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04 julho 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4478 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 8 Ciclo de concertos «Música nas Catedrais 2019» O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) promovem a primeira edição do ciclo «Música nas Catedrais», entre 28 de junho e 26 de Julho. Esta iniciativa, que se enquadra no projeto nacional Rota das Catedrais, é coordenada pelo Teatro Nacional de São Carlos (TEC), que assegura diretamente alguns concertos através do Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Neste ciclo também Beja será contemplada com um Concerto na Sé, no próximo dia 11 de Julho (4ª feira), pelo Coro do Teatro Nacional de S. Carlos. Para preparar a logística deste Concerto deslocou-se há dias à Sé de Beja uma equipa técnica do TEC. Um acontecimento artístico raro, a não perder! XV Peregrinação Diocesana a Fátima reuniu mais de 1500 Alentejanos Antes do nascer do sol, do dia 29 de Junho de 2019, já alguns grupos de Peregrinos tinham partido das suas terras, princi- palmente em autocarros (e tam- bém nos seus carros particulares) em direção à Cova da Iria, Fátima. A meio da manhã, os primeiros grupos já se encontravam quer dentro de Fátima, quer nas proximidades, na Loca do Cabe- ço, lugar das Aparições do Anjo aos pastorinhos, voltada para o pequeno lugar de Aljustrel. Como outrora aos pastorinhos (1917), este lugar continua a proporcionar verdadeiras expe- riências de fé, longe dos ruídos externos, deixando a saudade a quem lá se desloca com espírito de sacrifício, vontade de conver- são e de encontro com Deus. Acolhimento, Oração e Reconciliação Depois do almoço, pelas 15.00 horas, realizou-se o acolhimento na Basílica da Santíssima Trin- dade, seguida de uma hora de Oração diante do Santíssimo Sacramento, tendo sido propor- cionada a celebração do Sacra- mento da Reconciliação aos peregrinos que a quiseram reali- zar. A partir das 16 horas e 45 minutos, saímos em Procissão, desta Basílica para a Capelinha das Aparições, a fim de saudar- mos Nossa Senhora de Fátima e, pelo Senhor Bispo, Lhe ser Consagrada a Diocese de Beja. Páginas 4 e 5

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos. Palavra do Senhor. I Leitura Leitura

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04 de julho de 2019

04julho2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4478

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 8

Ciclo de concertos«Música nas Catedrais 2019»

O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja e aDireção-Geral do Património Cultural (DGPC) promovem a primeiraedição do ciclo «Música nas Catedrais», entre 28 de junho e 26de Julho.Esta iniciativa, que se enquadra no projeto nacional Rota dasCatedrais, é coordenada pelo Teatro Nacional de São Carlos (TEC),que assegura diretamente alguns concertos através do Coro doTeatro Nacional de São Carlos.Neste ciclo também Beja será contemplada com um Concerto naSé, no próximo dia 11 de Julho (4ª feira), pelo Coro do TeatroNacional de S. Carlos. Para preparar a logística deste Concertodeslocou-se há dias à Sé de Beja uma equipa técnica do TEC.Um acontecimento artístico raro, a não perder!

XV Peregrinação Diocesanaa Fátima

reuniu mais de 1500 Alentejanos

Antes do nascer do sol, do dia29 de Junho de 2019, já algunsgrupos de Peregrinos tinhampartido das suas terras, princi-palmente em autocarros (e tam-bém nos seus carros particulares)em direção à Cova da Iria, Fátima.A meio da manhã, os primeirosgrupos já se encontravam querdentro de Fátima, quer nasproximidades, na Loca do Cabe-ço, lugar das Aparições do Anjoaos pastorinhos, voltada para opequeno lugar de Aljustrel.

Como outrora aos pastorinhos(1917), este lugar continua aproporcionar verdadeiras expe-riências de fé, longe dos ruídosexternos, deixando a saudade aquem lá se desloca com espíritode sacrifício, vontade de conver-são e de encontro com Deus.

Acolhimento, Oração e Reconciliação

Depois do almoço, pelas 15.00horas, realizou-se o acolhimentona Basílica da Santíssima Trin-

dade, seguida de uma hora deOração diante do SantíssimoSacramento, tendo sido propor-cionada a celebração do Sacra-mento da Reconciliação aosperegrinos que a quiseram reali-zar. A partir das 16 horas e 45minutos, saímos em Procissão,desta Basílica para a Capelinhadas Aparições, a fim de saudar-mos Nossa Senhora de Fátima e,pelo Senhor Bispo, Lhe serConsagrada a Diocese de Beja.

Páginas 4 e 5

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04 de julho de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Ecos da Peregrinação

Diocesana

Nesta Peregrinação da Diocesede Beja a Fátima foi notória adiminuição dos peregrinos bemcomo a diminuta participaçãodos jovens, quer nas idadesentre os 14 e 24 anos, quertambém entre os 25 e os 40 anosde idade.Sobre estas realidades, a meuver, a grande tentação é en-contrar as causas fora de nós, àsemelhança da tragédia gregaporque, quando as causas estãofora de nós, nada podemos fazer.Esta tentação, sempre presente,não nos deverá esquecer doesforço que será necessáriopara o encontrar das causasinternas ou seja, questionarmo-nos acerca das experiências eexpectativas religiosas destessectores etários, o que fazemose lhes proporcionamos, comomodo de lhes transmitir o sen-tido de uma Peregrinação Dio-cesana, a vida eclesial e osincentivarmos à participaçãonaquilo que consideramos fun-damental. Sem este esforço,pode acontecer que muitos dosparticipantes não entendam nempossam entender aquilo queestamos a celebrar.Algumas expressões da reli-

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

giosidade popular podem pa-recer distantes dos cânones daortodoxia católica mas muitosdos seus ritos inserem-se semdificuldade no âmbito da litur-gia oficial. As expressões dareligiosidade popular acom-panham a vida da Igreja desdeos primórdios do cristianismoe expressam as relações pes-soais do homem com Deus, aVirgem Maria e os Santos.Apesar de todas as dificul-dades em conciliar a liturgiaoficial com a religiosidadepopular, face ao medo de queo acessório mate o essencial,não devemos “apagar a torcidaque ainda fumega” e insistirque uma das realidades maisimportantes é a participaçãoativa dos fiéis, ao mesmotempo que se apela à com-preensão e à vivência, tantoquanto possível, da Páscoa doSenhor. Para que tal aconteça,muito nos ajudará a leitura ere-leitura dos documentos doConcílio Vaticano II, em gerale, particularmente, os respei-tantes à liturgia.Em Fátima, o “Adeus à Virgem”é revelador de um corte abrup-to com o vivido anteriormenteou seja, a liturgia oficial, paradar lugar à religiosidade po-pular, onde tudo parece sernatural, espontâneo e muitosnão conseguem conter as lá-grimas, na hora da despedida,suplicando à Virgem que atodos acompanhe, na lutaquotidiana e árdua que a vidalhes oferece. Ainda que operegrino se sinta só e não lheseja prestado o respeito e aatenção devida, ele sabe quepode contar com o olhar atentoda Mãe de Deus, em quemconfia e não sai de Fátima semLhe dirigir “uma prece final”.

