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O ano de 2012 foi muito importante. Para a Zurich Seguros, é possível afir- mar que foi um período estratégico, de solidificação da marca e de grandes conquistas. Além de reciclagem perma- nente e de constantes estudos sobre as necessidades dos consumidores, con- tamos com o bom momento em que vive o mercado segurador: o crescimento entre 8% e 10% ao ano, um reflexo da estabilidade econômica que vive o país. Temos visto um aumento expres- sivo na frota de automóveis, maior oferta de crédito, foco em obras de infraestrutura, tanto por parte do go- verno quanto da iniciativa privada. Cerca de 55 milhões de pessoas as- cenderam à classe média e o merca- do está atravessando uma importante transformação. Valorizada e confian- te, a população está confortável para mudar de comportamento e de menta- lidade. Ter segurados o carro, a casa e todo o aparato tecnológico é funda- mental. No caso dos executivos e or- ganizações, produtos com foco em riscos, responsabilidade civil e profis- sional também estão se popularizando. Entendendo estes movimentos, assim como acontece com diversos outros segmentos, o Grupo Zurich acredita no Brasil. Martin Senn, CEO Global da companhia, que esteve em São Paulo em setembro de 2012, afirmou que o país é a grande aposta do gru- po e até foi escolhido para ser sede do escritório regional, antes sitiado em Miami/EUA. Para atender a deman- da crescente, focamos na ampliação da presença comercial, melhorando a plataforma operacional e investin- do em tecnologia e novos produtos. Nos adaptamos às particularidades da legislação brasileira e solidificamos a presença de norte a sul. Depois de mui- tos anos com foco no mercado corpo- rativo, ampliamos portfólio e investimos em ofertas para pessoas físicas. Con- tamos com 34 filiais e 30 ZACs (Zurich Atendimento ao Corretor) espalhados pelo país. Ainda de olho nas nuances locais, so- mos referência na venda de seguros para smartphones, cujas apólices são comercializadas nas lojas das operado- ras de telefonia celular. Um de nossos grandes diferenciais é a inovação. Apenas a Zurich Seguros oferece o seguro de automóvel com coberturas gratuitas para doenças graves e de- semprego. A companhia oferece ain- da o exclusivo D&O One, seguro de responsabilidade civil para executivos, que pode ser contratado diretamente pelos executivos e os acompanha caso mudem de empresa. Na área corporati- va de Seguros Gerais, nossa expertise está na avaliação e no gerenciamen- to de riscos em seguros para grandes obras, tanto que somos responsáveis pelo seguro de quatro estádios que se- diarão jogos da Copa do Mundo de 2014. Para 2013, o mercado pode esperar novos produtos e serviços voltados para Pessoas Físicas, entre eles, co- berturas em nichos específicos no ramo de automóveis. Além disso, a marca Zurich Seguros estará ainda mais popular entre os públicos para cumprirmos, de forma ainda mais efe- tiva, o objetivo de nos tornarmos a me- lhor seguradora de acordo com nossos clientes, acionistas e colaboradores. Hyung Mo Sung CEO de Seguros Gerais da Zurich Seguros para o Brasil desde maio de 2012, ingressou na Zu- rich Seguros em setembro de 2011 como vice- -presidente de Linhas Pessoais para a América Latina. Com graduação e mestrado em Economia pela FEA/USP, tem quase 30 anos de experiên- cia no mercado segurador, incluindo passagens pela Mapfre (onde atuou como vice-presidente executivo de Canais e vice-presidente de Ven- das e Distribuição, dentre outros) e pela Mitsui Sumitomo Seguros (sua última posição antes da Zurich e na qual foi vice-presidente executi- vo). O profissional é membro do Conselho de Desenvolvimento da CNSEG (Confederação Brasileira de Seguros) e Mentor do Progra- ma de Gestão de Desenvolvimento da USP. 3 Perspectivas do mercado brasileiro de seguros, capitalização e previdência 5 Seguros em Alta Análise de 2012 e perspectivas para 2013 - mercado segurador brasileiro 4 Seguro de responsabilidade civil geral e a relação entre corretores e a Circular SUSEP 437/2012 2 Seguro de responsabilidade civil geral e os impactos da circular SUSEP 437/2012 no mercado segurador 2013 23ª

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Page 1: Seguros em Alta - minhoto.com.br · CEO de Seguros Gerais da Zurich Seguros para o Brasil desde maio de 2012, ingressou na Zu-rich Seguros em setembro de 2011 como vice--presidente

O ano de 2012 foi muito importante. Para a Zurich Seguros, é possível afir-mar que foi um período estratégico, de solidificação da marca e de grandes conquistas. Além de reciclagem perma-nente e de constantes estudos sobre as necessidades dos consumidores, con-tamos com o bom momento em que vive o mercado segurador: o crescimento entre 8% e 10% ao ano, um reflexo da estabilidade econômica que vive o país.

