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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola SEMEADURA CRUZADA DE SOJA EM SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO PATRÍCIA CANDIDA DE MENEZES RONDONÓPOLIS - MT 2013

SEMEADURA CRUZADA DE SOJA EM SISTEMAS DE … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

SEMEADURA CRUZADA DE SOJA EM SISTEMAS DE

MANEJO DO SOLO

PATRÍCIA CANDIDA DE MENEZES

RONDONÓPOLIS - MT

2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

SEMEADURA CRUZADA DE SOJA EM SISTEMAS DE

MANEJO DO SOLO

PATRÍCIA CANDIDA DE MENEZES

Engenheira Agrícola e Ambiental

ORIENTADORA: PROFª. DRA. ANALY CASTILHO POLIZEL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas, da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre.

RONDONÓPOLIS - MT

2013

DEDICO

As minhas filhas Ana Júlia e Maria Fernanda.

Ao meu esposo Claudiney Alves Bossa.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me abençoar em todos os momentos da minha vida. A professora Dra. Analy Castilho Polizel, pela orientação, apoio, amizade, confiança, ensinamentos, compreensão e, principalmente, pelo exemplo de vida, seriedade e competência profissional. Ao professor Dr. Antonio Renan Berchol da Silva, pela imprescindível ajuda na instalação do experimento, pela generosidade, dedicação e sabedoria transmitida. Aos professores Dra. Edna Maria Bonfim Silva e Dr. Renildo Luiz Mion, pela participação na banca examinadora, pelos conhecimentos transmitidos no decorrer do curso e pela valiosa contribuição neste trabalho. A Francielle Morelli Ferreira e Magnun Antônio Penariol, pela amizade e inestimável ajuda na instalação e condução do experimento. Aos colegas do grupo de pesquisa: Maurício, Luiz Fernando, Tássio, Débora, Andréia, Caroline, Karoline, Pedro Henrique, Lucas, Marcos e todos que me ajudaram no experimento. Ao coordenador do mestrado, Dr. Tonny José Araújo da Silva, e todos os professores que contribuem para o sucesso do curso. Aos colegas do Mestrado, pela agradável convivência. Ao colaborador Sr. João Batista Tiago Silva (in memoriam) (operador de máquinas agrícolas), pela ajuda e disposição na condução do experimento. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudo. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pela oportunidade de realização do trabalho.

SEMEADURA CRUZADA DE SOJA EM SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO

RESUMO – O grande desafio da agricultura é aumentar a produção evitando

a abertura de novas áreas. Uma alternativa é o incremento da produtividade

através da pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. O arranjo

espacial das plantas promovido pela semeadura cruzada da soja pode

contribuir para esse aumento. Diante do exposto, buscou-se com esse

trabalho avaliar o desempenho da cultura da soja semeada de forma

cruzada em sistemas de manejo do solo. O delineamento experimental foi

em parcelas subdivididas, sendo as parcelas correspondentes a sistemas de

manejo do solo e as subparcelas a formas de semeadura da soja. Cada

tratamento apresentou seis repetições. Os sistemas de manejo do solo

foram: preparo convencional, preparo reduzido e plantio direto. A semeadura

da soja foi realizada de forma convencional, com linhas paralelas, e de forma

cruzada, onde a semeadora passou duas vezes na mesma área em sentidos

perpendiculares. A cultivar utilizada foi a TMG 123 RR. As avaliações

consistiram na verificação da severidade da ferrugem asiática, caracteres

agronômicos e desempenho operacional de máquinas. A menor severidade

da ferrugem asiática foi verificada nos sistemas de plantio direto e preparo

do solo convencional com a semeadura convencional. A semeadura cruzada

da soja proporcionou maiores alturas de planta na floração, maturação e

inserção da primeira vagem, produtividade dos grãos no sistema plantio

direto e maiores consumo de combustível e demanda de energia.

Palavras-chave: Glycine max, ferrugem asiática, desempenho operacional.

SOWING CROSSED OF SOYBEAN IN SYSTEMS SOIL MANAGEMENT

ABSTRACT – The challenge is to increase agricultural production while

avoiding the opening of new areas. An alternative is to increase productivity

through research and development of new technologies. The spatial

arrangement of plants promoted by sowing crossed of soybeans may

contribute to this increase. Given the above, we sought to evaluate the

performance of soybean sown of crossed shape in tillage systems. The

experimental design was a split plot, with the corresponding portions of the

systems of tillage and subplots to sowing soybeans types. Each treatment

had six replicates. The tillage systems were: conventional tillage, reduced

tillage and no-tillage. The soybean sowing was carried out in a conventional

manner, with parallel lines, and so crossed, where the sower went twice in

the same area in perpendicular directions. The cultivar TMG 123 RR.

Evaluations consisted in checking the severity of the rust, agronomic

characteristics and operational performance of machines . The lower severity

of rust was observed in the no-tillage and conventional tillage with

conventional sowing. The sowing crossed of soybeans had higher plant

height at flowering, maturation and first pod, grain yield in no-tillage system

and demanded higher fuel consumption and energy demand.

Keywords: Glycine max, asian rust, operational performance

LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1. Precipitação pluvial referente ao período de dezembro de 2011 a abril de 2012 (Fonte: INMET, 2012)................................

27

FIGURA 2. Umidade relativa referente ao período de dezembro de 2011 a abril de 2012 (Fonte: INMET, 2012).....................................

28

FIGURA 3. Temperaturas máximas e mínimas referente ao período de dezembro de 2011 a abril de 2012 (Fonte: INMET, 2012).................................................................................................

28

FIGURA 4. Grade intermediária de arrasto modelo 16 x 28” (A). Grade leve de arrasto modelo 32 x 22” (B). Escarificador de arrasto modelo 5 x 5 hastes parabólicas e ponteiras de 8 cm de largura (C)......................................................................................

30

FIGURA 5. Trator agrícola marca Massey Ferguson modelo MF 292 TDA com 105 CV de potência no motor....................................

31

FIGURA 6. Semeadora-adubadora de precisão marca Massey Ferguson modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura espaçadas de 0,45 m....................................................

32

FIGURA 7. Vista parcial do experimento: semeadura convencional (A) e semeadura cruzada (B).....................................

33

FIGURA 8. Verificação da profundidade real de trabalho após a passagem dos equipamentos de preparo do solo...........................

37

FIGURA 9. Célula de carga com capacidade de 50 kN (A), sendo instalada entre a barra de tração do trator e o cabeçalho do

equipamento (B)...............................................................................

37

FIGURA 10. Micrologger da marca Campbell Cientific modelo CR850, utilizado para armazenar os dados gerados a campo........

38

FIGURA 11. Medidor de vazão, modelo Flowmate oval M-III (LSN41L8-M2)..................................................................................

40

FIGURA 12. Força média requerida na barra de tração (kN) (A), velocidade média de deslocamento (m s-1) (B), potência média (kW) (C), consumo médio de combustível por área (kW) (D), capacidade de campo efetiva (ha h-1) (E) e demanda de energia (kW h ha-1) (F) para realizar as operações de preparo do solo nos sistemas convencional (PC) e reduzido (PR)...................................

52

FIGURA 13. Força média requerida na barra de tração (kN) (A), velocidade média de deslocamento (m s-1) (B), potência média (kW) (C), consumo médio de combustível por área (kW) (D), capacidade de campo efetiva (ha h-1) (E) e demanda de energia (kW h ha-1) (F) nas operações de semeadura convencional e cruzada.............................................................................................

56

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1. Caracterização química do solo na profundidade de 0-0,20 m..............................................................................................

29

TABELA 2. Área abaixo da curva de progresso da ferrugem asiática em função do sistema de manejo do solo...........................

42

TABELA 3. Área abaixo da curva de progresso da ferrugem asiática em função da forma de semeadura da soja........................

42

TABELA 4. Altura das plantas na floração (APF) e maturação (APM) em função do sistema de manejo do solo............................

44

TABELA 5. Massa de 100 grãos, altura da planta na floração (APF), na maturação (APM) e inserção de primeira vagem (AIPV) em função da forma de semeadura da soja.....................................

44

TABELA 6. Produtividade de grãos (kg ha-1) em função do sistema de manejo do solo e forma de semeadura.........................

47

TABELA 7. Índice de clorofila Falker em função do sistema de manejo do solo e forma de semeadura...........................................

48

TABELA 8. Umidade do solo (%) presente nas amostras coletadas nas camadas de 0-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m...........

50

Tabela 9. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1) para

realizar as operações de preparo do solo nos sistemas convencional e reduzido...................................................................

51

TABELA 10. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1) para realizar as operações de semeadura em função do sistema de manejo do solo.................................................................................

53

TABELA 11. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1) para realizar as passadas com a semeadora...........................................

55

TABELA 12. Coeficientes de correlações entre as variáveis analisadas no experimento..............................................................

58

TABELA 13. Relação de custos referentes à semeadura da soja... 59

SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 13

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 15

2.1 Cultura da soja ............................................................................. 15

2.2 Manejo do solo.............................................................................. 16

2.2.1 Preparo convencional................................................................. 18

2.2.2 Preparo reduzido........................................................................ 19

2.2.3 Plantio direto.............................................................................. 21

2.3 Formas de semeadura................................................................. 22

2.4 Doenças da soja............................................................................ 24

2.5 Desempenho operacional de máquinas........................................ 25

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................... 27

3.1 Área experimental......................................................................... 27

3.2 Condições climáticas do local....................................................... 27

3.3 Delineamento experimental........................................................... 28

3.4 Instalação e condução do experimento......................................... 29

3.4 Avaliações..................................................................................... 33

3.5.1 Ferrugem asiática....................................................................... 33

3.5.2 Características agronômicas...................................................... 34

3.5.3 Índice de clorofila Falker............................................................ 35

3.6 Desempenho operacional de máquinas........................................ 36

3.6.1 Força média na barra de tração................................................. 37

3.6.2 Potência média na barra de tração............................................ 38

3.6.3 Velocidade média de deslocamento.......................................... 39

3.6.4 Capacidade de campo efetiva.................................................... 39

3.6.5 Consumo de combustível........................................................... 40

3.6.6 Tempo demandado.................................................................... 41

3.6.7 Demanda de energia.................................................................. 41

3.7 Análise estatística......................................................................... 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 42

4.1 Ferrugem asiática.......................................................................... 42

4.2 Características agronômicas......................................................... 44

4.3 Índice de clorofila Falker............................................................... 48

4.4 Desempenho operacional de máquinas........................................ 49

4.5 Correlações entre as variáveis...................................................... 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 59

6 CONCLUSÕES ............................................................................... 61

7 REFERÊNCIAS................................................................................ 62

13

1 INTRODUÇÃO

A soja é uma das culturas mais importantes mundialmente, ganhando

destaque devido ao seu alto teor de óleo e proteína, o que a torna

componente fundamental de diversos produtos. Segundo Urben Filho e

Souza (1993), com a crescente demanda por matéria-prima nos países

desenvolvidos, foram observados o aumento da produção e a rápida

expansão da área de cultivo desta leguminosa da região sul rumo ao

Cerrado do Brasil.