Prezados colaboradores,assinantes e leitores

Contamos com todos paraa continuidade

e futuro deste jornal.Colabore,

leia e divulgue o“Notícias de Beja”

Admissão às Ordens Sacras na Solenidade doSagrado Coração de Jesus

No dia 28 de junho, pelas18h.30, na Igreja Catedral deBeja, D. João Marcos, Bispode Beja, presidiu à Celebraçãoda Eucaristia da Solenidadedo Sagrado Coração deJesus, com a integração docanto de Vésperas.De referir que a Igreja Cate-dral está dedicada ao SagradoCoração de Jesus, por von-tade de D. José do PatrocínioDias.Nesta celebração, foi signi-ficativa a participação dasIrmãs Oblatas do DivinoCoração, que reuniu tambémas Irmãs a trabalhar em

Odemira, bem como al-gumas colaboradoras doInfantário de Nossa Senhorada Piedade, naquela Vila do

Litoral Alentejano.Após a celebração da Pala-vra, o Senhor Bispo procedeuao Rito de Admissão às Or-dens Sacras do SeminaristaJacinto Nunes que acabou deconcluir o 4º ano de EstudosFilosofico-Teológicos.No final, D. João Marcosagradeceu a presença e otrabalho do Padre VicenteMieto, ex Reitor do SeminárioMaior de Évora, com osalunos Seminaristas de Bejaque, no tempo presente, estáde partida para o México,onde assumirá as funções deDiretor Espiritual.

Vaticano rejeita pressões políticas ou jurídicaspara levantar «segredo» de Confissão

O Vaticano publicou, no dia 1, umnovo documento sobre o cha-mado “segredo de Confissão”, aque está obrigado qualquermembro do clero católico, consi-derando que este sigilo não podeser anulado por pressões polí-ticas ou jurídicas.A nota do Tribunal da Peni-tenciaria Apostólica (Santa Sé)considera que “qualquer açãopolítica ou iniciativa legislativaque vise forçar a inviolabilidadedo sigilo sacramental “consti-tuiria uma “ofensa inaceitável”contra a liberdade da Igreja e“uma violação da liberdade reli-giosa”, incluindo a liberdade deconsciência dos cidadãos emcausa, tanto penitentes comoconfessores.O texto divulgado esta segunda-feira foi aprovado pelo PapaFrancisco a 21 de junho de 2019e é assinado pelo cardeal MauroPiacenza, penitenciário-mor, e pormonsenhor Krzysztof Nykiel,regente do Tribunal.O tema foi objeto de discussãona Austrália e no Chile, porexemplo, onde as autoridadesqueriam impor a obrigatoriedade

de denúncia às autoridades deabusos sexuais de menoresreportados durante o sacramentoda Confissão, algo rejeitado pelaIgreja Católica.A nota do Vaticano assinala quea defesa do sigilo sacramental eda Confissão “nunca poderãoconstituir qualquer forma deconivência com o mal”, masobserva que não pode aceitarcomo condição de absolvição aobrigação de alguém se denun-ciar à justiça civil, em virtude doprincípio ‘nemo tenetur se dete-gere’ (o direito de não produzirprova contra si mesmo).“Pertence à própria estrutura doSacramento da Reconciliação,como condição para a sua valida-de, o sincero arrependimento,juntamente com o firme propósitode emendar e não reiterar o malcometido”, pode ler-se.A Penitenciaria Apostólica pre-cisa que, perante um penitenteque tenha sido vítima do mal dosoutros, “será do interesse doconfessor instruí-lo sobre osseus direitos”, bem como sobreos instrumentos jurídicos paradenunciar os factos no foro civil

ou eclesiástico.O texto visa promover uma “me-lhor compreensão” de conceitospróprios da comunicação ecle-sial, como “o sigilo sacramental,a confidencialidade inerente aoforo interno extrassacramental, osegredo profissional, os critériose os limites próprios de qualqueroutra comunicação”.“É necessário reaprender o poderda palavra, o seu poder cons-trutivo, mas também o seu poten-cial destrutivo; devemos vigiarpara que o sigilo sacramentalnunca seja violado por ninguéme que a necessária confiden-cialidade ligada ao exercício doministério eclesial seja semprezelosamente preservada, tendocomo único horizonte a verdadee o bem integral das pessoas”,aponta a Santa Sé.A nota adverte para um potencialuso errado das informaçõespróprias da vida privada, social eeclesial, que se podem trans-formar numa “ofensa contra adignidade da pessoa e a própriaVerdade, que é sempre Cristo,Senhor e Cabeça da Igreja”.

Fonte: Ecclesia

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04 de julho de 2019

A terra inteira aclame o Senhor.

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

XIV Domingodo Tempo Comum

O nosso Domingo

Ano C7 de julho de 2019

Leitura do Livro de Isaías

Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais.Com ela enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seuluto. Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suasconsolações, podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência.Porque assim fala o Senhor:«Farei correr para Jerusalém a paz como um rio e a riqueza dasnações como torrente transbordante. Os seus meninos de peitoserão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como a mãeque anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalémsereis consolados.Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura,retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos.Palavra do Senhor.

I Leitura

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos GálatasIrmãos:Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor JesusCristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para omundo.Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão valem alguma coisa: oque tem valor é a nova criatura.Paz e misericórdia para quantos seguirem esta norma, bem comopara o Israel de Deus. Doravante ninguém me importune, porque eutrago no meu corpo os estigmas de Jesus. Irmãos, a graça de NossoSenhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito. Amen.Palavra do Senhor.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São LucasNaquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos eenviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugaresaonde Ele havia de ir.E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveisbolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguémpelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paza esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousarásobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebeido que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeisde casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem,comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver edizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.Palavra da salvação.

O cristão ou é missionário ou é demissionário

Lc 10, 1-12.17-20

Aleluia

Fr. Pedro Bravo, oc

Gal 6, 14-18II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 65(66)

«Trago no meu corpo os estigmas de Jesus»

«Farei correr para Jerusalém a paz como um rio»

Is 66, 10-14c

Reine em vossos corações a paz de Cristo, habite em vós a suapalavra.

