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USO DE MATERIAL DIDÁTICO CONCRETO NA CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS, NO ENSINO FUNDAMENTAL
Edvânia Braz Teixeira RodriguesRosângela Faria de Brito
RESUMO: RESUMO: O trabalho apresenta o uso de material didático concreto como estratégia alternativa de tornar o ensino da Matemática mais agradável, aumentando assim, a motivação e o interesse pelos conteúdos da disciplina Matemática. Por meio da utilização dessa metodologia de ensino é possível tornar os conceitos mais acessíveis à aprendizagem dos alunos e os materiais para desenvolvê-lo, mais ricos em qualidade, quantidade e variedade. Assim, podemos dizer que os elementos externos também são possíveis para o processo de aprendizagem. O uso desses materiais didáticos concretos promove uma aprendizagem significativa, cálculo mental estimulante, dedução de estratégias, domínio das operações básicas, construção de conceitos e o desenvolvimento da lógica e do raciocínio. A pesquisa foi desenvolvida com alunos do Ensino Fundamental, em aulas de Geometria motivada e jogos. Dessa forma, os alunos conseguiram melhorar a compreensão dos conceitos. No trabalho discute-se o uso de material didático concreto, temas das Diretrizes Curriculares e algumas Teorias de Piaget sobre os conceitos de aprendizagem. Posteriormente, foram descritas as atividades práticas realizadas e os resultados obtidos durante o seu desenvolvimento. E, finalmente, há uma reflexão sobre os resultados alcançados nas turmas envolvidas na pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE: Material didático Concreto, Aprendizagem Significativa, jogos.
ABSTRACT: This paper presents the use of concrete teaching materials as an alternative strategy to make mathematics teaching more enjoyable, thus increasing motivation and interest in mathematics course content. By using this teaching methodology and can make concepts more accessible to students and learning materials to develop it richer in quality, quantity and variety of materials and we can thus say that the external elements are also possible for learning process. The use of concrete educational material promotes meaningful learning, stimulating mental calculation, deduction strategies, mastery of basic operations, construction and development of concepts of logical reasoning. This research was conducted with students of elementary school classe in Geometry class motivared and games. And so we were able to improve
__________________________________*Professora Assistente da Universidade Federal de Goiás; licenciada em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Goiás, Mestre em Educação Escolar Brasileira, pela FE/UFG. Coordena o Grupo Gwaya-Contadores de Histórias/UFG. Atualmente, é integrante da Assessoria de Relações Institucionais do Instituto Federalde Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás-IFG. Professora do Curso de Especialização Lato Sensu em Metodologia do Ensino Fundamental, ministrado pelo Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação- CEPAE/UFG. E-mail: [email protected]
**Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Professora da Rede Estadual de Ensino de Goiás. Aluna do curso de Especialização Lato Sensu em Metodologia do Ensino Fundamental, ministrado pelo Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação-CEPAE/UFG. E-mail: [email protected]
__________________________________understanding of concepts by students. This article discusses the use of concrete teaching materials, issues of curriculum guidelines and some of Piaget's theories on learning concepts. Later, we described the practical activities carried out, showing the results obtained during its development. And finally, there is a reflection on the results of the classes involved in the research.
KEYWORDS: Educational material Concrete, Meaningful Learning, games.
INTRODUÇÃO
O trabalho tem como foco, a reflexão sobre o uso de material didático concreto,
no ensino da matemática, como forma de elucidar o entendimento de tais metodologias
na perspectiva da construção da aprendizagem de conceitos matemáticos, no ensino
fundamental. Objetiva-se efetivar a abordagem de tal problema refletindo sobre o uso de
materiais didáticos concretos no ensino da matemática, buscando elucidar a finalidade
de tal uso, ao tempo em que se efetiva um questionamento fundamental: os materiais
didáticos concretos contribuem para uma fundamentação mais consistente na construção
dos conceitos matemáticos?
Inicialmente, percebe-se que a simples manipulação de materiais didáticos
concretos, nas aulas de matemática, fica restrita a uma prática empirista, que leva à
negação dos valores formativos dos conceitos matemáticos. Diante dessa constatação
optou-se por realizar uma pesquisa de cunho bibliográfico que possibilitou uma análise
das teorias que embasam o uso dos materiais didáticos concretos, na construção dos
conceitos matemáticos, no ensino fundamental. Também se efetivou a aplicação de uma
série de exercícios com base na utilização de materiais didáticos concretos que pudesse
demonstrar a aceitação dessa metodologia por parte dos alunos. Assim, busca-se expor
os aspectos fundamentais do tema proposto.
