93
SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA O BOMBEAMENTO DE NAFTA EM UMA UNIDADE DE DESTILAÇÃO DE UM COMPLEXO PETROQUÍMICO Felipe Carvalho Abreu de Oliveira Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Reinaldo de Falco; Eng. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL DEZEMBRO DE 2014

seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

  • Upload
    lydung

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA O BOMBEAMENTO DE NAFTA EM

UMA UNIDADE DE DESTILAÇÃO DE UM COMPLEXO PETROQUÍMICO

Felipe Carvalho Abreu de Oliveira

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Reinaldo de Falco; Eng.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

DEZEMBRO DE 2014

Page 2: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

DEM/POLITÉCNICA/UFRJ

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA O BOMBEAMENTO DE NAFTA EM

UMA UNIDADE DE DESTILAÇÃO DE UM COMPLEXO PETROQUÍMICO

Felipe Carvalho Abreu de Oliveira

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Reinaldo de Falco; Eng.

________________________________________________ Prof. Daniel Alves Castello; DSc.

________________________________________________ Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz; DSc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

DEZEMBRO DE 2014

Page 3: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

i

Oliveira, Felipe Carvalho Abreu de.

Seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em

uma unidade de destilação de um complexo petroquímico /

Felipe Carvalho Abreu de Oliveira – Rio de Janeiro: UFRJ /

Escola Politécnica, 2014.

X, 83p.:il.; 29,7 cm

Orientador: Prof. Reinaldo de Falco, Eng.

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso

de Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 66 - 67

1. Sistema de bombeamento. 2. Seleção de bombas. 3. Sistema

de selagem. 4. Associação de bombas em paralelo.

I. De Falco, Reinaldo. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Engenharia Mecânica. III. Seleção

de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

unidade de destilação de um complexo petroquímico.

Page 4: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

ii

Dedico aos meus avós,

Mary e João, que sempre foram

meus exemplos de superação.

Page 5: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelos pequenos milagres cotidianos que me trouxeram até aqui.

A Márcia de Lourdes, minha mãe, pelo amor incondicional. Por me apoiar em

toda e qualquer situação e por ser meu exemplo de força e proteção.

A André Abreu, meu pai, por toda experiência transmitida e por sempre me

incentivar a perseguir o que me faz feliz.

A Ana Luísa, minha irmã, por ser uma fonte de afeto e felicidade desde a

infância.

A Thais Pastor, minha namorada, por todos esses anos de companheirismo, tanto

em bons como em maus momentos. Pela constante demonstração de carinho e por me

fazer lembrar as coisas que realmente importam na vida.

A minha avó, Mary, pelas inúmeras orações e por me mostrar a força da fé.

A família e amigos, em geral, pelo incentivo e pelos bons momentos, que com

certeza fizeram a diferença.

Aos colegas da Promon Engenharia, pela compreensão e pelo auxílio na

aquisição de dados, sem os quais o trabalho não seria possível.

Ao professor Reinaldo de Falco pela disponibilidade em me orientar e pelos

importantes ensinamentos teóricos e práticos.

Aos professores Daniel Castello e Daniel Onofre, por aceitarem o convite de

participar da banca examinadora.

Page 6: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

iv

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA O BOMBEAMENTO DE NAFTA EM

UMA UNIDADE DE DESTILAÇÃO DE UM COMPLEXO PETROQUÍMICO

Felipe Carvalho Abreu de Oliveira

Dezembro/2014

Orientador: Reinaldo de Falco, Eng.

Curso: Engenharia Mecânica

Com o constante crescimento da indústria petroquímica no cenário nacional, esforços são feitos no sentido de tornar as refinarias e centros petroquímicos mais eficientes e mais adequados às matérias-primas abundantes no país.

Este projeto visa selecionar uma bomba para operar um sistema de transporte de nafta, um dos produtos do refino de uma unidade de destilação em um complexo petroquímico. Para isso, será feita uma análise detalhada do sistema, determinando os requisitos aos quais a bomba deve satisfazer.

Para a seleção da bomba, serão comparadas as propostas de dois fabricantes, usando como guia principal a norma API 610, de modo a escolher o equipamento mais adequado ao serviço.

Posteriormente, será feita, também, a seleção de um mecanismo de selagem para minimizar vazamentos durante a operação da bomba, baseando-se na norma API 682.

Por fim, será feita a seleção de duas bombas para operar em paralelo no sistema, de modo a realizar uma analise identificando as vantagens e desvantagens dessa configuração.

Palavras-chave: Sistema de bombeamento, Bombeamento de Nafta, Seleção de

Bombas, Sistema de selagem, Associação de bombas em paralelo.

Page 7: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

v

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

SELECTION OF EQUIPMENTS FOR PUMPING NAPHTA ON A DISTILLATION

UNIT OF A PETROCHEMICAL COMPLEX

Felipe Carvalho Abreu de Oliveira

December/2014

Advisor: Reinaldo de Falco, Eng.

Course: Mechanical Engineering

Because of the the constant growth of the petrochemical industry in the national

scenario, efforts have been made to improve the efficiency of the petrochemical centres

and adapt them to use national abundant material as sources for the process.

This project aims to select a pump to operate the transportation of naphta, on a

distillation unit of a petrochemical complex. First, a detailed analysis will be made to

determine the requirements of the system. Then, a comparison between two pump

manufacturers will be made to decide which equipment satisfies the system more

efficiently, using API 610 as a conceptual guide.

A sealing system for the pump will also be picked, so any leaking is avoided.

Finally, an association of two pumps in parallel will be analyzed to determine if

this configuration allows a more efficient operation of the system

Keywords: Pumping system, Naphta pumping, Pump selection, Shafta sealing system,

Pumps associated in parallel.

Page 8: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

vi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3

3. REVISÃO CONCEITUAL .................................................................................... 5

3.1. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS .................................................................. 5

3.1.1. Pressão (�) .............................................................................................................. 5 3.1.2. Massa específica (�) ............................................................................................... 6 3.1.3. Peso específico (�) .................................................................................................. 6 3.1.4. Densidade relativa (�) ............................................................................................ 6 3.1.5. Viscosidade absoluta (�) ......................................................................................... 6 3.1.6. Viscosidade cinemática (�) ..................................................................................... 7 3.1.7. Pressão de vapor (�) .............................................................................................. 7

3.2. ESCOAMENTO DE FLUIDOS EM TUBULAÇÕES ..................................... 7

3.2.1. Número de Reynolds (�) ...................................................................................... 7 3.2.2. Classificação do escoamento ................................................................................... 8

3.2.3. Teorema de Bernoulli .............................................................................................. 8

3.2.4. Perda de carga ......................................................................................................... 9

3.3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA ............................................ 13

3.3.1. Altura manométrica de sucção (� ) ..................................................................... 13 3.3.2. Altura manométrica de descarga (��) .................................................................. 14 3.3.3. Altura manométrica total (�) ................................................................................ 14 3.3.4. Curva característica do sistema ............................................................................. 15

3.3.5. NPSH disponível (�����) .................................................................................. 15 3.4. DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS CENTRÍFUGAS . 16

3.4.1. Classificação das bombas ...................................................................................... 16

3.4.2. Principais componentes ......................................................................................... 17

3.4.3. Princípio de funcionamento ................................................................................... 17

3.4.4. Curvas características ............................................................................................ 18

3.4.5. Efeito da variação do diâmetro do impelidor ........................................................ 20

3.4.6. NPSH requerido (�����) .................................................................................... 21 3.5. CAVITAÇÃO ................................................................................................. 21

3.6. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO .......................................... 22

Page 9: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

vii

4. ANÁLISE DO SISTEMA DE INTERESSE ...................................................... 23

4.1. APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ................................................................ 23

4.2 DADOS DO SISTEMA .................................................................................. 25

4.3 CÁLCULOS DO SISTEMA ........................................................................... 26

4.3.1 Cálculos do Fluido ................................................................................................. 27

4.3.2 Cálculo das Perdas de Carga ................................................................................. 27

4.3.3 Cálculo da Altura Manométrica Total do Sistema – � ......................................... 34

4.3.4 Cálculo da Pressão Diferencial – ∆� ..................................................................... 35 4.3.5 Cálculo da Pressão nos Flanges de Sucção e Descarga – �� ���� ................... 35 4.3.6 Determinação da Curva do Sistema....................................................................... 36

4.3.7 Cálculo do NPSH disponível - ����� ................................................................. 38 5. SELEÇÃO DA BOMBA ...................................................................................... 40

5.1. PREMISSAS DE PROJETO .......................................................................... 40

5.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA API 610 ................................................ 41

5.3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO ........................................................................... 42

5.4. FABRICANTE 1 – FLOWSERVE ................................................................. 43

5.5. FABRICANTE 2 – SULZER .......................................................................... 45

5.6. COMPARAÇÃO ENTRE OS FABRICANTES ............................................ 46

5.7. ANÁLISE DE CAVITAÇÃO ......................................................................... 49

6. SELEÇÃO DE UM MECANISMO DE VEDAÇÃO ........................................ 50

6.1. VEDAÇÃO POR SELO MECÂNICO ........................................................... 51

6.1.1. Princípio de funcionamento ................................................................................... 51

6.1.2. Características e Componentes .............................................................................. 53

6.1.3. Planos de Selagem ................................................................................................. 57

6.2. SELEÇÃO DE UM SELO MECÂNICO ........................................................ 59

6.2.1. Tipos ...................................................................................................................... 59

6.2.2. Arranjos ................................................................................................................. 60

6.2.3. Seleção do Selo Mecânico ..................................................................................... 60

6.3. SELEÇÃO DE UM PLANO DE SELAGEM ................................................. 62

7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 66

APÊNDICE A – APLICAÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO ............................ 68

Page 10: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

viii

ANEXOS ....................................................................................................................... 81

ANEXO I – FOLHA DE DADOS DO MODELO PHL 35.10.08.30F – FLOWSERVE ............ 81

ANEXO II – FOLHA DE DADOS DO MODELO 3X4X13-1-OHH – SULZER ..................... 82

ANEXO III – FOLHA DA DADOS DO MODELO PHL 35.08.05.30F – FLOWSERVE ......... 83

Page 11: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

1

1. INTRODUÇÃO

A partir dos anos 50, com crescente demanda por bens de consumo, gerada pelo

ambiente desenvolvimentista e modernizador do período, um produto acaba por ganhar

grande importância: o plástico

Surge assim a necessidade de se estabelecer uma indústria nacional capaz de

atender a produção de insumos para produtos plásticos. É nesse cenário que tem início a

Indústria Petroquímica no Brasil, hoje de extrema importância para o país, pois é a base

para diversos setores da economia.

A cadeia petroquímica é organizada em produtores de primeira, segunda e

terceira geração com base na fase de transformação de várias matérias-primas ou

insumos petroquímicos. Representa a transformação de subprodutos do refino do

petróleo bruto em bens de consumo e industriais utilizados para diversas finalidades [1].

Atualmente, o grande problema é que a indústria petroquímica requer grandes

quantidades de Nafta ou Gás Natural, matérias-primas que o Brasil não produz em

quantidade suficiente para abastecer seu mercado. A solução é a importação de Nafta a

elevados preços.

É nesse cenário que a Petrobrás dá início, em 2008, à construção do Complexo

Petroquímico do Rio de Janeiro, o COMPERJ.

Localizado em Itaboraí, no leste fluminense, o COMPERJ ocupa uma área de 45

milhões de metros quadrados, e para sua construção foi feito um investimento de

aproximadamente 8,4 bilhões de dólares. Sua capacidade de processamento será em

torno de 150 mil barris de petróleo por dia, quando concluído, e seus principais produtos

de refino são: óleo diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação (QAV), coque, GLP

e óleo combustível [2], que alimentarão as unidades petroquímicas. Na Figura 1.1 pode-

se perceber a magnitude do complexo.

O desafio da Petrobrás ao projetar o COMPERJ era, principalmente, eliminar a

dependência de matéria-prima importada, principalmente a Nafta e valorizar o petróleo

brasileiro, que é considerado um petróleo pesado, com baixo valor de mercado.

Foi então desenvolvida a tecnologia denominada FCC (Craqueamento Catalítico

Fluido) Petroquímico, que permite a produção de produtos petroquímicos básicos

(Eteno, Propeno, Para-Xileno, Benzeno, Butadieno, entre outros) a partir do refino no

petróleo pesado, abundante no país

Page 12: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

2

Por isso, o FCC Petroquímico é considerado o grande trunfo do COMPERJ, uma

vez que é o que possibilita a redução das importações da Nafta e gera uma valorização

do petróleo nacional.

Figura 1.1 - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) [2]

O COMPERJ é dividido em diversas unidades, e uma que pode ser considerada

o “coração” do complexo é a Unidade de Destilação Atmosférica e a Vácuo (UDAV),

que atualmente está com aproximadamente 85% da sua montagem concluída, conforme

está mostrado na Figura 1.2

Pela UDAV passa todo o petróleo bruto que ingressa no COMPERJ, e nela os

150 mil barris de por dia de petróleo são refinados nas suas torres de destilação. Esse

processo produz diversos produtos, como a Nafta, GLP, Querosene, Coque, entre outros

que são então transportados para outras unidade do complexo.