Como vivemos o nosso cristia-nismo: de forma individual, subje-tiva, privada, talhado à nossamedida? Como um grupo isolado,separado dos outros, satisfeitocom as suas certezas, mas incapazde verdadeira sintonia com os quenão são dos nossos ou que nãosão como nós? Ou então comomembros do Corpo de Cristo,filhos da Igreja, gratos pelo domda fé e dos irmãos que o Senhornos deu, conscientes da nossamissão de viver o Evangelho e deo propagar?É disto que nos fala a liturgia destedomingo. Porque se trata doEvangelho, da Boa-nova, somoschamados antes de mais à alegria.Di-lo a coleta, logo no início:«Deus de bondade infinita, dai aosvossos fiéis uma santa alegria».Que santa alegria é esta, que nosliberta «da escravidão do peca-do», para podermos «chegar àfelicidade eterna»?1– Antes de mais, é a alegria desermos Igreja, Povo de Deus. Naprimeira leitura, através de umdiscípulo de Isaías (66,10-14),Deus convida-nos: «Alegrai-voscom Jerusalém, exultai com ela,todos vós que a amais». QueJerusalém é esta? É a Igreja, nossaMãe. Quem a ama participará dasua alegria. E quem é que a ama?Quem participa «do seu luto».Quem, por egoísmo, não se im-porta com os outros, não os serve,não lhes anuncia o Evangelho,nem lhes transmite a fé, ou, quem,por elitismo, não se reconhecemembro da Igreja concreta de quefazemos parte, com as suas limi-tações, erros e fraquezas, preten-dendo parte de uma Igreja maispura, detentora de uma fé superiore mais esclarecida, ainda estáescravo do pecado, sendo incapazde participar da verdadeira alegria.Só quem é capaz de chorar os seuspróprios pecados e os pecados daIgreja a que pertence, porque aama, é capaz de participar da suaalegria. Que alegria? A do amormisericordioso de Deus por nós,por cada um de nós, a começarpelos mais pequeninos e afas-tados: «Os seus meninos de peito

«A vossa paz repousará sobre eles»

ENTRADACantai ao Senhor um cântico novo - F. Silva, CECII, 144

ATO PENITÊNCIALKyrie eleison – J. Berthier, COM, 34

SALMO RESPONSARIALA terra inteira aclame o Senhor - M. Luis, SR, 302

Sugestões de Cânticos

ANTÍFONA DA COMUNHÃOSaboreai e vede como o Senhor é bom – M.Luis,CEC I, 69

FINALDiz o Senhor: “Ide e ensinai…” – A. Cartageno,CEC I, 219

Col 3, 15a.16a

serão levados ao colo e acari-ciados sobre os joelhos. Como amãe que consola o seu filho,também eu vos consolarei, emJerusalém sereis consolados.Quando o virdes alegrar-se-á ovosso coração». Só conhece averdadeira alegria, quem se reco-nhece necessitado da misericórdiade Deus. Quem o faz, junta-se aosoutros membros da Igreja, aosirmãos, para com eles receber amisericórdia divina. E aí, sentindo-se objeto da misericórdia de Deuse seu devedor, torna-se capaz deser seu instrumento e canal da suaternura junto dos outros. E assimexperimenta a alegria. Alegria queé transbordante, porque não éapenas individual, mas de todo oPovo de Deus.2– De facto, ela é transbordanteporque não é só nossa, mas daIgreja, melhor, de Deus, do próprioCristo. Torna-se nossa, quandodeixamos de ser nossos e passa-mos a ser de Cristo, vivendo comomembros do seu Corpo. Disto nosfala S. Paulo na carta aos Gálatas(6,14-18): «Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nossoSenhor Jesus Cristo, pela qual omundo está crucificado para mime eu para o mundo. Pois nem acircuncisão, nem a incircuncisãovalem alguma coisa: o que temvalor é a nova criatura». A novacriatura é Jesus Cristo a viver ereinar em nós, como único Senhore Salvador da nossa vida. Em queela se reconhece? Na nossa capa-cidade de sairmos de nós mesmos,de construirmos a paz, de usarmosde misericórdia e construirmoscomunhão, real, efetiva conse-quente, uns com os outros; numapalavra, de sermos Igreja: «Paz emisericórdia para quantos segui-rem esta norma, bem como para oIsrael de Deus».3– Tal alegria, porém, só trans-borda, quando, feitos novascriaturas, nos tornámo-nos porta-dores do Evangelho e o levamosaos outros. Tal é a característicado verdadeiro discípulo, como dizo Evangelho: «o Senhor designousetenta e dois discípulos e enviou-os à sua frente, a todas as cidadese lugares aonde Ele havia de ir».Só é “designado” “discípulo”

quem é enviado. O mesmo é dizer:só é cristão, quem é missionário.Mas ninguém é missionário sozi-nho: «enviou-os dois a dois». Enenhum missionário é enviadopara falar de si mesmo, mas doSenhor. Para isso é preciso conhe-cê-l’O. Por isso, Jesus recomenda-nos antes de mais a oração. Ora-ção para O conhecermos; oraçãopara sermos missionários; oraçãopara pedirmos que todos os queO aceitam se tornem discípulos-missionários: «Pedi ao dono daseara que mande trabalhadorespara a sua seara».Nisso se manifesta em nós a novacriatura: sermos capazes de fazercomunhão e anunciarmos o Evan-gelho, como instrumentos deCristo e portadores da sua paz.Este é o sinal de que somos seusdiscípulos, para isso fomos envia-dos. Não para discutirmos, paranos pormos acima dos outros ounos apresentarmos como únicomodelo verdadeiro, mas para irmosao encontro de todos e lheslevarmos o Senhor, com humil-dade, mansidão e docilidade, àsemelhança de Cristo: «Ide: Eu vosenvio como cordeiros para o meiode lobos». Para quê? Para cons-truirmos a paz: «Quando entrardesnalguma casa, dizei primeiro: “Paza esta casa”». Só teremos, porém,esta paz, se não nos apoiarmos emnós mesmos, nos nossos meios eforças, mas apenas no poder deCristo. Não para nos anunciarmosa nós mesmos, mas a Ele, o Senhore Salvador das nossas vidas, fontede vida nova e de salvação paratodos os que nele acreditam:«Dizei: “Está perto o reino deDeus”».Esta é a alegria santa que pedimos:a de sermos discípulos missio-nários. Porque só é cristão, sinal epresença de Cristo, continuadorda sua missão, quem for missio-nário; quem o não for, não é cristão,é demissionário. Sejamos, pois,discípulos-missionários no seiodas nossas famílias e comuni-dades, no nosso trabalho, ondequer que nos encontremos. Assimexperimentaremos a alegria deCristo, a alegria perene e verda-deiro do Evangelho, que jorra paraa vida eterna.