Temos visto um aumento expres-sivo na frota de automóveis, maior oferta de crédito, foco em obras de infraestrutura, tanto por parte do go-verno quanto da iniciativa privada.

Cerca de 55 milhões de pessoas as-cenderam à classe média e o merca-do está atravessando uma importante transformação. Valorizada e confian-te, a população está confortável para mudar de comportamento e de menta-lidade. Ter segurados o carro, a casa e todo o aparato tecnológico é funda-mental. No caso dos executivos e or-ganizações, produtos com foco em riscos, responsabilidade civil e profis-sional também estão se popularizando.

Entendendo estes movimentos, assim como acontece com diversos outros segmentos, o Grupo Zurich acredita no Brasil. Martin Senn, CEO Global da companhia, que esteve em São Paulo em setembro de 2012, afirmou que o país é a grande aposta do gru-po e até foi escolhido para ser sede do escritório regional, antes sitiado em Miami/EUA. Para atender a deman-da crescente, focamos na ampliação

da presença comercial, melhorando a plataforma operacional e investin-do em tecnologia e novos produtos.

Nos adaptamos às particularidades da legislação brasileira e solidificamos a presença de norte a sul. Depois de mui-tos anos com foco no mercado corpo-rativo, ampliamos portfólio e investimos em ofertas para pessoas físicas. Con-tamos com 34 filiais e 30 ZACs (Zurich Atendimento ao Corretor) espalhados pelo país.

Ainda de olho nas nuances locais, so-mos referência na venda de seguros para smartphones, cujas apólices são comercializadas nas lojas das operado-ras de telefonia celular. Um de nossos grandes diferenciais é a inovação.

Apenas a Zurich Seguros oferece o seguro de automóvel com coberturas gratuitas para doenças graves e de-

semprego. A companhia oferece ain-da o exclusivo D&O One, seguro de responsabilidade civil para executivos, que pode ser contratado diretamente pelos executivos e os acompanha caso mudem de empresa. Na área corporati-va de Seguros Gerais, nossa expertise está na avaliação e no gerenciamen-to de riscos em seguros para grandes obras, tanto que somos responsáveis pelo seguro de quatro estádios que se-diarão jogos da Copa do Mundo de 2014.

Para 2013, o mercado pode esperar novos produtos e serviços voltados para Pessoas Físicas, entre eles, co-berturas em nichos específicos no ramo de automóveis. Além disso, a marca Zurich Seguros estará ainda mais popular entre os públicos para cumprirmos, de forma ainda mais efe-tiva, o objetivo de nos tornarmos a me-lhor seguradora de acordo com nossos clientes, acionistas e colaboradores.

Hyung Mo Sung

CEO de Seguros Gerais da Zurich Seguros para o Brasil desde maio de 2012, ingressou na Zu-rich Seguros em setembro de 2011 como vice--presidente de Linhas Pessoais para a América Latina. Com graduação e mestrado em Economia pela FEA/USP, tem quase 30 anos de experiên-cia no mercado segurador, incluindo passagens pela Mapfre (onde atuou como vice-presidente executivo de Canais e vice-presidente de Ven-das e Distribuição, dentre outros) e pela Mitsui Sumitomo Seguros (sua última posição antes da Zurich e na qual foi vice-presidente executi-vo). O profissional é membro do Conselho de Desenvolvimento da CNSEG (Confederação Brasileira de Seguros) e Mentor do Progra-ma de Gestão de Desenvolvimento da USP.