A estimativa de produção da cultura da soja no Brasil, de acordo com

Conab (2013), registra crescimento de 23,6% para a safra 2012/13, isto é,

15,68 milhões de toneladas superior à produção da safra anterior, passando

de 66,38 para 82,06 milhões de toneladas. O Estado de Mato Grosso se

mantém na primeira posição nacional, com a produção estimada em 24,16

milhões de toneladas nessa safra.

Buscando aumentar a produtividade de grãos sem a necessidade de

abertura de novas áreas, um novo arranjo espacial das plantas vem sendo

estudado atualmente. Essa técnica é a semeadura cruzada de soja, que

consiste em passar com a semeadora duas vezes na mesma área, em

sentidos perpendiculares, formando um quadriculado de linhas de

semeadura. Dessa forma, seguindo uma recomendação usual para a

cultura, ocorre uma duplicação do número de sementes por hectare, da

quantidade de adubo aplicado e do uso da máquina. Portanto, existe a

necessidade de maiores informações sobre o custo/benefício desse sistema

de semeadura.

Além do arranjo espacial das plantas, o preparo do solo influencia o

crescimento inicial das plantas, a uniformidade e a produtividade da cultura,

além de ter relação direta com o potencial de conservação do solo (SASAKI;

GONÇALVES, 2005). Os sistemas de manejo do solo podem ser divididos

em convencional, reduzido e o plantio direto. O preparo convencional, onde

tradicionalmente se utiliza de arados e grades, se caracteriza pelo intenso

revolvimento do solo com inversão de camadas, resultando em baixa ou nula

14

quantidade de palha a superfície. Técnicas que possibilitem a redução do

número dessas operações ou mesmo possibilitem a permanência mínima de

30% de cobertura vegetal sobre a superfície do solo, podem ser

consideradas como preparo reduzido ou cultivo mínimo; neste caso, o

escarificador é o equipamento mais utilizado. O plantio direto é caracterizado

pela deposição das sementes em solo sem prévio preparo e a mobilização

do solo ocorre restritamente na linha de semeadura, ocasionada pelos

mecanismos rompedores de solo da semeadora-adubadora.

Diante do exposto, buscou-se com esse trabalho avaliar o

desempenho da cultura da soja semeada de forma cruzada e convencional

em sistemas de manejo do solo, avaliando o comportamento da ferrugem

asiática, os caracteres agronômicos e o desempenho operacional das

máquinas utilizadas.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cultura da soja

A soja (Glycine max (L.) Merrill) que hoje é cultivada mundialmente, é

muito diferente dos ancestrais que lhe deram origem. Sua evolução

começou com o aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais,

entre duas espécies de soja selvagem, que foram domesticadas e

melhoradas por cientistas da antiga China. Apesar de conhecida e explorada

no Oriente há mais de cinco mil anos, o Ocidente ignorou o seu cultivo até a

segunda década do século vinte, quando os Estados Unidos (EUA) iniciaram

sua exploração comercial primeiro como forrageira e, posteriormente, como

grão (EMBRAPA, 2011).

A soja chegou ao Brasil em 1882 quando Gustavo Dutra realizou os

primeiros estudos de avaliação de cultivares na Bahia. Em 1891, testes de

adaptação de cultivares foram realizados no Instituto Agronômico de

Campinas. A soja nessa época era estudada mais como cultura forrageira. O

primeiro registro de cultivo de soja no Brasil data de 1914, no município de

Santa Rosa, RS. Mas foi a partir da década de 1960, impulsionada pela

política de subsídios ao trigo, visando auto-suficiência, que a soja se

estabeleceu como cultura economicamente importante para o Brasil. Nessa

década, a sua produção passou de 206 mil toneladas, em 1960, para 1,056

milhão de toneladas, em 1969 e 98% desse volume era produzido nos três

estados da Região Sul (EMBRAPA, 2011).

Em 1970, menos de 2% da produção nacional de soja era colhida no

Centro-Oeste. Em 1980, esse percentual passou para 20%, em 1990 já era

superior a 40% e em 2003 foi próximo dos 60%, ocupando maior espaço a

cada nova safra. Essa transformação promoveu o Estado do Mato Grosso,

de produtor marginal a líder nacional de produção e de produtividade de soja

(EMBRAPA, 2011).

Durante o período compreendido entre 1961 e 2007, a produção

mundial da cultura da soja cresceu aproximadamente 800%. Nesse período

16

a produção passou de 27,4 milhões de toneladas para 217,6 milhões de

toneladas. A maior parte desse crescimento da produção foi devida ao

aumento da área plantada que passou de 24 milhões de hectares (1961 a

1963) para 94,1 milhões de hectares (2005 a 2007). Enquanto a

produtividade média subiu de 1,14 toneladas por hectare para 2,31

toneladas por hectare no mesmo período (FUNDAÇÃO MT, 2009).

Na safra 2012/13 a produção nacional estimada em 82,06 milhões de

toneladas foi 23,6%, ou 15,68 milhões de toneladas superior ao volume

produzido na safra anterior. Esse crescimento se deve ao aumento da área

de semeadura e também à recuperação da produtividade nos estados da

Região Sul e de Mato Grosso do Sul, que na safra anterior foi severamente

prejudicada pelas chuvas irregulares e estiagens prolongadas. A área

estimada em 27,65 milhões de hectares foi 10,4%, ou 2,6 milhões de

hectares superior aos 25,04 milhões de hectares cultivados na safra anterior.

O maior incremento foi observado no estado do Mato Grosso, onde se prevê

um ganho de 837,7 mil hectares, passando de 6,98 milhões de hectares

cultivados em 2011/12, para 7,82 milhões na safra 2012/13 (CONAB, 2013).

O United States Department of Agriculture (USDA) retificou a

produção brasileira na safra 2012/13 de soja de 82,50 para 83,50 milhões de

toneladas enquanto os Estados Unidos manteve a produção em 82,06

milhões de toneladas. Com isso, o Brasil passa a ser considerado como

primeiro produtor e exportador mundial do grão (RURAL CENTRO, 2013;

EXAME, 2013)

2.2 Manejo do solo

O uso e manejo adequado do solo devem proporcionar condições

favoráveis para a germinação de sementes, crescimento das raízes e

também deve colocar a disposição das culturas, a água e os nutrientes que

necessitam, além de contribuir para o controle de pragas, doenças e plantas

daninhas (TAVARES et al., 2012).

17

O preparo do solo visa à melhoria das suas condições físicas,

químicas e biológicas. Objetivando com isso uma boa emergência e

desenvolvimento das plantas. Os diferentes sistemas de preparo do solo

podem interferir na produtividade das culturas e no uso de energia, o que

pode ocasionar variação nos custos de produção (TAVARES et al., 2012).

O preparo de solo é dividido em inicial e periódico, sendo o inicial

utilizado em abertura de áreas e caracterizado pelo uso de correntão,

lâminas, rolo faca e moto serra. O preparo periódico representa um conjunto

de operações de movimentação do solo com a finalidade de proporcionar

condições favoráveis para o desenvolvimento das culturas (CAMARA, 2006).

A American Society of Agricultural Engineers – ASAE (1982) define

operação de preparo como sendo a manipulação mecânica do solo pela

ação dos órgãos ativos dos equipamentos, com o objetivo de fornecer

condições mínimas necessárias para o desenvolvimento e a produção das

culturas. Segundo Balastreire (1987), o preparo periódico envolve diversas

operações de movimentações do solo para a instalação periódica de

culturas, sendo dividido em sistema convencional e conservacionista, com o

convencional dividido em primário e secundário e o conservacionista em

reduzido e plantio direto.

Gamero (1991) considera que na agricultura mecanizada, o preparo

do solo é operação básica, caracterizada por objetivos complexos, elevado

número de métodos e grande diversidade de opiniões.

O preparo do solo tem como finalidade a mobilização,

destorroamento, controle de plantas daninhas, incorporação de restos

vegetais, corretivos e agrotóxicos, proporcionando, assim, condições

favoráveis para a semeadura, cultivos, adubação e também compactação

desejável para o desenvolvimento radicular das plantas (HADAS et al.,

1985). Hakanson (1994) afirma que o preparo do solo é um dos

componentes mais importantes do custo de produção e influencia a maioria

das propriedades físicas e químicas do solo, afeta os processos biológicos e

condiciona o estabelecimento e a produção das plantas cultivadas.

18

A escolha de um sistema de manejo é dificultada principalmente

devido às variações dos diversos tipos de solos, teores de água, coberturas

vegetais sobre a superfície, culturas a serem implantadas, níveis

tecnológicos e método de conservação, dentre outras variáveis (FURLANI,

2000). A mecanização agrícola é um importante componente na maioria das

estratégias de desenvolvimento rural e no aumento da produtividade da

mão-de-obra. No entanto, sua introdução maciça, sem qualquer adaptação

prévia, aos diferentes tipos de solos, pode ocasionar rápida e contínua

degradação desse recurso natural (SIQUEIRA, 1999).

2.2.1 Preparo Convencional

O sistema convencional caracteriza-se por operações de total

mobilização do solo, eliminando a cobertura vegetal da superfície (CASTRO

FILHO et al., 1991). Benez (1972) cita que a principal característica do

preparo convencional é o alto grau de mobilização e desagregação a que o

solo é submetido com o intuito de obter uma semeadura sem obstáculos,

porém, possui o inconveniente de compactar o solo, destruir-lhe a estrutura,

reduzir a infiltração, aumentar a erosão, favorecer o crescimento de plantas

daninhas e, principalmente, proporcionar alto custo quando comparado aos

sistemas de cultivo mínimo.

As operações de mobilização do solo representam, na utilização do

trator em sistemas agrícolas tradicionais, uma das atividades com custos

energéticos mais elevados. A sustentabilidade desses sistemas exige uma

gestão adequada dos recursos, com redução importante dos custos de

produção das culturas, principalmente em relação aos associados com o

consumo de combustível. Além do correto dimensionamento do conjunto

trator implemento, é fundamental escolher o momento adequado para

intervir no solo e garantir regulagens corretas do regime do motor, da

relação de transmissão da caixa de velocidades, da pressão de insuflagem

dos pneus e do lastro do trator (SERRANO, 2007).

19

De acordo com Machado et al. (1996), o preparo convencional se

divide em preparo primário, caracterizado pelas operações iniciais de

mobilização da camada de solo na qual desenvolverão as raízes das

plantas, proporcionando a criação de melhores condições físicas e químicas

para o crescimento delas, podendo ser executadas por arados (aivecas ou

discos), escarificadores ou grades pesadas; já o preparo secundário visa o

destorroamento e nivelamento da camada de solo que já sofreu o preparo

primário, a fim de facilitar a semeadura, sendo utilizados, neste caso, grades

(dentes ou discos) e em alguns casos, os rolos destorroadores e enxadas

rotativas.

