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CAPÍTULO 5 ARRANJO FÍSICO A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Definir o layout dos ambientes de trabalho, integrando às normas de segurança e saúde no trabalho a habilidades de leitura e interpretação de plantas, croquis, projetos de acessibilidade, condições sanitárias, de conforto e de sinalização. 3 Aplicar normas e procedimentos para armazenamento, manuseio, movimentação e transporte, inclusive de produtos perigosos, considerando normas técnicas e legislações específicas, tais como de trânsito e ambiental, entre outras.

SEGURANC DO TRABALHO V

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SEGURANC DO TRABALHO V

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  • CAPTULO 5ArrAnjo Fsico

    A partir da perspectiva do saber fazer, neste captulo voc ter os seguintes objetivos de aprendizagem:

    3 Definir o layout dos ambientes de trabalho, integrando s normas de segurana e sade no trabalho a habilidades de leitura e interpretao de plantas, croquis, projetos de acessibilidade, condies sanitrias, de conforto e de sinalizao.

    3 Aplicar normas e procedimentos para armazenamento, manuseio, movimentao e transporte, inclusive de produtos perigosos, considerando normas tcnicas e legislaes especficas, tais como de trnsito e ambiental, entre outras.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    O planejamento adequado do layout

    gera um ambiente de trabalho produtivo,

    auxilia na minimizao de problemas

    comuns encontrados nas empresas, como, perda de produtividade, acidentes de

    trabalho, custos, desconforto. Dessa forma, possvel

    evidenciar melhoria no atendimento e aumento da

    produo, usando os mesmos recursos, simplesmente pela racionalizao do

    fluxo de pessoas e/ou materiais.

    contextuAlizAoCom a produtividade cada vez mais acelerada e a mecanizao dos

    equipamentos dentro dos setores empresariais, fundamental a necessidade de se aprimorar ferramentas de gesto de segurana que assegurem a integridade fsica do trabalhador.

    Um ambiente de trabalho organizado, com setores previamente definidos, seguindo uma linha de produo eficiente, propicia a minimizao de acidentes e a integrao entre os setores, afetando diretamente os custos e desperdcios de tempo para a realizao das atividades.

    Os equipamentos mecanizados surgiram para facilitar e agilizar o processo de produo, no podem tornar-se inimigos da segurana, porm quando usados com cautela e gesto de segurana, o ambiente de trabalho resguardado.

    LAYOUTPodemos encontrar na literatura vrias formas de descrevermos o arranjo

    fsico, que tambm pode ser chamado de layout ou leiaute. Basicamente podemos descrev-lo como sendo a maneira ou a disposio em que se encontram as mquinas, as pessoas e as estaes no ambiente de produtivo.

    O layout deve ser utilizado como ferramenta de gesto na segurana e pode ser utilizado tanto nos setores novos quanto nos existentes. O planejamento adequado do layout gera um ambiente de trabalho produtivo, auxilia na minimizao de problemas comuns encontrados nas empresas, como, perda de produtividade, acidentes de trabalho, custos, desconforto. Dessa forma, possvel evidenciar melhoria no atendimento e aumento da produo, usando os mesmos recursos, simplesmente pela racionalizao do fluxo de pessoas e/ou materiais.

    O arranjo fsico (layout) uma ferramenta que possibilita a integrao das linhas de produo de servios ou produtos e que tem o objetivo de uma relao eficiente e econmica entre os processos.

    Segundo Couto (1996), o layout o resultado final de um estudo sistemtico que procura uma combinao tima de todas as instalaes, materiais e pessoas que concorrem para a fabricao de um produto ou para a execuo de um servio, dentro de um espao disponvel.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    Os responsveis pela elaborao do arranjo fsico necessitam ter conhecimento dos procedimentos produtivos da empresa, das mquinas existentes, manuseio e movimentao de materiais, ergonomia e segurana do trabalho.

    Os objetivos de um bom layout so:

    evitar riscos de acidentes e incidentes;

    evitar doenas ocupacionais;

    melhorar as condies ambientais;

    aumentar a motivao e a satisfao dos trabalhadores;

    melhorar a ocupao dos espaos;

    aumentar a produo;

    reduzir os custos indiretos;

    reduzir o tempo de manufatura;

    melhorar a utilizao do equipamento e da mo de obra;

    reduzir a movimentao e o manuseio de materiais;

    melhorar a superviso;

    diminuir os congestionamentos;

    melhorar a qualidade;

    melhorar a flexibilidade. Ao planejar e executar um arranjo fsico se faz necessrio atentar para

    itens fundamentais para a eficincia da disposio. O ser humano necessita de espao para trabalhar, isto , deve-se prever rea para movimentao do corpo e em volta da mquina. Todavia, no podemos criar grandes distncias entre o trabalhador e suas necessidades, tais como, matria-prima, mquinas, equipamentos, etc.