Justifica-se a escolha dessa temática, por entender que quando o professor opta
pela utilização de materiais didáticos concretos, no ensino fundamental, o faz na
perspectiva de superar as dificuldades encontradas no âmbito escolar., Assim, espera
que elas sejam diminuídas, amenizadas ou até mesmo extintas e dessa forma, os
conteúdos apresentados, os exercícios realizados, os jogos e a manipulação dos objetos
façam com que os conceitos sejam apreendidos e demonstrados pelos estudantes.
Há, nessa opção dos professores, uma grande influência dos preceitos veiculados
pelo movimento escolanovista, por meio dos métodos ativos que, na maioria das vezes,
envolvia a manipulação de materiais didáticos concretos. O princípio que fundamenta o
método era o “aprender fazer, fazendo”, em muitos casos foi compreendido como mera
manipulação lúdica dos objetos sem, no entanto, estabelecer uma relação estreita entre,
a experiência prática vivida no processo de manipulação do objeto concreto e a reflexão
do e sobre o conceito matemático que está sendo trabalhado.
A proposta de trabalho com materiais didáticos concretos, na construção de
conceitos matemáticos, no ensino fundamental, à luz dos parâmetros curriculares
nacionais
Quando se fala em materiais didáticos concretos, na matemática, refere-se à
diversidade de objetos que são utilizados pelo professor em suas aulas, com a finalidade
de dar suporte à apresentação, organização e explicação dos conceitos matemáticos que
estão sendo trabalhados. Visa, prioritariamente, facilitar as relações estabelecidas entre,
o conhecimento, o aluno e o professor, mais especificamente, à melhoria dessas relações
para o processo de construção do conhecimento.
Ao abordar essa temática específica, os Parâmetros Curriculares Nacionais,
mostram que,
ao revelar a Matemática como uma criação humana, ao mostrar
necessidades e preocupações de diferentes culturas, em
diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações
entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do
presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver atitudes
e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento
matemático. (BRASIL, 1997)
Trabalhar os conceitos matemáticos requer uma abordagem que vincule seus
conteúdos e conceitos, aos contextos e realidades vivenciadas pelo aluno, ao longo da
sua história de vida e em seus diferentes momentos, passado e presente, propiciando ao
professor a possibilidade de superação dos preconceitos e, ao aluno, uma atitude mais
aberta para a construção de seus conhecimentos, nessa área. Segundo Pais (2000, p. 15),
“Devemos sempre estimular um constante vínculo entre manipulação de materiais e
situações significativas para o aluno”.
Se por um lado, as críticas ao ensino tradicional da matemática recaíram sobre a
predominância do formalismo, por outro, o uso de materiais didáticos concretos, para os
que defendem o ensino tradicional, transforma o ensino da matemática em uma prática
empírica e sem significado.
No entanto, entende-se que uma abordagem dos conceitos matemáticos que
mantenha o vínculo entre a manipulação de materiais didáticos concretos e situações
significativas para o aluno é capaz de gerar situações favoráveis ao entendimento de
conceitos matemáticos. Essa metodologia porém, exige uma melhor qualificação dos
professores.
Ao adotar a utilização de materiais didáticos concretos, os professores sofrem
certa pressão dos setores de produção desses objetos pedagógicos que motivados pelos
interesses comerciais e monetários, muitas vezes, criam uma falsa ideia de que todos os
problemas enfrentados pelo professor seriam superados, meramente pelo manuseio
desses materiais. Assim, cria-se a crença de que o manuseio de objetos concretos é um
recurso mágico para a compreensão dos conceitos matemáticos.
Para além dessa crença, o professor, no esforço cotidiano de ensinar os conceitos
matemáticos enfrenta os preconceitos existentes na sociedade, aos quais atribui grandes
dificuldades de assimilação e compreensão dos conteúdos dessa disciplina que abrange
todo o ensino básico. Diante do exposto, entende-se que depende da formação do
professor e das teorias que embasam a sua prática, a escolha que fará de utilizar ou não,
os recursos didáticos concretos.