Page 13: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

3

Figura 1.2 - Unidade de Destilação Atmosférica e a Vácuo (UDAV) [3]

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como principal objetivo realizar um estudo de caso de um

sistema real de transporte de nafta em uma unidade de refino de petróleo, visando

selecionar uma bomba responsável pela operação do sistema.

Inicialmente será feita uma análise detalhada do sistema de interesse e cálculos

que irão determinar os requisitos operacionais e construtivos aos quais a bomba a ser

selecionada deve ser capaz de atender.

Após esta etapa, será feita a pré-seleção de duas bombas de fabricantes

reconhecidos no mercado, de modo que ambos os equipamentos atendam às

necessidades do sistema, calculadas anteriormente. Em seguida será feita a comparação

entre essas duas bombas, para escolher qual das duas apresenta melhor performance, ou

seja, qual é a mais adequada, do ponto de vista técnico, para operar o sistema em

questão. Toda a análise e comparação das bombas será feita baseando-se nas

recomendações da norma API 610 – Centrifugal Pumps for Petroleum, Petrochemical

and Natural Gas Industries – 10th Edition.

Para incrementar a escolha da bomba, será selecionado um mecanismo de

vedação para operar na bomba selecionada, com o objetivo de eliminar qualquer

vazamento gerado pela operação da bomba. Essa seleção do sistema de selagem será

feita baseando-se na norma API 682 – Pumps – Shaft Sealing Systems for Centrifugal

and Rotatory Pumps – 3rd Edition.

Page 14: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

4

Por fim, será feito um estudo complementar sobre a associação de bombas em

paralelo, aplicando esses conceitos ao sistema de interesse. Esse desenvolvimento será

demonstrado no Apêndice A.

Page 15: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

5

3. REVISÃO CONCEITUAL

Este capítulo tem como objetivo apresentar os principais conceitos teóricos

fundamentais para a realização e o entendimento deste trabalho. Serão abordados

conceitos de mecânica dos fluidos e noções gerais sobre o desempenho e características

tanto de bombas como dos sistemas em que se inserem.

Os conceitos apresentados neste capítulo têm como fonte principal a referência

[4].

3.1. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

3.1.1. Pressão (�)

Define-se como pressão a razão entre a componente normal de uma força e a

área em que ela atua, ou seja, é a força por unidade de área. A pressão exercida em um

elemento de área de um fluido é igual em todas as direções. A unidade no SI é o Pascal

(��). No entanto, também são usuais algumas outras unidades. São elas:

� ��� ��²⁄ (= 98066,5 ��) � � � (= 6894,8 ��) – Pound force per square inch, ou ‘libra força por polegada

quadrada’

� ��� (= 100000 ��)

Deve ser observado que a pressão pode ser descrita de duas maneiras, como

pressão absoluta, que considera a pressão atmosférica, ou como pressão manométrica,

que desconsidera a pressão atmosférica. Dessa forma:

��� !�é#$%&� = ��()!*+#� − ��#�!)-é$%&�

Identifica-se o tipo de pressão através da unidade. Neste trabalho, quando se

estiver tratando de pressão manométrica será utilizada a notação (g) após a unidade de

pressão utilizada. Em se tratando de pressão absoluta a notação será (a). Por exemplo:

kPa(g) e kPa(a).

Page 16: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

6

3.1.2. Massa específica (�)

Massa específica de uma substância é definida como a massa por unidade de

volume. A unidade no SI é ��/�³.

3.1.3. Peso específico (�)

Peso específico é definido como o peso de uma substância por unidade de

volume. Sua unidade no SI é � �0⁄ e seu valor é dado por:

� = �. �

Onde � representa a aceleração da gravidade.

3.1.4. Densidade relativa (�)

A densidade relativa de uma substância, também chamada de gravidade

específica (�2), é a razão entre a massa específica dessa substância e a massa específica

de uma substância de referência em condições-padrão. Para substâncias em estado

líquido, a substância de referência é a água na temperatura de 4℃ (1000 ��/�³).

� = � �á5+�6℃7

3.1.5. Viscosidade absoluta (�)

Pode ser definida como a resistência oposta pelas camadas líquidas ao

escoamento. Sua unidade no SI é (��. ), porém na prática a unidade mais utilizada é o

centipoise (��). Onde,

1�� = 0,001��.

Page 17: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

7

3.1.6. Viscosidade cinemática (�)

A viscosidade cinemática é a relação entre a viscosidade absoluta e a massa

específica de uma substância. Sua unidade mais usual é o centistoke (��;) e seu valor é dado por:

ν = μ �7

Nessa relação, obtém-se a viscosidade cinemática em ��; usando a viscosidade absoluta em ��.

3.1.7. Pressão de vapor (�)

A pressão de vapor de um fluido é a pressão crítica na qual as fases líquido e

vapor coexistem. Abaixo da pressão de vapor o fluido encontra-se em estado de vapor, e

acima encontra-se na fase líquida. Assim como a Pressão, a Pressão de vapor será

expressa na unidade Pascal (��) neste trabalho.

3.2. ESCOAMENTO DE FLUIDOS EM TUBULAÇÕES

3.2.1. Número de Reynolds (�)

O número de Reynolds é um parâmetro adimensional utilizado para caracterizar

um escoamento em laminar ou turbulento. Seu valor é calculado da seguinte forma:

� = �. >. ?�

Onde:

� − Número de Reynolds

> − Velocidade de escoamento do fluido [� ⁄ ] ? − Diâmetro interno da tubulação [�] � − Viscosidade absoluta [��. ]

Page 18: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

8

3.2.2. Classificação do escoamento

Um escoamento pode ser caracterizado em dois tipos: laminar e turbulento.

Utilizando o número de Reynolds para essa função, fica caracterizado que:

� � < 2000 −Regime laminar

� 2000 < � < 4000 − Regime de transição laminar-turbulento

� � > 4000 − Regime turbulento

3.2.3. Teorema de Bernoulli

Uma aplicação do princípio de conservação de energia é o Teorema de

Bernoulli, que relaciona as energias cinética, de pressão e potencial de um fluido

escoando ao longo de uma linha de corrente. O teorema é representado pela seguinte

equação:

�F� + >FH2 + IF. � = �H� + >HH2 + IH. �

Onde o fluido passa pelos pontos 1 e 2 que possuem as velocidades de

escoamento >F e >H, as pressões � e �H, e as elevações IF e IH. A equação pode também

ser escrita na seguinte forma:

�F� +>FH2� + IF =

�H� + >HH2� + IH = �JK ;�K;�

A equação de Bernoulli é uma das equações mais usada em toda a mecânica dos

fluidos e é, inclusive, a base para o cálculo das alturas manométricas de um sistema,

como será explicado mais adiante. No entanto, seu uso está condicionado às seguintes

restrições:

� Escoamento em regime permanente

� Escoamento incompressível

� Escoamento sem atrito

� Escoamento ao longo de uma linha de corrente

Page 19: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

9

3.2.3.1. Adaptação do teorema de Bernoulli aos líquidos reais

Na equação de Bernoulli, apresentada na seção anterior, foi considerada a

hipótese do liquido ser perfeito, desconsiderando a perda de carga devido ao trabalho de

atrito, viscosidade e turbilhonamento. Dessa forma, se faz necessária uma adaptação da

equação para o caso de líquidos reais. Fazendo essa adaptação, tem-se a seguinte

expressão:

�F� +>FH2� + IF =

�H� + >HH2� + IH + ℎ-

Onde o termo ℎ-, conhecido como perda de carga, representa a energia perdida

pelo líquido, por unidade de peso, para escoar do ponto 1 ao ponto 2.

3.2.4. Perda de carga

A perda de carga pode ser dividida em dois tipos: Perda de carga normal (ℎ- ) e perda de carga localizada (ℎ-*), de forma que:

ℎ- = ℎ- + ℎ-*

A perda de carga normal é aquela que ocorre em trechos retos de tubulação e a

localizada é aquela que se observa em acessórios (válvulas, reduções, curvas, etc.).

Os cálculos de perda de carga são feitos de forma diferente para escoamentos

laminar e turbulento. Neste trabalho, assim como na maioria dos casos de escoamento

de fluido em tubulações, o regime é turbulento, como será visto mais adiante. Por isso,

os métodos de calcular a perda de carga que serão mostrados a seguir só levarão em

conta o caso de escoamento turbulento.

3.2.4.1. Perda de carga normal

A perda de carga normal pode ser calculada através da expressão teórico-

experimental de Darcy-Weisbach:

Page 20: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

10

ℎ- [�] = �. M?.>H2�

Onde:

� − Coeficiente de atrito

M − Comprimento reto total da tubulação [�] ? − Diâmetro interno da tubulação [�] > − Velocidade de escoamento da tubulação [� ⁄ ] � − Aceleração da gravidade [� H⁄ ]

É importante observar que, em cálculos hidráulicos, o diâmetro efetivo é sempre

o interno, que será referido como diâmetro, por simplificação.

O coeficiente de atrito (�) é uma função do número de Reynolds (�) e da rugosidade relativa da tubulação (N ?⁄ ), sendo esta a razão entre a rugosidade da tubulação e seu diâmetro. E pode ser obtido através do Ábaco de Moody, mostrado na

Figura 3.

Figura 3.1 - Ábaco de Moody [4]

Page 21: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

11

3.2.4.2. Perda de carga localizada

As perdas de carga localizadas são devidas a distúrbios locais do fluxo ao passar

por acidentes, equipamentos, etc. Neste trabalho, o método utilizado para o cálculo

dessas perdas é o Método do comprimento equivalente (MOP), que consiste em fixar o

valor do comprimento reto de tubulação que reproduziria, nas mesmas condições, a

mesma perda de carga que o acessório em questão. Esse comprimento equivalente, MOP, é somado ao termo M, na formula de Darcy-Weisbach. Os valores de comprimento

equivalente são tabelados, e apresentados a seguir.

Tabela 3.1 - Comprimento equivalente para Entrada e Saída [4]

Page 22: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

12

Tabela 3.2 - Comprimento equivalente para reduções de diâmetro [4]

Tabela 3.3 - Comprimentos equivalentes para válvulas [4]

Page 23: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

13

Tabela 3.4 - Comprimentos equivalentes para joelhos, curvas e T's [4]

3.3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA

Nesta seção serão apresentados parâmetros principais relativos a um sistema de

bombeamento. Para realizar uma correta seleção de bombas, é necessário ter

conhecimento de todos os dados a respeito do sistema mostrados a seguir.

3.3.1. Altura manométrica de sucção (�))

A altura manométrica de sucção representa a energia por unidade de peso

existente no flange de sucção da bomba. Seu cálculo de dá através da seguinte

expressão, que consiste na primeira parte da equação de Bernoulli e sua unidade é o

metro de coluna de líquido.

�)[�] = �)� + I) − ℎ-)

Onde ℎ-) representa a perda de carga de sucção, que considera todas as perdas de energia do fluido desde o reservatório de sucção até a entrada da bomba.

Page 24: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

14

3.3.2. Altura manométrica de descarga (�Q)

Representa a altura manométrica por unidade de peso que deve existir no flange

de descarga para que o fluido atinja o ponto final de descarga atendendo as condições

do processo. Analogamente ao �), o �Q pode ser observado como a segunda parte da

equação de Bernoulli, sendo calculada da seguinte forma:

�Q[�] = �Q� + IQ + ℎ-Q

Onde ℎ-Q representa toda a perda de carga desde a saída da bomba até o

reservatório de descarga. É importante observar que na expressão de �Q, a perda de carga é adicionada aos outros termos, ao contrário do �), onde é subtraída. Isso acontece por a altura manométrica de sucção representa toda a energia que o fluido deve

‘vencer’ para atingir o destino, portanto a perda de carga é mais um obstáculo que deve

ser ultrapassado pelo fluido bombeado.

3.3.3. Altura manométrica total (�)

A altura manométrica total do sistema, também tratada como Head do sistema,

pode ser definida como a energia por unidade de peso que o sistema solicitará de uma

bomba, em função da vazão bombeada, para que o líquido consiga chegar ao ponto

desejado.

É importante enfatizar que a altura manométrica total é uma característica do

sistema, que é função da vazão, e que leva em conta as alturas geométricas dos

reservatórios em relação à bomba, a diferença de pressões entre os reservatórios, e as

perdas de carga nas linhas de sucção e descarga.

Tendo calculado as alturas manométricas de sucção e descarga, a determinação

da altura manométrica total é bem simples, sendo a subtração desses dois termos.

�[�] = �Q − �) = R�Q − �)� S + (IQ − I)) + Tℎ-Q − ℎ-)U

Page 25: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

15

3.3.4. Curva característica do sistema

A curva característica do sistema, ou curva do sistema, é uma representação

gráfica da altura manométrica total do sistema em função da vazão volumétrica de

escoamento do fluido. É um instrumento extremamente utilizado na seleção de bombas,

uma vez que determina a energia que o sistema solicita para cada valor de vazão.

