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Segunda aula Inclusão e Currículo PROFESSOR ANTONIO CARLOS DOS SANTOS EMAIL [email protected] CONCURSO DO MAGISTÉRIO DE GRAVATAÍ/2015 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CACHOEIRINHA, 25 DE MAIO DE 2015

Segunda Aula

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  • Segunda aulaIncluso e CurrculoPROFESSOR ANTONIO CARLOS DOS SANTOSEMAIL [email protected] DO MAGISTRIO DE GRAVATA/2015CONHECIMENTOS PEDAGGICOSCACHOEIRINHA, 25 DE MAIO DE 2015

  • SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introduo s teorias do currculo.As teorias do currculo procuram justificar a escolha de determinados conhecimentos e saberes em detrimento de outros, considerados menos importantes.

  • Para a teoria tradicional, o currculo deveria conceber uma escola que funcionasse de forma semelhante a qualquer empresa comercial ou industrial. Sua nfase estava voltada para a eficincia, produtividade, organizao e desenvolvimento. O currculo deve ser essencialmente tcnico e a educao vista como um processo de moldagem.

  • Na dcada de 1960 surgem as teorias crticas que questionam o status quo visto como responsvel pelas injustias sociais e procura construir uma anlise que permita conhecer no como se faz o currculo, mas compreender o que o currculo faz.Seguindo Althusser, a escola compreendida como aparelho ideolgico do Estado, que produz e dissemina a ideologia dominante atravs, principalmente, dos contedos.

  • Bowles e Gintis do nfase aprendizagem por meio da vivncia e das relaes sociais na escola que iro repercutir na formao de atitudes necessrias no mercado de trabalho capitalista.Bourdieu e Passeron desenvolvem o conceito de reproduo e capital cultural, onde a cultura dominante incorpora, introjeta e internaliza determinados valores dominantes atravs do currculo escolar.

  • Na dcada de 1970, o movimento de reconceitualizao, critica o currculo por consider-lo tecnocrtico.Na concepo fenomenolgica o currculo concebido como um lugar de experincia e como local de interrogao e questionamento da experincia.

  • A hermenutica contesta a existncia de um significado nico e determinado e defende a ideia de interpretao mltipla dos textos no s escritos, mas qualquer conjunto de significado. Na autobiografia, o currculo entendido de forma ampla, como experincia vivida. Aqui se entrelaam o conhecimento escolar, as histrias de vida e o desenvolvimento intelectual e profissional, permitindo a transformao do prprio eu.

  • Para Michael Apple, o currculo representa, de forma hegemnica, as estruturas econmicas e sociais mais amplas. Assim, o currculo no neutro, desinteressado. O conhecimento por ele corporificado um conhecimento particular. Importa saber qual conhecimento considerado verdadeiro.

  • Henry Giroux concebe o currculo como poltica cultural, sustentando que o mesmo no transmite apenas fatos e conhecimentos objetivos, mas tambm constri significados e valores sociais e culturais. V o currculo por meio dos conceitos de emancipao e libertao.

  • Paulo Freire critica o currculo existente atravs do conceito de educao bancria. Nesse contexto, o currculo tradicional est afastado da situao existencial das pessoas que fazem parte do processo de conhecer. O currculo deve conceber a experincia dos educandos como a fonte primria para temas significativos ou geradores.

  • Ao analisar as influncias da nova sociologia da educao sobre os estudos curriculares, Tomaz Tadeu da Silva salienta que a preocupao da mesma estava voltada para as questes de relao entre currculo e poder, entre a organizao do conhecimento e a distribuio do poder. O currculo visto como uma construo social.

  • Basil Bernstein analisa o currculo a partir de duas distines fundamentais: o currculo tipo coleo e o currculo integrado.

    Para o primeiro, as reas e os campos do conhecimento so organizados de forma isolada. No segundo, h uma diminuio das distines entre as reas do conhecimento.

  • O autor, ao abordar o currculo oculto, analisa-o como sendo aquele que, embora no faa parte do currculo escolar, encontra-se presente nas escolas atravs de aspectos pertencentes ao ambiente escolar e que influenciam na aprendizagem dos alunos.