Reis et al. (2007), não observaram diferença significativa nas

características agronômicas da soja ao analisarem o efeito de diferentes

sistemas de manejo do solo (plantio direto, preparo convencional e reduzido)

na cultura da soja em LATOSSOLO Vermelho Eutroférrico.

Avaliando perdas de solo e de água e infiltração de água em

LATOSSOLO Vermelho sob sistemas de manejo do solo, Panachuki et al.

(2011), observaram maiores perdas de solo e de água e menores taxas de

infiltração nos tratamentos do preparo com grade aradora.

2.2.2 Preparo Reduzido

O preparo reduzido do solo é considerado conservacionista e este é

qualquer sistema que reduza a perda de solo e água, quando comparado

com o preparo convencional (MEYER; MANNERING, 1967). Segundo

Allmaras e Dondy (1985), a permanência de 30% de resíduos vegetais na

superfície do solo em épocas mais sujeitas a erosão, podem ser

considerados como métodos de preparo conservacionistas. Lopes et al.

(1987) mostraram que 20% de cobertura vegetal foram suficientes para

reduzir as perdas de solo ao redor de 50% em relação às perdas ocorridas

em solo descoberto. Dallmeyer (1994) cita que o preparo reduzido, por não

inverter as leivas do solo, proporciona menor incorporação de resíduos

20

vegetais com menor número de operações, sendo vantajoso em relação aos

sistemas convencionais em função dos menores custo de preparo e perdas

de solo e água.

Segundo Furlani et al. (2003), o preparo reduzido implica na redução

das operações de preparo do solo. Está bastante difundido no Brasil, sendo

realizado por meio do uso de escarificadores, normalmente equipados com

discos de corte na frente de cada haste, para trabalhos em solos com palha

na superfície. O equipamento possui também um rolo destorroador, que tem

por função diminuir o tamanho dos torrões e nivelar o solo para a

semeadura, tornando-se um equipamento conjugado, que realiza mais de

uma operação em cada passagem.

Figueiredo e Magalhães (1992) consideram o escarificador como um

equipamento adequado para o preparo reduzido do solo, com menor

revolvimento e incorporação de restos vegetais de culturas, protegendo sua

superfície e melhorando a infiltração de água.

A distinção entre subsolagem e escarificação tem sido vinculada

especialmente à profundidade de trabalho. Silveira (1988) considera que a

operação deve atingir profundidade superior aos 0,30-0,35 m para ser

considerada subsolagem.

As operações de escarificação e subsolagem podem ser descritas

como a ação de uma ferramenta estreita que rompe camadas adensadas ou

compactadas de solo, com o objetivo de diminuir sua resistência à

penetração de raízes, aumentar a aeração e a drenagem interna do solo, de

modo a diminuir o escoamento superficial e o tempo de encharcamento

(GROTTA et al., 2004; TAYLOR; BELTRAME, 1980). A subsolagem é uma

prática de cultivo em profundidade que serve para tornar soltas as camadas

compactadas, sem, entretanto, causar inversão das camadas de solo,

devendo somente ser recomendada quando houver uma camada muito

endurecida, em profundidades não atingidas por outros implementos

(CAMARGO; ALLEONI 1997).

Estudando o efeito de sistemas de manejo do solo e espaçamentos

entre linhas sobre cultivares de milho, Silva (2004), verificou o que sistema

21

de preparo reduzido apresentou maiores valores de diâmetro médio

geométrico dos agregados, área de solo mobilizado, capacidade de campo

efetiva e consumo horário de combustível e, menores valores de tempo

demandado, uso específico de energia e consumo de combustível por área.

2.2.3 Plantio Direto

O sistema plantio direto consolidou-se como uma tecnologia

conservacionista largamente aceita entre os agricultores, havendo sistemas

adaptados a diferentes regiões e níveis tecnológicos. Esse sistema de

produção requer cuidados na sua implantação, mas depois de estabelecido,

seus benefícios se estendem não apenas ao solo, mas, também, ao

rendimento das culturas e a competitividade dos sistemas agropecuários

(CRUZ et al., 2006).

O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista na qual

procura-se manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e

por resíduos vegetais. Essa cobertura tem por finalidade protegê-lo do

impacto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões

hídrica e eólica (CRUZ et al., 2006).

A presença de cobertura vegetal é uma das formas de conservação e

restituição da fertilidade do solo. Quando comparada com uma área

descoberta, apresenta inúmeras vantagens, entre as quais, diminui o

processo erosivo, atua como isolante térmico, apresenta efeito alelopático,

aumenta a infiltração e contribui para a manutenção e aumento do teor de

matéria orgânica no solo (CALEGARI, 1989).

Segundo Derpsch et al. (1991), o plantio direto é, em comparação

com outros métodos de preparo do solo, o único em que a energia do

impacto das gotas de chuva é amortecida pela camada de cobertura morta e

em que a erosão do solo é controlada eficazmente. A proporção de água da

chuva que infiltra no solo é decisiva para o controle do processo de erosão.

22

Quanto maior for a infiltrabilidade do solo, tanto menor será o escorrimento

superficial que normalmente é o maior responsável pela erosão.

Devido à drástica redução da erosão, reduz o potencial de

contaminação do meio ambiente e dá ao agricultor maior garantia de renda,

pois a estabilidade da produção é ampliada, em comparação aos métodos

tradicionais de manejo de solo. Por seus efeitos benéficos sobre os atributos

físicos, químicos e biológicos do solo, pode-se afirmar que o sistema plantio

direto é uma ferramenta essencial para se alcançar a sustentabilidade dos

sistemas agropecuários (CRUZ et al., 2006).

Estudando a influência de sistemas de manejo do solo na demanda

energética e características agronômicas de cultivares de soja, Tavares et al.

(2012) verificaram que o sistema plantio direto resultou em maior

produtividade de grãos que o preparo convencional e o preparo reduzido.

2.3 Formas de semeadura

A qualidade da semeadura é função, entre outros fatores, do tipo de

semeadora, especialmente o tipo de dosador de semente, do controlador de

profundidade e do compactador de sulco. O espaçamento entre fileiras mais

indicado para cultura da soja é de 0,40 a 0,50 m. Espaçamentos mais

estreitos que 0,40 m resultam em fechamento mais rápido da cultura,

contribuindo para o controle das plantas daninhas, mas não permitem a

realização de operações de cultivo entre fileiras (EMBRAPA, 2011).

As condições do meio onde as plantas irão se desenvolver são

fundamentais para expressar o potencial produtivo das cultivares. Alterações

na população de plantas influenciam na produtividade, pois essa

característica é consequência da densidade das plantas nas linhas e do seu

espaçamento entre as linhas. As plantas devem estar distribuídas

uniformemente na área. Para se obter maior produtividade de grãos e

adaptação à colheita mecanizada, o espaçamento entre as linhas e a

densidade de plantas nas linhas podem ser manipulados, com a finalidade

23

de estabelecer o arranjo espacial mais adequado (LIMA, 2012; ENDRES,

1996; EGLI , 1994).

Trabalhando com espaçamento, densidade e uniformidade de

semeadura sobre a produtividade da soja, Tourino et al. (2002) verificaram

que a produtividade da soja aumenta com a redução do espaçamento entre

linhas aliado à redução da densidade de plantas nas linhas. O espaçamento

de 0,45 m com a densidade de 10 plantas m-1 proporcionaram melhor

distribuição das plantas na área. Nas menores densidades, as plantas são

mais baixas, acamam menos, e apresentam maior porcentagem de

sobrevivência O aumento da uniformidade de espaçamento entre plantas

dentro das linhas contribui para a redução do acamamento, e para o

aumento da produtividade da soja.

Lima et al. (2012), ao avaliarem a produtividade de grãos e a

severidade da ferrugem asiática na cultura da soja submetida a diferentes

densidades de semeadura e adubação de plantio, em linhas de semeadura

convencional e cruzada, verificaram que a maior população de plantas da

semeadura cruzada foi decisiva para a maior produtividade de grãos. Os

autores afirmam que esses resultados são indicativos de que é possível

aumentar a produtividade da cultura com o manejo de densidade em linhas

cruzadas, já que muitos outros fatores ainda podem ser testados no sistema.

Procópio et al. (2012), avaliando o sistema de semeadura cruzada da

soja, observaram que o crescimento e a produtividade de grãos da cultivar

de soja de hábito indeterminado BRS 359 RR não foi afetada pelo plantio

cruzado, o qual reduziu a densidade de plantas na colheita.

Câmara et al. (2012), estudaram três arranjos espaciais na cultura da

soja e afirmaram que o maior crescimento e produtividade de lavouras de

soja, nos espaçamentos com fileiras cruzadas e em fileiras duplas se deve,

principalmente, ao fechamento mais rápido da copa, lançando essas

lavouras mais precocemente na fase de crescimento máximo.

24

2.4 Doenças da soja

As doenças da cultura da soja podem ser consideradas os principais

fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos. A importância

econômica de cada uma varia de ano para ano e de região para região,

dependendo das condições climáticas de cada safra (FURLAN, 2011).

Como toda cultura exótica, a soja iniciou sua expansão com excelente

sanidade, nos principais países produtores do Cone Sul (Brasil, Argentina e

Bolívia). Porém, com poucos anos de cultivo comercial, as doenças

começaram a aparecer, passando a representar um dos principais fatores

limitantes ao aumento e à estabilidade do rendimento. Atualmente, no Brasil,

cerca de 50 doenças são listadas na soja (YORINORI, 2002).

A grande expansão da área cultivada no mundo proporcionou

aumento do número e severidade das doenças que afetam a soja. Entre as

principais doenças destaca-se a ferrugem asiática da soja causada pelo

fungo P. pachyrhizi (EMBRAPA, 2008).

A ferrugem asiática foi constatada pela primeira vez, no Continente

Americano, no Paraguai, em 5 de março e no Estado do Paraná, em 26 de

maio de 2001 (EMBRAPA, 2008). Nessa safra, 2001/02, a ferrugem atingiu

cerca de 60% da área brasileira de soja (YORINORI; LAZZAROTTO, 2004).

Segundo Fundação MT (2009), na safra 2007/08, exceto por algumas

regiões, a ferrugem apresentou a menor severidade desde 2002/03. A

obediência ao período do vazio sanitário, a predominância de cultivares

precoces e o melhor monitoramento da doença permitiram maior eficiência

do controle, reduzindo em média, em até uma aplicação de fungicida.

A importância da ferrugem asiática no Brasil pode ser avaliada pela

sua rápida expansão, virulência e pelo montante de perdas causadas. As

perdas registradas podem atingir níveis elevados, entre 30 a 90%, em

função do estádio em que afeta as plantas e do nível de severidade, o qual

está relacionado principalmente à suscetibilidade da cultivar e das condições

climáticas (FURLAN, 2011).

