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SEMINÁRIO DISCUTE ATUAÇÃO DAS MULHERES NO MEIO AUDIOVISUAL Ciclo de encontros em São Paulo e Campinas reúne, de 17 a 20 de março, convidadas especiais – como a cineasta Tata Amaral, a diretora de fotografia Helô Passos, e a Ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres de 2004 a 2011 Nilcéa Freire – para debater a condição do fazer artístico e técnico feminino no audiovisual. As mulheres representam metade da população do mundo, porém são quase mudas quando retratadas no cinema: em filmes de ficção, menos de um terço dos personagens com linhas de diálogo são mulheres. Do outro lado da tela, na força de trabalho necessária para se produzir um filme, ocupam apenas 22,5% das tarefas, e para cada quatro homens cineastas por trás das câmeras (diretores, roteiristas e produtores), há apenas uma mulher. Esses dados fazem parte da pesquisa Gênero nos Meios, do Instituto Geena Davis, realizada em 11 países, entre eles o Brasil – e encontram eco em muitos outros índices, como os da Pnad/IBGE: em 2014, no Brasil, as mulheres continuaram a receber salários em média 25% menores que a renda masculina. De acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp-UERJ), um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, as mulheres negras brasileiras, apesar de representarem a maioria da população feminina do país (51,7%), apareceram em menos de dois a cada dez longas-metragens entre 2002 e 2012. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista. O lugar ocupado pela mulher na sociedade se reflete em todos os âmbitos da vida, e no meio audiovisual não é diferente: a desigualdade aparece nas relações de trabalho, e na própria representação da mulher no audiovisual. O seminário “Quem tem medo das Mulheres no audiovisual?” , iniciativa do Coletivo VERMELHA, parte dessas questões para reunir realizadoras, profissionais do mercado e pesquisadoras com o objetivo de estimular reflexões e ações concretas para fortalecer e visibilizar a atuação das mulheres no meio

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SEMINÁRIO DISCUTE ATUAÇÃO DAS MULHERES NO MEIO AUDIOVISUAL

Ciclo de encontros em São Paulo e Campinas reúne, de 17 a 20 de março, convidadas especiais – como a cineasta Tata Amaral, a diretora de fotografia Helô Passos, e a Ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres de 2004 a 2011 Nilcéa Freire – para debater a condição do fazer artístico e técnico feminino no audiovisual.

As mulheres representam metade da população do mundo, porém são quase mudas quando retratadas no cinema: em filmes de ficção, menos de um terço dos personagens com linhas de diálogo são mulheres. Do outro lado da tela, na força de trabalho necessária para se produzir um filme, ocupam apenas 22,5% das tarefas, e para cada quatro homens cineastas por trás das câmeras (diretores, roteiristas e produtores), há apenas uma mulher.

Esses dados fazem parte da pesquisa Gênero nos Meios, do Instituto Geena Davis, realizada em 11 países, entre eles o Brasil – e encontram eco em muitos outros índices, como os da Pnad/IBGE: em 2014, no Brasil, as mulheres continuaram a receber salários em média 25% menores que a renda masculina.

De acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp-UERJ), um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, as mulheres negras brasileiras, apesar de representarem a maioria da população feminina do país (51,7%), apareceram em menos de dois a cada dez longas-metragens entre 2002 e 2012. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.

O lugar ocupado pela mulher na sociedade se reflete em todos os âmbitos da vida, e no meio audiovisual não é diferente: a desigualdade aparece nas relações de trabalho, e na própria representação da mulher no audiovisual.

O seminário “Quem tem medo das Mulheres no audiovisual?”, iniciativa do Coletivo VERMELHA, parte dessas questões para reunir realizadoras, profissionais do mercado e pesquisadoras com o objetivo de estimular reflexões e ações concretas para fortalecer e visibilizar a atuação das mulheres no meio

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audiovisual brasileiro. Entre as convidadas, estão: Wania Sant'Anna, Yasmin Thainá, Gabriela Amaral, Karla Bessa e Vanessa Fort.

Serão seis encontros gratuitos, abertos ao público, divididos entre São Paulo e Campinas, nos dias 17 e 19/20 de março. Cada mesa será pautada por um tema norteador, como a divisão sexual do trabalho; as representações da mulher; estereótipos e racismo no audiovisual; políticas públicas e atuação da sociedade civil. As convidadas vão compartilhar suas experiências e refletir com o público sobre a condição do fazer artístico e técnico feminino nesse campo.

Serviço*Cada mesa tem 3 horas de duração. A entrada é gratuita. Não há necessidade de inscrição prévia. Ingressos podem ser retirados na bilheteria do MIS com uma hora de antecedência ao início da atividade. Sujeito à lotação da sala.