Para complementação desta pesquisa foram realizadas atividades com material
didático concreto com alunos do 6°, 7° e 8° anos do Ensino Fundamental durante as
aulas de geometria, visando à confecção e a utilização de modelos concretos que
permitiam cada aluno descobrir e aprender os conceitos ou as propriedades geométricas
do conteúdo descrito a seguir. Na confecção desses modelos foi utilizado papel cartão,
EVA, folhas sulfite, trena, régua, etc. Observamos que todos os alunos puderam
confeccionar os jogos e objetos totalizando 140 alunos.
Concepção tradicional de ensino dos conceitos matemáticos
No ensino tradicional o adulto é considerado como um homem acabado,
"pronto" e, o aluno, um "adulto em miniatura", que precisa ser atualizado. O ensino é
centrado no professor. O aluno, apenas executa o que é mandado pelo professor e o que
pode ser fixado em sua memória, como os conceitos que são abordados. Segundo Aebli
(1978), os elementos fundamentais são as imagens estáticas que progressivamente serão
“impressas” nos alunos, cópias de modelos do exterior que serão gravadas nas mentes
individuais.
O ensino tradicional, para Snyder é ensino verdadeiro. Tem a pretensão de
conduzir o aluno até o contacto com as grandes realizações da humanidade:
obras-primas da literatura e da arte, raciocínios e demonstrações plenamente
elaborados, aquisições cientificas atingidas pelos métodos mais seguros. Dá-
se ênfase aos modelos, em todos os campos do saber. Privilegiam-se o
especialista, os modelos e o professor, elemento imprescindível na
transmissão de conteúdos. (SNYDER, 1974)
O conhecimento se dá pelo acúmulo de informações e o aluno aprende somente
os resultados desse processo, para que sejam armazenados. Assim, o aluno não pode
participar do processo e nem conhecê-lo.
Entretanto, a adoção dessa metodologia não tem apresentado bons resultados.
Isso se deve ao fato de o material teórico ser memorizado pelos alunos, por
meio de exercícios repetitivos, ser apresentado como simples lista de fatos e
fórmulas. Além disso, as aplicações, em grande maioria, não são relacionadas
à realidade dos alunos. Assim, os alunos aplicam mecanicamente os
procedimentos rotineiros, o que exige dos mesmos muito pouco raciocínio.
(CARVALHO, 2005)
Sabe-se que a escola se modifica, assim como todas as instituições, em um
processo dinâmico. Para a Matemática, os avanços tecnológicos aumentam a cada dia e
o ensino voltado para a educação vem alcançado maior ênfase nos dias atuais.
Concepção sócio-construtivista de ensino dos conceitos matemáticos
O uso de material na formação de conceitos é um método didático ativo por que
transforma a educação em um processo natural e considera o interesse do aluno e do
professor em participar, além de socializar. Quando o aluno consegue assimilar bem o
conhecimento, ele sente satisfação, prazer e confiança em si próprio. De acordo com
Medeiros há várias formas de trabalhar a Matemática e superar as dificuldades.
Materiais concretos manipuláveis tem a característica de atrair a atenção e o
interesse dos alunos e estudantes (mesmo adultos) propiciando uma
oportunidade de eles doarem-se para um momento de encontro com a
Matemática. (MEDEIROS, 2001, p. 98)
Através do objeto concreto, o professor passa a participar, diretamente com o
aluno, do aprendizado dentro da sala de aula, portando não se separa, nesse momento, a
instrução do aprendizado.
Segundo Piaget é óbvio que o educador continua indispensável, a título de
animador para criar situações e construir os dispositivos de partida suscetíveis
de presentar problemas úteis à criança e, em seguida, organizar
contraexemplos que forçam a reflexão e obrigam o controle de soluções mais
precoces: o que se deseja é que o mestre deixe de ser apenas um conferencista
e estimule a pesquisa e esforço, em lugar de contentar-se em transmitir os
problemas já solucionados. (PIAGET, 1974, p. 18)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática, do Ministério de
Educação e Cultura (MEC), falam a respeito da utilização de jogos em sala de aula
como recursos didáticos e ressaltam que esses,
constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que
estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na
elaboração de estratégias de resolução e problemas e busca de soluções.