25

Testando densidades de semeadura e adubação em linhas

convencionais e cruzadas sobre a produtividade de grãos e a severidade da

ferrugem asiática na cultura da soja, Lima et al. (2012) verificaram que a

severidade da ferrugem asiática foi significativamente superior em plantas

cultivadas em linhas cruzadas do que em linhas paralelas.

2.5 Desempenho operacional de máquinas

A utilização adequada de máquinas e equipamentos agrícolas

melhora a eficiência operacional, aumenta a capacidade efetiva de trabalho,

facilita as tarefas, possibilita a expansão das áreas de cultivo, proporciona

melhores produtividades e permite atender ao cronograma de atividades em

um tempo hábil (MODOLO, 2003).

Em virtude do grande número de fatores que influenciam no

desempenho energético de conjuntos motomecanizados como

trator/semeadora e da complexidade de suas interações, há a necessidade

de estudos específicos visando identificar as demandas energéticas dos

diversos componentes e dos mecanismos de ação (BORTOLOTTO et al.,

2006).

Um sistema de medição de parâmetros físicos do desempenho de

tratores agrícolas depende, fundamentalmente, do tipo de sensores que o

constitui. Os sistemas mais habituais, de concepção relativamente simples,

normalmente de custo reduzido, e desenvolvidos de forma a permitir fácil

adaptação a qualquer trator em condições de trabalho muito diversas, têm

como sensores: radar, célula de carga, medidor de fluxo de combustível e

sensores de proximidade (SERRANO, 2007).

A estrutura de um sistema de aquisição de dados inclui, além dos

sensores, uma unidade de tratamento e condicionamento de sinal, ligada por

interface a um sistema de armazenamento e tratamento dos dados. Os

principais aspectos investigados são a determinação da força de tração

requerida pelos implementos de mobilização do solo e a energia envolvida

26

nos diferentes sistemas de preparação do solo, para instalação das culturas.

A base de dados criada nesses estudos permite o apoio à tomada de

decisão do agricultor, no que se refere ao dimensionamento do conjunto

trator-implemento, e a avaliação global do desempenho do trator

(SERRANO, 2007).

Hunt (1986) afirma que a área coberta por unidade de tempo é uma

forma de identificar a capacidade operacional de um implemento. Entretanto,

o consumo de energia serve para caracterizar economicamente uma

operação de preparo, bem como a fonte de potência. Assim, é possível

expressar a quantidade total de energia consumida por um conjunto

máquina-implemento em várias operações necessárias na atividade

agropecuária.

Levien et al. (2003), ao avaliarem o desempenho operacional dos

métodos de preparo de solo, observaram que a capacidade operacional no

preparo reduzido do solo (escarificação) foi três vezes maior, bem como

demandou 21% menos potência e 52% menos combustível, por área

trabalhada, quando comparado com o preparo convencional.

Rodrigues e Gamero (2006), comparando sistemas de manejo do solo

e coberturas vegetais, através da capacidade de campo efetiva, consumo

horário e operacional de combustível, verificaram que o sistema semeadura

direta foi o que apresentou os melhores índices, independentemente das

coberturas vegetais estudadas.

De acordo com Serrano (2007) a avaliação energética pode ser

realizada com base na medição do consumo de combustível por hectare,

principal indicador técnico de referência na avaliação da eficiência de

utilização do trator agrícola, uma vez que traduz o envolvimento das diversas

variáveis que condicionam o rendimento global da transformação do

combustível fornecido ao motor em trabalho útil realizado pelo implemento.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área experimental

O experimento foi realizado no campo experimental do Instituto de

Ciências Agrárias e Tecnológicas

Campus de Rondonópolis. A

coordenadas 16°28’15”

média de 284 metros.

LATOSSOLO Vermelho

As parcelas experimentais vinham sendo cultivadas

de manejo do solo

desde 2009 com as culturas de crambe e milheto.

3.2 Condições climáticas do local

Os dados de precipitação pluvial, umidade relativa e temperaturas

máximas e mínimas, obtidos na Estação Meteorológica do Campus

Universitário de Rondonópolis

respectivamente.

FIGURA 1. Precipitação pluvial abril de 2012 (Fonte: INMET, 2012)

0

50

100

150

200

250

300

350

Pre

cip

itaç

ão (

mm

)

MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área experimental

experimento foi realizado no campo experimental do Instituto de

Ciências Agrárias e Tecnológicas, da Universidade Federal de Mato

Campus de Rondonópolis. A localização geográfica está definida

16°28’15” latitude sul, 54°38’08” longitude

metros. O experimento foi conduzido em área de

LATOSSOLO Vermelho no período de outubro de 2011 a abril de 2012.

As parcelas experimentais vinham sendo cultivadas no

(preparo reduzido, preparo convencional e plantio direto

2009 com as culturas de crambe e milheto.

3.2 Condições climáticas do local

Os dados de precipitação pluvial, umidade relativa e temperaturas

máximas e mínimas, obtidos na Estação Meteorológica do Campus

Universitário de Rondonópolis – UFMT, foram dispostos nas Figuras

recipitação pluvial referente ao período de dezembro de 2011 a (Fonte: INMET, 2012).

27

experimento foi realizado no campo experimental do Instituto de

da Universidade Federal de Mato Grosso,

ção geográfica está definida nas

tude oeste e altitude

foi conduzido em área de

de 2011 a abril de 2012.

nos três sistemas

convencional e plantio direto)

Os dados de precipitação pluvial, umidade relativa e temperaturas

máximas e mínimas, obtidos na Estação Meteorológica do Campus

UFMT, foram dispostos nas Figuras 1, 2 e 3,

de dezembro de 2011 a

FIGURA 2. Umidadeabril de 2012 (Fonte: INMET, 2012).

FIGURA 3. Temperdezembro de 2011 a abril de 2012

3.3 Delineamento experimental

O delineamento experimental foi de blocos casualizados,

esquema de parcela subdividida

sistemas de manejo

plantio direto) sendo constituídas de uma área de 40 m² (4 m de largura e 10

82

84

86

88

90

92

94

Um

idad

e R

elat

iva

(%)

05

10152025303540

Tem

per

atu

ra (°C

)

midade relativa referente ao período de dezembro de 2011 a (Fonte: INMET, 2012).

Temperaturas máximas e mínimas referente ao períododezembro de 2011 a abril de 2012 (Fonte: INMET, 2012).

Delineamento experimental

O delineamento experimental foi de blocos casualizados,

esquema de parcela subdividida. As parcelas corresponde

manejo do solo (preparo convencional, preparo reduzido e

plantio direto) sendo constituídas de uma área de 40 m² (4 m de largura e 10

Temperatura máxima Temperatura mínima

28

dezembro de 2011 a

máximas e mínimas referente ao período de

O delineamento experimental foi de blocos casualizados, em

corresponderam a três

(preparo convencional, preparo reduzido e

plantio direto) sendo constituídas de uma área de 40 m² (4 m de largura e 10

29

m de comprimento), as quais foram divididas em subparcelas com duas

formas de semeadura da soja (semeadura convencional e cruzada)

formando unidades experimentais de 20 m² (4 m x 5 m). Cada tratamento

apresentou seis repetições. Como área útil foram consideradas as três linhas

centrais (1,35 m) descontando 0,5 m das extremidades como bordadura,

perfazendo uma área de 5,4 m².

3.4 Instalação e condução do experimento

A partir do resultado da análise química do solo na profundidade de 0-

0,20 m (Tabela 1) e com base no requerimento nutricional da cultura, foram

feitas as recomendações de calagem e adubação de acordo com Ribeiro et

al. (1999).

TABELA 1. Caracterização química do solo na profundidade de 0-0,20 m

Amostra pH P K Ca Mg H CTC V% M.O.

CaCl2 mg dm-3 cmolc dm-3 % g dm-3

PC 5,2 3,7 116 1,5 1,0 2,5 5,3 52,7 20,0

PD 5,1 4,3 57 1,4 1,0 2,9 5,4 46,9 20,6

PR 5,0 3,3 97 1,4 0,9 3,0 5,6 46,0 20,6

PC = Preparo convencional, PD = Plantio direto e PR = Preparo reduzido,.

A correção do solo foi realizada com calcário dolomítico (PRNT

80%), com elevação de saturação por bases para 60%. A adubação foi

realizada no momento da semeadura utilizando 120 Kg ha-1 de P2O5 na

forma de superfosfato s imples e 40 Kg ha-1 de K2O na forma de

cloreto de potássio para a semeadura convencional e o dobro dessa

30

quantidade para a semeadura cruzada devido às duas passadas da

semeadora/adubadora na mesma área. Antes da semeadura procedeu-se a

inoculação das sementes com inoculante Noctin A, na proporção 5 x 106

células viáveis ml-1 de Bradyrhizobium por semente, utilizando 150 ml para

50 Kg de semente. As sementes foram tratadas com fungicida

Carboxin+Thiran SC (0,3 L de produto para 100 Kg de sementes).

No sistema de preparo convencional do solo foram realizadas duas

gradagens intermediárias e duas gradagens leves; no sistema de preparo

reduzido foi realizada uma escarificação e no sistema plantio direto apenas a

semeadura direta.

Os equipamentos utilizados no preparo de solo foram: grade

intermediária, de arrasto com controle remoto para transporte, marca Piccin,

modelo 16 x 28”; com largura de trabalho de 2.00 m (Figura 4 A) e grade

leve da marca Köhler, modelo 32 x 22”; com largura de trabalho de 2.75 m

(Figura 4 B), ambas utilizadas no preparo convencional; escarificador de

arrasto marca Köhler, modelo 5 x 5 com hastes parabólicas, largura teórica

de trabalho de 1.80 m; ponteiras de 8 cm de largura, equipado com discos

de corte de palha e rolo destorroador traseiro (Figura 4 C), utilizado no

preparo reduzido.

FIGURA 4. Grade intermediária de arrasto modelo 16 x 28” (A). Grade leve

de arrasto modelo 32 x 22” (B). Escarificador de arrasto modelo 5 x 5 hastes

parabólicas e ponteiras de 8 cm de largura (C).

Para formação de cobertura vegetal utilizou-se a cultura do milheto,

semeada a lanço no mês de outubro de 2011, que foi dessecada aos 60 dias

A B C

31

após a semeadura, com 4 L ha-1 glifosato, para formação da palhada nos

sistemas de preparo reduzido e plantio direto. No sistema de preparo

convencional, o milheto foi incorporado ao solo com as operações de

gradagem.

Utilizou-se um trator agrícola da marca Massey Ferguson, modelo MF

292 TDA com 105 CV de potência no motor (Figura 5) para tracionar os

equipamentos agrícolas nas operações de gradagem intermediária,

gradagem leve, escarificação do solo e semeadura da soja .

FIGURA 5. Trator agrícola modelo MF 292 TDA com 105 CV de potência no

motor.

