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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO SELO SOCIAL A PERCEPÇÃO DOS ASSOCIADOS DA ACII Graciela Schade Cardoso Administração Geral ITAJAÍ – SC, 2008.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

SELO SOCIAL A PERCEPÇÃO DOS

ASSOCIADOS DA ACII

Graciela Schade Cardoso

Administração Geral

ITAJAÍ – SC, 2008.

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GRACIELA SCHADE CARDOSO

Trabalho de Conclusão de Estágio

SELO SOCIAL A PERCEPÇÃO DOS ASSOCIADOS DA

ACII

Trabalho de conclusão de Estágio supervisionado desenvolvido para o curso de Administração do CECIESA Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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Agradecer é muito difícil, pois corremos o risco de esquecer pessoas especiais.

Primeiramente agradeço a Deus, que me deu forças nos momentos mais difíceis. Agradeço a meus pais João e Eulália pelo amor e carinho que sempre me

proporcionaram, guiando com clareza meus passos até este momento de realização da minha vida.

Agradeço muito à Andréa, Caroline, Djenani, Elaine, Núbia, Renata e Suélem que se

tornaram muito mais que amigas de faculdade, são amigas para toda a vida.

Agradeço a minha Orientadora Attela, pela dedicação e compreensão nos momentos de dúvidas.

Agradeço aos professores em geral, todos meus amigos e aqueles que contribuíram

para a realização deste trabalho, compartilhando meus ideais, dedico esta vitória com a mais profunda gratidão.

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“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado, é alguém que acredite que ele possa ser realizado”.

Roberto Shinyashik.

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EQUIPE TÉCNICA

1. Nome do estagiário:

Graciela Schade Cardoso

2. Área do estágio:

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Sr. Olga Maria B. Zanella

d) Orientador de estágio

Attela Jenichen Provesi, Msc.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Eduardo Krieger da Silva, Msc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

1. Razão Social

Associação Empresarial de Itajaí, ACII.

2. Endereço

Rua: Hercílio Luz, 381 Ed - Rio do Ouro 1º andar, sala 201 – Centro, Itajaí.

3. Setor de desenvolvimento do estágio

Setor Administrativo

4. Duração do estágio

240 horas

5. Nome e cargo do orientador de campo

Olga Maria B. Zanella, Diretora Executiva

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 20 de outubro de 2008.

A ACII Associação Empresarial de Itajaí, pelo presente instrumento autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – Univali, a publicar em sua biblioteca, o trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Graciela Schade Cardoso.

__________________________________________ ACII

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RESUMO O presente trabalho tem como objetivo geral conhecer a percepção dos associados da ACII certificados pelo Programa Selo Social, e refletir sobre o conceito de Responsabilidade Social; e os objetivos específicos são: descrever o Programa Selo Social, caracterizar o perfil das empresas associadas que são certificadas pelo Programa Selo Social, conhecer as dificuldades e as possibilidades do Programa Selo Social na visão dos associados, propor melhorias e sugestões para adesão ao Programa Selo Social e relacionar as razões que levam os empresários a atuarem com Responsabilidade Social. A pesquisa de campo foi desenvolvida na ACII, por meio de entrevistas semi-estruturadas e questionários com membros da ACII, da Câmara de Responsabilidade Social da ACII, e pelo Coordenador do Programa Selo Social da Prefeitura Municipal de Itajaí. Foram aplicados questionários por e-mail para trinta empresários associados na ACII que possuem certificação do Selo Social. Constatou-se, no entanto, que o comportamento empresarial é o objetivo que se apresenta como o foco principal do programa. Portanto, o programa não somente prevê agir na certificação, mas também ter atuação numa fase preliminar, a de educar e “mudar atitudes” dos empresários. Palavras-chave: Selo Social de Itajaí; Responsabilidade Social; certificação; ACII.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – Foto Certificação do Programa Selo Social 2008............................................. 59 Figura 02 – Foto Primeira Feira do Selo Social................................................................... 100 Figura 03 – Foto Primeira Certificação do Selo Social....................................................... 100 Figura 04 – Foto Segunda Feira do Selo Social................................................................... 101 Figura 05 – Foto Segunda certificação do Selo Social........................................................ 101 Figura 001 – Os quatro tipos de responsabilidade social da organização............................ 41 Quadro 01 – Teoria Geral da Administração....................................................................... 19 Quadro 02 – Responsabilidade Social nas empresas do Brasil............................................ 43 Quadro 03 – Empresas certificadas pelo programa Selo Social em 2008............................ 64 Gráfico 01 – Principais dificuldades encontradas pelos empresários.................................. 66 Gráfico 02 – Como a sua organização ficou sabendo do programa Selo Social................. 67 Gráfico 03 – Como sua empresa percebe o programa Selo Social...................................... 68 Gráfico 04 – Critérios de Avaliação.................................................................................... 68 Gráfico 05 – Tipos de balanço referente a declaração de Investimentos Sociais................ 69 Gráfico 06 – A divulgação do programa Selo Social (internet, rádio, jornal)..................... 69 Gráfico 07 – O evento de certificação.................................................................................. 70 Gráfico 08 – O suporte oferecido pela Prefeitura................................................................ 70 Gráfico 09 – Sugestão para facilitar a adesão do programa Selo Social.............................. 71 Gráfico 10 – A organização divulga suas ações de responsabilidade social com o slogan do Selo Social.......................................................................................................................

72

Gráfico 11 – As ações de responsabilidade social são práticas comuns entre as principais organizações concorrentes...................................................................................

73

Gráfico 12 – Existem critérios relativos ao retorno econômico para seleção das ações de Responsabilidade Social das organizações..........................................................................

74

Gráfico 13 – Desde quando sua empresa realiza ações de responsabilidade social............. 75 Gráfico 14 – O que motiva a adoção da Responsabilidade Social Empresarial por parte do empresário.......................................................................................................................

76

Gráfico 15 – Quais problemas podem interferir na implementação da responsabilidade social empresarial na organização.......................................................................................

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10 1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa.................................................................................. 11 1.2 Objetivo geral e Objetivos Específicos........................................................................... 12 1.3 Aspectos Metodológicos.................................................................................................. 13 1.3.1 Caracterização da pesquisa........................................................................................... 13 1.3.2 Contexto e Participantes da Pesquisa........................................................................... 15 1.3.3 Procedimento e instrumentos de coleta de dados......................................................... 15 1.3.4 Tratamento e análise de dados...................................................................................... 16 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 18 2.1 Histórico da administração.............................................................................................. 18 2.2 Administração.................................................................................................................. 25 2.3 Áreas da administração.................................................................................................... 30 2.4 Responsabilidade Social e Ética...................................................................................... 35 2.4.1 Diferentes termos associados à responsabilidade social nas empresas........................ 43 2.4.2 Críticas a Responsabilidade Social............................................................................... 43 2.4.3 Indicadores de RSE...................................................................................................... 44 2.4.4 Instituto Ethos de Empresas......................................................................................... 45 2.4.5 Balanço Social: uma prestação de contas a sociedade................................................. 47 2.4.6 Marketing Social........................................................................................................... 48 2.4.7 Ação Social................................................................................................................... 49 3 A EMPRESA..................................................................................................................... 52 3.1 Caracterização da Associação......................................................................................... 52 3.1.1 Visão, missão, valores, filosofia e o objetivo da Associação....................................... 53 3.1.2 Organograma................................................................................................................ 53 3.2 Descrição dos objetivos da Pesquisa.............................................................................. 56 3.2.1 O Programa Selo Social.............................................................................................. 56 3.2.2 O perfil das Empresas Associadas que são certificadas pelo Programa Selo Social.....................................................................................................................................

62

3.2.3 Identificar as dificuldades e Possibilidades do Programa Selo Social....................... 65 3.2.4 Propor melhorias e sugestões para a adesão do Selo Social........................................ 71 3.2.5 As razões que levam os empresários a atuarem com Responsabilidade Social.......... 73 3.3 Sugestões......................................................................................................................... 78 4 CONCIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 80 REFERÊNCIAS................................................................................................................... 83 APÊNDICES........................................................................................................................ 91 ANEXOS............................................................................................................................... 99 DECLARAÇÃO DA ACII.................................................................................................. 102 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS........................................................................... 103

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1 INTRODUÇÃO

As organizações vivem atualmente uma forte pressão, caracterizada por fortes

mudanças e variações, reflexo do comportamento dos indivíduos que estão a cada dia mais

exigentes ao analisar o comportamento organizacional, pois as organizações devem ser

compreendidas dentro de um espaço social, e não somente como um espaço econômico

financeiro. As organizações estão ligadas aos valores, e as concepções do mundo, estando

sempre em constante adaptação. Na prática organizacional dos dias atuais algumas atividades

resultam em regras socialmente estabelecidas.

Os temas sobre ética e responsabilidade social nunca foram tão discutidos no meio

empresarial como nos últimos tempos, isso porque só agora as empresas percebem seu papel

cidadão num cenário onde não podem contar somente com o governo para resolver os

problemas sociais.

A ética é parte da filosofia, a filosofia é enxergar além do óbvio e refletir, é enxergar

além do que todo mundo vê, de acordo com (BOFF 2003) A crise de ótica gera uma crise de

ética. A ética são os princípios e valores que orientam as pessoas, já a moral trata de hábitos e

valores que são os costumes culturalmente estabelecidos, os costumes podem ser

questionados pela ética.

Ética é sinônimo de verdade, de princípios e valores, observa-se muitas vezes que o

conceito de ética é confundido com o de moral, e que o julgamento ético para os valores

morais está condicionado com o que a organização entende como verdade, algo muito maior

que a moral; é de suma importância para a organização ter a consciência da sua

responsabilidade social e a integração com todos os envolvidos neste processo considerando

clientes externos que é representada pela sociedade e seus clientes internos que são seus

colaboradores.

A prática da ética nas relações de trabalho é entendida como uma prática baseada na

transparência entre as ações dos indivíduos, o que os torna responsáveis pelas conseqüências

dessas ações, pois os valores éticos e morais que permeiam uma vida em sociedade são os

mesmos observados na organização, e que a honestidade, a credibilidade, autenticidade e a

transparência são valores necessários para os relacionamentos sociais e de trabalho.

A ciência da administração busca no mercado algumas maneiras de demonstrar a

grande importância de uma organização ética e que se preocupa com a responsabilidade

social, especificamente medindo as causas, efeitos, seus valores e os princípios que interferem

na sociedade. A organização necessita dispor de uma força de trabalho motivada, capacitada e

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comprometida, com o objetivo almejado do negócio, tornando-os verdadeiros parceiros na

busca pela satisfação do cliente externo.

Como o tema do presente estudo trata da responsabilidade social das organizações,

investiga-se num primeiro momento qual a percepção dos gestores a respeito da

Responsabilidade Social, bem como sua aplicabilidade na organização na sociedade e nas

relações de trabalho.

A empresa onde foi desenvolvido o trabalho de pesquisa é Associação Empresarial

de Itajaí (ACII); uma associação que tem demonstrado preocupação em manter seus

associados satisfeitos, na qual busca o desenvolvimento do Associativismo1 empresarial por

meio de câmaras e núcleos setoriais que promovem a troca de experiências, buscam

informações e parcerias para o desenvolvimento de seus segmentos.

Toda organização é composta de pessoas dotadas de características próprias de

personalidade e de individualidade, aspirações, valores, atitudes, motivações e objetivos

individuais, e as utiliza como recursos com habilidades, capacidades, agilidade e

conhecimentos necessários para a tarefa organizacional.

A junção de alguns argumentos descritos acima levou a acadêmica a realizar este

trabalho de pesquisa a fim de analisar a percepção dos associados da ACII, certificados pelo

Programa Selo Social na área de Responsabilidade Social.

A Estagiária contribui por meio deste trabalho, para a compreensão e fortalecimento

do Programa Selo Social.

2.1 Problema de Pesquisa/Justificativa

A Responsabilidade Social (RS) se apresenta como um tema cada vez mais

importante para as organizações, exercendo impactos nos objetivos, nas estratégias e no

próprio significado da empresa, além do crescente interesse por parte dos consumidores.

Neste cenário, procurou-se realizar um estudo, para buscar a resposta para o seguinte

problema de pesquisa: Qual a percepção dos Associados da ACII certificados pelo

Programa Selo Social?

O trabalho apresenta diversos fundamentos que justifica sua relevância, viabilidade e

originalidade. A Responsabilidade Social é uma realidade que já faz parte da estratégia de

muitas empresas, espera-se que este trabalho, possa ser útil também para a percepção da 1 Associativismo pode ser definido como uma forma de cooperativismo, onde a sociedade se

organiza através de ajuda mútua para resolver diversos problemas relacionados ao seu dia-a-dia.

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situação da ACII, bem como para outras empresas.

Deste modo, Roesch (2007), considera que ao desenvolver o problema de pesquisa

são definidas duas situações básicas, a primeira é parte do interesse do aluno, já na segunda

parte é do interesse da empresa, na qual acabam satisfazendo ambas as partes.

No que tange a viabilidade, o estágio foi viável não acarretando custos, bem como os

dados foram colhidos com certa facilidade, pois a estagiária teve acesso a associação e apoio

dos colaboradores para que o mesmo fosse concretizado dentro das condições necessárias.

Em todos os anos de atuação, a ACII nunca desenvolveu, neste âmbito, trabalhos

visando uma análise da percepção dos associados da ACII certificados pelo programa Selo

Social, sendo assim, é uma pesquisa totalmente original.

A originalidade deste trabalho de estágio foi garantida até o momento, pois ainda não

desenvolveram nenhum trabalho com as características desse tema, bem como constatou-se

que na UNIVALI não existem Trabalhos de Conclusão de Estágio do curso de Administração

referente a RS e o SS, sendo um trabalho inédito.

A pesquisa foi importante para o Programa Selo Social e para a pesquisadora, pois

através da pesquisa o Programa pode se reestruturar e perceber suas maiores dificuldades

melhorando sua implementação nas organizações, do ponto de vista acadêmico a pesquisa

proporcionou desenvolvimento profissional e pessoal com alto grau de relevância, uma vez

que buscou ampliar conhecimentos e informações, visando aperfeiçoamento continuo.

Segundo Roesch (2007, p.5) “Acredita-se, pois, que o estágio curricular é uma

chance para aprofundar conhecimentos e habilidades em área de interesse do aluno”.

1.2 Objetivos

Roesch (2007, p. 96) considera ainda que “o objetivo geral define o propósito do

trabalho”.

O objetivo geral desse trabalho é conhecer a percepção dos associados da ACII

certificados pelo programa Selo Social.

Para tanto se define como objetivo específico os seguintes itens:

1 Descrever o Programa Selo Social.

2 Conhecer o perfil das Empresas Associadas que são certificadas pelo Programa

Selo Social.

3 Identificar as dificuldades ou possibilidades do Programa Selo Social.

4 Propor melhorias e sugestões para adesão ao programa Selo Social.

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5 Relacionar as razões que levam os empresários a atuarem com Responsabilidade

Social.

Segundo Richardson (1999, p. 63) os objetivos específicos “Definem etapas que

devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral” levantando informações, identificando

fatores e verificando sua importância.

1.3 Aspectos metodológicos

Nesta etapa são apresentados os aspectos metodológicos: caracterização da pesquisa,

o contexto e os participantes da pesquisa, os procedimentos e instrumentos da coleta de dados

bem como o tratamento e análise dos dados.

De acordo com Roesch (1996) a metodologia é definida a partir dos objetivos e a

definição do tipo de projeto a ser realizado visando o mais apropriado para a obtenção do

sucesso quanto à viabilidade do mesmo.

1.3.1 Caracterização da pesquisa

Pesquisa é uma ação que desenvolve o conhecimento e abre os horizontes tanto para

a vida profissional, científica quanto acadêmica; propiciando soluções para problemas

teóricos ou práticos.

O presente trabalho de pesquisa é um estudo Multicaso, por se tratar de um estudo

com empresas associadas há Associação Empresarial de Itajaí.

A lógica para utilização do método de estudo Multicaso, diz respeito à reaplicação

das evidências e não simples amostragem. Outro ponto que se destaca neste estudo é que ele

trata de um fenômeno contemporâneo, num contexto de situação real, tendo fontes múltiplas

de evidências como: entrevistas, observações, documentos e dados de diversas empresas,

constituindo então o estudo Multicaso. Triviños (1987) afirma que o estudo Multicaso difere

do estudo comparativo de casos, pelo fato de proporcionar ao pesquisador a possibilidade de

estudar duas ou mais organizações sem a necessidade de perseguir os objetivos de natureza

comparativa. Assim a partir do estudo Multicaso procurou-se identificar a percepção dos

associados da ACII certificados pelo Programa Selo Social.

O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa-diagnóstico, que de acordo com

Roesch (1996), “consiste em realizar um melhor planejamento e um controle de recursos.

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Assim, a pesquisa-diagnóstico tem um propósito específico, propor soluções, diagnosticar

problemas, avaliar processos, avaliar resultados, ou resolver problemas mais amplos”. Neste

caso a pesquisa tem o foco de conhecer a percepção dos associados da ACII, em relação ao

Selo Social.

A pesquisa tem caráter quantitativo e qualitativo. O caráter quantitativo expressa

resultados precisos por meio de gráficos, utilizou-se na pesquisa instrumentos estatísticos,

principalmente as médias, porcentagens e somatórios nas respostas obtidas pelos empresários.

Segundo destaca Roesch (2007) “no que diz respeito aos levantamentos de caráter

quantitativo, a análise de dados é algumas vezes simples, limitando-se a descrevê-los”.

O método quantitativo existe para evitar distorções durante a análise e garante uma

margem de segurança; este método é bem utilizado quando se quer medir o perfil de um

determinado grupo de pessoa é apropriado para medir opiniões, atitudes e preferências.

Neste trabalho, a pesquisa tem caráter quantitativo, e é representado pelos associados

da ACII que são integrantes do Programa Selo Social, a análise do caráter quantitativo foi

expressa por resultados precisos por meio de gráficos, utilizou-se na pesquisa instrumentos

estatísticos, principalmente as médias, porcentagens e somatórios nas respostas obtidas pelos

associados da ACII que fazem parte do Programa Selo Social.

Já o método qualitativo descreve a complexidade de determinados fatos, analisando

variáveis compreendendo e classificando processos vividos pelos entrevistados; utilizou-se

este método nas entrevistas feitas com o Coordenador do Selo Social e as duas participantes

da ACII, a coordenadora e a vice-coordenadora. Richardson (1999) destaca que na abordagem

qualitativa têm “como objeto situações complexas ou estritamente particulares”.

Nesse trabalho os dados foram coletados em forma de questionários e entrevistas

pessoais o que permitiu a pesquisadora uma análise e interpretações dos dados obtidos.

Após analisar os dados, eles foram tabulados estatisticamente por meio de gráficos a

fim de facilitar a visualização e explicação dos resultados obtidos pela pesquisadora.

A diferença entre esses dois aspectos acorre pela particularidade de cada um, e,

sobretudo, pela forma de abordagem do problema. Desta forma o método precisa estar de

acordo com o tipo de estudo a ser realizado, mas o que realmente determina o método é a

natureza do problema a ser abordado (ROESCH, 2007).

No que diz respeito ao delineamento da pesquisa é uma estratégia de levantamentos,

por se referir a demonstrar alguma coisa ou mostrar relações originais, de acordo com Roesch

(2007, p. 137). “Em levantamentos, o objetivo é obter informação sobre uma população”.

Quando se refere aos dados secundários “é importante relatar sua natureza e especificações” e

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quando se trata de dados primários é feita “Através de entrevistas, questionários, observação

ou testes” sendo importante ressaltar também a natureza, fontes de dados e sua população.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

A população segundo Roesch (2007, p.138) “é um grupo de pessoas ou empresas que

interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. A população compreendida

nesta pesquisa é representada pelas empresas que são associados da ACII que são integrantes

do Programa Selo Social.

Atualmente há (36) trinta e seis associados da ACII que suas empresas são

certificadas pelo PSS. Por se tratar de uma população relativamente pequena, a decisão foi de

encaminhar um questionário a todos os participantes, ou seja aplicada em forma de um censo.

O envio foi datado em (16) dezesseis de setembro de 2008, via ACII por e-mail para os

associados. Nessa primeira etapa houve apenas (18) dezoito questionários respondidos, sendo

esses (12) doze online e 6 (seis) deixados na ACII de forma impressa. Diante desta realidade a

pesquisadora realizou um segundo encaminhamento dos questionários por e-mail juntamente

com um contato telefônico para reforçar a importância da pesquisa; com isso; mais (12) doze

questionários foram respondidos posteriormente, totalizando (30) trinta respondentes do total

de 36, ou seja 83,33% da população, caracterizando a pesquisa como uma amostra por

contingência, pois nem todos os questionários foram respondidos.

Foi realizada também uma entrevista com os três representantes da ACII: a diretora

executiva Sr.ª O. M.B.Z da ACII e mais dois representantes da Câmara de Responsabilidade

Social (CRS) a Coordenadora J.M.M e a Vice-Coordenadora S.A. A pesquisadora também

realizou uma entrevista com o Coordenador do Programa Selo Social A.G..J da Prefeitura

Municipal de Itajaí.