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Quando existir em um local algum fator que comprometa a produtividade, este dever ser previsto no planejamento do arranjo fsico e neutralizado e/ou minimizado. Fatores como: rudos elevados, calor excessivo e odores desagradveis podem afetar a produtividade, a concentrao e o conforto do trabalhador.

    Outro fator importante no momento de elaborar um layout observar a iluminao do local, pois a deficincia ou o excesso de iluminao do ambiente de trabalho pode causar fadiga e desconforto.

    So diversos os objetivos da realizao de um bom arranjo fsico. Segundo Slack e colaboradores(1999), os objetivos de um bom arranjo fsico compreendem:

    Segurana: se existir algum processo que possa representar perigo, este deve estar devidamente sinalizado e no acessvel a pessoas no autorizadas.

    Extenso do fluxo: todo o fluxo de materiais, informaes ou clientes deve estar canalizado a atender os objetivos da operao, significando minimizar distncias a serem percorridas.

    Clareza de fluxo: todo o fluxo deve ser sinalizado de forma clara e visvel.

    Conforto da mo de obra: o arranjo fsico deve prover um ambiente de trabalho arejado, agradvel e iluminado.

    Coordenao gerencial: a superviso deve ser facilitada para a localizao

    ou visualizao da mo de obra e dispositivos de comunicao. Acesso: todas as mquinas, equipamentos e instalaes devem estar

    acessveis para manuteno e limpeza. Uso de espao: o espao fsico de toda operao deve estar de acordo

    com o propsito a que se destina.

    Flexibilidade de longo prazo: os arranjos fsicos devem ser estudados e alterados periodicamente medida que as necessidades da operao mudem.

    Podemos classificar o arranjo fsico em cinco tipos bsicos, segundo Slack e colaboradores (1997) e Martins e Laugeni (2005):

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    Arranjo fsico posicional: o layout aplicado quando o produto fica esttico, enquanto os colaboradores, mquinas e equipamentos movimentam-se ao seu redor, executando as tarefas necessrias para sua produo. Geralmente utilizado na fabricao de um nico produto, em quantidades no repetitivas, como ilustrado na Figura 73, nas montagens de avies, navios, prdios e montagens de grandes mquinas.

    Figura 73 - Arranjo fsico posicional

    Fonte: Schmidt (2007).

    Arranjo fsico por processo: quando todos os recursos similares da operao so mantidos juntos. Geralmente utilizado quando a variedade de processos relativamente alta. Exemplo: em um supermercado, enlatados so disponibilizados juntos, facilitando a reposio.

    Figura 74 - Arranjo fsico por processo

    Fonte: Schmidt (2007).

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Arranjo fsico celular: quando os recursos necessrios para uma classe particular de produtos so agrupados juntos. Por exemplo: maternidades em hospitais.

    Figura 75 - Arranjo fsico celular

    Fonte: Schmidt (2007).

    Arranjo fsico por produto ou em linha: quando os recursos de transformao seguem uma sequncia especfica para a melhor convenincia do produto ou servio. Por exemplo: um restaurante self- service, quando a sequncia de servios requeridos pelo cliente (entrada, prato principal, sobremesa, bebida) comum para todos os clientes. Mas o arranjo fsico auxilia tambm a manter o controle sobre o fluxo de clientes.

    Figura 76 - Arranjo fsico em linha

    Fonte: Schmidt (2007).

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    Arranjos fsicos mistos: quando operaes combinam elementos de alguns ou de todos os tipos bsicos de arranjo fsico em diferentes partes da operao. Por exemplo: um complexo de restaurantes com trs tipos diferentes de restaurantes (um la carte, um tipo buffet e outro tipo bandejo) e uma cozinha que serve aos trs.

    Figura 77 - Arranjo fsico misto

    Fonte: Schmidt (2007).

    Os arranjos fsicos apresentados anteriormente influenciam diretamente no fluxo de trabalho, por isso a necessidade de se fazer o planejamento, pois afetam diretamente o conforto e a segurana dos trabalhadores.