    Na viso crtica, o currculo oculto forma atitudes, comportamentos, valores, orientaes etc., que permitem o ajustamento dos sujeitos s estruturas da sociedade capitalista

  • Na perspectiva das abordagens sobre diferena e identidade, o currculo multiculturalista se apresenta como uma possibilidade de abordagem e incluso dos grupos raciais e tnicos, pois representa um importante instrumento de luta poltica. A anlise crtica divide o currculo multiculturalista entre as concepes ps-estruturalista e materialista.

  • Para a primeira, a diferena um processo lingustico e discursivo. Para o materialismo de inspirao marxista, os processos institucionais, econmicos e estruturais, fortalecem a discriminao e desigualdades baseadas na diferena cultural.

  • As perspectivas crticas sobre relaes de gnero e pedagogia feminista passaram a ser questionadas por no levarem em considerao a questo de gnero e da raa no processo de produo e reproduo das desigualdades. Em relao ao currculo como narrativa tnica e racial, a questo central consistia em compreender e analisar os fatores que levavam ao fracasso escolar as crianas e jovens pertencentes a grupos tnicos e raciais minoritrios.Na perspectiva critica, o currculo lidaria com a questo da diferena como uma questo histrica e poltica, pois no importa apenas celebrar a diferena e a diversidade, mas question-la.

  • O movimento ps-moderno toma como referncia social a transio entre a modernidade iniciada com o Renascimento e Iluminismo e a psmodernidade iniciada na metade do sculo XX. Questiona as pretenses totalizantes de saber do pensamento moderno.

    Critica o sujeito racional, livre, autnomo, centrado e soberano da modernidade. Para o ps-modernismo, o sujeito no o centro da ao social. Ele no pensa, fala e produz: ele pensado, falado e produzido.

  • J a teoria ps-colonial d nfase ao hibridismo, mestiagem, entendendo a cultura nos espaos coloniais e ps-coloniais como uma complexa relao de poder onde ambas, dominadora e dominada so modificadas. Com as teorias criticas e ps-criticas, no podemos mais ver o currculo como algo inocente, desinteressado.

  • MACEDO, Lino. Ensaios Pedaggicos: como construir uma escola para todos. O autor, Lino de Macedo, educador brasileiro, professor de psicologia, pesquisa o desenvolvimento humano, a psicopedagogia e, com forte influncia de Piaget, aprofunda nesse livro os fundamentos da educao inclusiva, da diversidade, da reflexo e das competncias docentes.

  • Desde uma posio scio-cultural e pedaggica, apresenta duas dimenses pelas quais procede a escola: a seletiva e a inclusiva, sendo a primeira entendida como aquela que procede por semelhanas, excluindo as diferenas, e a outra, como a que procede pela diferena para inclu-la no processo de aprendizagem. Assim, ele procura situar o leitor frente a sua obra no seu carter de autor autorizado pela experincia.

  • Na sua viso de formao, procura incentivar os professores a assumir a autoria das experincias deles. A tomada de conscincia das aes permitiria a renovao dos compromissos e das responsabilidades como professores.

  • eixos fundamentais para refletir ese basear no momento de elaborar um projeto curricular:1. crtica escola fundamental;2. a possibilidade de construir uma escola inclusiva;3. os desafios para a prtica docente; 4. como devem aprender os professores e quais as competncias requeridas para contribuir com essa formao;5. que elementos novos devem ser destacados no planejamento escolar;

  • eixos fundamentais para refletir ese basear no momento de elaborar um projeto curricular:6. a perspectiva construtivista para superar problemas de aprendizagem; 7. formas de avaliao na escola; 8. o cotidiano na sala de aula; 9. a disciplina no processo educacional; 10. aspectos para elaborar um projeto curricular.