1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de coleta de dados

A Coleta de dados resulta na forma de contato com os entrevistados, onde são

registrados os dados, para futuras análises e conclusões da pesquisa. Richardson descreve

(1999, p. 88) “Na coleta de dados, entrevistas, observações e discussões em grupo podem

enriquecer as informações obtidas, particularmente pela profundidade e pelo detalhamento das

técnicas qualitativas”, a pesquisa realizada utilizou-se de questionários e entrevistas semi-

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estruturadas.

Para obter as fontes de dados foram utilizados dados primários e secundários, os

dados primários desta pesquisa foram obtidas por meio de questionários, no questionário as

perguntas foram apresentadas de maneira organizada para que todos os pesquisados

respondessem as mesmas perguntas e na mesma ordem, dessa maneira houve a padronização

nas questões, permitindo um maior grau de comparação entre os dados obtidos, outra fonte de

dados primários levantados foi por meio de entrevistas realizada com o coordenador do

Programa Selo Social A.G..J e com as integrantes da ACII, a coordenadora J.M.M e a vice-

coordenadora S.A, da Câmara de Responsabilidade Social.

As fontes primárias de acordo com Mattar (2000 p. 48). “São aquelas que não foram

antes coletados com o propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em

andamento”, o mesmo autor destaca que é fundamental ter detalhadamente planejado e

controlado, para que os dados coletados possuam qualidade e para que todos os

procedimentos sejam atendidos e cheguem ao objetivo proposto.

No caso específico, para os dados secundários a acadêmica pesquisou os dados no

site da ACII e da Prefeitura Municipal de Itajaí, nos artigos e registros das empresas que são

associadas e certificadas pelo Programa Selo Social, no regulamento do Selo Social e outros

materiais disponíveis como flayers explicativos do Programa Selo Social. Para Mattar (2000,

p. 48) os dados secundários “São aqueles que já foram coletados tabulados, ordenados e, às

vezes até analisados e que estão catalogados á disposição dos interessados”. Constituindo na

empresa dados para atender suas necessidades.

Os questionários foram enviados por correio eletrônico (e-mail) para os empresários

associados, optou-se por esta ferramenta em virtude da facilidade de acesso a todos os

participantes da população referente. Roesch (2007, p. 142) considera que “ o questionário é

um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa”. Sendo a pesquisa um

processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico e que permite a

obtenção de novos conhecimentos.

1.3.4 Tratamento e análise de dados

Os dados foram tratados de forma descritiva, procurando descrevê-los e interpretá-

los a luz do referencial teórico, e dispostos por meio de gráficos e tabelas, a pesquisa

descritiva como destaca Alves (2003, p.52) “descreve a característica de uma população ou de

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um fenômeno. Adota-se como procedimento à coleta de dados com uso de entrevistas e

observação, e como recursos os questionários, os formulários, entre outros”.

Os dados são apresentados por meio de relatórios descritivos e interpretativos,

segundo Mattar (2001, p.125). “é a forma mais completa e utilizada para a comunicação dos

resultados de uma pesquisa”.

Para análise e apresentação dos dados que foram coletados, utilizaram-se na pesquisa

os dois aportes o qualitativo e o quantitativo.

Para Marconi e Lakatos (1999, p.37), “a análise é a tentativa de evidenciar as

relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”, que nesse caso é

representado pela percepção dos empresários associados em relação aos indicadores que

compõe o Selo Social.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi necessário um aprofundamento teórico,

como é comum em trabalho do cunho científico, sobre assuntos pertinentes a temática

estudada. Conforme Steffan (1999), a fundamentação teórica é conseqüência do resultado de

seleção de teorias, métodos, procedimentos e conceitos que os pesquisadores requerem para

aplicar e descrever o real objetivo da pesquisa.

2.1 Histórico da administração

Desde a pré-história, existe algum tipo de organização. A medida que a humanidade

foi evoluindo, houve a necessidade clara de se administrar este processo complexo em que foi

se transformando.

A história da administração como ciência é relativamente recente, surgiu com um

fenômeno que trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas sociais e políticas, conhecida

como Revolução Industrial. Junto a essas evoluções administrativas das civilizações, estão as

contribuições também importantes das organizações políticas da época que definem aspectos

comportamentais que hoje são de interesse de teóricos da administração, tais como a liderança

e a luta pelo poder, bem como o princípio da hierarquia.

O pensamento administrativo por meio de uma linha do tempo teve várias

abordagens, algumas desenvolvidas simultaneamente, muitas vezes provocando impactos

significativos umas nas outras. Essas abordagens tentaram explicar questões reais enfrentadas

pelos administradores e pretendiam fornece-lhes ferramentas para resolver problemas futuros.

De acordo com alguns precursores apesar de suas idéias serem opostas, ao mesmo

tempo se complementam, a partir destas idéias verificou-se que a administração pode ser

representada por meio das seguintes teorias que a sucederam: a teoria da Administração

Científica, Clássica, Burocrática, Estruturalista, Neoclássica, Relações Humanas,

Comportamental, Estruturalista e a Teoria Sistêmica/Contingencial.

Chiavenato (1999) apresenta as Teorias da Administração e suas respectivas ênfases

conforme o quadro1.

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Ênfase nas Tarefas

Ênfase na Estrutura

Ênfase nas Pessoas

Ênfase na Tecnologia

Ênfase no Ambiente

Teoria da Administração Científica (1903)

Teoria Clássica (1916), Teoria da Burocracia (1909), Teoria Estruturalista (1947), Teoria Neoclássica (1954).

Teoria das Relações Humanas (1932), Teoria Comportamental (1957).

Teoria Estruturalista(1947), Teoria da Contingência (1972).

Teoria Estruturalista (1947), Teoria dos Sistemas (1951), Teoria da Contingência (1972).

Divisão do Trabalho e exagerada especialização do operário Estudo dos Tempos e movimentos Métodos de Trabalho/ incentivos

Desenho Organizacional Departamentalização, Hierarquia. Princípios de Administração Organizacional formal

Organização informal Grupos e dinâmica de grupos Liderança. Motivação Comunicação

Interação entre a organização formal x Informal Administração de conflitos Tecnologia, mudança e inovação.

Interação entre organização e ambiente Externos Incerteza, mudança e inovação. Flexibilidade e ajustamento

Quadro 01 – Teoria Geral da Administração. Fonte: Chiavenato (1999, p. 58).

A Literatura por meio da História mostra nove teorias que representam os 110 anos

da Administração como ciência, sua primeira é:

A Teoria Científica da administração, para Lodi (1993) a Revolução Industrial teve

origem na Inglaterra com a invenção da máquina a vapor por James Watt em 1776. A

aplicação da máquina a vapor no processo alavancou a industrialização que se estendeu em

toda Europa e Estados Unidos. O autor acima citado considera ainda que a administração

científica por volta de 1900 caracterizou-se quando dois engenheiros publicaram experiências,

sendo que um deles foi o americano Frederick W. Taylor (1856-1915) que focou o aumento e

a eficiência da indústria, por meio da racionalização do trabalho dos operários, originando o

movimento da administração científica. O outro engenheiro foi Henry Fayol (1841-1925) que

buscou a eficiência da empresa por meio da sua organização e da aplicação de princípios

gerais da administração.

Nesta época as condições de vida e de trabalho eram péssimas para a grande maioria

dos trabalhadores, com salários baixos e sem praticamente nenhuma higiene uma alta carga

horária de aproximadamente 14 horas diárias, seis dias por semana.

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Uma das idéias centrais do movimento da administração científica é a de que o homem é um ser eminentemente racional e que ao tomar uma decisão conhece todos os cursos de ações disponíveis, bem como as conseqüências da opção por qualquer um deles. Pode assim, escolher sempre a melhor alternativa e maximizar os resultados de sua decisão. Taylor dividiu cada função e seus componentes e projetou métodos mais rápidos e melhores para executá-los, estabelecendo uma tarifa a ser paga para os empregados mais produtivos (MOTTA, 2006, p. 6).

De acordo com Stoner (1999, p. 24), em relação a seu método de estimular a

produtividade destaca-se que:

A tarefa mais alta era cuidadosamente calculada e baseada no maior lucro que resultaria na maior produção. Assim os trabalhadores eram incitados a ultrapassar seus padrões de desempenho anteriores para ganhar mais.

Neste contexto identifica-se que um método para estimular a produtividade é

compensar financeiramente e delimitar as funções que cada indivíduo exerce, surgindo então

o homo economicus, que significa: o homem social, designa o comportamento do homem

dominado, exclusivamente, por interesses pessoais respeitantes a satisfações econômicas que

procura obter. As teorias econômicas atuais defendem que o sujeito econômico não é passivo,

pois, face às necessidades que tem que satisfazer e às adversidades do meio econômico e

político reage e preocupa-se em prever e antecipar os problemas econômicos.

A segunda foi a Teoria Clássica de acordo com Montana, (2003, p.21), “os que

desenvolveram a teoria clássica da administração atenderam as necessidades de um mundo

industrial em expansão”. Observam-se nesta teoria que a produtividade individual do

trabalhador foi aprimorada, as organizações foram beneficiadas adquirindo maiores recursos,

aumentando o lucro e seu crescimento, possibilitando aprimorar as habilidades para gerenciar

a organização cada dia mais complexa. Houve uma preocupação com a estrutura

organizacional da empresa, com seus vários departamentos e seus processos administrativos.

A abordagem clássica da teoria da administração afirma que:

A chave para eficiência do trabalhador e a produtividade organizacional era a descrição eficiente da tarefa, o uso de incentivos apropriados e o funcionamento eficaz da administração. (MONTANA, 2003, p.21).

A Teoria Clássica defendeu a estrutura organizacional da empresa, com a

departamentalização e com o processo administrativo. Segundo STONER (1999, p.27) a

Teoria Clássica surgiu da necessidade de encontrar as linhas mestras para administrar

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organizações complexas como as fábricas, tendo como fundador Henry Fayol, de modo geral

a abordagem clássica da administração é desdobrada em duas orientações bastante diferentes,

mais que se completam, enquanto a administração científica desenvolvida por Taylor teve a

preocupação básica em aumentar a produtividade por meio do aumento da eficiência dando

ênfase nas tarefas no meio operacional, em contra partida o pioneiro Fayol destacou a

preocupação básica em aumentar a eficiência da organização e de suas inter-relações

estruturais.

A Teoria da Burocracia, em uma organização seja ela qual for, sempre é orientada

por objetivos e constituída por indivíduos, sendo exigido a regulamentação controlada de suas

atividades. O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) desenvolveu a Teoria da

Administração Burocrática que de acordo com Stoner (1999, p.27) “enfatiza a necessidade de

ter uma hierarquia estritamente definida e governada por regulamentos e linhas de autoridade

claramente definidas”.

A administração pode ser considerada como um sistema social burocrático, com

rígidas regras ou procedimentos. A burocracia é uma organização ligada por normas e

regulamentos estabelecidos por escrito. Em outros termos é uma organização baseada em uma

espécie de legislação própria que define antecipadamente como a organização burocrática

deve funcionar. O conceito de burocracia para Weber é a organização eficiente por

excelência; ao contrário do conceito popular em que o leigo passou criticar esse modelo

afirmando que havia muita demora, as exigências eram muitas, havia a necessidade de

cumprir muitas regras.

Diante dessas colocações Stoner (1999) destaca que, quem atribuiu essas percepções

como sendo as disfunções da burocracia foi Robert Merton, portanto conclui-se que a

burocracia é um sistema administrativo pelo qual o poder é legitimado e canalizado para a

execução de tarefas orientadas para um objetivo, suas principais características são a

Legalidade das normas e regulamentos, Formalidade das comunicações, Racionalidade e

divisão do trabalho, Impessoalidade nas relações, Hierarquia da autoridade, Rotinas e

procedimentos estandardizados, Competência técnica e meritocracia, Especialização na

administração, Profissionalização dos participantes e a Completa previsibilidade do

funcionamento.

O problema central da Burocracia, não é organizacional, mas político, ele não fez

teoria das organizações numa ótica organizacional, mas contribuiu para seu desenvolvimento

na perspectiva de sua sociologia política, o destaque da abordagem weberiana sobre a

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burocracia não está na descrição das suas características organizacionais, mas como a

abordagem se coloca no seu quadro de pensamento social (Wrong, 1970).

Nos dias atuas tem-se que cuidar com o termo burocracia para não serem aplicadas

conotações erradas ou negativas a essa expressão, Kwasnicka (1996) salienta que o termo é

geralmente utilizado para descrever ou criticar qualquer situação em que há rígida aplicação

de regras ou procedimentos; pois para a autora, “A organização burocrática é aquela

estruturada ao longo de linhas hierárquicas com os empregados no fundo, os burocratas no

meio e os executivos no topo” (KWASNICKA,1996, p. 23).

A palavra estrutura é bastante antiga tanto nas ciências físicas quanto nas sociais

significando a análise interna de sua totalidade sendo um método analítico comparativo

(MOTTA, 2006).

Preocupada em integrar todas as teorias das diferentes escolas anteriores, a chamada

Teoria Estruturalista refere-se à concepção metodológica que consiste em conhecer o objetivo

situando-o em sua estrutura. Amitai Etzione foi uma das figuras mais importantes nessa

abordagem, de acordo com Motta e Vasconcelos (2006), pois insatisfeito com algumas

abordagens ele desenvolveu um trabalho que classificou a organização considerando suas

diferentes tipologias, organizações especializadas as organizações não especializadas, e as

organizações de serviço.

A Teoria Neoclássica surgiu por conta de algumas lacunas que se abriram na escola

clássica em relação ao valor agregado nas pessoas que trabalham nas estruturas

organizacionais, sem o devido preparo técnico, reconhecimento profissional e pessoal é onde

se aproxima da teoria comportamental, sendo assim é fundamentado nas ciências humanas

para poder compreender a dinâmica das organizações, de acordo com Chiavenato (1999) a

teoria neoclássica nada mais é do que a redenção da teoria clássica devidamente atualizada e

redimensionada aos problemas administrativos atuais.

A Abordagem Neoclássica baseia-se em alguns fundamentos como no processo

operacional com diversas funções como planejamento, direção, organização e controle esses

princípios servem para comprovar sua validez e aplicabilidade na teoria da administração não

precisando abarcar todo o conhecimento para poder servir de fundamentação científica dos

princípios de administração; A base da abordagem neoclássica “consiste em primeiro,

identificar as funções dos administradores e em seguida, destilar delas os princípios

fundamentais da complicada prática da administração” (CHIAVENATO 1999, p. 325).

A Teoria das Relações Humanas se caracteriza, fundamentalmente, por ser

instrumental e por seu interesse no comportamento dos indivíduos nas organizações. A

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organização tradicional do departamento de Recursos Humanos quanto ao aspecto

operacional, visa planejar, organizar, dirigir e controlar as funções de procura,

desenvolvimento, compensação, treinamento, avaliação e utilização da mão-de-obra, voltadas

para os objetivos econômicos e estratégicos da empresa, cujo "output" é uma mão-de-obra

capacitada para o desempenho de uma função pré-estabelecida.

Esta abordagem das relações humanas surgiu por volta da década de 50 e se

fortificou na década de 60, com a contribuição de Elton Mayo que propagou a idéia de que os

seres humanos enquanto empregados exerciam grande influência no comportamento

organizacional e nos resultados nos setores produtivos.

Nessa abordagem foram estudados os aspectos motivacionais de liderança, poder e

autoridade entendendo o comportamento humano.

Sendo assim, Stoner (1999, p.36) conclui que “a nova ênfase na administração a

partir das relações humanas é um passo importante na evolução do pensamento sobre

Administração”. O mesmo autor considera que está nova abordagem é integrativa à teoria da

Administração, combinando uma visão positiva da natureza humana com o estudo científico

das organizações e visando prescrever como os administradores eficazes devem agir na

maioria das circunstâncias.

A Teoria Comportamental da Administração, também designada por Teoria

Behaviorista, veio significar uma nova direção e um novo enfoque dentro da teoria

administrativa: a abordagem das ciências do comportamento, o abandono das posições

normativas e prescritivas das teorias anteriores (Teoria Clássica, Teoria das Relações

Humanas e Teoria da Burocracia) e a adoção de posições explicativas e descritivas.

A abordagem Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações

Humanas, à qual faz críticas severas. Utiliza alguns dos seus conceitos fundamentais como

pontos de referência, no entanto, reformula-os profundamente e rejeita as suas concepções

ingênuas e românticas. Essa teoria surgiu devido a ineficiência da administração científica em

relação a produção e a harmonia no local de trabalho. Se preocupava com as pessoas, com os

grupos sociais e com a organização informal. Esta escola lida mais com o lado humano nas

organizações, isto é, com as relações humanas dentro das organizações. Segundo Stoner

(1999), Elton Mayo e seus colegas concluíram que os empregados trabalhariam mais caso

acreditassem que a administração estava preocupada com o seu bem-estar e que os

supervisores prestavam atenção especial neles. Portanto, foi a partir deste estudo de Elton

Mayo que se criou o conceito de homem social.

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A Teoria Sistêmica utilizou-se do conceito de “homem funcional”, onde cada um

dentro do sistema organizacional desempenha um papel específico e espera que os outros

façam o mesmo; e os envolvidos no processo são motivados por muitos desejos e motivos

individuais, e esperam satisfazê-los através da organização.

Segundo Oliveira (1999, p. 288) no contexto da Teoria dos Sistemas:

A organização é vista como pertencente a um conjunto de elementos que se comportam de maneira independente. O fluxo de inputs e outputs é o ponto de partida básico na descrição da organização. As organizações usam seus recursos de modo eficiente para a consecução de resultados (outputs). A organização deixará de existir quando não mais contribuir para o sistema maior do qual é parte, isto é, quando se tornar ineficaz.

De acordo com Stoner (1999, p.33) a abordagem sistêmica vê a organização como

um sistema unificado e propositado, compostos de partes inter-relacionados. Isso permite que

as pessoas enxerguem a empresa como um todo e parte do ambiente externo; complementa

afirmando que a atividade de qualquer segmento de uma organização afeta em graus variados

a atividade de todos os outros segmentos. São dentro desta abordagem de sistemas que estão

inseridos muitas linguagens de administração. Entre eles estão os sistemas, subsistemas,

sinergia, sistema aberto, sistema fechado, fronteira de sistemas, fluxos, feedback; a

abordagem sistêmica dinamiza e inter-relaciona a organização e a tarefa de administrar.

Observa-se na última Teoria citada, sua abrangência que culminou na Teoria

Contingencial, uma abordagem criada por vários administradores. Não existe um modelo

padrão de abordagens que funcione bem em todos os ambientes, segundo Stoner (1999, p.35)

a abordagem contingencial é a concepção que a técnica de administração que melhor contribui

para o alcance dos objetivos organizacionais pode variar em situações ou circunstâncias

diferentes. Verifica-se então que a abordagem contingencial é mais abrangente que a

sistêmica, pois focaliza os pormenores das relações entre as partes, segundo Motta e

Vasconcelos (2006), a teoria da contingência demonstra que tecnologia e sistemas

organizacionais estão interligados, entretanto a configuração do grau de especialização da

organização, é que vai determinar o seu sistema produtivo, que pode ser: produção por

projeto, produção de fluxo contínuo ou produção em massa.

A teoria e a prática da administração estão sempre uma ao lado da outra para assim

ampliar os conhecimentos sistemáticos da administração. Como se observa nas teorias cada

uma delas define a administração o seu modo, porém estão de acordo que a administração

procura fazer alguma coisa através de pessoas e por meio delas.

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Mas há um insight muito simples e óbvio subjacente nessas perguntas: que o centro

de uma sociedade, de uma economia e de uma comunidade moderna não é a tecnologia, não é

a informação, não é a produtividade. O centro da sociedade moderna é a instituição

administrada. Hoje em dia, a instituição administrada é a maneira usada pela sociedade para

conseguir que as coisas sejam feita; A ciência da administração contribui para as instituições

gerar resultados. Em suma: a instituição não existe simplesmente dentro da sociedade e para

reagir à sociedade. Ela existe para produzir resultados dentro da sociedade e para modificá-la.

Neste contexto, várias teorias administrativas surgiram para preencher a lacuna

existente nas organizações, mas cada nova teoria não se desfaz da anterior, ela simplesmente

aborda novos aspectos que na teoria anterior lhe parecia falha.

Conclui-se que a medida que novos desafios vão surgindo a administração necessita

se adaptar ou modificar suas abordagens e conceitos para que fique aplicável pois o mundo da

Administração é incerto e desafiador. Muitas são as mudanças e as transformações que

ocorrem no ambiente.

2.2 Administração

Segundo Stoner (1999, p.5) “a administração foi chamada como a arte de fazer coisas

por meio de pessoas”. Até hoje, nenhuma definição para a Administração foi universalmente

aceita, pois as definições mudam com o passar do tempo. O autor ainda salienta que a

Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados

pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para

alcançar os objetivos estabelecidos.

O termo administração é usado tão freqüentemente no dia a dia que parece não haver

dúvidas em relação ao seu significado. Bateman e Snell (1998, p. 27) a entendem como um

“processo de trabalhar com pessoas e recursos para realizar objetivos organizacionais”.