    Atividade de Estudos:

    Adaptado de Lus Csar Gonalves de Arajo: Organizao, Sistemas e Mtodos e as Ferramentas de Gesto Organizacional (2006).

    De posse das informaes abaixo e utilizando o grfico da situao atual, esboce uma proposta de arranjo fsico para a diretoria

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    da empresa. Considere os 18 movimentos como corretos. Apenas proponha um novo arranjo fsico, justificando a sua resposta:

    DEPARTAMENTO DE RECEBIMENTO

    1. A mercadoria pedida d entrada no departamento de recebimento. Carolina, recepcionista do andar, recebe a mercadoria.

    2. A recepcionista do andar leva a mercadoria at o balco.

    3. Csar, balconista, recebe a mercadoria e leva-a ao conferente, digita, identifica o pedido e confere a mercadoria com o pedido.

    4. A mercadoria, com a nota fiscal, enviada ao funcionrio Lus, que confere e assina o canhoto da NF.

    5. A mercadoria e a NF so enviadas funcionria Andra, que verifica a soma da NF.

    6. A mercadoria e a NF so entregues funcionria Adriana, que confere os valores da nota com o pedido. Abre o arquivo correspondente e transmite os dados unidade competente.

    7. Toda a documentao levada ao gerente, que redige a autorizao de pagamento.

    8. A autorizao de pagamento encaminhada ao funcionrio, que faz a correspondente digitao, imprime e passa ao assistente.

    9. O assistente l e verifica. Quando no h erros, a autorizao levada ao gerente.

    10. O gerente recebe a autorizao, confere e assina. Manda, ento, a autorizao com os dados necessrios para a funcionria Amanda.

    11. A funcionria Amanda recebe, digita um formulrio de autorizao de pagamento e envia para a supervisora Alessandra, com a autorizao assinada pelo gerente.

    12. A supervisora Alessandra recebe, confere e assina o formulrio e a autorizao, enviando-os para Vnia, auxiliar de escritrio.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    13. Vnia recebe o formulrio e a autorizao, carimba as cpias e o original e leva com a mercadoria para Csar, o conferente.

    14. Csar separa duas vias, grampeia e leva para o arquivista todas as vias, autorizao e mercadoria.

    15. Juarez, o arquivista, recebe e separa as cpias grampeadas. Grampeia uma cpia na mercadoria.

    16. feito o arquivamento fsico de duas cpias.

    17. As outras duas cpias e a autorizao so enviadas recepcionista do andar, com a mercadoria.

    18. Adriana, ento, encaminha as cpias e a autorizao tesouraria e a mercadoria ao almoxarifado.

    SITUAO ATUAL:

    ARRANJO FSICO

    Fonte: Adaptado Arajo (2006).

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    A sinalizao representa uma

    ferramenta importante na preveno de

    acidentes. Integradas a ela esto s cores que juntas alertam

    os trabalhadores dos riscos encontrados no ambiente de trabalho.

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    cor, sinAlizAo e rotulAgem dos mAteriAisA sinalizao representa uma ferramenta importante na preveno de

    acidentes. Integradas a ela esto s cores que juntas alertam os trabalhadores dos riscos encontrados no ambiente de trabalho.

    Este procedimento, com o uso de EPCs e EPIs, obtm resultados importantes para a neutralizao de acidentes, sendo assim, no devemos utilizar somente um mtodo como alternativa, e sim um conjunto de ferramentas com o objetivo de neutralizar os acidentes de trabalho. A sinalizao ainda um procedimento pouco utilizado.

    Com o objetivo de complementar a segurana dentro do ambiente de trabalho e criar parmetros de segurana, utilizados em algumas indstrias, principalmente nas pequenas e microempresas, a NR 26 - Sinalizao de Segurana - tem por objetivo determinar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para a preveno de acidentes sempre que necessitarmos identificar uma mquina ou equipamento, delimitar reas de trabalho e circulao, canalizaes e advertir contra os riscos inerentes ao local de trabalho.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    Leitura complementar

    ABNT NBR 6503 - Cores.

    ABNT NBR 7195 - Cores para segurana.

    preciso atentar para o fato de que a sinalizao atravs de cores pode provocar distrao, confuso ou fadiga no trabalhador, por isso, devemos usar este recurso com cautela. Segundo Costalonga e colaboradores (2010), existem formas de sinalizao para situaes permanentes e temporrias:

    A sinalizao deve ser permanente para:

    proibies; avisos;

    obrigaes;

    meios de salvamento ou de socorro;

    equipamento de combate a incndio;

    assinalar recipientes e tubulaes;

    riscos de choque ou queda;

    vias de circulao;

    telefones de emergncia;

    sada de emergncia.

