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Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia Março de 2016 Semana Epidemiológica 11 (13/03 a 19/03)* A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS), registrou, até a Semana Epidemiológica (SE) 11, 2.692 casos suspeitos de Dengue, dos quais 311 foram confirmados. Dentre os confirmados, 115 são casos importados (contraídos fora do Estado) e 196 são autóctones (contraídos no RS). Os municípios que apresentam autoctonia são Canoas (1ª CRS), Porto Alegre, Viamão, Guaíba e Barra do Ribeiro (2ª CRS), Santa Maria (4ª CRS), Ibirubá e Selbach (9ª CRS), Santo Ângelo (12ª CRS), São Paulo das Missões, Santa Rosa e Tuparendi (14ª CRS), Chapada (15ª CRS), Panambi, Condor e Ijuí (17ª CRS) e Frederico Westphalen (19ª CRS). No ano de 2015, foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.279 foram confirmados. Dentre os confirmados, 233 (18,2%) são importados (contraídos fora do Estado) e 1.046 (81,8%) são autóctones (contraídos no RS). O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1. Em 2016, não há registro de óbitos no Estado. Em 2015, ocorreram dois óbitos por Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve início dos sintomas na SE11 (15 a 21/03). O segundo óbito ocorreu em abril, com início de sintomas na SE16 (19 a 25/04), no município de Panambi. *Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Semana Epidemiológica 11 (13/03 a 19/03)*...Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia Março de 2016 Semana Epidemiológica 11 (13/03 a 19/03)* A

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Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia

Março de 2016Semana Epidemiológica 11 (13/03 a 19/03)*

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), por meio do

Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS), registrou, até a Semana

Epidemiológica (SE) 11, 2.692 casos suspeitos de Dengue, dos quais 311 foram

confirmados. Dentre os confirmados, 115 são casos importados (contraídos fora do

Estado) e 196 são autóctones (contraídos no RS).

Os municípios que apresentam autoctonia são Canoas (1ª CRS), Porto Alegre,

Viamão, Guaíba e Barra do Ribeiro (2ª CRS), Santa Maria (4ª CRS), Ibirubá e Selbach

(9ª CRS), Santo Ângelo (12ª CRS), São Paulo das Missões, Santa Rosa e Tuparendi

(14ª CRS), Chapada (15ª CRS), Panambi, Condor e Ijuí (17ª CRS) e Frederico

Westphalen (19ª CRS).

No ano de 2015, foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais

1.279 foram confirmados. Dentre os confirmados, 233 (18,2%) são importados

(contraídos fora do Estado) e 1.046 (81,8%) são autóctones (contraídos no RS).

O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1.

Em 2016, não há registro de óbitos no Estado. Em 2015, ocorreram dois óbitos

por Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve

início dos sintomas na SE11 (15 a 21/03). O segundo óbito ocorreu em abril, com início

de sintomas na SE16 (19 a 25/04), no município de Panambi.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Tabela 1: Casos notificados e confirmados de dengue segundo CRS de residência, RS, 2015 -2016*

Regional de Residencia Notificados Confirmados Notificados Confirmados1ª CRS - Porto Alegre 34 4 230 122ª CRS - Porto Alegre 122 13 879 1143ª CRS - Pelotas 11 3 53 74ª CRS - Santa Maria 4 0 89 85ª CRS - Caxias do Sul 31 5 126 156ª CRS - Passo Fundo 34 9 107 27ª CRS - Bagé 1 0 9 18ª CRS - Cachoeira do Sul 4 1 6 09ª CRS - Cruz Alta 14 5 92 2010ª CRS - Alegrete 10 3 14 111ª CRS - Erechim 11 2 21 112ª CRS - Santo Ângelo 257 154 172 913ª CRS - Santa Cruz do Sul 3 1 12 114ª CRS - Santa Rosa 38 2 168 2215ª CRS - Palmeira das Missões 5 3 116 816ª CRS - Lajeado 6 2 32 217ª CRS - Ijuí 76 27 342 7418ª CRS - Osório 12 1 55 019ª CRS - Frederico Westphalen 28 17 169 14Total 701 252 2692 311

2015 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 17/03/2016) *Casos até SE 11

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Dos 311 casos confirmados, 196 são autóctones, contraídos no Estado. No

estado, 193 municípios são infestados pelo Aedes aegypti. (Tabela 2 e figura 1).