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04 de julho de 2019DIOCESE4 – Notícias de Beja

XV Peregrinação Diocesana a Fátima

CONSAGRAÇÃODA DIOCESE DE BEJA

“Virgem Maria, Mãe de Jesus,Mãe da Igreja e nossa MãeSantíssima, em vossas mãoscolocamos, cheios de confiança,a conclusão deste Ano Pastoralna nossa diocese de Beja. Co-nhecemos as nossas limitaçõese a nossa debilidade e entre-vemos as dificuldades e a gran-deza do trabalho a realizar paraque nos tornemos realmentecomunidades vivas e evangeli-zadoras, solidamente enraiza-das na fé, dinamizadas pelaesperança e dando testemunhodaquela caridade que só oDeus-connosco nos pode ofe-recer. Intercedei por nós, comoo fizestes nas bodas de Caná,quando nos faltar o vinho novodo Espírito, e não vos canseisde nos ensinar a fazer tudo o queJesus nos disser quando cadaum teima em fazer a sua própriavontade. Dai a todas e a cadauma das nossas comunidades odinamismo pascal que nos man-tém a caminho da Pátria Celes-te, sustentados pela Palavra epela Eucaristia.Queremos ser ouvintes do Evan-gelho, e seus cumpridores, noconcreto das nossas vidas. Que-remos responder aos vossospedidos de oração e penitênciapela conversão dos pecadores,sobretudo na nossa diocese,tornando-nos cada vez mais, talcomo vós ó Maria, discípulos deJesus manso e humilde, cheiosde amor ao Pai e aos homensnossos irmãos, cheios de zelopela salvação do mundo. Dai-nosum coração trespassado como ovosso pela espada do espíritoque é a Palavra de Deus, dai-nosum coração misericordioso ecompassivo, atento aos pobres,necessitados e doentes, aos quevivem sós e marginalizados, aos

que têm fome de verdade, deesperança e de vida, e sede dejustiça, de amor e de paz.Consagramo-vos de modo espe-cial os nossos pastores, bispos,padres, diáconos e seminaristas,para que sejamos dóceis aoEspírito Santo, presença viva eatuante de Cristo Bom Pastor,sinais e instrumentos da miseri-córdia de Deus Pai. Intercedeipor estas paróquias que sãovossas, para que surja uma novaseara de vocações ao sacerdócioe à vida consagrada e mais jo-vens, rapazes e raparigas, seofereçam inteiramente ao Senhorpara O servirem na oração e noministério apostólico.Consagramo-Vos as nossas famí-lias, para que sejam comunidades

de amor, santuários onde a vidaé acolhida, transmitida e culti-vada, verdadeiras igrejas domés-ticas onde Deus é adorado,amado e obedecido, lugares ondea presença da glória de Deus fazresplandecer, no meio do mundo,a alegria da comunhão.Consagramo-Vos também ascrianças, os jovens, os idosos,os doentes, os imigrantes edeslocados das suas terras, paraque cresçam e vivam em paz nonosso meio, sendo acolhidos eintegrados como membros damesma e única família humana.Lançai também um olhar de

misericórdia aos encarcerados ea quantos, despojados da suadignidade, lutam diariamentecontra a falta de esperança.Virgem gloriosa, manifestadorada beleza de Deus, brilhantecomo o Sol, bela como a lua,terrível como um exército debandeiras desfraldadas, fazeiresplandecer essa divina belezana vida das nossas comunidades,e assim o mundo acredite que océu desceu à terra para que aHumanidade encontre em Deusa sua plena realização.Virgem Santíssima, sois Mãe efigura da Igreja. Permaneceiconnosco como permanecestescom os Apóstolos no Cenáculo,em oração, até receberem oEspírito Santo e começarem a sertestemunhas de Jesus vivo eressuscitado. Ficai connoscopara que vivamos reconciliadoscom Deus e uns com os outrosem Cristo, único Salvador. Ficaiconnosco ó Maria para que,permanecendo convosco noCoração de Cristo, demos frutoabundante e o Pai seja glorificadoem nós. Pela vossa presença eintercessão, as nossas comu-nidades e paróquias sejam trans-formadas em oásis de misericór-dia no meio do mundo, como nosescreveu o papa Francisco.Aceitai, Senhora, esta nossaconsagração humilde e confianteque vos rezamos em uníssono:

Ó Senhora minha, ó minha Mãe,eu me ofereço todo(a) a Vós, eem prova da minha devoção paraconvosco, Vos consagro nestedia e para sempre, os meus olhos,os meus ouvidos, a minha boca,o meu coração e inteiramentetodo o meu ser. E porque assimsou Vosso(a), ó minha boa eincomparável Mãe, guardai-me edefendei-me como coisa e pro-priedade vossa.Lembrai-Vos que Vos pertenço,terna Mãe, Senhora Nossa!Ah, guardai-me e defendei-mecomo coisa própria Vossa!Nossa Senhora do Rosário de

FátimaRogai por nós!” (3 vezes)

ORAÇÃO DO ROSÁRIOE PROCISSÃO DE VELAS

Após o jantar, a partir das 21.00horas, integramo-nos no pro-grama oficial do Santuário, paraa Oração do Rosário e a Pro-cissão de Velas.Na manhã do dia 29 (Domingo),pelas 8 horas e 30 minutos,muitos foram os peregrinos que,respondendo ao apelo do SenhorBispo, se reuniram na Capela daMorte de Jesus para a Oração de

Laudes. Às 10 horas, na Cape-linha das Aparições, a Oração doRosário, seguida da Procissãopara o Altar do Recinto, onde foicelebrada a Eucaristia, tendo amesma terminado com o “Adeusà Virgem” durante o qual muitosnão conseguiram conter as suaslágrimas, enquanto cantaram:“Uma prece final / Ao deixar-vos,Mãe de Deus: Viva sempre emminha alma este grito imortal:Ó Fátima, Adeus. / Virgem Mãe,Adeus!Como nota final, o facto de sernotória a diminuição dos pere-grinos de Beja, comparativa-mente às tradicionais peregri-nações anteriores bem como adiminuta participação dos jovens(15 aos 24 anos) e dos jovensadultos (25 aos 40 anos). A pardestas realidade, nem todos osPárocos participaram na Pere-grinação, certamente por motivosjustificados, alguns dos quais porfalta de sáude.

Homilia na PeregrinaçãoDiocesana a Fátima30 de junho de 2019

“Caras irmãs e irmãos peregrinosde Nossa Senhora de Fátima, deum modo especial os que soisdiocesanos de Beja:1 - Viemos a Fátima em pere-grinação. Viemos a este lugaronde o céu se abriu sobre a terra,onde Maria, a Mãe de Jesus e

nossa Mãe, falando acerca do céuaos três pastorinhos como suaverdadeira pátria os ensinou aviver neste mundo caminhandopara lá, como peregrinos. Tambémnós somos peregrinos. Estamoscelebrando a Eucaristia, pontoalto desta peregrinação. A Palavrade Deus que escutámos pre-parou-nos para vermos, na fé, océu na terra, ou seja, Deus NossoSenhor falando connosco. Agoramesmo, nas palavras desta ho-milia que escutais, é o Senhorquem nos fala. E que nos diz Ele?2 - A tradução do texto da voca-