Propicia a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e
imediatas, o que estimula o planejamento das ações. (BRASIL, 1998, p. 46)
O uso do de material didático concreto para obtenção de conceitos (abstratos)
ocorre em várias etapas e fases, como:
• Desenvolvimento de habilidades: desenvolve estratégias e a criatividade.
• Situações quotidianas: situações do dia a dia, desafiadoras e que necessitam
tomada de decisões.
• Raciocínio lógico dedutivo: essencial na construção de conceitos.
O ensino deverá assumir formas diversas no decurso do desenvolvimento e o
aluno aprende dependendo de estágios e de acordo com o relacionamento com o meio.
Para Piaget, as categorias de aprendizagens são:
a das ações enquanto conteúdos, quer dizer das ações não-
operatórias
ou de um sentido único (hábitos elementares);
a das ações enquanto formas, quer dizer das estruturas operatórias e
das formas de dedução que lhe são ligadas;
a das sucessões físicas (regulares ou irregulares), enquanto
conteúdos; finalmente d) a das formas aplicadas às sucessões físicas,
quer dizer da indução enquanto dedução aplicada à experimentação.
(Piaget, em Piaget e Greco, 1974, p. 57)
Significa dizer que os materiais concretos, por si só, não são capazes de gerar
análises, generalizações e construção de conceitos matemáticos. Eles servem para
provocar interesse pela disciplina, novas ideias e despertar o desafio à resolução de
cálculos e resultados.
Segundo os PCNs (1997, p. 42),
é consensual a idéia de que não existe um caminho que possa ser identificado
como único e melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular da
matemática. No entanto, conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala
de aula é fundamental para que o professor construa a sua pratica. Dentre
elas, destaca se a história da matemática, as tecnologias da comunicação e os
jogos como recursos que podem fornecer os contextos dos problemas, como
também os instrumentos para construção das estratégias de resolução.
A partir dessas reflexões, elaborou-se uma lista de atividades com base nos
PCNs e nos seguintes livros: “Tudo é Matemática: Ensino Fundamental 5ª série”
(DANTE, 2005), “A conquista da Matemática” (JR; CASTRUCCI, 2009) e sites onde
se encontram jogos como: “Pentaminó”, jogo para 2 jogadores e “Paixão pela
Matemática”. Tais atividades propiciam a utilização de materiais didáticos concretos
visando à construção de conceitos matemáticos. A seguir, a descrição das atividade e
algumas observações.
Atividade 01
Aula Prática: dividiu-se a classe do sexto, sétimo e oitavo anos, do Ensino Fundamental
em grupos de quatro alunos.
Materiais utilizados: caixinhas de leite longa vida, régua, trena, papel, lápis e borracha.
Atividade: sabemos que todo sólido geométrico tem três dimensões e que por isso é
chamado de figura tridimensional. Veja nos desenhos as três dimensões do
paralelepípedo:
Fig. 1 Fig. 2
Fonte: Tudo é Matemática: Ensino Fundamental 5ª série. (DANTE, 2005)
a) Qual é forma geométrica que ela possui?
b) Meça as três dimensões da figura e em seguida meça as medidas de sua sala de aula
(comprimento, altura e largura).
c) Compare as medidas da caixa com as medidas da sua sala.
Observações realizadas: nessa atividade, os alunos mediram as arestas do
paralelepípedo retângulo com régua e trena descobrindo o comprimento, a altura e a
largura. Os trabalhos se desenvolveram de forma satisfatória, com boa participação dos
alunos. Essa atividade foi desenvolvida em sala de aula no dia 19/06/12. O que os
alunos mostraram boa desenvoltura no manuseio dos materiais.
Atividade 02
Aula Prática: dividiu-se a classe do sexto, sétimo e oitavo anos, do Ensino Fundamental
em grupos de quatro alunos.
Materiais utilizados: caixa de sapato, régua, papel, lápis e borracha.
Atividade: uma caixa padrão de sapatos masculinos de adultos tem a forma de um bloco
retangular, cujas dimensões são?
Fig. 3 Fig. 4
Fonte: Tudo é Matemática: Ensino Fundamental 5ª série. (DANTE, 2005).
Cite todas as arestas: a)que medem 34 cm; b) que medem 19 cm e c) que medem 12
cm.
