabeleceu que fosse à sexta feira porque ao longo da semana estaríamos na escola, segunda, terça,

quarta e quinta e na sexta feira era o dia que a gente tinha pra socializar, o que aconteceu na escola,

que e de suma importância, porque e uma forma de um projeto ter, conseguir andar certo, estando

bagunçada as coisas, uma forma de organizar, toda sexta feira a gente tinha espaço reservado pra cada

um falar como foi a experiência da semana e determinar como seria a próxima semana.

P- Esse debate dos colegas, a opinião de um, de outro, como foram às experiências, isso contava pra

sua formação, vamos dizer assim pra sua futura profissão, ajudava em alguma coisa?

R- Olha sempre ajuda. Você vê a experiência de um aluno falando de um colega, falando como foi na

sala, o que aconteceu então você vai tirando conclusões de como você poderia agir de outra forma se

caso acontecesse isso com você. Então essas discussões sobre o que acontece em sala de aula como o

aluno reagiu vai servir pra agregar conhecimento em você, você ter uma nova postura quando você for

professor, frente a esse tipo de situação.

P- além de todas essas atividades vocês também confeccionavam matérias, banners, faziam oficinas

entre outras atividades que vocês apresentavam na própria universidade, e em eventos fora

universidade, foi varias atividades, contou alguma coisa em seu currículo?

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R- Sim, com certeza alem do aprendizado que e agregado no duro do conhecimento do acadêmico de

estar ali realizando, fazendo os banners, os resumos para enviar, tendo que trabalhar o português em si,

tem também a vantagem que isso vai agregar no seu currículo. Futuramente quando a gente for

procurar emprego, todos esses trabalhos, como banners, apresentação de painéis, oficinas, isso vai ser

contado como um diferencial no seu currículo, então com certeza isso foi importante.

P- Com relação a tudo o que vocês vivenciavam no PIBID como bolsista, vocês anotavam, fazia

algum tipo de reflexão sobre isso, como funcionava?

R- Desde o inicio o nosso coordenador vinha sempre nos alertando a gente ter conosco um caderno de

campo. O que seria esse caderno de campo seria nada mais que um caderno onde você registraria tudo

que estava acontecendo lá, para depois você poder colocar nos relatórios, que eram semestrais. O que

a gente acabou fazendo no PIBID, então era de suma importância ter o caderno de campo e fazia parte

de uma responsabilidade do bolsista de cada pibidiano.

P- Esses cadernos vocês relatavam o que aconteciam e faziam reflexões também sobre as atividades,

deu certo, se não deu, ou eram só anotações?

R- É Geralmente era o que vinha acontecendo, você desenvolvia uma atividade, e relatava como os

alunos reagiam, como você trabalhou aquilo, quanto tempo você levou pra fazer, seriam mais esses

tipos dessas anotações.

P- você acha interessante para um professor ou acadêmico em formação, fazer anotações do que ele

vivencia?

R- Assim, com certeza ate porque isso daí vai ser uma questão depois de um tempo que ele agregou

conhecimento, ele voltar nesse caderno de campo, e ver que, o que ele fazia era extremamente

diferente, e como o crescimento dele se deu.

P - Com base nessas atividades, nesses projetos, que vocês desenvolveram dentro do programa PIBID

você acredita que contribuiu na sua formação?

R- Com certeza sim. Eu depois que iniciei no PIBID, ate mesmo quando eu senti assim, uma pessoa

bem segura, e quando entrar em sala de aula. Tanto e que no começo eu percebi, mas ao longo do

desenvolvimento do projeto, eu vi que esse medo de sala de aula, foi sendo sanado, então além dessa

postura que o acadêmico tem que e o medo, vem ainda à questão do conhecimento, agregado que não

tem como o a aluno não adquirir conhecimento, estando em sala de aula junto com o professor que já

esta formado, estando lá trabalhando todo dia, não tem como não adquirir conhecimento.

P-Eu como nunca fui bolsista do PIBID, eu acredito que agente tem muita dificuldade com relação ter

conhecimento mais não conseguir passar esse conhecimento pros alunos. Com PIBID você acredita

que teve projetos, atividades, que te ajudaram com relação a isso?

R- Sim, com certeza, é aquilo que a gente vem sempre falando, o que leva você a ter uma maior

segurança quando você vai dar aula, quando você vai dar uma aula, coisa assim e a prática de você

estar sempre ali praticando e sempre desenvolvendo trabalhos em relação á educação e com PIBID

isso era um fator constante, a gente sempre tinha algo pra desenvolver, eu acredito que pra mim

ajudou muito, tanto na questão matemática, quanto na questão oralidade e escrita.

P- Quais as atividades, projetos, que você acha que contribui mais nessa sua formação, voltados mais

pra você ser educador, cumprir seu papel diante da sociedade que é ser educador?

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P- Olha dos projetos que eu participei do PIBID que teve mais destaque pra mim, e que eu mais me

aprofundei foi sim, a questão da horta pedagógica que era onde a gente tentava fazer com que os

alunos, verem uma matemática que era extraída ali da realidade, e que pudesse ser transformada em

sala de aula, e eles pudessem visualizar como ela acontece, porque muitos alunos, eles acham não, eles

tem na mente que a matemática é uma coisa totalmente abstrata e de certa forma se você só vir ela em

livros, ela se torna mesmo abstrata. Então a gente tentava fazer com que eles visualizassem melhor

através de onde que saiam os cálculos, o porquê dos cálculos, e esse projeto com certeza agregou

muito conhecimento pra mim, enquanto agora professor e certamente foi o que pra mim dos que eu

participei, das atividades que eu realizei no PIBID, durante o tempo que eu tive, essa foi a que mais

contribuiu.