ção de Eliseu que escutámos hámomentos, pode deixar-nos per-plexos. Sentindo-se apanhadopor Elias que sobre ele lançara asua capa, Eliseu pede-lhe: Deixa-me ir abraçar o meu pai e a minhamãe; depois irei contigo. Eliasresponde-lhe: Vai e volta, pois eujá fiz o que devia. A perplexidadeé esta: Eliseu foi, ou não, des-pedir-se do pai e da mãe? Comopessoa bem educada que julga-mos ter sido, inclinamo-nos apensar que foi. E a traduçãolitúrgica das palavras de Eliasparece sugeri-lo: Vai e volta, poiseu já fiz o que devia. No entanto,a continuação do texto não faladas despedidas de Eliseu. Dizque matou uma junta de bois,queimou o arado para assar acarne que deu a comer à suagente, e depois seguiu Elias,ficando ao seu serviço. Estecontexto desaconselha-nos apensar que Eliseu foi despedir-se dos pais. E se traduzíssemosdesta maneira as palavras deElias: Se vais, voltas? Que te fizeu? Ouvidas com esta entoação,estas palavras ajudaram certa-mente Eliseu a responder comprontidão ao gesto de Elias, queo arranca da sua vida passadae faz dele um profeta, um homemcom uma missão muito con-creta no meio do povo de Israel.De facto, lançar a capa sobrealguém significa «tu pertences-

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04 de julho de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

tima Reuniu mais de 1500 Alentejanosme! Segue-me»!3 - Assim, é perfeita a sintoniacom as palavras de Jesus noEvangelho, que acabámos deescutar. Nele vemos que Jesustomara a firme decisão de Se pôra caminho de Jerusalém onde iriaser crucificado. Assim realizavaa vontade do Pai e nos dava, atodos nós pecadores, a Sua vidade Filho, amando-nos até ao fim.Violento em relação a Si mesmo,o Senhor Jesus apresenta-Semanso e humilde perante aquelessamaritanos que não Lhe deramhospedagem, precisamente porir a caminho de Jerusalém.Foi então que se Lhe apresentoualguém entusiasmadíssimo, dis-posto a segui-l’O por toda aparte. E o que lhe respondeuJesus? As raposas têm as suastocas, as aves dos céus os seusninhos, mas o Filho do Homemnão tem onde reclinar a cabeça.Que esperamos nós do Senhor,quando nos propomos segui-l’O? Para seguir Jesus não bastao entusiasmo do momento. Énecessário ser chamado por Elee dispor-se a segui-l’O no ca-minho para Jerusalém, ou seja,

no caminho para a cruz, para apaixão, morte e ressurreição.4- A um outro que Ele chamou eque lhe respondeu com a lei quemanda cuidar dos pais na suavelhice, o Senhor dá uma palavra,talvez a palavra mais dura paraos ouvidos de um judeu piedoso:Deixa que os mortos sepultem osseus mortos; tu vai anunciar oreino de Deus! Caros irmãos eirmãs, somos cristãos, somosdiscípulos de Cristo para umamissão que ultrapassa os nossosbons desejos de realização pes-soal. Cristo chamou-nos a ser-mos Seus discípulos para anun-ciarmos o reino de Deus. Tu vaianunciar o reino de Deus! O reinode Deus, queridos irmãos, é Deusa reinar em nós! E quando toma-mos consciência desta missãosublime, todos os outros relacio-namentos que temos com os

pais, com os familiares, com osamigos, ficam relativizados, pas-sam para um segundo plano. Foivivendo situações como esta queLúcia e os Santos Pastorinhosde Fátima enfrentaram a opo-sição dos seus familiares e dasautoridades.Para seguir Jesus, precisamos terem nós o Seu Espírito, que nosfortalece e nos conduz à verdadeplena (cf. Jo 16,13).5 - E a resposta que Jesus deuàquele homem que, disposto asegui-l’O, pediu que o deixasse irdespedir-se da sua família: Quemtiver lançado as mãos ao arado eolhar para trás não serve para oreino de Deus? É o perigo daescravidão afetiva, que sob aroupagem do amor, não nos deixalivres para entregarmos ao Se-nhor, a nossa vida por inteiro.Precisamos de aprender a amar,como Ele nos amou. A experiênciadaqueles que O seguem comodiscípulos diz claramente que sópodemos amar-nos verdadeira-mente uns aos outros, ou seja,só poderemos dar a nossa vidapelos outros, se temos em nós oEspírito Santo de Jesus, se os

amamos em Cristo Jesus. Ele é oamor de Deus manifestado eoferecido aos homens, para quen’Ele nos tornemos participantesda Sua própria natureza divina.Como vemos, Jesus não Se deixailudir pela boa vontade de quemse propõe segui-l’O levado porentusiasmos ou pondo condi-ções, pois sabe que esses seseguirão apenas a si mesmos, eque, nos momentos difíceis,facilmente O abandonarão. Porisso, o Senhor lhes fala comdureza, para os despertar.E a nós, o que nos leva a seguirJesus? Porque viemos hoje aFátima? Apenas porque aqui nossentimos bem, encontramos paze recuperamos forças? O segui-mento de Jesus não é para nos“enchermos” a nós mesmos.Antes nos pede o esvaziamentode nós próprios, das nossas

vontades e dos nossos projetos.Só assim seremos verdadei-ramente livres para seguir oSenhor, para fazer a vontade deDeus.6 – Se compreendes isto, irmãoou irmã, se acreditas em Cristocomo novo Adão, como o pri-meiro de uma humanidade nova,certamente aceitas com alegria aspalavras da segunda leitura, daCarta aos Gálatas: Foi para averdadeira liberdade que Cristonos libertou (…) Vós, irmãos,fostes chamados à liberdade.Contudo, não abuseis da liber-dade como pretexto para viver-des segundo a carne; mas pelacaridade colocai-vos ao serviçouns dos outros, porque toda alei se resume nesta palavra:amarás o teu próximo como a timesmo (…) Deixai-vos conduzirpelo Espírito e não satisfareis osdesejos da carne.

De facto, para nós cristãos, aliberdade não se reduz a poder-mos fazer o que nos apetece.Fazer o que nos apetece, muitasvezes, traduz-se apenas em nosfecharmos em nós mesmos, emusarmos os outros, em pecarmos,ou seja, em deixarmos de serlivres. Para nós, cristãos, ser livreé ser dócil ao Espírito Santo, édeixarmo-nos conduzir por Ele, érenunciarmos a viver segundo acarne, ou seja, segundo o espí-rito do mundo, para vivermos nadocilidade ao Espírito de Jesus.Irmãos e irmãs, de um modoespecial os diocesanos de Beja,somos peregrinos. Viemos aoSantuário de Nossa Senhora deFátima e a palavra que escutámosagora convida-nos a peregrinaraté ao Pai. Peçamos a NossaSenhora a sua intercessão ma-terna e solícita, de modo parti-cular pela diocese de Beja que,

no próximo ano, vai celebrar os250 anos da sua restauração.Vamos viver esse ano dandograças ao Senhor e louvando-Opor tantos dons que nos temconcedido. Vamos também pedir-Lhe muitos e santos trabalha-dores, dedicados a anunciar ali oreino de Deus. O programa queserá publicado em breve, nosajudará a vivê-lo festivamente,como peregrinos centrados noessencial, unidos a Cristo NossoSenhor.É assim, caros irmãos e amigos:quando Jesus nos chama paraO seguirmos, para vivermoscomo filhos adotivos de Deus epara anunciarmos o Seu reino,não sobra espaço para nego-ciarmos seja o que for. É pegarou largar!”