  • crtica escola fundamentalA crtica atual escola fundamental construda sobre a cultura das semelhanas e no nvel do devem ainda impregna o raciocnio e discurso docentes, embora o debate na sociedade seja por uma escola sustentada na cultura das diferenas

  • a possibilidade de construir uma escola inclusiva;

    escola inclusiva, o autor considera relevante a disciplina noprocesso educacional. Aps analisar, refletir e enumerar definies sobre a proposta dedisciplina na escola, permite-se propor uma (disciplina) com relao ao tempo, ao espao,aos objetos e aos relacionamentos de modo inter-relacional no processo de conhecimento.

  • A sua funo seria de mediadora no processo de conhecimento, estaria a servio dossentimentos e valores envolvidos, e assim possibilitaria o encontro subjetivo entre o que se e o que se pretende ser. Portanto, a formao da disciplina na criana envolve a norma, aatitude e o valor na realizao de atividades no cotidiano escolar.

  • os desafios para a prtica docente;Hoje, os professores querem aprender, e no s ensinar, pois no entendem esses momentos em separado. Indagando sobre essa questo, o autor considera importante o espao onde eles aprendem, a sala de aula, que o professor deve vivenciar tambm como aluno, aberto ao desconhecido e com a conscincia de que no sabe tudo e de que necessita formao pessoal e profissional permanentes.

  • como devem aprender os professores e quais as competncias requeridas para contribuir com essa formao;So consideradas trs formas de competncias: a) com relao a si mesmo, que, portanto, se realiza em qualquer contexto ou situao. Esse tipo de competncia favorece a cultura das semelhanas com quem as possui e a da excluso com quem no as possui. Representa a competncia adquirida e tambm a perdida;

  • b) com relao a um objeto, desde uma viso construtivista, considerando-se que os objetos representam um recurso que contribui na construo do conhecimento em certo contexto pessoal e sociocultural de uso para uma certa realizao. Esse recurso se manifesta em funo do uso que o aluno ou professor possa dar quanto ao que ele assimilou do mximo que ele oferece (um exemplo atual pode ser o computador);c) do sujeito em termos relacionais, que se expressa nas mais variadas situaes da vida cotidiana e escolar.

  • AtenoEm situaes prticas, fcil confundir competncia com habilidade, e o autor chama a ateno para essa diferena: a competncia uma habilidade de ordem geral, enquanto a habilidade uma competncia de ordem particular, especfica (p. 71). Na perspectiva relacional, h a necessidade da habilidade tanto quanto da competncia.

  • competncia relacionalSegundo o autor, aquela que, saiba lidar, num determinado espao de tempo, com diferentes fatores, em diferentes nveis. Permitindo mobilizar-se e mobilizar outros para a aprendizagem no contexto da pedagogia diferenciada, que acolhe crianas ricas e pobres, com ou sem problemas de aprendizagem, com cores, raas e condies fsicas diversas

  • O professor competente , ter criatividade, inventividade, criticidade, mobilidade e fazer uso de esquemas que permitam organizar o pensamento, as aes e condutas que possibilitem experincias fsicas, sociais e lgico-matemticas. Saber o como e o porqu do agir do professor que orientem as atividades racionalmente.

  • o cotidiano na sala de aula;No dia-a-dia da escola, acredita-se que o professor deva administrar bem o tempo e o espao escolar, o ritmo, as narrativas, os imprevistos, os obstculos, selecionar bem os objetivos e tarefas escolares, dosar os contedos, construir a convivncia. O fazer em sala de aula envolve antecipao, regulao e observao, procedimentos necessrios para o planejamento do semestre e ano letivos. (Mtodo construtivista piagetiano)

  • formas de avaliao na escola;

    Avaliar, por intermdio de inferncias possibilitadas por indicadores, permite uma mudana de atitude.As funes da avaliao so: selecionar, diagnosticar, antecipar, orientar, certificar e regular um processo de desenvolvimento do conhecimento, da aprendizagem por parte da criana. Essas funes realizam-se de maneira complementar e indissocivel e permitem orientar as tenses durante a aprendizagem.