    A sinalizao deve ser temporria para:

    isolar locais de acidentes;

    delimitar rea de procedimentos de riscos.

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Segundo a PUC (2011), pode-se dividir as cores de alerta da seguinte forma, quanto ao seu uso, seguindo a NBR 7195:

    Figura 78 - Disposio quanto ao uso das cores

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28 out. 2012.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    As cores auxiliam tambm para a identificao do

    potencial de risco das substncias qumicas, que pode ser verificada atravs do mtodo do Diamante de Hommel.

    Os produtos qumicos devem ser classificados quanto aos perigos para a segurana e a sade dos trabalhadores de acordo com os critrios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificao e Rotulagem de Produtos Qumicos (GHS), da Organizao das Naes Unidas.

    Podemos encontrar a NR 26 no site:

    http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm

    As sinalizaes e cores tambm so encontradas nas rotulagens preventivas que, segundo a NR 26, devem conter:

    identificao e composio do produto qumico;

    pictograma(s) de perigo;

    palavra de advertncia;

    frase(s) de perigo;

    frase(s) de precauo;

    informaes suplementares.

    As cores auxiliam tambm para a identificao do potencial de risco das substncias qumicas, que pode ser verificada atravs do mtodo do Diamante de Hommel. Nesse caso, no ser evidenciado o produto qumico, e sim indicado o risco envolvendo o produto qumico em questo.

    Esse mtodo apresenta um quadro, visualizado na Figura 79, em que as cores indicam a propriedade do produto qumico em relao sade, inflamabilidade e reatividade. O quadro possui quatro cores bsicas (azul, vermelha, amarela e branca), sendo preenchido por nmeros de 0 a 4 para determinar a gradao do risco. As cores indicam:

    Vermelha: inflamabilidade;

    Azul: riscos sade;

    Amarela: reatividade;

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Branca: riscos especiais.

    Figura 79 - Quadro do mtodo do Diamante de Hommel

    Fonte: SESI - Bahia (2008).

    VERMELHA (INFLAMABILIDADE) - Riscos:

    4 - Gases inflamveis, lquidos muito volteis, materiais pirotcnicos;

    3 - Produtos que entram em ignio temperatura ambiente;

    2 - Produtos que entram em ignio quando aquecidos moderadamente;

    1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignio;

    0 - Produtos que no queimam.

    AZUL (RISCOS SADE) - Riscos:

    4 - Produto letal;

    3 - Produto severamente perigoso;

    2 - Produto moderadamente perigoso;

    1 - Produto levemente perigoso;

    0 - Produto no perigoso ou de risco mnimo.

    AMARELA (REATIVIDADE) - Riscos:

    4 - Capaz de detonao ou decomposio com exploso temperatura ambiente;

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    3 - Capaz de detonao ou decomposio com exploso quando exposto fonte de energia severa;

    2 - Reao qumica violenta possvel quando exposto a temperaturas e/ou presses elevadas;

    1 - Normalmente estvel, porm pode se tornar instvel quando aquecido;

    0 - Normalmente estvel.

    BRANCA (RISCOS ESPECIAIS) - Riscos:

    OXY Oxidante forte;

    ACID cido forte;

    ALK Alcalino forte;

    Evite o uso de gua;

    Radioativo.

    Para acesso aos ttulos das normas tcnicas, consulte ABNT no endereo eletrnico http://www.abnt.org.br.

    fundamental, junto a todas as ferramentas executadas para prevenir o acidente, que se faa o treinamento dos trabalhadores, a fim de que possam:

    Compreender a rotulagem preventiva e a ficha com dados de segurana do produto qumico.

    Conhecer os perigos, riscos, medidas preventivas para o uso seguro e procedimentos para atuao em situaes de emergncia com o produto qumico.