Embora esse processo de administração seja importante em qualquer contexto de utilização de

recursos, a razão principal para o estudo e a possibilidade do desempenho das organizações,

assim de acordo com Maximiano (apud OLIVEIRA, 1999, p. 126):

Administrar consiste em tomar decisões sobre os objetivos a serem alcançados pela organização e sobre a utilização de seus recursos. Essas decisões classificam-se em quatro tipos principais: planejamento, organização, direção e controle. Tomar decisões desse tipo é administrar.

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Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra gestão deriva

do latim gestione, e significa ato de gerir, gerência e a palavra administração, deriva do latim

administratione, e significa conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar

os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para obter determinado

resultado.

De acordo com Chiavenato, (1999), o termo administração vem do latim, ad (junto

de) e ministrativo (prestação de serviço), portanto, administração é uma ação de prestar um

serviço. Contemporaneamente, administração não é somente relacionado ao governo ou a

condução de uma empresa, e sim todas as atividades que envolvem planejamento,

organização, direção e controle.

Segundo Koontz (1974, p.12) o conceito de administração “ é a arte de realizar

coisas com e por meio de pessoas em grupos formalmente organizados” e para Newman

(1991 p. 45) a “Administração consiste em orientar dirigir e controlar os esforços de um

grupo de indivíduos para um objetivo comum”.

A tarefa de administrar é interpretar os objetivos pela empresa a transformá-la em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, afim de atingir tais objetivos (CHIAVENATO, 2002, p. 09).

Existem alguns aspectos em comum nas organizações, mas existe um que é essencial,

toda e qualquer organização é formada de pessoas que a administram e uma depende da outra.

As organizações estão inseridas na nossa vida.

As organizações servem os indivíduos que fazem parte de uma sociedade, fornece e

preserva o conhecimento e proporcionam carreira, Bateman e Snell (1998) nos levam a

concluir que as mudanças estão ocorrendo mais rápido e intensamente que em qualquer outro

época da história e que se as empresas não, se anteciparem às mudanças, sua sobrevivência

estará comprometida no competitivo mundo dos negócios.

A ciência administrativa pode ser considerada como um processo, pois todos os

administradores independentes de suas habilidades particulares participam de outras

atividades relacionadas. Visando alcançar objetivos seguros. Segundo Stoner (1999, p.5) “é

mais fácil entender um processo complexo como a administração quando ele é descrito como

uma série de partes separadas”.

As descrições deste tipo, conhecido como modelos, têm sido usadas por estudantes e

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participantes da administração durante décadas. Um modelo é uma simplificação do mundo

real, usadas para demonstrar relacionamentos complexos em termos fáceis a serem

entendidos.

O processo designa o que os administradores costumam fazer quando tratam com

pessoas ligadas a empresa, pode ser compreendido como uma seqüência de funções que se

sucedem, pois uma maneira sistemática de fazer as coisas é um meio, um método ou maneira

de conduzir certas atividades.

Chiavenato (1999, p.15) concorda com essa idéia quando:

[...] refere-se à administração, como um processo para enfatizar que todos os

administradores independentemente de seus níveis ou funções, se engajam

continuamente em certas atividades inter-relacionadas como planejar,

organizar, dirigir e controlar para alcançar os objetivos desejados.

Algumas atividades como no Planejamento verifica-se que são os planos que dão a

organização seus objetivos e que definem o melhor procedimento para alcançá-los, “significa

que os administradores pensam antecipadamente em seus objetivos e ações, e que alguns atos

são baseados em alguns métodos, plano ou lógica e não em palpites” (STONER, 1995, p. 5).

Para Montana, Charnov, (2003, p.117) “O Planejamento em uma organização pode

ser visto a partir de três perspectivas diferentes: estratégico, tático e operacional”, o mesmo

autor ressalta que o planejamento é determinado através dos objetivos organizacionais e de

como atingi-los, já o planejamento estratégico direciona a missão da organização em termos

de suas principais atividades. Entre os resultados do planejamento estratégico incluem-se

diretrizes amplas e gerais para selecionar áreas de negócios ou mercados nos quais quer

ingressar ou se retirar, já o planejamento operacional ou planejamento cotidiano, aborda

cronogramas específicos e alvos mensuráveis e o planejamento Tático analisa alternativas

para realizar a missão; normalmente os resultados são alvos de oportunidade no interior do

setor ou mercado.

O cenário onde a empresa opera é constituída por variáveis ambientais que

impactam favorável ou desfavoravelmente a missão da empresa e podem levá-la à

descontinuidade. Quando identificadas no ambiente externo, representam oportunidades ou

ameaças.

A preocupação do gestor com tais variáveis deve ser no sentido de identificar a

intensidade e o momento em que poderão surgir (oportunidades), ou que representem real

perigo (ameaças) para os negócios da empresa. Ocorrências climáticas, por exemplo, não são

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provocadas por nenhum gestor. Porém, estes devem tomar decisões no sentido de amenizar

seus efeitos ou tirar deles o melhor resultado (proteção de ativos, aquisição de produtos com

risco de escassez, etc.). Todo evento, natural ou provocado, terá um gestor responsável por

suas conseqüências.

Luiz Gaj (2008) destaca que o planejamento não termina com um plano, feito por

consultores e pela alta direção. Ao contrário, faz com que todos sejam envolvidos em todo o

processo, pensando estrategicamente e gerindo as ações necessárias. Há um

comprometimento comum com as decisões tomadas e uma busca permanente para superar as

fraquezas do ambiente interno e agir frente às ameaças e às oportunidades do ambiente

externo.

A função Organizar é a atividade administrativa que presume a reunião,

coordenação e a colocação de direção para todos os recursos necessários, a fim de que a

organização possa estruturar e coordenar o movimento do negócio. Assim, o que ficou

delineado na função organização é posto em prática com a direção, uma vez formulado o

planejamento, é necessário empreender-se um processo, no qual, as ações planificadas serão

transformadas em tarefas e atividades. Assim, inicia-se o desenvolvimento de um modo

sistemático de reunir os recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos.

Essa tarefa é conhecida como função de organização da administração, conforme Chiavenato

(1992, p.452), a organização “é a função administrativa que consiste no agrupamento das

atividades necessárias para realizar aquilo que foi planejado”, já para Gibson (1988, p.49) “a

função de organizar inclui todas as atividades administrativas empreendidas para traduzir ou

transferir as atividades dos planos para uma estrutura de tarefas e atividades”.

Onate (1982) complementa as colocações anteriores observando que esta função é

responsável por reunir e coordenar todos os elementos físicos, técnicos e humanos da

organização em prol dos objetivos. Assim sendo, na organização está implícito,

fundamentalmente, o planejamento de vários fatores e recursos para execução de planos.

A função de direção, na visão de Faria (2002, p.242), “consiste em fazer agir o

pessoal”. Assim sendo, é a função responsável por fazer com que os indivíduos executem as

tarefas que lhe foram confiadas. A direção ou chefia é uma técnica para conduzir as atividades

de indivíduos dentro de padrões formais, com base em princípios científicos ou valorativos,

por meio de um esforço conscientemente planejado de acordo com Kwasnicka (1996).

Chiavenato (1992) define essa função administrativa como aquela que norteia e

aponta a conduta dos indivíduos na direção dos objetivos a serem alcançados. O autor ainda

define três níveis de ocorrência para esta, a saber: global (direção), departamental (gerência) e

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operacional (supervisão). Além disso, tem como base os conceitos de autoridade e poder e os

princípios gerais mais utilizados no transcorrer dessa função são o da unidade de comando, da

delegação, da amplitude de controle e as coordenações funcionais, dessa forma, durante a

operacionalização do processo de direção, o gestor deve utilizar as seguintes técnicas:

orientação, emissão de ordens, delegação de autoridade, unidade de comando.

Um dos grandes desafios para os administradores é conhecer e entender as pessoas de seu grupo, e isso são imprescindíveis para poder dirigir as pessoas. Além disso, para bem dirigir seus subordinados um administrador deve comunicar, liderar e fazer com que estes se motivem (CHIAVENATO, 1999, p. 443).

Depois de planejado, organizado e dirigido o processo organizacional os resultados

desejados devem ser alcançados. Mas, é evidente que pode haver um ajustamento inadequado

entre estas funções, ou algum outro tipo de problema, isso significa que podem ocorrer

variações entre os resultados reais e esperados. Assim torna-se necessário operacionalizar a

função de controle.

O Controle ocorre conforme o que foi planejado para controlar é necessário ter bem

estabelecidas a direção dos objetivos. De acordo com Stoner (1999, p. 07) “finalmente, o

administrador deve se certificar de que os atos dos membros da organização levam-na de fato

em direção aos objetivos estabelecidos”, esse controle administrativo envolve a mediação e a

avaliação dos resultados desempenhados e a tomada de ação corretiva para melhorar o

processo quando necessário. O controle é a última função da administração. Todas as outras,

planejamento, organização e direção são importantes para a administração de uma empresa,

porém, é por meio do controle que os executivos poderão acompanhar a efetivação de cada

processo, controle é o processo de prevenir, monitorar e corrigir ações administrativas, para

garantir que os resultados pré-determinados sejam alcançados, a função de controle configura-

se, assim, como um instrumento administrativo exigido pela crescente complexidade das

empresas a fim de atingir um bom desempenho. As complexidades organizacionais, a

descentralização empresarial, ocorreram em função de um contexto de mudanças. Esse, por

sua vez, aumentou a exigência de flexibilização, sem desconsiderar, contudo, a obediência aos

parâmetros estabelecidos para decisões futuras de acordo com Onate.

De maneira simplificada, para Onate (1982, p.50), “a função de controle abrange as

atividades desenvolvidas pelos administradores para adequar os resultados reais e os

planejados”.

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Estas funções que compõem os processos administrativos têm como objetivo

demonstrar relacionamentos complexos em termos fáceis a serem entendidos, podendo-se

concluir que a ciência da administração pode ser considerada como um processo, pois todos

os administradores se envolvem nos processos visando alcançar objetivos futuros.

2.3 Áreas da administração

Administrar setores, departamentos em uma organização independe de seu tipo ou

tamanho ou negócio para alcançar seus objetivos as organizações necessitam de diferentes

atividades vinculadas a diferentes ações que possuem suas áreas de atuação e que compõem

suas atividades organizacionais.

Cada uma dessas áreas possui seus respectivos valores embora sejam distintas estão

ligadas intrinsecamente dependendo uma das outras para o funcionamento das organizações

que por sua vez depende do funcionamento adequado de cada área para seu funcionamento,

Roesch (2005) considerada as principais áreas da administração como: A primeira é a

administração Geral a segunda é a Pública, da Produção, de Recursos Humanos, o Financeiro

e o Marketing sendo que estas áreas podem ou não estar presentes ou distintas, depende do

tamanho da organização.

A administração geral incorpora a maior parte dos desenvolvimentos da teoria

organizacional, apresentando inúmeras possibilidades como estruturação da empresa,

racionalização para simplificar o trabalho, a melhor distribuição de espaço físico e da

condição ambiental numa análise organizacional, segundo Chiavenato (2002) “uma

organização deve ser conduzida de maneira racional, seja ela lucrativa ou não-lucrativa”.

A administração Pública segundo Quaglia (1976) pode ser entendida num duplo

sentido: formal e material. No sentido material, a Administração Pública é a ação geral

positiva e direta do Estado, em matéria administrativa, na realização do interesse geral, para a

satisfação das necessidades coletivas, ação que se exterioriza em procedimentos especiais

estabelecidos, seja pelo poder Legislativo, que se cumpre pela elaboração das leis, seja pelo

Poder Executivo, que as executa, seja subsidiariamente pelo Poder Judiciário que se propõe a

mantê-las, vetá-las ou modificá-las na sua aplicação; assim, pois, concorrem nesta ação todos

os poderes.

A administração pública se destina a fazer coisas, a realizar objetivos definidos. A Ciência da administração é, portanto, o sistema de

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conhecimento com o qual os homens podem desenvolver relações, predizer efeitos e influir sobre os resultados, em qualquer situação em que haja pessoas trabalhando conjuntamente, de forma organizada, para um fim comum, A Administração Pública é parte da ciência da administração que se refere ao governo, e se ocupa por isso, principalmente, do Poder Executivo, onde se faz o trabalho do governo, ainda que haja evidentemente problemas administrativos que se relacionem ao Poder Legislativo e Judiciário. A Administração Pública é, pois, uma divisão da Ciência Política e uma das ciências sociais. (AMATO 1971, p.67).

Já na administração de Produção suas atividades se concentram no processo

produtivo desde a chegada da matéria-prima até a saída do produto final. De acordo com

(SLACK 1997, p. 59) “a administração de produção é um conjunto de atividades auxiliares de

planejamento e controle indispensáveis para a produção bem sucedida dos produtos”, desta

maneira, a administração de produção tem como base produzir algo útil as pessoas e ajudá-las

a suprir seus desejos e necessidades, possuindo assim um importante papel dentro da

organização, pois em muitas é daí que surge a existência.

Desta forma a área de produção demonstra a importância da sua existência, porque lida com questões primárias e vitais da organização, a administração está na da essência da vida empresarial, uma vez que representa ao ato de criação preocupada com a criação de produtos e serviços que todos nós dependemos. Uma vez que a criação de produtos e serviços é a principal razão da existência de qualquer organização, a administração da produção deve ser o centro de suas atividades (SLACK et al, 1997, p. 21).

Os seres humanos vivem em um mundo cuja complexidade está na razão direta da

especialização das técnicas de produção, em gestão de produção e operação muito dos

recursos tem “materialidade”, tem existência física, como máquinas, equipamentos,

instalações, materiais e pessoas. Esses recursos físicos têm uma característica importante para

o gestor [...]. (CORREA, 2006, p.250), já Moreira (2002) define a administração da produção

e operações, como o campo de estudo dos conceitos e técnicas aplicáveis a tomada de

decisões na função de produção ou operação.

A Administração de Recursos Humanos (RH) conforme já afirmava Chiavenato

(1999), toma-se como referência a administração de pessoas que participam das organizações

e que nela desempenham determinados papéis, a organização é um sistema de atividades

conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, o mesmo autor concluiu que as

organizações são constituídas por pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e

cumprir suas missões.

Em organizações são indispensáveis, instalações físicas e/ou equipamentos e os

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recursos financeiros, porém as pessoas (recursos humanos) são muito importantes, pois sem

os RH em uma organização não há criatividade, planejamento da produção, controle da

qualidade e vendas. São as pessoas que alocam os recursos financeiros e que traçam as

estratégias para alcançar os objetivos da empresa.

Drucker (1996) caracteriza a política de recursos humanos, como sendo atividades

administrativas que têm por objetivo proporcionar ao indivíduo conhecimentos, habilidades e

condições necessárias para seu progresso e sua realização profissional, destacando o fato de

que o desenvolvimento constitui-se no planejamento da utilização do potencial de um

indivíduo, ao oferecer-lhe oportunidades para seu crescimento pessoal para Bergamini (1990)

esclarece que os programas de desenvolvimento der recursos humanos devem permitir uma

atualização do potencial intrínseco a cada um dos seus participantes, proporcionando uma

orientação que faculte a cada um o aproveitamento das suas características inatas e

enriquecidas por todas as vivências experimentadas ao longo das diferentes fases da vida.

A Administração de Pessoal não é uma função exclusiva de um setor, é uma função

que deve ser dividida igualmente entre os setores da empresa. A empresa deve ter um órgão

especializado em administração de pessoal, porém este órgão deve ser composto pelas

pessoas responsáveis pela supervisão chefia de todos os setores de uma organização

(FERREIRA, 1986).

A Administração Financeira caracterizada por Salomon e Pringle (1891), têm um

amplo campo de idéias e práticas, porém seu objetivo principal baseia-se em indicar como

uma pesquisa pode assegurar a melhor e mais eficiente utilização dos recursos de capital

colocada a sua disposição, com a economia globalizada, surgiram aspectos determinantes para

o sucesso de uma empresa pois, trás consigo uma rápida evolução do mercado financeiro, o

que exigem dos profissionais que atuam na área, agilidade no processo de tomada de decisões.

Para Gitman (2002), as finanças de uma empresa seja micro, pequena ou grande,

envolve muitas funções diferentes, para que o capital atenda as suas necessidades, sejam elas

para atender situações corriqueiras do dia a dia se faz necessária experiência e qualificações

profissionais.

A administração financeira diz respeito às responsabilidades dos administradores financeiros dentro de uma organização. Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos (GITMAN, 2002, p.04).

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A administração financeira têm a finalidade de criar para a empresa o valor que está

refletido no modelo básico da empresa, representado pelo seu balanço patrimonial, Segundo

Ross et al (1995), o modelo da empresa baseado no balanço patrimonial fica mais fácil ser

analisado, porque a área de finanças pode ser considerada um campo que envolve o estudo de

três itens o Orçamento de capital e dispêndio de capital para descrever o processo de

realização e gestão com gastos de ativos de longa duração, a Estrutura de capital da empresa

para indicar as proporções de financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto

e longo prazo, e o Capital de giro que é definido como sendo diferença entre ativos circulantes

e passivos circulantes.

A Área Financeira é muito complexa e está em constantes mudanças, as taxas de

juros oscilam para cima para baixo freqüentemente afetam diretamente as decisões na área

financeira, a principal preocupação dos profissionais é a maximização do capital que foi

investido pelos sócios, por meio da análise e planejamento financeiro.

De acordo com Brigham e Houston (1999, p. 24) “os administradores financeiros são

responsáveis pela obtenção e utilização de fundos, de modo a maximizar o valor de suas

empresas”, é caracterizada desta forma por estar perto do nível mais alto da maioria das

estruturas organizacionais das empresas, também porque a maioria das decisões tomadas na

organização é avaliada financeiramente, assim o administrador financeiro torna-se um

membro do grupo de assessores de alta direção em qualquer empresa (SANVICENTE, 1997).

A Administração de Marketing, para alcançar o sucesso toda e qualquer empresa

deve fazer o trabalho melhor que seus concorrentes no sentido de satisfazer os consumidores

alvos. “O termo marketing, em seu sentido original, determina as relações comerciais de uma

instituição com sua clientela. Ele poderia ser também chamado de comercialização”

(CAMACHO, p.46,1983). Já no sentido atual do termo, o marketing se desenvolve entre as

décadas de 20 e 50, dependendo da perspectiva dos autores.

O marketing voltado para o cliente – considerado pela maioria dos autores como o

marketing mais moderno - se desenvolve especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial,

para responder à complexidade cada vez maior do capitalismo. “Pouco a pouco, tomava forma

o conceito básico de marketing moderno: produz-se aquilo que os consumidores desejam”

GRACIOSO (1982).

O marketing passa a se orientar por três pontos básicos de acordo com Chiavenato

(1992), os bens e serviços devem ser produzidos de forma orientada para o consumidor;

segundo deve haver uma integração das mais diversas atividades da empresa para atender as

finalidades definidas; e terceiro o objetivo fundamental é a obtenção do lucro ótimo em longo

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prazo. Para obter bons resultados, o marketing vai considerar não somente os fatos vinculados

a uma mercadoria, mas também aos valores e, neste sentido, o marketing seria uma

engenharia que integra fatos a valores com o objetivo de buscar o lucro, neste conceito, o

marketing deve incorporar todas as atividades da empresa desde antes da produção e até a

chegada do produto ao consumidor.

A integração do conjunto das atividades da empresa não é simples. Em primeiro

lugar, é preciso articular os três fatores básicos tradicionais que foi citado (produção, vendas e

administração). Porém, além disso, de acordo com Chiavenato (1992), o conceito de

marketing há uma complexificação das funções partindo do planejamento e indo até o

controle, portanto parte de antes da produção e vai além das vendas. Além do mais, não basta

dirigir os fatores controláveis (intrínsecos e sob o poder de decisão da empresa), mas de

prever o comportamento de fatores incontroláveis, ou seja, externos à empresa (como o

comportamento de outras empresas, a situação econômica, transtornos da natureza, etc.).

Tudo isso leva a que o marketing seja entendido como um mix. O terceiro ponto é o lucro, ou

melhor, a obtenção do lucro ótimo em longo prazo, portanto o marketing deve ser concebido

de modo que se adaptem as necessidades desses consumidores e que faça frente ao marketing

dos concorrentes.

(...) orientação da administração baseada no entendimento de qualquer tarefa primordial da organização é determinar as necessidades, desejos e valor em mercados visando adaptar a organização para promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus concorrentes (KOTLER, 1996, p.42).

Então se pode concluir que o estudo da administração e o seu crescente desempenho

são as bases das organizações, pois essas assumiram importância sem precedentes na

sociedade e na vida das pessoas, uma vez que há poucos aspectos da vida contemporânea que

não sejam influenciados por alguma espécie de organização.

Hoje, vários são os fatores que atingem as organizações, um deles é o fator mudança

com a crescente competitividade, as organizações devem agir rápido, mas para isso precisam

que suas equipes estejam abertas ao processo de aprendizagem.

Consegue-se com isso o entendimento geral entre as partes para que o planejamento

se torne mais eficaz e eficiente, uma vez que com a rapidez com que as decisões devem ser

tomadas os gestores ficam mais seguros quanto às informações e quanto à estabilidade

posterior ao processo de tomada de decisão.