P- Então, assim em sua opinião como participante por um longo prazo, estando como bolsista do

PIBID. O objetivo fundamental dele é a formação docente, o incentivo a essa formação, então com

base em tudo isso você acredita sinceramente que o PIBID contribuiu de forma produtiva na sua

formação? Então você se sente capaz de assumir uma sala de aula, com tranquilidade, com uma base

tranquila com relação à você ser professor?

R- Eu acredito que sim, tirando por mim eu acredito que o projeto veio com uma boa intenção que era

preparar o acadêmico pra que ele saia mais qualificado e tirando as conclusões próprias, acredito que

esse projeto consegue fazer isso e hoje a gente percebe que os alunos, que o projeto abriu uma

extensão para os alunos do primeiro semestre, então quer dizer, quando você entra na faculdade você

já pode estar sendo inserido no projeto, então você tem aí praticamente quatro anos pra você estar aí

trabalhando com o que você trabalha na universidade, e ao mesmo tempo intercalando com a escola, e

isso vai fazer com que o teu conhecimento quando você esta lá no oitavo semestre você já está

preparado, preparadíssimo pra assumir uma sala de aula.

P- É disciplinas da faculdade, tiveram algumas disciplinas que se tornaram mais tranqüilas pra você

por ter sido bolsista?

R- Ah sim. Com certeza essa questão das disciplinas também é muito valida porque você acaba

quando você acompanha turmas de primeiro e segundo grau, você percebe que os conteúdos que eles

estão trabalhando muitas vezes são muito parecidos com os que caem aqui na faculdade, então muitos

alunos chegam na faculdade com um pouco de dificuldade na matemática básica, e essa dificuldade da

básica você pode estar sanando enquanto você esta tendo que se preparar para ajudar os alunos lá na

escola, então com certeza vai te ajudar em algumas disciplinas aqui da faculdade.

P- Alem dessas disciplinas que você trabalha com matemática básica tem mais alguma coisa que te

ajudou dentro da universidade, questão de disciplinas de pratica?

R- Olha a questão do PIBID que contribuiu bastante foi a questão dos relatórios, e a questão dos

estágios, como a gente tinha que fazer bastante relatórios, quando eu cheguei na disciplina de estágios,

eu não tive problemas pra desenvolver o estágio, então e também, tanto na parte que você tem que

relatar o estágio, quanto na parte prática que é onde você vai pra sala de aula e, é tem que assumir a

responsabilidade quanto professor. Esse período no PIBID fez com que essas disciplinas de estagio

fossem bem tranquila.

P- Ok. Minha curiosidade maior era com relação a isso, com relação a sua formação. Eu acho que

consegui meu objetivo, que é justamente essa informação que o PIBID te ajudou quanto futuro

professor, realmente incentivou sua formação, e não somente incentivou, mas formou com melhor

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qualidade, ajudando sempre na questão de você conciliar a teoria aqui da universidade, com a prática

com que você vinha trabalhando lá. Mais alguma coisa que você tem a falar sobre o PIBID?

R- Eu acho que a gente acabou falando de tudo, percebi que a gente pegou um contexto bem amplo,

acredito que seja isso mesmo.

P- Ok. Obrigada Alex!

SEGUNDA ENTREVISTA (PARTE B)

P-Seu nome?

R- José Pedro Custódio Neto

P- Quando você começou a participar do PIBID?

R- 2012/02, depois me afastei por dois meses e retornei em 2013, e estou até hoje, só que agora com o

novo coordenador.

P- Qual semestre que você estava quando iniciou no PIBID?

R- Segundo

P-É bem interessante entrar cedo, você aprende muita coisa.

R- Aham.

P- As atividades que você participou, ou foi autor, quais foram? Pode ir falando sobre cada uma delas

ou eu posso ir citando as que li nos relatórios e aí você vai falando como aconteceu?

P-Como o entrevistado não se pronunciou segui á entrevista.

P- Vocês desenvolveram atividades voltadas pra questão sala de aula, por exemplo projeto de reforço,

que eu li nos relatórios de vocês , que tipo de atividades vocês desenvolviam nesse projeto?

R- Normalmente o reforço meu foi mais voltado à sala de recursos. Da minha parte né, e como nós

somos a equipe teve gente que trabalhou com pessoal normal, vamos dizer assim não é que os outros

não sejam normais, são de natureza diferente, eles deram aula de reforço pra aqueles alunos que

tinham mais dificuldade em sala de aula, em contra turnos. Quando eu estava por lá sempre ajudava

também seguindo o conteúdo do livro, quando tinha muita dificuldade ajudava construir tabuadas.

P- Então você trabalhou projeto de reforço sim, mas voltado pra sala de recursos. Na sala de recursos

como vocês trabalhavam?

R- Normalmente. 2012/02 a 2013 foram operações de base, operações básicas, quando o aluno tinha

dificuldade auxiliando eles assim, mas os conteúdos mais trabalhados foram às operações.

P- Vocês usavam didáticas diferenciadas?

R- Normalmente quando era eu só usava Ábaco, era mais só Ábaco.

P- As aulas eram de forma expositiva, então, que vocês tentavam ministrar?

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R- É normalmente era.