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Atividades de Estudos:

    1) A partir das figuras abaixo e baseado(a) no que apresenta a NBR 7195 sobre a disposio das cores, descreva o que cada placa quer nos dizer:

    _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________

    2) Pesquise o composto do agente qumico indicado e preencha a placa atravs do mtodo de DIAMANTE de HOMMEL para:

    a) O cido sulfrico.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    Todos os equipamentos

    utilizados para a movimentao de

    pessoas e materiais devem seguir as recomendaes estabelecidas pela NR 11.

    trAnsporte, movimentAo, ArmAzenAgem e mAnuseio de mAteriAis

    Todos os equipamentos utilizados para a movimentao de pessoas e materiais devem seguir as recomendaes estabelecidas pela NR 11. So obrigaes referentes segurana durante a operao de elevadores, guindastes, transportadores industriais e mquinas transportadoras.

    Podemos encontrar a NR 11 no site:

    http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm

    Para que sejam evitados acidentes durante a operao de elevadores e monta-carga, que so equipamentos utilizados principalmente em indstrias, preciso seguir alguns procedimentos relevantes.

    Os elevadores de carga, sejam eles de pessoas sejam somente de materiais, visualizados na Figura 80, devem possuir base nivelada e concretada, para que a torre e o guincho permaneam alinhados. Dever ter o acesso torre totalmente isolado e automatizado para que quando o elevador no estiver no mesmo nvel do pavimento seja impossibilitado de abrir as cancelas.

    A distncia entre a roldana livre (polia louca) e o guincho dever ser entre 2,5m a 3m e estar totalmente protegida.

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    RTP 02- Movimentao e Transporte de Materiais e Pessoas - Elevadores de Obra. FUNDACENTRO.

    Figura 80 - Elevador de Carga e Pessoas

    Fonte: FUNDACENTRO RTP 02 (2001).

    Equipamentos utilizados para movimentao de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, entre outros, devero ter seu clculo prvio, a fim de serem executados com resistncia s cargas solicitadas e garantir a segurana durante as atividades envolvendo movimentao de materiais.

    Com o entendimento de ampliarmos o conhecimento em transporte, orientamos complementar o estudo deste captulo com as referncias:

    ABNT NBR 5418 - Instalaes eltricas em atmosferas explosivas.

    ABNT NBR 6327 - Cabo de ao para uso geral: requisitos mnimos.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    ABNT NBR 7500 - Identificao para transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos.

    ABNT NBR 9518 - Equipamentos eltricos para atmosferas explosivas.

    ABNT NBR 11900 - Extremidades de laos de cabos de ao.

    ABNT NBR 13541 - Movimentao de carga: lao de cabo de ao: especificao.

    ABNT NBR 13542 - Movimentao de carga: anel de carga.

    ABNT NBR 13543 - Movimentao de carga: laos de cabo de ao: utilizao e inspeo.

    ABNT NBR 13544 - Movimentao de carga: sapatilho para cabo de ao.

    ABNT NBR 13545 - Movimentao de carga: manilhas.

    Captulo V do Ttulo II da CLT - Refere-se Segurana e Medicina do Trabalho.

    Um dos principais componentes dos equipamentos de movimentao so os cabos de ao, cordas, correntes, roldanas, ganchos e travamentos. Estes devero ser inspecionados periodicamente com a finalidade de detectar qualquer eventualidade que possa acarretar um acidente durante a atividade.

    Segundo SESI-Bahia (2008), os cabos, correntes e outros meios de suspenso ou trao e suas conexes devem ser previamente certificados por organismo credenciado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial) ou por instituio certificadora internacional.

    Os cabos devem ser inspecionados quanto bitola correta a ser utilizada e sua fixao (Figura 81). Devem ser utilizados, para a garantia de resistncia e a segurana, os esticadores (Figura 82).

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Voc pode encontrar a RTP 02 atravs do site:

    http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CERS-01&C=1167&menuAberto=196

    As inspees peridicas devem ser realizadas por uma pessoa qualificada e com experincia, de forma visual, para detectar possveis danos no cabo de ao que possam causar riscos durante o uso, tais como:

    distores no cabo: dobras, amassamentos, alongamento do passo, gaiola de passarinho, perna fora de posio ou alma saltada;

    corroso em geral;

    pernas rompidas ou cortadas;

    nmero, distribuio e tipo de ruptura dos arames visveis.

    Figura 81 - Forma correta de fixao

    Fonte: FUNDACENTRO RTP 02 (2001).

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    Todos os equipamentos de

    movimentao, sejam eles motorizados ou no, somente devem ser operados por um profissional treinado e este, aps estar qualificado, deve

    possuir a funo na carteira de trabalho,

    que ter a durao de 1 (um) ano.