Foi utilizada uma semeadora adubadora de precisão, marca Massey

Ferguson, modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura

espaçadas de 0,45 m; distribuição de sementes tipo disco horizontal,

distribuição de adubo tipo rosca sem-fim, profundidade de trabalho regulável

com duas rodas limitadoras por linha; duas rodas compactadoras em forma

de “V” para fechamento de sulco e compactação lateral da semente, com

ação de mola e regulagem do ângulo de abertura; disco de corte liso

32

colocado à frente de cada linha de semeadura; mecanismos sulcadores tipo

haste para adubo e discos duplos desencontrados para sementes (Figura 6).

FIGURA 6. Semeadora-adubadora de precisão marca Massey Ferguson

modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura espaçadas de

0,45 m.

A semeadura da soja, realizada no dia 5 de janeiro de 2012, foi feita

de forma convencional (Figura 7 A), com linhas paralelas e espaçamento de

0,45 m, e de forma cruzada (Figura 7 B), onde a semeadora passou duas

vezes na mesma área em sentidos perpendiculares, com o mesmo

espaçamento. Foi semeada a cultivar TMG 123 RR com densidade de 33 e

66 plantas m-2 na semeadura convencional e cruzada, respectivamente.

O controle de plantas daninhas foi feito com capinas manuais e

aplicações de herbicida glifosato (4 L ha-1). Utilizou-se o inseticida

Deltamethrina EC (0,4 L ha-1) para controle de pragas incidentes. Foram

realizadas duas aplicações de fungicida (Azoxistrobina + Ciproconazol) na

dose de 0,3 L ha-1, sendo a primeira aplicação realizada no estádio de

desenvolvimento R1 (início da floração) e a segunda 15 dias depois, para o

controle da ferrugem asiática.

33

FIGURA 7. Vista parcial do experimento: semeadura convencional (A) e

semeadura cruzada (B).

3.5 Avaliações

3.5.1 Ferrugem asiática

As avaliações da ferrugem asiática foram realizadas através da

contagem do número de pústulas por centímetro quadrado, realizadas no

folíolo central no terço médio de três plantas por parcela, com auxílio de uma

lupa, e da severidade na planta, na qual foram atribuídas notas utilizando a

escala visual para severidade de doenças conforme recomendações de

Juliatti e Santos (1999), variando de 1 a 5, onde: 1: ausência de sintomas

nas folhas; 2: doença presente nas folhas baixeiras, com até 25 % da área

foliar atingida; 3: doença presente até o terço médio, com até 50 % de área

foliar doente; 4: doença presente até o terço superior com até 75 % de área

foliar doente e 5: doença atingindo toda a parte aérea, ou seja, 100 % área

foliar doente. As avaliações iniciaram-se aos 41 dias após a semeadura e

foram realizadas quinzenalmente totalizando quatro avaliações.

Após obtenção dos dados, calculou-se a área abaixo da curva de

progresso da doença (AACPD), sendo que esta foi usada para descrever a

epidemia. Neste caso, baseando-se em avaliações de severidade e número

de pústulas por unidade foliolar, pode-se estabelecer uma curva da doença

A B

34

quantificada “versus” tempo. Segundo Shanner e Finley (1977), a AACPD

pode ser calculada pela fórmula:

AACPD = ∑[(Yi – Yi + 1)/2 x (Ti + 1 – Ti)]

em que:

Yi = Proporção da doença na i-ésima observação;

Ti = tempo (dias) na i-ésima observação e;

N = número total de observações.

A AACPD foi padronizada dividindo-se o valor da área abaixo da

curva de progresso pelo tempo (Tn-T1) da epidemia (FRY, 1977). Todo o

procedimento para obtenção da AACPD foi realizado através do programa

AVACPD, da Universidade Federal de Viçosa.

3.5.2 Características agronômicas

As avaliações referentes às características agronômicas foram

realizadas mediante observações visuais, medições com réguas graduadas

em milímetros nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura e

pesagem. Os caracteres avaliados foram:

Altura das plantas na floração (APF): determinada pela distância em

cm, a partir da superfície do solo até a extremidade do caule principal

quando 50% das plantas da parcela útil apresentam pelo menos uma flor

aberta (estádio R1);

Altura das plantas na maturação (APM): determinada pela distância

em cm, a partir da superfície do solo até a extremidade do caule principal

quando as plantas se encontravam no estádio reprodutivo R8;

35

Altura de inserção da primeira vagem (AIPV): determinada pela

distância em cm, a partir da superfície do solo até a inserção da primeira

vagem.

Produtividade de grãos: as plantas da área útil de cada parcela foram

trilhadas, em máquina trilhadora estacionária, e os grãos pesados. Os dados

obtidos (gramas por parcela) foram transformados para Kg ha-1, sendo o teor

de água dos grãos corrigido para 13%.

Massa de cem grãos: determinada por meio da pesagem de quatro

amostras de cem grãos, para cada parcela.

3.5.3 Índice de Clorofila Falker

O índice Falker (determinação indireta do teor de clorofila) presente

nas folhas foi avaliado utilizando-se um medidor eletrônico (ClorofiLOG –

CFL 1030). As medições consistiram na verificação de três pontos por folha

no terço médio da planta e três plantas por parcela, totalizando nove pontos

de avaliações por parcela. Os dados obtidos no aparelho foram transferidos

para o programa Clorofilog que forneceu as médias para serem analisadas e

comparadas estatisticamente.

3.6 Desempenho operacional de máquinas

As avaliações de desempenho operacional de máquinas foram

realizadas em área, com condições similares, próxima ao experimento,

apresentando maior dimensão para atender as necessidades mínimas

exigidas nesse tipo de ensaio.

Em todas as parcelas, procurando-se estabilizar as determinações, o

trator de teste iniciava o movimento antes da primeira baliza. Quando o

referencial do trator, centro do rodado traseiro, coincidia com a primeira

baliza, era acionado o sistema de aquisição de dados. O procedimento era

36

interrompido quando se decorriam 50 m de comprimento, ou seja, centro do

rodado traseiro na segunda baliza.

Durante as operações foram coletadas amostras de solo, cuja

finalidade foi avaliar o teor de água em função do sistema de manejo do

solo. Nessa avaliação, retiraram-se amostras nos perfis de solo de 0-0,10,

0,10-0,20 e 0,20-0,30 m de profundidade. O método de determinação

utilizado foi o gravimétrico-padrão, colocando-se o solo para secagem até

massa constante, em estufa regulada à temperatura de 105 oC.

Foi verificada a profundidade real de trabalho dos equipamentos de

preparo do solo logo após a passagem de cada um deles. Utilizou-se uma

trena graduada em milímetros para medir a profundidade do solo mobilizado

e uma estaca de madeira posicionada sobre o solo em sentido perpendicular

a trena (Figura 8).

FIGURA 8. Verificação da profundidade real de trabalho após a passagem

dos equipamentos de preparo do solo.

3.6.1 Força média na barra de tração

A força média de tração exercida na barra do trator foi determinada de

forma direta pela célula de carga (Figura 9A), instalada entre a barra de

37

tração e o cabeçalho do equipamento (Figura 9B) e conectada a um

micrologger da marca Campbell Cientific modelo CR850 para registrar os

dados gerados a campo (Figura 10).

FIGURA 9. Célula de carga com capacidade de 50 kN (A), sendo instalada

entre a barra de tração do trator e o cabeçalho do equipamento (B).

FIGURA 10. Micrologger da marca Campbell Cientific modelo CR850,

utilizado para armazenar os dados gerados a campo.

A B

38

3.6.2 Potência média na barra de tração

A potência média na barra de tração foi determinada de forma

indireta, utilizando-se da seguinte equação:

09771,367

VmFmPm

×=

em que,

Pm = potencia média (kW);

Fm = força média (Kgf);

Vm = velocidade média (Km h-1);

367,09771 = constante de multiplicação.

3.6.3 Velocidade média de deslocamento

A velocidade de deslocamento dos conjuntos mecanizados foi

determinada indiretamente através da freqüência de aquisição na distância

da parcela (50 m), utilizando-se a seguinte equação:

6,3xT

DVm =

em que,

Vm = velocidade média (Km h-1);

D = espaço percorrido na parcela (50 m);

T = tempo de percurso (s).

39

3.6.4 Capacidade de campo efetiva

A capacidade de campo efetiva foi estabelecida com base na largura

de trabalho real do equipamento e na velocidade real de deslocamento do

conjunto (trator + equipamento). A largura de trabalho real foi feita com a

média de três passadas do conjunto, sendo a mesma medida com trena

graduada em milímetro. Para o cálculo da capacidade de campo efetiva,

utilizou-se da seguinte equação:

10

vLCCe

×=

em que:

CCe - Capacidade campo efetiva do conjunto (ha h-1);

L - largura real de trabalho do equipamento (m);

v- velocidade de deslocamento do conjunto dentro da parcela (km h-1).

3.6.5 Consumo de combustível

Para determinação do consumo de combustível horário, utilizou-se um

medidor de vazão, modelo Flowmate oval M-III (LSN41L8-M2) (Figura 11).

Com os dados de consumo horário e tempo efetivo demandado dos

conjuntos mecanizados, estimou-se o consumo operacional.

40

FIGURA 11. Medidor de vazão, modelo Flowmate oval M-III (LSN41L8-M2).

O consumo médio de combustível por área foi determinado com base

na capacidade de campo efetiva (ha h-1) e no consumo horário volumétrico

(L h-1). Utilizou-se a seguinte equação:

Td

ChcCO =

em que,

CO – consumo médio de combustível por área, L ha-1;

Chc – consumo horário de combustível, L h-1,

Td – Tempo efetivo demandado, h ha-1.

3.6.8 Tempo demandado

O tempo efetivo demandado em cada operação foi determinado

indiretamente pela expressão:

41

CCeTd

1=

em que:

Td = tempo efetivo demandado (h ha-1);

CCe = capacidade de campo efetiva (ha h-1).

3.6.9 Demanda de energia

Com a potência média requerida e a capacidade de campo efetiva foi

determinada a demanda energética de cada operação, utilizando-se a

seguinte equação:

CCe

PmDE =

em que:

DE = Demanda de energia (kW h ha-1);

Pm = Potência média requerida (kW);

CCe = Capacidade de campo efetiva (ha h-1).

3.7 Análises estatísticas

Todos os resultados obtidos foram analisados estatisticamente, por

meio da análise de variância. Com as variáveis significativas foram feitas

comparações entre médias, pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade,

utilizando-se o software SISVAR (FERREIRA, 2008).

42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Ferrugem asiática

A severidade da ferrugem asiática foi influenciada pelo sistema de

manejo do solo (Tabela 2) e forma de semeadura de soja (Tabela 3),

isoladamente, não apresentando interação significativa entre os fatores.

A média da área abaixo da curva de progresso da ferrugem variou de

1.771,92 a 1.968,83 em função do sistema de manejo do solo (Tabela 2). A

menor severidade da doença foi verificada com os sistemas de plantio direto

e preparo convencional.