P- Você chegou a utilizar material dourado para que ajudasse eles entenderem melhor ou trabalhavam

só com o tradicional?

R- Somente com o Ábaco e sempre do lado deles orientando porque e pouco aluno, é dois, três, é mais

fácil de trabalhar.

P-É que a situação deles é diferenciada. Me fala um pouco José Pedro da sala do educador, como

funcionava, o que vocês faziam?

R- Olha a sala do educador pra ser bem sincero, eu participei dela umas duas vezes só. Depois eu

comecei á acompanhar a sala de aula em 2013.

P- Esse acompanhamento em sala de aula que vocês faziam como que eram?

R- Monitor de sala, tipo ser segundo professor da sala, a gente ajudava os alunos de carteira em

carteira pra facilitar o trabalho da professora, ficava ali, e quando a professora não podia ir, a gente

tomava conta da sala, quando eles tinham cursos deles e não podiam estar na escola, a gente substituía

eles, na sala que a gente tava já sabia o conteúdo, já sabia o que estava sendo trabalhado em sala de

aula e ficava mais fácil, pegava a sala que já era monitor dela.

P- No caso vocês também participavam de projetos fora, projetos, eventos, confeccionava materiais

pra estar apresentando, faziam oficinas, você chegou a participar desses?

R- Vamos falar de 2013 ou 2014 também?

P- Do PIBID coordenado pelo professor Denizalde.

R- Beleza, eu participei dos canteiros, mas só no inicio, ´´nada de mais´´, nada que eu tenha me

aprofundado. Em 2013 mesmo eu foquei mais a sala de aula, acompanhava o professor praticamente

os dias que eu estava indo segunda, terça e quinta de manhã na escola eu acompanhava só a sala de

aula, eu era monitor da sala de aula, com a professora Cleonice.

P-ok. Então você era monitor e no caso da professora não estar você assumia a sala de aula, você

ministrava o conteúdo?

R- É ela dava o conteúdo eu resolvia e aplicava pros alunos.

P-É, esses programas, esses projetos eles contaram alguma coisa pro seu currículo? Questão de você

ter um currículo melhor, tendo pontos em seu currículo que a gente sabe que são necessários, mas

também a questão da sua formação?

R- Aprendizagem né.

P- Isso

R- Olha sabe o PIBID me ajudou bastante na questão das operações básicas, você estando na escola

você sempre esta vendo, você cada vez mais vai melhorando, sempre ta estudando, tem que estudar

pra ensinar, se não complica.

P-Assim. Aqui na universidade nós temos disciplinas voltadas pra matemática e temos outras

disciplinas, como por exemplo, os estágios. No caso você não fez estágios ainda.

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R- Só Supervisão I e agora Supervisão II.

P- Você fez relatórios desse estágio?

R- sim.

P- você acha que o PIBID contribuiu na questão de você, facilitou disciplinas pra você, tanto nas

disciplinas de matemática na universidade que nem você disse que você tinha que estar estudando

sempre matemática básica, quando na questão de confecção de relatórios, sua escrita.

R- Ah sim! A questão assim, você sempre tem que estar estudando, sempre tem que estar fazendo,

sempre vai melhorando, a tendência e sempre melhorar devagarzinho. O PIBID em questão de

aprendizado em todos os sentidos me ajudou muito até a questão de conhecer normas da escola como

você lidar com os alunos, então você passa a conhecer as leis.

P-Então o PIBID te ajudou bastante com relação às disciplinas na universidade, com relação a sua

formação ele também te ajudou?

R- É a gente já tem idéia de como vai ser.

P- você acha que se formando, daqui um ano, se tudo ocorrer bem você forma dentro de um ano, você

se sente preparado pra assumir a sala de aula, você acha que conseguiria trabalhar, ser um educador

como são as exigências, os alunos bastante dispersos, você que conseguiria ser um bom professor?

R- Essa questão de ser um bom professor. Olha isso ai vai facilitar muito, mas acho que...

P- você se sente capaz de assumir a sala de aula?

R- Sim com certeza, eu vou ter idéia de como e uma sala de aula, de como lidar com os alunos desde o

inicio, no sentido de conteúdo deles, agora a questão de ser um bom professor acredita que isso a

profissão vai ensinando, vai melhorando e aprendendo, cada dia que passa.

P-A experiência acredito, que conta bastante, e experiência você conseguiu adquirir nesse tempo que

você foi bolsista

R- Eu adquiri uma experiência. Uns três anos e meio de bolsista diferencia daqueles que praticamente

só tiveram estágio, a gente às vezes se sai melhor.

P- Tem lógica! Você estando no PIBID, você mesmo não trabalhando muitas vezes com material

diferenciado, mas você aprendeu sobre eles.

R- Alguns sim

P- Por exemplo, você acredita que os professores muitas vezes eles usam o método tradicional de dar

aula porque eles desconhecem outros métodos?

R- Desconhecer, desconhecer acredito que não, que meio difícil hoje em dia, que as escolas tem os

materiais, sempre falam, então hoje em dia os professores não tem esse negocio de desconhecer, hoje

em dia as informações estão muito fáceis e as escolas, as que conheço tem material.

P- E no caso de uma pessoa recém formada que entra na escola. Se formou e o único acompanhamento

que teve em sala de aula, foi o estagio, Estágio Curricular I e II ou I, II, III e IV, uma pessoa que teve

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só isso de contato com sala de aula, você acha que ela vai ter mais dificuldades de conhecer essas

metodologias, trabalhar com o diferente, até mesmo de lidar com alunos diferenciados?