17/03 – Campinas (MIS)

15h: Nem príncipes, nem princesas: o impacto da produção audiovisual para crianças na manutenção ou transformação dos estereótipos de gênero.Convidadas:Provocadora: Vanessa Fort, coordenadora do ComKids> Gabriela Romeu, jornalista, documentarista e idealizadora do projeto Infâncias> Jane Felipe, professora do Grupo de Estudos de Educação Infantil e Infância, GEIN, da UFRGS> Renata Martins, roteirista da série vencedora do Emmy Kids Awards 2013 “Pedro e Bianca”

19h: Olhar feminino: isso existe? Convidadas: Provocadora: Karla Bessa, Núcleo de Estudos de Gênero Pagu - Unicamp> Tata Amaral, diretora e produtora> Marina Fuser, socióloga e doutoranda em Estudos de Gênero na Universidade de Sussex, na Inglaterra> Renata Gomes, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professora no Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Teconologias Aplicadas - BICULT, na UFRB – BA

18/03 – São Paulo – Galeria Metrópole – exibição de curtas seguida de debate

19h30>> Exibição dos filmes KBELA (2015) de Yasmin Thayná e CINZAS (2015) de Larissa Fulana de Tal.>> Sessão seguida de debate com as atrizes Taís de Amorin e Isabel Zua.Local: TAPERA TAPERÁ - Galeria Metrópole: Av. São Luís, 187 Centro Loja 29, 2o andar.

19 e 20/03 – São Paulo (MIS, auditório e Auditório LabMis)

19/03 – Auditório MIS (172 lugares)

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15h30: Perspectivas de Transformação: políticas públicas, mídia e sociedade civilConvidadas:Provocadora: Laura Capriglione, membro do coletivo Jornalistas Livres, focada na cobertura de Direitos Humanos e Sociais> Débora Ivanov, advogada e produtora de cinema e televisão> Daniela Capelato, produtora, roteirista e curadora> Larissa Fulana de Tal - realizadora no TELA PRETA, coletivo de cinema negro. Dirigiu os filmes “Lápis de Cor” (2014) e “Cinzas (2015)”> Nilcea Freire - Atual representante da fundação Ford no Brasil, com foco em minorias étnicas, foi ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres entre 2004 e 2011

19h30: A mulher negra no audiovisual brasileiroConvidadas: Provocadora:Wania Sant’Anna, consultora para o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça e Subcomissão de Diversidade da Petrobras. Ativista feminista e antirracista> Yasmin Thainá, diretora do curta “Kbela”, escritora e roteirista)> Viviane Ferreira, cineasta, advogada e sócia da Odun Formação e Produção - SP> Janaína Oliveira, Professora de História na IFRJ, pesquisadora do cinema negro e coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE) - RJ)

20/03 – Auditório LabMIS (64 lugares)

15h30: Roteiro e gênero: a criação de personagens femininos e a autoria femininaConvidadas:Provocadora: Lucia Monteiro, doutora em estudos cinematográficos pela Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 e pela Universidade de São Paulo> Gabriela Amaral Almeida (roteirista e diretora)> Renata Martins (diretora e roteirista, dirigiu a websérie "Empoderadas" e foi uma das roteiristas da série "Pedro & Bianca")> Renata Correa (roteirista e escritora, autora do livro Vaca e Outras Moças de Família - Ed. Patuá), atuou como roteirista em diversas emissoras de tv como MTV, Globo e Discovery)

19h30: Trabalhos de meninas e meninos: um set de filmagem é o reflexo de uma sociedade machista?Convidadas:Provocadora:Flavia Biroli (professora da UnB, pesquisadora do Demodê - Grupo de pesquisa sobre democracia e desigualdades, autora de inúmeros livros, entre eles "Feminismo e política", Boitempo editorial)> Heloisa Passos (diretora de fotografia)> Maria Tereza Urias (integrante do coletivo audiovisual Tela Suja Filmes)> Marcia Rangel Candido, pesquisadora associada do Grupo de Estudo Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Laboratório de Estudos de Midía e Esfera Pública (LEMEP)> Cristina Amaral, montadora, premiada em vários Festivais de Cinema Brasileiro – Gramado, Brasília, entre

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Sobre o coletivo VERMELHA

VERMELHA é um coletivo de diretoras e roteiristas formado por Manoela Ziggiatti, Lillah Halla, Caru Alves de Souza, Iana Cossoy Paro e Moara Passoni. Criado em São Paulo, em 2014, o coletivo se reúne periodicamente com a intenção de estudar e entender qual espaço as mulheres ocupam no meio audiovisual, tanto nos seus processos de produção e funções, como na forma em que a mulher é representada. O seminário "Quem tem medo das mulheres no audiovisual?" é a primeira ação do coletivo e está em consonância com algumas das principais preocupações do grupo: o diálogo com a sociedade e a cooperação entre as mulheres do audiovisual.

Mais informação:Site: www.coletivovermelha.com.br Facebook: www.facebook.com/coletivovermelhaInstagram: www.instagram.com/coletivovermelhaTwitter: www.twitter.com/colevermelha

Contato de imprensa:Livia [email protected] 99964-5250