+ J. Marcos, bispo de Beja

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04 de julho de 2019OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Passeiam os cãezinhos e prendem os filhos

Sílvio Couto

Por estes dias ouviu-se umarazoável lamentação: muitas dasfamílias, com a tendência deprotegerem os filhos, não osdeixam sair nem de casa, con-trastando com o ritual de passea-rem os cãezinhos cada manhã oupela noite.Estão aqui enunciados doisproblemas: por um lado a cadavez maior tentativa de resguar-darem as crianças dos ‘perigos’a que possam estar sujeitas e poroutro a crescente moda de torna-rem os ‘animais de companhia’em parceiros de estimação navida em família… Os lulus ao colo

e as crianças no carrinho!Na pior das hipóteses temosfamílias a viverem a condutainversa daquilo que seria razoá-vel: que as crianças não possamter uma vida normal, com osriscos que lhe estão associadose de fazerem dos animais a substi-tuição de alguns afetos (mais oumenos) recalcados.De facto é preocupante escutarentendidos na matéria falarem decrianças que são intoxicadas demedicamentos para serem ‘domi-nadas’ nas diabruras próprias daidade, sendo superprotegidaspelos pais e avós, não deixandoque a criança viva a sua vidanormal, fazendo-lhes tudo e oresto, sem as deixarem ser pes-soas agora e no futuro… Bastarápassar ao pé de uma escola emhora de entrada ou de saída everemos uns tantos adultos afazerem a figura de ‘burros decarga’ dos mais novos, que dealiviados correm o perigo detornarem quem assim os tratanuma espécie de escravos substi-tutos e de maus educadores.

= Perante este panorama nada‘bucólico’ talvez estejamos a

construir uma sociedade fun-dada mais no medo do que naconfiança, levando os adultos aque os mais novos vivam numaespécie de redoma de proteçãocontra o que possa trazer risco,mesmo de minimamente errar.Com uma posição deste géneroestaremos a lançar funestassementes para que ninguémconfie em ninguém, tornando-nos – uma parte, alguns e umarazoável maioria – desconfiadosquanto baste para que os outrospossam ser vistos como adver-sários, senão de forma direta aomenos na pretensão de inter-ferirem com o nosso ‘mundinho’,feito de arquétipos, de fantasmase mesmo de novos adamastoresem conduta social mais ou menosagressiva.Muita da possível educação,desde casa, está alicerçada nadesconfiança para tudo e comtodos, criando nos mais novos asensação de que uma onda demaldade perpassa o seu mundo,mais virtual do que real. Por vezespodem acontecer insinuações epossíveis acusações dos maisnovos sobre os adultos que não

passam de efabulações susci-tadas pelos medos, entretanto,semeados na imaginação dosmais novos…

= De pouco adiantará falar àscrianças desse tempo em que sebrincava na rua, se faziam joga-tanas de futebol à semelhançados clubes grandes na disputadas cores nacionais, se podiadeixar uma criança percorrer ocaminho da escola sem receiosde malfeitores encapuçados...mais virtuais do que reais, de ir ede voltar sem aflições de seremmenos cuidadas, de poderemdirimir as diferenças (de força, deopinião ou de conquistas) comlutas sem interferência dos maisvelhos protecionistas, de nuncalevar para casa ressentimentosdalgum castigo infligido peloprofessor/a… numa palavra: osarranhões eram medalhas con-quistadas com sabor a vitória,mesmo que disfarçadas de derro-tas mais digeridas…É verdade, esse mundo existiu enão foi inventado para atrair aatenção dos mais velhos ou dospedagogos menos bem apetre-

chados nas ciências de estudo.Hoje soa quase a criancice todauma panóplia de conselhos pro-tecionistas, infantilizantes e comrótulo de infantilizadores: ascrianças precisam de se sujarema brincar, necessitam de construiro seu mundo sem lho inventarem,de crescerem na afirmação dequais são as suas apetências semprecisarem de serem empurradasno escorrega do jardim, já que oquintal está reduzido a uns centí-metros de mísera varanda, dis-putados ao cão ou ao gato…osquais podem configurar um irmãonão-aceite nem acolhido emfamília.

= Num futuro próximo precisamosde objetivar quais são os valoresque pretendemos transmitir aosmais novos, sabendo educá-losa partir do ponto onde estão,rumo a uma meta exequível,equilibrada e capaz de mobilizarquem se sinta preparado paracorrer riscos. Creio que está nahora de não continuarmos ainfanti-lizar adolescentes e jo-vens com medos que não passamde conjeturas dos educadores,pais ou professores…

O Monte da Cegonha e S. Cu-cufate, mesmo ali ao lado, nafreguesia de Vila de Frades,apresentam basílicas paleocristãsda época romano-cristã, antes dainvasão dos povos germânicos,nos inícios do século V. A dataçãodestes templos situa-se em mea-dos e finais no século IV d.C. NoCrónica anterior, descrevi a minhaperegrinação ao Monte da Ce-gonha. Nesta, darei um breveapontamento sobres S. Cucu-fate,( Vila de Frades), e S. Jorgede Vila Verde de Ficalho.S. Cucufate: Mesmo a li ao lado,a Villa romana de S. Cucufate, emVila de Frades, é uma alma gemiada congénere do Monte da Ce-gonha. Como ela nasceu nosprimórdios da era cristã. De modosemelhante, teve um grandeincremento no século IV, duranteo qual foi construída a suabasílica, também ao serviço domosteiro medieval, até ao séculoXVI. Também aqui se deu tambéma ruralização da fé cristã, possi-velmente, pela conversão do seurico proprietário. A construçãourbana tem a particularidade de

A Basílica Paleocristã do Monte da Cegonha e outras Basílicas

crescer em altura, o que ainda hojese pode observar nas ruínas querestam. O andar superior devia serreservado para habitação doproprietário e seus familiares,enquanto o rés do chão, serviriapara moradia dos empregados eou para arrumos e guarda dosutensílios de lavoura (José A.Palma Caetano).Troia. De acordo com o estudodos arqueólogos, «D. Fernando

de Almeida (ALMEIDA E MA-TOS, 1971, p. 171-172), completoua escavação do edifício e espa-ços anexos e Justino Maciel(1996, p. 193-256), fez o estudo einterpretação do conjunto arqui-tectónico». Este autor propõeque, numa primeira fase, o edifícioda basílica não tivesse funçãoreligiosa, mas fosse antes umaaula/basílica, um espaço comfunções judiciais e adminis-

trativas ou de comércio e deencontro social, tal como asbasílicas que existiam junto aosfórum das cidades. Numa se-gunda fase, situada entre meadosdo século IV e o início do séculoV, este espaço teria sido con-vertido ao culto cristão. […]Foram construídas três arcadasque dividiram a igreja em quatronaves transversais e as paredesforam profusamente pintadas»(Inês Vaz Pinto, Ana PatríciaMagalhães, Patrícia Brum e JoãoPedro Almeida)S. Jorge de Vila Verde de Fica-lho. Durante as escavaçõesarqueológicas denominadas “AÉpoca Romana”, levadas a cabopor Nathalie Antunes Ferreira, doInstituto Superior de Ciências deSaúde Egas Moniz e António M.Monge Soares, do InstitutoTecnológico e Nuclear, foi identi-ficado no terreno anexo à Igrejade S. Jorge de Vila Nova deFicalho, um edifício de cultopaleocristão, do século VI, dotempo de Santo Apríngio (531).Na construção desta Igreja de S.Jorge nos inícios do século XVI,reaproveitaram-se parcialmenteestruturas da Época Romana.