Pela expressão do Head do sistema, percebe-se que somente as perdas de carga

são alteradas com a variação da vazão, uma vez que nem as elevações nem as pressões

dos reservatórios são função da vazão. Dessa forma, a curva apresenta um formato

parabólico, uma vez que a perda de carga, de acordo com a expressão de Darcy-

Weisbach, é função do quadrado da vazão. Um exemplo de curva característica é

mostrado na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Curva do sistema [5]

A parcial do Head que não é função da vazão é denominada parte estática,

enquanto a parcial das perdas de carga, variáveis com a vazão, é chamada de parte

dinâmica.

3.3.5. NPSH disponível (����Q)

O ����(�J�K�Vê ��;�J �;�X��Y�;�JK����)�� �JKíX�V é uma grandeza

usada para quantificar a energia (por unidade de peso) acima da pressão de vapor que o

sistema apresenta no flange de sucção da bomba. Sendo assim, é um instrumento

utilizado na verificação de cavitação, como será visto mais adiante.

O cálculo do ����� é dado da seguinte forma:

Page 26: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

16

�����[�] = R�)� + I) − ℎ-)S + R��#� − �� S = �) + R��#� − �� S

3.4. DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS CENTRÍFUGAS

Nesta seção serão apresentados dados e informações sobre bombas, com ênfase

nas bombas do tipo centrífuga, alvo principal deste trabalho. Serão expostas as

classificações, princípio de funcionamento, curvas características e características

construtivas.

3.4.1. Classificação das bombas

A Figura 3.3 apresenta um quadro com os principais tipos de bombas.

Figura 3.3 – Tipos de bombas

Page 27: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

17

Como será explicado posteriormente, o processo de seleção de bombas nesse

trabalho será feito com foco nas bombas centrífugas radiais. Logo, as seções seguintes

serão concentradas nesse tipo específico de bomba.

3.4.2. Principais componentes

As bombas centrífugas radiais possuem os principais componentes mostrados na

Figura 3.4, a seguir.

Figura 3.4 – Bomba centrífuga radial [6]

3.4.3. Princípio de funcionamento

O funcionamento da bomba centrífuga baseia-se praticamente na criação de uma

zona de baixa pressão e de uma zona de alta pressão.

O movimento de rotação do impelidor transmite, através de suas pás, uma força

centrífuga ao líquido, que se desloca, então, na direção da periferia do impelidor. Esse

deslocamento gera a região de vazio (baixa pressão) na região central. A baixa pressão,

Page 28: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

18

por sua vez, irá succionar igual quantidade de líquido, estabelecendo, assim, a primeira

condição para o funcionamento que é um fluxo contínuo.

O líquido que parte para a periferia, sob ação da força centrífuga, irá encontrar

um aumento progressivo na área na do escoamento (na carcaça) que, segundo o teorema

de Bernoulli, irá ocasionar uma queda de velocidade e conseqüente aumento de pressão.

Dessa forma é criada a zona de alta pressão, que proporciona a função desejada da

bomba. A Figura 3.4 ilustra essa trajetória do líquido.

Figura 3.5 – Linha de fluxo na bomba centrífuga [7]

De forma geral, o que ocorre é que a energia cinética cedida ao fluido pelo

impelidor é transformada em energia de pressão pelo aumento de área progressivo

proporcionado pela carcaça, geralmente em voluta, como mostra a Figura 3.4.

3.4.4. Curvas características

Nesta seção serão apresentadas as curvas características das bombas, que, para

cada produto, são fornecidas pelos fabricantes.

Na Figura 3.5 são apresentadas, em um mesmo gráfico, as três curvas

características de bombas: Head, Rendimento e Potência absorvida em função da vazão.

Page 29: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

19

Figura 3.6 – Curvas características de bombas [4]

3.4.4.1. Curva Head (H) x Vazão (Q)

O Head da bomba é a energia por peso que a bomba é capaz de fornecer ao

fluido para certa vazão. A curva Head x Vazão, também conhecida como curva Carga x

Vazão, representa a variação de carga (Head) cedida pela bomba para diferentes valores

de vazão.

3.4.4.2. Curva Potência Absorvida (�J;�()) x Vazão (Z)

A Potência absorvida consiste na potência requerida do acionador pela bomba, e

é um importante critério de escolha entre modelos de bombas.

É importante ressaltar que a potência absorvida é diferente da potência cedida ao

fluido (potência útil) devido ao rendimento da bomba ([). A potência absorvida pode ser calculada da seguinte forma:

�J;�() = �.Z.�75[

Onde,

[�J;�()] = ^> [Z] = �0

Page 30: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

20

[�] = �

[�] = ���/�³

3.4.4.3. Curva Rendimento ([) x Vazão (Z)

O rendimento pode ser definido como a razão entre a potência útil cedida ao

fluido (�J;&) e a potência absorvida pela bomba (�J;�()).

[ = �J;&�J;�()

Na curva de rendimento, o ponto de máxima eficiência é conhecido como BEP –

Best Efficiency Point.

3.4.5. Efeito da variação do diâmetro do impelidor

Para que a curva de carga da bomba encontre a curva do sistema exatamente no

ponto de operação desejado, fabricantes de bombas muitas vezes utilizam o artifício de

usinar o impelidor, diminuindo seu diâmetro externo.

Ao alterar o diâmetro externo do impelidor de ?F para ?H, as modificações na

vazão, carga e potência consumida ocorrem nas seguintes proporções:

ZHZF = R?F?HS

�H�F = R?H?FSH

�J;�()H�J;�()F = R?H?FS0

Page 31: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

21

3.4.6. NPSH requerido (�����)

O NPSH requerido, de maneira analogamente oposta ao NPSH disponível, pode

ser entendido como a energia mínima (por unidade de peso) acima da pressão de vapor

do fluido, que deve existir no flange de sucção para que não ocorra cavitação.

A curva de NPSHr x Vazão (Z) é característica de cada modelo de bomba e é

fornecida pelo fabricante.

3.5. CAVITAÇÃO

Caso a pressão de um fluido, em dado ponto do bombeamento, atinja um valor

inferior à pressão de vapor do líquido bombeado, irá ocorrer a formação de bolhas de

vapor de parte desse líquido. Se, após essa ocorrência, o fluido as bolhas formadas

voltarem a atingir uma pressão superior à pressão de vapor do líquido, haverá o colapso

das bolhas com retorno à fase líquida. Porém, como o volume específico do líquido é

inferior ao volume específico do vapor, passará a existir um vazio, proporcionando o

aparecimento de ondas de choque.

A esse fenômeno é dado o nome de cavitação, e é um dos tópicos fundamentais

no estudo de bombas. Sua ocorrência gera diversos problemas, como barulho, vibração,

alteração das curvas características e danificação do material, uma vez que o colapso

das bolhas pode ocorrer junto à superfície metálica da bomba, lançando um microjato

ou onda de choque atingindo o material [4].

No caso das bombas centrífugas, a região de menor pressão, crítica para efeito

de cavitação, é a entrada do impelidor. Nesta região a pressão é mínima pois ainda não

houve nenhum acréscimo de pressão pelo impelidor e a energia foi reduzida pelas

perdas de carga na linha de sucção.

Uma condição usual para a verificação de não-cavitação é a seguinte:

����Q ≥ ����$ + 0,6���VíbY��J

Page 32: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

22

3.6. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO

Uma prática comum é a associação de bombas, que pode ser feita em série ou

em paralelo. A associação em paralelo garante uma maior flexibilidade operacional ao

sistema, uma vez que permite trabalhar com vazões variáveis garantindo uma boa

eficácia. Além disso, tem como vantagem uma maior segurança operacional, visto que

em caso de falha de uma das bombas, será possível continuar operando com o sistema,

ainda que com vazão reduzida, conforme pode ser visto na Figura 3.6.

Em relação à curva característica da bomba, quando se está operando com

bombas em paralelo, somam-se as vazões correspondentes aos mesmos valores de

carga. Na Figura 3.6 está representada essa operação, para duas bombas iguais. Deve-se

observar que quando as duas bombas estiverem trabalhando em paralelo, cada uma

estará operando com a vazão ZF (metade da vazão ZH), que é inferior à vazão correspondente quando apenas uma bomba estiver operando (ZFc), para o mesmo

sistema.

Figura 3.7 - Associação de bombas em paralelo [7]

Page 33: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

23

4. ANÁLISE DO SISTEMA DE INTERESSE

Neste capítulo será apresentado o sistema de transporte de Nafta, suas

características e as condições necessárias para sua operação. Será feita uma análise

detalhada do mesmo, com objetivo de determinar os requisitos aos quais os

equipamentos de bombeamento devem atender para que possibilitem o funcionamento

desejado do sistema.

4.1. APRESENTAÇÃO DO SISTEMA

O sistema a ser tratado neste trabalho faz parte da Unidade de Destilação

Atmosférica e a Vácuo (UDAV), localizada no Complexo Petroquímico do Rio de

Janeiro (COMPERJ).

O sistema é composto, além da própria bomba a ser calculada, por um vaso de

pressão como reservatório de sucção, uma torre de destilação como reservatório de

descarga, dois trocadores de calor associados em série à jusante da bomba e as linhas de

sucção e descarga, incluindo acessórios e equipamentos de tubulação, como reduções,

curvas, medidores e válvulas.

Na Figura 4.1 um esquema simplificado contendo os principais equipamentos do

sistema é apresentado.

Figura 4.1 - Desenho esquemático do sistema

Page 34: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

24

A Figura 4.2 mostra uma representação em 3D da instalação em questão.

Figura 4.2 - Representação em 3D do Sistema

O fluido de trabalho do sistema é a Nafta Petroquímica, que possui cor

amarelada, odor similar à gasolina e é solúvel em solventes orgânicos e sua faixa de

destilação apresenta:

100,4℃ − 50%�X��J���J 145,0℃ − 90%�X��J���J 158,2℃ − �JK;J��K�V

Page 35: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

25

4.2 DADOS DO SISTEMA

Nesta seção são apresentadas as condições operacionais do sistema, incluindo as

características do fluido bombeado, das linhas de tubulação e dos demais equipamentos

existentes, exibidos nas tabelas abaixo.

Tabela 4.1 – Propriedades do fluido

Fluido Nafta Temperatura g 70 °^

Massa específica i 675,50 ��/�³Viscosidade absoluta j 0,27 ��Pressão de Vapor kl 509,95 ���(�)

Tabela 4.2 – Dados locais

Aceleração da gravidade g 9,81 �/ ²Pressão Atmosférica Patm 101989 ��(�)

Tabela 4.3 – Dados operacionais

Vazão m 114,3 �³/ℎAltura estática de sucção no 7,8 �Altura estática de descarga np 17,2 �

Pressão no reservatório de sucção ko 451106 ��(�)Pressão no reservatório de descarga kp 1127765 ��(�)

Tabela 4.4 – Dados de tubulação

Diâmetro nominal sucção qo 254,0 ��Diâmetro nominal descarga qp 203,2 ��Diâmetro interno sucção qro 260,4 ��Diâmetro interno descarga qrp 202,7 ��

Rugosidade s 0,0457 ��

Tabela 4.5 – Comprimento reto de tubulação

Comprimento Reto de Tubulação

Sucção 18,12 �Descarga 80,88 �

Page 36: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

26

Tabela 4.6 – Acessórios na tubulação de sucção

Acidente / Equipamentos Quantidade Curva 90 RL 9 Tê Ramal 1

Entrada K=0,5 1 Válvula gaveta 1 Redução (10x4) 1

Filtro T 1

Tabela 4.7 – Acessórios na tubulação de descarga

Acidente / Equipamentos Quantidade Curva 90 RL 31 Curva 45 RL 1 Saída K=1 3

Entrada K=0,5 2 Tê Direto 11 Tê Ramal 2

Válvula Gaveta 8 Válvula Retenção 1 Redução (8x6) 2 Ampliação (8x6) 2 Redução (6x4) 1 Ampliação (6x4) 1 Ampliação (6x3) 1 Redução (10x8) 1 Medidor de vazão 1 Trocador de calor 1

Válvula de Controle 1

4.3 CÁLCULOS DO SISTEMA

Nesta seção serão feitos os cálculos relativos ao sistema levando em conta suas

características operacionais. O objetivo desse cálculo é determinar a requisição de carga

que uma máquina de fluxo deve ser capaz de fornecer para ser possível operar o

sistema. Esse dimensionamento será a base para, mais adiante, fazer a seleção da bomba

mais adequada.

Page 37: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

27

Para os cálculos relativos ao escoamento do fluido, o mesmo foi considerado

incompressível, uniforme e permanente.

.

4.3.1 Cálculos do Fluido

Nesta seção serão calculadas três propriedades do fluido que serão utilizadas em

cálculos posteriores: O peso específico, a densidade e a viscosidade cinemática.