    Figura 82 - Tipos de esticadores

    Fonte: FUNDACENTRO RTP 02 (2001).

    Todos os equipamentos devem ter fixada a sua estrutura a placa indicativa da carga mxima permitida para aquele tipo de mquina.

    Todos os equipamentos de movimentao, sejam eles motorizados ou no, somente devem ser operados por um profissional treinado e este, aps estar qualificado, deve possuir a funo na carteira de trabalho, que ter a durao de 1 (um) ano. A utilizao dos equipamentos somente deve ocorrer durante o horrio de trabalho.

    Todo equipamento de transporte motorizado deve possuir sinal de advertncia sonora (alarme sonoro) e, quando utilizado em local fechado ou pouco ventilado, faz-se necessrio o controle das concentraes da emisso de gases txicos acima dos limites de tolerncia.

    A movimentao de cargas onde circulam pessoas deve ser sinalizada e delimitada, inclusive quando se trata de iamento de cargas, o local abaixo do iamento da carga deve estar isolado, sendo proibido qualquer passagem durante as atividades.

    O empilhamento de materiais pode se dar de forma mecanizada (empilhadeiras e esteiras rolantes) ou manual, porm com as seguintes caractersticas, segundo a NR 11:

    lance nico de degraus com acesso a um patamar final;

    a largura mnima de 1,00m (um metro), apresentando no patamar as dimenses mnimas de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro) e a altura mxima, em relao ao solo, de 2,25m (dois metros e vinte e cinco centmetros);

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    dever ser guardada proporo conveniente entre o piso e o espelho dos degraus, no podendo o espelho ter altura superior a 0,15m (quinze centmetros), nem o piso largura inferior a 0,25m (vinte e cinco centmetros);

    dever ser reforada, lateral e verticalmente, por meio de estrutura metlica ou de madeira que assegure sua estabilidade;

    dever possuir, lateralmente, um corrimo ou guarda-corpo na altura de 1,00m (um metro) em toda a extenso;

    perfeitas condies de estabilidade e segurana, sendo substituda imediatamente a que apresente qualquer defeito.

    A forma de armazenagem dos materiais um fator que deve ser previsto durante o planejamento do layout e deve seguir algumas recomendaes.

    O piso no pode estar escorregadio ou molhado, deve ser nivelado, suportar a carga para a qual foi calculado e organizado.

    O empilhamento deve ocorrer de forma a no obstruir portas, sadas de emergncia, extintores e hidrantes, dificultar a iluminao e deve ser armazenado pelo menos 50 cm afastado das estruturas laterais do prdio.

    ABNT NBR 7500 - Identificao para o transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    Atividade de Estudos:

    1) Para a foto abaixo, encontre os riscos que podem provocar um acidente ao trabalhador. Utilize como auxlio a RTP 02, a NR 11 e a NR 18.

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    Para que os trabalhadores

    tenham o mnimo de conforto e segurana

    no ambiente de trabalho, necessrio estabelecer requisitos

    que devem ser implantados na

    estrutura (edificao) em que esto localizadas as

    atividades.

    segurAnA nAs ediFicAesPara que os trabalhadores tenham o mnimo de conforto e segurana

    no ambiente de trabalho, necessrio estabelecer requisitos que devem ser implantados na estrutura (edificao) em que esto localizadas as atividades.

    Para isso foi criada a NR 8, que a norma regulamentadora cujo objetivo dispor sobre os requisitos tcnicos mnimos que devem ser observados nas edificaes para garantir segurana e conforto aos que nelas trabalham. A NR 8 tem sua existncia jurdica assegurada, em nvel de legislao ordinria, nos artigos 170 a 174 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). (SESI-BAHIA, 2008).

    Podemos encontrar a NR 08 no site:

    http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm

    O projeto das instalaes deve prever o p direito conforme o plano diretor do rgo competente.

    Deve ser projetado um local que no apresente piso irregular, visto que podem prejudicar a movimentao de pessoas e materiais e a aberturas que necessitem permanecer abertas devem ser protegidas, impossibilitando a queda de pessoas e objetos.

    Quando necessitar desnvel no local de trabalho, ele deve ser dotado de rampas ou escadas, que necessitam ser calculadas para resistir ao trnsito de pessoas e materiais. No podemos esquecer, como j foi visto no captulo anterior, que o sistema de escadas e rampas deve ser provido de sistema de guarda corpo (rodap, travesso intermedirio e travesso principal) e piso antiderrapante.