R- É eu acredito sim, que o primeiro contato independente de ser professor ou qualquer outra profissão

é difícil ate se adaptar.

P- Então PIBID te ajudou bastante com relação a isso?

R- Eu acredito que quando eu for ser professor, questão de lidar com os alunos, conteúdo, ministrar,

vou ter uma idéia, já conheço o aspecto do aluno, você olha pro aluno basicamente você já conhece o

aluno, muitas coisas você aprende.

P- Você aprende a trabalhar então através da experiência? Alguma coisa que você gostaria de falar,

algo que você tenha feito lá, que você acha bem interessante nas questões voltada para sua formação,

na questão de ser educador, alguma coisa que você gostaria de acrescentar?

R- A questão de ser monitor de sala de aula até hoje, pra mim foi uma das melhores experiências, a

sala de recursos também foi muito bom, é muito que eu ainda trabalho na sala de recursos lá, sou

voluntário, e a aluna que eu trabalho já fazem dois anos, ela esta indo bem na disciplina de

matemática, realmente ela esta sendo elogiada pelo que a professora falou, e que eu sempre procuro

saber como está indo, basicamente trabalho uma aula tradicional com ela.

P- Ela é uma aluna especial?

R- É especial, assim ela tem somente 50% da audição, mas a questão mental tipo assim parece não ter

problema.

P- Mas precisa de uma atenção melhor?

R- É, uma dedicação maior da gente, lógico ela tem problemas com matemática básica, daí a gente

sempre esta falando, explicando.

P- E quando ela tem dificuldade com alguma coisa.

R- Ela sempre me procura

P- Você busca alguma outra forma de trabalhar com ela?

R- Sim

P- No caso dela você tem que trabalhar de maneira diferente, já que ela tem dificuldade de audição,

exige algo a mais.

R- Lá na sala de recursos trabalho com ela e mais um aluno, falo normal, ela me escuta entende, eu

explico, ela faz consegue fazer, ela consegue fazer vamos dizer 50%, ai eu vou orientando ta errado

aqui, aqui e ai ela vai fazendo. Ultimamente ela vai indo bem porque eu andei perguntando pra ela

mostra os trabalhos à prova dela, realmente ela foi bem.

P- como você se sente em saber que ela esta melhorando esta evoluindo

R- A gente se sente bem, sente, sabe que ela é bem interessada, não falta, antes faltar eu do que ela lá

na escola. Então ela sempre foi assim dedicada, tem dificuldade ela sempre me procurou, então eu me

sinto muito bem.

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P- então participar do PIBID fez você tomar gosto pela profissão, tipo, o objetivo fundamental do

PIBID é esse incentivar essa formação, do seu ponto de vista você acha que ele cumpriu com esse

objetivo, realmente, esse contato fez você gostar de trabalhar, tanto que você continua trabalhando

voluntariamente na escola em contato com os alunos, o PIBID foi interessante pra você nesse sentido.

R- É foi, foi interessante e ai tipo, como eu vou dizer. A sala de recurso ou quando estiver em sala de

aula também que alguém apresenta algum aspecto de dificuldade, a gente sabe também como é que

pode lidar com esses alunos, eu acredito foi muito bom mesmo e me ajudou bastante na faculdade ate

hoje continua ajudando e a tendência pelo jeito é fazer com que eu fique cada vez melhor

P- com certeza, é pra isso que a gente corre atrás.

R- É estudando bastante pra poder ajudar os alunos então a gente sempre prepara conteúdo, estuda

mais um pouco.

P-Interessante. Bom foi muito boa a entrevista se você tiver mais alguma coisa a falar, pode falar estou

a disposição.

R- Acredito que o PIBID, acredito não, foi bom e é, gostei muito de ser monitor de sala de aula, ate

hoje eu gosto, se eu pudesse só ser monitor das atividades do PIBID eu seria só monitor realmente ser

monitor é muito bom.

P- ok. Então sendo só isso muito obrigada.

TERCEIRA ENTREVISTA (PARTE C)

P- Qual Seu nome?

R- Ana Claudia Borsa

P- Então Ana você participou do PIBID por quanto tempo?

R- Eu participei de agosto de 2011 ate dezembro de 2013

P- Qual motivo teve pra sair do PIBID?

R- Porque eu terminei a graduação.

P- Então você participou um tempinho até longo no PIBID. Quais atividades, projetos que você

participou que você desenvolveu você pode estar falando sobre cada separadamente, ou você pode

falar de todos ao mesmo tempo, mas o que eu queria saber particularmente qual foi à contribuição de

cada um na sua formação. Qual foi a importância?