Neste edifício paleocristão foiidentificado um batistério, com asseguintes medidas: 2.10 m decomprimento interno, 65cm delargura e 80 cm de profundidademáxima. Junto a esta havia umasegunda bacia, mais pequena,que também poderia ser inundadaou molhada com a água daprimeira. A sul e a norte da Igrejade S. Jorge, existem várias sepul-turas da mesma época. Umadelas, em mármore branco, tinhauma inscrição de um tal Mar-tinus, famulus Christi, com a datada sua morte. «A intervençãoarqueológica dos dias 1 e 2 deAbril de 2007 levaram a concluirque Martinus teria, à altura dasua morte, 64 anos. Ficamos asaber, que nestes tempos recua-dos da nossa história, existiu aquium “Servo de Cristo”, de nomeMartinho, que trabalhava estaterra alentejana, com o título denobreza, famulus Christi. Poderiater sido um rico proprietário daVilla e um fervoroso fiel cristão,com uma relação social e fraternacom os seus assalariados (Inves-tigadores: Nathalie AntunesFerreira e António M. MongeSoares).

António Aparício

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04 de julho de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

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04julho2019

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N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorViborazinha em pânico

- Mãe, mãe!- Que foi, filhinha?- É verdade que nós somos venenosas?- Sim, filhinha, somos venenosas... porque perguntas?- É que eu mordi a língua...

Aluno "bom" para o paiO miúdo chega a casa todo contente e diz ao pai:- Pai, tenho boas notícias!- Ai sim? Ora conta lá.- Lembras-te do computador que me prometeste se eu passasse deano?- Sim...- Já não precisas de gastar dinheiro!

FerramentasChamado às pressas no meio da noite, o médico chega todo cansadoà casa de um empresário, cuja esposa estava acamada.- Com licença - diz ele, expulsando todas as pessoas do quarto. -preciso ficar só, com a paciente!Apreensivo, o marido fica do lado de fora do quarto. Ouve algunsbarulhos estranhos, e depois de alguns minutos o médico enfia acabeça pela porta e pergunta ao marido:- O senhor tem um alicate?O marido vai buscar um alicate. A porta torna a se fechar. Maisbarulhos estranhos e alguns minutos depois, novamente a cabeçado médico aparece na soleira da porta:- O senhor tem uma chave de fendas?Espantado, o marido vai buscar a chave de fendas. Passam-se maisalguns minutos:- O senhor tem um serrote?E o marido, desesperado:- Serrote? O caso dela é tão grave assim?- Ainda não sei - explica o médico - não consigo abrir a minha mala!

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 24 a 30 de junho, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fiscal-ização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais: 1. Detenções: Sete detidos emflagrante delito, destacando-se:Quatro por condução sob o efeitodo álcool; Um por tráfico deestupefacientes; Um por posseilegal de arma. 2. Apreensões: 16 doses dehaxixe; Duas sementes de can-

nabis; 50 cartuchos; Três armasde fogo; Duas munições; Umveículo; 50 litros de gasóleo; Oitobidons; Uma televisão; 37 eurosem numerário. 3. Trânsito:Fiscalização: 250 infrações dete-tadas, destacando-se: 15 por faltade inspeção periódica obriga-tória; 15 por excesso e/ou malacondicionamento e disposiçãoda carga; Dez relacionadas comtacógrafos; Nove por conduçãocom taxa de álcool no sanguesuperior ao permitido por lei;Nove por infrações relacionadascom os sistemas de iluminação esinalização; Sete por falta ou

PSP - SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de prevençãoe combate permanente à práticade ilícitos criminais e contraor-denacionais, no período de 21 a27JUN2019, na sua área de juris-dição, registou e destaca osseguintes resultados opera-cionais: Detenção de 3 pessoas,de 25, 27 e 48 anos de idade, porcondução de veículos automó-

veis sob o efeito do álcool, tendoacusado uma TAS de 1,43 g/l,1,38 g/l e 1,56, respetivamente.Operações de Fiscalização: 1Operação de Fiscalização Rodo-viária, em Beja, com recurso aRadar, que contabilizou 1675veículos controlados, com adeteção de 3 infrações; 11 Opera-ções de Fiscalização Rodoviária,enquadradas na Atividade Opera-cional do CD Beja e no

Plano Nacional de Fiscalização(com especial incidência nafiscalização de condução sob oefeito do álcool), que conta-bilizaram: 207 Veículos fisca-lizados; 150 Condutores subme-tidos ao teste de alcoolemia; 32Infrações detetadas.Acidentes rodoviários: Em Beja,registo de 5 acidentes rodo-viários, dos quais resultaramdanos materiais e 1 ferido grave.

incorreta utilização do cinto desegurança e/ou sistema de re-tenção para crianças; Sete poruso indevido do telemóvel noexercício da condução; Seis porfalta de seguro de responsa-bilidade civil obrigatório; Seis porinfrações relacionadas com ospneumáticos.Sinistralidade: 32 acidentes regis-tados, resultando: Um morto; Umferido grave; Oito feridos leves. 4. Fiscalização Geral: 19 au-tos de contraordenação: Quin-ze no âmbito da legislação daproteção da natureza e doambiente; Quatro no âmbito dalegislação policial.

Detenção por suspeita de trafico de estupefacientesO Comando Distrital deBeja da PSP, através da suaEsquadra de Intervenção eFiscalização Policial, no dia30 de junho de 2019, nacidade de Beja e no âmbito

de uma operação de fiscali-zação rodoviária de rotina,intercetou e procedeu à de-tenção de 1 homem, de 26anos de idade, pela suspeita daprática do crime de tráfico de

produto estupefaciente.Desta ação policial, resultouainda a apreensão de: 300(trezentas) doses de haxixe;280,00• (duzentos e oi-tenta euros); 1 canivete.

INDISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS AFETOU 3,4 MILHÕES DE UTENTES1,4 milhões teve de recorrer a consulta médica para alterar prescriçãoNos últimos 12 meses, 3,4 milhões de utentesenfrentaram algum tipo de indisponibilidade demedicamentos e mais de 370 mil utentes tiveram deinterromper tratamento por esse motivo, de acordocom um estudo realizado pelo CEFAR (Centro deEstudos e Avaliação em Saúde).A indisponibilidade de medicamentos levou 1,4milhões de utentes a recorrer a consulta médicapara alterar a prescrição. O recurso a estas consultascausou elevados custos quer para o sistema desaúde (35,3M• a 43,8M•), quer para o utente (2,1M•a 4,4M•).António Teixeira Rodrigues, diretor-executivo doCEFAR, considera que os números revelam “umproblema que se verifica um pouco por todo o Paíse de forma considerável”.

Associação Nacional de Farmácias

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04 de julho de 2019ÚLTIMA PÁGINA

Ano Jubilarda Restauração

da DioceseA Sé pacense já existiria nos princípios do século IV, mas veio aextinguir-se durante a dominação muçulmana. De 754 a 1770mediaram mil e dezasseis anos em que a diocese de Beja ficousem Bispo e foi a sua sede transferida para Badajoz, até que D.Afonso Henriques a sujeitou a Évora. O Cardeal D. Henriqueainda deu alguns passos no sentido de voltar a elevar Beja àdignidade de cidade episcopal, mas deparou-se com interessesperversos que lhe frustraram o seu intento. Só em 1770, no reinadode D. José I, o Marquês de Pombal resolveu aumentar o númerodas dioceses do Reino e, deste modo, a cidade de Beja viu realizadaa sua nobre e justa aspiração, através do Breve Apostólico AgrumUniversalis Ecclesiae de 10 de Julho de 1770, firmado pelo PapaClemente XIV.De 10 de julho próximo a 10 de julho de 2020, celebramos, portanto,250 anos de restauração da diocese de Beja. Neste Jubileu, adiocese quer fazer memória de pessoas, acontecimentos,documentos e até de objetos que se evidenciaram numa época elhe conferiram alguma particularidade. Na verdade, personalidadeshouve, entre as quais bispos de notável inteligência e grandecapacidade de discernimento, souberam cuidar dos maisvulneráveis, promover a cultura, organizar e aproveitar bem osmeios às vezes escassos, fazer o anúncio inteligente e oportunodo amor de Deus.Uma Comissão Organizadora tem vindo a preparar um programasimples e plural do qual se destacam a vertente celebrativa ecultural. Alguns peritos nas matérias programadas estãoconfirmados. Está em preparação uma exposição de peças edocumentos, que em geral estão longe do público, a realizar nosmeses de março e Abril de 2020.A partir do próximo dia 10 de Julho, vamos encontrar este anúncioem painéis expostos nas fachadas das igrejas da diocese. Ali, orosto de Cristo, desenhado através da mão artística do nossoBispo, deixa-nos este convite a fazer deste jubileu um ano degrata memória. «Vinde e vereis».

Pela Comissão OrganizadoraPe. Domingos

Rão Kyao e o Coro do Carmono Festival B

De 27 a 30 de junho decorreuem Beja o 2º Festival B, promo-vido pela Câmara Municipal.Este ano, o Festival foi dedicadoao imaginário romântico deSoror Mariana Alcoforado, noâmbito da comemoração dos350 anos da primeira edição dascélebres cinco cartas de amor,“Lettres Portuguaises”, que elaterá dirigido ao cavaleiro fran-cês Noel Bouton de Chamilly,conde de Saint-Léger, por voltade 1663.Para além de outras iniciativase atividades (que decorreramanteriormente e decorrerão atéao final do ano), na progra-mação principal, cerca de 40artistas e grupos atuaram comcatorze espectáculos de músicae dois de dança, conferências,conversas e as exposições “100passos”, (patente até ao finaldo ano), “Leonel Borrela” e“Cartas Portuguesas” (patentesaté ao final do mês). Houvetambém a criação de um filme atrês dimensões sobre MarianaAlcoforado e o documentário“Cartas”, realizados por Antó-nio Paizana e Luís Godinho.Estes espectáculos ocorreramem palcos instalados no centrohistórico da cidade, nomeada-mente no terraço e no largo doMuseu Rainha D. Leonor (anti-go convento onde viveu SororMariana Alcoforado), no Largodo Lidador, ladeado pela linda

fachada da Igreja da Sé e pelomaravilhoso castelo, com a suatorre imponente (a mais alta detodos os castelos portugueses)e no Pátio das Laranjeiras.A convite de Paulo Ribeiro

(director artístico do Festival B),teve o Coro do Carmo de Beja oprivilégio de participar nesteevento, que usou de parcerias emresidências artísticas, entre di-versos artistas em ligações porvezes improváveis e inusitadas!No caso do Coro do Carmo, aproposta foi de uma atuaçãoconjunta com o renomado artistaRão Kyao e os seus músicos, emparalelo com o competente maes-tro e organista José Filipe Guer-reiro e com o talentoso violinistabejense André Fresco.No dia 28, Sexta-feira, pelas 21

horas, acompanhado dos seusmúsicos, actuou primeiramenteRão Kyao, dominando as suasflautas de bambu como se fossemo prolongamento do seu própriocorpo, com três temas. Seguida-mente, o Coro do Carmo de Bejasubiu ao palco e nesta uníssonaparceria interpretou 3 sugestivostemas do Cancioneiro Alente-jano, em que foi solista MafaldaVasques, seguindo-se uma “can-tiga de amigo” do Cancioneirodo Palácio - um momento renas-centista que incluiu um interes-sante diálogo entre o Coro e oinstrumental - e duas cançõespopulares da Beira Alta, quasetudo com arranjos e harmoni-zações do compositor e maestrodo Coro, P. António Cartageno,com o envolvimento conjunto doCoro e de Rão Kyao e os seus

músicos. Tal como solicitado,homenageou-se Mariana e osseus sentimentos de amor, espiri-tualidade e alegria; celebrou-sea universalidade deste amor nãocorrespondido que ela tão bemsoube sublimar através das suasmaravilhosas palavras nas “Car-tas”, sendo considerada uma dasmais belas histórias de amorromântico no contexto portu-guês! Depois de uma nova inter-venção de Rão Kyao e os seusmúsicos, nada melhor para adespedida do que cantar o“Castelo de Beja”, tendo-o alimesmo à nossa frente num mara-vilhoso cenário, em noite quentede junho! As vozes do Corounidas às do vastíssimo públicoecoaram no Largo do Lidador,manifestando a alma alentejana!Muitas ovações houve ao longodo concerto, demonstrando oagrado e o encanto de todosperante o trabalho de excelênciaapresentado! Rão Kyao & Corodo Carmo de Beja! Um entro-samento que resultou magnifico!Mágico! (no dizer de PauloRibeiro).

Maria Elias

4.ª Feira | 10’JULHO | 18h00

Na Igreja Catedral de Beja

249.º Aniversárioda Restauração

da Diocese de Beja

Missa Votivaao Espírito Santo