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Perspectivas do mercado brasileiro de seguros,

capitalização e previdência5

Seguros em Alta

Análise de 2012 e perspectivas para 2013 - mercado segurador

brasileiro4

Seguro de responsabilidade civil geral e a relação entre corretores

e a Circular SUSEP 437/20122

Seguro de responsabilidade civil geral e os impactos

da circular SUSEP 437/2012 no mercado segurador

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Seguro de responsabilidade civil geral e os impactos da Circular Susep 437/2012 no mercado segurador

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SóciosHomero Stabeline MinhotoPaulo André Corrêa MinhotoPaulo Henrique Corrêa MinhotoAna Paula Corrêa Minhoto

Jornalistas Responsáveis:

Fotos: Divulgação

www.oficinadotexto.com.br

Paulo Alexandre e

EXPE

DIE

NTE

Contatos, críticas, sugestões e contribuições pelo e-mail:[email protected] - www.minhoto.com.br

Cibelle Santos

O diretor de Grandes Riscos e Riscos Especiais da Liberty Seguros, Renato Rodrigues, esclarece o efeito da Circular SUSEP 437/2012 - que trata de reajustes em operações de seguro e de resseguro - sobre seguradores e como a recente aprovação da Circular 454/2012 irá impactar as futuras negociações. Informativo Minhoto:----Recentemente, a SUSEP alterou o prazo de adequação à Circular 437/2012 com a aprovação da 454/2012, estendendo esse período de 180 para 360 dias. Você acredita que esse novo prazo é o suficiente para o mercado segurador se acomodar?

Renato Rodrigues: O novo prazo é suficiente para que o mercado se adapte às disposições da circular. Também haverá mais tempo para que a FenSeg discuta com a SUSEP eventuais questionamentos levantados pelas seguradoras neste processo.

IM: Quais as suas considerações em relação a essa Normativa que prolonga o prazo?

RR: A Normativa não só alonga o prazo para a entrada em vigor das disposições, como também atende a um outro pleito do mercado segurador, que é o da não aplicação da Normativa para apólices plurianuais que já estejam vigentes antes da entrada em vigor da Circular. Isso é especialmente importante para as apólices de RC Obras, que geralmente têm vigência superiores a um ano.

IM: O que muda para o segurador com a Circular SUSEP 437/2012?

RR: A Circular 437/2012 traz uma série de mudanças com relação às cláusulas do seguro de RC. A principal mudança está no fato de ter introduzido um clausulado padronizado, que pode ser adotado pelo mercado segurador. Esse clausulado é bastante extenso e traz novos conceitos e definições, além de alterar substancialmente a estrutura das apólices de RC.

IM: O que a Circular traz de benefícios para o segurado?

RR: O principal benefício para o segurado está na divisão em cláusulas especiais e particulares de coberturas que antes eram automáticas nas condições gerais do seguro. Este também é o principal potencial problema para o segurado que não for bem orientado, uma vez que agora

ele precisa necessariamente fazer as contratações destas coberturas que antes não precisavam ser contratadas em separado.

IM: O mercado terá dificuldades de se adaptar à nova resolução?

RR: O mercado encontrará dificuldades para a adaptação à nova circular, considerando toda a movimentação necessária para avaliação das informações contidas no novo normativo (que não são poucas), a coordenação dos diversos segmentos envolvidos tais como: área comercial e técnica das seguradoras (treinamento dos subscritores e corretores) e, ainda, outras medidas de adaptação de sistemas e normas internas de cada empresa. Outro aspecto que demandará algum tempo de estudo e análise será a consulta e renegociação dos contratos de resseguro vigentes, lembrando que esse seguro é sofisticado e o clausulado bastante extenso e complexo. Por conta disso, a SUSEP concedeu mais 180 dias para que o mercado se adapte às novas condições e tem se mostrado bastante solicita em responder todas as questões do mercado neste sentido.

Renato RodriguesDiretor de Grandes Riscos e Riscos Especiais da Liberty Seguros

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Em entrevista exclusiva, o presidente da Comissão de RC da ABER/Resseguros, Sérgio Narciso, analisa a relação entre corretores e a Circular SUSEP 437/2012, que trouxe novas regras ao seguro de responsabilidade civil geral, e como a aprovação da 454/2012 influenciará no processo.

Informativo Minhoto: Recentemente, a SUSEP alterou o prazo de adequação à Circular 437/2012 com a aprovação da 454/2012, estendendo esse período de 180 para 360 dias. Você acredita que esse novo prazo é o suficiente para o mercado segurador se acomodar?