TABELA 2. Área abaixo da curva de progresso da ferrugem asiática

(AACPD) em função do sistema de manejo do solo

Sistema de manejo

do solo

AACPD

Severidade Número de Pústulas cm-²

Preparo convencional 1.786,42 b 18,11 a

Plantio Direto 1.771,92 b 17,62 a

Preparo Reduzido 1.968,83 a 25,84 a

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

TABELA 3. Área abaixo da curva de progresso da ferrugem asiática

(AACPD) em função da forma de semeadura da soja

Forma de semeadura AACPD

Severidade Número de Pústulas cm-2

Convencional 1.743,78 b 19,72 a

Cruzada 1.941,00 a 21,32 a

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

43

A forma de semeadura cruzada da soja apresentou maior severidade

da ferrugem na planta (Tabela 3). Com a maior concentração de plantas por

área resultou-se em maior fechamento e um ambiente mais favorável ao

desenvolvimento do patógeno. Esses resultados corroboram com os

encontrados por Lima et al. (2012) onde verificaram que a severidade da

ferrugem asiática foi maior na semeadura cruzada de duas cultivares de

soja. Debortoli et al. (2006), ressaltam que um maior arejamento do dossel

vegetativo dificulta a formação do microclima favorável a aderência e

germinação do esporo, e a folha fotossinteticamente ativa mantém suas

defesas, retardando a infecção por parte do patógeno.

Domingues (2010) observou maiores médias da AACPD para a

ferrugem em soja semeada em maiores densidades, ressaltando que as

cultivares de soja reagem diferentemente quanto ao processo de

desenvolvimento do patógeno quando expostas a diferentes condições

populacionais. Madalosso et al. (2010) verificaram o efeito da alteração do

espaçamento entrelinhas de duas cultivares na interação com o controle

químico de P. pachyrhizi e concluíram que a redução do espaçamento

entrelinhas permitiu melhores condições para o estabelecimento e progresso

da epidemia e menor controle da ferrugem asiática.

Quanto ao número de pústulas cm-², não houve diferença significativa,

estatisticamente, entre os sistemas de manejo do solo e as formas de

semeadura da soja. Segundo Consórcio Antiferrugem (2013), o número de

ocorrências da ferrugem registrado na safra 2011/12 foi mais baixo dentre

todas as safras. As condições climáticas desfavoráveis contribuíram para

esse número reduzido.

Souza (2012) e Santos et al. (2007) também não observaram

diferença significativa quanto ao número de pústulas ao avaliarem genótipos

de soja.

44

4.2 Características agronômicas

Houve efeito significativo do sistema de manejo do solo sob as

variáveis: altura das plantas na floração (APF) e maturação (APM) e

população final de plantas por hectare (POP) (Tabela 4). A massa de 100

grãos, altura das plantas na floração (APF), na maturação (APM) e inserção

de primeira vagem (AIPV) e população final de plantas por hectare (POP)

foram influenciadas significativamente quanto à forma de semeadura da soja

(Tabela 5).

TABELA 4. Altura das plantas na floração (APF) e maturação (APM) e

população final de plantas (POP) em função do sistema de manejo do solo

Sistema de manejo

do solo

APF

(m)

APM

(m)

POP

(plantas ha-1

x1000)

Preparo Convencional 0,38 ab 0,50 b 369,17 b

Plantio Direto 0,36 b 0,54 b 484,17 a

Preparo Reduzido 0,41 a 0,60 a 475,83 a

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

TABELA 5. Massa de 100 grãos, altura das plantas na floração (APF), na

maturação (APM) e inserção de primeira vagem (AIPV) e população de

plantas (POP) em função da forma de semeadura da soja

Forma de

semeadura

Massa de

100 grãos

(g)

APF

(m)

APM

(m)

AIPV

(m)

POP

(plantas ha-1

x1000)

Convencional 9,28 a 0,37 b 0,50 b 0,12 b 305,00 b

Cruzada 8,50 b 0,40 a 0,60 a 0,14 a 581,11 a

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

45

As maiores médias de altura das plantas na floração e na maturação

foram observadas no sistema de preparo reduzido (0,41 e 0,60 m) e na

semeadura cruzada da soja (0,40 e 0,60 m) (Tabelas 4 e 5).

Segundo Tavares et al. (2012), a altura de plantas para a cultura da

soja é uma característica importante a ser observada já que plantas altas

podem acamar em lugares de ventos muito fortes e plantas com porte muito

baixo restringe o desempenho das máquinas agrícolas na colheita. Câmara

et al. (2012) afirmam que o maior crescimento de plantas de soja, nos

espaçamentos com fileiras cruzadas e em fileiras duplas se deve,

principalmente, ao fechamento mais rápido da copa, lançando essas

lavouras mais precocemente na fase de crescimento máximo.

Os resultados do presente estudo corroboram com os encontrados

por Loboda (2009) e Lima et al. (2012) que verificaram aumento da altura

das plantas com o acréscimo na população de plantas de soja. De acordo

com Moore (1991) este resultado é reflexo do maior sombreamento em

populações elevadas, em função do aumento da competição por luz pelas

plantas adjacentes.

Kappes et al. (2012) não encontraram diferença significativa na altura

de plantas de soja ao avaliarem a semeadura cruzada com a mesma

densidade de plantas por hectare utilizada na semeadura convencional.

Esse resultado reforça que há influência da população na altura das plantas.

Para a altura de inserção da primeira vagem, a maior média (0,14 m)

foi verificada na semeadura cruzada da soja (Tabela 5). Segundo Marques

(2010), a altura de inserção da primeira vagem deve ser de 0,10 a 0,15 m

para se obter uma colheita com o mínimo de perdas pela barra de corte.

Dessa forma as médias observadas (0,14 e 0,11 m) nos dois sistemas de

semeadura atendem a altura ideal relatadas por esse autor.

Chioderoli et al. (2012) e Pereira Júnior et al. (2010) observaram

altura de inserção de primeira vagem da soja de 0,14 e 0,15 m,

respectivamente, e afirmaram que esses valores estão dentro dos padrões

normais para altura de corte na colheita mecanizada.

46

Valadão Junior et al. (2008) recomendam que, em terrenos planos, as

cultivares de soja devem apresentar altura de inserção da primeira vagem

igual ou superior a 0,10 m para um elevado rendimento operacional da

colhedora e mínima perda na colheita da soja

As maiores populações de plantas foram observadas nos sistemas

plantio direto e preparo reduzido (Tabela 4). A semeadura cruzada, na qual

foram realizadas duas passadas com a semeadora, apresentou população

final de plantas superior, cerca de 90,5%, à semeadura convencional

(Tabela 5). Lima et al. (2012), trabalhando com densidade de sementes e

adubação em diferentes formas de semeadura, verificaram populações de

plantas de 705,4 e 324,4 mil plantas ha-1 na semeaduras cruzada e

convencional, respectivamente, que equivale ao acréscimo de 117%.

A massa de 100 grãos apresentou maior média na semeadura

convencional da soja (Tabela 5). O maior número de plantas por área na

semeadura cruzada proporcionou a competição das mesmas, aumentando a

altura, com redução na massa dos grãos, corroborando com resultados

obtidos por Moore (1991) e Loboda (2009) ao avaliarem populações de

plantas de soja.

Houve efeito significativo na interação entre os sistemas de manejo do

solo e a forma de semeadura quanto à produtividade da soja. Avaliando o

sistema de plantio direto a maior produtividade de grãos foi observada na

semeadura cruzada da soja (Tabela 6). Verificou-se aumento de 90% no

rendimento com a semeadura cruzada (2.013,07 kg ha-1) em relação a

convencional no sistema plantio direto (1058,96 kg ha-1). Nos sistemas de

preparo convencional e reduzido não houve diferença significativa da

produtividade com relação a forma de semeadura.

A produtividade máxima de grãos obtida no presente trabalho (33,5

sacas ha-1) foi inferior à media nacional (49 sacas ha-1) . Entre os fatores que

foram responsáveis, cita-se a semeadura tardia da soja (05/01/2012), que

promoveu a redução do ciclo da cultura, proporcionando baixa produtividade.

Segundo Rodrigues et al. (2001) o fotoperíodo e a temperatura são

importantes para o desenvolvimento da cultura da soja, por provocarem

47

mudanças qualitativas ao longo do seu ciclo. O tempo requerido para a

floração dependerá do comprimento do dia, sendo mais rápida a indução

com dias curtos do que com dias longos. Desse modo, a indução floral

provoca a transformação dos meristemas vegetativos em reprodutivos,

determinando o tamanho final das plantas e portanto seu potencial de

rendimento.

TABELA 6. Produtividade de grãos (kg ha-1) em função do sistema de

manejo do solo e forma de semeadura

Sistema de manejo

do solo

Forma de semeadura

Convencional Cruzada

Produtividade de grãos (kg ha-1)

Preparo Convencional 1.443,63 aA 1.689,38 aA

Plantio Direto 1.058,96 aB 2.013,07 aA

Preparo Reduzido 1.665,51 aA 1.663,80 aA

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

Considerando-se as populações de plantas observadas nas formas de

semeadura convencional (305.000 plantas ha-1) e cruzada (581.110 plantas

ha-1), verificou-se uma produtividade média de 1389 kg ha-1 e 1789 kg ha-1,

respectivamente, correspondendo à 4,55 g planta-1 na convencional e 3,08 g

planta-1 na cruzada. Dessa forma, constata-se que a maior produtividade

obtida na semeadura cruzada da soja está diretamente relacionada com a

maior densidade de plantas numa mesma área. Resultados semelhantes

foram observados por Lima et al. (2012), que obtiveram 9,43 g planta-1 na

semeadura convencional e 4,74 g planta-1 na cruzada.

O arranjo espacial das plantas tem um efeito pronunciado no seu

aproveitamento da radiação e conseqüente crescimento e produtividade

(BERNARDES, 1987).

48

Lima et al. (2012) verificaram maior produtividade de grãos na

semeadura cruzada, cerca de 10% (287,5 kg ha-1) a mais que na semeadura

convencional. Eles afirmam que a maior população de plantas foi decisiva

para a maior produtividade de grãos da semeadura cruzada e ressaltam que

esses resultados são indicativos de que é possível aumentar a produtividade

da cultura com o manejo de densidade em linhas cruzadas, já que muitos

outros fatores ainda podem ser testados no sistema.

Contrastando com esses resultados, Procópio et al. (2012), avaliando

crescimento e produtividade de soja semeada de forma convencional e

cruzada, verificaram que a produtividade de grãos não foi afetada pela

semeadura cruzada da soja e consideraram essa prática irrelevante para se

alcançar maiores produtividades de grãos, além de implicar em aumento de

custos de produção e compactação do solo.

Testando a influência das formas semeadura cruzada e convencional

sobre a produtividade da soja, Kappes et al. (2012) não verificaram diferença

significativa entre as formas de semeadura quanto à produtividade de grãos

ao utilizarem a mesma densidade de sementes por hectare variando apenas

o arranjo das plantas por área. Tourino et al. (2002) não encontraram efeito

significativo na produtividade ao avaliarem diferentes espaçamentos entre

linhas na cultura da soja.