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Os problemas de qualidade e a crescente concorrência remetem a um problema

fundamental que é a resistência das organizações ao aprendizado e a conseqüente repetição de

falhas. As organizações devem começar a prestar maior atenção às qualidades de seus

funcionários, como lealdade, motivação, liderança, determinação, entre outros.

O fato de administrar organizações permite ao administrador à necessidade de se

fundamentar em conceitos, valores e teorias que lhe permitam o balizamento adequado ao seu

comportamento. A Teoria Contingencial afirma que não existem fórmulas pré-estabelecidas

para a administração das organizações, cada uma encontra a partir das indicações gerais as

maneiras mais adequadas ao seu desempenho; a responsabilidade dos administradores é

grande, pois atualmente vive-se em uma sociedade organizacional.

2.4 Responsabilidade Social e Ética

O século XX foi marcado por profundas transformações para toda a humanidade, em

todos os seus aspectos e variáveis. Foram observados progressos fabulosos na medicina,

tecnologia, comunicação, economia, etc., seguidos de um expressivo número de pobres e

excluídos, criados pelo capitalismo moderno, por meio da concentração da riqueza e do

crescimento do desemprego estrutural. Isso facilitou a construção de uma cultura social que

valorizasse a participação de todos os atores sociais em prol da melhoria das condições de

vida da sociedade, incluindo o contexto das organizações empresariais, motivo esse que a

responsabilidade social se torna um termo suma importância nos dias atuais.

Tendo em vista a substituição do Estado pelas empresas como responsáveis por

atender as necessidades básicas da sociedade, Schroeder (2004) preconiza que se consolida a

partir daí o paradigma de que o desenvolvimento econômico é o próprio desenvolvimento

humano, sendo que o posicionamento das empresas na sociedade vai além de suas atividades

tradicionais passando a ter também a responsabilidade sobre o bem-estar social do homem, ou

seja, a empresa além de prover a sociedade de bens e serviços, tem sob seus domínios o bem-

estar do cidadão.

Esta nova ordem social surgiu em decorrência da falência do Estado do bem-estar

social, que era o principal provedor de serviços sociais aos cidadãos. A falência do Estado e o

apogeu do liberalismo, com a concepção do Estado Mínimo, paralisaram o Primeiro Setor,

que é o próprio Estado.

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Toda expectativa de melhores serviços sociais foi canalizada para o papel do Estado

como órgão regulador desses serviços e para o crescimento da pobreza e da exclusão social. A

baixa qualidade dos serviços e seus altos custos só fizeram aumentar a legião dos excluídos e

dos desassistidos. Milhões de cidadãos tornaram-se órfãos do Estado do bem-estar social,

morto, enterrado e esquecido pelos escombros deixados pela onda liberal que, alastrou-se por

todo o mundo.

A sociedade contemporânea tem maior acesso a comunicação e ao conhecimento

humano por diversos meios, vivendo, por isso, um bombardeio de informações vindas de

todos os cantos do mundo e em tempo real, seja em casa, seja no trabalho, nas escolas, nos

espaços de lazer e de encontro; constituindo uma rede de relacionamentos que é a vida de uma

organização de pessoas, com fins econômicos, políticos ou assistências.

A origem da Responsabilidade Social, de acordo com Montana (2003), iniciou com

um termo utilizado pela primeira vez num manifesto formado por 120 industriais ingleses,

contendo no documento uma ressalva a responsabilidade dos diretores da indústria de manter

um equilíbrio entre os interesses dos públicos, consumidores, acionistas e dos funcionários

para o bem estar da nação como um todo. Essas manifestações surgiram no inicio do século

XX, com os americanos Charlies Eliot (1906), Hakley (1907), John Clark (1916), e o inglês

Oliver Sheldon (1923) que defendiam a inclusão da questão social entre as preocupações das

empresas, além dos lucros. O marco inicial foi o lançamento do livro Howard Bowen

Responsabilities of the businessman nos EUA em 1953.

Só no inicio da década de 60 que o tema começa a se difundir, com os

acontecimentos e as transformações sociais. A década de 70 ganha maior amplitude e nos

anos 80 a Responsabilidade Social passa a estar associada com a ética empresarial e com a

qualidade de vida no trabalho. Nos anos 80 é marcado por mudanças radicais e singulares,

não apenas pelo reflexo da velocidade da informação presente nas várias dimensões da

sociedade, mas principalmente pela integração dos mercados financeiros e o crescimento

singular do comércio internacional, o que se chamou de globalização.

Grajew (2000), destaca que no Brasil ao longo da sua história perdeu-se inúmeras

oportunidade de construir um desenvolvimento integral do povo e do país. Essa dissociação

cavou abismos, gerou contrastes e produziu disparidades internas e externas.

Se por um lado temos uma situação de desigualdade social, uma classe cada vez

maior de excluídos, a situação das organizações também fica comprometida, na medida em

que ela não terá mão-de-obra qualificada no mercado consumidor. A empresa que deseja a sua

sustentabilidade em longo prazo precisa ter competência para ser uma excelente gestora de

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redes de relacionamentos entre diversos grupos de atores sociais, conhecidos como

stakeholders.2

O Brasil econômico continua muito distante do Brasil social, marcado pela

polarização social crescente, desintegração social e violência. As primeiras manifestações

envolvendo empresários, comunidade, políticos e meios de comunicações só aconteceram em

1996, por meio do sociólogo Betinho, fundador do IBASE - (Instituto Brasileiro de Análises

Sociais e Econômicas), com apoio da Gazeta Mercantil e esse movimento resultou no projeto

de lei 3116/97 das deputadas federais Marta Suplicy, Maria da Conceição Tavares e Sandra

Starling, “Selo Balanço Social”, convocando assim os empresários a um maior engajamento

social e apresentou a idéia da elaboração e da publicação do Balanço Social Brasileiro

(embora este instrumento já fosse utilizado na França desde 1977). A partir daí, o tema

começou a se destacar no meio empresarial, principalmente com a criação, em 1998, do

Instituto Ethos - Empresas e Responsabilidade Social, que elaborou material para ajudar as

empresas a compreenderem e incorporarem o conceito da responsabilidade social no cotidiano

de sua gestão.

Hoje, a responsabilidade social no Brasil é amplamente discutida nos meios

acadêmicos e empresariais e seus defensores alegam que o comportamento socialmente

responsável é fator diferencial que ajuda a construir e a consolidar a marca empresarial,

representando um investimento para a sustentabilidade e o sucesso em longo prazo. Um de

seus grandes defensores é o Presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, o qual argumenta

que:

“[...] A responsabilidade social não é uma atividade separada do negócio da empresa. É a nova forma de gestão empresarial. E, para uma empresa ter sucesso, para conquistar e ampliar mercado, para ter competitividade, a responsabilidade social é indispensável. A empresa que não aumentar suas políticas e não for socialmente responsável não terá espaço no mercado” (GRAJEW, 2000.p 45).

2 Segundo OLIVEIRA (2002, p.38), Stakeholders são os demandantes de seus produtos,

fornecedores, trabalhadores, gestores, acionistas, gerentes financeiros, governo, comunidade local, universidade, ecossistema afetado pela sua operação, ciência e tecnologia, resumindo todo e qualquer indivíduo que se relaciona com o meio do qual a organização está inserida bem como certamente, todos enquanto famílias e indivíduos), fazendo com que haja uma preocupação com a responsabilidade social e a ética organizacional.Antigamente o termo referia-se apenas ao consumidor o público alvo atualmente passa a englobar um número muito maior de pessoas e empresas que interage formando o ambiente organizacional.O termo “stakeholders” foi criado para designar todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas ações de uma organização interna e externamente pensa-se em vários grupos de pessoas, beneficiários diretos; indiretos, empresas situadas próximas ao local de desenvolvimento das atividades; funcionários, voluntários e conselheiros; empresas parceiras e seus funcionários; fornecedores e Governos locais.

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O termo Responsabilidade Social não possui um conceito definido pois nem sempre

significa a mesma coisa para as organizações principalmente, para algumas o termo representa

a responsabilidade e obrigação legal, e para outros significa um comportamento responsável e

ético. Pode-se afirmar que existe Responsabilidade Social quando a empresa reconhece que é

responsável não apenas perante seus acionistas mais perante toda a sociedade, e a

responsabilidade da empresa abrange expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias

que revela uma necessidade daquela sociedade. Nos primórdios da literatura sobre

Responsabilidade Social o termo era definido como “obrigação do homem de negócio de

adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de ação que fossem compatíveis com os

fins e valores da sociedade”. (BOWEM, apud Asheley et al., 2005, p. 8).

Melo Neto (2001, p. 88) trás um conceito de Responsabilidade Social numa

perspectiva interna quando afirma que a responsabilidade social interna está voltada para o

público interno enfatizando as áreas de educação, salários e benefícios, assistência médica,

social e odontológica. O objetivo é obter retorno tanto de produtividade como para os

acionistas. Já em uma perspectiva externa a responsabilidade social tem como foco a

comunidade, por meio de ações sociais voltadas principalmente para as áreas de educação,

saúde, assistência social e ecologia. O objetivo é um maior retorno social de imagem e que se

preocupa com todos os que se relacionam direto ou indiretamente com a organização. Assim

sendo, Richard Daft (2005, p.88) define a responsabilidade social como sendo "(...) a

obrigação da administração de tomar decisões e ações que irão contribuir para o bem-estar e

os interesses da sociedade e da organização".

As novas exigências para a manutenção da competitividade das empresas vêm

trazendo para a gestão, implicações de cunho mais amplo e sistêmico de forma que as

oportunidades de negócios oferecidas pelas atuais condições econômicas geram consigo, uma

forte demanda por um “novo contrato social global” (Kreitlon e Quintella, 2001). Nesse

sentido, o conceito de Responsabilidade Social das empresas, vem se consolidando de forma

cada vez mais multidimensional e sistêmica, buscando interdependência e inter-conectividade

entre os diversos stakeholders ligados direta ou indiretamente ao negócio da empresa

(ASHLEY et al, 2000; ASHLEY, 2005).

O termo de Responsabilidade social acaba sempre na idéia de prestação de contas

demonstrando transparência no sentido de 'que alguém deve se justificar'. Durante muito

tempo foi entendida como obrigação do administrador, mais isso não se aplica no mundo

contemporâneo, já que se sabe que a organização não se resume única e exclusivamente no

capital. Há outros elementos importantes no processo que acabam interferindo formando um

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ambiente, que de acordo com a forma de relacionamento que se estabelecem podem trazer não

somente ganhos financeiros mais também sociais.

O Instituto Ethos3 de empresas destaca que o ambiente pode ser interno que são as

forças que integram dentro de suas estruturas, que é composta pelos recursos materiais,

financeiros, os sistemas de administração e gerenciais da empresa e pelos recursos humanos.

O ambiente externo é aquele que é proeminente na empresa sendo todas as forças e recursos

externos que se portam a organização e as influenciam, neste ambiente é dividido em micro

ambiente ' participam diretamente do mercado' e o macro ambiente ' fatores que influenciam

as atividades como um todo'.

Atualmente, a intervenção dos diversos atores sociais exige das organizações uma

nova postura, calçada em valores éticos que promovam o desenvolvimento sustentado da

sociedade como um todo. Estas idéias são reforçadas pelo Instituto Ethos que ao definir a

responsabilidade social afirma que:

(...) a questão da responsabilidade social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos.

A Responsabilidade Social de acordo com Montana, (2003) reconhece que as

empresas têm responsabilidades econômicas que são a maximização dos lucros e o aumento

do patrimônio dos acionistas, e as responsabilidades sociais que consistem em lidar com os

problemas sociais correntes, mais somente até o ponto em que o bem-estar econômico da

empresa não é afetado negativamente. O mesmo autor destaca as diversas áreas que são

motivos de preocupação social a começar pelo meio ambiente, poluição da água do ar, sonora

e visual bem como a poluição de lixo perigoso e sólido; nas humanas de preocupação social

incluem as questões das minorias, segurança bem-estar dos funcionários. Essas áreas são

importantes á empresa porque a legislação impõe obrigações às empresas e influenciam muito

o modo de realização de negócios.

Devido a crescente atenção que temas como ética, transparência, vem adquirindo nos

meios empresariais e a grande exposição do assunto na mídia pode-se perceber que “é uma

nova postura que permeia um comportamento das organizações, definida por diversos autores

e profissionais como responsabilidade social”. (INSTITUTO ETHOS, 2002, p. 39 ).

3 O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental

criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável.

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As organizações não possuem objetivos, somente as pessoas as têm, são regras de

decisão para orientar e avaliar o desempenho de uma organização, por isso os objetivos de

uma empresa são na verdade um consenso negociado de objetivos dos participantes

influentes.

Esses participantes influentes compreendem os vários 'grupos de interesse' que

estabelecem relação com a empresa, denominados stakeholders, sendo que a empresa tem

responsabilidade com todos esses grupos e os objetivos necessitam ser determinados de modo

a considerar satisfatório os interesses (SHELDON, apud Montana et al.,1998, p.76), em seu

livro The Filósofo of Management visa a totalidade da administração e a capacidade de

alinhamento da empresa perante a sociedade, assim fundindo a ética social com a prática da

administração científica. Sheldon elaborou vários princípios equilibrando a abordagem

científica da responsabilidade social da administração deixando claro o elemento humano em

primeiro lugar, chegando-se então ao conceito de responsabilidade social considerando

atualmente o que leva em conta são as vantagens dos diversos grupos de interesse para a

definição dos objetivos empresariais.

O desempenho econômico não é a única responsabilidade de uma empresa sendo que o poder precisa ser sempre equilibrado pela responsabilidade social, pois caso contrário ele se transforma em tirania. Sem responsabilidade o poder sempre degenera em mau desempenho. (INSTITUTO ETHOS, 2008, p. 48).

O exercício da Responsabilidade Social e cidadania são indissociáveis e se

contribuem em via de mão dupla, porque todo o cidadão tem deveres sociais para com o seu

semelhante que por sua vez, merece usufruir da plena cidadania. Apesar de não haver uma

única definição das ações de responsabilidade sociais podemos descrever segundo Melo Neto

(2001, p, 78) como: “A dimensão de participar mais diretamente das ações comunitárias na

região em que a organização está presente e diminuir os possíveis danos ambientais

decorrentes do tipo de atividade que exerce”.

Entretanto pode-se observar que preservar o meio ambiente e apoiar o

desenvolvimento da sociedade não é suficiente para atribuir uma empresa a condição de

socialmente responsável, sendo necessário investir no bem estar de seus funcionários num

ambiente de trabalho saudável, além de promover comunicações transparentes, dar retorno

aos acionistas, assegurar a sinergia com seus parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes

e/ ou consumidores.

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Portanto a Responsabilidade social da empresa está diretamente relacionada aos seguintes fatores: ao consumo pela empresa dos recursos naturais de propriedades da humanidade; ao consumo pela empresa dos capitais financeiros e tecnológicos e pelo uso da capacidade de trabalho que pertence a pessoas físicas integrantes daquela sociedade: e ao apoio que recebe da organização do estado, fruto da mobilização da sociedade (MELO NETO, 2001, p. 84).

De acordo coma figura a seguir verifica-se os quatro tipos de responsabilidade social

mais utilizado nas organizações.

Figura 001 - Os quatro tipos de responsabilidade social da organização.

Fontes: Archie B. Carroll, "A Three-Dimensional Conceptual Model of Corporate Performance, "Academy of

Management Review 4 (1979), 499; e "The Pyramid of Corporate Social Responsibility: Toward the Moral

Management of Corporate Stakeholders, "Business Horizons 34 (julho-agosto de 1991), 42 citado em DAFT,

Richard L., "Administração", p. 90 (1999).

Pinheiro (2002) comenta que na visão de Carroll (1979, 1991) a Responsabilidade

Social legal implica uma conduta da empresa consoante com as normas legais vigentes. Numa

visão simplificada, para atender a este requisito os gestores das empresas socialmente

responsáveis devem simplesmente seguir os preceitos legais, sem necessidade de exercer

nenhuma ação discricionária. Segundo o autor, a definição de Carroll (1979, 1991) da

responsabilidade legal é bastante simplificadora da realidade.

Dentro da legalidade impostas pelas leis o ambiente institucional afeta o

comportamento das atividades de negócios de várias formas. Muitas relações contratuais são

RESPONSA-

BILIDADE DISCRICIONÁRIA

CONTRIBUIR PARA A COMUNIDADE E

QUALIDADE DE VIDA

RESPONSABILIDADE ÉTICA SER ÉTICO FAZER O QUE É CERTO,

EVITAR DANO.

RESPONSABILIDADE LEGAL OBEDECER À LEI.

RESPONSABILIDADE ECONÔMICA SER LUCRATIVA.

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baseadas na prática institucional da promessa. As leis contratuais, segundo Dienhart (2000),

são necessárias sob dois aspectos: primeiro, proporcionam um contexto que faz com que as

promessas complexas sejam possíveis; segundo, propiciam aos indivíduos incentivo para

cumprir seus contratos, mesmo quando não o queiram fazer.

As empresas responsáveis legalmente cumprem única e exclusivamente o que está

determinado na lei, evitando um envolvimento maior com o seu retorno. Analisando do ponto

de vista ético, empresas estariam no estágio pré-convencional do desenvolvimento moral

(SROUR, 2003), sendo que sua atuação é baseada na obediência das regras visando evitar

punições e na busca do interesse próprio.

Na definição de Carroll (1979), a responsabilidade social legal implica uma conduta

da organização com as normas legais vigentes. Numa visão simplificada, para atender a este

requisito os gestores das organizações socialmente responsáveis devem simplesmente seguir

os preceitos legais, sem necessidade de exercer nenhuma ação discricionária, Francesco e

Gold (1998) consideram que a ética é um padrão moral não governado por lei que focaliza as

conseqüências humanas das ações. Hartmann (1969) enfatiza que a ética freqüentemente

requer um comportamento que atinja padrões mais altos que os estabelecidos por lei, acima de

um comportamento baseado em ações calculadas, para produzir um benefício tangível.

O campo da ética incorpora teorias que enfatizam diferentes stakeholders e estas

teorias podem gerar potencialmente interpretações conflituosas do que seria ético ou antiético,

conclui-se que a RSE refere-se ao entendimento de que, ao pagar seus impostos devidamente,

cumprir a legislação e garantir lucro aos seus acionistas, a empresa já estará “fazendo a sua

parte”, na outra visão, a RSE já é entendida como elemento crucial na estratégia de negócios,

ou seja, investir em RSE é um modo de diferenciar o produto, agregando valor à marca; algo

intangível, mas que vem adquirindo crescente valorização em face da competitividade de

mercados. Nessa visão, as empresas já entendem que a RSE é um modo de assegurar sua

longevidade.

Finalmente, a RSE faz parte da cultura organizacional e por isso, está no cotidiano da

empresa. Ou seja, através de um posicionamento ético e sustentável, valoriza-se toda a ação

que beneficie a todos os públicos envolvidos na atividade de uma organização: trabalhadores,

consumidores, comunidade, meio ambiente. Nessa visão, a empresa também está

comprometida com a promoção de tais valores na sua cadeia de fornecedores e também no

mercado onde atua.

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2.4.1 Diferentes termos associados à responsabilidade social nas empresas.

Responsabilidade Social nas Empresas do Brasil

Ação Social Atividades de assistência social, desde pequenas do ações eventuais até grandes projetos estruturados (disponível em: http://www.ipea.gov.br).

Investimento social privado O uso planejado, monitorado e voluntário de recursos privados em projetos sociais de interesse público. (GIFE, 2002).

Filantropia social Doação de recursos privados utilizados para atendimento de fins públicos. (MELO RICO, 1998). Governança Corporativa Aperfeiçoamento da gestão organizacional para padrões socialmente responsáveis, a fim de que sejam sustentáveis em longo prazo. (SOUTELLO ALVES, 2001).

Responsabilidade social das Empresas Responsabilidade direta e condições de abordar os vários problemas que afetam a sociedade Tornei (1984). Preocupação em aliar o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento de qualidade de vida, Guimarães (1984). Forma de conduzir os negócios que torna a empresa co-responsável pelo desenvolvimento e pela capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes, conseguindo incorporá-los no planejamento de suas atividades (disponível em: http://www.ethos. org.br).

Quadro 02 - Responsabilidade Social nas empresas do Brasil Fonte: REIS, Carlos Nelson dos. R. Econ. Contemp., Rio de Janeiro, 11 (2): 292 maio/ago.2007.

Pode-se, por meio da sistematização elaborada no quadro 02, verificar a variedade de

termos que nos últimos tempos tem surgido para referir-se às ações de cunho social das

empresas, ilustrando por um lado, a significância do tema, e por outro, a disputa pela

hegemonia da sua tradução.

2.4.2 Críticas a Responsabilidade Social

A Responsabilidade Social das empresas cumprem com suas obrigações legais

(tributárias, fiscais, trabalhistas, ambientais, etc.).

A questão que se apresenta é se as empresas e/ou os empresários/executivos

assumem alguma responsabilidade além daquelas exigidas por lei. Não faz sentido, portanto,

denominar de responsabilidade social o cumprimento da lei.