R- Assim, a gente fazia atividades voltadas pra sala de aula, então eu teve uma vez que eu fiz

modelagem matemática, que eu utilizei a quadra de futebol para poder calcular. Fazer sistemas, pra

que eles pudessem aprender a calcular sistemas, então através das medidas da quadra de futebol a

gente sistematizou lá como eles ia fazer pra calcular sistemas, para encontrar o valor de x, de y, que

dentro de um sistema tem lá x mais um igual a dois e depois y mais dois igual a três . Então através

dessa atividade prática acho que eles aprenderiam a calcular os sistemas, eram o que eles estavam

trabalhando com a professora Enir na época. É eu trabalhei também com Ensino Fundamental, com

material dourado que a gente aprendeu a calcular volume, aprendeu a calcular área, tudo através do

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material dourado. É eu apresentei trabalhos na faculdade, dessa minha atuação dentro da escola,

mostrei pra eles como e que a gente poderia utilizar o material dourado dento da sala de aula, aí eu

lembro que foi no quinto mini curso de oficinas do curso de matemática, e assim foi uma oficina que

eu apresentei, então tinha pedagogos, tinha alunos que vieram de outras escolas, e que estavam

participando do evento,tinha alunos adventistas, ai tinha alunos de outros cursos, do curso de

contábeis, tinha de engenharia civil e eles acharam bem interessante, inclusive um aluno da engenharia

civil ele, através do material dourado, ele falou que poderia como utilizar o material dourado dentro do

curso deles, pra eles estudarem edificações, pra saber se um, pegando aquele material ele ia conseguir

ter uma base pra poder sustentar aquilo que ele ira colocar em cima, é saber esse tipo de coisa. E qual

foi a importância disso tudo pra mim, pra minha área de atuação, pra minha profissão. Bom isso são

tudo experiências que vem a contar, porque a gente esta dentro de uma sala de aula a gente se depara

com muitas experiências, muitas principalmente dificuldades, principalmente no ensino aprendizagem

dos alunos. Muitas vezes você esta trabalhando um conteúdo e você percebe que os alunos não estão

conseguindo aprender aquilo ali. É ai que vem essa minha atuação no PIBID, possibilitou eu ter umas

experiências, porque essas aplicações que eu fiz várias áreas. Eu fiz uma aplicação no Ensino

Fundamental, uma aplicação no Ensino Médio, então eu tive uma experiência pra mim saber. Por

exemplo hoje eu trabalho no Ensino Fundamental, Ensino Médio, desculpa, então daquela experiência

que tive lá no PIBID, hoje eu já sei o que eu posso aplicar com eles, se eu posso fazer uma atividade

em grupo, se eu posso trabalhar assimilação solidaria com os alunos, se aquilo vai dar certo ou não, se

tal turma vai conseguir se adequar a uma atividade pratica ou não. Porque tem turmas que não adianta

você trazer uma atividade pratica porque eles não vão se interessar por aquilo.

P - você passa a conhecer o perfil do aluno né?

R- Sim aí isso possibilita ter varias experiências pra depois na pratica poder aplicar.

P - Você, na sua época como bolsista você também ia pra sala de aula?

R- Sim eu ia todos os dias pra sala de aula, inclusive na época, nos últimos seis meses de atuação no

PIBID, aqui na escola Edeli, tinha uma grande falta de professores. Não professores atribuídos nas

disciplinas, mas professores faltosos, é ai o que acontecia, a gente era arremetido á sala de aula a todo

o momento, então o professo fulano de tal faltou, você vai substituir o professor, as vezes o professor

deixava material que era pra gente poder passar pros alunos, mas as vezes os professores nem

deixavam material e a gente chegava na sala de aula sem nada praticamente. É ai foi onde que alguns

bolsistas também do PIBID deram a idéia de que a gente deveria ter algumas atividades preparadas pra

gente poder, quando fosse arremetida a sala de aula poder usar essas atividades, pra poder fazer

alguma coisa com os alunos. È ai a gente preparou essas atividades. Só que o que acontecia quando a

gente chegava na sala de aula os alunos não queriam saber de matemática, porque eles falavam assim,

ah mas hoje ia ter aula de geografia, porque vai ter aula de matemática, e ai acabou que eles por conta

disso não queriam muito participar das atividades, então mas eu ia pra sala de aula quase todo o dia.

P-Então. É essas participação de vocês no PIBID em que vocês desenvolviam atividades, estavam em

contato com a matemática diariamente, porque trabalhavam como bolsistas da área. Na universidade

ajudou, em alguma disciplina da universidade participar do PIBID, tornou a disciplina mais fácil, mais

tranquila?

R- Na verdade eu utilizei o PIBID para aplicar algumas disciplinas da universidade. Lá na didática da

matemática a gente aprende alguns métodos pra trabalhar em sala de aula, então eu utilizava essa

disciplina porque agente tinha algumas atividades a fazer voltadas a essa disciplina. Então fazia

algumas aplicações no momento que eu estava trabalhando como bolsista do PIBID fazia algumas

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aplicações em sala de aula e ai eu podia responder essas atividades propostas pela disciplina de

didática da matemática que daí eu já podia através da aplicação em sala de aula, eu conseguia ter um

norte pra dizer como e que acontece em sala de aula.

P- A questão dos. Eu li os relatórios do pessoal, dos outros bolsistas, seu eu não li nenhum, nos

relatórios dos outros bolsistas eles falam, com relação também aos estágios, com relação à elaboração

dos relatórios, isso pra você foi tranqüilo, ou foi bem difícil quando você teve que fazer essas

disciplinas na universidade, cumprir com essas disciplinas na universidade, com o PIBID essas

disciplinas estavam mais tranquilas porque você já tinha uma base do que era um relatório, ou foi

difícil?

R- O primeiro relatório foi difícil. O primeiro relatório demandou bastante tempo, só que não

atrapalhou a atividade que eu tinha das disciplinas. Não atrapalhava não. Mas o primeiro relatório foi

bem difícil porque era, inclusive era o primeiro de tudo, porque eu participei da primeira turma do

PIBID, que iniciou. A primeira turma do PIBID, então assim não se tinha uma idéia de como deveria

ser esse relatório. Então a gente teve que praticamente, assim, cada um teve que pesquisar como

deveria ser o relatório. Então demandou bastante tempo, mas não que viesse atrapalhar minhas

disciplinas da faculdade.