4.3 Índice de clorofila Falker

Quanto ao índice Falker (determinação indireta do teor de clorofila),

verificou-se interação significativa entre os sistemas de manejo do solo e as

formas de semeadura da soja (Tabela 7). Na semeadura convencional o

maior índice de clorofila foi observado no sistema de preparo convencional,

apesar de não diferir estatisticamente do preparo reduzido. Na semeadura

cruzada, o preparo reduzido do solo proporcionou maior índice de clorofila.

49

TABELA 7. Índice de clorofila Falker em função do sistema de manejo do

solo e forma de semeadura da soja

Sistema de manejo

do solo

Forma de semeadura

Convencional Cruzada

Índice de clorofila Falker

Preparo Convencional 43,83 aA 40,50 bB

Plantio Direto 40,67 bA 41,33 bA

Preparo Reduzido 42,83 abA 45,00 aA

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

Segundo Debortoli et al. (2006), a folha fotossinteticamente ativa

mantém suas defesas, retardando a infecção por parte do patógeno.

Entretanto, no presente estudo houve a influência do índice de clorofila sob o

número de pústulas cm-2, não sendo observado neste, diferença significativa

estatisticamente, pois houve o retardamento da infecção.

Roese e Lima Filho (2010) avaliando o efeito de fungicidas no controle

da ferrugem da soja, na produtividade e nos teores nutricionais em folhas e

grãos, observou que o maior índice de clorofila estava relacionado com o

menor número de lesões provocadas pela ferrugem. Polizel et al. (2011),

observaram que o aumento da severidade da ferrugem asiática reduziram os

índices de clorofila na cultura da soja.

4.4 Desempenho operacional das máquinas

Para caracterização do solo foram feitas coletas durante as operações

para determinação da umidade média presente nas amostras (Tabela 8). Os

resultados apontam os sistemas de plantio direto e preparo reduzido com

maiores valores em relação ao preparo convencional nas profundidades de

0-0,10 e 0,10-0,20 m. Isto se deve à presença de cobertura vegetal na

50

superfície do solo proporcionada por esses sistemas, diminuindo a

evaporação e aumentando a porosidade e capacidade de armazenamento

de água no solo. De acordo com Oliveira et al. (2002), em solos de igual

declividade, o sistema de plantio direto reduz em cerca de 75% as perdas de

solo e em 20% as perdas de água, em relação às áreas onde há

revolvimento do solo. Na profundidade de 0,20-0,30 m, os valores são

semelhantes nos três sistemas de manejo do solo.

TABELA 8. Umidade média do solo (%) presente nas amostras coletadas

nas camadas de 0-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m

Sistema de preparo

do solo

Profundidade (m)

0-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30

Umidade média do solo (%)

Preparo Convencional 16,48 18,83 21,48

Plantio Direto 19,47 21,73 21,12

Preparo Reduzido 18,33 21,37 21,82

As médias da profundidade de trabalho dos equipamentos de preparo

do solo utilizados foram 0,10, 0,18 e 0,30 m com a grade leve, grade

intermediária e escarificador, respectivamente. Avaliando sistemas de

preparo do solo em um NITOSSOLO Vermelho distroférrico, Silva (2004)

encontrou profundidades de trabalho de 0,23 m para escarificação e 0,21 m

para gradagem pesada. Siqueira (1999), Levien et al. (2003) e Marques

(2002), encontraram 0,30, 0,17 e 0,16 m de profundidade de trabalho na

operação de escarificação, nesse mesmo tipo de solo.

Nas operações de preparo do solo nos sistemas convencional e

reduzido, verificou-se diferença significativa para todos os parâmetros

avaliados (Tabela 9).

51

TABELA 9. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média

de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de

combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e

demanda de energia (kW h ha-1) para realizar as operações de preparo do

solo nos sistemas convencional e reduzido

Operação de

preparo do

solo

Força

média

(kN)

Velocidade

média

(m s-1)

Potência

média

(kW)

Consumo

médio

(L ha-1)

Cce

(ha h-1)

Demanda

de energia

(kW h ha-1)

Gradagem

Leve 4,82 c 2,37 a 11,43 b 7,12 c 2,35 a 4,87 c

Gradagem

Intermediária 7,29 b 2,22 b 16,19 a 10,96 b 1,60 b 10,12 b

Escarificação 12,00 a 1,35 c 16,23 a 20,13 a 0,88 c 18,52 a

CV (%) 3,20 1,97 3,94 7,29 1,70 3,53

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

A gradagem leve requereu menor força e potência da barra de tração,

apresentando menores consumo de combustível e demanda de energia.

Essa operação apresentou também maiores velocidade média de

deslocamento e capacidade de campo efetiva (Tabela 9). Esse resultado já

era esperado, pois a grade leve possui menor peso e trabalha profundidades

menores quando comparada com a grade intermediária e o escarificador.

Gamero e Benez (2009), observaram que a força média na barra de tração

foi maior com o aumento da profundidade trabalhada de um subsolador. Seki

(2010), avaliando a demanda energética nas operações de descompactação

do solo, verificou maior consumo de combustível com o aumento da

profundidade de trabalho.

Obteve-se aumento no consumo de combustível com o aumento da

força requerida na barra de tração nos diferentes equipamentos utilizados

(Tabela 9), concordando com Serrano (2007) que afirma que há uma relação

52

aproximadamente linear entre o consumo de combustível por hectare e a

força de tração na barra por metro de largura de trabalho do equipamento,

para cada regime de funcionamento do motor e em cada condição de solo.

Na comparação dos sistemas de preparo do solo, convencional e

reduzido (Figura 12), houve diferença significativa para todas as variáveis

analisadas. Verificou-se que a força média requerida (Figura 12 a), a

potência média (Figura 12 c), o consumo médio de combustível por área

(Figura 12 d) e a demanda de energia (Figura 12 f) foram superiores no

sistema de preparo convencional.

A velocidade média de deslocamento e a capacidade de campo

efetiva foram superiores no preparo reduzido (Figura 12 B e E). Os

resultados de capacidade de campo efetiva foram semelhantes aos obtidos

por Silva (2004) que obteve 1,10 ha h-1 no preparo reduzido com uma

escarificação e 0,42 ha h-1 no preparo convencional com três operações de

gradagem em NITOSSOLO Vermelho distroférrico.

Tavares et al. (2012), avaliando demanda energética em diferentes

preparos do solo, verificaram maiores resultados de força média, potência

média, consumo de combustível e demanda energética para o sistema de

preparo reduzido com uma escarificação do que no preparo convencional

com uma gradagem intermediária. Resultados diferentes dos encontrados no

presente trabalho, isso se deve ao número de operações realizadas em cada

sistema de preparo, pois nesse experimento foram realizadas quatro

gradagens, duas leves e duas intermediárias no preparo convencional e uma

escarificação no preparo reduzido.

FIGURA 12. Força média

média de deslocamento

de combustível por área

demanda de energia

solo nos sistemas convencional (PC) e reduzido (PR).

24,22 a

0

5

10

15

20

25

30

PC

Fo

rça

méd

ia (

kN)

55,24 a

0

10

20

30

40

50

60

PC

Po

tên

cia

méd

ia (

kW)

0.49 b

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

PC

Cap

. de

cam

po

efe

tiva

(h

a h

-1)

. Força média requerida na barra de tração (kN)

média de deslocamento (m s-1) (b), potência média (kW) (c), consumo

de combustível por área (kW) (d), capacidade de campo efetiva

demanda de energia (kW h ha-1) (f) para realizar as operações de preparo do

solo nos sistemas convencional (PC) e reduzido (PR).

12,00 b

PR

0,57 b

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

PC

Vel

oci

dad

e m

édia

(m

s-1

)16,23 b

PR

36,16 a

0

5

10

15

20

25

30

35

40

PC

Co

nsu

mo

méd

io (

L h

a-1)

0,88 a

PR

29,98 a

0

5

10

15

20

25

30

35

PCDem

and

a d

e en

erg

ia (

kW h

ha-1

)

53

(kN) (a), velocidade

), consumo médio

), capacidade de campo efetiva (ha h-1) (e) e

operações de preparo do

1,35 a

PR

20,13 b

PR

18,52 b

PR

54

Para as operações com a semeadora em função do sistema de

manejo do solo, verificou-se efeito significativo para a força média requerida

na barra de tração, potência média, consumo médio de combustível por área

e demanda de energia. A velocidade média de deslocamento e a capacidade

de campo efetiva não foram influenciadas pelo sistema de manejo do solo

nessa operação (Tabela 10).

TABELA 10. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade

média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de

combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e

demanda de energia (kW h ha-1) para realizar as operações de semeadura

em função do sistema de manejo do solo

Sistema

de manejo

do Solo

Força

média

(kN)

Velocidade

média

(m s-1)

Potência

média

(kW)

Consumo

médio

(L ha-1)

Cce

(ha h-1)

Demanda de

energia

(kW h ha-1)

PC 3,82 ab 1,91 a 7,30 ab 5,27 ab 2,17 a 3,37 ab

PD 3,57 b 1,84 a 6,53 b 5,16 b 2,09 a 3,15 b

PR 4,11 a 1,82 a 7,43 a 5,67 a 2,06 a 3,62 a

CV (%) 10,0 9,16 11,12 8,12 9,17 9,99

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

PC= Preparo convencional, PD= Plantio direto e PR= Preparo reduzido.

O sistema de preparo reduzido apresentou maiores valores de força

média requerida, potência média, consumo médio de combustível por área e

demanda de energia na operação de semeadura da soja, apesar de não

diferir estatisticamente do sistema de preparo convencional (Tabela 10).

Verificou-se um aumento de cerca de 15,1, 13,8, 9,9 e 14,9% nos

parâmetros força, potência, consumo de combustível e demanda de energia,

respectivamente, do sistema plantio direto para o sistema de preparo

55

reduzido para realizar a semeadura da soja. Silva (2004) avaliou essas

mesmas variáveis na operação de semeadura do milho em três sistemas de

manejo do solo e verificou diferença significativa apenas para o consumo

médio de combustível, onde os preparos convencional e reduzido

apresentaram os maiores valores.

Bertolini e Gamero (2010) constataram que o sistema plantio direto

exigiu menor força na barra de tração, menor potência, menor consumo de

combustível por área e menor consumo específico de energia por área, ao

avaliarem demanda energética envolvida nas operações de semeadura do

milho em dois sistemas de manejo do solo. Resultado que se assemelham

aos encontrados no presente trabalho.

Mahl et al. (2004), não encontraram diferença significativa ao

quantificarem os mesmos parâmetros em dois sistemas de preparo do solo

com a semeadura da cultura do milho, contrastando com os resultados do

presente trabalho.