Da mesma forma, não se pode chamar de responsabilidade social as ações,

programas, benefícios, etc. que foram adotados pelas empresas como resultado de negociação

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trabalhista (acordo, convenção, etc). Neste caso, se esta diante de uma questão de poder,

barganha política, e não de responsabilidade social. Responsabilidade social, portanto, implica

ações que vão além da “letra da lei” e que não resultam de um embate político com sindicatos

ou organizações de trabalhadores. É, na verdade, apenas e necessariamente um conjunto de

ações que vão além do que é requerido por lei, por obrigação ou por necessidade.

O desempenho social inadequado e a falta de políticas bem elaboradas de cunho

social podem ter sérias implicações organizacionais, acarretando prejuízos materiais e morais

de modo a aumentar os custos e perder oportunidades de mercado de aordo com ROSS,;

WESTERFIELD, (1995).

Não há como ignorar a responsabilidade social na gestão da empresa, pois a questão

não é parte apenas de uma sensibilização social e ética, mas, principalmente, de uma

sensibilização econômica, institucional e mercadológica (LAYRARGUES, 2000).

A necessidade das empresas tornarem-se mais pró-ativas na definição de

relacionamentos simbiônticos com os stakeholders institui um complicado xadrez

organizacional que exige o desenvolvimento do processo em cadeia, já que cada agente

depende do perfeito funcionamento do outro para atingir seus objetivos. Aí está a importância

da integração das políticas e ações de responsabilidade social.

Têm-se observado vários argumentos contra a Responsabilidade Social, de acordo

com Montana (2003), destaca mais amplamente no prêmio Nobel de Economia, Milton

Friedman propôs que a única função válida da empresa é maximizar os lucros e o valor do

patrimônio para os investidores, destacando que a empresa não é obrigada a ser socialmente

responsável além das ações e obrigações obedecendo às leis, pois a organização só ajudará a

melhorar a sociedade se obter lucro. O mesmo autor ressalta que existem alguns argumentos

que são contra a Responsabilidade Social onde destacam que esta função é do governo, sendo

que o governo dá pouco apoio para a organização assumir tais programas; a organização

precisa medir desempenho e nem sempre os programas de ação social conseguem medir

índices de sucesso, a função da organização é maximizar lucros e exigir que recursos sejam

destinados a programas de Responsabilidade Social vai contra a meta empresarial sendo que

reduz os lucros, sendo que estes custos são um ônus para a organização e estes terão de ser

repassados aos clientes na forma de aumento de preço fazendo com que se perca o foco da

organização.

2.4.3 Indicadores de RSE

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A empresa que é partidária dos princípios da sustentabilidade deve ser socialmente

responsável, assumindo que está imersa num ambiente social em que influi ao mesmo tempo

em que sofre influência, na verdade, o grande diferencial do conceito de sustentabilidade no

meio empresarial é associar a questão da eco-eficiência com a noção de responsabilidade

social corporativa.

A eco-eficiência é um conceito de gestão através do qual se pode relacionar

competitividade e desenvolvimento sustentável. Combina desempenho ambiental e

econômico para criar e promover valores com menor impacto ambiental possível.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico define a eco

eficiência como “a eficiência com a qual os recursos ecológicos são utilizados a serviço das

necessidades humanas” (OECD, 1994, p.84).

Beaver Bellof (2000 apud AMARAL, 2004), mencionam que existe uma carência de

medidas e indicadores amplamente aceitos para que uma companhia industrial ou do setor

comercial avalie seu desempenho relativo a praticas de sustentabilidade empresarial. Afirmam

que estes indicadores devem levar em consideração intensidade de material, intensidade de

energia, consumo de recursos. Contudo, estas medidas sozinhas, não são indicadores. Elas

devem ser avaliadas no contexto de quanto representam nos custos da companhia e que

valores adicionam ou podem adicionar aos negócios da empresa.

A dimensão social é subdivida em três seções: indicadores sociais funcionais,

indicadores sociais internos, indicadores sociais externos. Esta subdivisão foi feita porque as

empresas, muitas vezes, divulgam suas informações em relação à dimensão social fazendo

esta diferenciação.

Os indicadores funcionais são os dados referentes ao perfil do quadro funcional da

empresa. Enquanto que os indicadores sociais internos englobam informações relativas aos

investimentos feitos pela empresa em benefício dos funcionários. Já os indicadores externos

consideram os investimentos feitos pela empresa voltados para a comunidade.

Segundo Carvalho (2004), os indicadores de desenvolvimento sustentável podem se

referir ao planeta, a um país, a uma região, a uma comunidade ou a uma empresa. O elenco de

indicadores vão se modificar dependendo do contexto que está sendo considerado. Desta

forma, os indicadores de sustentabilidade direcionados às empresas terão características

específicas.

2.4.4 Instituto Ethos de Empresas

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Os indicadores de Responsabilidade Social são instrumentos que a organização

pode-se utilizar para direcionar as suas estratégias, além de avaliar a eficácia das

metas e das iniciativas planejadas para a parceria e transformação de todos ao seu

redor. Contudo, faz-se necessário afirmar que, embora existam Indicadores de

Responsabilidade Social, são poucas as empresas que os utilizam.

De acordo com o site do Instituto Ethos ele foi fundado em 1998, como uma

organização sem fins lucrativos, com o intuito de auxiliar as empresas a gerirem seus

negócios de forma socialmente responsável, além de mobilizar e sensibilizar aquelas que não

contribuem para a construção de um mundo melhor e justo, isto é, degradam

inconscientemente ou praticam atos irresponsáveis contra o meio ambiente.

Devido à preocupação do Instituto Ethos com a responsabilidade social, foram

elaborados os Indicadores Ethos voltados para a prática nas empresas. Os Indicadores Ethos

são abordados por sete temas a seguir: Valores, Transparência e Governança, Público

Interno, Meio ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade e Governo e

Sociedade.

Os indicadores Ethos foram criados para auxiliar as empresas a compreender e

incorporar o conceito de Responsabilidade Social no cotidiano de sua gestão, como prática

caracterizada pela permanente preocupação com a qualidade das relações para com seus

diferentes públicos ou stakeholders. Permite que a empresa identifique sua performance em

relação as práticas socialmente responsáveis, facilitando a visualização das ações mais

emergentes que devem ser trabalhadas, além de comparar a empresa com relação ao seu

grupo de benchmark4.

Pode-se observar a importância que os Indicadores Ethos tem para a vida pessoal e

profissional das pessoas, pois uma organização é vista como um ser humano, aquele que se

veste e tem necessidade de se comunicar com as demais pessoas, criando seu próprio estilo,

para ter sua própria identidade.

É importante salientar que esta identidade deve ser vista pela empresa como um

investimento em qualidade, em um aprendizado dinâmico que está preocupado com vários

fatores, iniciando pelos produtos, evoluindo para os processos ate chegar ao tratamento

abrangente das relações compreendidas em toda a atividade empresarial, como por exemplo,

4 Método para comparar desempenho de algum processo, prática de gestão ou produto da

organização com o de um processo, prática ou produto similar, que esteja sendo executado de maneira mais eficaz e eficiente, na própria ou em outra organização, entender as razões do desempenho superior, adaptar à realidade da organização e implementar melhorias significativas.

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com os empregados, fornecedores, consumidores, a sociedade, toda a comunidade, assim

como com o meio ambiente conclui-se que toda organização não pode mais trabalhar em

segredo absoluto, que a transparência se faz importante para qualquer negócio, tornando-se

um fator de responsabilidade social, destacando também padrões de conduta ética que

valorizem o ser humano, toda a sociedade e o meio ambiente.

2.4.5 Balanço Social: uma prestação de contas a sociedade

O Balanço Social é composto por um conjunto de demonstrações de caráter contábil,

econômico e financeiro cujo objetivo é levar ao conhecimento da sociedade o maior número

de informações possíveis sobre o comprometimento social da empresa que o publica. Sendo

uma prestação de contas da organização para com sociedade como afirma De Luca (2000).

Atualmente as organizações vêm dedicando enormes esforços no sentido de se

consolidarem como empresas socialmente responsáveis e não medem esforços ao incluírem a

responsabilidade corporativa como um elemento presente em sua estratégia empresarial, pois,

segundo Oliveira (2002), o processo de gestão socialmente responsável vem se transformando

numa poderosa vantagem competitiva das organizações frente a seus concorrentes e ainda

para Signori (2007) proporcionam um ambiente favorável as mudanças organizacionais

a valorização do compromisso com as questões sociais. Esse compromisso com as questões

sociais é alicerçado no pressuposto de que as empresas nasceram com o propósito de oferecer

à sociedade bens e serviços que viessem a suprir as necessidades de consumo desta, e

fortalece a tese de que as organizações empresariais devam informar sobre seus atos à

sociedade com a qual se interajam.

Neste cenário, onde os administradores devam buscar atuar com responsabilidade

social, as tradicionais peças contábeis que serviam como instrumentos de suporte ao processo

de tomada de decisão já não atendem com eficácia a administração, imergindo a necessidade

de implantar demonstrações contemporâneas que contemplem esses novos indicadores de

gestão, auxiliando os administradores e informando a sociedade.

O Balanço Social surge então como uma importante demonstração contábil que vem

se consolidando como um instrumento capaz de auferir o nível de responsabilidade

corporativa das organizações. O sociólogo Herbet José de Souza, o Betinho, já citado

anteriormente afirma que “realizar o Balanço Social significa uma grande contribuição para

consolidação de uma sociedade verdadeiramente democrática".

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Costa Filho (2003, p. 14, apud Iudícibus et al, 2000, p. 31) apresenta o Balanço

Social como um instrumento que “busca demonstrar o grau de responsabilidade social

assumido pela empresa e assim prestar contas à sociedade pelo uso do patrimônio público”.

Diante dos conceitos e colocações fica evidente a preocupação crescente das

organizações, estudiosos em construir uma sociedade cada vez melhor.

De acordo com o Instituto Ethos (2008) a IBASE5 padronizou um modelo de balanço

social para demonstrar a sociedade uma prestação de contas comparando o total de

investimentos sociais com a receita liquida a folha de pagamento e o lucro operacional para

avaliar o percentual de “lucro social” alcançados com as atividades socialmente responsáveis.

Como retorno a publicação do balanço social, a organização recebe da IBASE um

selo social para ser utilizada em campanhas publicitárias e propagandas e nas suas próprias

embalagens.

2.4.6 Marketing Social

O marketing social tem a função de colocar a marca na empresa e não nos produtos;

define a companhia como uma organização séria, um cidadão corporativo, uma empresa com

conteúdo, com integridade. “Nesta era, devido ao culto à individualidade, empresas serão

vistas e julgadas pelos mesmos padrões que costumamos julgar indivíduos”, de acordo com

Kanitz, ele destaca ainda que “Não pelo que você faz, mas pelo que você é.”

Marketing social, uma ferramenta de gestão originada na década de 60, na área da

saúde pública, nos EUA, é, isto sim, o conjunto de estratégias e ações planejadas para a

implementação de programas desenvolvidos para a promoção de mudança social.

O marketing vem tomando proporções cada vez maiores nos últimos anos e trazendo

benefícios para as empresas que a praticam, para as entidades e para a sociedade, uma das

derivações do marketing chama-se de marketing social, que está direcionado para a sociedade

definido por Kotler (1996, p.287) como: A prática da Responsabilidade Social de forma

correta pode melhorar o desempenho e a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazos.

Em uma visão mais ampla, Las Casas (1993) afirma que o marketing é uma área do

conhecimento que engloba atividades direcionadas às relações de trocas, orientada para a

satisfação dos desejos e necessidades dos clientes, visando alcançar determinados objetivos

5 IBASE Instituto Brasileiro de análises Sociais e Econômicas.

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de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto

destas relações com a sociedade.

A empresa que utiliza o marketing social se beneficia, pois a imagem vinculada a

uma causa social traz visibilidade perante seu público e mercado (...) o verdadeiro marketing

social atua fundamentalmente na comunicação com os funcionários e seus familiares, com

ações que visam aumentar comprovadamente o seu bem-estar social e o da comunidade.

Essas ações de médio e longo prazo garantem sustentabilidade, cidadania,

solidariedade e coesão social (...) a empresa ganha produtividade, credibilidade, respeito,

visibilidade e, sobretudo, vendas maiores (MELO NETO e FROES, 2001, p. 74).

A Responsabilidade Social está predominantemente direcionada a uma atitude e a

um comportamento empresarial ético e responsável. Nesta abordagem prevalece o que

denominamos de “responsabilidade ética”. É o dever e compromisso da empresa em assumir

uma atitude transparente, responsável e ética em suas relações com os seus diversos público-

alvos (governo, clientes, fornecedores, comunidade, etc.).

O marketing social vem sendo utilizado como uma estratégia empresarial é um meio

que estabelece formas de comunicação que divulgam as ações sociais das empresas e está

sendo utilizado como uma estratégia empresarial e também como um meio que estabelece

formas de divulgação das ações sociais empresariais, comunicando-as a toda a rede de

interessados na empresa direta ou indiretamente. Dessa maneira, as organizações praticantes

da Responsabilidade Social através do marketing social podem conseguir sustentabilidade

para sobrevivência, permanência e destaque no mercado onde atuam.

2.4.7 Ação Social

Os fatores que têm impulsionado as empresas brasileiras na ampliação do conceito

de responsabilidade social, conseqüentemente, na mudança de patamar de suas ações sociais

são os seguintes: enormes carências sociais do país, crescente grau de organização de nossa

sociedade e especialmente do Terceiro Setor, a ação social dos concorrentes, a divulgação

crescente dos meios de comunicação sobre as ações sociais das empresas e o crescimento das

expectativas das comunidades e dos funcionários sobre o engajamento social empresarial.

No Brasil, conforme (Peliano, 2001), o número de empresas que realizam ações

sociais em favor da comunidade, além de expressivo, vem crescendo muito a partir da década

de 1990 onde se presenciou o crescimento acentuado da participação do setor privado em

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ações sociais, o mesmo autor considera ainda que o crescente envolvimento das empresas

privadas brasileiras em ações sociais estaria relacionado à confluência de vários processos,

entre os quais, a crise econômico-social que sucedeu à abertura da economia, ao final da

década de 1990; a privatização das empresas estatais; a redução da capacidade de atuação do

Estado; bem como ao fortalecimento da sociedade civil.

A necessidade de que a organização desenvolva e dissemine um Plano de Ação, que

satisfaça às dimensões da Responsabilidade Social, em sentido amplo. Porém

especificamente, que trate também, daquelas que por ventura tenham requerido, durante a fase

de diagnóstico, a indicação da existência de alguns pontos passíveis de melhoria, com o

auxílio da ferramenta denominada “Ciclo de Deming” ou “Ciclo do PDCA”, a organização

pode validar etapa por etapa, a construção do plano a fim de garantir os meios pelos quais os

objetivos propostos sejam atingidos, através do estabelecimento e mensuração de metas que

se mostrem: consistentes, pontuais e factíveis.

A implantação e implementação do plano de ação precisa ser encarada como a

resultante do somatório de vários esforços público interno, clientes, fornecedores,

comunidade e demais partes interessadas. Sobre esse aspecto, a busca pelo aprendizado e

aprimoramento contínuo, deve nortear as ações e, através de giros periódicos e constantes na

ferramenta “PDCA”, a organização demonstrará estar potencialmente preparada para

enfrentar e vencer, os desafios impostos pela adoção e prática de novos padrões de conduta.

Nesse ponto, estima-se que através da utilização de “listas de verificação” a

organização demonstre condições operacionais de controlar e monitorar os resultados obtidos,

podendo inclusive, promover ajustes nas diretrizes originalmente estabelecidas, mesmo que

estes comprometam, no todo ou em parte, os objetivos gerais previamente formulados.

Beaver Bellof (2000 apud AMARAL, 2004) destaca que todas as empresas adotam

critérios definidos para alocar recursos, aprovar e monitorar projetos, sendo que as ações

sociais estão previstas no planejamento estratégico empresarial, o que indica um novo

patamar de amadurecimento.

A política social é uma dimensão necessária da democracia nas sociedades modernas

e está estreitamente ligada aos valores da eqüidade que fundam a legitimidade política e a

concepção que as sociedades e os governos têm do seu projeto político e de seu destino.

No quadro institucional, as políticas sociais integram um sistema de ação complexo

resultante de múltiplas causalidades e diferentes atores e campos de ação social e pública:

proteção contra riscos; combate à miséria; desenvolvimento de capacidades que possibilitem a

superação das desigualdades e o exercício pleno da cidadania; redistribuição de riquezas; etc.

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Assim, são dispositivos institucionais criados com o objetivo de assegurar a cada um

as condições materiais de vida que permitam ao cidadão exercer seus direitos sociais e

cívicos, atuando no âmbito redistributivo, elas envolvem necessariamente relações de poder e

são, portanto, conflitavas e qualificadoras da democracia e do projeto de inclusão social das

sociedades.

Neste sentido, comenta-se que as políticas sociais se articulam necessariamente com

a dinâmica do crescimento e são condicionadas pela natureza das relações entre capital e

trabalho, estando diretamente relacionadas às tendências que conformam a dinâmica do

mercado de trabalho em cada sociedade - principal mecanismo de inclusão social. Ou seja,

não se podem compreender os dilemas da política social fora da dimensão do trabalho,

entendido como a forma concreta de reprodução e inserção social e como valor histórico e

culturalmente instituído, que confere identidade social e matriz de sociabilidade no marco de

uma construção coletiva. Em outras palavras, as políticas sociais estão associadas a processos

civilizatórios que definem as possibilidades de construção dos vínculos e do contrato social.

Contudo, partindo de diagnósticos equivocados, podem constituir-se em anti-políticas, desde

que seus resultados aprofundem as desigualdades e reduzam a capacidade redistributiva que

toca o conjunto da sociedade.

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3 A EMPRESA

A Associação Empresarial de Itajaí (ACII), conforme determina a Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT), é uma organização sem fins lucrativos denominada Associação e por

meio de seu estatuto social está evidenciada sua caracterização e objetivo. Com a colaboração

da pesquisadora será apresentado sua missão, seus valores e seu mercado de atuação.

3.1 Caracterização da Associação

Associação Empresarial de Itajaí (ACII), tem a sede e foro na cidade de Itajaí, Estado

de Santa Catarina, na Rua Hercílio Luz, 381- Ed Rio do Ouro 1º andar sala 201, abrangendo a

cidade de Itajaí. Nasceu num período conturbado da história nacional, às vésperas da

Revolução de 30, onde os fundadores “homens visionários” criaram em 28 de maio de 1929

um fórum de debates com o objetivo de buscar soluções para os problemas do Município e

região.

Há 79 anos começou a ser escrita a história da Associação Empresarial de Itajaí

quando na reunião realizada em 28 de maio de 1929, na Prefeitura de Itajaí foi eleita a

primeira Diretoria, constituída por Bonifácio Schmitt (Presidente), Victor Kleine (Primeiro

Secretário), Augusto Voight (Segundo Secretário), Manoel Vieira Garção (Tesoureiro) e no

conselho deliberativo: Júlio Willerding, Arno Bauer e José Eugênio Muller.

No primeiro ano de atividade, a ACII se engajou na luta em favor do Porto de Itajaí,

em seguida reivindicou a construção do cais e a estrutura necessária para que o terminal fosse

organizado oficialmente. A primeira sede da Entidade situava-se na casa de Eduardo Dias de

Miranda, na rua Lauro Muller, onde anteriormente funcionava a sede do Correio

permanecendo até 1942.

Entre os anos de 56 a 78, a ACII teve participação ativa na construção do novo

prédio do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, destacando-se por sua

preocupação com a comunidade. Em meados da década de 70, concentrou esforços para a

implantação de novas empresas para incrementar o mercado Itajaiense. Foi nessa década

durante a gestão de Nivaldo Detóie (1968/1974) que foi comprada a sede própria da ACII,

onde a Entidade atende até hoje, na Rua Hercílio Luz, 381, Galeria Rio do Ouro centro de

Itajaí.

A associação, além do desenvolvimento das relações políticas que mantém com o

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poder público e autoridades constituídas, atualmente desenvolvem ações tais como; O troféu

“Empresário do Ano” que em 1989 na administração de Horário Figueiredo, o primeiro

homenageado foi Paulo Bauer, e até hoje homenageia empresários em várias categorias, o

evento Troféu Empresário do Ano é comemorado sempre no aniversário da entidade, esta

homenagem tem por finalidade a entrega de um troféu ao empresário que mais se destacou no

ano anterior, e também as empresas que se destacaram, nos mais diversos setores, existem

outras ações como:

A ação comunitária, que é realizada por todas as câmaras da ACII, em parceria com

outras Entidades, Instituições, Prefeitura de Itajaí, e tem o intuito de disponibilizar a

Comunidade de baixa renda, serviços diversos, como emissão de Canteira de Identidade,

dentistas, cortes de cabelos, recreações, dentre outras ações.

A outra ação é a Inspeção Técnica Veicular, é realizada pelo Núcleo Setorial de Auto

mecânicas da ACII, onde é disponibilizado o serviço de inspeção técnica, em automóveis, de

forma gratuita.

3.1.1 Visão, missão, valores, filosofia e o objetivo da Associação.

A ACII tem como visão ser reconhecida como referencial entre as entidades que

representam e atendem os anseios da classe empresarial de Itajaí.