4.3.1.1 Cálculo do Peso Específico - � � = �. �

� = 675,5.9,81 � = 6626,7�/�³

4.3.1.2 Cálculo da Densidade - � � = � �átuv6℃7

� = 675,5 10007

� = 0,676

4.3.1.3 Cálculo da Viscosidade Cinemática - �

� = � �7

� = 0,27 675,57

� = 0,0004��;

4.3.2 Cálculo das Perdas de Carga

Conforme exposto anteriormente, o cálculo de perda de carga devido ao

escoamento do fluido na tubulação será feito através do método do comprimento

equivalente. Os cálculos serão divididos entre a perda de carga na tubulação de sucção e

de descarga e são apresentados a seguir.

Page 38: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

28

4.3.2.1 Cálculo da Perda de Carga na Sucção

A fórmula utilizada para a perda de carga é a seguinte:

ℎ-) = �). M)?%) .>)H2� + Tℎ-)UOP+%w

Onde,

M) = M$O#! +xMOP%

%

O segundo termo da equação, Tℎ-)UOP+%w, é a perda de carga gerada por equipamentos. Diferentemente dos acessórios de tubulação, em que usamos o

comprimento equivalente, a perda dos equipamentos é fornecida diretamente pelo

fabricante, por isso ela é tratada separadamente como segundo termo da equação.

Dando início aos cálculos, primeiro devemos calcular o coeficiente de atrito

(�)). Para tal, usamos o Ábaco de Moody, tendo como dados de entrada o número de

Reynolds (�)) e a Rugosidade Relativa (N ?%)⁄ ), que também serão calculados a

seguir.

N?%) = 0,0457/260,4

N?%) = 0,00018

�) = �. >). ?%)�

Onde

� = 675,5��/�³

� = 0,27�� = 0,00027��.

?%) = 260,4��

Page 39: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

29

>) = Zy) =

Zz.?%)H4

= 4.Zz. ?%)H

>) = 4. (114,3/3600)|z. }260,41000~

H�

>) = 0,6�/

Então,

�) = �. >). ?%)� = 675,5. 0,6. (260,4 1000⁄ )0,00027

�) = 388395,74

Tendo o número de Reynolds e a rugosidade relativa da tubulação de sucção,

damos entrada no Ábaco de Moody para extrair o valor de �), como mostra a Figura 4.3.

Figura 4.3 – Ábaco de Moody para tubulação de sucção [4]

Page 40: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

30

�) = 0,0156

Para o cálculo de M) devemos considerar a soma do comprimento reto com o

somatório dos comprimentos equivalentes da tubulação.

M$O#! = 18,12�

A Tabela 4.8 mostra cada acessório da tubulação de sucção e seu respectivo

comprimento equivalente, retirado das Tabelas 3.1 a 3.4.

Tabela 4.8 – Comprimento equivalente na tubulação de sucção

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP [m]

Curva 90 RL 9 7,62 68,58 Tê Ramal 1 15,24 15,24

Entrada K=0,5 1 9,45 9,45 Válvula gaveta 1 3,66 3,66 Redução (10x4) 1 2,44 2,44

Total 117,49

xMOP% = 117,49�

%

M) = 18,12 + 117,49 M) = 135,61�

O único equipamento presente na linha de sucção é o Filtro T. Sua perda de

carga equivalente, fornecida pelo fabricante, para a vazão de operação é de

0,007 ��� ��²⁄ .

Tℎ-)UOP+%w = 0,007 ��� ��²⁄ = 686,47��

686,47(�. �) = 686,47

(676,5. 9,81)

Page 41: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

31

Tℎ-)UOP+%w = 0,104�

Finalmente, a perda de carga na tubulação de sucção, para a vazão de operação,

é:

ℎ-) = 0,0156. 135,61}260,41000~. 0,6H(2. 9,81) + 0,104

ℎ-) = 0,252�

4.3.2.2 Cálculo da Perda de Carga na Descarga

De forma análoga,

ℎ-Q = �Q . MQ?%Q .>QH2� + Tℎ-QUOP+%w

MQ = M$O#! +xMOP%

%

N?%Q = 0,0457/202,7

N?%Q = 0,00023

�Q = �. >Q. ?%Q�

� = 0,27�� = 0,00027��.

Page 42: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

32

>Q = ZyQ =

Zz.?%QH4

= 4.Zz. ?%QH

>Q = 4. (114,3/3600)|z. }202,71000~

H�

>Q = 0,98�/

�Q = �. >Q. ?%Q� = 675,5. 0,98. (202,7 1000⁄ )0,00027

�Q = 498955,36

Tendo agora o número de Reynolds e a rugosidade relativa da tubulação de

descarga, do Ábaco de Moody extraímos o valor de �Q, como mostra a Figura 4.4.

Figura 4.4– Ábaco de Moody para tubulação de descarga [4]

Page 43: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

33

�Q = 0,0157

M$O#! = 80,88�

A Tabela 4.9 mostra cada acessório da tubulação de descarga e seu respectivo

comprimento equivalente, retirado das tabelas da seção 3.2.4.

Tabela 4.9– Comprimento equivalente na tubulação de descarga

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP[m]

Curva 90 RL 31 6,1 189,1 Curva 45 RL 1 3,05 3,05 Saída K=1 3 14,63 43,89

Entrada K=0,5 2 7,32 14,64 Tê Direto 11 4,27 46,97 Tê Ramal 2 12,2 24,4

Válvula Gaveta 8 2,74 21,92 Válvula Retenção 1 100 100 Redução (8x6) 2 2,13 4,26 Ampliação (8x6) 2 2,13 4,26 Redução (6x4) 1 1,22 1,22 Ampliação (6x4) 1 1,22 1,22 Ampliação (6x3) 1 2,44 2,44 Redução (10x8) 1 1,83 1,83

Total 459,20

xMOP% = 459,20�

%

MQ = 80,88 + 459,20

MQ = 540,1�

A tubulação de descarga possui três equipamentos: um medidor de vazão, os

trocadores de calor e uma válvula de controle, cujas perdas de carga são mostradas a

seguir.

Page 44: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

34

Tabela 4.10 – Perda de carga nos equipamentos de descarga

Equipamento ℎ- [kgf/cm²]

Medidor de vazão 0,20 Trocador de calor 0,24

Válvula de Controle 1,3

Total 1,74

Tℎ-QUOP+%w = 1,74 ��� ��²⁄ = 170635,7��

170635,7(�. �) = 170635,7

(676,5. 9,81)

Tℎ-QUOP+%w = 25,75�

Logo, a perda de carga na tubulação de sucção, para a vazão de operação, é:

ℎ-Q = 0,0157. 540,1}202,71000~. 0,98H(2. 9,81) + 25,75

ℎ-Q = 27,842�

4.3.3 Cálculo da Altura Manométrica Total do Sistema – �

Nesta seção será calculada a Altura Manométrica Total do sistema, para a vazão

de operação.

� = �Q − �)

�Q = �Q� + IQ + ℎ-Q

�) = �)� + I) − ℎ-)

Page 45: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

35

�Q = 11277656626,7 + 17,2 + 27,8

�Q = 215,2�

�) = 4511066626,7 + 7,8 − 0,252

�) = 75,6�

� = 215,2 − 75,6

� = 139,6�

4.3.4 Cálculo da Pressão Diferencial – ∆�

∆� = �.�

∆� = 139,6.6626,7

∆� = 925125,8�� = 925���

4.3.5 Cálculo da Pressão nos Flanges de Sucção e Descarga – �-)��-Q

�-) = �) + �. I) − ℎ-)

�-Q = �Q + �. IQ + ℎ-Q

ℎ-)[��] = ℎ-)[�]. � = 0,252.6626,7 = 1670��

ℎ-Q [��] = ℎ-Q[�]. � = 27,8.6626,7 = 184222��

Page 46: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

36

�-) = �) + �. I) − ℎ-) = 451106 + 6626,7.7,8 − 1670

�-) = 501124�� = 501���

�-Q = �Q + �. IQ − ℎ-Q = 1127765 + 6626,7.17,2 + 184222

�-Q = 1425966�� = 1426���

A titulo de verificação pode-se calcular a pressão diferencial a partir da diferença

das pressões nos flanges de sucção e descarga.

∆� = �-Q − �-)

∆� = 1426 − 501 = 925���

Portanto, o resultado está compatível com o calculado na seção 4.3.4.

4.3.6 Determinação da Curva do Sistema

Para determinar a curva mostrando a variação de altura manométrica total com a

vazão fixam-se arbitrariamente valores de vazão, e faz-se o cálculo da altura

manométrica para cada uma. O que causa a variação de altura manométrica de uma

vazão para outra é a perda de carga, que varia aproximadamente com o quadrado da

vazão. Portanto, para cada vazão devemos recalcular a velocidade de escoamento, o

número de Reynolds e o coeficiente de atrito para então termos a perda de carga para

aquela vazão. Soma-se, então, a perda de carga ao Head estático (parte estática do

Head), que não varia com a vazão, para obtermos as alturas manométricas em cada

vazão e então determinarmos a curva do sistema.

As perdas de carga nos equipamentos também podem ser consideradas como variando

proporcionalmente ao quadrado da vazão, portanto para o cálculo proposto, foi determinado um

coeficiente de proporcionalidade para os equipamentos nos trechos de sucção e descarga,

mostrados abaixo.

Os resultados destes cálculos estão expostos nas tabelas a seguir.

Page 47: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

37

Tabela 4.11 – Coeficientes de perda de carga dos equipamentos

Coeficiente de perda de carga

Sucção 7,93. 10�� �/(�³/ℎ)² Descarga 1,97. 10�0 �/(�³/ℎ)²

Tabela 4.12 – Variação da altura manométrica de sucção com a vazão

%Z Z[�0 ℎ⁄ ] >)[� ⁄ ] �) �) ℎ-)[�] �)[�] 0% 0 0 - - - 75,87 20% 22,9 0,12 77679 0,01978 0,012 75,86 40% 45,7 0,24 155358 0,01760 0,043 75,83 60% 68,6 0,36 233037 0,01662 0,094 75,78 80% 91,4 0,48 310717 0,01603 0,164 75,71 100% 114,3 0,60 388396 0,01564 0,252 75,62 120% 137,2 0,72 466075 0,01535 0,359 75,52

Tabela 4.13 – Variação da altura manométrica de descarga com a vazão

%Z Z[�0 ℎ⁄ ] >Q[� ⁄ ] �Q �Q ℎ-Q [�] �Q [�] 0% 0 0 - - - 187,39 20% 22,9 0,20 99791 0,01915 1,132 188,52 40% 45,7 0,39 199582 0,01730 4,489 191,87 60% 68,6 0,59 299373 0,01648 10,061 197,45 80% 91,4 0,79 399164 0,01601 17,845 205,23 100% 114,3 0,98 498955 0,01570 27,842 215,23 120% 137,2 1,18 598746 0,01548 40,050 227,44

Tabela 4.14 – Variação da altura manométrica total com a vazão

%Z Z[�0 ℎ⁄ ] �[�] 0% 0 111,51 20% 22,9 112,66 40% 45,7 116,04 60% 68,6 121,67 80% 91,4 129,52 100% 114,3 139,61 120% 137,2 151,92

Page 48: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

38

De posse dos dados acima, podemos plotar a curva do sistema.

Figura 4.5 – Curva do Sistema

4.3.7 Cálculo do NPSH disponível - �����

O Cálculo do ����� faz-se extremamente importante, para que, no processo de

seleção da bomba, seja feita a verificação de que não irá ocorrer cavitação. Essa análise

futura será feita comparando o NPSH requerido (�����) pela bomba com o NPSH

disponível, que o sistema é capaz de oferecer.

����� = �)� + I) +��#� − �� − ℎ-) = �) + ��#� − ��

����� = 4511066626,7 + 7,8 +

101989 − 5099466626,7 − 0,252

����� = 14,06�

100,0

110,0

120,0

130,0

140,0

150,0

160,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160

He

ad

[m

]

Vazão [m³/h]

Curva do Sistema

Page 49: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

39

4.3.7.1 Curva do �����

Em um cálculo semelhante ao da determinação da curva do sistema,

determinamos a curva do ����� para alguns valores de vazão. Os resultados são

apresentados na Tabela 4.15, e plotados na Figura 4.6.

Tabela 4.15 – Variação do ����� com a vazão

%Z Z[�0 ℎ⁄ ] �)[�] ����Q [�] 0% 0 75,87 14,31

20% 22,9 75,86 14,30

40% 45,7 75,83 14,27

60% 68,6 75,78 14,22

80% 91,4 75,71 14,15

100% 114,3 75,62 14,06

120% 137,2 75,52 13,95

Figura 4.6 – Curva de ����� do sistema

13,9

14,0

14,1

14,2

14,3

14,4

0 20 40 60 80 100 120 140 160

NP

SH

d [

m]

Vazão [m³/h]

Curva de NPSHd

Page 50: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

40

5. SELEÇÃO DA BOMBA

Nesta seção serão avaliadas propostas de dois fornecedores internacionalmente

conhecidos e de alta confiabilidade no mercado de bombas. A comparação será feita

com o objetivo de escolher a bomba que melhor satisfaça os requisitos do sistema

previamente calculados e terá como principal guia conceitual a norma API 610 [8].