Verificou-se diferença significativa, estatisticamente, para a força

média requerida na barra de tração, consumo médio de combustível por

área e demanda de energia para realizar as passadas com a semeadora

(Tabela 11). Os menores resultados de força média requerida na barra de

tração, consumo médio de combustível por área e demanda de energia

foram verificados na segunda passada da semeadora. Pode-se inferir que na

segunda passada da semeadora as partículas do solo encontravam-se mais

aderidas, reduzindo, possivelmente, a patinagem dos pneus e a resistência

ao rolamento, resultando em menor demanda energética. Os parâmetros

velocidade média de deslocamento, potência média e capacidade de campo

efetiva não foram influenciados pelas passadas da semeadora (Tabela 11).

56

TABELA 11. Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade

média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de

combustível por área (L ha-1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e

demanda de energia (kW h ha-1) para realizar as passadas com a

semeadora

Passadas da

semeadora

Força

média

(kN)

Velocidade

média

(m s-1)

Potência

média

(kW)

Consumo

médio

(L ha-1)

Cce

(ha h-1)

Demanda

de energia

(kW h ha-1)

1ª passada 4,01 a 1,80 a 7,21 a 5,67 a 2,04 a 3,53 a

2ª passada 3,66 b 1,91 a 6,97 a 5,07 b 2,17 a 3,23 b

CV (%) 10,0 9,16 11,12 8,12 9,17 9,99

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05).

Para realizar a semeadura cruzada da soja, verificou-se aumento de

91, 97, 89 e 91% na força média requerida na barra de tração, potência

média, consumo médio de combustível por área e demanda de energia,

respectivamente, em relação a semeadura convencional (Figura 13 (a), (c),

(d) e (f). Esse aumento se deve à duplicação da utilização do conjunto trator

+ semeadora que realiza duas vezes a mesma operação numa mesma área.

Houve redução de 48,3% na velocidade média de deslocamento e de

48,5% da capacidade de campo efetiva na semeadura cruzada (Figura 13

(b) e (e). Como a capacidade de campo está relacionada com a quantidade

de área trabalhada em um determinado tempo, esperava-se uma redução

desse parâmetro na semeadura cruzada, onde aumentou-se o número de

passadas com a semeadora.

FIGURA 13. Força média requerida na barra de tração (kN) (

média de deslocamento

de combustível por área (kW) (

demanda de energia

convencional e cruzada.

4,01 b

0

2

4

6

8

10

Convencional

Fo

rça

méd

ia (

kN)

7,21b

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Convencional

Po

tên

cia

méd

ia (

kW)

2,04 a

0

0.5

1

1.5

2

2.5

Convencional

Cap

. de

cam

po

efe

tiva

(h

a h

-1)

Força média requerida na barra de tração (kN) (

média de deslocamento (m s-1) (b), potência média (kW) (c), consumo médio

de combustível por área (kW) (d), capacidade de campo efetiva

demanda de energia (kW h ha-1) (f) nas operações de semeadura

convencional e cruzada.

7,67 a

Convencional Cruzada

1,80 a

0

0.5

1

1.5

2

Convencional

Vel

oci

dad

e m

édia

(m

s-1

)

14,18 a

Convencional Cruzada

5,67 b

0

2

4

6

8

10

12

Convencional

Co

nsu

mo

méd

io (

L h

a-1)

1,05 b

Convencional Cruzada

3,53 b

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Convencional

Dem

and

a d

e en

erg

ia (

kW h

ha-1

)

57

Força média requerida na barra de tração (kN) (a), velocidade

), consumo médio

), capacidade de campo efetiva (ha h-1) (e) e

nas operações de semeadura

0,93 b

Cruzada

10,74 a

Cruzada

6,76 a

Cruzada

58

4.5 Correlações entre as variáveis

Por meio da análise de correlações entre as variáveis (Tabela 12),

verificou-se que quanto maiores as alturas das plantas na floração,

maturação e inserção de primeira vagem, severidade e número de pústulas

da ferrugem asiática, menores foram a produtividade e a massa de cem

grãos.

Souza (2012) obteve correlações positivas entre alturas de planta na

floração, maturação e altura de inserção de primeira vagem, corroborando

com os resultados desse trabalho. Segundo Embrapa (2011), a altura de

plantas é uma variável que sofre influência de diversos fatores ambientais e

principalmente relacionada à resposta diferencial de cada cultivar ao

fotoperíodo.

A correlação entre o índice de clorofila Falker e a severidade da

ferrugem asiática não foi significativa no presente estudo, diferindo dos

resultados obtidos por Polizel et al. (2011), que verificaram que com o

aumento da severidade da doença, o índice de clorofila é reduzido.

Observou-se uma correlação positiva entre a força média na barra de

tração com a potência média, o consumo médio de combustível por área e a

demanda de energia, e uma relação inversamente proporcional com a

velocidade média de deslocamento e a capacidade de campo efetiva.

59

TABELA 12. Coeficientes de correlações entre as variáveis analisadas no experimento

SEV PUS PROD MAS APF APM AIPV CLOR FOR VEL CONS POT CCE DEM

SEV 1 0,384 * -0,078 ns -0,071 ns 0,431 ** 0,520 ** 0,519 ** 0,255 ns -0,082 ns 0,150 ns -0,086 ns 0,012 ns 0,147 ns -0,083 ns

PUS 1 -0,109 ns -0,057 ns 0,167 ns 0,133 ns -0,161 ns 0,153 ns 0,335 * 0,045 ns 0,053 ns 0,327 * 0,044 ns 0,335 *

PROD 1 -0,334 * -0,133 ns -0,459 ** -0,249 ns -0,088 ns -0,106 ns 0,028 ns -0,099 ns -0,072 ns 0,026 ns -0,104 ns

MAS 1 -0,142 ns -0,245 ns -0,344 * 0,133 ns 0,075 ns -0,162 ns 0,203 ns -0,034 ns -0,161 ns 0,074 ns

APF 1 0,503 ** 0,397 * -0,027 ns 0,050 ns 0,013 ns -0,004 ns 0,054 ns 0,010 ns 0,049 ns

APM 1 0,713 ** 0,105 ns -0,149 ns -0,015 ns -0,165 ns -0,168 ns -0,016 ns -0,0151 ns

AIPV 1 0,095 ns -0,223 ns -0,066 ns -0,074 ns -0,257 ns -0,070 ns -0,223 ns

CLOR 1 0,259 ns -0,048 ns 0,128 ns 0,218 ns -0,048 ns 0.258 ns

FOR 1 -0,266 ns 0,633 ** 0,777 ** -0,266 ns 0,999 **

VEL 1 -0,801 ** 0,398 ** 0,999 ** -0,267 ns

CONS 1 0,088 ** -0,800 ** 0,634 **

POT 1 0,398 * 0,776 **

CCE 1 -0,267 ns

DEM 1

*; ** - Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. NS - não significativo. SEV e PUS: severidade e número de pústulas da ferrugem asiática; PROD: produtividade de grãos; MAS: massa de cem grãos; APF, APM e AIPV: altura da planta na floração, na maturação e inserção de primeira vagem; CLOR: índice de clorofila Falker; FOR: força média; VEL: velocidade média, CONS: consumo médio de combustível; POT: potência média; CCE: capacidade de campo efetiva e DEM: demanda de energia.

60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente experimento foi efetuado o mesmo número de aplicações

de fungicida foliar, inseticida e herbicida, na semeadura cruzada e

convencional, havendo aumento no quantitativo de sementes, fertilizante,

fungicida para tratamento das sementes e custo horário da semeadura

(Tabela 13). Considerando todos os custos demandados, observou-se um

gasto de U$749,95 para a semeadura convencional e U$1.372,99 para a

cruzada, resultando em aumento de 83%, com acréscimo de 90% na

produtividade média, nas formas de semeadura, respectivamente.

TABELA 13. Relação de custos referentes à semeadura da soja

Descrição Valor Unit.

(U$)

Semeadura convencional Semeadura

cruzada

Qtde ha-1 Custo (U$)

Qtde ha-1 Custo (U$)

Sementes 66,00/sc 40 kg 66,00

80 kg 132,00

Combustível 1,10/L 5,67 L 6,24

10,74 L 11,81

Superfosfato simples 35,00/sc 666,67 kg 466,67

1.333,34 kg 933,34

Cloreto de potássio 48,00/sc 66,67 kg 64,00

133,34 kg 128,00

Carboxin+ Thiran 12,00/L 0,12 L 1,44

0,24 L 2,88

Azoxistrobina+Ciproconazol 46,00/ L 0,24 L

(2 aplic.) 11,04 0,24 L

(2 aplic.) 11,04

Glifosato 10,00/ L 8 L (2 aplic.) 80,00

8 L (2 aplic.) 80,00

Deltamethrina 22,00/L 1,5 L (3 aplic.) 33,00

1,5 L (3 aplic.) 33,00

Custo horário da semeadura 44,00/h 0,49 h 21,56

0,93 h 40,92

Custo Total (U$ ha-1) 749,95

1.372,99

61

Para semeadura cruzada da soja foram utilizados o dobro da

quantidade de sementes e fertilizantes gastos na semeadura convencional.

De acordo com os resultados obtidos, o consumo médio de

combustível por área na semeadura cruzada foi 89% superior a semeadura

convencional.

Houve redução de 48,5% da capacidade de campo efetiva na

semeadura cruzada em relação à convencional. Dessa forma, em condições

reais de produção, seria necessário aumentar o número de máquinas ou a

janela de plantio para realizar a semeadura da cultura numa mesma área.

Verificou-se aumento na severidade da ferrugem asiática na

semeadura cruzada da soja. A maior densidade de plantas promovida por

essa forma de semeadura exige maiores cuidados e possivelmente aumento

do número de aplicações de fungicida para o controle da doença.

Levando-se em consideração a produtividade média nacional de soja

(49 sacas ha-1) e o custo médio de produção (35 sacas ha-1) obtém-se um

ganho de 14 sacas ha-1 realizando a semeadura convencional. Utilizando-se

a semeadura cruzada, que proporcionou aumento de 90% na produtividade

e 83% nos gastos no presente experimento, produziria, em média, 93 sacas

ha-1 com gasto de 64 sacas ha-1, contabilizando ganho de 29 sacas ha-1.

A semeadura cruzada da soja apresenta-se como uma alternativa

para aumentar-se a produtividade da cultura, porém é necessário obter mais

informações sobre o custo/benefício de implementação dessa nova prática.

62

6 CONCLUSÕES

A menor severidade da ferrugem asiática foi verificada nos sistemas

plantio direto e preparo convencional com a semeadura convencional.

A semeadura cruzada da soja apresentou maiores alturas de planta

na floração, maturação e inserção da primeira vagem, produtividade dos

grãos no sistema plantio direto e maiores consumo de combustível e

demanda de energia.

A semeadura cruzada apresentou um gasto 83% superior à

semeadura convencional, com ganho de 90% na produtividade média da

cultura da soja.

63

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