    Os andares acima do solo (terraos, balces, compartimentos para garagens e outros) que no forem vedados por paredes externas, devem dispor de guarda corpo de proteo contra quedas que esteja de acordo com os seguintes requisitos:

    ter altura de 0,90 m, no mnimo, a contar do nvel do pavimento;

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    quando forem vazados, os vos do guarda corpo devem ter, pelo menos, uma das dimenses igual ou inferior a 0,12 m;

    ser de material rgido e capaz de resistir ao esforo horizontal de 80 kg/m2 aplicado no seu ponto mais desfavorvel.

    Segundo a NR, as partes externas, bem como todas as partes que separam unidades autnomas de uma edificao, ainda que no acompanhem a estrutura, devem obrigatoriamente observar as normas tcnicas oficiais relativas resistncia ao fogo, isolamento trmico, isolamento e condicionamento acstico, resistncia estrutural e impermeabilidade.

    Para a proteo dos trabalhadores quanto a manutenes de telhados, luminrias e fachadas, com altura superior a 2m, deve ser instalado sistema de cabo guia, conforme visualizado na Figura 83, para que seja possvel a fixao do cinto de segurana. Sem este EPI, no permitida a circulao em telhados, pois trata-se de possibilidade de acidente fatal.

    Figura 83 - Sistema de protees por cabo guia

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 30 out. 2012.

    Atividade de Estudos:

    1) Quais os procedimentos de segurana antes de iniciar as atividades de manuteno de telhados?

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    ArrAnjo Fsico Captulo 5

    AlgumAs considerAesEste captulo apresentou como objetivo o fornecimento de conhecimento

    na execuo de melhorias na disposio do arranjo fsico das empresas, para proporcionar um ambiente de trabalho racionalizado, sem esquecer a segurana do trabalho.

    O arranjo fsico de um sistema produtivo busca no s aperfeioar as condies de trabalho, a racionalizao dos fluxos de produo, a disposio dos postos de trabalho, mas tornar a movimentao das pessoas ainda mais fcil e segura.

    O planejamento prvio do arranjo fsico no processo produtivo determinar o custo da produo, a capacidade de armazenagem e a forma como ser conduzida a gesto de segurana da empresa. Tais informaes so indispensveis para se traar objetivos, metas, ferramentas de controle e procedimentos de segurana, tais como: demarcao de circulao de equipamentos, formas de armazenagem e movimentao de materiais.

    Os acidentes com equipamentos de movimentao de pessoas e materiais so, muitas vezes, possveis de serem evitados, porm quando no so identificados os riscos antecipadamente, comprometem no s a mquina, mas os trabalhadores e a imagem da empresa.

    primordial, ao finalizarmos este captulo, entendermos que o funcionamento de um equipamento de movimentao ou iamento implica agruparmos vrios conceitos de segurana, desde a concepo do projeto, a instalao do equipamento, a manuteno, as inspees rotineiras e a percepo do trmino da vida til do equipamento.

    reFernciAsBRASIL. MTE. NR 8 - Edificaes. Disponvel em: . Acesso em: 30 out. 2012.

    ______. NR 11 - Transporte, movimentao, armazenagem e manuseio de materiais. Disponvel em: . Acesso em: 30 out. 2012.

    COSTALONGA, A. G. C. et al. Normas de Armazenamento de Produtos Qumicos. Araraquara: Universidade Estadual Paulista, 2010.

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    Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes

    COUTO, H. de A. Ergonomia aplicada ao trabalho Manual Tcnico da Mquina Humana. v. II. Belo Horizonte: Ergo Editora Ltda., 1996.

    FUNDACENTRO. RTP 2. 2001. Disponvel em: . Acesso em: 30 out. 2012.

    MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administrao da produo. So Paulo: Saraiva, 2005.

    SINALIZAO de Segurana- NR 26. Minas Gerais: PUC - Minas Ncleo Contagem, 2011.

    SLACK, N. et al. Administrao da Produo. So Paulo: Atlas, 1997.

    SCHMIDT, T. Projeto de Macro - Layout da Empresa Cisabrasile Ltda. Joinville: Universidade do Estado de Santa Catarina - Centro de Cincias Tecnolgicas, 2007.

    SESI - SERVIO SOCIAL DA INDSTRIA. Departamento Regional da Bahia. Legislao comentada: NR 26 - Sinalizao de Segurana Salvador: Servio Social da Indstria - SESI, 2008.