O projeto visa atender ao requisito de ser selecionada uma bomba, operando

sozinha, capaz de satisfazer as necessidades impostas pelo sistema de forma segura e

eficiente.

Para isso, foram adotadas algumas premissas de projeto, apresentadas a seguir.

5.1. PREMISSAS DE PROJETO

Como premissa deste projeto, no que concerne à seleção do equipamento, foi

determinado que a bomba deve ser do tipo Centrífuga Radial. Essa preferência decorre

fundamentalmente das seguintes qualidades:

� Podem ser acionadas diretamente por motor elétrico sem necessidade de

adaptadores de velocidade;

� Trabalham em regime permanente;

� Fornecem boa flexibilidade operacional, pois a vazão pode ser modificada

por recirculação, fechamento parcial de válvula na tubulação de descarga ou,

alternativamente, por mudança de rotação ou diâmetro externo do impelidor;

� Normalmente requerem menores cuidados de manutenção que outros tipos

de bomba;

� Cobrem uma ampla faixa de vazão;

� O Preço pode ser considerado favorável comparado a outros tipos de bomba.

Outra vantagem é o grande acesso a dados teóricos e conceituais, uma vez que

esse tipo de bomba ocupa a maior parcela do mercado de bombas para operações

industriais, especialmente na indústria petroquímica e de óleo de gás.

Para operar vazões de até 1000 m³/h e Altura Manométrica Total de até 220 m,

são usualmente indicadas bombas de orientação horizontal, de sucção axial e rotor em

balanço (Overhung) [8].

Page 51: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

41

Com isso, fica definido, pelas premissas do projeto, que a bomba selecionada

deve ser centrífuga, radial, de orientação horizontal, com sucção axial e rotor em

balanço. Abaixo, a Figura 5.1 ilustra um exemplo de bomba com estas características.

Figura 5.1 – Bomba horizontal, centrífuga radial, com rotor em balanço [9]

5.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA API 610

A norma API 610 faz diversas recomendações para a utilização de bombas

centrífugas para indústria petroquímica e de óleo e gás. Entre essas recomendações,

podemos destacar algumas diretamente aplicáveis ao sistema em questão. São elas:

� Bombas com acionadores de velocidade constante devem ser capazes de,

pelo menos, um aumento de 5% na carga em relação às condições nominais

através da instalação de um novo impelidor ou impelidores;

� Deve-se dar preferência a bombas com curvas estáveis;

� O impelidor da bomba deve ser do tipo fechado

� A bomba deve, preferencialmente, operar em uma faixa de vazão entre 70%

a 120% do BEP, e, idealmente, na faixa de 80% a 110% do BEP;

� Usar bombas com carcaças bipartidas radialmente se o fluido for tóxico ou

inflamável com densidade menor que 0,7 na temperatura de bombeamento;

Page 52: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

42

� A classe de material mais adequada para a construção da bomba para o

bombeamento de Nafta em temperaturas inferiores a 230 °C é a S-1 e para

temperaturas superiores a 230 ºC é a S-6;

� Para bombas do tipo OH (Overhung), ou seja, com impelidor em balanço, o

tipo OH2 (montagem pela linha de centro) é preferível ao tipo OH1

(montagem pelo pé), uma vez que este último não atende a todos os critérios

estabelecidos.

5.3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Foram considerados diversos critérios em conjunto para a comparação e seleção,

dentre os quais, podemos destacar:

� Eficiência

� ���� requerido

� Posicionamento em relação ao ��� � Potência requerida

� Diâmetro do impelidor

� Classe do material usado na construção

Devemos sempre procurar a bomba que apresente a maior eficiência para a

condição de operação desejada. De forma oposta, é desejado um baixo �����, para que não se aproxime do ����� do sistema, o que causaria o fenômeno da cavitação,

muito prejudicial ao funcionamento da bomba.

A potência requerida pela bomba está diretamente ligada à sua eficiência.

Quanto maior a eficiência, menor a potência requerida. Portanto, deve-se buscar o

equipamento que necessite da menor potência possível.

Para atingir o ponto de operação desejado, geralmente faz-se é a usinagem do

impelidor da bomba. No entanto, deve-se atentar para o fato de que quanto mais

material é retirado do impelidor, maiores são as chances de ocorrer recirculação interna,

o que reduz a eficiência da operação. Logo, em geral, busca-se por uma bomba cujo

diâmetro do impelidor esteja o mais próximo possível do diâmetro máximo, não

Page 53: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

43

esquecendo, apenas, da recomendação da API 610 descrita acima, que pede ser possível

um aumento de 5% de carga através da substituição do impelidor.

No que diz respeito à classe do material utilizado na construção, é recomendado

escolher uma bomba cuja classe de material seja a especificada pela API 610. Porém,

apesar da grande valia dessa recomendação, algumas outras considerações devem ser

feitas:

� Verificar experiências anteriores em serviços semelhantes ou iguais

� Solicitar ao fabricante resultado de soluções por ele encontradas em serviços

semelhantes

� Deve-se estar atualizado com relação à disponibilidade de novos materiais

no mercado

Além de todos os critérios de seleção já descritos, a prática sugere dois outros

pontos:

� Escolher bombas cujo Head no Shut-off seja de 10% a 20% maior que o

Head do ponto de operação

� Escolher bombas cuja vazão de operação seja inferior à vazão

correspondente à vazão do BEP, ou seja, que o ponto de vazão desejada

esteja à esquerda do ponto de vazão do BEP

Sabendo que todos esses fatores estão de certa forma, interligados, é importante

saber fazer uma análise em conjunto das características de cada bomba, para conseguir

escolher o equipamento mais adequado para o serviço.

5.4. FABRICANTE 1 – FLOWSERVE

Para fazer uma pré-seleção da bomba mais indicada entre as possibilidades

oferecidas pelo Fabricante 1, foi utilizado o software FlowSelex disponível no próprio

site do fabricante.

Softwares desse tipo são amplamente utilizados hoje em dia, e aparecem em

praticamente todos os sites de grandes fabricantes. Seu objetivo é reunir em meio

digital, de forma prática e acessível, informações sobre produtos que eram antigamente

Page 54: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

44

contidas em catálogos, ábacos de cobertura e manuais. Sua utilização facilita muito o

processo de seleção, pois garante uma maior autonomia ao cliente, uma vez que reduz a

necessidade de interface pessoal com o fabricante.

Na interface do software, os inputs necessários sobre as condições de operação

são:

Vazão – 114,3�0 ℎ⁄

AMT – 139,61�

NPSHd – 14,06�

Viscosidade do fluido –0,27�� Densidade do fluido –0,676 Pressão no flange de sucção – 501,1���(�) Temperatura do fluido – 70°^ Pressão de vapor do fluido – 509,95���(�) Tipo do fluido – ����J����JK�;J Inflamável? – ���

Tóxico? – ���

Contém H2S? – �ãJ Normativo – y��61010;ℎ���;�JK

Em seguida, pede-se selecionar, entre as linhas de produtos apresentadas, as

linhas de interesse. Devemos selecionar as linhas de produto do tipo OH2, conforme já

demonstrado.

Na próxima etapa, pede-se inserir restrições hidráulicas. Neste ponto,

adicionamos as duas restrições ditadas pela prática, citadas na seção 5.3, sobre escolher

um ponto de operação à esquerda do BEP e bombas cujo � no Shut-off seja de 10% a

20% maior que o do ponto de operação.

Além destas duas, adiciona-se também a restrição recomendada pela API 610

que pede ser possível um aumento de 5% de Head, devido à troca de impelidor.

É importante ressaltar que não há necessidade de se fazer quaisquer correções

relativas à viscosidade, pelo fato de a Nafta ser um fluido menos viscoso que a água.

Depois de adicionadas essas restrições, e analisadas as opções de acordo com os

critérios adotados, finalmente chegamos ao modelo de bomba mais adequado para o

Page 55: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

45

sistema. Suas características principais são mostradas abaixo, e suas curvas e dados

adicionais estão contidos no Anexo I.

Tabela 5.1 – Características da bomba do Fabricante 1

Modelo PHL 35.10.08.30F

Eficiência [%] 67,5 % BEP 96,1

����� [m] 5,0 Potência consumida [kW] 43,5

Diâmetro do impelidor [%?���] 94,9 Classe de material S-1

� em Shut-off [%�] 115,0

% � máximo 88,2

5.5. FABRICANTE 2 – SULZER

Assim como no caso do fabricante 1, para a pré-seleção entre os modelos de

bomba oferecidos pelo fabricante 2 também foi utilizado um software hospedado no

próprio site do fornecedor, o Sulzer Select.

De forma semelhante, devem ser inseridos os seguintes dados de operação do

sistema na interface inicial do software:

Vazão – 114,3�0 ℎ⁄

AMT – 139,61�

NPSHd – 14,06�

Pressão no flange de sucção – 501,1���(�)

Massa específica –675,5��/�³ Temperatura do fluido – 70°^ Viscosidade do fluido –0,27�� Pressão de vapor do fluido – 509,95���(�)

Deve-se, agora, adicionar restrições já mencionadas anteriormente: Head no

Shut-off de 10% a 20% superior ao ���� de operação, e curva do sistema estável.

Page 56: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

46

Na próxima etapa, seleciona-se, dentre as possibilidades apresentadas, as linhas

de produto do tipo Horizontal, com rotor em balanço (OH) e carcaça bipartida

radialmente.

Em seguida, o programa apresenta somente um modelo de bomba compatível

com todos os requisitos especificados. Este modelo possui as seguintes características:

Tabela 5.2 – Características da bomba do Fabricante 2

Modelo 3x4x13-1-OHH

Eficiência [%] 62,1 % BEP 84,8

����� [m] 5,2 Potência consumida [kW] 47,3

Diâmetro do impelidor [%?���] 84,6 Classe de material S-6

� em Shut-off [%�] 116,3

% � máximo 66,2

As curvas características e dados adicionais estão contidos no Anexo II.

5.6. COMPARAÇÃO ENTRE OS FABRICANTES

Agora serão comparadas as duas bombas pré-selecionadas, de cada fabricante,

de modo a se determinar aquela mais adequada para operar no sistema apresentado.

Na Tabela 5.3 podemos ver as características de cada uma, lado a lado.

Tabela 5.3 – Características das bombas pré-selecionadas

Fabricante 1 (Flowserve) 2 (Sulzer)

Modelo PHL 35.10.08.30F 3x4x13-1-OHH

Eficiência [%] 67,5 62,06 % BEP 96,1 84,77

����� [m] 5,0 5,2 Potência consumida [kW] 43,5 47,31

Diâmetro do impelidor [%?���] 94,4 84,61 Classe de material S-1 S-6

� em Shut-off [%�] 115,00 116,32

% � máximo 88,2 66,2

Page 57: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

47

De acordo com as informações acima, podemos perceber que as duas bombas

mencionadas satisfazem completamente todas as restrições e recomendações propostas.

Ambas possuem um Head em Shut-off dentro da faixa recomendada de 110% a 120%

do Head de operação, e são capazes de produzir um aumento de 5% na carga pela troca

do impelidor, uma vez que a razão Head de operação / Head máximo não ultrapassa

95% em nenhum dos casos.

Porém, a partir da tabela acima, percebe-se uma boa vantagem do Fabricante 1 nos

quesitos de Eficiência e % BEP. A potência consumida é praticamente a mesma para os

dois produtos, com uma ligeira vantagem do Fabricante 1, mesmo caso em relação ao

NPSHr e à recirculação interna, devido à usinagem do impelidor.

Em relação à classe de material, devemos observar que o material utilizado na

bomba do Fabricante 2 é de classe S-6, que, de acordo com a API 610, só seria

necessário, para bombeamento de Nafta, em temperaturas acima de 230 ºC. No entanto,

em consulta a engenheiros da área, foi informado que a utilização de material de classe

S-6 trata-se de uma solução bastante recorrente e bem aceita, podendo ser vista como

um excesso de segurança.

Portanto, fica evidente que a bomba mais adequada é modelo PHL 35.10.08.30F

proposta pela Flowserve, que, do ponto de vista técnico, é a que possui melhor

desempenho, fazendo dela o modelo selecionado neste projeto.

A Figura 5.2 representa a bomba selecionada apresentada em corte.

Figura 5.2 – Desenho em seção da bomba selecionada [10]

Tendo selecionado o equipamento, devemos atentar para o fato de que os flanges de

sucção e descarga da bomba selecionada possuem um diâmetro nominal de 4 in e 3 in,

respectivamente. Já a tubulação de sucção e descarga possuem diâmetros nominais de

Page 58: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

48

10 in e 8 in, respectivamente, portanto faz-se necessária a adição de duas reduções, uma

de 10x4 polegadas e outra de 8x3 in.

Com isso, deveria fazer uma correção da curva do sistema, adicionando as perdas de

carga novas causadas pela adição das reduções. No entanto, cálculos breves mostram

que esses novos acessórios acarretariam em um aumento de apenas 1,4%,

aproximadamente, de comprimento equivalente de tubulação, podendo, portanto, ser

desconsiderado.