  • BEYER, Hugo Otto. Incluso e avaliao na escola: de alunos com necessidades educacionais especiaisO papel do professor especializado, nesse sentido, se d em parceria com professor da escola regular para atender as necessidades e potencialidades peculiares, de cada aluno, dentro do ensino regular.A proposta de educao desenvolvida no livro que o ensino necessita ser individualizado, no no atendimento, mas na elaborao dos objetivos, da didtica e do processo de avaliao. Nesse mbito, as aes pedaggicas podem e devem ser desenvolvidas no contexto de sala de aula.

  • O enfoque do livro sobre a avaliao de pessoas com necessidades especiais no tem o intuito classificatrio, mas inspira-se na teoria da zona de desenvolvimento real e proximal de Vygotsky, no sentido de verificar no apenas as condies atuais do desempenho escolar da criana, mas as habilidades que esto emergentes. Nesse sentido, salienta que se faz necessrio contextualizar o ambiente scio-afetivo da criana. A avaliao, assim, serve para favorecer o processo de incluso no sentido de oferecer dados que informem a necessidade de apoio e de todas as variveis que inferem no processo de ensino-aprendizagem.

  • MANTOAN, Maria Teresa Egler. Incluso Escolar: o que ? Por qu? Como fazerINCLUSO ESCOLAR: O QUE ?Integrao ou incluso?O processo de integrao ocorre dentro de uma estrutura educacional que oferece ao aluno a oportunidade de transitar no sistema escolar da classe regular ao ensino especial. Trata-se de uma concepo de insero parcial, porque o sistema prev servios educacionais segregados.

  • A integrao escolar pode ser entendida como o especial na educao, ou seja, a justaposio do ensino especial ao regular, ocasionando um inchao desta modalidade, pelo deslocamento de profissionais, recursos, mtodos e tcnicas da educao especial s escolas regulares.

  • Quanto incluso, esta questiona no somente as polticas e a organizao da educao especial e da regular, mas tambm o prprio conceito de integrao. Ela incompatvel com a integrao, pois prev a insero escolar de forma radical, completa e sistemtica. Todos os alunos, sem exceo, devem frequentar as salas de aula do ensino regular.

  • Por tudo isso, a incluso implica uma mudana de perspectiva educacional, pois no atinge apenas alunos com deficincia e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.

  • INCLUSO ESCOLAR: POR QU?A incluso total e irrestrita uma oportunidade que temos para reverter a situao da maioria de nossas escolas, as quais atribuem aos alunos as deficincias que so do prprio ensino ministrado por elas sempre se avalia o que o aluno aprendeu, o que ele no sabe, mas raramente se analisa o que e como a escola ensina, de modo que os alunos no sejam penalizados pela repetncia, evaso, discriminao, excluso, enfim.

  • O direito diferena nas escolas desconstri, portanto, o sistema atual de significao escolar excludente, normativo, elitista, com suas medidas e seus mecanismos de produo da identidade e da diferena.

  • INCLUSO ESCOLAR: COMO FAZER? Recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo o ensino para todos. Reorganizar pedagogicamente as escolas, abrindo espaos para que a cooperao, o dilogo, a solidariedade, a criatividade e o esprito crtico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionrios e alunos, porque so habilidades mnimas para o exerccio da verdadeira cidadania.

  • Garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender, bem como um ensino que no segrega e que reprova a repetncia.Formar, aprimorar continuamente e valorizar o professor, para que tenha condies e estmulo para ensinar a turma toda, sem excluses e excees.

  • STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Incluso: um guia para educadores. Uma escola inclusiva aquela que educa todos os alunos em salas de aula regulares. Educar todos os alunos, significa que todo aluno recebe educao e frequenta aulas regulares. Tambm significa que todos os alunos recebem oportunidades educacionais adequadas, que so desafiadoras, porm ajustadas s suas habilidades e necessidades. o local onde todos fazem parte, todos so aceitos, todos ajudam e so ajudados por seus colegas.

  • Renovao escolar e reestruturao da escola a necessidade de transformar as escolas pblicas em instituies acolhedoras e sensveis, capazes de responder de maneira humana e eficiente s necessidades e habilidades especficas de todos os alunos