Sérgio Narciso: O prazo de 360 dias é mais do que suficiente tanto para o corretor, quanto para as seguradoras poderem se adaptar. No caso do corretor, fica mais simples,

pois ele terá bastante tempo para estudar o Produto Padronizado da Circular e poder passar as informações aos seus clientes. No caso dos Produtos Não-Padronizados, o corretor terá que esperar que cada seguradora divulgue o seu, para só aí poder passar para os seus clientes.

IM: Quais as suas considerações em relação a essa Normativa que prolonga o prazo?

SN: A principal ação é informar as mudanças mais importantes que

Padronizadas que porventura cada seguradora resolva desenvolver, ou seja, agora ao fazer uma cotação para um cliente o corretor terá que levar em consideração não apenas o preço, mas também quais as condições que compõem aquele preço, uma vez que, uma cotação mais “barata” pode na verdade contemplar uma cobertura bem mais restrita do que uma outra cotação que esteja mais “cara”, mas que tenha uma amplitude maior de cobertura.

IM: Quais os principais pontos de divergência dessa nova medida?

SN: Os principais pontos de divergência são basicamente os que dizem respeito aos aspectos técnicos das coberturas. A Circular alterou alguns conceitos tradicionais utilizados no mercado brasileiro e mundial, o que certamente irá demandar futuras discussões.

IM: Com relação ao LMI (Limite Máximo Indenização) e ao LA (Limite Agregado), quais serão os pesos e as medidas para calculá-los?

SN: O LMI de uma cobertura não é calculado, ele é estabelecido pelo segurado conforme a sua necessidade de risco. A Circular alterou a forma como o LMG, LMI e LA serão tratados pela apólice, porém, isso não afeta a forma como o segurado terá que escolher o valor das suas coberturas.

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Seguro de responsabilidade civil geral e a relação entre os corretores e a Circular SUSEP 437/2012

Sérgio NarcisoPresidente da Comissão de RC da ABER/Resseguros

irão ocorrer (Coberturas e Limites) e, depois, junto com o segurado fazer uma reavaliação do risco para poder estruturar melhor a nova apólice, verificando quais as coberturas e quais os limites que realmente são necessários para o segurado.

IM: Quais os pontos relevantes para o corretor de seguros?

SN: A Circular não só apresenta uma nova estrutura na formatação das Condições de RCG, como também altera de forma considerável a abrangência de coberturas e exclusões. Dessa forma, caberá aos corretores a tarefa de explicar e orientar os segurados sobre a melhor forma de contratar e estruturar as novas apólices de RCG. Os corretores terão que conhecer a fundo as Condições Padronizadas e as Condições Não-

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Análise de 2012 e perspectivas para 2013 - mercado segurador brasileiro

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Francisco GalizaAcadêmico da ANSP e Sócio da Cia Rating de Seguros Consultoria

Sendo vice-presidente, Harry S. Truman sucedeu Franklin Delano Roosevelt, com a morte deste no início do seu quarto mandato como presidente. Roosevelt, sofisticado, advogado por Harvard, é consi-derado um dos maiores líderes do século XX, após tirar os EUA da grande depressão e vencer uma guerra mundial, tudo isso em uma cadeira de rodas, por causa de uma poliomielite adquirida já adulto. Uma referência em vários sentidos.

Podemos dizer que Truman era de um perfil oposto. Simples, sócio em uma pequena alfaiataria, fez car-reira no Senado, caracterizando--se pela honestidade e por hábitos severos. Assim, com o seu raciocí-nio prático, quando se encontrava com economistas, os números e projeções tinham sempre as suas dúvidas. Em uma dessas ocasiões, disse uma frase que ficou famosa: “Queria conhecer um economista maneta”. Pois, toda vez que con-versava com um deles, sempre ouvia algo do tipo: “A situação é boa, por outro lado...”. A expressão “por outro lado” em inglês é “on the other hand”, que tem duplo sentido, daí a graça da frase de Truman.

Acho que o mercado segurador bra-sileiro, especialmente em 2012, vi-veu uma situação similar. Recente-mente, um estudo identificou cinco problemas importantes nas segu-radoras do continente europeu:

1) Problemas nos ativos, pois as empresas têm títulos de vários pa-íses (muitos deles em dificuldades).