Abaixo, são mostrados os valores e as curvas de Altura manométrica do sistema e da

bomba selecionada, em uma mesma figura, onde vemos o ponto de operação do sistema.

Tabela 5.4 – Variação dos Heads do sistema e da bomba com a vazão

%Z Z[�³/ℎ] �)%)#O��[�] �(!�(�[�]0% 0 111,51 160,55 20% 22,9 112,66 160,13 40% 45,7 116,04 159,07 60% 68,6 121,67 155,83 80% 91,4 129,52 149,49 100% 114,3 139,61 139,61 120% 137,2 151,92 126,44

Figura 5.3 – Curva ��m do sistema e da bomba

100,00

110,00

120,00

130,00

140,00

150,00

160,00

170,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160

He

ad

[m

]

Vazão [m³/h]

H sistema

H bomba

Page 59: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

49

5.7. ANÁLISE DE CAVITAÇÃO

Como já foi explicado, deve-se evitar o fenômeno da cavitação em bombas por

uma série de fatores, e o método usado para fazer a verificação é utilizando os conceitos

de NPSH requerido e NPSH disponível.

De um modo geral, a margem usada na prática é de 2�; (0,6�) de líquido.

Dessa forma, é estabelecida a seguinte condição para não-cavitação:

����Q ≥ ����$ + 0,6���VíbY��J

Verificando para este caso, chegamos a:

14,06� ≥ 5,0� + 0,6�

Como a relação acima é verdadeira, com uma folga bastante expressiva de mais

de 8� de líquido, a bomba selecionada não corre risco de apresentar cavitação,

segundo o critério adotado.

Page 60: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

50

6. SELEÇÃO DE UM MECANISMO DE VEDAÇÃO

O sistema de vedação (ou selagem) é uma das partes mais importantes de uma

bomba centrífuga. Mesmo ligeiros defeitos na sua construção ou condição podem

impedir o funcionamento satisfatório da bomba.

Este mecanismo tem como principal função proteger a bomba contra

vazamentos nos pontos onde o eixo passa através da carcaça, e deve ser tratado com

cuidado especial quando o sistema opera com fluido considerado de alto risco para a

saúde e o meio ambiente.

A selagem entre o eixo e a carcaça normalmente é obtida através de dois

métodos:

� Por Gaxetas

� Por Selo Mecânico

A selagem por gaxetas é considerada mais simples, e funciona de forma eficiente

quando a bomba opera com fluidos limpos, não tóxicos, não inflamáveis, ou seja, não

perigosos, em condição de operação.

No entanto, devido à grande aplicação de bombas em indústrias de processo,

hoje em dia muitas vezes os fluidos de trabalho apresentam essas características

consideradas de alto risco, como é o caso da Nafta, fluido bombeado pelo sistema

estudado neste trabalho.

A Nafta é altamente volátil, inflamável e extremamente prejudicial à saúde

humana, podendo causar os seguintes efeitos quando em contato com uma pessoa [11]:

� Irritação nos olhos

� Forte ressecamento da pele

� Desmaios

� Pneumonia, em casos de inalação

Dadas essas circunstâncias, fica claro que para o sistema em questão é indicado

o uso de um selo mecânico para a vedação.

Assim sendo, esse capítulo tem como objetivo fazer a escolha de um selo

mecânico e seus dispositivos auxiliares que possibilitem a melhor vedação possível para

o sistema, garantindo a segurança da operação.

Page 61: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

51

Como guia para esse processo, será utilizada a norma API 682 – Pumps – Shaft

Sealing Systems for Centrifugal and Rotatory Pumps – 3rd Edition [13], específica para

sistemas de selagem em bombas centrífugas e rotativas.

6.1. VEDAÇÃO POR SELO MECÂNICO

Nesta seção será feita uma introdução teórica sobre os selos mecânicos,

apresentando seu princípio de funcionamento, bem como suas principais características

construtivas e operacionais, para que mais adiante seja possível fazer a seleção de um

modelo adequado.

6.1.1. Princípio de funcionamento

De modo geral, todos os selos mecânicos têm fundamentalmente o mesmo

principio de funcionamento. As superfícies de selagem são localizadas em um plano

perpendicular ao eixo e usualmente consistem de duas superfícies adjacentes altamente

polidas; uma superfície é ligada ao eixo e a outra à parte estacionaria da bomba. Estas

superfícies altamente polidas são, geralmente, mantidas em contato contínuo através da

ação de molas e pela pressão do fluido dentro da caixa de selagem, formando um selo

fluido entre as partes rotativas e estacionárias com muito pequenas perdas por atrito

Os selos mecânicos necessitam, para um adequado funcionamento, que uma

película de filme de líquido seja formada entre as faces de selagem. Esse líquido pode

ser o próprio líquido bombeado ou outro líquido, com propriedades compatíveis ao

fluido bombeado, proveniente de fonte externa.

Na Figura 6.1, podemos observar o posicionamento dos principais componentes

de um selo mecânico comercial.

Page 62: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

52

Figura 6.1 – Selo Mecânico [7]

Selos mecânicos têm sempre três regiões principais nas quais a selagem deve ser

feita, como pode ser observado na Figura 6.2

Figura 6.2 – As três regiões de selagem [14]

� Selagem Primária – Entre as superfícies em contato dos elementos de selagem;

� Selagem Secundária – Entre o elemento rotativo e o eixo, (ou luva de eixo);

� Selagem Terciária – Entre o elemento estacionário, a sobreposta e a carcaça.

Para a selagem primária, compreendida entre as faces de contato da sede rotativa

com a sede estacionária, o vazamento é controlado mediante a manutenção de um

Page 63: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

53

contato bem firme entre as partes devido à ação da(s) mola(s) e da pressão do fluido na

caixa.

Para a selagem secundária, pode ser usado anel em ‘O’, cunha, anéis em ‘V’, e

fole de borracha ou elastômero.

Para a selagem terciária utiliza-se, de acordo com o tipo de selo, uma junta

convencional ou anel em ‘O’.

6.1.2. Características e Componentes

Nesta seção serão listadas e analisadas algumas das principais características e

tipos de selos mecânicos.

- Selo Interno e Externo

Existem dois arranjos básicos para os selos mecânicos. O primeiro, como mostra a

Figura 6.3, a montagem é dita interna, pois a sede rotativa está localizada dentro da

caixa de selagem e em contato com o fluido bombeado. No segundo arranjo, como

ilustra a Figura, a sede rotativa está localizada na parte externa da caixa de selagem.

Figura 6.3 – Selo Interno [14]

Figura 6.4 – Selo Externo [14]

Page 64: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

54

- Selo Balanceado e Não-Balanceado

Selos podem ser balanceados ou não-balanceados. Em selos não-balanceados

toda a pressão interna atua no sentido de juntar as faces de selagem, o que pode gerar

um aumento de temperatura das faces e conseqüente desgaste das mesmas.

Um artifício utilizado para evitar esse efeito indesejado é o chamado

balanceamento do selo, que consiste em reduzir a seção transversal da sede estacionária

por meio de um ‘degrau’, que desalinha a sede rotativa em relação à sede estacionária.

Esse desnível gera uma força na direção contrária à de fechamento das superfícies, o

que termina por aumentar a vida do selo.

No entanto, selos balanceados não devem ser usados para pressões internas da

caixa de selagem menores que 40 psi(g), pois o contato entre as faces de selagem pode

ser insatisfatório.

- Molas Múltiplas e Mola Única

Os selos podem ser compostos por uma mola única, como mostrado na Figura

6.5 (a), ou por molas múltiplas, como na Figura 6.5 (b). A mola única é posicionada

concentricamente ao eixo, enquanto múltiplas molas ficam ‘apoiadas’, tangenciando o

eixo.

Figura 6.5 – Comparação entre (a) Mola única e (b) Múltiplas molas [7]

Page 65: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

55

A escolha por um tipo ou por outro geralmente se dá devido ao espaço físico

disponível e ao líquido presente na caixa de selagem. A vantagem da mola única é que

se torna um elemento com menos chance de entupimento/obstrução, devido à maior

abertura do componente. Já a montagem com mais de uma mola requer menos espaço

físico, o que se mostra necessário em diversos casos.

- Selos tipos Pusher e Non-Pusher

Selos são ditos do tipo Pusher quando o elemento utilizado para a selagem

secundária (ex. anel em ‘O’) se move axialmente de modo a acomodar o desgaste da

face principal de selagem

Já em selos tipo Non-Pusher o elemento para a vedação secundária é axialmente

estacionário. O desgaste da face primária é geralmente acomodado por foles metálicos

ou elastoméricos que se movem, expandindo, auxiliando a compressão das faces

primárias [12]. A Figura 6.6 representa os dois tipos tratados.

Figura 6.6 – Selos tipo (a) Pusher e (b) Non-Pusher [15]

- Selos Tipo Cartucho

São selos pré-montados de fábrica com seus componentes já montados num

conjunto único sobre a luva de eixo, ajustada a uma sobreposta. A utilização de selos do

tipo Cartucho elimina a necessidade de posicionamento e ajustes internos precisos

durante a montagem, o que demanda grande habilidade.

A Figura 6.5 apresenta um selo do tipo Cartucho.

Page 66: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

56

Figura 6.7 – Selo do tipo Cartucho [16]

- Selo Mecânico Duplo

Selos duplos são usados quando um grau mais alto de proteção contra vazamento é

necessário. Compreendem dois conjuntos de faces de selagem combinadas para proporcionar

uma maior segurança para o ambiente onde a bomba está inserida.

Os selos duplos são indicados quando a bomba opera com líquidos voláteis, com alta

corrosividade, viscosidade, abrasividade, são prejudiciais à saúde humana ou ao meio ambiente,

fluidos muito viscosos (>1600 �k), aplicações criogênicas, ou quando se quer diluir drasticamente a diluição do líquido bombeado com o líquido de selagem de fonte

externa.

Selos duplos podem ser de três configurações diferentes: Montagem Costa a Costa; Face

a Face; e Face a Costa, mais conhecido como em Série (Tandem). Essas configurações

correspondem a diferentes orientações de posicionamento.

Independente da configuração, os selos duplos requerem o uso do chamado Fluido de

Barreira, que mantém uma barreira de líquido ou gás entre os dois conjuntos de superfícies de

selagem.

A Figura 6.7 apresenta o posicionamento dos componentes de um selo duplo com

montagem em série.

Page 67: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

57

Figura 6.8 – Selo mecânico Duplo em Série [7]

6.1.3. Planos de Selagem

Planos de selagem são definidos como configurações de tubulação, instrumentação e controle determinadas no intuito de direcionar o fluido de selagem. Cada plano consiste em uma forma/arranjo diferente de alcançar a selagem e sua aplicação varia de acordo com diversos fatores, como fluido a ser bombeado, tipo de selo mecânico, e requisições de segurança da operação.

A norma API 682 descreve aproximadamente 25 Planos de Selagem diferentes, cada um mais adequado para um tipo de serviço.

Três exemplos de planos amplamente utilizados na indústria são:

� Plano 11

No Plano 11 ocorre a circulação de produto proveniente de uma derivação da descarga ou de um estágio intermediário da bomba para a câmara de selagem através de tubulação externa. Essa tubulação conta com um orifício calibrado, que proporciona uma regulagem da pressão com que o fluido atinge a câmara. É possivelmente o plano mais utilizado atualmente. A Figura 6.7 apresenta um esquema do plano 11.

Page 68: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

58

Figura 6.9 – Planos API 11[17]

� Plano 21

O plano 21 é muito semelhante ao plano 11, porém o produto proveniente de

uma derivação da descarga passa por um trocador de calor, além do orifício calibrado. Esse plano permite a adequação das propriedades do produto circulado, de modo a otimizar as condições operacionais do selo mecânico. A figura abaixo apresenta esquematicamente o plano 21.

Figura 6.10 – Plano API 21 [17]

Page 69: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

59

� Plano 54

O Plano 54 é um arranjo adequado para selos mecânicos duplos pressurizados. Ocorre a injeção do líquido de barreira proveniente de uma fonte externa pressurizada para a câmara de selagem de um selo duplo. A circulação do líquido de barreira é induzida por uma bomba externa ou qualquer outro sistema pressurizado.

Figura 6.11 – Plano API 54 [17]

6.2. SELEÇÃO DE UM SELO MECÂNICO

Após a revisão teórica sobre o funcionamento dos selos mecânicos, agora

propõe-se fazer a seleção de um selo para operar na bomba previamente selecionada,

utilizando a norma API 682 como guia básico para a análise e seleção.

A API 682 divide as configurações dos selos em três Tipos (A, B e C) e três

Arranjos (1, 2 e 3).

6.2.1. Tipo

� Tipo A – Selos tipo Pusher, Balanceado, com montagem na parte interna da

caixa de selagem, com sede rotativa flexível. É do tipo Cartucho, com molas

múltiplas e utiliza anel em ‘O’ para a selagem secundária. Esse é o tipo de selo

Page 70: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

60

preferível e mais usual para a todos os serviços de refino, exceto para

hidrocarbonetos não inflamáveis acima de 150 ºC. É considerado padrão

para temperaturas de até 265 ºC.