P- Com o PIBID quando você precisou fazer os relatórios da faculdade, ajudou em alguma coisa.

Esses relatórios anteriores no PIBID?

R- Na verdade eu tinha aprendido a fazer um relatório numa disciplina da faculdade, numa disciplina

do curso. Então eu já sabia o que era um relatório, eu tive essa base na disciplina de seminário, com a

professora e daí ela explicou como deveria ser formado um relatório. Que tem que ter a parte

cientifica, tem que ter a parte teórica, você pode comentar com suas palavras, mas depois você tem

que colocar uma teoria pra poder embasar aquilo que você falou. Então eu já tinha aprendido o que era

um relatório, então quando eu fui fazer o relatório eu tinha uma base do que, que era, na verdade foi à

disciplina da faculdade que me ajudou a fazer o relatório do PIBID.

P- Ok. Assim. Então com relação a tudo que você vivenciou no PIBID, esse tempo que você ficou

como bolsista, você acha que ele cumpre com o objetivo dele, que é incentivar a formação docente.

Ele realmente com esse papel. Então. Assim a pesquisa que eu estou fazendo e voltado a isso, a esse

objetivo principal do PIBID. Você acha que ele vem cumprindo com esse objetivo?

R- Eu acho que sim principalmente porque o bolsista tem que entrar em sala de aula, porque as vezes

você esta no quarto semestre e você nem imagina o que vai enfrentar dentro de uma sala de aula. É ai

você faz parte PIBID,e você é obrigado a ir pra sala de aula.

P- Eu acho assim também. Eu que não fui bolsista penso que não e só a sala de aula que assusta. A

escola, ela é, regida de regras, de varias coisas e você também não conhece na universidade.

R- Não. Jamais você vai saber como funciona o sistema de uma escola, como que é a organização

entre professores, que tem uma coordenação, que tem uma direção, isso você nunca vai saber. Então

quando você entra no PIBID você acaba vivenciando essas coisas inclusive, é o coordenador pedia

porá gente participar dos conselhos de classe, participar dos conselhos de classe que era pra gente ver

como e que aconteciam as coisas, pra gente poder conhecer um pouco, assim, atividade deles em sala

de aula, como eles, se comportavam, saber que existe uma diferença entre um professor e outro.

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P- Tem mais alguma coisa que você gostaria de falar do PIBID, sobre suas experiências, sobre hoje

como professora da área já, você se sente satisfeita com relação a sua formação, você acha que sua

formação foi suficiente?

R- Em nenhum momento eu me enganei do que eu iria fazer em sala de aula. O PIBID só me ajudou a

ter uma vivencia mais, como e que fala antecipada do que eu queria. Do que eu tinha vontade de fazer

em sala de aula, mas eu em nenhum momento, eu posso dizer assim que, ai que eu não sabia que eu ia

enfrentar isso em sala de aula.O PIBID só me ajudou a poder ter essa vivencia antes, neh, um pouco

antes. Na verdade foram quase dois anos, foi um ano e meio que eu participei do PIBID, então foi

bastante tempo, então eu posso dizer, assim que me ajudou bastante somente a comprovar aquilo que

eu queria pra mim. O que eu queria pra minha profissão e eu posso dizer que hoje mesmo não atuando

na área porque hoje eu não dou aula de matemática, dou aula de física e química , e hoje mesmo não

atuando na área eu posso dizer que eu sou muito feliz como professora. Porque eu realmente se eu não

fosse professora eu teria que ser professora, porque eu não saberia fazer outra coisa na minha vida, eu

tenho que dar aula.

P- Então obrigado pela sua colaboração.

QUARTA ENTREVISTA (PARTE D)

P- Qual é seu nome

R- Enir.

P- você era supervisora do PIBID

R- Sim

P-supervisora da área da matemática

R- Da área da matemática

P- Você estava atuando na escola em qual disciplina

R- Matemática

P- Você acompanhava de perto o trabalho dos bolsistas

R- Sim porque quando eles, quando eu me propus a fazer o teste pra ser supervisora, ficou bem claro

que eu ia estar acompanhando todos os trabalhos deles aqui desenvolvidos na escola, e desde que eles

chegaram a primeira vez, foi apresentada toda a escola a eles, como é que funcionava todos os setores

da escola desde a biblioteca ate o portão. Então os pibidianos que foram da área da matemática,

coordenado com o coordenador que era o Denizalde aqui na escola eles tiveram a oportunidade de

conhecer a escola de um a tudo. Todos os setores, secretaria, biblioteca, ate a sala do educador eles

participavam, conselho de classe, sala de aula, tudo, tudo que um professor tem que ter conhecimento

de uma escola, a gente, eu dava bastante prioridade pra que eles pudessem conhecer de um a tudo. A

conversa minha com o Denizalde sempre foi bem clara a isso, por que a partir do momento que um

acadêmico, ele tem essa oportunidade de vir ate a escola e conhecer de um a tudo, como é que

funciona uma escola,isso é muito importante porque, ser professor não é só estar dentro da sala de

aula, ser professor é conhecer a escola , onde vai trabalhar. Um professor que ele conhece só a sala de