Tabela 2: Número de casos confirmados por município de residência, CRS, RS, 2016*

Canoas 1 8 9Esteio 1 1Sapucaia do Sul 2 2Barra do Ribeiro 1 1Cachoeirinha 1 1Guaíba 3 3Gravataí 2 2Porto Alegre 70 31 101Viamão 6 6Pelotas 3 3Rio Grande 4 4Cacequi 1 1Santa Maria** 1 6 7Antônio Prado 1 1Bento Gonçalves 4 4Bom Jesus 1 1Caxias do Sul 3 3Cotiporã 1 1Garibaldi 1 1Nova Bassano 1 1Vacaria 2 2Veranópolis 1 1

6ª CRS - Passo FundoPasso Fundo 2 2

7ª CRS - Bagé Dom Pedrito 1 1Cruz Alta 1 1Ibirubá 1 1Selbach 16 2 18

10ª CRS - Alegrete São Gabriel 1 1

11ª CRS - Erechim Erechim 1 1Roque Gonzales 2 2Santo Ângelo 6 1 7

13ª CRS - S. Cruz do Sul Venâncio Aires 1 1

Campina das Missões 1 1Horizontina 1 1Santa Rosa 5 2 7Santo Cristo 1 1São Paulo das Missões 2 2Três de Maio 1 1Tucunduva 1 1Tuparendi 7 1 8Chapada 3 2 5Constantina 1 1Engenho Velho 1 1Redentora** 1 1Doutor Ricardo 1 1Teutônia 1 1Condor 2 2Ijuí 45 5 50Panambi 15 5 20Pejuçara 1 1São Valério do Sul 1 1Frederico Westphalen 11 2 13Vista Alegre 1 1

196 115 311*Casos Confirmados SE 01 a 11

Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 17/03/2016)

**Caso Contraído no Município de Ijuí

19ª CRS Frederico Westphalen

4ª CRS - Santa Maria

5ª CRS - Caxias do Sul

14ª CRS - Santa Rosa

15ª CRS - Palmeira das Missões

16ª - Lajeado

17ª CRS - Ijuí

Total

Casos Confirmados

Autóctones Importados TotalMunicípio de Residência / RS

12ª CRS - Santo Ângelo

9ª CRS - Cruz Alta

1ª CRS - Porto Alegre

2ª CRS - Porto Alegre

3ª CRS - Pelotas

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Figura 1: Mapa dos municípios infestados e com casos de Dengue Importados e

Autóctones, RS, 2016.

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 17/03/2016)

Analisando o histograma (Gráfico 1) dos casos notificados de Dengue em 2015

(até a 26ª Semana Epidemiológica) e os casos até a 11ª semana epidemiológica (SE)

de 2016, observa-se que, nas primeiras SE deste ano, houve um aumento de

notificações de 3,8 vezes a mais quando comparado ao ano anterior. Esse cenário nos

indica possivelmente uma maior sensibilidade da rede de atenção para notificação do

agravo e/ou uma maior circulação viral.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Gráfico 1. Casos notificados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE11)

23 31 27 18 18 30 31 45 66

157

255 256

316

456405

273251

209

153 14289

61 6333 27 21

176148 167 186 196

325

415 405 385

242

47

050

100150200250300350400450500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Notificado 2015 Notificado 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 17/03/2016)

No histograma a seguir (Gráfico 2), referente aos casos confirmados, observa-se

que, nas onze primeiras SE do ano de 2016, foram confirmados 311 casos. Já em

2015, os casos confirmados ocorreram após a 2ª SE. A curva de casos confirmados

em 2015 teve início crescente a partir da 8ª SE, registrando o pico máximo de casos na

15ª SE.