Sua missão é promover e integrar, o desenvolvimento empresarial e social,

estimulando a livre iniciativa do Associativismo.

Quanto aos valores e a filosofia, estão definidas em ideais, de filosofias de trabalho

que são repassados pelos integrantes da ACII. Assim as atitudes propostas de trabalho tem

que se integrarem perfeitamente aos anseios das empresas associadas, no estrito cumprimento

de suas necessidades.

O objetivo da ACII é de desenvolver ações para as empresas associadas,

proporcionando apoio às entidades de Itajaí, promovendo estudos, intercâmbio de

informações, ações políticas visando o interesse dos seus associados, bem como, o

desenvolvimento de atividades pertinentes as empresas e a sociedade.

3.1.2 Organograma

A estrutura organizacional da ACII obedece a seguinte distribuição.

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ORGANOGRAMA

Fonte: Organograma produzidos pela pesquisadora.

PRESIDÊNCIA

DIRETORIA EXECUTIVA

CONSELHO FISCAL

Conselho Deliberativo

OPERACIONAL

Administrativo

Financeiro

Certificado de Origem

Cobrança

CONSULTORIA

Comercial

Junta Comercial

Assessoria de Imprensa

Câmaras • Câmara de Responsabilidade

Social • Câmara da Construção Civil • Câmara de Tecnologia da

Informação • Câmara do Jovem Empreendedor • Câmara de Logística • Câmara de Gestão Ambiental • Câmara da Mulher Empresária • Câmara do Porto�

Núcleos Setoriais • Automecânicas

• CFC´s - Centro de Formação de Condutores

• Corretores e Imobiliárias

• Corretores de Seguros��

• Marketing

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A ACII é uma Associação sem fins lucrativos, na qual busca o desenvolvimento do

Associativismo Empresarial por meio de câmaras e núcleos Setoriais que promovem a troca

de experiências, buscam informações e parcerias para o desenvolvimento de seu segmento.

Hoje a ACII pode contar com 705 empresas associadas aos Núcleos e as Câmaras, os

Núcleos Setoriais são: o núcleo de Automecânicas, o núcleo de CFC´s - Centro de Formação

de Condutores, o núcleo de Corretores de Seguros; Corretores e Imobiliárias e o núcleo de

Marketing; as Câmaras são representadas pelas: Câmara do Porto; Câmara da Mulher

Empresária; Câmara de Logística; Câmara de Gestão Ambiental; Câmara do Jovem, Câmara

de Tecnologia da Informação; Câmara da Construção Civil e a Câmara de Responsabilidade

Social .

A Câmara de Responsabilidade Social (CRS) foi fundada em 28 de setembro de

2005. Ela é constituída por um grupo representativo de associados que tem como missão

facilitar o relacionamento entre todos os seus associados e a comunidade, através da

orientação e da identificação de oportunidades que possam ser transformadas em ações

voltadas para o desenvolvimento sócio-econômico sustentável. A CRS hoje é constituída por

oito empresas associadas que é coordenada através da Juliana Margarete Maba, vice-

coordenadora Simone Ambrozio e a secretaria Laryssa Guimarães. Suas linhas de trabalho

reforçam a importância da Responsabilidade Social nas empresas, facilitam o relacionamento

entre as empresas associadas e as organizações sociais, orientam as empresas a partir das

oportunidades e necessidades que surgem na área social.

Atualmente a principal atividade da CRS é a participação na Comissão de Avaliação

do Selo Social de Itajaí (CASS), prestando orientação para as empresas associadas na gestão

da responsabilidade social, atuando na mediação de parcerias entre os três setores: o público,

privado e terceiro setor (ONG´s) organizando o Seminário Anual de Responsabilidade Social

da ACII (SARS); A câmara mantém reuniões quinzenais na sede da entidade e está aberto a

novas adesões de empreendedores ou representantes de empresas preocupados com o

desenvolvimento sustentável e a política social. A responsabilidade social empresarial é uma

forma de conduzir os negócios que torna a empresa parceira e co-responsável pelo

desenvolvimento social, conceito bastante difundido entre os associados da ACII.

A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os

interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,

consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los ao

planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos, não apenas dos

acionistas ou proprietários.

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3.2 Descrição dos objetivos da Pesquisa

São apresentados e analisados a seguir, os dados coletados para que se possa

alcançar os objetivos propostos neste estudo. As apresentações e análises estão divididas

em cinco seções. Para melhor compreensão dos resultados, as seções são estruturadas

seguindo a ordem dos objetivos específicos traçados para este estudo. Na primeira seção

é descrito o programa Selo Social (objetivo 1). Na segunda seção, realiza-se uma descrição

do perfil das empresas associadas certificadas pelo Programa Selo Social (objetivo 2), na

terceira seção é analisado as dificuldades ou possibilidades do Programa Selo Social

(objetivo 3), na quarta seção, é apresentado propostas de melhorias e sugestões para adesão

ao programa para a CRS (objetivo 4) e na quinta seção (objetivo 5) é relacionado as razões

que levam os empresários a atuarem com Responsabilidade Social.

3.2.1 O Programa Selo Social.

O primeiro objetivo específico propõe-se a descrever o programa Selo Social, a

pesquisadora buscou informações baseadas em dados primários e dados secundários.

Os dados primários são representados por meio de uma entrevista semi-estruturada

com o diretor de Articulação Social e Coordenador do Programa Selo Social Sr. A.G. J na

Prefeitura Municipal de Itajaí. (ver entrevista no apêndice B).

Os dados secundários são representados e provenientes de fatos e acontecimentos.

Na entrevista semi-estruturada realizada com A.G.J foi perguntado sobre a história

do Programa Selo Social; quantas empresas haviam aderido ao Programa, se ele considerava

esse número bom e se já era possível mais empresas aderirem ao Programa. Ele respondeu: –

“Que o projeto foi desenvolvido pela Organização das Nações Unidas ONU6 onde o Brasil

juntamente com 192 países aderiram o Programa para alcançar os Objetivos do Milênio

6 ONU - Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 Estados

soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional. As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.

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(ODM), complementou que “52 empresas já foram certificadas pelo Selo Social”, e que esse

número é satisfatório, que a quantidade não é o foco e sim qualidade. Ainda em relação ao

primeiro questionamento o entrevistado Sr. A.G.J afirmou que “não possuímos ainda uma

equipe que possa estar fiscalizando as organizações para medir se as ações sociais estão sendo

executadas com êxito, esse número é tão reduzindo analisando que em Itajaí temos em média

3.287 empresas prestadoras de serviços, 15 instituições Financeiras, 53 indústrias prestadoras

de serviço, 107 indústrias de comércio, 143 indústrias, 972 comércio/prestação de serviço,

2.725 comércios e 3.072 empresas autônomas totalizando 10.374 empresas, e para poder

ampliar esse número se faz necessário ter uma estrutura formada”. Perguntou-se sobre a

existência de um manual ou roteiro para as empresas seguirem buscando facilitar a obtenção

dessa certificação do Selo Social, o respondente afirmou que “ no momento estão elaborando

esse material”.

Após o término da entrevista com coordenador do Programa Selo Social foi entregue

para a pesquisadora uma proposta de regulamento para auxiliar as empresas a adesão do PSS,

mas que ainda não tinha sido decretado, e alguns flayers explicativos.

O programa Selo Social surgiu no inicio do mês de setembro de 2002, com a assinatura da declaração do milênio,o aprovada pelas Nações Unidas. O Brasil, em conjunto com 192 países-menbros da ONU assinou o pacto que estabeleceu um compromisso com a sustentabilidade do planeta.

O Projeto do Milênio de acordo com a ONU foi especialmente constituído pelo

Secretário-Geral das Nações Unidas em Janeiro de 2005, foi criado para desenvolver um

plano de ação para que o mundo reverta o quadro de pobreza, fome, doenças e desigualdades

socioeconômicas que afetam bilhões de pessoas, o projeto do milênio é um órgão consultivo

independente, um Plano Global para alcançar os objetivos de desenvolvimento do milênio.

O Plano Global propõe soluções para que os Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio sejam alcançados até 2015. O mundo já possui a tecnologia e o conhecimento para

resolver grande parte dos problemas enfrentados pelos países pobres. Até então, no entanto,

tais soluções não foram implementadas na escala necessária. O Plano Global do Projeto do

Milênio apresenta recomendações para que isso seja feito tanto em países em

desenvolvimento quanto para países desenvolvidos.

O Projeto trabalhado em grande parte com países em desenvolvimento, ajudando a

identificar: quantas mães necessitam de acesso a clínicas médicas, quantas crianças

necessitam de imunização, quantos professores devem existir para cada distrito, quantas

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bombas de água devem ser instaladas, entre outros, para que cada país entre nos eixos para

2015, o Plano Global recomenda meios concretos para o avanço dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio os (ODM) no mundo em desenvolvimento e esboça como os

compromissos de ajuda dos países doadores podem auxiliar no alcance dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio. Disponível em <http:// www.onu-brasil.org.br>. Acesso em:

Agosto de 2008.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são um conjunto de oito macro-

objetivos a serem atingidos pelos países até o ano de 2015, por meio de ações concretas dos

governos e da sociedade.

O Selo Social de Itajaí foi criado em 2005, é um programa da Prefeitura Municipal

de Itajaí, com apoio da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) e da Comissão de

organizações não governamentais. Para integrar-se nesta campanha mundial, o Selo Social

de Itajaí vem acompanhado os oito ODM, sendo que cada empresa participante do programa

recebe o Selo, com o objetivo de reconhecer as empresas que realizam investimentos sociais

no seu público interno (colaboradores), e externo (comunidade, ONG´s, etc). As empresas são

avaliadas anualmente pelos investimentos realizados na área de educação, saúde, geração de

renda, qualidade de vida e meio ambiente, posteriormente são certificadas com o Selo Social.

Essa iniciativa teve início em novembro de 2005 por meio da realização da primeira

feira do Selo Social, este evento aconteceu no Itajaí Shopping e contou com a participação de

35 empresas 40 entidades e 10 secretarias de fundações municipais. Foi o início de um

processo de valorização, reconhecimento onde estimulou as empresas socialmente

responsáveis do município. Após a feira, várias empresas e entidades realizaram parcerias

para ampliarem as ações sociais no município, dando destaque principalmente à qualidade de

vida dos funcionários.

De janeiro a 20 de fevereiro de 2007 as empresas preencheram um pequeno balanço

social online e encaminharam o balanço referente às ações feitas em 2006.

A função principal do balanço social7 é tornar pública a responsabilidade social da

empresa. Todavia, apesar de estar nos planos da Prefeitura tornar o acesso aos balanços

7 De acordo com Sucupira (1999, p.63) "(...) um documento publicado anualmente reunindo um

conjunto de informações sobre as atividades desenvolvidas por uma empresa, em promoção humana e social, dirigidas a seus empregados e à comunidade onde está inserida. Através dele a empresa mostra o que faz pelos seus empregados, dependentes e pela população que recebe sua influência direta."

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sociais visíveis a todas as empresas ganhadoras do Selo Social, ainda não é possível. no

momento.

O balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a empresa. Aos dirigentes, fornece informações úteis à tomada de decisão no que se refere aos programas sociais. Também é um instrumento de gestão. É natural que os indicadores do balanço social estimulem a participação voluntária dos empregados na escolha dos programas sociais da empresa, o que acarreta um grau mais elevado de integração nas relações entre dirigentes e funcionários. Aos fornecedores e investidores, informa como a empresa encara suas responsabilidades quanto aos seus recursos humanos, o que é um bom indicador da forma como a empresa é administrada. Aos consumidores, oferece um esboço da mentalidade dos dirigentes da companhia, o que pode ser associado à qualidade do produto ou serviço que a empresa oferece. Ao Estado, ajuda na formulação das políticas públicas. (REETZ e TOTTOLA, 2006, p.56).

No ano de 2007, a Prefeitura Municipal de Itajaí, certificou 34 empresas com o Selo

Social, reconhecendo seus investimentos internos (funcionários) e externos (comunidade) e

principalmente a sua regularidade no pagamento dos impostos fiscais (Negativas Municipais,

Estaduais, Federais, INSS e FGTS). A marca do Selo dinamiza a relação entre a empresa e a

comunidade que lhe cerca, integrando uma única volta ao desenvolvimento social, criando o

elo empresa/comunidade a certificação do Selo Social na empresa é um diferencial, símbolo

de responsabilidade social. Por meio dele os empresários poderão vincular seu produto ou

serviço a um projeto social. Com o Selo Social a empresa recebe o status de parceira e não

apenas de patrocinadora.

Figura 01: Foto Certificação do Programa Selo Social 2008 com o Prefeito de Itajaí Volnei Morastoni, Vice-prefeita Eliane e Diretor da ACII Marcos Aurélio Seára – 2008.

Fonte: http://www.itajai.sc.gov.br.

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60

O Selo Social está condicionado a um programa externo de responsabilidade social,

por meio da participação continuada das empresas em projetos sociais e de organizações não

governamentais (ONGs), esse é um grande apoio para a manutenção de projetos e ações das

entidades de Itajaí.

Os participantes do Selo Social constituem uma rede que possibilita a integração dos

três setores da sociedade, o primeiro (público) representado pela Prefeitura Municipal de

Itajaí, o segundo (privado) por meio da participação das empresas privadas e o terceiro setor

por entidades e organizações não governamentais sem fins lucrativos as (ONGs).

Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio a serem atingidos são:

O primeiro objetivo é acabar com a fome e com a miséria com estímulo a

agricultura familiar e comunitária de subsistência; combate a fome em regiões metropolitanas

e rurais, através de iniciativas de voluntariado, distribuição e capacitação de mão de obra

elaboração de alimentos básicos; programas de apoio a merenda escolar; apoio a programas

de educação, capacitação e inclusão digital de crianças e de jovens para a futura inserção no

mercado de trabalho; programas de redução do analfabetismo funcional, familiar e da

comunidade de interferência; apoio á geração alternativa de renda, através de estruturação de

cooperativas e aproveitamento da produção em suas atividades e suporte na comercialização

de excedente; implementação de políticas de diversidade, com inclusão minorias étnicas,

portadores de deficiências, outros grupos discriminados.

O segundo objetivo é a educação básica e de qualidade para todos

proporcionando apoio a programas de criação de oportunidades e estímulo no acesso ao

ensino fundamental,ou melhoria da qualidade; Envolvimento direto/indireto em ações de

prevenção e erradicação do trabalho infantil, tanto em regiões metropolitanas, como rurais;

contribuição para a melhoria dos equipamentos das escolas básicas e fornecimento de material

didático e de leitura; programas de reciclagem e capacitação dos professores do ensino

fundamental; programas de implementação de projetos educacionais complementares, com

envolvimento familiar, visando estimular a permanência do aluno na escola;.

No terceiro objetivo destaca-se a igualdade entre sexos e valorização da

mulher com a implantação de programas de capacitação e melhoria na qualificação das

mulheres; criação da oportunidade de inserção da mão-de-obra feminina, em atividades

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alternativas consideradas masculinas; inclui a valorização do trabalho da mulher em

programas de diversidade; de ações comunitárias que envolvem o trabalho feminino,

apoiando iniciativas que promovam o cooperativismo e a alta-sustentação.

O quarto objetivo é reduzir a mortalidade infantil dando apoio a programas de

acesso a água potável para a população carente, principal causador das doenças infecciosas

infantis; promoções de campanhas de conscientização no combate a AIDS, visando a

prevenção de crianças portadoras de vírus; suporte a programas de acesso, de crianças

portadoras de HIV e outras doenças infecciosas, a medicamentos específicos; programas

educacionais, em comunidades carentes, de esclarecimento sobre higiene pessoal e sanitária,

aleitamento materno e nutrição infantil.

O quinto objetivo de desenvolvimento é de melhorar a saúde das gestantes

proporcionando apoio a iniciativas comunitárias de atendimento a gestante (pré e pós-parto) e

melhoria da saúde materna, fixas e ambulantes; programas de apoio a saúde da mulher,

facilitando acesso a informações sobre planejamento familiar, DST, prevenção do câncer de

mama, gestação de risco, nutrição da mulher e do bebê;

Combater a AIDS a malária e outras doenças é o sexto objetivo, os programas

de mobilização e informação do combate a AIDS e outras doenças epidêmicas como malária,

tuberculose, dengue, febre amarela (nas empresas e comunidades), tanto nos grandes centros

quanto no interior do país; programas que facilitam acesso aos medicamentos necessários aos

portadores de HIV e á prevenção (vacina) das demais doenças; programas de doação e

distribuição de remédios as populações de risco e baixa renda; programas de prevenção na

disseminação de informação sobre saúde sexual e reprodutiva para jovens e adultos, através

de ações de voluntariado.

No sétimo objetivo a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente são

destacadas fortalecendo um apoio a iniciativas na implementação de práticas ambientais

sustentáveis e responsáveis, através da conscientização e disseminação das informações nas

escolas, comunidades e empresas,; propagandas de mobilização coletiva para estimulo a

reciclagem e reutilização de materiais; ações de voluntariado na comunidade com visitas á

educação e sensibilização da população, com interferência direta nas associações e órgão

representativos; escolas, parques, reservas etc; suporte a projetos de pesquisa e informação na

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área ambiental; desenvolvimento de programas parceiros no tratamento de resíduos

procurando reverter o resultado em benefícios de comunidades carentes; promoção de “eco

negócios” (negócios sustentáveis), que preservam gerando ocupação e renda e melhorando a

qualidade de vida das populações.

O oitavo ODM é que todo mundo trabalha pelo desenvolvimento, programas

de apoio a formação e capacitação técnica profissional dos jovens menores favorecidos,

visando sua inclusão no mercado de trabalho, que podem ser desenvolvidos nas empresas,

associações e comunidade; mobilização de voluntários para criarem situações de

aprendizagem e gestão em suas áreas de formação; apoio a programas de geração de novas

oportunidades de absorção e recrutamento de jovens nas pequenas e médias empresas; apoio

a programas de parceria para inclusão digital da população menos favorecida; programas de

formação e disseminação das novas tecnologias, em especial da informação, que promovam

também a inclusão de portadores de deficiência; doações de equipamentos novos ou usados a

escolas, bibliotecas, instituições voltadas ao atendimento de menores jovens carentes;

estímulo a programas que contemplem o empreendedorismo e auto-sustentação.

Para concluir esse objetivo a pesquisadora aprofundou-se no tema do Programa Selo

Social com o objetivo de perceber como os empresários vêem a nova realidade que é a

preocupação com a área Social num cenário que praticamente obrigam as organizações a

praticarem responsabilidade social tanto internamente com seus colaboradores que beneficiam

seu quadro funcional, quanto externamente com projetos sociais de interesses comunitários.

3.2.2 O perfil das Empresas Associadas que são certificadas pelo Programa Selo

Social.

A pesquisadora aplicou questionários por meio eletrônico (via e-mail) para 30 organizações. (ver apêndice A), com uma série de questões fechadas e algumas abertas subdivididas em quatro partes para uma melhor compreensão das respostas. A primeira parte do questionário refere-se aos dados dos empresários e das organizações, na segunda parte são os dados referente a Responsabilidades Social Empresarial, a terceira parte trata das ações de RS das organizações e na quarta parte do Programa Selo Social.

Com base nos dados que foram obtidos pelos respondentes, a primeira parte do

questionário é referente aos dados do empresário/organização pode-se observar o perfil dos

empresários representando as organizações de acordo com o próximo parágrafo.

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Observa-se que o tempo de existências das organizações que foram pesquisadas, em

média é de 16,6 anos, demonstrando que as organizações pesquisadas estão consolidadas no

mercado Itajaiense há vários anos.

De acordo com o SEBRAE8 os empresários que investem em qualificação tem mais

chances em conseguir a sobrevivência de sua organização em uma economia cada vez mais

competitiva.

Classificando as funções e cargos dirigidos pelos respondentes dentro das

organizações pesquisadas observa-se que os cargos dos responsáveis pela área de

responsabilidade social em sua maioria, são de alto grau de responsabilidade, podendo-se

destacar que 40% dos empresários são Gerentes sendo eles, responsáveis diretos pelas ações

de RS da organização, com 10% ficam as funções de Analistas, Contadores, Assistente

Administrativo e Logísticos, com 5% ficam os Diretores e os responsáveis pela área de

Marketing.

O tempo de atividade dos respondentes das organizações pesquisadas em média é de

4,4 anos de atuação na área de RS, e do total da amostra percebe-se que 50% possuem nível

superior e os outros 50% dos empresários possuem pós-graduação.

Estas organizações atuam em segmentos diversificados, na sua maioria são de médio

porte9.

Em poucos anos o Programa Selo Social de Itajaí, superou muitos obstáculos, e

muitos ainda se fazem presentes como os próprios organizadores têm consciência. Contudo, é

um programa regido com muito esforço.

Nesta pesquisa, mostrou-se as várias etapas percorridas para desenvolver o

programa, em 4 anos muito foi feito, e com certeza muito ainda há de ser feito. Muitas das

questões debatidas ao longo deste trabalho não giram apenas em volta do programa Selo

Social de Itajaí em si, mas também do próprio conceito da ética e principalmente da

Responsabilidade Social.