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aula falta alguma coisa, falta, tem uma falta ali, porque a escola pra ela estar num bom andamento,

todos os setores tem que funcionar bem. Se faltar, por exemplo a bibliotecária, da um desfalque na

escola, se faltar a merendeira da um desfalque. Então os pibidianos que vieram pro Edeli Mantovani

na matemática, supervisão minha e a coordenação do Denizalde eles tiveram a oportunidade de estar

conhecendo. Na sala de aula a gente observa assim, era muito engraçado, eles tinham um medo da

parte do quadro eles ficavam bem receosos, então no começo ate eles quebrar vamos dizer assim esse

medo, não sei se é um tabu , medo, não sei qual ao palavra correta eles iam todos comigo pra sala de

aula. Tinha dia que eu tinha três pibidianos na minha aula, então eu revezava, os primeiros dois meses

ficavam tudo comigo, ai eles iam de três em três. Três ficavam na biblioteca e três iam pra sala de

aula, é que no começo nos começamos com menos, depois que aumentou pra dez , no começo era seis,

sete pibidianos só, ai ate o recreio ia três, daí depois da recreio dava uma atividade pra eles ficar

fazendo, pesquisando aulas diferenciadas na disciplina no conteúdo que eu queria trabalhar e era muito

interessante porque as vezes eu gostava de desafiar eles. Oh fulano vem pro quadro. Ana vem pro

quadro, ela ficava meio receosa. Adriana vem pro quadro, Alex vem pro quadro, os pibidianos

ficavam meio receosos. Na época tinha Adriana, Ana, Alex... não me lembro o nome de todos, mas

esses foram os primeiro os que mais ficarão, ate eles se formarem. E era bem interessante a partir de

dois meses que eles ficaram na sala comigo eu comecei distribuir eles com os outros professores.

Alguns professores não aceitaram, nós tivemos essa rejeição, teve um ou dois professores de

matemática que não aceitaram eles na sala, mas teve outros que aceitaram. A professora Eliane

mesmo, ela foi a primeira que assim, Eliane eu estou com os meninos tem jeito de eles ir lá pra te

auxiliar na sala, ela ah Enir que eu estou precisando. Porque ela trabalhava com os pequenos, aqueles

alunos de quinto a nono ano, não do sexto ano ao nono ano. Aí ela começou a levar eles, eles

começaram auxiliando com jogos e materiais paradidáticos, daí começou a despertar-nos outros

professores em estar com os pibidianos em sala de aula. Aí começou a faltar pibidianos na escola, não

tinha pra todos, e o que eu vejo assim no PIBID o amadurecimento dos acadêmicos é bem grande

sabe. No estagio se você vê percebe se o quanto eles amadureceram. Eles já são professores quando

saem da escola, são professores tranqüilos pra dar aula, esses que acompanharam assim que nem eu

estou falando, eles tinham uma desenvoltura pra dar aula. Na conclusão os acadêmicos que saíram

formados do PIBID observei assim, até um dia fiz comentário com o coordenador do curso, quem dera

se na minha época tivesse um PIBID desse jeito pra mim poder ter saído com essa base. Porque na

verdade a faculdade da à parte só teórica, a parte prática essa parte a gente não recebe lá, a parte

prática o PIBID oferece.

P-Então. Assim objetivo fundamental do PIBID é esse, incentivar a formação docente. Dessas

atividades que eles desenvolviam no PIBID, assim, qual chama bastante atenção nesse objetivo, que

você acha que cumpre com esse objetivo, no seu ponto de vista?

R- O que eu vejo assim e a parte de eles estarem em sala de aula acompanhando e a parte deles

preparar o material para didática diferenciada... Devido a um transtorno tivemos que mudar de sala e

essa pergunta será refeita em seguida.

P- Na questão de atividades que eles desenvolviam quais que como supervisora você via que havia

esse incentivo que fazia com que eles quisessem continuar e concluir o curso, que eles tinham vontade

de continuar, quais atividades do PIBID, que demonstravam que eles eram incentivados a continuar,

que você acha que dava esse incentivo a eles?

R- Então, que nem eu falei antes eu observo que a parte de eles estarem em sala de aula participando

tendo ali o cotidiano do professor, o dia a dia como é que funciona, quais eram os problemas que um

professor tem, quais são as coisas boas que também acontecem em sala de aula. Todo dia é um

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aprendizado. E a parte de eles prepararem é bem importante. O pibidiano estando em sala de aula,

quando ele vem pra escola ele já se define se quer ser professor ou não, ali ele já observa, ou ele já

adquiri aquele carinho, jeito, ou ele já, o supervisor já observa. Eu falava pro Denizalde, esse, esse,

esse, é bom pra sala de aula, esse, esse e esse não vai ficar em sala de aula, teve uns que já se

mandaram, falaram professora isso não é pra mim. A gente observava o jeito dele, a didática, o

carisma com, com os alunos, ser professor também tem que gostar, se não, não agüenta sala de aula,

sala de aula não e fácil. Eu odeio, odeio sala de aula, mas vou ficar, não adianta não fica, não aguenta,

está lidando com gente. A gente observava bem isso, o crescimento deles eu acredito, ta aí, a sala de

aula, vivenciar isso.

P- Tem acadêmicas pibidianas que são professoras aqui?

R- Sim, aqui na escola tem a Ana, Adriana, o Romário que hoje está no mestrado, tem o companheiro

da Ana que foi pibidiano por poucos dias, mas foi então temos acadêmicos que ficaram na escola

mesmo, outros foram para outras escolas.

P- Já saíram professores?