Gráfico 2. Casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE11)

0 1 4 0 2 8 8 925

81

114 114126 134

203

145

113

90 88

28 2415 9 8 6 2

21 17 25 31 31 3550

66

2310 2

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Confirmado 2015 Confirmado 2016

Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 17/03/2016)

No Rio Grande do Sul, a faixa etária com maior número de casos confirmados

foi dos 20 aos 49 anos (52,4%) e o sexo feminino foi o que obteve o maior número de

casos confirmados (54,3%), como mostra a Tabela 3.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Tabela 3. Distribuição dos casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica

de início de sintomas, RS, por faixa etária e sexo (até SE11).

Masculino Feminino TotalMenor de 1 ano 1 0 11 a 4 anos 2 4 65 a 9 anos 4 2 610 a 14 anos 9 5 1415 a 19 anos 12 15 2720 a 29 anos 29 28 5730 a 39 anos 29 30 5940 a 49 anos 20 27 4750 a 59 anos 12 33 4560 a 69 anos 15 14 2970 a 79 anos 7 7 1480 anos e mais 2 4 6Total 142 169 311

Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 17/03/2016)

Segundo o Ministério da Saúde, em uma análise das incidências (número de

casos/100 mil hab.) dos casos de Dengue por região, demonstra-se incremento em

2015 em todas as regiões do país. Os números de casos de Dengue no RS parecem

acompanhar essa tendência. Numa série histórica de 2011 a 2016, da SE1 até a SE11

de cada ano, observa-se maior número de casos notificados em 2016, seguidos dos

anos de 2013 e 2015 (Gráfico 3). Em relação ao número de casos confirmados, o ano

de 2016 já apresenta o maior número de confirmações seguido dos anos de 2015 e

2013.

Gráfico 3. Comparativo dos casos de Dengue segundo classificação, RS, 2011 a 2016 (até SE11)

643253

874

361701

2692

61 41217

51252 311

22 10 112 36201 196

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Notificados

Confirmados

Autóctones

Linear (Notificados)

Tendênciacrescente de casos notificados

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 17/03/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Febre Chikungunya

A Febre Chikungunya (CHIKV) é uma doença viral transmitida a partir da picada

da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pode causar doença aguda, subaguda

e crônica.

A fase aguda é caracterizada por febre de início repentino (acima de 39°C) e dor

articular intensa. Pode ainda incluir: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea,

vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite com duração de 3-10 dias.

A fase subaguda é caracterizada pela recaída dos sinais e sintomas ocorridos

na fase aguda (após os primeiros 10 dias), incluindo poliartrite distal, exacerbação da

dor nas articulações e ossos e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e

tornozelos. Em alguns casos desenvolvem distúrbios vasculares periféricos (síndrome

de Raynaud), sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza. Em geral, esse quadro

tem duração entre dois e três meses após o início da doença.

Já a fase crônica possui as mesmas características da fase subaguda, com

persistência dos sinais e sintomas por mais de três meses e que pode se estender,

com menor frequência, por anos. Em geral, mantém-se a artralgia inflamatória nas

mesmas articulações afetadas anteriormente.

Em 2013 teve início a transmissão autóctone da Febre Chikungunya em vários

países do Caribe. Em 2014 foram confirmados os primeiros casos autóctones no Brasil

e, atualmente, já ocorre nas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania.