Observações realizadas: nessa atividade, os alunos mediram as arestas do
paralelepípedo retângulo, concretizada na caixa de sapatos, com a régua. Os trabalhos se
desenvolveram de forma satisfatória, com boa participação dos alunos. Essa atividade
foi desenvolvida na sala de aula no dia 19/06/12. Pôde-se observar que os alunos
mostraram boa desenvoltura no manuseio de materiais e na apropriação do conceito de
arestas.
Atividade 03
Jogo: Participam todos os alunos do sexto, sétimo e oitavo anos, do Ensino
Fundamental do jogo “Tangram”.
Objetivo do jogo: montar um quebra cabeça com as figuras dadas.
Objetivo pedagógico: utilizado para explorar as peças e identificar suas
formas. Materiais utilizados: cartolina ou EVA, canetinhas e tesoura.
Passos da atividade:
1° - O professor ou um aluno coloca o formato do quebra cabeça na
mesa.
2° - Cada aluno constrói seu quebra cabeça.
3° - A partir de um quadrado “ABCD” traça-se a sua diagonal “DB”, marca-se o seu ponto
médio “O” e traça-se uma perpendicular a “DB”, em “O” passando por “A”.
4° - Marcam-se os pontos médios, “M” de “DO” e “N” de “OB”.
5° - Marcam-se os pontos médios, “P” de “DC” e “Q” de “CB”. Traça-se o segmento
“PQ” e marca-se o seu ponto médio “R”.
6° - Após traçar os pontos solicitados, cada aluno recorta seu quebra cabeça, monta e
observa as figuras.
As figuras a seguir demonstram as diversas possibilidades que o aluno tem de
formar desenhos, ao montar o quebra cabeça.
Fig.5
Fig.6
Fig.7
Fonte: A conquista da Matemática 6° ano, (JR.; CASTRUCCI, 2009) e Tudo é Matemática: Ensino
Fundamental 5ª série. (DANTE, 2005).
Observações realizadas: Nesse jogo os alunos puderam conhecer o Tangram, um jogo
chinês muito antigo composto de cinco triângulos, um quadrado e um paralelogramo.
Os cinco triângulos são retângulos e isósceles. Essa aula ocorreu no dia 19/06/12.
Atividade 04
Jogo: participam os alunos do sexto, sétimo e oitavo anos, do Ensino Fundamental do
“Bingo das Figuras Geométricas”.
Objetivo do jogo: completar toda a cartela do bingo.
Objetivo pedagógico: trabalhar formas e nomes de figuras bidimensionais e
tridimensionais.
Materiais utilizados: cartelas contendo desenhos de figuras geométricas (planas e
espaciais), marcadores (fichas, botões), fichas com nomes das figuras geométricas
desenhadas nas cartelas e um saco de pano ou plástico de cor escura.
Passos da atividade:
1° - O professor ou um aluno coloca no saco as fichas com os nomes das figuras
geométricas.
2° - Cada aluno recebe uma cartela contendo desenhos de figuras geométricas.
3° - O professor ou aluno sorteia uma das fichas que está no saco e lê em voz alta o que
está escrito na ficha.
4° - Quem tiver, em sua cartela, o desenho da figura geométrica sorteada, coloca um
marcador sobre a mesma.
5° - O vencedor será aquele que primeiro preencher toda a cartela. Ao completar a
cartela ele deve dizer em voz alta “bingo”.
Fig. 8Fonte: Paixão pela Matemática. Disponível em: <http://paixaopelamatematica.blogspot.com.br/2010 /08/
bingo-das-figuraseometricas.html>. Acesso em: 09/06/2012.
Observações realizadas: nesse jogo os alunos puderam conhecer novas figuras
geométricas e o jogo ocorreu de forma bem participativa. Essa aula foi reservada para o
jogo que ocorreu no dia 21/06/12.
Atividade 05
Jogo: participam dois alunos do sexto, sétimo e oitavo anos, do Ensino Fundamental do
Jogo dos “Pentaminós”.
Objetivo do jogo: impedir que o adversário coloque a peça no tabuleiro.
Objetivo pedagógico: explorar as formas geométricas, propiciando o desenvolvimento
de habilidade de visualização, percepção espacial e análise.
Materiais utilizados: um tabuleiro quadrangular formado por 64 quadrados e os 12 tipos
de Pentaminós.
Passos da atividade:
1° - Deixar as 12 peças sobre a mesa.