� Tipo B – Selos para temperaturas mais baixas. É do tipo Non-Pusher,

Balanceado, tipo Cartucho, montado na parte interna da caixa de selagem.

Utiliza anel em ‘O’ de fluorocarbono para a selagem secundária. É a opção

padrão para serviços com hidrocarbonetos não inflamáveis de até 150 ºC.

� Tipo C – Selo para altas temperaturas. É do tipo Non-Pusher, Balanceado, tipo

Cartucho. A sede rotativa normalmente é de material flexível e utiliza grafite

flexível para a selagem secundária. É a opção padrão para serviços com

hidrocarbonetos não inflamáveis em temperaturas acima de 150 ºC e

pressões inferiores a 17 bar(a) (1700�k�(�)).

Os três tipos acima podem ser do tipo Simples ou Duplo, dependendo do

sistema em que opera.

6.2.2. Arranjos

� Arranjo 1 – Configurações com selo simples

� Arranjo 2 – Configurações com selo duplo e caixa não-pressurizada

� Arranjo 3 – Configurações com selo duplo e caixa pressurizada, ou seja, com a

pressão do fluido de barreira superior à do fluido de trabalho no interior da caixa

O Arranjo 3 é o que proporciona maior segurança à operação, e com sua

aplicação pode-se considerar que o vazamento será inexistente.

6.2.3. Seleção do Selo Mecânico

No sistema estudado, o fluido bombeado é a Nafta, que, como já foi visto, é

um produto altamente tóxico e inflamável. Para esses casos, o selo duplo é

requisitado, e o tipo mais indicado é o tipo em Série, que é recomendado para

Page 71: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

61

situações que exigem segurança absoluta. Pelo mesmo motivo, pode-se inferir que o

tipo e o arranjo mais adequados são o Tipo A e o Arranjo 3.

Dessa forma, deve ser provida uma injeção de líquido de selagem (ou líquido

de barreira), como água, glicerina ou óleo, fornecida por uma fonte externa a uma

pressão em média de 1,5 a 2 ���/��² (147 a 196 �k�) superior a que está sujeita a caixa. A vazão pode ser estimada da ordem de grande de 1 a 4 ��� (0,23 a 0,91

�³/�) Portanto, como requisitos finais para a seleção junto ao fabricante, temos que o

selo deve possuir seguintes características:

� Duplo em Série (Tandem)

� Tipo Pusher

� Selagem secundária por O-ring

� Tipo Cartucho

� Balanceado

� Montagem Interna

� Múltiplas molas

� Fluido de barreira pressurizado

Para a seleção do selo foi escolhido o fabricante John Crane, devido ao seu

grande reconhecimento no mercado.

No site do fabricante, os seguintes inputs necessários são:

Categoria – �������â�r�� Indústria – Ó�����áo Aplicação – �����p�k����oo� Família do produto – �− �r��k�o���

Em seguida são apresentados diversos produtos que seguem os critérios

acima. Devemos, agora, filtrar os resultados, selecionando apenas produtos do tipo

Cartucho, Tipo A, Duplo Tandem.

Page 72: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

62

Finalmente chegamos ao produto 3648, que, de acordo com o manual de

fabricação apresenta todas as características desejadas e está 100% de acordo com a

norma API 682. A Figura 6.12 apresenta a vista em seção do selo selecionado.

Figura 6.12 – Selo John Crane 3648 [18]

6.3. SELEÇÃO DE UM PLANO DE SELAGEM

Dentre os planos de selagem apresentados pela API 682, somente cinco são

projetados para selos mecânicos duplos. São eles: 52; 53A; 53B; 53C e 54. Sendo que o

plano 52 promove a circulação para selos duplos não-pressurizados (Arranjo 2),

portanto não está apto a ser utilizado no selo selecionado, ficando disponíveis apenas os

planos 53 e o 54.

Os três Planos 53 configuram uma circulação do fluido de barreira a uma

pressão superior à da caixa de selagem, para a circulação interna ao selo usam um anel

bombeador. A diferença é, basicamente, o equipamento responsável pela pressurização

do fluido de barreira.

O Plano 53A utiliza reservatórios pressurizados com nitrogênio, e possui como

restrição a pressão máxima de 10��� na interior da caixa de selagem, de forma que

acima desse limite deve ser considerado o plano 53B ou 53C. Já o plano 53B utiliza um

acumulador de pressão, tipo bexiga ou membrana, pré-carregado usualmente com

nitrogênio. Por sua vez o plano 53C utiliza um acumulador de pressão tipo pistão.

Page 73: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

63

Além disso, os três planos proporcionam uma refrigeração do líquido de

barreira, por mecanismos diferentes. O 53A resfria através de serpentina instalada no

interior do reservatório, enquanto nos 53B e 53C se dá através de um trocador de calor

pelo qual o líquido passa.

O Plano 54 é funcionalmente similar aos Planos 53, porém o selo mecânico não

possui o anel bombeador no interior do selo. Ao invés disso, o fluido de barreia é

circulado puramente pela ação de um sistema externo. Geralmente, esse sistema

consiste em uma bomba específica para o sistema de selagem, e pode receber

instrumentação especial de controle, como por exemplo, alarmes que disparam a

existência de vazamentos. Nesse Plano, os dois selos são lubrificados pelo fluido de

barreira, e como a pressão do mesmo é superior à do fluido de trabalho da bomba, é

inevitável que ocorra um vazamento de fluido de barreira na direção do fluido de

trabalho. Por isso, o fluido de barreira deve ser compatível com a Nafta, no caso do

sistema estudado.

O Plano 54 oferece algumas vantagens, tais como o fato de não ser suscetível a

vazamento de nitrogênio, não necessitar do uso de anel bombeador para circulação

interna e apresentar, estatisticamente, um maior tempo entre cada manutenção planejada

[19].

Com isso, fica determinado que o Plano 54 é o escolhido para o sistema tratado,

por ser o mais adequado ao selo mecânico escolhido e suas necessidades.

O fluido de barreira a ser usado deve, conforme já explicado, ser compatível

com o fluido de trabalho, no caso a Nafta. Em consulta ao fornecedor e a engenheiros da

área, foi indicado utilizar Diesel, que apresenta bom resultado histórico para essa função

e não representa problema em caso de pequenos vazamentos para a rota da Nafta.

A Figura 6.13 apresenta o esquema básico do plano selecionado atuando no selo

selecionado. No desenho, o fluido azul representa o fluido de barreira, o Diesel,

enquanto o fluido vermelho representa a Nafta.

Page 74: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

64

Figura 6.13 – Circulação da Nafta e do Diesel [20]

Page 75: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

65

7. CONCLUSÕES

O presente estudo mostra que, para a correta seleção de uma bomba, é essencial

levar em conta fatores como as características do fluido bombeado, as condições

operacionais desejadas para o sistema e as configurações da instalação, pois somente

assim é possível chegar às corretas requisições operacionais do sistema.

Na etapa de seleção da bomba, deve-se ter muito cuidado para cumprir todas as

recomendações contidas em normas e referências, em especial a norma API 610, caso

contrário, pode-se acabar ameaçando a eficiência e segurança operacional do sistema.

Para o caso deste projeto, após a comparação entre dois modelos de bombas fornecidos

por dois fabricantes distintos, chegou-se a conclusão que o modelo PHL 35.10.08.30F

da fabricante Flowserve é a mais adequada para o serviço do ponto de vista técnico, por

apresentar melhor performance ao operar o sistema determinado.

Por fim, através de referências normativas, foi visto que o sistema em questão

apresenta um alto grau de periculosidade. Por isso, deveria ser feito um controle mais

rigoroso em relação à vedação da bomba. Dessa forma, ficou determinado que a bomba

deveria operar com um selo mecânico, mecanismo que garante maior segurança contra

vazamentos.

Sendo assim, foi selecionado um selo mecânico adequado ao sistema da

fabricante John Crane, seguindo rigorosamente parâmetros estabelecidos pela norma

API 682. Para acompanhar o selo, também foi decidido qual plano de selagem deveria

ser usado, sempre buscando proporcionar à maior segurança à operação de

bombeamento.

Destaca-se que tanto a bomba quanto o selo mecânico selecionados estão

totalmente aptos, usando critérios determinado por normas internacionalmente aceitas, a

operar o sistema proposto de forma segura e eficiente. Sendo assim, todos os objetivos

iniciais deste projeto foram cumpridos.

Page 76: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

66

REFERÊNCIAS

[1] http://www.braskem-

ri.com.br/show.aspx?idCanal=YlvXlS7BgoLxL7WvVwvP5A==. Acesso em 12 de

Novembro de 2014.

[2] http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-

operacoes/refinarias/complexo-petroquimico-do-rio-de-janeiro.htm. Acesso em 12 de

Novembro de 2014.

[3] http://www.promonengenharia.com.br/pt-br/projetos/Paginas/unidade-de-

destilacao-atmosferica-e-a-vacuo-u2100-udav-complexo-petroquimico-do-rio-de-

janeiro.aspx. Acesso em 12 de Novembro de 2014.

[4] DE MATTOS, E.E., DE FALCO, R., Bombas Industriais. 2 ed., Rio de Janeiro,

Editora Interciência, 1998.

[5] DA SILVA, M.A., LENGSFELD, F.L., DUARTE, R. et al, Manual de

Treinamento – Seleção e Aplicação de Bombas Centrífugas. 5 ed., KSB Bombas

Hidráulicas S/A, Maio 2003.

[6] http://www.fao.org/docrep/010/ah810e/AH810E07.htm. Acesso em 15 de

Novembro de 2014.

[7] KARASSIK, I.J., MESSINA, J.P., COOPER, P. et al, Pump Handbook. 3 ed.,

Estados Unidos, McGraw-Hill, 2000.

[8] API 610 – Centrifugal Pumps for Petroleum, Petrochemical and Natural Gas

Industries. 10 ed., Out. 2004.

[9] http://www.sulzer.com/pt/Products-and-Services/Pumps-and-Systems/Single-

Stage-Pumps/API610-and-ISO-13709-Pumps/OHH-Overhung-Single-Stage-Pumps.

Acesso em 15 de Outubro de 2014.

Page 77: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

67

[10] http://www.flowserve.com/Products/Pumps/Overhung/API-Process/PHL-ISO-

13709-API-610-%28OH2%29-Centerline-Mounted-Process-Pump%2Cen_US. Acesso

em 15 de Outubro de 2014.

[11] http://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/artigos_petroleo/petroleo_-

_nafta.html. Acesso em 17 de Outubro de 2014.

[12] http://www.mechanical-pump-shaft-

seals.com/uploads/Pusher%20seal%20and%20non-pusher%20seal.pdf. Acesso em 16

de Novembro de 2014.

[13] API 682 – Pumps – Shaft Sealing Systems for Centrifugal and Rotatory Pumps.

3 ed., Set. 2004.

[14] 14MACKAY, R., The Practical Pumping Handbook. Elsevier Science &

Technology Books, Abril 2004.

[15] http://hiramada.wordpress.com/2010/12/21/mechanical-seal-basic/. Acesso em

16 de Novembro de 2014.

[16] http://www.ultraseal.com.br/produtos/selos-mecanicos/selo-mecanico-cartucho/.

Acesso em 10 de Novembro de 2014.

[17] Mechanical Seal Piping Plans. LSH John Crane Inc., Fev 2007.

[18] https://www.johncrane.com/~/media/J/Johncrane_com/Files/Products/Instructio

n%20Manuals/I-1648_2648_3648_.pdf. Acesso em 11 de Novembro de 2014.

[19] http://www.fluidsealing.com/sealingsense/aug06.pdf. Acesso em 14 de

Novembro de 2014.

[20] http://www.granpac.com.br/index.php/informacoes-tecnicas/planos-de-

selagem#spucontentplano54. Acesso em 12 de Novembro de 2014.

Page 78: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

68

APÊNDICE A – APLICAÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO

Um dos requisitos do projeto, como mencionado no capítulo 5, era que deveria

ser selecionada apenas uma bomba, que operaria sozinha o sistema.

No entanto, um artifício muito empregado na indústria é a associação de bombas

centrífugas em paralelo. Essa configuração é empregada em várias situações como, por

exemplo, quando se deseja um sistema que opere em mais de uma vazão, quando se

requer flexibilidade de operação, confiabilidade e, em alguns casos em que há

dificuldade de seleção e preço elevado de bombas.

No caso deste projeto, conforme realizado no capítulo 5, já foi possível selecionar

uma bomba para operar sozinha, compatível com os requisitos do sistema. No entanto,

optou-se, também, por fazer a análise e seleção de duas bombas operando em paralelo

para o mesmo sistema, a fim de verificar se esta configuração consegue atender de

forma mais eficiente as condições operacionais do sistema e garantindo uma maior

flexibilidade operacional. Os cálculos relativos a este estudo serão apresentados neste

Apêndice.