Em 2015, até a SE 52, foram notificados no Brasil 26.952 casos autóctones

suspeitos da doença. Destes, 7.823 foram confirmados, sendo 560 por critério

laboratorial e 7.263 por critério clínico-epidemiológico; 10.420 continuam em

investigação. Foram registrados três óbitos por febre chikungunya no Brasil, sendo dois

no estado da Bahia e um em Sergipe. Conforme investigações, esses óbitos ocorreram

em indivíduos com idade avançada – 85, 83 e 75 anos – e com histórico de doenças

crônicas preexistentes (dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 03 - 2016 -

Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até

a Semana Epidemiológica 52, 2015 ).

O Rio Grande do Sul ainda não apresenta autoctonia de Febre Chikungunya.

Em 2015, foram notificados 82 casos suspeitos. Desses, seis casos foram confirmados

por critério clínico-laboratorial, sendo esses de Bento Gonçalves, Erechim, Novo

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Hamburgo e Rio Grande, todos casos importados, com histórico recente de viagem

para Bahia, Pernambuco e Maranhão.

Em 2016, já foram notificados 135 casos de suspeitos de Febre Chikungunya e

três casos confirmados importados, estes residentes em Porto Alegre, Santa Maria e

Rio Grande, com viagem para os estados da Bahia e Pernambuco, totalizando 217

casos notificados entre 2015 e 2016 no Rio Grande do Sul.

Quadro 1. Distribuição dos casos de Febre de Chikungunya notificados por município

de residência no ano de 2016* (até a 11ª Semana Epidemiológica)

Ajuricaba 1Alvorada 3Bom Retiro do Sul 1Cachoeirinha 1Campo Bom 1Canoas 26 4Capivari do Sul 1Casca 1Caxias do Sul 2 2Chapada 3Charqueadas 1Erechim 4Estância Velha 2Estrela 1Farroupilha 2Gravataí 1Guaporé 1Jaguari 1Lajeado 4Marau 1Novo Hamburgo 15Palmares do Sul 1Panambi 1Passo Fundo 9 2Portão 1Porto Alegre** 23 1 10Rio Grande** 1 1Santa Maria** 1 1Santa Rosa 3 1São Borja 4 1São Leopoldo 1Teutonia 7 4Torres 2Viamão 2 1Vila Flores 1 1Total 130 3 26

Maceio - AL 1Recife - PE 1Salete - SC 1Município Ignorado 2 2Total 5 2Fonte: SINAN NET*Dados preliminares até 16/03/2016 **Casos Confirmados Importados

Febre de Chikungunya

Municípios de Residência / RSNotificados

Municípios de Residência de outro Estado / Município Ignorado Notificados

2016

Confirmados** Descartados

2016

Confirmados** Descartados

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Febre do Zika Vírus

A Febre do Zika Vírus (ZIKAV) é uma doença viral aguda, transmitida por

vetores, tais como Aedes aegypti, semelhante ao vírus da Dengue e da Febre

Chikungunya.

É caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente,

hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça.

Apresenta evolução benigna, autolimitada e os sintomas geralmente desaparecem

espontaneamente após 3-7 dias. Não há registro de mortes e a taxa de hospitalização

é potencialmente baixa.

Recentemente, foi observada uma possível relação entre a infecção do ZIKAV e

síndrome de Guillain-Barré (SGB), e a ocorrência de casos de microcefalia,

principalmente no nordeste do Brasil, em locais com circulação simultânea do vírus da

dengue. Em decorrência da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou

Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país.

O ZIKAV foi identificado desde 1968, mas em 2007 foi registrado um surto pela

doença na Ilha Yap (Micronésia) e entre 2013-2014 na Polinésia Francesa. Somente a

partir de 2007 que a Organização Mundial da Saúde reconhece o potencial epidêmico

do Zika Vírus.

No Brasil, desde outubro de 2014 estão sendo notificados casos de síndrome

febril exantemática nos estados nordestinos, descartados para dengue, sarampo e

rubéola. Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a partir

de abril de 2015.