R- É inclusive eu conversei com diretores das escolas, por exemplo, onde a Adriana está, e assim a

diretora falou pra mim na cidade quando eu a encontrei pessoas que trabalham nas escolas e que

falam, nossa parece que faz tempo que dá aula, pra você ver o quanto o PIBID auxiliou, o quanto o

PIBID amadureceu eles, porque o PIBID e um amadurecimento para o acadêmico se ele tiver o

contato com o aluno em sala de aula, que é o importante. Ser pibidiano, eu vejo assim não é deixar o

acadêmico lá trancafiado estudando, estudando, isso não vai enriquecer a sala de aula pra ele.

P- Isso ele já faz na faculdade!

R- Na faculdade já tem esse momento estudar, estudar, estudar, estudar, o PIBID na verdade eu vejo

como uma oportunidade de ele ir lá pra conhecer a realidade prática, e o que eu acho riquíssimo do

PIBID é essa questão, nós, não sei se hoje o PIBID continua assim. Quando foi feita a proposta junto

com Denizalde foi que eu busquei com ele estar aplicando aqui na escola fosse que os acadêmicos

ficassem livres, pudessem ver uma aula minha, uma aula de outro professor, uma aula do outro, pra

enriquecer o pedagógico deles, e era muito interessante porque eu fazia questão de pedir para eles ir

ver como o outro professor dava aula. Eu falava assim, que às vezes você não gosta de como eu dou a

minha aula, da minha didática, mas gosta de didática do outro professor, é uma experiência isso tudo,

ah aquele outro professor faz assim, parece que o aluno entende melhor, ou eu gostei mais daquele

outro jeito. Essa parte prática na faculdade a gente não tem, nós temos lá teórica, pratica não tem.

Sinto muito.

P- Temos os estágios supervisionados, mas é de pouco tempo. Diante de tanta teoria, a pratica é

mínima, na universidade.

R- Eu acho pra ser professor, eu acho assim que a universidade seria uma coisa assim que o governo

deveria incentivar mais, a pessoa quer ser professor, paga um salário pra ela e coloca ela direto na sala

de aula, quando ele concluísse lá, ele sairia pronto, pronto, tanta na parte pratica como teórica, e livre

pra ele poder circular na escola onde ele pudesse.

P- Na escola vocês têm casos de acadêmicos recém formados que vieram atuar como professores e que

não foram bolsistas, por exemplo, pra fazer uma comparação?

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R- A maioria que vieram atuar aqui eram bolsistas, olha tem vários aí, tantos os bolsista de letras,

quanto de matemática, é bem interessante aqui no Edeli recebemos muitos futuros professores que

foram bolsistas que voltaram. Temos também professores de fora.

P- Mas temos a sua própria experiência quando você se formou você não teve oportunidade de

participar de um PIBID, igual você falou anteriormente.

R- É eu sofri bastante.

P- Sofreu.

R- Sofri e tive outro problema eu nunca fiquei sem estagiário em sala, não sei se era uma qualidade ou

um agravante, quando eu fui fazer faculdade, o curso que eu fui fazer era curso para professores, e eu

atuava, eu era auxiliar de pré escola. E eu fui fazer enquanto professora, atuava na área de matemática,

já fui pra faculdade e já fui pra sala de aula, já tive estagiário junto comigo, aprendendo, estagiando,

tudo ao mesmo tempo. Nossa foi sofrido, é sofrido, e eu acho que os acadêmicos não tiveram todo

esse sofrimento.

P- O conhecimento da escola como um todo é uma oportunidade que poucos tem, somente os bolsistas

tem.

R- É importante o conhecimento da escola, porque o conhecimento da escola, que nem eu falei antes,

ela é, não e sua sala de aula. A sala de aula é um local importante, mas sem os outros setores a escola

não funciona

P-Mesmo pra sala de aula você tem que saber, você tem varias ferramentas e didáticas. Não é apenas

aula expositiva por exemplo, você tem varias ferramentas que pode usar.

R- Como é que você pode conhecer essas ferramentas, pesquisando, indo lá e observando, é uma coisa

que eu achei que enriqueceu bastante também era a sala do educador. Na época eu conversei com a

direção pra que eles pudessem participar da sala do educador aqui no Edeli, e eles tiveram essa

oportunidade, só não participou quem não quis, mas acho que, assim só uns dois do grupo que tinham

um ou outro trabalho e que não poderiam estar vindo no horário da sala do educador. É a sala do

educador tem os debates que enriquecem o acadêmico, eles se envolviam também, era bem

interessante, participativo, eles já estavam tão familiarizados que eles já entravam na discussão e o

negocio ficava bom.

P- Mais alguma coisa que você quer falar sobre o PIBID, sobre suas observações, como foi.

R- O que eu tenho que falar sobre o PIBID, que o PIBID é uma das coisas que eu observo assim que

foi uma das idéias brilhantes do governo. Sabe. Tem que ser melhorado, tem, de repente estendido pra

todos os acadêmicos, que nem eu falei antes, quer ser professor tenha disponível, tenha um salário, não

sei, estabeleça um salário, e Poe um acadêmico com cada professor. Uma oportunidade pro acadêmico

sair preparado, néh. É algo interessante, muito interessante porque a gente observa o quanto tem dado

certo, o quanto deu certo, aquele que eu participei pelo menos, que eu tive junto, presente eu observo

que os acadêmicos bem melhores do que se só tivessem ficado na faculdade.

P- Com certeza! Obrigada.

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APENDICE II

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APENDICE III

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APENDICE IV

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APENDICE V

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