2) Recessão, o que prejudica a de-manda por seguros. 3) Baixa taxa de juros, levan-do as seguradoras a um ajuste operacional nas suas carteiras. 4) Mudanças no modelo regula-ório, com o aumento das exigên-cias para as empresas operarem. 5) Preocupação com inflação, pelo menos no médio prazo.

Quando comparamos com o Bra-sil, podemos dizer que a situação está bem mais confortável. Não há recessão, os ativos das empresas não têm maiores problemas e até as taxas de inflação estão relativa-

mente bem controladas. Somente a queda nos juros e um modelo re-gulatório um pouco mais rigoroso podem causar certos problemas, mas perfeitamente equacionados. “On the other hand...”Hoje, vemos dois problemas no segmento de seguros do Brasil. Um mais profundo de ordem estrutural e outro de efeito mais passageiro. Primeiro, a lentidão nas decisões brasileiras (essa, por sinal, eu diria que é um fenômeno até cultural). Todos se lembram da “novela” que foi a abertura do mercado de res-seguros. Agora, vemos quase que um capítulo similar nas regras do microsseguro (a discussão des-se assunto começou no primeiro mandato do Presidente Lula), e só em 2012 o assunto foi resolvido.

Um segundo aspecto se refere ao ano de 2012, não tão bom quanto se esperava. A começar pela eco-nomia. Em janeiro, se esperava que o país crescesse 4%; ao final, ficamos com apenas 1,5%. Em se-guros, não foi diferente. Em 2012, a taxa de crescimento dos prêmios di-ficilmente supera o patamar de 2011 e, além disso, as rentabilidades de muitas empresas caíram. A esperan-ça é que, em 2013, os números de-verão ser melhores. Vamos torcer!

A esperança é que, em 2013, os números deverão

ser melhores.

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Luiz Roberto CastiglioneMembro da ANSP e do Instituto Rocarati de Seguros

Perspectivas do mercado brasileiro de seguros, capitalização e previdência

a D&O, E&O e Ambiental;g) Com a manutenção do aumento de crédito as modalidades de prestamista e garantia estendida também terão crescimentos positivos;h) Já na principal modalidade do setor – Automóvel – teremos uma estabilização ou redução de market share apesar do aumento de crédito, isenção de IPI e promoções. Creio que ficaremos na concorrência predatória. Aqui vale lembrar as novas regras de segurança que deverão ser implementadas pelas montadoras, reduzindo o risco de roubo, perdas totais e etc;i) Por fim, e quem sabe, não acordamos para os seguros rurais? Num estudo recente que publiquei apenas 37% dos prêmios se destinaram a cultivo propriamente dito (janeiro a agosto de 2012).

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Historicamente, o mercado possui uma relação bem estreita com a evolução da economia nacional aqui representada pelo Produto Interno Bruto. Ocorre que, nos últimos anos, o país sofreu profundas alterações socioeconômicas, estabilização da inflação, reduções importantes e gradativas na taxa básica de juros (mais recente), fortalecimento do mercado de consumo interno, abertura do mercado de resseguros e menor fragilidade às crises internacionais (em termos globais e não setoriais específicos). Em função desses fatos, a participação do mercado de seguros, previdência e capitalização (sem o segmento de saúde) passou a representar 3,52% do PIB contra 2,68% de 2008. Com as perspectivas futuras tão divulgadas na mídia (Jogos Internacionais, PAC, Pré-Sal, Trem Bala e outros) essa participação deverá chegar a 4,56% do PIB em 2015 (lembrando que com o seguro saúde o percentual é maior). Ainda longe da média mundial de 10% do PIB, mas um avanço expressivo em apenas oito anos (2008/2015). Em outras palavras, o mercado conseguiu uma estabilização importante que cria base para seu crescimento sustentável.

Apesar dessas boas notícias existe uma preocupação bastante grande com a criação da SEGUROBRÁS, da Agência Gestora de Fundos e Garantias (ABGF – medida provisória 564 de 2012) e do Regime de Contratações Diferenciado (RCD) para obras de infraestrutura (os grandes projetos que estão atrasados ou ainda não foram implementados).