Até o momento, 22 Unidades da Federação confirmaram laboratorialmente

autoctonia da doença. Na SE 05/2016, a Organização Pan Americana da

Saúde/Organização Mundial da Saúde confirmou a circulação do vírus Zika em 33

países de três Continentes. Segundo a OMS, além dos 33 países com casos

autóctones já reportados no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral

em outras seis nações: Gabão, na África, Indonésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e

Malásia, na Ásia. Ainda ressalta que pelo menos cinco países das Américas já

registraram aumento de casos de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início do

surto de zika: Brasil, Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Em 2015, foram notificados 31 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus e um

caso confirmado importado. Desses, três casos ocorreram em gestantes e foram

descartados laboratorialmente.

Até a 11ª SE de 2016, foram notificados 191 casos suspeitos de Febre pelo Zika

Vírus e um caso confirmado importado, este residente em Porto Alegre e com viagem

para a cidade de Macelândia, no Mato Grosso. Apenas cinco gestantes (com feto sem

alteração no Sistema Nervoso Central) foram notificadas em 2016 com a suspeita da

doença: duas estão aguardando resultado laboratorial do exame e três já foram

descartadas laboratorialmente para Zika Vírus.

Quadro 2. Distribuição dos casos de Febre de Zika Vírus notificados por município de

residência no ano de 2016 (até a SE11).

Ajuricaba 1Alvorada 3Bento Gonçalves 3 1Bom Jesus 1Bom Retiro do Sul 1Braga 1Campinas do Sul 1 1Campo Bom 4Canoas 27 3Carlos Barbosa 1Chapada 2Dezesseis de Novembro 2Dom Pedrito 1 1Engenho Velho 2Erechim 2Estância Velha 2 1Esteio 3Estrela 1Farroupilha 4Garibaldi 1Gravataí 2 1Guarani das Missões 1 1Itaqui 2Ivoti 4Lajeado 4Mato Queimado 1Novo Hamburgo 19 2Palmares do Sul 1Palmeira das Missões 2 1Portão 1Porto Alegre** 55 1 9Rondinha 1 1Santa Rosa 2 1Santo Ângelo 2Santo Antônio da Patrulha 1Santo Cristo 4 4São Borja 6 1Sapiranga 1Taquara 2 2Teutonia 2 1Torres 2Tramandaí 1Três Chachoeiras 1Viamão 2Vila Flores 1Total 183 1 31

Belo Horizonte 1Guiratinga - BA 1 1Recife - PE 1Niteroi - RJ 1Ribeirão Preto - SP 1Rio de Janeiro - RJ 1Município Ignorado 2 2Total 8 3Fonte: SINAN NET

*Dados preliminares até 16/03/2016 **Casos Confirmados Importados

Notificados

Notificados

Febre do Zika Vírus2016

Descartados

2016

DescartadosConfirmados**

Municípios de Residência / RS

Municípios de Residência de outro Estado / Município Ignorado

Confirmados**

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

O baixo registro dos casos em 2015 no RS pode ter sido decorrente da

orientação do Ministério da Saúde em notificar apenas os casos confirmados da

doença. A partir de dezembro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde/Centro

Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul determina que todos os casos

suspeitos de ZIKAV devam ser notificados.

Tendo em vista a grande circulação de doenças com transmissão relacionada ao

vetor Aedes aegypti e sua alta infestação no país, orienta-se para as pessoas que

apresentaram alguns dos sinais e sintomas sugestivos de Dengue, Febre Chikungunya

ou Febre do Zika Vírus e que viajaram recentemente para áreas endêmicas que

procurem atendimento médico em uma unidade de saúde mais próxima de sua

residência. Como medidas preventivas recomenda-se o uso de repelentes e a

Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul conta com a mobilização e participação de

cada pessoa combate ao mosquito transmissor destas doenças.