Por meio da análise feita com as empresas certificadas pelo Selo Social na última

premiação em Abril de 2008, foram certificadas 44 empresas, destas empresas foram

analisadas 36 empresas que são associadas na ACII. Nota-se que todas as empresas exceto

8 Disponível em <http://www.sp.sebrae.com.br> acesso dia 11 de novembro de 2008.

9 Empresa de Médio Porte - No comércio e serviços de 50 a 99 empregados, na indústria de 100 a

499 empregados, Disponível em <http://www.bndes.gov.br/clientes/porte/porte.asp> acesso dia 11 de novembro de 2008.

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uma, que foram certificadas no ano anterior foram novamente contempladas na segunda

certificação, verifica-se no Quadro 03 os Objetivos do Milênio que foram aderidos pelas

organizações em 2008.

01 RBS TV 8 02 UNIMED 2, 3, 6, 7 e 8 03 Itajaí Shopping 8 04 Seara Alimentos 1, 2 e 8 05 Escola de idiomas FISK 2 e 8 06 Viacabo 1 e 8 07 Colégio Salesiano 1, 2, 6, 7 e 8 08 Colégio Fayal 1 e 8 09 Omega Brasil 8 10 Viação Praiana 8 11 Gomes da Costa 1 12 Farma e Farma 8 13 Max Imóveis 4 e 8 14 Perdigão 1, 2, 3, 6 e 8 15 Orsegups 1, 2 e 8 16 C. For. de Condutores Itajaí 6 e 8 17 Coletivo Itajaí 7 e 8 18 UNIVALI 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 19 ACII 8 20 Bancri 1, 2 e 8 21 TV Brasil Esperança 8 22 Braskarne 1, 2, 7 e 8 23 Celesc 6, 7 e 8 24 Colégio São José 2, 7 e 8 25 Cootravale 2 e 8 26 Copia e Cia 8 27 Despachante Vava 1 e 8 28 Effetiva 8 29 FISIOMAR 3 e 8 30 Itavel Itajaí Veículos 8 31 Oftalmos 8 32 Porto de Itajaí 1, 2, 6, 7 e 8 33 Promenac 8 34 RIC RECORD 8 35 Salgados e Cia 7 e 8 36 Xande 1 e 8

Quadro 03 - Empresas certificadas pelo programa Selo Social em 2008.

Fonte: Comissão do Selo Social de Itajaí, dados secundários.

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No quadro 03 pode-se verificar que o selo com maior adesão foi de número 8 que tem

como significado – todos trabalhando para o desenvolvimento. Pode-se com base nos

respondentes apresentar algumas ações realizadas por eles como: programas de apoio à

formação e capacitação técnica profissional dos jovens menos favorecidos visando sua

inclusão no mercado de trabalho, que podem ser desenvolvidos nas empresas, associações e

comunidade; mobilização de voluntários para criarem situações de aprendizagem e gestão em

suas áreas de formação; apoio a programas de geração de novas oportunidades de absorção e

recrutamento de jovens nas pequenas e médias empresas; apoio a programas de parceiras para

a inclusão digital da população menos favorecida; programas de formação e disseminação das

novas tecnologias, em especial, da informação, que promovam também a inclusão de

portadores de deficiência; doações de equipamentos novos ou usados a escolas, bibliotecas,

instituições voltadas ao atendimento a menores e jovens carentes; estímulo a programas que

contemplem o empreendedorismo e auto-sustentação.

O Selo com menor adesão foi de número 5, que trata de melhorar a saúde da gestante.

Itajaí em 2008 teve uma iniciativa da UNIVALI - Universidade do vale do Itajaí, em parceria

com a Secretaria Municipal de Saúde, no sentido de desenvolver um programa para atender as

adolescentes grávidas.

As demais empresas entendem que quem deve oferecer para a sociedade suporte

necessário para o desenvolvimento da saúde da gestante é o próprio órgão público, desta

forma justificam a falta de ações para este Selo.

3.2.3 Identificar as Dificuldades ou Possibilidades do Programa Selo Social.

Tendo os questionários respondidos e as entrevistas transcritas foi possível criar

gráficos apresentando as principais dificuldades que interferem na adesão do programa Selo

Social por parte das organizações.

Dentre as dificuldades também são tratados neste item as possibilidades de

crescimento para o programa Selo Social, a percepção dos empresários referente o programa

Selo Social e as razões que os levaram à adesão do programa por meio da aquisição dos Selos.

O Gráfico 01 apresenta as principais dificuldades encontradas pelos empresários.

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0 5 10 15 20 25 30

29%

12%

16%

25%

18%

1

2

3

4

5

1 Falta de tempo disponível para ações sociais 29% 2 Se os investimentos que sua organização faz são insuficientes 12% 3 Registrar e sistematizar os investimentos sociais que sua organização faz 16% 4 Falta de informação de onde se inscrever (não saber onde e nem como fazer) 25% 5 Falta de informação referente o funcionamento do programa 18%

Gráfico 01 - Principais dificuldades encontradas pelos empresários. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

De acordo com Gráfico 01 observa-se que a principal dificuldade que as empresas

citaram foi à falta de tempo disponível para realizar as ações de responsabilidade social o que

representou 29%, este cenário é decorrente de inúmeros fatores que dificultam o indivíduo a

tirar proveito de seu potencial, haja vista que de acordo com o autor Carvalho (2004), um

deles é a falta de tempo para exercer todas as atividades que lhe são atribuídas num mundo em

constantes mudanças as pessoas em geral têm que realizar inúmeras atividades para poder se

adequar e competir com a realidade atual tornando-se profissionais polivalentes, pois o

recurso mais escasso nos dias atuais é o tempo.

A pesquisadora percebeu que a maioria dos responsáveis pela área de responsabilidade

social exercem cargos que não estão diretamente ligados a área social, o que pode acarretar na

falta de conhecimento, impactando diretamente sobre a falta de informações da área

Responsabilidade Social.

A segunda dificuldade citada pelos respondentes foi representado em 25%, pela falta

de informação de onde se inscrever (não sabem onde e nem como fazer) para participar do

programa Selo Social, as outras dificuldades citadas são em ordem decrescente, a falta de

informações referente o funcionamento do programa em 18%, a dificuldade de registrar e

sistematização os investimentos sociais que a organização faz com índice de 16%, e com 12%

a menor dificuldade apresentada pelos respondentes, foi a falta de percepção sobre os

investimentos que a organização faz são insuficientes.

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67

No Gráfico 02 a pesquisadora demonstra a forma que as organizações ficaram sabendo

do programa Selo Social.

0 10 20 30 40

10%

20%

30%

40%

2

4

6

3

1 Televisão Rádio e Jornal

2 amigo (a) 10% 3 outra empresa 20% 4 Visita que recebeu de alguém do programa 30% 5 Viu Selo Social em algum produto 6 Outros 40%

Gráfico 02 - Como a sua organização ficou sabendo do programa Selo Social Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Quando questionados a respeito do Programa Selo Social 40% responderam que

ficaram sabendo do Programa por outros meios de comunicação e questionados sobre quais

são esses meios, aparecem com 25% a Prefeitura Municipal de Itajaí e 15% pela própria ACII.

Percebe-se que a ação da Prefeitura de divulgar o Programa Selo Social por Folder foi

bastante representativo, e a ACII que por meio de reuniões quinzenais da Câmara de

Responsabilidade Social promovem a divulgação do Programa Selo Social; Nota-se que estas

duas ações tanto da Prefeitura Municipal de Itajaí quanto da ACII são bastante efetivas.

Outros 30% responderam que receberam uma visita de representantes do Programa Selo

Social na sua empresa; 20% respondem que souberam por outras empresas e 10% souberam

por amigos que comentaram sobre o programa SS, vale ressaltar que nenhum dos

respondentes viu o Selo Social em algum produto.

Os Gráficos a seguir demonstram como as organizações por meio de seus

representantes percebem do programa Selo Social. As classificações atribuídas pelos

empresários tinham como resposta: 1 excelente, 2 muito bom, 3 bom, 4 satisfatório e 5 ruim

para as seguintes perguntas: forma de inscrição via internet, os critérios de avaliação, os tipos

de balanço referente declaração de Investimentos Sociais , a divulgação do Programa SS

(internet, rádio e jornal), o evento de certificação e o suporte oferecido pela P.M.I.

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Forma de Inscrição via Internet

0 10 20 30 40 50 60

5

2

60%

30%

10%

1

Gráfico 03 - Como sua empresa percebe o programa Selo Social. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

De acordo com os dados obtidos pelos questionários pode-se destacar que a forma de

inscrição via internet é bastante aceita pelos empresários com um índice de 60% de respostas

excelentes e 10% muito bom. Em contra partida destaca-se a insatisfação de 30% ruim. Os

respondentes afirmam que faltam informações de como preencher os dados necessários o que

acaba dificultando a inscrição da empresa ao Programa SS.

Em relação aos critérios de avaliação pode-se conforme Gráfico 04 observar os

seguintes critérios.

0 10 20 30 40 50 60

3

2

60%

30%

10%

4

Gráfico 04 – Critérios de Avaliação. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Com 60% os respondentes afirmaram que os critérios de avaliação são satisfatórios,

30% respondem que os critérios de avaliação são bons e apenas 10% afirmam que é muito

bom, nenhum dos respondentes afirmava a opção excelente e ruim aos critérios de avaliação.

Sobre os tipos de balanço social referente a declaração de investimentos pode-se

demonstrar por meio do Gráfico 05 o grau de satisfação dos respondentes.

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim

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0 10 20 30 40

10%

20%

30%

40%

1

2

3

4

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim Gráfico 05 – Tipos de balanço referente a declaração de Investimentos Sociais. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Assim pode-se observar no Gráfico 05, que 40% dos respondentes acham boa a

forma de balanço social que é apresentada a cada ano, 30% acham muito bom, 20%

satisfatório e apenas 10% acham excelente esta forma de declaração.

Na questão que se refere à divulgação do Programa Selo Social via internet, rádio e

jornal os empresários destacam as seguintes respostas conforme Gráfico 06.

0 10 20 30

30%

30%

20%

10%

10%

4

1

5

2

3

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim Gráfico 06 – A divulgação do programa Selo Social (internet, rádio, jornal). Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

De acordo com o Gráfico 06 percebe-se que 30% consideram satisfatória a

divulgação, 20% consideram ruim, já em contra partida 30% classificam como bom a

divulgação do programa, 10% afirmam que está muito bom e 10% consideram excelente a

divulgação do Programa SS.

O Gráfico 07 demonstra, segundo a pesquisa, o que os empresários acham do evento

de certificação que acontece anualmente.

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70

0 10 20 30 40 50 60 70

5 5%

30%

65%

2

1

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim Gráfico 07 – O evento de certificação. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Na análise do gráfico 07 observou-se que 65% dos empresários acham o evento de

certificação excelente, a pesquisadora percebeu que esse evento é uma forma de promover à

área de responsabilidade social e mostrar à sociedade a importância deste tema e de

demonstrar que as empresas se preocupam com o bem estar social, econômico e ambiental,

30% dos respondentes classificam muito bom, e apenas 5% respondem que o evento é ruim

devido a falta de organização e de divulgação, conforme observações feitas no questionário.

O último critério apresentado aos respondentes diz respeito ao que os empresários

acham do programa Selo Social, referente ao suporte oferecido pela Prefeitura o Gráfico 08

demonstra os resultados obtidos.

0 10 20 30 40

10%

20%

30%

40%

2

3

4

5

1 - excelente 2 - muito bom 3 - bom 4 - satisfatório 5 - ruim Gráfico 08 – O suporte oferecido pela Prefeitura. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Nesta etapa de acordo com as respostas obtidas pelos questionários a pesquisadora

apresenta o nível de satisfação dos empresários de acordo com a forma que a Prefeitura

oferece suporte do Programa Selo Social, com 40% os respondentes apontam que é apenas

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71

satisfatório o nível de suporte oferecido, 20% é apresentado como ruim o suporte oferecido,

30% é representado como um bom suporte e 10% afirmam que é muito bom o suporte

oferecido pela Prefeitura. Pode-se concluir nesta pergunta que a maior parte dos empresários

não está totalmente satisfeitos com o suporte oferecido pela Prefeitura no andamento do

programa Selo Social.

3.2.4 Propor melhorias e sugestões para a adesão do Selo Social.

No quarto objetivo específico foi questionado aos respondentes por meio de um

questionário com perguntas abertas se os empresários teriam algumas propostas de melhorias

para a adesão do programa Selo Social, perguntou-se aos empresários se eles possuem alguma

sugestão que facilitaria a adesão do Selo Social? Afirmando essa resposta, os empresários

responderam a questão informando suas sugestões de melhoria para o Programa Selo Social,

demonstra-se por meio do Gráfico 09, o percentual das sugestões dos respondentes.

0 10 20 30 40 50 60 70

35%

65%Sim

Não

Gráfico 09 – Sugestão para facilitar a adesão do programa Selo Social.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

A análise do Gráfico 09 permite observar que 35% dos respondentes não tem

nenhuma sugestão de melhoria para o programa, já 65% dos respondentes tem sugestões de

melhoria e ações que acreditam que deveriam ser tomadas para facilitar a adesão do Programa

Selo Social.

Dos respondentes 58% sugeriram uma ação de maior divulgação do processo de

certificação, este percentual é significativo e importante para o Programa SS para que o

programa possa se ajustar a realidade das empresas envolvidas. Além dos respondentes

sugerirem a divulgação da certificação eles apontam que os objetivos do programa também

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72

devem ser divulgados, 20% dos respondentes sugeriram que a Prefeitura Municipal de Itajaí

deveria manter uma equipe para orientar as ações das empresas, tendo uma maior participação

da iniciativa pública junto a iniciativa privada, 8% apontaram que a certificação do SS deveria

ser vinculada a ACII para a organização deste evento, 14% sugeriram criar uma Lei Municipal

que regule a responsabilidade social prevendo também incentivos fiscais ao empresariado que

investe em projetos sociais. Desta forma haveria incentivo para adesão do Selo e por

conseqüência garante que o Programa Selo Social tenha continuidade independente da

alternância de gestores municipais.

Questionou-se também aos empresários se as organizações divulgam suas ações de

responsabilidade social com o slogan do selo social, de acordo com o Gráfico 10 verifica-se.

0 10 20 30 40 50 60 70

66%

34%Sim

Não

Gráfico 10 – A organização divulga suas ações de responsabilidade social com o slogan do

Selo Social.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

A primeira observação dos dados obtidos pelos respondentes nesta pergunta é de que

66% dos empresários apesar de possuírem o Selo Social não utilizam este beneficio em seus

produtos oferecidos ou serviços prestados. Desta maneira percebe-se que não apenas o

programa Selo Social deixa de investir em marketing e sim os próprios empresários também

deixam a desejar neste quesito, 42% dos 66% respondentes alegam que não divulgam o Selo

em seus produtos por não saberem de que forma podem utilizar a imagem do Selo. Apenas

34% das empresas certificadas divulgam de alguma maneira o Selo Social.

Com esses dados levantados fica evidenciado que o programa Selo Social deve

percorrer um longo caminho para se adaptar e implementar algumas ações e sugestões dadas

pelos respondentes, que são de fato viáveis para um boa continuidade e sucesso deste

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73

programa, percebe-se que os empresários também precisam modificar sua forma de pensar e

agir e conhecendo melhor os benefícios que esta área pode oferecer.

3.2.5 As razões que levam os empresários a atuarem com Responsabilidade Social.

O último objetivo específico desse trabalho de pesquisa está relacionado às razões

que levam os empresários a atuarem com responsabilidade social, por meio de analises

descritas e de gráficos, é demonstrado a importância da Responsabilidade Social de acordo

com as ações que os empresários tomam para agir com RS nas organizações.

Quando questionados sobre a importância da Responsabilidade Social, e que ela faça

parte da visão estratégica da organização, todos os respondentes afirmaram que é de suma

importância que as organizações tenham uma visão estratégica pautada também na área de

Responsabilidade Social, pois esta estratégia proporciona crescimento e desenvolvimento das

organizações.

Questionou-se também se nas organizações a tomada de decisão estratégica está

baseada nos aspectos e impactos de uma ação socialmente responsável, os empresários

responderam com unanimidade que todas suas ações são pautadas no impacto e nos aspectos

que estas ações ocasionam, tanto para a organização quanto para a sociedade, fica evidente a

preocupação que os empresários têm com a área de Responsabilidade Social.

Em relação as ações de Responsabilidade Social foi perguntado aos empresários se a

RS é uma prática comum entre seus principais concorrentes .

De acordo com o gráfico 11 verifica-se o percentual que os empresários responderam

de acordo com os questionamentos feitos.

0 10 20 30 40 50 60

15%

30%

55%

Não sei

Não

Sim

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74

Gráfico 11 – As ações de responsabilidade social são práticas comuns entre as principais organizações concorrentes. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Com 55% os respondentes afirmaram que suas ações de Responsabilidade Social são

práticas comuns entre as principais organizações concorrentes, 30% das organizações

respondem que seus concorrentes não investem em RS, e 15% não sabem desta informação.

Esses resultados vão ao encontro da opinião de Melo Neto e Froes (2001) ao

afirmarem que o retorno social ocorre quando a maioria dos consumidores privilegia a atitude

da empresa de investir em ações de RS, e assim o desempenho da organização obtém

reconhecimento do público.

Questinou-se também se existem critérios relativos ao retorno econômico para

seleção das ações de responsabilidade social da organização.

No Gráfico 12 os respondentes destacam a importância dos critérios relativos ao

retorno econômico para seleção das ações de RS.

0 10 20 30 40 50 60

Não sei 10%

Sim 30%

Não 60%

Gráfico 12 – Existem critérios relativos ao retorno econômico para seleção das ações de Responsabilidade Social das organizações.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Constatou-se com as respostas obtidas por meio dos questionários que 60% dos

empresários demonstram não haver nenhum critério relativo ao retorno econômico para

selecionar algum tipo de ação de RS; Já 30% afirmam que há sim um critério relativo ao

retorno econômico para selecionar a ação que é mais viável para organização; Os

respondentes destacam que percebem que seus clientes valorizam mais as empresas que

praticam ações de Responsabilidade Social, e 10% dos respondentes alegam não saber desta

informação.

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Nesta etapa é apresentado pelo Gráfico 13, há quantos anos as organizações realizam

ações de responsabilidade social.

1960 a 1970

1980 a 1990

2000 a 2008

18%

30%

52%

Gráfico 13 – Desde quando sua empresa realiza ações de responsabilidade social. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Com base nas respostas obtidas nota-se uma constante preocupação dos empresários

no sentido de desenvolver ações de RS, pois nos anos 1960 a 1970 apenas 20% se

preocupavam em desenvolver algum tipo de ação na área da RS; de 1980 a 1990 observa-se

um crescimento com 30% das organizações já atuando com RS; de 2000 a 2008 52% das

empresas iniciaram ações de RS. Essa nova concepção de trabalho vem se modificando na

visão das organizações.

A redefinição das ações sociais que as empresas vem realizando deve-se ao fato da

instabilidade política, econômica e social, fazendo com que as empresas passem a mudar suas

atitudes, pois o poder público que é o principal responsável por prover ações sociais não tem

condições de oferecer todos os suportes necessários em uma sociedade doente com

crescimento desordenado, o poder público deixa de ser o único responsável pelo crescimento

econômico e social e passa a ser apenas um regulador e facilitador juntamente com as

organizações.

No Gráfico 14, é apresentada a opinião dos empresários em relação a motivação das

organizações para adotar ações de responsabilidade social.

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76

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

1

4

2

5

6

3

10%

40%

40%

50%

50%

90%

1 Ética pessoal 50% 2 Melhoria na imagem da empresa 40% 3 Melhoria na relação com a comunidade 90% 4 Melhoria na relação com os funcionários 50% 5 Melhoria na relação com os clientes 40% 6 Outros 10%

Gráfico 14 – O que motiva a adoção da Responsabilidade Social Empresarial por parte do empresário. Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Percebe-se pelo Gráfico 14, que os empresários assinalaram mais de uma resposta

para este questionamento, os respondentes afirmaram que a motivação para a adoção da

Responsabilidade Social esta relacionada há várias ações, por isso várias respostas foram

dadas a mesma pergunta, os empresários acreditam com 90% que a motivação se dá pela

melhoria da relação com a comunidade, acreditam também com 50%, que a própria ética

pessoal motiva a adoção da RS e faz com que os empresários melhorem também suas relações

com seus funcionários em 50%, pela opinião dos respondentes com 40% a melhoria da

relação com os clientes e da imagem também motivam a adoção da RS, houve outra área que

motiva a adoção da RS que não estava no questionamento feito aos empresários, 10% dos

respondentes destacaram que a proximidade com do poder público motivam a adoção da RSE.

Conclui-se com estas análises e gráficos que as organizações vêm adotando meios de

trabalharem com a responsabilidade social, ficando nítida a percepção de que o setor privado

se envolve em ações sociais independentemente do Estado, seguindo uma tendência mundial,

pois a cada ano, cresce o número de organizações que investem em RS.

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Ashley (2005, p. 64) destaca que “o caminho para uma sociedade sustentável exige

uma nova perspectiva sobre os impactos das decisões e ações de todos os agentes sociais

envolvidos.”