� CÁLCULOS DO SISTEMA EM PARALELO

- Nova Tubulação em Paralelo

Para adicionar uma bomba extra ao sistema pré-existente, devemos nos atentar

ao fato de que se deve, também, adicionar os trechos de tubulação que conduzem o

fluido ao novo equipamento. Tendo essa relação de tubulação extra, recalculamos as

perdas de carga do sistema, com suas respectivas vazões individuais, chegando então a

uma nova curva do sistema.

Para este projeto, optou-se pela utilização de duas bombas iguais, sendo essa a prática

mais comum no mercado devido à maior facilidade de cálculo proporcionada pela

simetria das curvas características. Dessa forma, a vazão total quando operando em

paralelo será Z(114,30�³/ℎ), com cada bomba operando no ponto correspondente à

vazão Z/2(57,15�³/ℎ).

O desenho abaixo esquematiza o sistema operando com duas bombas em

paralelo.

Page 79: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

69

Figura A.1 – Representação do sistema em paralelo

No desenho, os trechos têm a seguinte representação:

� Trecho AB – Trecho comum de Sucção

� Trecho GH – Trecho comum de Descarga

� Trechos BC e BD – Trechos individuais de Sucção

� Trechos EG e FG – Trechos individuais de Descarga

E cada trecho possui os seguintes componentes, já incluídos todos os acessórios

e equipamentos novos, e apresentados com seus comprimentos equivalentes:

� Trecho AB

Tabela A.1 – Comprimento equivalente no trecho AB

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP [m]

Curva 90 RL 5 7,62 38,1 Entrada K=0,5 1 9,45 9,45

Total 47,55

Tabela A.2 – Comprimento reto no trecho AB

Comprimento Reto de Tubulação 15,68 m

Page 80: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

70

Tabela A.3 – Perda de carga em equipamento no trecho AB

Equipamento ℎ- [m]

Filtro 0,104

� Trecho GH

Tabela A.4 – Comprimento equivalente no trecho GH

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP [m]

Curva 90 RL 24 6,1 146,4 Curva 45 RL 1 3,05 3,05 Saída K=1 3 14,63 43,89

Entrada K=0,5 2 7,32 14,64 Tê Direto 11 4,27 46,97 Tê Ramal 1 12,2 12,2

Válvula Gaveta 7 2,74 19,18 Redução (8x6) 2 2,13 4,26 Ampliação (8x6) 2 2,13 4,26 Redução (6x4) 1 1,22 1,22 Ampliação (6x4) 1 1,22 1,22 Redução (10x8) 1 1,83 1,83

Total 299,12

Tabela A.5 – Perda de carga em equipamento no trecho GH

Equipamento ℎ- [kgf/cm²]

Medidor de vazão 0,20

Trocador de calor 0,24

Válvula de Controle 1,3

Total 1,74

Tabela A.6 – Comprimento reto no trecho GH

Comprimento Reto de Tubulação 71,93 m

Page 81: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

71

� Trechos BC e BD (somados)

Tabela A.7 – Comprimento equivalente nos trechos BC e BD

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP [m]

Curva 90 RL 8 7,62 60,96 Tê Ramal 2 15,24 30,48

Válvula gaveta 2 3,66 7,32 Redução (10x4) 2 2,44 4,88

Total 103,64

Tabela A.8 – Comprimento reto nos trechos BC e BD

Comprimento Reto de Tubulação 18,7 m

� Trechos EG e FG (somados)

Tabela A.9 – Comprimento equivalente nos trechos EG e FG

Acidente Quantidade MOPYK�;�J [m] MOP [m]

Válvula Gaveta 2 2,74 2,74 Válvula Retenção 2 100 100

Tê Ramal 2 12,2 12,2 Curva 90 RL 14 6,1 42,7

Ampliação (8x6) 2 2,13 2,13 Ampliação (6x3) 2 2,44 2,44

Total 171,16

Tabela A.10 – Comprimento reto nos trechos EG e FG

Comprimento Reto de Tubulação 17,9 m

- Cálculo da Perda de Carga

Utilizando o mesmo procedimento adotado na seção 4.3.2, será calculada a

perda de carga para cada trecho. Temos:

Page 82: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

72

� Trecho AB

ℎ-�  = 0,0156. (47,55 + 15,68)}260,41000~. 0,6H(2. 9,81) + 0,104

ℎ-�  = 0,069 + 0,104 ℎ-�  = 0,173�

� Trecho GH

ℎ-¡¢ = 0,0157. (299,12 + 71,93)}202,71000~. 0,98H(2. 9,81) + 25,75

ℎ-¡¢ = 1,41 + 25,75 ℎ-¡¢ = 27,16�

� Trechos BC e BD (somados)

Nos trechos BC e BD, os trechos individuais de sucção, a vazão é reduzida à

metade em cada trecho, portanto deve ser calculada a nova velocidade de escoamento

(> £ ¤) e o novo número de Reynolds (� £ ¤) para achar o novo coeficiente de atrito (� £ ¤).

Z £ ¤ = 57,15�³/ℎ

> £ ¤ = 4. (57,15/3600)|z. }260,41000~

H�

> £ ¤ = 0,3�/

Page 83: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

73

� £ ¤ = 675,5. 0,3. (260,4 1000⁄ )0,00027 = 194197,87

N?%) = 0,00018

A partir do Ábaco de Moody, para tais valores de número de Reynolds e

Rugosidade relativa:

� £ ¤ = 0,0170

ℎ- £ ¤ = 0,0170. (103,64 + 18,7)}260,41000~. 0,3H(2. 9,81)

ℎ- £ ¤ = 0,037�

� Trechos EG e FG (somados)

O mesmo procedimento dos trechos BC e BD se aplica para os trechos EG e FG.

Temos:

Z¥¡¦¡ = 57,15�³/ℎ

>¥¡¦¡ = 4. (57,15/3600)|z. }202,71000~

H�

>¥¡¦¡ = 0,5�/

�¥¡¦¡ = 675,5. 0,5. (202,7 1000⁄ )0,00027 = 253562,68

Page 84: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

74

N?%Q = 0,00023

A partir do Ábaco de Moody, para tais valores de número de Reynolds e

Rugosidade relativa:

�¥¡¦¡ = 0,0168

ℎ-¥¡¦¡ = 0,0168. (171,16 + 17,9)}202,71000~. 0,5H(2. 9,81)

ℎ-¥¡¦¡ = 2,0�

Tendo calculado as perdas de carga para cada trecho do novo arranjo de

tubulação, chegamos aos novos valores de perda de carga de sucção (ℎ-)) e descarga (ℎ-Q).

ℎ-) = ℎ-�  + ℎ- £ ¤ = 0,173 + 0,037

ℎ-) = 0,21�

ℎ-Q = ℎ-¡¢ + ℎ-¥¡¦¡ = 27,16 + 2,0

ℎ-Q = 29,16�

- Cálculo da Altura Manométrica Total do Sistema em Paralelo – �

� = �Q − �)

�Q = �Q� + IQ + ℎ-Q

�) = �)� + I) − ℎ-)

Page 85: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

75

�Q = 11277656626,7 + 17,20 + 29,16

�Q = 216,6�

�) = 4511066626,7 + 7,8 − 0,21

�) = 75,7�

� = 216,6 − 75,7

� = 140,9�

Como o Head do sistema com bombas em paralelo sofreu uma alteração muito

pequena (menos de 1%) em relação ao Head do sistema com apenas uma bomba, não é

necessário determinar uma nova curva para o sistema.

- Cálculo da Pressão nos Flanges de Sucção e Descarga - �-)��-Q

�-) = �). �. � = 75,7. 675,5.9,81

�-) = 501,6���

�-Q = �Q. �. � = 216,6. 675,5.9,81

�-Q = 1435,3���

- Cálculo da Pressão Diferencial - ∆�

∆� = �-Q − �-)

∆� = 933,7���

Page 86: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

76

- Cálculo do���� disponível – �����

����� = �)� + I) +��#� − �� − ℎ-)

����� = 4511066626,7 + 7,8 +

101989 − 5099466626,7 − 0,252

����� = 14,10�

Nota-se que o ����� aumentou, em relação ao sistema operando com apenas

uma bomba. Isso acontece porque a perda de carga de sucção diminuiu.

� SELEÇÃO DAS BOMBAS PARA O SERVIÇO EM PARALELO

O objetivo desta seção é analisar e selecionar a bomba mais adequada para o

serviço em paralelo proposto.

- Recomendações da norma API 610 para o Serviço em Paralelo

Para a operação em paralelo, existem algumas recomendações específicas, são

elas:

� São requeridas bombas cujas curvas Head x Vazão sejam estáveis

� O Head no ponto de Shut-off deve ser no mínimo 10% maior que o Head

de operação.

� Selecionar motores de modo que suas potências sejam suficientes para

atender a todas as variações de carga que ocorram quando há retirada ou

adição de unidades do serviço em paralelo.

Page 87: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

77

- Análise da Proposta do Fabricante

Para a seleção da bomba para operar no sistema em paralelo, foi escolhido o

fabricante Flowserve, que apresentou a melhor proposta no sistema de uma bomba

operando sozinha.

O método e os critérios de seleção do equipamento foram os mesmo utilizados

previamente, apenas sendo alteradas as seguintes condições de operação:

� Head do sistema: � = 140,9�

� Vazão do sistema: Z = 57,15�³/ℎ � §k��p = ¨©, ¨ª�

Seguindo o mesmo procedimento, chegamos a um produto mais indicado para o

serviço, com as características abaixo, e cujas curvas encontram-se no Anexo III.

Abaixo, são mostrados os valores e as curvas de Altura manométrica do sistema

e da bomba selecionada (quando operando sozinha e em paralelo), em uma mesma

figura, explicitando o ponto de operação do sistema.

Tabela A.11 – Características da bomba selecionada para o serviço em paralelo

Modelo PHL 35.08.05.30F

Eficiência [%] 57,2 % BEP 85,5

����� [m] 2,4 Potência consumida [kW] 25,9

Diâmetro do impelidor [%?���] 92,8 Classe de material S-1 � em Shut-off [%�] 113,5

% � máximo 83,4

Page 88: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

78

Figura A.2 – Curva �«Zdo sistema e da bomba em paralelo

É importante observar que o ponto de operação de qualquer das bombas, quando

operando sozinha no sistema em questão, será correspondente, aproximadamente, à

vazão de 76m³/h, superior àquela em que a bomba opera em paralelo (57,15m³/h).

- Cálculo da Potência Consumida

Devemos nos certificar, conforme recomendado, que o motor selecionado tenha

potência suficiente para atender às duas configurações operacionais possíveis. São elas:

Operando em paralelo e operando sozinha. Uma bomba precisaria operar sozinha em

caso, por exemplo, de a outra bomba apresentar defeito ou tiver que parar de operar para

ser realizada manutenção.

A fórmula para o cálculo da potência absorvida (ou consumida) é a seguinte:

�J;�() = �.Z.�75[

Onde,

[�J;�()] = ^> [Z] = �0

100,00

110,00

120,00

130,00

140,00

150,00

160,00

170,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160

He

ad

[m

]

Vazão [m³/h]

1 Bomba

2 Bombas

Sistema

Page 89: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

79

[�] = �

[�] = ���/�³

Logo, fazendo a verificação para os dois casos operacionais, temos:

� Operando em Paralelo Z = 57,15�³ ℎ⁄ = 0,016�³/ � = 140,9� � = 6626,7 � �0⁄ = 675,92 ��� �³⁄

[ = 57,2%

�J;�() = 675,92. 0,016. 140,975.0,572

�J;�() = 35,5^> = 26,1�®

� Operando Individualmente

Z = 76�³ ℎ⁄ = 0,021�³/ � = 124� � = 6626,7 � �0⁄ = 675,92 ��� �³⁄

[ = 58,5%

�J;�() = 675,92. 0,021. 12475.0,585

�J;�() = 40,1^> = 29,5�®

Portanto, a fonte de energia selecionada deve ter capacidade de fornecer,

pelo menos, ¯°, ±�², para que a bomba possa operar em paralelo.

Page 90: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

80

� RESULTADO DA ANÁLISE DO SISTEMA OPERANDO EM PARALELO

Conforme foi demonstrado, tanto a utilização de uma bomba sozinha quanto

o arranjo em paralelo satisfazem as necessidades operacionais do sistema.

Em termos de potência consumida, a bomba individual apresenta um

consumo de ©³, ±�², enquanto as bombas em paralelo consomem, somadas,

±¯, ¯�².

Portanto, os cálculos demonstram que a associação de duas bombas em

paralelo, nesse caso, não apresenta vantagens em termos de eficiência energética,

ficando claro que a utilização em paralelo só é indicada caso seja desejável uma

maior flexibilidade operacional.

Page 91: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

81

ANEXOS

ANEXO I – Folha de dados do modelo PHL 35.10.08.30F – Flowserve

Page 92: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

82

ANEXO II – Folha de dados do modelo 3x4x13-1-OHH – Sulzer

Page 93: seleção de equipamentos para o bombeamento de nafta em uma

83

ANEXO III – Folha da dados do modelo PHL 35.08.05.30F – Flowserve