Após o fechamento dos dados deste informativo, a vigilância

recebeu a confirmação laboratorial de cinco casos de Zika no RS. Estes

casos são dos municípios de Porto Alegre (2ª CRS), com viagem para o Rio

de Janeiro, Teutônia (16ª CRS), vindo do Mato Grosso, Santo Ângelo (12ª

CRS), que esteve em Mato Grosso, Santa Maria (4ª CRS), que viajou para o

município de Santo Ângelo dentro do estado, e Frederico Westphalen, sem

história de viagem, esta gestante, no 1º trimestre de gravidez. Os dois casos

de Santa Maria e de Frederico Westphalen não têm histórico de viagem até

o momento da investigação, o que os torna os primeiros casos autóctones

de Zika vírus no estado.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

VIGILÂNCIA DE MICROCEFALIAS E/OU ALTERAÇÕES DO SNC

Neste documento constam as informações epidemiológicas referentes à micro-

cefalia e/ou alterações do SNC, previstas nas definições vigentes no “Protocolo de Vigi-

lância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia – Versão 1.3/2016”, disponível no site

www.saude.gov.br/svs. O objetivo geral desta vigilância é descrever o padrão epidemi-

ológico de ocorrência de microcefalias relacionadas às infecções congênitas no territó-

rio nacional.

Desde a implantação da vigilância de microcefalia e/ou alterações do SNC o Rio

Grande do Sul vem buscando fomentar junto aos profissionais de saúde o registro/noti-

ficação dos casos que atendem os protocolos vigentes.

No Brasil até a SE10 foram notificados 6.480 casos segundo as definições do

Protocolo de Vigilância (recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto). Desses 4.268

(65,9%) casos permanecem em investigação e 2.212 casos foram investigados e clas-

sificados, sendo 863 confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC sugestivo

de infecção congênita e 1.349 descartados.

Por meio de busca ativa em prontuários, registro de eventos de saúde pública

(RESP), declaração de nascido vivo (DNV) do SINASC e outras fontes de captação, o

estado do RS, desde o final de outubro de 2015 até a SE 11 de 2016 recebeu 54 notifi-

cações compatíveis com as definições atuais do Protocolo do Ministério da Saúde.

Dos 54 casos notificados, de acordo com as definições do Protocolo do Ministé-

rio da Saúde, 48 são Recém Nascidos (RN) com microcefalia, 01 aborto espontâneo

(gestante com exantema) e 05 fetos com microcefalia e/ou malformações do Sistema

Nervoso Central (SNC).

Foram registrados quatro óbitos, sendo um óbito de RN e três de feto, todos

descartados pelos critérios clinico radiológico e epidemiológico.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)

Tabela 1. Distribuição dos casos Notificados de acordo com Protocolo da Microcefalia

segundo a classificação, RS, 2015/2016 (até a SE11).

Classificação NºNotificados 54Confirmados 1Descartados 28Em investigação 25

Fonte: RESP-Microcefalia (dados preliminares até 17/03/2016)

Importante ressaltar que a microcefalia não é notificação compulsória, sendo an-

tes captada apenas no Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (SINASC) por oca-

sião do nascimento.

Com a declaração da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional –

ESPIN pelo Ministério da Saúde – MS, por meio da Portaria nº 1.813, de 11 de novem-

bro de 2015, em razão de alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil,

acredita-se que ocorreu um aumento na sensibilidade dos profissionais de saúde.

Considerando uma prevalência de 2/10.000 NV a 12/10.000 NV (CDC), o nº es-

perado de casos de microcefalia no RS seria de 29 a 172 casos ao ano;

A investigação dos casos é complexa e exige uma série de exames e avaliações

por especialistas o que está em andamento na Rede de Atenção do estado.

O RS não registra, no momento, circulação autóctone de Zika Vírus. Os casos

em investigação até o presente não apresentam nenhuma evidência de associação ao

Zika Vírus, sendo considerados dentro do esperado para o RS levando em considera-

ção estimativa do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 11 de 2016 (03/01 a 19/03/16)