No gráfico a seguir verifica-se a partir das respostar obtidas, quais os problemas que

podem interferir na implementação da RSE.

0% 10% 20% 30% 40% 50%

43%

15%

12%

30%1

2

3

4

1 Estrutura Física 30% 2 Cultura 12% 3 Recursos Financeiros 43% 4 Recursos Humanos 15%

Gráfico 15 – Quais problemas podem interferir na implementação da responsabilidade social empresarial na organização Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

Assim pode-se constatar com os resultados obtidos nesta questão que em 43% dos

empresários acreditam que o recurso financeiro é o principal problema que interfere

diretamente para implementar a RS nas organizações em seguida com 30% destacam que a

estrutura física interfere bastante nessa implementação, com15% os recursos humanos

também é destacado pelo custo de um profissional especializado para atuar exclusivamente

em uma área pouco evoluída na maioria das organizações, outras organizações com porte

maior destacam que nos dias atuais é escasso o profissional especializado ou que possua

conhecimento na área de responsabilidade social.

Na realidade, com os dados obtidos pelos respondentes pode-se perceber que apesar

do aumento da conscientização dos empresários e da própria sociedade, ainda não se

encontram devidamente informados sobre a questão da Responsabilidade Social.

A atuação na área social necessita de uma melhor estruturação, isso se justifica

devido ao fato de que qualquer mudança deveria ser analisada e ponderada.

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O que se pode constatar é que na visão dos empresários a prática de ações de RS

exige das organizações muitos recursos, limitando por muitas vezes as práticas de ações

sociais, devido a essas atitudes é que a atuação da área de RS precisa ser melhor estruturada,

pois existem várias maneiras de praticar ações de responsabilidade social, sem que precise de

elevados investimentos ou recursos por parte da empresa, pode-se incentivar os funcionários a

trabalharem com serviços voluntários, adesão a campanhas sociais, mobilização da própria

organização em prol de alguma causa dentre inúmeras ações que qualquer organização pode

aderir.

3.3 Sugestões

Com base nos levantamentos de dados obtidos dos respondentes que representam as

organizações, a ACII e a PMI, constatou-se por meio da pesquisa desenvolvida que o

Programa Selo Social possui pontos positivos nos quais precisa pontencializa-los e mantê-los

e possui também pontos negativos carentes de atenção.

Os pontos positivos primordiais deste programa que ficaram bastante evidenciados

no decorrer da pesquisa. É o diálogo entre os três setores sendo uma estratégia fundamental

para o sucesso desse programa, esse conjunto de ações entre os setores: público, privado e

terceiro setor (ONG´s) fortalece o programa, pois todas as partes envolventes participam

ativamente do programa Selo Social. De acordo com Ashey (2005) para que as ações sociais

alcancem melhores resultados e beneficios, tanto para a sociedade como para as empresas, há

necessidade de deixar de ser amadora nas atividades e criar uma estratégia empresarial

dirigida para questões sociais.

A pesquisadora com base nos questionários e nas entrevistas sugere que o

regulamento do Selo Social seja publicado em forma de Decreto regulamentador 10 tornando-

se uma normativa11 para que as organizações sejam direcionadas por normas que são

estabelecidas pelo programa Selo Social via Prefeitura Municipal de Itajaí (PMI).

10 O decreto regulamentar tem por objetivo explicar a norma contida na lei, estipulando

procedimentos a serem realizados pelos contribuintes junto à administração para que o comando da lei se realize.

11 Atos normativos são previstos e submetidos diretamente a Contituição Juridica, sendo dotadas de força para inovar uma ordem juridica.

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Num segundo momento o regulamento do Selo Social deve se transformar em uma

Lei Municipal de Responsabilidade Social, tornando-se uma politica pública e não apenas

uma normativa que fica vulnerável a mudanças governamentais, o que garantiria a

continuidade do programa independente da alternância de gestores municipais e mudanças

externas.

A pesquisadora sugere a PMI, criar uma equipe bem estruturada para programa Selo

Social, onde haja recursos disponiveis tanto financeiros como humanos, podendo manter uma

equipe para orientar as ações de responsabilidade social nas empresas, tendo uma maior

participação da iniciativa pública junto a iniciativa privada, promovendo algum tipo de

incentivo fiscal ao empresariado que investe em projetos sociais.

A PMI deve disponibilizar Folder do programa Selo Social, investir mais em

comunicação e propaganda fazendo divulgações do processo de certificação, bem como seus

objetivos, demonstrando para as organizações privadas, para a sociedade e para as ONG´S os

impactos econômicos que este programa reverte, e a grande economia que suas ações

ocasionam para a própria prefeitura.

Sugere-se também uma assessoria de imprensa a disposição, que possa divulgar as

ações realizadas pelo Programa, pois muitas ações acontecem que não são divulgadas; essa

assessoria de imprensa irá fortalecer a imagem do Programa para toda a sociedade Itajaiense.

Fazer uma parceria com a Câmara de Responsabilidade Social da ACII para que ela

assuma efetivamente o evento de certificação do Programa Selo Social que é organizado no

momento pela PMI.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente momento, uma visão realista deve levar em conta as fortes pressões que

as organizações vivem atualmente, caracterizada por mudanças e variações, reflexo do

comportamento dos indivíduos que estão a cada dia mais exigentes.

Em termos de recursos, é importante lembrar que o social, no Brasil, envolve como

ordem de grandeza 25% do PIB do país; o que vale a dizer que não é um país que gasta pouco

com o social. A área social precisa, sem dúvida, de mais recursos, mas precisa, muito mais, de

uma reformulação político-administrativa com vontade de transformar essa realidade de

desigualdade e carência em que vive muitos brasileiros.

Um caminho vem sendo construído por meio de parcerias envolvendo o setor estatal,

organizações não-governamentais e empresas privadas. A chamada gestão social aparece

como uma alternativa de organização que pode, ao se articular com o Estado, assegurar a

participação cidadã e trazer respostas inovadoras.

O cruzamento entre gestão social e descentralização da política oferece, portanto,

perspectivas particularmente interessante. Uma das mais significativas riquezas do

desenvolvimento local resulta justamente do fato de se poder adequar as ações às condições

extremamente diferenciadas que as populações enfrentam.

As tendências recentes da gestão social obrigam a repensar formas de organização

social, redefinir a relação entre o político, o econômico e o social, a desenvolver de forma

sistemática, os atores estatais, empresariais e comunitários. Trata-se, hoje, realmente, de um

universo em construção na cidade de Itajaí.

Esta pesquisa que teve como objetivo principal refletir sobre o conceito

de Responsabilidade Social e a percepção dos associados da ACII certificados pelo Programa

Selo Social; propiciou observar que a triangulação dos atores: público, privado e terceiro setor

(ONG´s) é uma experiência bastante inovadora se considerar as próprias expectativas que se

atribuem a um selo certificador.

A partir das entrevistas, e questionários obtidos foi construída uma cronologia de

acontecimentos do Programa Selo Social de Itajaí. E isso foi feito, por considerar que sua

recente criação requeria que fosse sendo desenhados seus contornos através das próprias

realizações concretas e as versões dos representantes de cada segmento, criada para fins da

sua implementação. Isto é, relatos dos próprios entrevistados coletados pela autora deste

trabalho. Uma cronologia que permitiu, também, a identificação de obstáculos encontrados na

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adesão e manutenção do programa, assim como um registro de expectativas e metas para o

futuro do programa Selo Social.

Nesses termos, acredita-se que esta pesquisa possa contribuir, embora de forma

bastante singela, com o próprio registro sistemático desta experiência que ocorre no âmbito da

cidade de Itajaí. Uma experiência tão simbólica dos novos tempos e que carece, até agora, de

outras fontes documentadas de forma sistemática. Nesse sentido, o esforço aqui despendido,

consistiu em certo trabalho de arqueólogo, onde juntando fragmentos dispersos procurou-se

compreender e dotá-lo de sentido.

Uma análise mais sistemática das transcrições das entrevistas e das respostas dos

questionários permitiu apontar valores diferentes com relação aos discursos produzidos pelos

empresários, pela ACII e pelo programa SS. Dessa forma, se o Selo Social visa certificar

empresas socialmente responsáveis de Itajaí, convém questionar o que o próprio programa

entende por responsabilidade social empresarial, isso parecia algumas vezes transitório.

Percebe que a responsabilidade social não se deixa traduzir por um único viés, por este

motivo vários autores foram pesquisados e suas versões muitas vezes divergiram às vezes se

apresentaram críticos, outras vezes normativos, a revisão bibliográfica desta pesquisa

contribuiu para a problematização da temática.

Procurou-se, assim, verificar a relação a estas análises de forma a poder esboçar um

panorama atualizado, com as deficiências previsíveis dados o curto prazo em que foi

desenvolvido.

Ciente de que uma revisão bibliográfica mais ampla e entrevistas com outros

envolvidos com o programa Selo Social ajudariam a entender melhor e interpretar com mais

precisão a concepção de responsabilidade social dos envolvidos, assim como ampliar os

registros de fatos e versões de representantes e/ou outros atores.

A questão central deste estudo como dito anteriormente foi o de analisar como os

associados da ACII percebem a certificação de programa de selo social. Constatou-se, no

entanto, que a mudança de comportamento empresarial é o objetivo declarado que se

apresenta como o foco principal do programa. Este aparece nas falas como o objetivo de

“conscientização do empresariado”. Portanto, o programa não somente prevê agir, e sim ter

continuidade na certificação, mas também ter atuação numa fase preliminar, a de educar e

“mudar atitudes”.

Abre-se, portanto, a indagação para outras pesquisas. Qual o sentido dessa

“conscientização”, quais os efeitos que ações educativas podem ter, em instâncias que o

interesse pelo marketing social parece ser tão penetrante no cotidiano das empresas?

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Assim, o questionamento que se faz é se é mesmo possível criar uma cultura de

responsabilidade social entre as empresas como sugerida pelo programa Selo Social. Será que

as falhas no programa que foram apontadas, e percebidas são falhas da imaturidade do

programa, ou da falta de espaço, pessoas, e disponibilidade de recursos por parte da Prefeitura

Municipal de Itajaí? Será que os limites a estas expectativas estão dados pela própria

ambivalência dessas ações trianguladas? Qual o retorno que o programa dá as empresas? E

qual ele dá a cidade?

Finalmente, ao concluir esta pesquisa, e perceber a complexidade dos desafios sobre

gestão deste programa e sobre as práticas e normativas que supostamente apostam na

aplicação da Responsabilidade Social em Itajaí o programa Selo Social tem muitos desafios

ainda a serem superados.

Adicionalmente, futuras pesquisas poderão investigar de forma mais aprofundada a

natureza das diferentes percepções dos empresários que desenvolvem programas sociais, bem

como o retorno desses investimentos para as organizações e para cidade de Itajaí.

De uma forma geral foi muito gratificante aprender e desenvolver esta pesquisa. O

trabalho de conclusão de estágio TCE é um excelente momento para que os acadêmicos se

inteirem da realidade, e ainda tenham possibilidade de conquistar a oportunidade de aprender

sobre o tema abordado.

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APÊNDECES

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Apêndice A – Questionário I

O questionário I faz parte de uma pesquisa desenvolvida pela acadêmica Graciela Schade Cardoso do curso de Administração, da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, e tem como principal objetivo conhecer a percepção dos empresários associados à ACII sobre a adesão do programa Selo Social. Desde já agradeço a sua colaboração. As informações prestadas e os dados de sua empresa serão tratados de maneira sigilosa.

PARTE I Dados do empresário/organização

Nome da organização:

Tempo de Atividade da organização

Ramo de Atividade:

N° de Funcionários (aprox.)

Função do Informante:

Tempo na Função:

Formação Escolar

( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior ( ) Pós-Graduação

PARTE II Dados da Responsabilidade Social Empresarial

Importância da Responsabilidade Social SIM NÃO I) Na sua opinião, é importante que a Responsabilidade Social faça parte da visão estratégica da organização?

II) Você considera a Responsabilidade Social importante para o crescimento e desenvolvimento da organização? III) A organização que você trabalha toma decisões estratégicas baseadas também, nos aspectos e impactos de uma ação socialmente responsável?

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PARTE III Ações de Responsabilidade Social

III. Desde quando sua empresa realiza ações de Responsabilidade Social?

( ) 1960 a 1980 / ( ) 1980 a 1990 / ( ) 1990 a 2000 / ( ) 2000 a 2008

Quantos Anos?

IV. Quais problemas podem interferir na implementação da Responsabilidade Social Empresarial na organização? Coloque em ordem crescente ( exemplo 1 de maior importância e 4 menor importância.

Estrutura Física ( )

Recursos Humanos ( )

Recursos Financeiros ( )

Cultura ( )

Outros: ________________________________________________________________

VI. O que motiva a adoção da Responsabilidade Social Empresarial por parte do empresário?

( ) Ética pessoal

( ) Melhoria na imagem da empresa

( ) Melhoria na relação com a comunidade

( ) Melhoria na relação com os funcionários

( ) Melhoria na relação com os clientes

( ) Outros ______________________________________________________________

AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL SIM NÃO NÃO

SEI

I) As ações de responsabilidade social são práticas comuns entre as principais organizações concorrentes?

II) Existem critérios relativos ao retorno econômico para seleção das ações de responsabilidade social da organização?

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PARTE IV PROGRAMA SELO SOCIAL

I. Qual Selo a organização aderiu?

1) ( ) Acabar com a fome e com a miséria

2) ( ) Educação básica e de qualidade para todos

3) ( ) Igualdade entre sexos e valorização da mulher

4) ( ) Reduzir a mortalidade infantil

5) ( ) Melhorar a saúde das gestantes

6) ( ) Combater a AIDS a malária e outras doenças

7) ( ) Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente

8) ( ) Todo mundo trabalha pelo desenvolvimento

II. Qual ação de Responsabilidade Social que a empresa realizou?

1 Ação:

2 Ação:

3 Ação:

4 Ação:

5 Ação:

6 Ação:

7 Ação:

8 Ação: Caso o espaço não seja suficiente, poderá anexar as ações junto ao questionário .

Ações do Selo Social SIM NÃO III) A organização divulga suas ações de responsabilidade social com o Slogan do Selo Social? IV) A sua organização teria alguma sugestão para facilitar a adesão do Selo Social? Quais___________________________________________________________________

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V. Razões que levaram a organização aderir o programa Selo Social? ( ) Melhoria da imagem e reputação corporativa.

( ) Melhoria do relacionamento com órgãos governamentais.

( ) Apoio nas vendas ou diferenciação dos produtos/serviços.

( ) Elementos de estratégia empresarial/Aumento do valor da empresa para acionistas.

( ) Atendimento a requisitos e exigências legais (Normas, leis ou regulamentações).

( ) Outros _______________________________________________________________ VI. Como sua empresa percebe o programa Selo Social? Coloque em ordem crescente (exp.: 1 excelente, 2 muito bom, 3 bom, 4 satisfatório e 5 ruim) ( ) Forma de inscrição via internet ( ) Critérios de Avaliação ( ) Tipos de balanço referente declaração de Investimentos Sociais ( ) A divulgação do Programa SS ( internet, rádio e jornal) ( ) O evento de certificação ( ) O suporte oferecido pela Prefeitura

VII. Como a sua organização ficou sabendo do programa Selo Social ? ( ) Televisão, rádio ou jornal ( ) Amigo (a) ( ) outra empresa ( ) Visita que recebeu de alguém do programa ( ) Viu o Selo Social em algum produto ( ) Outros: ________________________________________________________________

VIII. Qual as principais dificuldades para aderir o Selo Social? Coloque em ordem crescente ( exemplo 1 de maior dificuldade e 5 menor dificuldade ). ( ) Falta de informação referente o funcionamento do programa ( ) Falta de informação de onde se inscrever (não saber onde e nem como fazer) ( ) Registrar e sistematizar os investimentos sociais que sua organização faz ( ) Se os investimentos que sua organização faz são insuficientes ( ) Falta de tempo disponível para ações sociais

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Apêndice B – Entrevista I Entrevista realizada I foi realizada com o coordenador do Programa Selo Social Sr. A.G. J na

Prefeitura Municipal de Itajaí.

1) Qual seu cargo?

2) Qual a função e a área do informante?

3) Quanto tempo estas nessa função

4) Qual sua formação escolar?

5) O que é o programa Selo Social?

6) Qual a origem do programa Selo Social?

7) O que são ODM?

8) Quanto tempo esse programa existe em Itajaí?

9) Quais os meios para alcançar os objetivos?

10) Quais os objetivos do programa Selo Social?

11) Quais as possíveis ações que as organizações podem fazer para a adesão do SS?

12) Quem pode aderir o programa Selo Social?

13) Quais são as vantagens do programa Selo Social?

14) As empresas ao serem certificadas pelo programa recebem algum tipo de benefício?

15) O que o programa SS têm haver com a ACII?

16) O que é a comissão do Selo Social?

17) Quem faz parte dessa comissão?

18) Quantas empresas de Itajaí que já foram certificadas pelo Selo Social?

19) Esse número é bom?

20) Existe alguma lei acordo ou regulamento, que seja documental referente ao programa Selo

Social?

21) Na sua opinião o que falta para o SS ser mais aderido?

22) Você acredita que é importante que a Responsabilidade Social faça parte da visão

estratégica de qualquer organização?

23) Você considera a Responsabilidade Social importante para o crescimento e

desenvolvimento de uma organização?

24) Você tem sugestões para a melhoria do programa Selo Social?

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Apêndice C – Entrevista II A entrevista II foi realizada com a vice-coordenadora da Câmara de Responsabilidade Social da Associação Empresarial de Itajaí Srª. S.A na Unimed de Itajaí. 1) Qual seu cargo?

2) Qual sua a função e a área?

3) Quanto tempo estas nessa função?

4) Qual sua formação escolar?

5) O que é a Câmara de Responsabilidade Social (CRS)?

6) Qual a origem da CRS?

7) Quanto tempo a CRS existe em Itajaí?

8) Quais os meios para alcançar os objetivos?

9) Quais os objetivos da CRS?

10) Quais as possíveis ações que se pode fazer para a adesão de novos colaboradores para a

CRS?

11) Quem pode participar da CRS?

12) Quais são as vantagens de ser associado?

13) As empresas ao serem associadas na ACII recebem algum tipo de benefício?

14) O que ACII tem haver com o programa SS?

15) Quantas empresas Associadas foram certificadas pelo Selo Social?

16) Esse número é bom?

17) Você acredita que é importante que a Responsabilidade Social faça parte da visão

estratégica de qualquer organização?

18) Você considera a Responsabilidade Social importante para o crescimento e

desenvolvimento de uma organização?

19) Você tem sugestões para a melhoria da CRS?

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Apêndice D – Entrevista III A entrevista III foi realizada com a coordenadora da Câmara de Responsabilidade Social da Associação Empresarial de Itajaí Srª. J.M M. na Cargill Meats Brazil - Itajaí - SC. 1) Qual seu cargo?

2) Qual sua a função e a área?

3) Quanto tempo estas nessa função?

4) Qual sua formação escolar?

5) O que é a Câmara de Responsabilidade Social (CRS)?

6) Qual a origem da CRS?

7) Quanto tempo a CRS existe em Itajaí?

8) Quais os meios para alcançar os objetivos?

9) Quais os objetivos da CRS?

10) Quais as possíveis ações que se pode fazer para a adesão de novos colaboradores para a

CRS?

11) Quem pode participar da CRS?

12) Quais são as vantagens de ser associado?

13) As empresas ao serem associadas na ACII recebem algum tipo de benefício?

14) O que ACII tem haver com o programa SS?

15) Quais os Selos que a Cargill Meats Brazil foi certificada ?

16) Você acredita que é importante que a Responsabilidade Social faça parte da visão

estratégica de qualquer organização?

17) Você considera a Responsabilidade Social importante para o crescimento e

desenvolvimento de uma organização?

18) Você tem sugestões para a melhoria da CRS?

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ANEXOS

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Anexo A – Fotos

Figura 02 – Foto da Primeira Feira do Selo Social – 30/11/2005

Fonte: http://www.itajai.sc.gov.br

Figura 03 – Foto da Primeira Certificação do Selo Social – 10/04/2007

Fonte: http://www.itajai.sc.gov.br

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Figura 04 – Foto da Segunda Feira do Selo Social – 12/04/2007

Fonte: http://www.itajai.sc.gov.br

Figura 05 – Foto da Segunda certificação do Selo Social – 30/04/2008 Fonte: http://www.itajai.sc.gov.br

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DECLARAÇÃO

A Associação Empresarial de Itajaí ACII, declara, para devidos fins, que a estagiária

GRACIELA SCHADE CARDOSO, aluna do Curso de Administração do Centro de Educação

Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a

carga horária prevista para o período de 10/08/2008 a 29/11/2008, seguiu o cronograma de

trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Itajaí, 30 de outubro de 2008.

___________________________________________

ACII – Olga Maria B. Zanella.

Secretária Executiva

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Graciela Schade Cardoso

Estagiaria

Olga Maria B. Zanella

Supervisora de campo

Prof. Attela Jenichen Provesi, Msc.

Orientadora de estágio

Eduardo Krieger da Silva, Msc.

Responsável pelo Estágio Supervisionado