2° - O jogador que iniciar o jogo deverá colocar a peça de modo que um dos cinco
quadrados que forma o Pentaminó fique sobre um dos quatro quadrados centrais do
tabuleiro.
3° - O próximo jogador escolhe uma das peças que está sobre a mesa e a coloca no
tabuleiro, tocando pelo menos um dos lados ou um dos cantos da peça colocada
anteriormente e assim sucessivamente.
4° - Vence quem colocar a última peça no tabuleiro, impedindo o adversário de
jogar. Modelo do tabuleiro:
Quadrados centrais do
tabuleiro.
Fig. 9
Modelo dos pentaminós:
Fig. 10
Simulação de jogo:
Fig. 12Fonte: Pentaminó jogo para 2 jogadores. Disponível em: <http://escolovar.org/mat_pentamino_jogo
2pessoas.htm>. Acesso em: 09/06/2012.
Observações realizadas: esse jogo é muito interessante, os alunos devem,
obrigatoriamente, cobrir pelo menos uma das quatro casas centrais do tabuleiro, em
torno do ponto central e, em seguida, cada peça deve ser colocada sobre o tabuleiro
devendo tocar pelo menos um lado da peça já colocada pelo outro colega. Com o jogo
trabalha-se com as formas geométricas, como formar um retângulo de certo tamanho
usando certo número de peças. Por exemplo, formar um retângulo de 5 x 10 utilizando
10 Pentaminós à sua escolha. O jogo foi realizado no dia 20/06/12.
Considerações Finais
A Matemática apresenta dificuldades, tanto para os alunos quanto para os
professores. Os alunos argumentam que não entendem os conteúdos e que não gostam
da matéria, uma vez que não vislumbram sua utilidade na vida cotidiana. Os professores
observam e relatam que os alunos são desinteressados e que demonstram pouca
motivação para o estudo. Essas situações provocam angústia nos docentes, pois aumenta
O Jogador 2 escolhe a peça e a coloca sobre o tabuleiro, tocando pelo menos um dos lados ou um dos cantos da peça que foi colocada anteriormente.
O Jogador 1 escolhe a peça e coloca um dos quadrados que a compõem sobre um dos quadrados centrais do tabuleiro.
o número de alunos aprovados, para as séries seguintes, que não conseguem
acompanhar os conteúdos e nem conhecem todos os blocos de conhecimentos da
matemática.
Com o estudo realizado para a elaboração desse artigo e com a aplicação das
atividades em turmas do sexto, sétimo e oitavo anos foi possível perceber um maior
envolvimento dos alunos quando expostos ao conhecimento matemático. No
desenvolvimento das atividades foram levados em conta os conhecimentos prévios dos
alunos, assim como, a relação dos conteúdos à sua vida cotidiana, tentando dessa forma,
resgatar o interesse deles no estudo da Ciência.
Também, ficou mais claro para o professor que é possível utilizar diversos
recursos em sala de aula, como o Método Sócio Construtivista, avançando rumo a um
ensino significativo, com metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem mais
próximas do cotidiano dos alunos, por meio de aulas práticas que utilizam materiais
didáticos concretos (objetos manipuláveis) e pela participação mais efetiva dos
docentes.
Embora, no âmbito educacional, ocorram discussões a favor e contra o uso de
materiais didáticos concretos no ensino da Matemática, ressalta-se que essa prática é
uma estratégia que pode auxiliar na metodologia de ensino e a consequente melhoria da
aprendizagem dos alunos. É mais um recurso didático que os professores podem
utilizar. No entanto, vale ressaltar que seu uso não exclui outras formalidades e
metodologias da Matemática como as demonstrações e os teoremas. Os alunos devem
ser encorajados a considerar situações do cotidiano, transferindo-as para representações
matemáticas (Aritmética, Álgebras, Geometria, gráficos, tabelas, diagramas, expressões
matemáticas, resolução de problemas, jogos, etc.), resolvendo e interpretando os
resultados com praticidade e organização.
É importante destacar que o professor de Matemática que pretende preparar
aulas desse tipo precisa de tempo para elaborar, planejar, definir materiais e analisar os
resultados alcançados pelo aluno e pelas turmas. Se atingir esse objetivo, o professor
obterá melhores resultados no seu trabalho e na aprendizagem dos alunos.
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