Ora, com a abertura do mercado de resseguros o país aumentou consideravelmente sua capacidade de absorção de riscos (afora a já existente internamente). Qualquer

interferência estatal seria um desastre, além da desmotivação de implementar novos produtos, tecnologias e capacitação do capital humano. Um retrocesso a tudo que o mercado veio construindo ao longo desses anos.Não podemos deixar de fora a ação da SUSEP que conseguiu através da implementação de novos critérios de solvencia, controles eficazes, fiscalização atuante e rígido acompanhamento econômico-financeiro das empresas dar uma maior segurança e confiabilidade no mercado de seguros, capitalização e previdência.

Em termos de futuro podemos prever:a) Maior incremento de vendas no segmento de previdência privada visto que a falência da previdência pública já foi decretada há anos;b) Aumento do microsseguro devido a melhoria das condições socioeconômicas das camadas de baixa renda;c) Incremento nas modalidades de Garantia, Empresarial e Property em função da demanda reprimida dos investimentos previstos para os grandes eventos esportivos e PACs, aliada as que ainda não foram implementadas;d) Concorrência acirrada nas modalidades de Vida em Grupo e Acidentes Pessoais (fato que já observamos no momento atual) devido suas margens elevadas;e) Grande possibilidade de alavancagem da modalidade de Fiança Locatícia devido a provável proibição da figura do fiador;f) Aumento das modalidades de Responsabilidade Civil, em especial

Apesar dessas boas notícias existe uma preocupação bas-

tante grande com a criação da SEGUROBRAS

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Principais normas da Susep e legislação relacionada ao seguro

Jurisprudência

Resolução CNSP nº 264 de 05/10/2012 - Dis-põe sobre a vedação da cobrança do custo de emissão de apólice, fatura e endosso apartado do prêmio.Data de Publicação: 08/10/2012Resolução CNSP - 265 de 06/11/2012 - Altera o inciso VI do art. 9º da Resolução CNSP nº 226, de 06/12/2010, que dispõe sobre os critérios para a realização de investimentos pelas sociedades seguradoras, resseguradores locais, sociedades de capitalização e entidades abertas de previ-dência complementar.Data de Publicação: 09/11/2012Resolução CNSP - 273 de 19/12/2012 - Altera e consolida as normas do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Au-tomotores de Via Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou não - Seguro DPVAT.Data de Publicação: 24/12/2012Circular SUSEP nº 450 de 17/10/2012 - Dispõe sobre o Termo de Compromisso de Ajustamento

de Conduta no âmbito dos mercados de seguros, capitalização, previdência complementar aberta, resseguros e corretagem de seguros.Data de Publicação: 19/10/2012Circular SUSEP nº 451 de 17/10/2012 - Altera e consolida as instruções complementares para operação do Seguro Obrigatório de Danos Pes-soais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas Transpor-tadas ou não - Seguro DPVAT.Data de Publicação: 19/10/2012CIRCULAR SUSEP nº 452 de 04/12/2012 - Dis-põe sobre os ativos de resseguro redutores, os ativos de retrocessão redutores e os direitos cre-ditórios, os quais podem ser deduzidos da neces-sidade de cobertura das provisões técnicas por ativos garantidores. Data de Publicação: 06/12/2012Circular SUSEP nº 454 de 06/12/2012 - Altera dispositivos da Circular Susep nº 437/2012, es-pecialmente para estender o prazo em que as so-

Nos últimos meses foram proferidas pelos Tribunais muitas decisões interessantes ao mercado segurador. Algumas delas estão reproduzidas a seguir.

A primeira é proveniente do Superior Tribunal de Justiça e ratificou decisão proferida pelo Tribunal estadual que, em detrimento do laudo do INSS que atestou incapacidade laborativa, impôs a realização de perícia médica judicial para a caracterização da invalidez exigida pelo contrato de seguro:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II, CPC. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. SEGURO DE VIDA. INCAPACIDADE TOTAL. LAUDO DO INSS. PROVA NÃO ABSOLUTA. PERÍCIA MÉDICA CONSIDERADA ESSENCIAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. POSSIBILIDADE.…......................4. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.”(AgRg no AREsp 17951/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2012, DJe 21/08/2012)

A propósito, sobre esse mesmo tema, em decisões proferidas há poucos dias, o Tribunal de Justiça de São Paulo julgou improcedentes pretensões de segurados já aposentados por invalidez:

“Apelação - Seguro de vida e acidentes pessoais - Ação de cobrança de indenização - Laudo pericial que atestou possuir o autor incapacidade parcial e permanente oriunda de doença degenerativa - Ausência de cobertura contratada nesse sentido - Concessão de aposentadoria por invalidez que não garante o pagamento de indenização de seguro privado, caso em que são levados em consideração critérios objetivos e de conhecimento das partes. Recurso não provido.” (Tribunal de Justiça de São Paulo,

Apelação nº 0034930-90.2007.8.26.0554, relator: Claudio Hamilton, 27ª Câmara de Direito Privado, do julgamento: 22/01/2013 )”

“Apelação - Ação de cobrança de indenização – Seguro - Invalidez oriunda de hérnia e em decorrência da atividade laborativa - Riscos expressamente excluídos pelo contrato de seguro celebrado - Concessão de benefício de aposentadoria por invalidez pelo INSS que não garante o pagamento de indenização pela seguradora - Critérios distintos utilizados em cada caso. Recurso não provido.” (Tribunal de Justiça de São Paulo, Apelação nº 0400633-97.2010.8.26.0000, relator: Claudio Hamilton, 27ª Câmara de Direito Privado, julgamento: 22/01/2013) Uma outra decisão muito interessante também é proveniente do Superior Tribunal de Justiça. Reformando decisões do juízo de 1º grau e do Tribunal de Justiça estadual, considerou-se válido o pagamento realizado pela seguradora em acordo firmado com empresa segurada cuja falência havia sido decretada anteriormente, fato ignorado pela seguradora na ocasião:

“AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO SECURITÁRIA. ACORDO. PAGAMENTO AO FALIDO. CREDOR PUTATIVO. ARTIGO 309, DO CC. PROVIMENTO.

1. No caso em apreço, a recorrente foi condenada ao pagamento de seguro e entabulou acordo com a credora, cuja falência fora decretada anteriormente, sem que tivesse conhecimento do fato nem se consignando eventual má-fé no acórdão recorrido.2. Inexistindo, pois, prova da má-fé e elemento que pudesse cientificar o devedor que o representante da

credora não mais detinha poderes de administração, é de se reputar válido o pagamento feito a credor putativo. Inteligência do artigo 309, do Código Civil.3. Agravo regimental provido.”(AgRg no Ag. 1225463/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 11/12/2012, DJe 19/12/2012)

A última decisão apresentada nesta edição trata da polêmico e controvertido direito da seguradora de não renovar o seguro de vida:

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. RESCISÃO UNILATERAL - LEGALIDADE - POSSIBILIDADE DECORRENTE DA PRÓPRIA NATUREZA DO CONTRATO SUB JUDICE -

1.- A C. Segunda Seção, no julgamento do REsp 880.605/RN, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/acórdão Min. MASSAMI UYEDA, em sessão realizada no dia 13/06/2012, publicado no DJE de 17/9/2012, por maioria, pacificou a jurisprudência desta Corte no sentido da inexistência de abusividade da cláusula que prevê a possibilidade de não renovação do contrato de seguro de vida em grupo.2.- Agravo Regimental provido.” (AgRg no AREsp 184585/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/10/2012, DJe 05/11/2012)

Para que haja segurança jurídica, o mercado estima que esse entendimento prevaleça.

O espaço está sempre aberto para divulgação das decisões, bastando, para tanto, remetê-las para oe-mail: [email protected].

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ciedades seguradoras não poderão comercializar novos contratos de Seguro de Responsabilidade Civil Geral em desacordo com as novas dispo-sições previstas na Circular Susep nº 437/2012.Data de Publicação: 07/12/2012 Circular SUSEP nº 455 de 06/12/2012 - Altera a Circular Susep nº 395, de 3 de dezembro de 2009, e dispõe sobre a classificação de cobertu-ras contidas em planos de microsseguro para fins de contabilização.Data de Publicação: 10/12/2012Circular SUSEP nº 456 de 13/12/2012 - Dispõe sobre a transferência de carteira integral ou par-cial entre as sociedades seguradoras, as socie-dades de capitalização e as entidades abertas de previdência complementar, estabelece seus efeitos nos produtos/ planos e dá outras provi-dências.Data de Publicação: 17/12/2012

*publicadas entre 8 de outubro de 2012 e 25 de janeiro de 2013.